Sei sulla pagina 1di 102

INFRAESTRUTURA CONTABILÍSTICA

ALCIDO MANUEL JUANIHA, MSC

1
AGENDA

1. O reporte financeiro
1.Componentes das demonstrações financeiras e
os novos desafios do reporte financeiro
2.Os requisitos da informação financeira

1. O papel da contabilidade no desenvolvimento


económico
1.O conceito de desenvolvimento económico
2.Fronteiras do sistema contabilístico e o seu 2

papel no desenvolvimento económico


VISÃO GERAL

Recentemente, a necessidade
pelo relato financeiro
responsável tem sido sujeito ao
incremento do foco dado pelos
mercados nos lucros
corporativos, nos recentes
tumultos no mercado
internacional e as banca-rotas
nos EUA, etc.

3
VISÃO GERAL
Dicutindo desafios do reporte financeiro, Hunt (2001)
identifica alguns desafios preocupantes do relato
financeiro:
 Algumas empresas sentem incrementada a pressão
para encontrar níveis de resultados passados e
projetados, outros gestores manipularam os
resultados para sustentar o preço das ações,
causando a perda de billiões de dolares dos
investidores e a confiaça do mercado.
 Outras incrementaram o seu uso de informação pro-
forma para disseminar versões de sua performance,
algumas vezes excluido os custos e despesas reais.
4
VISÃO GERAL

Com resultados sub pressão e a compesação


executiva ligada aos preços das acções, mais
empresas podem ser esperadas que usem
“truques” contabilisticos para esconder falhas
nos resultados/lucros.

5
VISÃO GERAL

Entender o papel do relato financeiro pode


contribuir para sensibilizar e convencer os
contabilistas, políticos, parlamentaristas,
autoridades governamentais, membros da
comunidade empresarial e o público em geral
sobre a pertinência e urgência no debate sobre
como melhorar o relato financeiro em
Moçambique.
6
COMPONENTES DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS

Conceito e os usuarios das demonstrações financeiras

 Demonstrações financeiras são representações estruturadas


da posição financeira, resultados e mudanças da posição da
empresa ao longo do tempo.
 Seu objetivo consiste em prover informação acerca da
posição financeira, desempenho e o fluxo de caixa de
determinada empresa para um conjunto de usuários no
processo de tomada de decisões economicas. 7
COMPONENTES DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS

O American Institute of Chartered Public Accountants (1991)


coloca que:
“sem adequada informação, usuários da informação
empresarial não podem julgar apropriadamente as
oportunidades e riscos de investimentos...”

Os usuários das DF, compreendem os atuais e potencias


investidores, empregados, governantes e suas agências e o
público.
8
USUÁRIOS DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Investidores

Gerentes Empregados

Público
Demonstrações Credores
Financeiras

Fornecedo
res e
Clientes
outros
credores
Governo e 9
suas
Agencias
LIMITAÇÕES DA DF´S

Glein e Flesher (2001) apresentaram as seguintes


caracteristicas e limitações das Demonstrações Financeiras:
 Maior parte da informação é expressada em termos de
unidades monetárias;
 É focalizada nas entidades individiais;
 A informção fornecida envolve: estimativas, julgamentos,
classificação, sumarização, e alocação.
 O critério do custo e benfício
 Não é a unica fonte de informação requerida no processo
10
de tomada de decisões económicas.
COMPONENTES DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS

Um completo conjunto de informações financeiras inclui:


 Um balanço
 Uma demonstração de resultados
 Uma demonstração de fluxo de caixa
 Demostração de mudanças no património líquido
 Notas explicativas
Em algumas indústrias, o conjunto de informações inclui
outros documentos adicionais:
 Demosntração do valor adicionado (DVA) 11
COMPONENTES DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS

O empreendimento é normalmente encorajado a a


presentar, adicionalmente, um relatório da gestão,
descrevendo as principais características do
desempenho, posição financeira e incertezas.

12
COMPONENTES DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS

O relatório de gestão normalmente inclui uma revisão de:


 Os principais factores e influencias determinantes do
desempenho, incluido mudanças no ambiente em que
opera e as respostas da gestão.
 As politicas de investimento e de dividendos.
 Fontes de recursos e sua política de adequação,
políticas de gestão de risco.
 As forças e os recursos da empresa que não estão nas
DF´s.
13
COMPONENTES DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS

 Conforme Macuaca (2003), recentmente tem se


debatido sobre disconecção entre a informação
financeira requerida para as necessidades dos
investidores e credores.
 O problema é que as DF´s tradicionais foca-se na
entidade.
 Para Upton (2001) o modelo de contabilidade deve
capturar e reportar a criação de valor para a entidade.
14
COMPONENTES DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS

 A resposta a estas questões foi proposto o paradigma


TVC (Total Value Creation), que providencia
informações sobre
 Capital intelectual
 Performance ambiental
 Mensuração da criação do valor para o acionista
 O modelo é desenhado para dizer “ onde as coisas
estão indo em vez de dizer de onde vêm”
15
COMPONENTES DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS

 A poluição do ambiente tem sido um proeminente problema


político, económico e social em todo o mundo. Medidas são
tomadas para proteger o ambiente, reduzir, prevenir os
efeitos da poluição.
 Consequentemente, a necessidade de informação sobre o
ambiente emergiu:
 Investidores querem saber se a performane ambiental afecta a
saúde financeira da ampresa e como se podem utilizar as
informações financeiras para gerir os riscos ambientais.
 Proprietários e accionistas querem saber sobre o impacto da
performance ambiental no retorno financeiro.
16
COMPONENTES DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS

Em Moçambique, o modelo TVC e


questões ambientais que devem ser
reportadas ainda não são discutidas
profundamente mesmo no ambiente
académico. Este facto reflete a fragilidade
da infraestrutura contabilistica no país.
17
COMPONENTES DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
Os requisitos qualitativos da informação financeira

Relevância

Comparabi Informação Compreen


lidade
Financeira sibilidade

Verificabilid 18
ade
CADEIA DE FORNCEIMENTO DE INFORMAÇÕES
FINANCEIRAS

Gestores
Conselho de directores
Preparam e são
responsáveis pelas Auditor Externo
DF´s. Aprova as DF´s
Analista de Mercado
Atestas as DF´s.
Analisa as DF´s, e os
investidores e
outros interessados
tomam suas
decisões.

19
O PAPEL DA CONTABILIDADE NO
DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO

 Conceito de desenvolvimento económico


 O desenvolvimento económico envolve não apenas as
mudanças económicas, mas também sociais, politicas,
tecnológicas e culturais. A ideia do desenvolvimento é de
providencias o bem-estar.
 Pode ser definido como o processo de aumentar o nível de
utilização e melhoria da produtividade dos recursos disponíveis
no país, o que leva ao melhoramento do bem estar económico
da comunidade estimulando o crescimento da renda nacional
(Eshag, 1983)
20
O PAPEL DA CONTABILIDADE NO
DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO

 Os indicadores usados para avaliar o paises em


desenvolvimento incluem:

 Baixo nível de produtividade


 Baixo nível de vida
 Alta taxa de crescimento populacional e dependência de encargos
 Alta taxa de desemprego e subemprego
 Significante dependência da produção agrícola e exportação de bens
primários
 Dominação, dependência e vulnerabilidade nas relações
21
internacionais.
O PAPEL DA CONTABILIDADE NO
DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO

 Baixos níveis de padrão de vida podem ser causados por politicas


domesticas e internacionais
 Domesticas
 Crescimento, pobreza e distribuição da renda
 Desemprego
 Crescimento populacional
 Educação
 Transformação agricola e desenvolvimento rural

 Internacionais
 Comércio internacional
 Investimento e ajuda Externa
 Ordem económica internacional
22
 Balança de pagamentos
O PAPEL DA CONTABILIDADE NO
DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO

A economia do desenvolvimento, uma área das


ciências económicas, lida com ferramentas
económicas, sociais para causar mudanças no
desenvolvimento dos países em desenvolvimento.

Ela discute as formas de económica, social e


institucionalmente trazer aos países um decente
padrão de vida. 23
O PAPEL DA CONTABILIDADE NO
DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO

Vários pesquisadores demonstraram que o


crescimento económico esta ligado a
adequabilidade do sistema contabilistico em
cada país.

Outras pesquisas em contabilidade, demostraram


existir uma alta correlação entre a performance do
sistema contabilistico e o desenvolvimento
económico nacional. 24
O PAPEL DA CONTABILIDADE NO
DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO

Por essa razão, Riahi-Belkaoui (1994) argumenta que:

“ Como os países em desenvolvimento sofrem de


relativamente de baixas taxas de crescimento,
podemos, talvez dizer, seguramente, que acções no
desenvolvimento da contabilidade são urgentes nos
países em desenvolvimento”
25
O PAPEL DA CONTABILIDADE NO
DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO
Factores que suportam e sustetam acorrelação entre a
performance do sistema contabilistico e o desenvolvimento
económico nacional:
 A performace dos três sistemas contabilisticos (Empresarial,
Governamental e Nacional)
 A performance dos subsistemas da contabilidade
 Ausência de uma contabilidade sólida como obstáculo ao IDE
 A qualidade da contabilidade e da informação financeira para as
instituições financeiras.
 Transparência e accountability protegem o país da corrupção e
levam a boa governação
 Falta de profissionais qualificados. 26
FRONTEIRAS DO SISTEMA CONTABILÍSTICO E O SEU
PAPEL NO DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO

Contabilidade empresarial
Contabilidade Governamental
Contabilidade Nacional

27
FRONTEIRAS DO SISTEMA CONTABILÍSTICO E O SEU
PAPEL NO DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO

Contabilidade empresarial contempla a contabilidade financeira e a


contabilidade de gestão. Os principais papeis da contabilidade empresarial no
desenvolvimento consiste em mensurar a alocação e o eficiente uso dos recursos
escassos. Nomeadamente:
 Desenvolvimento do comércio, industria e administração pública
 Medir o esforço da industrialização e a mobilização de capital
 Funcionamento do Mercado de Capitais
 Providenciar a informação para o governo
 Vital para a emergência do sector privado
 Planeamento da economia

28
FRONTEIRAS DO SISTEMA CONTABILÍSTICO E O SEU
PAPEL NO DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO
Contabilidade Nacional
 Conhecida como contabilidade económica, social ou macro-
contabilidade, descreve sistematicamente e
quatitativamente a estrutura e as actividades da
economia nacional em determinado periodo.
 As contas nacionais são obtidas a partir das Demostrações
de Resultados e Balanço das empresas. Ajudam na
planeamento nacional, direcionado o planeamento
económico e orçamental do governo.

No contexto da integração económica os desafios são a


promoção da accountability, transparência e boa governação.
29
FRONTEIRAS DO SISTEMA CONTABILÍSTICO E O SEU
PAPEL NO DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO
Contabilidade Governamental/Pública

Lida com coleeção mensuração, processamento, comunicação e


controlo das despesas e receitas governamentais.
De acordo com o IFAC (2000) o objectivo geral do reporte financeiro
nas intituições públicas consiste em prover informações úteis para a
tomada de decisões, e demonstrar a accountability da entidade sobre os
recursos a ela confiados por meio de:

 Prover informações acerca das fontes, alocação e o uso dos


recursos financeiros.
 Prover informações acerca do financiamento da entidade e alcance30
dos seus objetivos financeiros
FRONTEIRAS DO SISTEMA CONTABILÍSTICO E O SEU
PAPEL NO DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO

Contabilidade Governamental/Pública

 Prover informações para avaliar a habilidade da entidade em


financiar suas actividades e honrar com os compromissos
 Prover informações sobre as condições financeiras da
entidade
 Providenciar informações em termos de performance, custo
dos serviços, eficiencia e realizações.
31
FRONTEIRAS DO SISTEMA CONTABILÍSTICO E O SEU
PAPEL NO DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO

No terceiro mundo existe a urgência e necessidade em atrair e


reter contabilistas apropriaamente treinados, qualificados e
motivados para a pratica da contabilidade Governamental.

Enquanto a baixa compensação é a principal causa do


problema, o treinamento relevante e reconhecimento no
sector público é fraco.

Os contabilistas governamentais necessitam de treinamento


em áreas como: orçamento, processamento de doações, gestão
de caixa em adição a contabilidade governamental tradicional.
32
REGULAÇÃO CONTABILISTICA

33
REGULAÇÃO CONTABILISTICA

 Visão geral
 O desenvolvimento das normas de contabilidade é um dos factores
desafiadores mais importantes no paises de terceiro mundo na
criação de condições e infraestrutura para ajudar e suportar o
desenvolvimento e crescimento económico.
 Internacionalmente, a fraca ou falta de uma contabilidade comum
serve-se como um dos factores de sinificante impedimento para a
globalização dos mercados de capital restrinindo a abilidade dos
investidores em tomar decisões informadas acerca das alternativas de
investimento.
34
REGULAÇÃO CONTABILISTICA

 Visão geral
 Para os investidores e outros usuários compararem as
oportunidades e para a empresa se posicionar perante seus
competidores, um framework comum de contabilidade é
necessário.
 As normas de contabilidade de alta qualidade são necessárias
para melorar a habilidade do investidor em tomar decisões
informadas, para decidir tanto em termos de risco quanto em
termos de custo de capital.
35
AGENDA
 O conceito e importância da regulação em contabilidade
 O papel das organizações de contabilidade no desenvolvimento da contabilidade

 Características das organizações profissionais


 O que as organizações fazem para o desenvolvimento da contabilidade
 Características das organizações profissionais
 O que as organizações fazem para o desenvolvimento da contabilidade
 Regulação da contabilidade em Moçambique

36
REGULAÇÃO CONTABILISTICA

Conceito
 Conforme o Australian Accountin Standards
Board (ICAA, 1994) normas de contabilidade são
regras que estabelecem os requisitos para o
reconecimento, mensuração e divulação de
transações e outros eventos em geral com
proposto do reporte financeiro das companhias.
37
REGULAÇÃO CONTABILISTICA

Conceito
 Conforme Entoven (1977) a regulação ou normalização
da contabilidade consiste na simplificação, unificação e
especificação nos domínios do sistema contabilistico para
trazer maior harmonia, confiabilidade, consistencia e
coordenação do sistema.
 Envolve a definição de `` terminoloia, critério para
identificação, colleção, mensuração e processamento de
dados, organização de contas e tabelas e procedimentos
para interação de informações em uma estrutura 38

coerente´´
REGULAÇÃO CONTABILISTICA

Ao nível nacional, conforme Entoven (1977) a


regulação/normalização pode levar várias formas
específicas:
 Aplicação mais uniforme dos conceitos, principios, regras e
procedimentos de reporte e leislação.
 Aderencia de gráficos e tabelas de contas, demostrações
especificando a classificação das categorias por unidades
económicas, industrias e sectores, e preferencialmente
aplicáveis em uma escala internacional, e
 Maior sistematização de todas atividades contabilisticas,
especificamente um plano de contas normalizado (incluindo 39

amobos aspectos, qualitativos e quantitativos)


REGULAÇÃO CONTABILISTICA

A consideração dos várias formas de normalização,


naturalmente decorrem do conceito e da necessidade
de debater sobre a harmonização das normas
contabilísticas.
A harmonização em oposição a padronização, implica
a reconciliação de diferentes pontos de vistas.
O objetivo da harmonização consiste em prover
demonstrações financeiras que podem ser
interpretadas e entendidas internacionalmente. 40
REGULAÇÃO CONTABILISTICA

Estrategias de padronização para países em


desenvolvimento
 Consoante Riai-Belkaoui (1994) o desenvolvimento dos países é
caracterizado por relativa inadequabilidade e inconfiável sistema
contabilístico e geralmente adoção de novo sistema de contabilidade não
testado.
 Países em desenvolvimento adotam diferentes abordagens, baseadas no
seu processo histórico, político, social e económico para determinar a
sua estratégia de configuração das normas contabilísticas.
41
REGULAÇÃO CONTABILISTICA

Estrateias de padronização para países em


desenvolvimento
 As principais abordagens são as seguintes:
1. A abordaem evolucionária
2. A abordagem da transferência de tecnologias
3. Adoção das normas internacionais de
contabilidade
4. A estratégia situacionista
42
REGULAÇÃO CONTABILISTICA

1. A abordaem evolucionária
 Sub esta perspectiva, o pais define um conjunto
de normas próprias sem interferencia ou
infleuncia externa.
 Define seu próprio objectivo e necessidade e
procedimentos para os alcançar desenvolvendo
técnicas, conceitos, instituições, profissões, e
educação isoladamente. 43
REGULAÇÃO CONTABILISTICA

2. A abordaem evolucionária
 O país em desenvolvimento adota esta abordagem
quando este sente o seu contexto como sendo único
suficientemente para justificar esta drástica abordagem.
 Na pratica existem quatro principais fatores que
concorrem para esta abordagem:
a) O processo de globalização
b) O desenvolvimento de um mercado financeiro internacional
c) Desenvolvimento profissional
44

d) Pesquisa e desenvolvimento da contabilidade


REGULAÇÃO CONTABILISTICA

a) O processo de globalização
 Reduz a diversidade económica , social e
política e consequentemente reduz a
demanda de normas de contabilidade e de
auditoria para informação financeira
exclusivas.
45
REGULAÇÃO CONTABILISTICA

b) O desenvolvimento de um mercado financeiro


internacional
 Durante 1990 o valor global do mercado de capitais triplicou
em termos de ações publicamente negociadas, de 9,7 triliões
USD no início da década para mais de 26 triliões USD até ao
final da década (Gardin, 2000).
 O crescimento é diretamente ligado a demanda de
informações contabilísticas confiável, compreensível,
transparente e comparável nas diferentes fronteiras nacionais.
46
REGULAÇÃO CONTABILISTICA

c) Desenvolvimento profissional
 Muitos países em desenvolvimento enfrentam o problema
da escassez de ou ausência de institutos profissionais com
experiencia e devidamente qualificados para suportar a
abordagem evolucionaria.
 Por exemplo, em uma amostra de 37 países africanos,
apenas 25 possuem institutos ou associações, e apenas 7
países tem mais 500 profissionais qualificados (UNCTC,
1991) 47
REGULAÇÃO CONTABILISTICA

d) Pesquisa e desenvolvimento da contabilidade


 Na maior parte dos países em desenvolvimento, a pesquisa e
atividades de desenvolvimento da contabilidade são
extremamente fracas, em recursos financeiros e pessoas bem
treinadas são escassas.
 Sem estes dois elementos é duvidável que um país pode
desenhar um seu próprio sistema de contabilidade sem
assistência externa.
48
REGULAÇÃO CONTABILISTICA

3) A abordagem da transferência de tecnologias


 O desenvolvimento de normas de contabilidade e de auditoria
através da transferência de tecnologia de contabilidade deve resultar
nas operações ou atividades de firmas internacionais de contabilidade,
empresas multinacionais e profissionais académicos dos países em
desenvolvimento.
 Instituições financeiras internacionais e investidores estrangeiros
requerem demonstrações financeiras apresentadas de acordo com
GAAP´s, então os contabilistas locais trabalhando para estas, devem
estar familiarizados com as praticas contabilísticas e padrões desses
países.
49
REGULAÇÃO CONTABILISTICA

3) A abordagem da transferência de
tecnologias
 De acordo com Entoven (1973) a emergência de
corporações multinacionais e o influxo de capital
estrangeiro geralmente tem uma significante influencia no
desenvolvimento, no entanto, ´´essas entidades podem ser
mais prestativas estimulando o treinamento domesticado
e desenvolvendo contabilidade nesses países``.
50
REGULAÇÃO CONTABILISTICA
3) A abordagem da transferência de tecnologias
 Enquanto a mera transferência da tecnologia da
contabilidade pareça ser um benefício directo para os
países em desenvolvimento, o problema pode estar
associado com
 A adoção de inapropriadas ou
 Inaplicáveis tecnologias,
 Ausência de apropriada infraestrutura contabilística
 Elevada dependência de experts
 Ausência de incentivos para o desenvolvimento de normas locais 51

 Perda de orgulho de alguns grupos culturais


REGULAÇÃO CONTABILISTICA

 A abordaem da transferencia de tecnoloias


Com objetivo de ajudar os países em desenvolvimento na
maximização de seus benefícios da transferência de
tecnologias em contabilidade, Needles (1997) propôs
uma estrutura conceptual em que os países
devem formular sua estratégia para a
transferência de tecnologia em contabilidade
como parte da economia, incluindo objetivos da
transferência, canais de transferência, estratégia
envolvidas, o nível em que a transferência deve
tomas lugar. 52
REGULAÇÃO CONTABILISTICA

4. Adoção das normas internacionais de


contabilidade
 A adoção das IAS envolve juntar órgãos de
contabilidade e de auditoria, nomeadamente, o IASC,
o IFAC e adopção completa das suas normas de
contabilidade e de auditoria. Ex. Paraguay e Pakistam
utilizaram esta estratégia.
53
REGULAÇÃO CONTABILISTICA

4) Adoção das normas internacionais de


contabilidade
 A vantagem teórica desta estratégia consiste na
minimização do custo de produção das normas
de contabilidade e de auditoria.
 A filiação destas entidades pode facilitar a
mobilização de ajuda externa para o
desenvolvimento da profissão. 54
REGULAÇÃO CONTABILISTICA

4) Adoção das normas internacionais de


contabilidade
 Riai-Belkaoui (1993) apresenta algumas questões. O
autor argumenta:
As normas internacionais de contabilidade para várias
transações que ocorrem em países desenvolvidos podem
ser totalmente irrelevantes para alguns dos países em
desenvolvimento.
55
REGULAÇÃO CONTABILISTICA

4) Adoção das normas internacionais de


contabilidade

Existem alumas evidencias de que as normas


internacionais de contabilidade não cobrem todas as
areas importantes da economia, assim como para vários
países em desenvolvimento.
56
REGULAÇÃO CONTABILISTICA

4) Adoção das normas internacionais de contabilidade


 Pecuária e agricultura, são grandes negócios nos países em
desenvolvimento, mas somente recentemente foi aprovada a norma
internacional de contabilidade que trata dos negócios agrícolas.
 Muitos países em desenvolvimento enfrentam o problema da inflação
nas suas economias. Mas ainda não existe uma norma clara
relativamente a este aspecto (agora temos).
 Nos países em desenvolvimento a maior contribuição do PIB é em
forma de grandes companhias que transacionam suas ações
publicamente. Um dos objetivos das normas de contabilidade
é de proteger os direitos de investidores, mas isso apenas
provoca eficiência no mercado de capitais. 57
REGULAÇÃO CONTABILISTICA

4) Adoção das normas internacionais de contabilidade


 Nos países em desenvolvimento o sector privado consiste
fundamentalmente em micro, pequenas e médias empresas tais como
empresas em nome individual, sociedades limitadas e empresas
privadas.
 Existem muito poucas empresas publicamente neociadas. No caso de
Moçambique, temos um mercado de capitais desde 1998, no entanto,
ate 2018 apenas seis empresas transacionam as suas acções
publicamente na Bolsa de Valores de Moçambique.
58
REGULAÇÃO CONTABILISTICA

 Adoção das normas internacionais de contabilidade


 O IASC (agora IASB) formula e publica as suas normas para serem
observadas na elaboração das DF´s. Essas normas antes são debatidas
e comentadas. Vários comentários tem sido feitos na literatura da
área, incluindo números estudos de relevância das normas nos países
em desenvolvimento.

 Por exemplo, Camisa(2000) investigou a adoção e compliance das


IAS no Zimbabué, e encontrou que as IAS são largamente relevantes
para o ambiente do sistema financeiro. Mas o autor nota que estas
normas não podem substituir o desenvolvimento de normas59
endogenas.
REGULAÇÃO CONTABILISTICA

4) Adoção das normas internacionais de


contabilidade

 Vários estudos tem criticado o papel do ocidente e as agencias


doadoras nas tentativas crescentes dos paises em desenvolvimento
em adotar as IAS.

60
REGULAÇÃO CONTABILISTICA

4) Adoção das normas internacionais de


contabilidade
 Walace e Briston (1993) argumentam que o grande problema é que
muitas bem intencionados experts trazem ao mercado imaturo
soluções cozidas que nem eles nem as nações receptoras
entendem.
 O autor argumenta que problemas de contabilidade e de
accountability podem ser únicos em cada pais e estas agencias
poderiam colaborar com os países receptores para aferir que a
sua assistência está em consonância com o contexto nacional.
61
REGULAÇÃO CONTABILISTICA

4) Adoção das normas internacionais de


contabilidade
 Alguns estudos notaram fortes comunalidades entre IAS e as
normas do Reino Unido e EUA e concluíram que a forte
dominância destes países nas normas e fraco envolvimento dos
países em desenvolvimento não constituem coincidência.
 Estes estudos fundamentam que a maior parte das normas das
IAS, são cópias de normas do Reino Unido e dos EUA
com forte orientação para a riqueza dos investidores
(accionistas) do que para a função social da
contabilidade. 62
REGULAÇÃO CONTABILISTICA

4) Adoção das normas internacionais de


contabilidade
 Estes argumentam que a contabilidade não pode
ser tratada como como objeto de prover
informações apenas para os investidores, mas que
sirvam de interesse para diferentes grupos
interessados.
 Assim, o papel e a relevancia das IAS nos países
em desenvolvimento permanece debativel. 63
REGULAÇÃO CONTABILISTICA

5) A estrateia situacionista
 A estratégia situacionista consiste no
desenvolvimento de normas em uma analise dos
princípios de contabilidade e de praticas dos países
desenvolvidos, mas tendo em consideração a
prevalência do ambiente politico, social e económico.
 Egipto e India são exemplos de países que dotaram
esta estratégia.
64
REGULAÇÃO CONTABILISTICA

5) A estratégia situacionista

 Contrariamente a abordagem da adoção das normas


internacionais de contabilidade, esta estratégia
considera a incorporação dos efeitos dos factores
ambientais nos países em desenvolvimento no
estabelecimento das normas.
65
O AMBIENTE ENVOLVENTE DA HARMONIZAÇÃO
CONTABILÍSTICA INTERNACIONAL

 As mudanças na economia mundial e a globalização, caracterizada pelo


aumento das transacções comerciais e financeiras internacionais
 Interdependência dos agentes económicos de todo o mundo
 Facilidade de deslocação das forças produtivas
 Multinacionais crescendo e tornando-se importantes para a economia dos
mercado
 Desenvolvimento paralelo no mercado de capitais e nos mercados financeiros
com a difusão e diversificação das operações existentes,
 Criação de novas operações e a transmissão de riscos empresariais
 Produção da informação financeira fidedigna, transparente e tempestiva

66
O AMBIENTE ENVOLVENTE DA HARMONIZAÇÃO
CONTABILÍSTICA INTERNACIONAL

Conceito de Harmonizacao e Padronizacao da Contabilidade


 A harmonização é um processo gradual de conciliação de
práticas contabilísticas e de definição do seu grau de variação, deve ser
distinguida da normalização que pressupõe a total uniformização
das regras.

 A normalização é entendida como um processo que procura


impor uma uniformidade de métodos e práticas contabilísticas,
através da emissão de normas.

67
O AMBIENTE ENVOLVENTE DA HARMONIZAÇÃO
CONTABILÍSTICA INTERNACIONAL

 Muitos são os países que têm vindo à aderir a harmonização


contabilística, pois os investidores, de forma geral, são atraídos para
mercados que conhecem e nos quais confiam.
 Esses países utilizam como referência as normas produzidas pelo
International Accounting Standard Board (IASB), o que facilita as
empresas o acesso a mercados de capitais a nível mundial, caso sejam
cotadas na bolsa de valores, e as capacitam a ser participantes activos na
actual economia globalizada.

68
ORIGEM DA HARMONIZAÇÃO CONTABILÍSTICA

A harmonização contabilística desencadeou-se com a globalização e a consequente


necessidade de um leque de informações contabilísticas mais vastas e mais
completas.
 Teve a sua origem, segundo Rodrigues [et al] (2004), no movimento para integração
das economias iniciado no século XVI
 2ª Guerra Mundial, com a criação e a evolução tecnológica e das indústrias de
informática e de telecomunicações, bem como o movimento de desregulamentação
financeira
 Circulação de capitais e também escândalos sobre balanços auditados
 Congressos Mundiais de profissionais de contabilidade em 1904 em San Louis, nos
Estados Unido da América.

69
ORIGEM DA HARMONIZAÇÃO CONTABILÍSTICA

 Em 1916 o Instituto de contadores americanos começava a examinar as


primeiras padronizações, que visavam facilitar a apresentação de balanços
que se tornavam sugeríveis pelas leis americanas em 1913 e 1917.
 Em 1936 a Grã-bretanha começava a preocupar-se com a pesquisa sobre
doutrinas e práticas, para encontrar uma forma de criar normas contabilísticas.
 Em Junho de 1924, mais de uma década antes dos britânicos, os contabilistas do
Brasil, já aprovaram como conclusão do seu Primeiro Congresso Brasileiro de
Contabilidade,.
 Outras contribuições muito importantes aconteceram com a criação do
IASC e da IFAC nos anos 70.
 O processo harmonizador é datado em meados do século XX e teve como
origem a procura da comparabilidade e de uma maior e melhor qualidade da
informação financeira. 70
OS ORGANISMOS ENVOLVIDOS NA HARMONIZAÇÃO
CONTABILÍSTICA

 IASC (International Accouting Standard Committee)


 União Europeia
 Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico
 Conferência das
 Nações Unidas sobre o Comércio e o Desenvolvimento (CNUCED).

71
OS ORGANISMOS ENVOLVIDOS NA
HARMONIZAÇÃO CONTABILÍSTICA

O IASC - International Accounting Standard Committee


 O IASC teve como origem o acordo das associações profissionais da Alemanha,
Austrália, Canadá, EUA, França, Holanda, Japão, México, Reino Unido e Irlanda
em 29 de Junho de 1973. Sua actividade principal consistia na emissão das
Normas Internacionais de Contabilidade (IAS) e das Interpretações da Standing
Interpretations Committee (SIC).
 De 1973 a 1988 foram emitidas 26 normas que eram na sua essência sumários
de práticas contabilísticas aceites em vários países incluindo a Estrutura
Conceptual.
 Entre 1996/2000 o IASC debruçou-se essencialmente sobre a International
Organization of Securities Commissions (IOSCO), no reconhecimento das
suas normas nas bolsas de valores.
72
OS ORGANISMOS ENVOLVIDOS NA
HARMONIZAÇÃO CONTABILÍSTICA

IASB – International Accounting Standard Board


 O IASB tem a sua sede em Londres e começou a funcionar em 2001 em
sucessão ao IASC. Posteriormente, em 2002 o SIC foi reconstituído,
passando este a ser designado de International Financial Reporting
Interpretations Committee (IFRIC), sendo que as Normas Internacionais de
Contabilidade passaram a designar-se de Normas Internacionais do Relato
Financeiro (IFRS- International Financial Reporting Standards).
 O IASB é um órgão independente que tem a função de estabelecer normas
contabilísticas para a aplicação geral, sendo que a sua primeira norma, IFRS1, foi
emitida em Junho de 2003.

73
OS ORGANISMOS ENVOLVIDOS NA
HARMONIZAÇÃO CONTABILÍSTICA

IASB – International Accounting Standard Board


Tem como objectivos:
 desenvolver, no interesse público, um conjunto de normas de Relato Financeiro
de alta qualidade, "Global Accounting Standards" orientadas para as Bolsas de
Valores Mundiais e para outras entidades, que sejam úteis na tomada de
decisões económicas
 Promover o uso e a rigorosa aplicação das normas;
 Trabalhar activamente com as Comissões de Normalização Contabilísticas
dos vários países (Accounting Standards Setting Bodies – ASSB) com vista
à convergência da normalização contabilística.
74
OS ORGANISMOS ENVOLVIDOS NA
HARMONIZAÇÃO CONTABILÍSTICA

IASB – International Accounting Standard Board

 A organização é financiada por intermédio da International Accountig


Standard Committee Foundation a partir das principais firmas de
contabilidade, instituições financeiras privadas e empresas industriais
de todo o mundo, bancos centrais e de desenvolvimento e outras
organizações internacionais e profissionais.

75
OS ORGANISMOS ENVOLVIDOS NA
HARMONIZAÇÃO CONTABILÍSTICA

UE – União Europeia
 União Europeia também reconheceu a necessidade de informação
financeira harmonizada entre os seus Estados-Membros dado o
objectivo de alcançar um mercado único europeu.
 Tendo em conta o seu objectivo, a UE começou a emitir
directivas que estabeleciam requisitos mínimos para a informação
financeira dos Estados-Membros, cujo objectivo era o de alcançar a
comparabilidade e equivalência.

76
AS SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS DAS
ESTRUTURAS CONCEPTUAIS DO IASB E DO FASB
IASB FASB
Objectivos da  Divide-os em objectivos para as empresas e para as  O IASB porém define o objectivo das demonstrações
informações organizações não lucrativas. financeiras informações sobre o desempenho, posição
financeira  O relato financeiro tem perspectivas interna e externa, financeira e alterações da posição financeira de uma
sendo que a perspectiva externa (investidores, credores entidade.
e seus consultores) são privilegiados,
 as organizações não lucrativas, o SFAC nº 4 tem por
objectivos gerais, informações que permitem aos actuais
e potenciais fornecedores avaliar a afectação dos
recursos, os serviços prestados e o desempenho dos
gestores.
Características  Divide-as em principais e secundárias, sendo as  O IASB prima pela compreensibilidade e elege na sua EC
qualitativas da características qualitativas principais: a relevância e a quatro características qualitativas a saber:
informação financeira fiabilidade. As secundárias são a comparabilidade que tem compreensibilidade, relevância, fiabilidade e
como restrição o custo versus benefício e a comparabilidade e tem como restrições à relevância e a
consistência cuja restrição é a tempestividade. fiabilidade: a tempestividade, a relação entre o custo e
 Faz referência à materialidade que deve ser vista benefício e a hierarquia entre as características qualitativas.
como limiar para o reconhecimento.
Elementos das  Balanço e as demonstrações de resultado e outras
demonstrações demonstrações, tais como demonstração dos fluxos de
contabilísticas caixa, notas e outras demonstrações explicativas, quadros
suplementares e informação sobre segmentos industriais e
geográficos e divulgação do efeito da variação dos preços.

Reconhecimento das Tanto para o IASB como o FASB, um item deve ser reconhecido desde que satisfaça a definição de elemento (ser provável 77
demonstrações que um beneficio económico futuro fluirá para a empresa) e possa ser mensurado com fiabilidade, porém o FASB sujeita o
contabilísticas reconhecimento às restrições entre custo e benefício e materialidade.
AS SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS DAS
ESTRUTURAS CONCEPTUAIS DO IASB E DO FASB
IASB FASB
Mensuração dos • Para a quantificação dos itens das demonstrações contabilísticas adoptam as
elementos das mesmas bases custo histórico, custo corrente, valor realizável e o conceito
demonstrações de valor corrente de mercado
financeiras

78
VANTAGENS DA HARMONIZAÇÃO
CONTABILÍSTICA
 Com as empresas multinacionais, diminui os esforços e o tempo dispendido pelos
contabilistas e os auditores das empresas subsidiarias
 Facilita a procura de financiamentos em mercados estrangeiros
 Facilita a elaboração das demonstrações consolidadas
 Diminui custos com a preparação das demonstrações financeiras
 Facilita a mobilização de staff de um país para outro.
 Maior liberdade na circulação de capitais
 aumento da credibilidade da informação
 Comparabilidade da informação financeira à escala internacional e maior transparência.
 Quanto às empresas de auditoria com actuação internacional, facilita o trabalho devido à
 possibilidade de utilização de princípios equivalentes tornando o trabalho menos oneroso
 Permite aos países que não tem um corpo de normas adequado utilizar as
normas Internacionais
79
DESVANTAGENS DA HARMONIZAÇÃO
CONTABILÍSTICA

 Segundo Rodrigues [et al] autores como Zweigert e Goldman (1995)


argumentam que as leis harmonizadoras frequentemente são híbridas e com
muitas cláusulas tornando o processo de difícil alcance devido à
diversidade fiscal e legal dos diferentes países.
 tem como objectivo harmonizar os interesses das partes afectadas.
 A nível interno a empresa suporta igualmente os custos de formação e de
adaptação informática

80
DUAS ABORDAGENS POSSÍVEIS: “PRINCIPLES-BASED
APROACH” VERSUS “RULES-BASED APROACH”

 Uma das principais diferenças entre as IFRS e os United States Generally


Accepted Accounting Principles (USGAAP) consiste no grau de especificidade
de regulamentação contabilística de cada grupo de normas.
 As normas norte-americanas regulam de forma pormenorizada inúmeras
questões da contabilidade, enquanto que as normas do IASB não são tão
pormenorizadas deixando mais espaço para interpretações na elaboração das
demonstrações financeiras.

81
DUAS ABORDAGENS POSSÍVEIS: “PRINCIPLES-BASED
APROACH” VERSUS “RULES-BASED APROACH”

 A crescente complexidade e a dimensão das normas do FASB deu origem a dois


problemas:
 1) as empresas que querem cumprir as normas nem sempre conseguem assegurar-se
que tiveram em consideração todas as questões reguladas;
 2) as empresas que querem contornar as normas encontram alternativas legais na
regulamentação excessivamente pormenorizada, que procura regular todas as
situações possíveis, mas não consegue

(Herz referido por Shortridge e Myring, 2004)

82
DUAS ABORDAGENS POSSÍVEIS: “PRINCIPLES-BASED
APROACH” VERSUS “RULES-BASED APROACH”

 De acordo com a abordagem baseada em princípios (“principles-based aproach”)


começa-se por definir uma base conceptual no âmbito do assunto a regular e
depois proporcionam-se orientações explicando-se o seu objectivo.
 Nesta abordagem os princípios são definidos para servir o interesse público,
sendo acompanhados por um número reduzido de regras que mostram como
esses princípios devem ser aplicados em situações específicas (Fédération des
Experts Comptables - FEE, 2004).
 Não se procura regular todas as situações pos síveis, como na abordagem
baseada em regras (“rulesbased aproach”), pois em caso de dúvida recorrer-se-á
ao princípio em questão.

83
DUAS ABORDAGENS POSSÍVEIS: “PRINCIPLES-BASED
APROACH” VERSUS “RULES-BASED APROACH”

 A abordagem baseada em princípios tem implícita a necessidade das empresas e


dos auditores exercerem julgamentos profissionais.
 O objectivo das demonstrações financeiras é fornecer uma imagem fiel e
verdadeira da posição financeira da empresa, dos resultados das suas operações
e dos fluxos de caixa do período. Segundo Shortridge e Myring (2004) tem
como vantagem:
 permite aos contabilistas a aplicação do julgamento profissional na avaliação da
substância de uma transacção;
 As normas são mais simples - compreendidos os prin-cípios estes podem ser aplicados
a um vasto leque de situações;
 As demonstrações financeiras podem reflectir de modo mais adequado o
desempenho da empresa
84
DUAS ABORDAGENS POSSÍVEIS: “PRINCIPLES-BASED
APROACH” VERSUS “RULES-BASED APROACH”

Este tipo de normativo também pode ter desvantagens, nomeadamente,


inconsistência na aplicação das normas entre organizações e eventuais problemas
em caso de litígio decorrentes do maior julgamento profissional que os
contabilistas têm que aplicar. Por isso, são necessárias as seguintes condições:
 Regras de gestão que garantam que esta assume as suas responsabilidades e opera de
uma forma ética
 as demonstrações financeiras devem evidenciar os efeitos dos julgamentos
profissionais exercidos
 os julgamentos profissionais devem ser aplicados pelos profissionais de contabilidade e
pelos auditores om objectividade e integridade, com o objectivo subjacente de
apresentar de modo verdadeiro a substância económica das transacções e eventos
 os mecanismos de enforcemente as penalidades que estejam associados ao
incumprimento destas regras devem estar alinhados com os objectivos deste tipo de
abordagem.
85
A QUALIDADE DA INFORMAÇÃO DE CADA
ABORDAGEM

 Harris e Muller (1999) analisaram as normas internacionais de


contabilidade do IASB e os USGAAP, tendo concluído que, para a sua
amostra de empresas, os valores de mercado das empresas e os
resultados divulgados são mais próximos nas demonstrações
financeiras elaboradas de acordo com as IFRS, do que naquelas que
foram elaboradas de acordo com os USGAAP.
 Concluíram também que existe pouca evidência de que as reconciliações
de IFRS para os USGAAP tornam a informação mais relevante.

86
A QUALIDADE DA INFORMAÇÃO DE CADA
ABORDAGEM

 Leuz (2003) analisou a liquidez e a assimetria da informação entre as


empresas alemãs cotadas no mercado financeiro alemão, cujas
demonstrações financeiras foram elaboradas de acordo com as IFRS ou
de acordo com os USGAAP, tendo concluído que não existiam
diferenças significativas para as variáveis em análise entre os dois tipos
de demonstrações financeiras.
 Este autor concluiu ainda que não existe evidência de que a informação
financeira elaborada de acordo com as normas norte-americanas tem
maior qualidade do que a elaborada de acordo com as normas do IASB..

87
A QUALIDADE DA INFORMAÇÃO DE CADA
ABORDAGEM

 Assim, a qualidade da informação de uma abordagem da contabilidade


baseada em princípios parece ser alcançável, desde que a prática da
contabilidade utilize a liberdade desta abordagem de uma forma ética e
profissional, em que a informação financeira transparente e útil constitua
o objectivo primordial.

88
NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA EM
PORTUGAL

 1977 com a publicação do Decreto-lei 47/77 (POC 77) que colocou em vigor o
primeiro Plano Oficial de Contabilidade, que até o dado momento não existia
qualquer harmonização do tratamento contabilístico.
 Com a adesão à UE, em 1986, Portugal ficou sujeito as Directivas Comunitárias.
Assim, a Comissão de Normalização Contabilística (CNC) foi encarregue de transpor
para o cenário interno o disposto nas Directivas que tratam matérias relacionadas
com a contabilidade.
 Decretolei 35/2005 permite as empresas não cotadas elaborar as suas contas
de acordo com o Plano Oficial de Contabilidade e as Directrizes
Contabilísticas, podendo recorrer às normas do IASB. Com entrada prevista para 1
de Janeiro de 2009, compreende dois níveis:
 Primeiro nível - Aplica-se sobretudo às entidades económicas com maiores exigências de
relato financeiro, com o objectivo de elaborar DF, atendendo o normativo do IASB.
 Segundo nível - É dirigido às entidades que não tenham de aplicar o primeiro nível de
normalização 89
HARMONIZAÇÃO CONTABILÍSTICA EM
MOÇAMBIQUE

 Após a independência, a evolução normativa da


contabilidade em Moçambique conheceu três fases distintas.
 A primeira fase consistiu na aprovação, pelo governo do
primeiro PGC em 1986,
 a segunda, aprovação do segundo PGC e
 a terceira, a aprovação do terceiro PGC-NIRF que
corresponde a adoção das normas internacionais de
contabilidade.

90
HARMONIZAÇÃO CONTABILÍSTICA EM
MOÇAMBIQUE

 Primeiro Plano Geral de Contabilidade – PGC


(1984)
 Em 14 de Dezembro de 1984, Decreto Governamental 13/84
introduziu o Plano Geral de Contabilidade (PGC) para uso
obrigatório a partir de 1986, constitui dessa forma o primeiro
marco da profissão do ponto de vista oficial no país.
 O principal objetivo do PGC era “a padronização da contabilidade
empresarial para assegurar a homogeneidade do sistema de
informação necessário para o planejamento central, direção e
controle da economia nacional” (Macuácua, 2003)

91
HARMONIZAÇÃO CONTABILÍSTICA EM
MOÇAMBIQUE

 Primeiro Plano Geral de Contabilidade – PGC


(1984)
 Nesse período, o Estado regulamentava todas as normas
contábeis, principalmente, para proteger os seus interesses. O
que pode talvez, se justificar pela natureza da sua grande
intervenção na economia, no que concerne a produção e
distribuição de bens e serviços no sistema de economia de
planificação central.

92
HARMONIZAÇÃO CONTABILÍSTICA EM
MOÇAMBIQUE

 Primeiro Plano Geral de Contabilidade – PGC (1984)


 Contudo, a partir de 1986, várias mudanças foram ocorrendo.
Moçambique reformulou os seus sistemas político, legais e econômicos,
para os princípios neoliberais, com o suporte das Instituições de
Instituições de Brenton Woods (IBW´s), algumas das principais reformas
ocorridas foram:
 (i) mudança do sistema monopartidário para multipartidário;
 (ii) privatização das empresas estatais;
 (iii) reformulação e liberalização do sistema financeiro;
 (iv) estabelecimento do primeiro mercado de ações;
 (v) aumento de investimento direto estrangeiro (IDE);
 (vi) reforma do sistema legal e fiscal e Reforma da Administração Pública.

93
HARMONIZAÇÃO CONTABILÍSTICA EM
MOÇAMBIQUE

 Primeiro Plano Geral de Contabilidade – PGC (1984)


 Apesar das reformas e mudanças mencionadas em cerca de 20 anos, o sistema de
contabilidade para as empresas ainda era regulado pelas normas coloniais e
socialistas.
 Havia nesse caso, a necessidade de adequar a contabilidade para o sistema de
economia orientado para o mercado.
 O plano não continha a estrutura conceitual e nem fazia menção de princípios e
políticas contábeis.
 O documento era eminentemente técnico, fundamentado por regras de debito e
de credito das contas do ativo, passivo, assim como da movimentação das contas
de resultado.

94
HARMONIZAÇÃO CONTABILÍSTICA EM
MOÇAMBIQUE

 Segundo Plano Geral de Contabilidade – PGC (2006)


 A segunda fase da normatização contábil começa com a aprovação do
Decreto no 36/2006 de 25 julho.
 A aprovação deste decreto visava acolher as diversas transformações e
reformas econômicas ocorridas, aliadas ao processo de
internacionalização das atividades econômicas, inovações tecnológicas de
informação e comunicação e do mercado financeiro.
 O PGC 2006 era aplicável a todos os empresários comerciais, com
exceção dos que exerciam a atividade bancária e de seguros e as
unidades de reduzida dimensão econômica nos termos do Código do
Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (CIRPC)
(Decreto nº 36/ 2006 de 25 de julho).

95
HARMONIZAÇÃO CONTABILÍSTICA EM
MOÇAMBIQUE

 Segundo Plano Geral de Contabilidade – PGC


(2006)
 Entretanto, com a aprovação do PGC 2006, o processo de
harmonização ou adoção das normas do IASB, no mundo já tinha
iniciado, como resposta a necessidade de existência de um conjunto
único de normas que pudesse se adequar a internacionalização das
empresas, globalização, expansão de negócios internacionais e
financiamentos por meio do Mercado de capitais.

96
HARMONIZAÇÃO CONTABILÍSTICA EM
MOÇAMBIQUE

 Segundo Plano Geral de Contabilidade – PGC (2006)


 Ou seja, mais uma vez, Moçambique estava perante uma
desatualização normativa da prática da contabilidade no contexto
nacional. Havia, nesse caso, a semelhança do resto do mundo, a
necessidade de aderir às IFRS.
 Principalmente, quando o país registou um aumento significativo de
investimento direto estrangeiro por meio da entrada no mercado
doméstico de grandes empresas multinacionais, interessadas na
exploração de recursos minerais e outras atividades
 Por outro lado, também se assiste a entrada das grandes firmas de
contabilidade e auditoria como as big 4 e outras empresas
prestadoras de serviços contábeis.

97
HARMONIZAÇÃO CONTABILÍSTICA EM
MOÇAMBIQUE

 Terceiro Plano Geral de Contabilidade – PGC-NIRF


(2009)
 A terceira e atual fase da normatização contábil é marcada pela
aprovação das NIRF´s Decreto no 70/2009 de 22 de dezembro, que
cria o Sistema de Contabilidade para Setor Empresarial (SCE),
baseado nas Normas Internacionais de Relato Financeiro do IASB
 O normativo se aplica para empresas de grande dimensão a
partir de 01 de janeiro de 2010 e para as empresas de média e
pequena dimensão a partir de janeiro de 2011 (Decreto nº 36/
2006 de 25 de Julho).
98
HARMONIZAÇÃO CONTABILÍSTICA EM
MOÇAMBIQUE

 Terceiro Plano Geral de Contabilidade – PGC-NIRF


(2009)
 Esta fase consiste num importante marco da mudança da
contabilidade. Pois, entra em vigor num momento em que
as regras estabelecidas no primeiro PGC (1984-2006) já
estavam enraizadas na prática e no ensino, e as do
segundo PGC (2006-2009) em fase de consolidação e
aperfeiçoamento por se tratar de uma atualização do
primeiro.
99
HARMONIZAÇÃO CONTABILÍSTICA EM
MOÇAMBIQUE

 Terceiro Plano Geral de Contabilidade – PGC-NIRF


(2009)
 Para responder de maneira adequadas as transformações e a
complexidade das transações econômicas, as normas do IASB
são constantemente atualizadas.
 Por essa razão, ao aprovar o PGC-NIRF, que tem como base as
normas do IASB, foi imperativo, criar o primeiro Organismo
Regulador da Normalização Contabilística e Moçambique
(OCAM) que, de entre outras funções, cabe a esta instituição a
condução dos destinos da profissão no país, quer em termos
de atualização das normas, na formação continuada, e na
autorização para o exercício da profissão no país
100
HARMONIZAÇÃO CONTABILÍSTICA EM
MOÇAMBIQUE

 Terceiro Plano Geral de Contabilidade – PGC-NIRF


(2009)
 Para responder de maneira adequadas as transformações e a
complexidade das transações econômicas, as normas do IASB
são constantemente atualizadas.
 Por essa razão, ao aprovar o PGC-NIRF, que tem como base as
normas do IASB, foi imperativo, criar o primeiro Organismo
Regulador da Normalização Contabilística e Moçambique
(OCAM) que, de entre outras funções, cabe a esta instituição a
condução dos destinos da profissão no país, quer em termos
de atualização das normas, na formação continuada, e na
autorização para o exercício da profissão no país
101
HARMONIZAÇÃO CONTABILÍSTICA EM
MOÇAMBIQUE

 Terceiro Plano Geral de Contabilidade – PGC-NIRF


(2009)
 De acordo com o Decreto nº 70/2009 de 22 de dezembro, os
textos constantes do decreto no novo plano foram preparados
para proporcionar aos seus utilizadores a mesma interpretação
que é dada as IFRS emitidas pelo IASB.
 Contudo, elas não constituem uma tradução oficial nem
integral e, por conseguinte a sua aplicação não dispensa,
quando apropriado ou exigido, a leitura e aplicação das normas
que lhe serviram de base, bem como eventuais alterações que
possam ter sido efetuadas.

102

Potrebbero piacerti anche