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1.° esteja iminente o perigo de morte, e não haja tempo para um ou mais sacerdotes
poderem ouvir a confissão de cada um dos penitentes;
2.° haja necessidade grave, isto é, quando, dado o número de penitentes, não houver
sacerdotes suficientes para, dentro de tempo razoável, ouvirem devidamente as
confissões de cada um, de tal modo que os penitentes, sem culpa própria, fossem
obrigados a permanecer durante muito tempo privados da graça sacramental ou da
sagrada comunhão; não se considera existir necessidade suficiente quando não possam
estar presentes confessores bastantes somente por motivo de grande afluência de
penitentes, como pode suceder nalguma grande festividade ou peregrinação.
Comentário
Antes de prosseguirmos, vale a pena recordar que a lei, não poucas vezes, procura
responder a um determinado contexto histórico. Isso não significa dizer que a lei
canônica é limitada pelo contexto histórico, mas, sim, pode tirar dele algumas
manifestações práticas para atender o a regra máxima do Direito Canônico: “ Salus
animarum suprema lex”.
Faz-se depreender da leitura atenta do Cânon que o perigo de morte não é condição
suficiente e necessária para utilização do modo extraordinário de administrar o
Sacramento da Penitência, mas tão somente um de seus requisitos validantes. Ou seja,
para que se possa, segundo a mente do legislador, fazer-se uso de tal concessão, é
preciso que se atenda a 2(dois) requisitos:
e (conjuntivamente)
Essa mesma linha de pensamento aplica-se à interpretação do § l., II, do Cân.961. Isto é,
não basta que se tenha uma razão grave. É necessário, conjuntivamente, que os fiéis,
sem culpa própria, ficassem privadas durante muito tempo da graça sacramental ou da
sagrada comunhão.
O CIC quis deixar bastante claro, em seu § 2., que não é o sacerdote quem vai julgar a
“grave necessidade”, mas tão somente o bispo diocesano em consonância com os
critérios acordados pela Conferência Episcopal da Região.
Para ser exaustivo, convém recordar, como bem o fez o § 2., que o fato de haver
grandes fiéis em peregrinações não justifica o “motivo grave” para a concessão da
absolvição coletiva. Nesse caso, o melhor seria que se confessassem individualmente os
que pudessem, e depois, noutro momento, o restante dos peregrinos se confessassem
oportunamente.
Fazendo uma análise crítica da aplicação deste Cânon, pensamos que houve um grande
abuso em diversas partes do mundo da utilização da “Absolvição coletiva”, aqui no
Brasil cunhada de maneira imprópria como “Confissão Comunitária”. Isso acabou
gerando uma considerável confusão na compreensão dos fiéis sobre o Sacramento da
Penitência, como se dependesse da escolha individual do fiel optar por “confissão
auricular” ou “confissão comunitário”. Nada mais equivocado!
Isso se deu - seja por comodidade ou preguiça do sacerdote, seja por um desejo sincero
de salvar almas - por uma interpretação ampla do Cân.961, quando na verdade a
interpretação deveria ser restritiva, nas palavras do Beato Paulo VI: “A absolvição
coletiva não pode converter-se em forma ordinária, pois tem um caráter meramente
excepcional”. (Discurso de 20 de abril de 1978, Paulo VI)