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p 27 - “Ao nos equipar com uma subjetividade individual, ao nos atribuir uma identidade, um sexo,
uma profissão, uma nacionalidade e assim por diante, a sujeição social produz e distribui lugares e
papéis dentro e para a divisão do trabalho. Através da linguagem, ela constitui uma armadilha
semiótica significante e representativa da qual niguém escapa. A sujeição social produz um ‘sujeito
individuado’ cuja forma paradigmática no neoliberalismo tem sido a do ‘capital humano e do
‘empresário de si’. O último avatar do individualismo, que fez da pessoa o centro e a fonte da ação,
emergiu com a crise financeira, durante a qual a injunção para se tornar ‘capital humano’
foiinvertida na figura negativa e regressiva do homem endividado.”
p 37 - “com o avanço da propaganda nos anos 1920 e, posteriormente, com o advento da televisão,
uma máquina cada vez mais bem organizada se desenvolveu, da qual o Google e o Facebook podem
ser considerados o coroamento: imensos ‘bancos de dados’ que funcionam como dispositivos de
marketing. Eles reúnem, selecionam e vendem milhoes de dados sobre nosso comportamento,
aquisiçnoes hábitos de leitura, filmes favoritos, gostos, roupas e preferencias de comida, assim
como sobre o modo como passamos nosso ‘tempo livre’. Essas informações concernem os
dividuais, sujos perfis, compostos pelo cruzamento desses dados, são meros reles de estradas e
saidas, de imput e output nas máuqinas de produção-consumo”
Os dividuais tem uma existencia estatistica controlada por dispositivos cujas operações
diferem da individualizaçnao, levada a cabo pelo poder pastoral, que se exerce sobre indivíduos
reais. A governamentabilidade de dividuais, gerenciada por fluxos, redes e máquinas, não apenas
desempenha um papel nas representações do indivíduo e no comportamento consciente, mas em
desejos, crenças e na realidade sub-representativa da subjetividade. A governamentabilidade é
praticadana junção do indivíduo e do dividual, tanto na subjetivação individual quanto na dividual.
A servidão não opera através da repressão ou da ideologia. Ela emprega técnicas de
modelização e de modulação que incidem sobre o que seria exatamente o ‘espirito da vida e da
atividade humana’. Ela assume o controle dos seres humanos ‘por dentro’, no nível pré-pessoal (no
nível pré-congnitivo e pré-verbal) e ‘ por fora’ no nível suprapessoal, ao atribuir a eles certos modos
de percepção e sensibilidade e fabricar um inconsciente. A formatação exercida pela servidão
maquínica intervem no funcionamento básico do comportamento perceptivo, sensitivo, afetivo,
cognitivo e linguistico”
p 39 - “ Semióticas a-significantes agem sobre coisas. Eas conectam um órgão, um sistema de
percepção, uma atividade intelectual, e assim por diante, diretamente à máquina, a procedimentos, a
signos, ignorando a representação de um sujeito )funcionamento diagramático). Elas desempenham
um papel muito especifico no capitalismo, pois, ‘essencialmente, o capitalismo depende de
màquinas a-significantes’”
sujeição social – semiologias significantes (linguagem, histórias, discursos):“Ao nos equipar com
uma subjetividade individual, ao nos atribuir uma identidade, um sexo, uma profissão, uma
nacionalidade e assim por diante, a sujeição social produz e distribui lugares e papéis dentro e para
a divisão do trabalho. Através da linguagem, ela constitui uma armadilha semiótica significante e
representativa da qual niguém escapa. A sujeição social produz um ‘sujeito individuado’ cuja forma
paradigmática no neoliberalismo tem sido a do ‘capital humano e do ‘empresário de si’.
p 44 - “da mesma maneira, nunca é um indivíduo que pensa ou que cria, mas um indivíduo dentro
de uma rede de instituições (escolas, teatros, museus, bibliotecas etc.) de tecnologias (livros, redes
eletrônicas, computadores, etc.), de fontes de financiamento público e privado, imerso em tradições
de pensamento e práticas estéticas, engolfado em uma circulação de signos, ideias e obras que o
forçam a pensar e criar”
p59 - “A invenção do cinema deu a ver uma realidade que se expressa sem passar pela
representação ou mediação linguística. Não era mais necessário traçar signos e simbolos pra mostrar
um objeto, seres e relações. A realidade significava a si mesma. Na arte, uma ruptura radical ocorreu
no início do século XX, quando o ready-made, seguindo o exemplo do cinema, foi significado por
meio do próprio objeto e sem o auxilio do signo ou da linguagem. Os ready-mades não são
propriamente representações, mas apresentação.”
p 62 - “Guattari distingue diferentes tipos de smióticas, que não são medidas ou hierarquizadas
segundo a linguagem humana: codificações a semióticas naturais (sistema cristalinos e DNA, por
exemplo), semiologias significantes, incluindo smiologias simbólicas (ou pré-significantes,
gestuais, rituais, produtivas, corporais, musicais, etc.), semiologias de significação e, finalmente,
semióticas a-significantes (ou pós significantes). Isto representa a mais importante contribuição de
Guattari para a compreensão do capitalismo e da produção de subjetividade”
p68: “ as significações dominantes (identidade, sex, profissão, nacionadade etc.) das quais é dificil
escapar (individualmente escapa-se através da loucura, da infancia, do alcool, das drogas, da
criação, da paixão amorosa ou coletivamente através da ação política), são produzidas na
intersecçnao de um duplo processo de formalização: da máquina linguistica que automatiza essas
expressões, interpretações e respostas impostas pelo sistema, e da formação de poderes que
produzem significados”
p70: “as sinteses disjuntivas inclusivas das sociedades arcaicas (‘eu sou um jaguar’) não são mais
encontradas senão entre loucos, crianças, artistas e poetas (‘eu sou um outro’). A maquina de
significaçnao linguistica opera e impoe disjunções exclusivas (você é um homem, você é uma
mulher, ) que impedem devires, processos heterogeneos de subjetivação; reconhece apenas
identidade definidas por essas significações (homem, criança, animal) e por funções especializadas
(operario, patrao, estudante) A estrutura da máquina de significaçnao moderna combate as sistenses
disjuntivas inclusivas, concentrando toda subjetividade e expressividade no homem ao reduzir o
outro (natureza, objeto, cormos) a um objeto”
p 80: “se a maquina não é, como no modelo inspirado pela ferramenta, uma prótese ou um órgão,
então a relação humanos-maquinas não pode ser reduzida nem a uma incorporação, nem a uma
exteriorização. As relações homem-maquinas são sempre da ordem de um acoplamento, de um
agenciamento, de uma conexão, de uma captura. Varias geraçnoes de ativistas italianos cresceram
lendo os Grundisse de Marx, cujo titulo na tradução italiana é Frammento sulle macchine. Porém
hoje as maquinas parecem ter desaparecido da teoria crítica”
p85 - “ Embora possamos distinguir diferentes semióticas para as necessidades de análise, os modos
de expressão são sempre o resultado de semióticas mistas, que são ao mesmo tempo significantes,
simbólicas e a-significantes”
p 89: “o sujeito individual, sua soberania e seu comportamento racional, aniquilados pelo
funcionamento real do mercado de ações, deve literalmente ser reconstruído e refabricado por
semiologias significantes, pela comunicação e pela congnição. O discurso dos economistas, da
mídia, dos experts e juízes cria a crença de que é, de fato, o sujeito individual que age e que deve,
por isso, ser remunerado. Através das semióticas de significação são produzidos as histórias, a
informação, os comentários e os discursos que constrõem e legitimam a funçnao e o papel desses
sujeitos individuados (os operadores financeiros) diante da opinião publica.
“a força ideoleogica das semiologias significantes não reside no fato de que ela nos impede
de pensar ou da mera manipulação que ela exerce (embora possa fazer ambas as coisas), mas antes,
em sua habilidade de efetuar uma mutaçnao na subjetividade. Os ritornelos do neoliberalismo (seja
produtivo, seja um empreendedor de si, fique rico etc) estão lá exatamente para empreender essa
situação. Eles não escondem a realidade de nós; em vez disso, nos dotam de uma relação com o
tempo, com o espaço e com os outros, fazendo com que existamos em qualquer lugar do mundo,
desde que nossa subjetividade seja arrematada pela desteritorializaçnao capitalista e devolvida na
forma do empreendedor, do indivíduo bem sucedido, do competidor e assim por diante.
P94: “Da mesma maneira que uma economia do desejo supostamente indiferenciada necessita de
semióticas significantes e de leis para se estruturar, nos processos de subjetivação política,
precisaríamos, segundo as diferentes teorias, do estado, do soberano ou do partido e seu cetralismo
democratico para organizar e disciplinar a espontaneidade anárquica das subjetividades.
P96: “o cinema, cujos efeitos derivam, sobretudo, do uso que é feito de semióticas simbolicas a-
significantes (encadeamentos, movimentos internos de figuras visuais, cores, sons, ritmos, gestos,
fala, etc., como diz Guattari), representa por um breve momento a possibilidade de ir além das
semiologias significantes, de contornar individuações personológicas e abrir-se para devires que não
estavam inscritos nas subjetivações dominantes”
p101: “as ordens não são primeiramente emitidas por meio do discurso, mas por meio de
dispositivos que utilizam semióticas a-significantes”
“Apenas idiotas como Alain Finkielkraut ainda pensam que a responsabilidade pela
‘degradaçnao’ da língua reside nas crianças pobres das escolas, nos filhos de imigrantes, na
juventude etc., quando , como Pasolini já havia mostrado nos anos 1960, isto é responsabilidade da
empresa privada e de seu marketing”
p 113: “De acordo com Deleuze e Guattari, o neocapitalismo se caracteriza pela univocidade do
conceito de produçnao: produção de mercadorias e de modos de subjetivaçnao. “ele lança modelos
(subjetivos) da mesma forma que a industria automobilistica lança uma nova linha de carros”. O
capitalismo fabrica o indivíduo, moldando seu corpo e sua psique, equipando-o com modos de
percepçnao e semiotização, e com um incosciente que se esforça em introduzir um proprietário
burguês em cada trabalhador”
p125: “a batalha travada pelos intermitentes sobre a questão da enunciação, das cateogiras e dos
discursos se insurge contra uma nova estratégia e contra novas técnicas semióticas: silenciar os
leigos, o cidadão e o publico ao faze-lo falar; preparar sua exclusão ao faze-los participar; mante-los
a distancia consultando-os, ouvindo suas queixas através de um exercito de jornalistas, de experts e
pesquisadores. Vivemos em um mudo comum projetado pelas semitocias do marketing,
publicidade, consumo, televisão e internet. O acesso a essas semióticas comuns não só não é
negado, mas é incentivado: devemos nos integrar, devemos participar de maneira ativa. A esclusão
dos goernados e a neutraliação de sua fala singualr são poduzidas a partir da inclusão de suas
modalidades de expressão dentro de um espaço semiótico comum. Nas sociedades de segurança, o
problema não é a escassez de fala, mas a sua superabundancia, o consenso e o conformismo que sua
circulação pressupoe e produz.
O espaço público está saturado com a circulação de signos, imagens e palavras e com a
proliferaçnao de dispositivos de sujeição que, ao encorajar e solicitar que falem e se expressem,
impedem a enunciaçnao singular e neutralizam processos heterogeneos de subjetivação. Pois, para
que uma enunciaçnao, uma fala singular seja possível, a comunicaçnao compartilhada deve ser
interrompida, deve-se deixar a infinita tagarelice do consenso midiativo forçar rupturas no espaço
publico, do mesmo modo como, para poder ver, devemos nos retirar do incessante bombardeio de
clichês visuais. Em outras palavras, para existir politicamente, para simplesmente existir, mais que
integrarmos o mundo comum, devemos singularizá-lo, esto é, devemos impor uma diferenciaçnao
existencial e política por meio da criação de novas clivagens, novas divisões. A especificidade de
um mundo comum, sua singularidade e sua diferença devem ser afirmadas ‘num tempo em que os
efeitos de nivelamento de informaçnao e de participaçao social são reforçados diariamente’. A
singularidade , a divisão e a diferença não estão dadas de antemão: elas tem que ser inventadas,
construídas.”
p137: “a mídia faz mais do que tranmitir palavras de ordem. Ela as atualiza, as desdobra em
mundos e universos de imagens, de palavras e de signos, através de histórias e narrativas que não
descrevem o real, mas o instituem. Michel de Certeau sintetiza de maneira muito eficaz essa nova
funçnao narrativa da semiótica significante: “o grande silencio das coisas muda-se no seu contrário
através da midia. Ontem constituido em segredo, agora o real tagarela. Só se veem por todo o lado
noticias, informações, estatisticas e sondagens. Jamais houve uma história que tivesse falado ou
mostrado tanto … os rlatos do que esta acontecento constituem a nosso ortodoxia. Os debates de
numeros são as nossas guerras teológicas. Os combatentes não carregam mais as armas de ideias
ofencivas ou defensivas. Avançam camuflados em fatos, em dados, em acontecimentos.
Apresentam-se como os mensageiros de um real… Mas, de fato, elas o fabricamsimulam-no usam-
no como mascara, atribuem a si o crédito dele, criam assim a cena da sua lei’. A injunção veiculada
pelas semióticas significantes de números, estatisticas e deficits é posta em discurso e enuncia
imperiosamente: ‘cale-se’. Isso é o que exprimem, nas entrelinhas, o jonalista da impresan, o
apresentador de televisão e o representante político, com a ajuda de estatisticas e pesquisas: ‘estes
são os fatos. Eis os dados, as circunstancias etc. Portanto, vocie deve...’ A realidade narrada
constantemente nos diz o que deve ser acreditado e o que deve ser feito”
p 139: “ a analise de Deleuze e guattari acerca da psicanálise pode nos ajudar a compreender como
as maquinas de sujeiçnao semiotica funcionam. A psicaálise representa um processo de sujeiçnao
securitária pois funciona como um dispositivo que, na sua incitaçnao a fala, por uma lado, fixa a
funçnao sujeito no corpo do indivíduo e, por outro, impede que enunciados singulares sejam
formulados. A psicanálise surgiu e se desenvolveu no momento em que as sociedades disciplinares
começaram a bascular em direçnao as sociedades de controle. Assim, enquanto o hospital
psiquiátrico é um dispositivo disciplinar que exerce suas técnicas sobre os corpos e a realidade
mental do doente num espaço fechado, a psicanálise é um dispositivo de segurança que excerce,
através da la, um poder sobre os corpos e a realidade mental do doente num espaço aberto”
p143: “A fim de articular uma enunciação ‘verdadeira’ que re-singulariza uma ‘semiótica comum’,
com capacidade para criar novas clivagens, pontos de vista ‘polemicos’ com os quais fosse possível
se exprimir, devemos interromper a circulaçnao de linguagem, signo e semióticas midiáticas
destinadas a ‘todos, mas verdadeiras para ninguém’”
p150 “assim como o performativo codifica enunciações, enunciados e seus efeitos, ele também
institucionaliza locutores e ouvintes, com seus respectivos papeis e status, bem como o espaço
público de seus atos. Os sujeitos que surgem aqui não correm riscos, não se envolvem
pessoalmente. Eles encaixam sua fala e suas subjetividades nas formas estabelecidas das conveções
linguisticas.
p 173: “As formas coletivas de mobiliação política contemporânea, sejam manifestações de rua ou
lutas ‘sindicais’, sejam pacíficas ou violentas, são atravessadas por uma mesma problemática: a
recusa da representaçnao e da experimentação e a invenção de formas de organização e de
expressão que rompem com a tradiçnao política moderna baseada na atribuição do poder a
representates do povo ou das classes.
A democracia representativa se transformou progressivamente numa articulaçnao do estado,
já que os partidos políticos e os sindicatos, atraves de um processo que foi se desenrolando ao longo
do sec xx, tornaram-se parte integrante de suas instituições. “
p 174: “na realidade, tanto a representaçnao linguageira quanto a representaçnao política constituem
uma tomada de poder que sobrecodifica, hierarquiza, subordina as outras semióticas e as outras
modalidade de expressão. As duas formas de representação nos sistemas de singose nas instituições
políticas, são solidárias, e toda ruptura poítica requer que tanto uma quanto a outra se desfaçam.
P185: “o essencial da ‘crise atual’ está na incapacidade das forças capitalistas em articular a
dimensão discursiva e existencial; na impossibilidade de agenciar conjuntos de fluxos economicos,
sociais, tecnologicos atualizados e a dimensão virtual e incorporal da produção de subjetividades,
territorios existenciais e universos de valores. Se a produçnao de subjetividade não se articula a um
campo social, a uma produçnao, a uma política, a uma língua e assim por diante, teremos como
acontece atualmente, uma patologia da subjetividade (racista, xenofoba, individualista, voltada para
seus próprios interesses) as pavras de ordem sobre emprego, pleno emprego, salario, trabalho,
defesa do bem estar social e assim por diante, que deveriam se articular com a subjetividade, não
geram processos de subjetivaçnao, pois não se abem para novos mundos, não constituem uma
matéria de escolha para a subjetividade contemporanea.
Cap VII – Enunciaçnao e politica. Uma leitura em paralelo da democracia Foucault e ranciere
p195: “a resposta do capitalismo para essa questão é a constituição de um mercado da vida, emque
cada pessoa adquire a existencia que lhe convem. Não são mais as escolas filosoficas, como na
grecia antiga, nem o cristianismo, nem o projeto revolucionário dos seculos XIX XX que propoem
modos de existencia, modelos de subjetivaçnao, mas as empresas, a midia, a industria cultural, as
intituições financeiras do estado de bem estar social, o seguro-desemprego”
p199: “Para Foucault, a parresia, para tomar emprestada uma fórmula de Guattari, sai da língua,
mas da pragmática, tal como a filosofia analítica a define. Não há racionalidade ou lógica
discursiva, porque a enunciação não está indexada as regras da língua ou da pragmática, mas ao
risco de uma tomada de posição, a autoafirmaçnao existencial e política. Não há uma língua; há
uma estética da enunciaçnao, no sentido de que a enunciação não verifica o que já existe
(igualdade) mas se abre a algo de novo, que surge pela primeira vez através do próprio ato de falar”
p201 “Como Guattari, Foucault nos previne de que não é possível se opor a liberdade neoliberal
que, na realidade, exprime a vontade política de restabelecer hierarquias, desigualdes e privilégios,
unicamente atraves da politica igualitária. Isso seria fazer a economia das críticas dos movimentos
políticos ao igualitarismo socialista, bem antes dos liberais”
p 204: “ no modelo de Foucault, a questão não é fazzer contar os sem parte, nem demonstrar que
eles falam a mesma língua dos seus mestres. A questão é de uma transvaloração de todos os calores
que concerne também, e sobretudo, aqueles sem parte e o seu modo de subjetivaçnao. Na
transvaloraçnao a igualdade se conjuga com a diferença, a igualdade politica com a diferenciação
ética. Encontramos nietzsche novamente através dos cinicos, aqueles que foram celebrados na
historia da filosofia como falsificadores, como aqueles que alteraram o valor.
A divisa dos cinicos, mudar o valor da moeda, se refere tanto a alteração da moeda
(nomisma, quanto a alteração da lei (nomos). Os cinicos não pedem reconhecimento, não procurarm
se fazer contar ou incluir. Eles criticam e interrogam as instituições e os modos de vida de seus
pares através da autoexperimentaçnao e do autoexamene, da exprimentaçnao e da analise dos outros
e do mundo”
p205: “Ao inves de uma cena, os cinicos nos fazem pensar nas performances da arte
contemporanea, em que a exposiçnao publica (no duplo sentido de se manifestar e se colocar em
perigo e risco) não se faz necessariamente pela linguagem, ela fala ou atraves de semioticas
significantes, nem mesmo pela forma da dramaturgia teatral da encenaçnao de personagens,
interlocução e diálogo. Como funciona o processo de subejetivaçnao que se abre para uma vida
outra e um mundo outro.? Não apenas atraves da fala e da razão. Os cinicos não são apenas seres
falantes, mas também corpos que enunciam algo, mesmo se essa enunciaçnao não passa pelas
cadeias significantes. Satisfazer suas necessidades (comer, defecar) e seus desejos (se masturbar,
fazer amor) em público, provocar, escandalizar forçar os outros a pensar e a sentir – são todas elas
tecnicas performáticas que convocam uma multiplicidade de semióticas.
O cajado, as vestes, a pobreza, a errancia, a mendicancia, as sandálias, os pés nús etc. Pelos
quais os cinicos exprimem seu modo de vida, são modalidades não verbais de enunciaçnao. Os
gestos, as ações, o exemplo, o comportamtneo, a presença fisica constituem práticas e semioticas de
expressão dirigidas aos outros atraves de outros meios que não a fala. Nas performances cinicas, a
língua tem mais que uma funçnao denotativa e representativa; ela tem uma funçnao existencial. Ela
afirma um ethos e uma politica, ela ajuda a constuir territorios existenciais, para usar os termos de
guattari”
P 210: “a politica não deve ser buscada na instituiçnao democrática (sob a forma representativa ou
grega), já que o capitalismo em sua dupla implicação da subjetividade (sujeição e servidão) que
constitui o ponto e o vetor de subjetivaçnao. É impossível pensar e praticar a subjetivaçnao se esta
ultima não se articula e não rompe com os fluxos economicos, sociais, maquinicos, semióticos do
capital. Apenas na rptura com a economia e a partir das possibilidades de mutação da subjetividade,
aberta por essa ruptura, é que os agenciamentos coletivos de enunciação sernao capazes de destitui
as subjetivações personológicas (trabalhador, consumidor, telespectador, etc. ) nas quas os
indivíduos se alienam.
P 211: “se a politica é indistinguivel da formação do sujeito ético, então a questão da organizaçnao
se torna central, embora de uma maneira diferente daquela presente no modlo comunista. A
reconfiguraçnao do sensível, a constituição de si, é um processo que deve ser objeto de um trabalho
militante que guattari, prolongando uma intuição de foucault define como trabalho politico analitico
p 213: “A questão politica é , portantoL como podemos inventar e praticar a igualdade sob essas
novas condiçnoes de subjetivaçnao? Com guattari podemos colocar a questão olhando diretamente
para a nossa situação atual. Como podemos inventar e praticar tanto a ingualdade quanto a
diferenciaçnao ética (singularizaçnao) rompendo, ao mesmo tempo, com as servidões maquinicas e
as sujeições sociais do capitalismo contemporaneo, que exercem esse duplo domínio sobre a nossa
subjetividae?