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Apresentação

Nos últimos anos muitos têm sido os amigos, ex-alunos e alunos que me procuraram para tirar alguma
dúvida sobre o universo do texto dissertativo. As dúvidas são gerais e infindas, mas as mais frequentes são: “como
começo uma redação?”, “o que não posso fazer em um texto?”, “qual a estrutura recomendada?”, entre outras.

Há quase vinte anos ministro aulas de Língua Portuguesa, Literatura e Redação em Foz do Iguaçu e sei que o
forte das pessoas nunca foi escrever, apesar de reconhecerem a importância e necessidade.

Atualmente com o novo cenário educacional do Brasil, repleto de concursos, exames de seleção, vestibulares
e, especificamente, o Enem, vi-me na obrigação de colaborar, não apenas com aulas ou dicas, mas com algo
palpável. Aí a ideia do material. Sei que já está na hora de uma publicação própria, mas acredito que quando se fala
do texto dissertativo, faz-se necessário valorizar os vários materiais que na internet são postados diariamente por
professores, especialistas na área, e que trazem enfoques muito significativos e práticos sobre a arte de escrever.

O material aqui compilado, reunido, organizado, indiferente do termo que se venha utilizar, traz cópias de
algumas páginas, blogs, sites ou portais - não conheço os autores, mas já de antemão posso afirmar que os admiro –
não houve nenhuma alteração do conteúdo postado nos originais, manteve-se a fidelidade a fim de valorizar toda a
publicação, são informações confiáveis e funcionais, recomendo seguir quaisquer das páginas que aqui cito, uso-as
tranquilamente em minhas aulas e tenho obtido favoráveis resultados com meus alunos.

Por fim, eis aqui uma contribuição, não tem valor comercial, é um produto sem dúvida, mas para a
ampliação dos saberes, afinal escrever bem é um grande diferencial do profissional moderno, é e sempre será um
diferencial competitivo, escrever bem traduz e materializa o “pensar bem”.

Emerson Fulgencio de Lima


Professor de Língua Portuguesa, Literatura e Redação
Pós-graduado em Literatura e Linguística
Presidente da Cooperativa Educacional de Foz do Iguaçu
Diretor do Polo da UNIP INTERATIVA de Foz do Iguaçu
Organização

Aula 1 - Texto dissertativo/argumentativo


Aula 2 - Tese, argumentos e estratégias argumentativas em
outras palavras
Aula 3 - Estrutura do texto dissertativo-argumentativo
Aula 4 - Esquemas importantes para a organização de ideias
Aula 5 - O texto dissertativo-argumentativo – dicas para fazer
uma boa redação
Aula 6 - O que você não deve fazer em uma redação
Aula 7 - Prolixidade
Aula 8 - Marcas de oralidade
Aula 9 - Evite erros comuns
Aula 10 - Coesão e coerência
Aula 11 - Estratégias argumentativas (criando competência)
AULA 1

Texto dissertativo/argumentativo
Publicação: 26 de Junho de 2013 às 00:00

Dicas de redação - Daniele Barros

Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, ponderar sobre ele. Assim, o texto dissertativo pertence ao
grupo dos textos expositivos, assim como o texto de apresentação científica, o relatório, o texto didático. O texto
dissertativo não está preocupado com a persuasão e sim, com a transmissão de conhecimento, sendo, portanto, um texto
informativo. Os textos argumentativos, ao contrário do dissertativo, têm por finalidade principal persuadir o leitor sobre o
ponto de vista do autor a respeito do assunto. Quando o texto, além de explicar, também persuade o interlocutor e modifica
seu comportamento, temos um texto dissertativo-argumentativo.

O que é um texto dissertativo-argumentativo?

O texto dissertativo-argumentativo é opinativo, organizado em defesa de um ponto de vista sobre determinado assunto. A
opinião é fundamentada com argumentos e exemplificações, para formar a opinião do leitor ou ouvinte, tentando convencê-
lo de que a ideia defendida está correta. É preciso, portanto, expor e explicar ideias. Daí a sua dupla natureza: é
argumentativo porque defende uma tese, uma opinião, e é dissertativo porque se utiliza de explicações para justificá-la.

Seu objetivo é, em última análise, convencer ou tentar convencer o leitor mediante a apresentação de razões, em face da
evidência de provas e à luz de um raciocínio coerente e consistente.

A sua redação atenderá às exigências de elaboração de um texto dissertativo-argumentativo se combinar dois princípios de
estruturação:

I - Apresentar uma tese, desenvolver justificativas para comprovar essa tese e uma conclusão que dê um fecho à discussão
elaborada no texto, compondo o processo argumentativo.

II- Utilizar estratégias argumentativas para expor o problema discutido no texto e detalhar os argumentos utilizados.

Segue um exemplo da teoria estrutural dada pelo Enem, Vestibulares e Concursos:

Tese

É a ideia que você vai defender no seu texto. Ela deve estar relacionada ao tema e deve estar apoiada em argumentos ao
longo da redação.

Argumento

É a justificativa utilizada por você para convencer o leitor a concordar com a tese defendida. Cada argumento deve
responder à pergunta “por quê?” em relação à tese defendida.

Estratégias argumentativas

São recursos utilizados para desenvolver os argumentos, de modo a convencer o leitor:

- exemplos;

- dados estatísticos;

- pesquisas;

- fatos comprováveis;

- citações ou depoimentos de pessoas especializadas no assunto;

- alusões históricas; e

- comparações entres fatos, situações, épocas ou lugares distintos.


Fonte: http://tribunadonorte.com.br/news.php?not_id=253965
AULA 2

Tese, argumentos e estratégias argumentativas em


outras palavras
Autor: Bruna Delprete - Universia Brasil

Princípios de estruturação de um texto dissertativo-argumentativo:

1. Tese e justificativas

Para produzir um texto que seja considerado dissertativo-argumentativo, você precisará apresentar uma tese e
desenvolver justificativas capazes de comprová-la. Além disso, é necessário apresentar uma conclusão que ofereça
um desfecho à discussão elaborada no texto. É isso que irá compor o processo argumentativo.

Princípios de estruturação de um texto dissertativo-argumentativo:

2. Estratégias de exposição

Outro ponto que o seu texto deve atender é a utilização de estratégias argumentativas que exponham o problema
discutido no texto. Essas estratégias devem, de alguma forma, detalhar os argumentos utilizados no seu texto.

Mas como garantir que a sua redação seja estruturada da maneira correta sem conhecer cada uma das etapas
necessárias para construí-la? Para escrever um texto dissertativo-argumentativo que atenda aos requisitos de
estruturação esperados pelos corretores do Enem 2012 você deve saber perfeitamente quais são os elementos de
composição da redação. Entenda:

Elementos de composição da redação:

1. Tese

A tese é a ideia que você pretende defender durante o seu texto. Ela deve estar relacionada ao tema da proposta e
ser apoiada por argumentos ao longo da sua redação.

Elementos de composição da redação:

2. Argumento

O argumento nada mais é do que a justificativa utilizada por você para convencer o leitor a concordar com a tese
que você está defendendo. Cada argumento deve responder à pergunta "por quê?" em relação à tese defendida.

Elementos de composição da redação:


3. Estratégias Argumentativas

As estratégias argumentativas são os recursos utilizados pelo autor para desenvolver os argumentos, de maneira que
o leitor se convença sobre o assunto. Elas podem aparecer como exemplos, dados estatísticos, pesquisas, fatos
comprováveis, citações ou depoimentos de especialistas, alusões históricas ou ainda por meio de comparações entre
fatos, situações, épocas ou lugares distintos.

E a professora lembra ainda que não existe uma fórmula mágica capaz de fazer com que você escreva um texto
desse tipo do dia para a noite. "Não dá para simplificar tudo em um truque, a questão é o aluno estar preparado. O
que ele precisa fazer é ler e escrever muitos textos desse tipo, levar todas as suas redações para correção e ter uma
boa introdução, que vai apresentar o tema a ser desenvolvido. O truque é conhecer, tanto na teoria quanto na
prática, as características de um texto dissertativo-argumentativo", conclui Lilica.

http://noticias.universia.com.br/atualidade/noticia/2012/07/31/955255/saiba-e-texto-dissertativo-argumentativo-cobrado-na-redaco-do-enem.html
AULA 3

Estrutura do texto dissertativo-argumentativo


Introdução

Constitui o parágrafo inicial do texto e deve ter, em média, 5 linhas. É composta por uma sinopse do assunto a ser
tratado no texto. Não se pode, entretanto, começar as explicações antes do tempo. Todas as idéias devem ser
apresentadas de forma sintética, pois é no desenvolvimento que serão detalhadas.
A construção da introdução pode ser feita de várias maneiras:

Constatação do problema
Ex.: O aumento progressivo dos índices de violência nos grandes centros urbanos está promovendo uma mobilização
político-social.
· delimitação do assunto
Ex.: A cidade do Rio de Janeiro, um dos núcleos urbanos mais atrativos turisticamente no Brasil, aparece nos meios
de comunicação também como foco de violência urbana.

Definição do tema
Ex.: Como um dos mais problemáticos fenômenos sociais, a violência está mobilizando não só o governo brasileiro,
mas também toda a população num esforço para sua erradicação.
Na construção da introdução, a utilização de um dos métodos apresentados não seria suficiente. Deve-se, num
segundo período, lançar as idéias a serem explicitadas no desenvolvimento. Para tanto pode-se levantar 3
argumentos, causas e conseqüências, prós e contras. Lembre-se de que as explicações e respectivas fundamentações
de cada uma dessas idéias cabem somente ao desenvolvimento.
Observe alguns exemplos:
· A televisão - Se por um lado esse popular veículo de comunicação pode influenciar o espectador, também se
constitui num excelente divulgador de informações com potencial até mesmo pedagógico.
(as três idéias: manipulador de opiniões, divulgador de informações e instrumento educacional.)
· Escassez de energia elétrica - Destacam-se como fatores preponderantes para esse processo o aumento
populacional e a má distribuição de energia que podem acarretar novo racionamento.
(as três idéias: crescimento da população e da demanda de energia, problemas com distribuição da energia gerada
no Brasil e a conseqüência do racionamento do uso de energia)
· A juventude e a violência - Pode-se associar esse crescimento da violência com o número de jovens envolvidos com
drogas e sem orientações familiares, o que gera preconceito em relação a praticantes de esportes de luta e
“funkeiros”

Desenvolvimento

Esta segunda parte de uma redação, também chamada de argumentação, representa o corpo do texto. Aqui serão
desenvolvidas as idéias propostas na introdução. É o momento em que se defende o ponto de vista acerca do tema
proposto. Deve-se atentar para não deixar de abordar nenhum item proposto na introdução.
Pode estar dividido em 2 ou 3 parágrafos e corresponde a umas 20 linhas, aproximadamente.
A abordagem depende da técnica definida na introdução: 3 argumentos, causas e conseqüências ou prós e contras.
O conceito de argumento é importante, pois ele é a base da dissertação. Causa, conseqüência, pró, contra são todos
tipos de argumentos; logo pode-se apresentar 3 causas, por exemplo, num texto.
A reflexão sobre o tema proposto não pode ser superficial, para aprofundar essa abordagem buscam-se sempre os
porquês. De modo prático o procedimento é:
Levantar os argumentos referentes ao tema proposto.
Fazer a pergunta por quê? a cada um deles, relacionando-o diretamente ao tema e à sociedade brasileira atual.
A distribuição da argumentação em parágrafos depende, também, da técnica adotada:
· 3 argumentos - um parágrafo explica cada um dos argumentos
· causas e conseqüências - podem estar distribuídas em 2 ou 3 parágrafos. Ou agrupam-se causas e conseqüências,
constituindo 2 parágrafos; ou associa-se uma causa a uma conseqüência e com cada grupo constroem-se 2 ou 3
parágrafos.
· prós e contras - são as mesmas opções da técnica de causas e conseqüências, substituídas por prós e contras
· abordagem histórica - compara-se o antes e o hoje, elucidando os motivos e conseqüências dessas transformações.
Cuidado com dados como datas, nomes etc. de que não se tenha certeza.
· abordagem comparativa - usam-se duas idéias centrais para serem relacionadas no decorrer do texto. A relação
destacada pode ser de identificação, de comparação ou as duas ao mesmo tempo.
É muito importante manter uma abordagem mais ampla, mostrar os dois lados da questão. O texto esquematizado
previamente reflete organização e técnica, valorizando bastante a redação. Logo, um texto equilibrado tem mais
chances de receber melhores conceitos dos avaliadores, por demonstrar que o candidato se empenhou para
construí-lo.
Recurso adicional - para elucidar uma idéia e demonstrar atualização, pode-se apresentar de forma bastante
objetiva e breve um exemplo relacionado ao assunto.
Encontre uma causa e uma conseqüência relacionadas à proposição abaixo e construa um parágrafo para cada
argumento:
· O Brasil tem enfrentado graves problemas na área de saúde e previdência públicas
· A campanha contra a miséria e a fome está mobilizando toda a nação
Indique três causas das proposições a seguir e justifique cada uma através de uma frase
· Precariedade do sistema de transportes
· Alto índice de mortalidade infantil
· Congestionamento nas grandes cidades
Aponte três conseqüências para os temas abaixo e construa um parágrafo fundamentando cada uma.
· Baixo índice de mão-de-obra especializada
· Falta de investimento em tecnologia
· Uso de agrotóxicos
Levante um argumento favorável e um desfavorável para a proposição a seguir. Construa um parágrafo envolvendo
suas idéias.
· As greves dos trabalhadores em relação à sociedade e à nação

Conclusão

Representa o fecho do texto e vai gerar a impressão final do avaliador. Deve conter, assim como a introdução, em
torno de 5 linhas.
Pode-se fazer uma reafirmação do tema e dar-lhe um fecho ou apresentar possíveis soluções para o problema
apresentado.
Apesar de ser um parecer pessoal, jamais se inclua.
Evite começar com palavras e expressões como: concluindo, para finalizar, conclui-se que, enfim...

http://interagireducar.blogspot.com.br/2009/06/partes-de-um-texto-dissertativo.html

Para descontrair
AULA 4

Esquemas importantes para a organização de ideias

Para descontrair
Esquemas importantes para a organização de ideias

Para descontrair
Esquemas importantes para a organização de ideias

Para descontrair
AULA 5
O texto dissertativo-argumentativo – dicas para fazer
uma boa redação
Vou deixar, aqui, uma pequena dica sobre uma possível estrutura básica (quase um “modelo” bem simples e
pouco criativo) do texto dissertativo-argumentativo. Talvez essa dica ajude àqueles que estão com dificuldades para
desenvolver um texto de maneira mais clara.

Vale ressaltar que não se trata de um regra a ser seguida, mas apenas de uma dica que pode ser
totalmente ou em partes aproveitada. Alguns concursos exigem redação!

Primeiro passo: entender bem o tema do texto

Exemplo: TEMA: “O adolescente, hoje, precisa de limites?”

 Desse tema eu posso retirar uma expressão central: “limite para os adolescentes”. Ou posso, simplesmente,
retirar a expressão “limites”.

Segundo passo: a introdução do texto

 Posso começar a escrever o texto dissertativo-argumentativo definindo a expressão central retirada do


tema. (entenda como uma das muitas formas de se começar um texto)

Exemplo: Definindo a expressão “limite para os adolescentes” : O que é, ou o que significa dar limites aos
adolescentes?

Vou elaborar um pequeno texto (pode ser uma frase ou mais de uma) respondendo a essa questão:
A sociedade constitui-se de pessoas que se transformam ao longo do tempo, mudam a forma de pensar e
agir. Isso faz com que uma geração de adolescentes não seja, necessariamente, igual a uma anterior, assim como
são diferentes as regras e os valores sociais de cada geração. No entanto, independente da época, sempre existirão
regras e valores que moldarão o pensamento, o comportamento, as atitudes dos jovens na sociedade – são os
chamados limites, que podem se apresentar de maneiras diversas, com maior ou menor rigor.

 Depois de definir a expressão central retirada do tema, é hora de esclarecer o objetivo do texto.

É possível, nessa hora, responder perguntas como: o que eu pretendo argumentar? Qual é o meu objetivo ao
escrever esse texto?

 É muito importante centrar-se no tema proposto na hora de estabelecer um objetivo.

Exemplo: Como o tema, nesse caso, é “O adolescente, hoje, precisa de limites?", então, o objetivo será, exatamente,
responder a essa questão. Assim, eu posso fechar minha introdução com uma pergunta (lembrando-me, sempre, de
não copiar o tema proposto) ou posso colocar a questão do tema sem ser em forma de pergunta propriamente.
A sociedade constitui-se de pessoas que se transformam ao longo do tempo, mudam a forma de pensar e
agir. Isso faz com que uma geração de adolescentes não seja, necessariamente, igual a uma anterior, assim como
são diferentes as regras e os valores sociais de cada geração. No entanto, independente da época, sempre existirão
regras e valores que moldarão o pensamento, o comportamento, as atitudes dos jovens na sociedade – são os
chamados limites, que podem se apresentar de maneiras diversas, com maior ou menor rigor. Hoje, questiona-se se
esses limites devem ser impostos aos adolescentes ou se estes devem ser mais livres para estabelecerem seus
próprios limites.
Terceiro passo: o desenvolvimento do texto

 Para começar a desenvolver o texto, é interessante fazer um esquema sobre o que quero argumentar.

 Posso colocar em tópicos, em um rascunho, os pontos principais de cada argumento, lembrando, sempre, do
objetivo do texto, para não deixar a redação “caminhar” para um rumo muito além do esperado.

Exemplo: O objetivo é saber se os adolescentes precisam ou não de limites. Eu posso argumentar de várias formas.
Vou colocar, aqui, 4 opções:

OPÇÃO 1: Posso defender a ideia de que os adolescentes precisam de limites e apresentar justificativas para isso:

Esquema:
- Os adolescentes precisam de limites porque, nessa fase da vida, ainda estão se moldando valores que os farão
indivíduos íntegros, com caráter.

- Os adolescentes precisam de limites porque, nessa fase da vida, eles ainda não têm total discernimento para
distinguir tudo que é certo e errado, segundo um modelo de vida sadio e com respeito à moral.

OPÇÃO 2: Posso defender a ideia de que os adolescentes precisam de limites, justificar essa opinião e apresentar
exemplo(s) que comprove(m) isso:

Esquema:
- Os adolescentes precisam de limites porque, nessa fase da vida, ainda estão se moldando valores que os farão
indivíduos íntegros, com caráter, e também os adolescentes não têm total discernimento para distinguir tudo que é
certo e errado segundo um modelo de vida sadio e com respeito à moral.

- Sobre os exemplos: posso apresentar valores que se aprendem na adolescência e são levados para a vida inteira,
sendo tais valores passados através dos limites impostos. Apresentar exemplo(s), também, de atitudes de jovens que
mostram a falta de discernimento para distinguir certo e errado. (NÃO VOU LISTAR, AQUI, OS EXEMPLOS, MAS SERIA
INTERESSANTE FAZER ISSO)

OPÇÃO 3: Posso defender a ideia de que os adolescentes NÃO precisam de limites e apresentar justificativas para
isso:

Esquema:
- Os adolescentes não precisam de limites, mas de carinho dos pais, que, em muitos casos, mostram-se ausentes.
Os limites impostos acabam afastando pais e filhos.

- Os adolescentes não precisam de limites porque eles já são capazes de entender as regras sociais, e os limites
serviriam apenas para inibir a criatividade, a liberdade, a capacidade do adolescente de “amadurecer” sozinho, de
encarar a realidade tal como ela é.

OPÇÃO 4: Posso defender a ideia de que os adolescentes precisam de limites, mas estes não devem ser impostos
com muito rigor:

Esquema:
- Os adolescentes precisam de limites porque todo ser humano deve saber lidar com regras, ter disciplina para
enfrentar todo tipo de situação, e isso se constrói ao longo da vida, principalmente, quando se é jovem.

- Por outro lado, esses limites não precisam ser impostos com tanto rigor, porque pode tolher a criatividade do
adolescente.
 Após esquematizar os argumentos, seria interessante desenvolver esse esquema em, pelo menos, dois
parágrafos.

 Não posso me esquecer de estabelecer uma ligação entre esses parágrafos.

Exemplo: Coloquei diferentes maneiras de desenvolver o texto. Vou escolher apenas uma para a redação não ficar
muito extensa e confusa. Vou escolher a primeira opção para exemplificar meu desenvolvimento.

Os jovens entre doze e dezoito anos vivem uma fase em que os valores morais e sociais ainda estão se
moldando. Trata-se de um período em que o adolescente encontra-se em meio às regras impostas pela escola, pela
família, pela sociedade em geral, e essas regras estabelecem limites que, mais tarde, ajudarão esse adolescente de
hoje a tornar-se um cidadão íntegro, com caráter e disciplinado.
Além disso, nessa fase bem jovem da vida, não se tem total discernimento para distinguir tudo que é certo e
errado segundo um modelo de vida sadio e com respeito à moral. O adolescente vive cercado de bons e maus
exemplos, sendo estes últimos bastante atraentes, tendo em vista o “glamour” da transgressão. Nessa realidade,
diferir o que é interessante momentaneamente e o que é correto e promissor não é uma tarefa fácil para o
adolescente, por isso é necessário impor limites para que ele aprenda estabelecer essa distinção.

Quarto passo: a conclusão

 Para iniciar a conclusão desse texto, voltarei à introdução do texto para relembrar o tema e o objetivo
apresentados. Escrevo, então, uma frase (ou mais de uma) sintetizando o objetivo do texto e o foco da
argumentação (esse foco da argumentação pode ser encontrado no esquema feito para desenvolver o
texto).

 Preciso lembrar que não posso repetir o que já foi usado na redação, preciso usar outras palavras e escrever
algo não muito longo, pois é só uma síntese.

Exemplo:

Assim, diante da dúvida se se deve impor limites aos adolescentes hoje, pode-se afirmar que a sociedade
precisa de indivíduos de bom caráter e que tenham noção de disciplina. Para se ter isso, é preciso que os jovens
saibam seguir regras, internalizar valores e distinguir o melhor caminho a ser percorrido.

 Para encerrar a conclusão, pode ser interessante apresentar uma solução para o problema tratado ou
uma sugestão relacionada à questão desenvolvida.

Exemplo:

Como a questão que estou usando como exemplo diz respeito aos limites, e o desenvolvimento
apresentando, aqui, centrou-se na justificativa de se impor, sim, limites aos adolescentes, então, posso fechar o
texto com uma das duas opções abaixo:

1) Uma sugestão para os pais: mostrando uma maneira de impor limites apropriada para a geração de adolescentes
atual.

2) Uma sugestão para os próprios adolescentes: mostrando uma maneira de entender a imposição de limites como
algo positivo.
Escolho, então, a segunda opção para encerrar:

Assim, diante da dúvida se se deve impor limites aos adolescentes hoje, pode-se afirmar que a sociedade
precisa de indivíduos de bom caráter e que tenham noção de disciplina. Para se ter isso, é preciso que os jovens
saibam seguir regras, internalizar valores e distinguir o melhor caminho a ser percorrido. Portanto, os adolescentes
não devem enxergar os limites impostos como uma forma de perseguição ou como uma maneira de evitar que
eles “vivam a vida", mas sim como uma auto-defesa diante da liberdade exagerada, da falta de humanidade, do
modismo em detrimento do amor próprio e do excesso de "doces armadilhas" que a realidade apresenta.

O TEXTO COMPLETO:

A sociedade constitui-se de pessoas que se transformam ao longo do tempo, mudam a forma de pensar e agir.
Isso faz com que uma geração de adolescentes não seja, necessariamente, igual a uma anterior, assim como são
diferentes as regras e os valores sociais de cada geração. No entanto, independente da época, sempre existirão
regras e valores que moldarão o pensamento, o comportamento, as atitudes dos jovens na sociedade – são os
chamados limites, que podem se apresentar de maneiras diversas, com maior ou menor rigor. Hoje, questiona-se se
esses limites devem ser impostos aos adolescentes ou se estes devem ser mais livres para estabelecerem seus
próprios limites.
Os jovens entre doze e dezoito anos vivem uma fase em que os valores morais e sociais ainda estão se
moldando. Trata-se de um período em que o adolescente encontra-se em meio às regras impostas pela escola, pela
família, pela sociedade em geral, e essas regras estabelecem limites que, mais tarde, ajudarão esse adolescente de
hoje a tornar-se um cidadão íntegro, com caráter e disciplinado.
Além disso, nessa fase bem jovem da vida, não se tem total discernimento para distinguir tudo que é certo e
errado segundo um modelo de vida sadio e com respeito à moral. O adolescente vive cercado de bons e maus
exemplos, sendo estes últimos bastante atraentes, tendo em vista o “glamour” da transgressão. Nessa realidade,
diferir o que é interessante momentaneamente e o que é correto e promissor não é uma tarefa fácil para o
adolescente, por isso é necessário impor limites para que ele aprenda estabelecer essa distinção.
Assim, diante da dúvida se se deve impor limites aos adolescentes hoje, pode-se afirmar que a sociedade precisa
de indivíduos de bom caráter e que tenham noção de disciplina. Para se ter isso, é preciso que os jovens saibam
seguir regras, internalizar valores e distinguir o melhor caminho a ser percorrido. Portanto, os adolescentes não
devem enxergar os limites impostos como uma forma de perseguição ou como uma maneira de evitar que eles
“vivam a vida", mas sim como uma auto-defesa diante da liberdade exagerada, da falta de humanidade, do modismo
em detrimento do amor próprio e do excesso de "doces armadilhas" que a realidade apresenta.

http://www.gramatiquice.com.br/2010/12/o-texto-dissertativo-argumentativo.html

Para descontrair
AULA 6
O que você não deve fazer em uma redação
Existem certos erros que podem fazer cair por terra todos os seus esforços para construir uma redação
adequada. Eis um levantamento daqueles mais frequentes.

1. JAMAIS USE GÍRIAS EM SUA DISSERTAÇÃO.

Esta modalidade de redação pressupõe uma linguagem formal, bem elaborada.

2. NÃO UTILIZE PROVÉRBIOS OU DITOS POPULARES.

Eles empobrecem a redação e dão a impressão de que o autor não tem vocabulário próprio.

3. NUNCA, JAMAIS, EM TEMPO ALGUM SE INCLUA EM SUA DISSERTAÇÃO;

Dissertar é analisar um assunto proposto, emitindo opiniões gerais.

4. NÃO UTILIZE SUA DISSERTAÇÃO PARA PROPAGAR DOUTRINAS RELIGIOSAS.

A religião, qualquer que seja, é uma questão de fé; a dissertação, por sua vez, é uma questão de argumentação, a
qual se baseia na lógica.

5. JAMAIS ANALISE OS TEMAS PROPOSTOS MOVIDOS POR EMOÇÕES EXAGERADAS.

Por mais revoltante que se mostre o assunto tratado, ele deve ser abordado, em uma dissertação, de modo, se não
imparcial, ao menos, comedido.

6. NÃO UTILIZE EXEMPLOS CONTANDO FATOS OCORRIDOS COM TERCEIROS, QUE NÃO SEJAM DE DOMÍNIO
PÚBLICO.

Em hipótese alguma devemos, numa dissertação, introduzir fatos ocorridos com pessoas que conhecemos
particularmente.

7. EVITE AS ABREVIAÇÕES.

Procure escrever as palavras por extenso.

8. NUNCA REPITA VÁRIAS VEZES A MESMA PALAVRA.

Além de causar uma impressão muito ruim em quem lê seu texto, sugere pobreza de vocabulário.

9. PROCURE NÃO INOVAR, POR SUA CONTA, O ALFABETO DA LÍNGUA PORTUGUESA.

Cuidado com a caligrafia: não faça bolinhas em lugar dos pingos nos ‘is’; não “corte as pernas” dos “as”; defina bem
maiúsculas e minúsculas.

10. TENTE NÃO ANALISAR OS ASSUNTOS PROPOSTOS SOB APENAS UM DOS ÂNGULOS DA QUESTÃO.

O bom senso nas opiniões emitidas está diretamente relacionado à capacidade de se enxergar o problema pelos
diversos ângulos que apresenta.

11. NÃO FUJA AO TEMA PROPOSTO

Leia o tema várias vezes antes de iniciar seu texto.


http://rosangelabastos.wordpress.com/dissertacao-o-que-nao-se-deve-fazer-na-dissertacao/
Alguns absurdos
 Começar usando palavras contidas no tema, como fazíamos na 1ª série da tia Teteca;
 Começar os parágrafos com as mesmas palavras, para ficar estético;
 Descuidar das margens e alinhamento dos parágrafos, inspirando-se em produções impressionistas;
 Usar períodos muito longos e cheios de informações intercaladas em outras, para complicar a vida do
pobre corretor de sua redação;
 Entrar em desespero e arrancar os poucos cabelos ainda existentes;
 Rasurar, usar corretivos ou fazer aquele remendinho discreto como o carro dos Bombeiros;
 Dar uma de esperto, fazendo uma introdução copiando a seguinte frase, original e inédita: " O
qualquer coisa é um fenômeno ambíguo", por não achar que existe outra maneira;
 Usar aqueles chamados lugares-comuns para começar a bendita conclusão, inspirando-se, quem sabe,
naquele carrinho velho que só pegava no tranco;
 Explicar tão explicadinho cada detalhe que as benditas 30 linhas sejam poucas para o seu testamento
(não se esqueça daquela doação para a profª de redação e português);
 Confundir os estilos, construindo um primor da Literatura Brasileira com uma dissertação um pouco
narrativa, descrevendo um fato;
 Achar que não tem assunto para tratar aquele tema, complicando o que é simples, só para valorizar
mais o curso e os seus professores (o corpo docente agradece a homenagem, mas dispensa);
 Ficar uma hora para decidir sobre qual estilo e tema vai escrever, optando pelo unidunitê, em vez de
fazer a melhor escolha para você mesmo.

http://www.graudez.com.br/redacao/dicas.html

Para descontrair
AULA 7

Prolixidade
A prolixidade é um problema que compromete a escrita. Mas o que vem a ser um texto prolixo?

A tendência deste tipo de produção é abusar da escrita, da prorrogação desnecessária do discurso, é a


superabundância de argumentos e de palavras. Isso não é bom, pois o texto fica confuso, monótono, entediante.

O escritor não sabe a hora de parar, de pontuar, tampouco consegue organizar as ideias de maneira concisa e clara.

É óbvio que não devemos omitir informações importantes ao leitor, fundamentais para a compreensão do assunto
abordado. Mas a falta de objetividade ocasiona repetição de vocábulos e de ideias que, consequentemente,
originam o texto prolixo.

Não enfatizamos aqui a quantidade, mas sim a qualidade textual!


É melhor discursar sobre um ponto específico de determinado tema, do que falar de todos e não concluir nenhuma
das argumentações.

Para identificar se seu texto está prolixo, procure verificar se há: pequenas orações ou expressões que podem ser
retiradas sem qualquer dano ao significado; explicações genéricas; repetição de termos, de mesmo conteúdo ou do
pronome relativo que.

Veja alguns exemplos:

a) A vida na Terra poderia ser uma vida mais tranquila, uma vida mais pacífica e sossegada.

Observe a reprodução dispensável da palavra “vida”, bem como das informações (tranquila, pacífica e sossegada
têm o mesmo sentido).

Seria melhor escrever: A vida na Terra poderia ser mais tranquila.

b) A importância da Mata Atlântica é inquestionável, precisamos dela para vivermos melhor, para respirarmos
melhor, para nos alimentarmos melhor, afinal, ela é um dos pulmões da Terra e, portanto, é fundamental para nossa
sobrevivência.

Nossa, quantas informações repetidas: “precisamos dela para vivermos melhor, para respirarmos melhor, para nos
alimentarmos melhor” e “ela é um dos pulmões da Terra e, portanto, é fundamental para nossa sobrevivência.” têm
o mesmo sentido. Além disso, é redundante dizer “vivermos melhor” junto à “para respirarmos melhor”, pois quem
vive, também respira.

Seria melhor escrever: A importância da Mata Atlântica é inquestionável, afinal, ela é um dos pulmões da Terra e,
portanto, é fundamental para nossa sobrevivência.

c) Este é o menino que sugeriu que seria melhor que fizéssemos um mutirão que abrangesse todo o setor, para que
todos tivessem a oportunidade de contribuir.

O que não é o único pronome relativo que existe e estabelece coesão a um texto!

Prefira fazer substituições ou excluir o pronome quando possível: Este é o menino, o qual sugeriu que o mutirão
fosse realizado em todo o setor. Pois dessa maneira, todos poderão ter a oportunidade de contribuir.

http://www.mundoeducacao.com/redacao/como-evitar-um-texto-prolixo.htm
AULA 8

Marcas de oralidade
A oralidade e a escrita

Publicado por: Sabrina Vilarinho em Diferentes formas de linguagem

Muitas vezes quando você pega sua redação corrigida pelo professor, encontra a seguinte mensagem: evite usar a
oralidade!

A não ser que seja uma narração, e a linguagem oral seja uma característica da personagem, a fala deve ficar restrita
às nossas conversas informais com os amigos ou familiares.

Mas por que usar a oralidade em um texto é tão ruim? Porque não é o momento apropriado para que isso ocorra. A
modalidade escrita exige uma formalidade e um planejamento que a modalidade falada não possui.

A linguagem coloquial é mais proeminente em situações informais, nas quais o apego à gramática é desnecessário.
Portanto, é incoerente utilizar essa mesma linguagem para circunstâncias divergentes, como no caso da elaboração
de uma redação dissertativa ou de qualquer tipo de texto que será avaliado.

Claro, lembre-se que há a exceção apontada acima: em narrações ou na reprodução da fala de alguém o uso do
coloquialismo é coerente!

Tudo depende da adequação à situação experimentada. Por exemplo, o telejornal é falado, contudo, os textos ali
pronunciados pertencem à modalidade escrita. Não seria conveniente que um dos apresentadores falasse: E aí,
pessoas! Boa noite! Vocês sabiam que os senadores inventaram outro “ganha pão”? Agora eles têm um dinheiro
extra só para comprar ternos! Tem cabimento?

Então, comece a observar se o emprego de termos ou expressões em sua redação está coerente com a linguagem
que o texto exige, pois a falta dessa análise pode custar a falta de entendimento, bem como alguns pontinhos na
hora da avaliação!

http://www.mundoeducacao.com/redacao/a-oralidade-escrita.htm

Veja isso
Marcas de oralidade na redação. O que seria isso? Quando escrevemos um texto na norma culta da língua e
ainda por cima dentro de um gênero textual específico, isso limita bastante a forma como vamos nos expressar.
Assim, devemos evitar, por exemplo, palavras e expressões que deem ao leitor a impressão de que conversamos
com ele. Para o gênero dissertativo isso é muito ruim! Uma das características da oralidade é o fato de interagir
conversando com alguém, e isso não pode acontecer na dissertação. Evite, portanto, usar palavras como: “você”,
“né”, “tá” e evite também verbos no imperativo e/ou quaisquer outros tipos de interação com o leitor.

Casos comuns:

 político “não é flor que se cheire”


 tal coisa “pegou mal”
 “não dá para acreditar” que não foram presos
 fulano “fez tal coisa só por fazer”
 pagamos tanto imposto “que não é brincadeira”
 “desde que o mundo é mundo” há corrupção

http://ideiaspraticasparasaladeaula.blogspot.com.br/2013/02/voce-sabe-o-que-e-marca-de-oralidade.html
AULA 9
Evite erros comuns

Enem 2013: veja erros gramaticais comuns na redação e como evitá-los


Professores dão dicas de como evitar erros de ortografia, que podem comprometer o desempenho do
candidato na redação

O caminho para uma redação perfeita é árduo. Diversos pontos devem ser observados, e manter a calma
para atender a todas as exigências dos corretores é difícil. Cobra-se coesão, embasamento, articulação. No meio
disso tudo, o aluno ainda esbarra nas peculiaridades da língua culta e formal. "É uma outra língua, que não a do
menino", aponta Francisco Platão, professor do Sistema de Ensino Anglo. Erros de gramática e ortografia se repetem
e afastam os alunos da nota máxima. Contra tudo isso, recomenda-se calma. "Entende-se que o momento da prova
é uma fase de muito nervosismo, mas são necessárias concentração e muita prática para o sucesso", ensina a
professora Talita Aguiar, do Curso Progressão Autêntico.

Outra dica infalível, dizem os mestres, é a leitura. Essa é, talvez, a única forma de realmente se aprender a
fazer uma boa redação. "O aprendizado se dá ao longo do tempo, com o convívio com a língua padrão. E onde está a
língua culta? Nos livros", diz Platão. Vivian Carrera, do Cursinho do XI, diz que "em geral, uma associação incorreta,
com o "auxílio" da pressa e do nervosismo na hora da prova, faz com que se coloquem acentos em palavras que não
os têm ou que se esqueçam algumas regras. Além da leitura, ela também exalta o hábito da escrita: "Escrever põe
em prática as normas assimiladas".

Confira os principais erros ortográficos e gramaticais na opinião de Talita, Platão, Vivian e os professores Ana
Paula Ramos, do Sistema Elite de Ensino, e Ester Chapiro, psicopedagoga da Central de Professores - Soluções
Pedagógicas.

Haver

Ana Paula Ramos diz que muitos erros estão relacionados com o verbo “haver”: "Dificilmente os candidatos acertam
o emprego desse verbo, já que sabem que os verbos concordam com o núcleo do sujeito de uma frase". Contudo,
ressalta a professora, na língua portuguesa, sempre existem exceções. Por isso, ela dá uma dica:

"Na maioria dos casos em que o verbo haver é empregado, ele não tem sujeito, ele é sujeito inexistente. Portanto
não há com quem esse verbo concordar. Se não há com quem concordar, ele ficará no singular, independentemente
do seu tempo e modo verbal. Que casos são esses? Quando o verbo haver indicar tempo transcorrido", explica,
citando como exemplos a frase "há duas semanas, vi-o caminhando na rua" e o caso do verbo empregado no sentido
de existir, como em "havia 20 alunos naquela sala".

Onde

É um erro comum usar “onde” para se referir a não-lugares, aponta Ana Paula. “Os candidatos costumam jogar o
pronome relativo onde em tudo o que é lugar. Porém, cuidado! Onde só retoma lugar", diz a professora. Caso o
aluno queira retomar um nome que não é um lugar concreto, o correto é usar "em que", "no qual", "nos quais", "na
qual" ou "nas quais".

Vivian também comenta que é comum o uso incorreto do pronome de lugar "onde". Ela dá um exemplo do erro na
frase "a amizade é algo presente na vida de todos, onde muitos se esquecem disso". No caso, o "onde" não se refere
a um lugar, portanto, não deve ser usado.

Pronomes demonstrativos

Segundo os professores, é recorrente a confusão entre pronomes demonstrativos como "este", "esse" e "aquele".
Ana Paula ensina: “Essas são formas usadas para retomar ou anunciar nomes que utilizamos ou utilizaremos. Servem
para não ficarmos repetindo sempre a mesma palavra".
Entenda: "este", "esta" e "isto" são usados para anunciar, como, por exemplo, na frase "o maior problema do
continente africano é este: a fome". "Esse", "essa" e "isso" servem para retomar algo recentemente dito. Exemplo:
"O maior problema do continente africano é a fome. Essa se apresenta também em países asiáticos". "Aquele",
"aquela" e "aquilo" usa-se para retomar um nome dito antes do último nome que aparece: "Gosto de goiabada e
queijo. Aquela porque é doce."

Quando houver três elementos, diz a professora, o correto é: "Tenho três irmãos: Antônio, Arnaldo e Amadeu.
Aquele é arquiteto, esse é advogado e este aeronauta". Vivian também dá exemplos do mau uso desses pronomes:
No texto é necessário conhecer as próprias limitações. 'Isto' deve ser feito aos poucos, o correto seria 'isso', por fazer
referência a uma ideia anteriormente apresentada.

Concordância

Ana Paula explica que o candidato costuma fazer a concordância do verbo com a palavra que vem imediatamente
antes dele, como, por exemplo, "a participação dos manifestantes foram muito importantes" ou "as roupas da Joana
é muito bonita". A dica para fugir desse erro é, segundo a professora, lembrar que o verbo concorda com o núcleo
do sujeito. “Nas frases anteriores, 'participação' é o núcleo do sujeito da primeira frase, por isso, o verbo fica no
singular. Na segunda frase, 'roupas' é o núcleo do sujeito, então o verbo fica no plural”.

Vivian destaca outro erro de concordância comum: "'Fazem' dois anos que ninguém resolve o problema". Os verbos
"fazer" e "haver", quando indicam tempo cronológico, não têm plural. O correto seria: “Faz dois anos que ninguém
resolve o problema”.

Pleonasmo

O conselho é ter cuidado com textos cheios de palavras repetidas e ideias que chegam a um mesmo ponto: "Eles não
são apreciados pelos corretores", aponta Talita Aguiar. Segundo ela, quanto mais repetidas forem as ideias, mais
claro fica que o candidato não tem conhecimento suficiente para escrever um bom texto. "Diversifique seus
argumentos. Uma ótima dica para isso é a constante leitura", aconselha.

Vivian traz outro exemplo de redundância: "Aconteceu uma manifestação há dez dias atrás, então é necessário criar
novas saídas para as discussões". A professora explica que ou se usa "há" ou "atrás", ressaltando que "criar" e
"novas" também apresentam a mesma ideia.

Pontuação

Ana Paula ressalta, aqui, o uso da vírgula: "As pessoas costumam colocar vírgula quando lhes falta ar, quando
precisam de uma pausa para respirar". Contudo, a vírgula é uma questão sintática e não de entoação. Ela relembra
que é importante saber que a ordem padrão de uma frase na língua portuguesa é: sujeito + verbo + complementos
(direto e/ou indireto) + adjunto adverbial.

A dica, nesse caso, é: "Se a frase estiver nessa ordem, não há motivos para virgular, só existe regra para o adjunto
adverbial - se ele estiver em outra posição que não seja no final, será virgulado”. Ana Paula acrescenta que, além
dessa, há outras regrinhas da vírgula que convêm serem estudadas. Ester Chapiro aconselha: "É preciso conhecer as
regras de pontuação para garantir o sentido do texto. Não abuse das exclamações e evite o uso dos parênteses", diz.

Coloquialismo

Para Talita Aguiar, esse é um dos principais erros nas redações: "Muitos alunos fazem uso de gírias ou expressões
que usam no dia a dia, mas essas não devem ser empregadas, visto que tornam o texto muito informal. Deve-se
substituí-las pela norma culta".

Ester Chapiro chama a atenção dos candidatos para o fato de que a escrita não funciona exatamente do modo como
falamos. "Cuidado ao tentar escrever de maneira simples para não exceder na simplicidade. A formalidade deve
estar acima do coloquialismo, portanto nunca use gírias, palavras de baixo calão e abreviaturas". Chapiro acrescenta
que palavras estrangeiras só deverão ser usadas quando não houver outra com o mesmo significado em português.
Uso da primeira pessoa do singular

O uso do "eu" nas provas é um erro constante. Ana Paula explica que, quando os candidatos se identificam com o
tema, "eles parecem se empolgar e começam a escrever suas experiências relativas ao assunto". Ela indica aos
alunos, nesses casos, lembrar que a redação do Enem é do gênero dissertativo-argumentativo, no qual predomina a
impessoalidade, e é aceitável, no máximo, a primeira pessoa do plural, nós, que marca a coletividade, ou seja, que
aquele pensamento é compartilhado por um grupo.

"O texto não é um diário no qual se expõem relatos pessoais", complementa. Portanto, nada de usar expressões
como "na minha opinião" ou "eu acho".

Clichês e generalizações

Clichês, frases prontas e provérbios devem ser evitados, porque mostram ao corretor falta de originalidade do
candidato para expor suas opiniões. Para Talita Aguiar, também se deve evitar argumentos generalizadores:

"Expressões como 'a população é alienada', 'o povo brasileiro não acredita' generalizam muito a ideia. Procure
particularizar seus argumentos", ensina. Ester Chapiro ressalta a importância de demonstrar conhecimento dos
mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação: "Esse domínio você adquire através da
leitura de jornais, revistas e livros. O importante é conseguir, ao escrever, convencer o leitor de que tem
conhecimentos fundamentados".

Semelhança sonora

É Vivian quem aponta erros comuns relacionados à semelhança sonora entre as expressões. Ela explica com
exemplos: "isso não tem haver" no lugar da forma correta "isso não tem a ver"; "ele não sabe lhe dar com o
problema" em vez de "ele não sabe lidar com o problema"; "as pessoas encontrão situações complicadas" no lugar
de "as pessoas encontram situações complicadas"; "a situação foi mau resolvida" e "ele é um mal elemento" no
lugar de "a situação foi mal resolvida" e "ele é um mau elemento"; "o governo não investe como deveria em
educação, mais cobra muitos impostos" em vez de "o governo não investe como deveria em educação, mas cobra
muitos impostos". Esses equívocos se repetem, explica Vivian, em sua maioria, por semelhanças sonoras entre as
palavras e expressões.

Outros

Ela cita outros erros ortográficos recorrentes nas redações do Enem: "consiente", "siguinificar", "extresse",
"supérfulos". As grafias corretas são: "consciente", "significar", "estresse", "supérfluos". Há também junção errada
de elementos, como "encomum" (no lugar de "em comum"), "concerteza" (em vez de "com certeza"), "encontra
partida" (quando o correto é "em contrapartida"), "apartir" (em vez de "a partir"), "porisso" (no lugar de "por isso").

http://noticias.terra.com.br/educacao/enem/enem-2013-veja-erros-gramaticais-comuns-na-redacao-e-como-evita-
los,b82cf323dc4cf310VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html
AULA 10
Coesão e coerência
Publicado por: Vânia Maria do Nascimento Duarte em Textualidade56 comentários

Coesão e coerência - nuances que realçam a beleza do texto

Na maioria das vezes, sentimo-nos despreparados quando estamos diante de uma folha de papel em branco no
propósito de fazer uma redação, não é mesmo?

As ideias não fluem, o tempo passa muito rapidamente, e quando percebemos... Lá se foi o tempo e não
atingimos o objetivo almejado.
Então, é possível se familiarizar mais com a escrita lembrando-se da palavra texto. Ela, assim como muitas
outras, origina-se do latim “textum”, que significa tecer, entrelaçar ideias, opiniões e pensamentos.

Mas existe uma fórmula mágica para se construir um bom texto?


A resposta é simples. Basta lembrarmos que toda escrita requer praticidade, conhecimento prévio do assunto
abordado, e, sobretudo, técnicas, que constituem a performance de todo texto bem elaborado.

Para que um texto fique claro, objetivo e interessante, ele precisa realçar beleza, para que sua estética seja
vista de maneira plausível.
Fazendo parte dessa estética estão os elementos que participam da construção textual; entre eles, a coesão e
a coerência.

A coesão nada mais é que a ligação harmoniosa entre os parágrafos, fazendo com que fiquem ajustados entre
si, mantendo uma relação de significância.
Para melhor entender como isso se processa, imagine um texto sobrecarregado de palavras que se repetem do
início ao fim. Então, para evitar que isso aconteça, existem termos que substituem a ideia apresentada,
evitando, assim, a repetição. Falamos das conjunções, dos pronomes, dos advérbios e outros. Como exemplo,
verifique:

A magia das palavras é enorme, pois elas expressam a força do pensamento. As mesmas têm o poder
de transformar e de conscientizar.

Podemos perceber que as expressões: elas e as mesmas referem-se ao termo - “palavras”.

Quando falamos sobre coerência, nos referimos à lógica interna de um texto, isto é, o assunto abordado tem
que se manter intacto, sem que haja distorções, facilitando, assim, o entendimento da mensagem.
Estes são apenas alguns dos requisitos para a elaboração de um texto, e estas técnicas vão sendo
apreendidas à medida que nos tornamos escritores assíduos.

http://www.mundoeducacao.com/redacao/coesao-coerencia.htm
Coesão e coerência
Na construção de um texto, assim como na fala, usamos mecanismos para garantir ao interlocutor a
compreensão do que é dito, ou lido.
Esses mecanismos linguísticos que estabelecem a conectividade e retomada do que foi escrito ou dito, são os
referentes textuais e buscam garantir a coesão textual para que haja coerência, não só entre os elementos que
compõem a oração, como também entre a sequência de orações dentro do texto.
Essa coesão também pode muitas vezes se dar de modo implícito, baseado em conhecimentos anteriores
que os participantes do processo têm com o tema. Por exemplo, o uso de uma determinada sigla, que para o público
a quem se dirige deveria ser de conhecimento geral, evita que se lance mão de repetições inúteis.
Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha imaginária - composta de termos e expressões - que une os
diversos elementos do texto e busca estabelecer relações de sentido entre eles.
Dessa forma, com o emprego de diferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição, substituição,
associação), sejam gramaticais (emprego de pronomes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se frases,
orações, períodos, que irão apresentar o contexto – decorre daí a coerência textual.
Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa
incoerência é resultado do mau uso daqueles elementos de coesão textual. Na organização de períodos e de
parágrafos, um erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais prejudica o entendimento do texto.
Construído com os elementos corretos, confere-se a ele uma unidade formal.
Nas palavras do mestre Evanildo Bechara (1), “o enunciado não se constrói com um amontoado de palavras
e orações. Elas se organizam segundo princípios gerais de dependência e independência sintática e semântica,
recobertos por unidades melódicas e rítmicas que sedimentam estes princípios”.
Desta lição, extrai-se que não se deve escrever frases ou textos desconexos – é imprescindível que haja uma
unidade, ou seja, que essas frases estejam coesas e coerentes formando o texto.
Além disso, relembre-se que, por coesão, entende-se ligação, relação, nexo entre os elementos que
compõem a estrutura textual.

Há diversas formas de se garantir a coesão entre os elementos de uma frase ou de um texto:

1. Substituição de palavras com o emprego de sinônimos, ou de palavras ou expressões do mesmo campo


associativo.

2. Nominalização – emprego alternativo entre um verbo, o substantivo ou o adjetivo correspondente (desgastar /


desgaste / desgastante).

3. Repetição na ligação semântica dos termos, empregada como recurso estilístico de intenção articulatória, e não
uma redundância - resultado da pobreza de vocabulário. Por exemplo, “Grande no pensamento, grande na ação,
grande na glória, grande no infortúnio, ele morreu desconhecido e só.” (Rocha Lima)

4. Uso de hipônimos – relação que se estabelece com base na maior especificidade do significado de um deles. Por
exemplo, mesa (mais específico) e móvel (mais genérico).

5. Emprego de hiperônimos - relações de um termo de sentido mais amplo com outros de sentido mais específico.
Por exemplo, felino está numa relação de hiperonímia com gato.

6. Substitutos universais, como os verbos vicários (ex.: Necessito viajar, porém só o farei no ano vindouro) A coesão
apoiada na gramática dá-se no uso de conectivos, como certos pronomes, certos advérbios e expressões adverbiais,
conjunções, elipses, entre outros. A elipse se justifica quando, ao remeter a um enunciado anterior, a palavra elidida
é facilmente identificável (Ex.: O jovem recolheu-se cedo. ... Sabia que ia necessitar de todas as suas forças. O termo
o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a relação entre as duas orações.).

Dêiticos são elementos lingüísticos que têm a propriedade de fazer referência ao contexto situacional ou ao
próprio discurso. Exercem, por excelência, essa função de progressão textual, dada sua característica: são elementos
que não significam, apenas indicam, remetem aos componentes da situação comunicativa.
Já os componentes concentram em si a significação. Elisa Guimarães (2) nos ensina a esse respeito:
“Os pronomes pessoais e as desinências verbais indicam os participantes do ato do discurso. Os pronomes
demonstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais, bem como os advérbios de tempo, referenciam o
momento da enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterioridade ou posterioridade.
Assim: este, agora, hoje, neste momento (presente); ultimamente, recentemente, ontem, há alguns dias, antes de
(pretérito); de agora em diante, no próximo ano, depois de (futuro).”
Esse conceito será de grande valia quando tratarmos do uso dos pronomes demonstrativos.Somente a
coesão, contudo, não é suficiente para que haja sentido no texto, esse é o papel da coerência, e coerência se
relaciona intimamente a contexto.
Como nosso intuito nesta página é a apresentação de conceitos, sem aprofundá-los em demasia, bastam-nos
essas informações.

Vejamos como o examinador tem abordado o assunto:

(PROVA AFTN/RN 2005)


Assinale a opção em que a estrutura sugerida para preenchimento da lacuna correspondente provoca defeito de
coesão e incoerência nos sentidos do texto.

A violência no País há muito ultrapassou todos os limites. ___1___ dados recentes mostram o Brasil como um dos
países mais violentos do mundo, levando-se em conta o risco de morte por homicídio.

Em 1980, tínhamos uma média de, aproximadamente, doze homicídios por cem mil habitantes. ___2___, nas duas
décadas seguintes, o grau de violência intencional aumentou, chegando a mais do que o dobro do índice verificado
em 1980 – 121,6% –, ___3___, ao final dos anos 90 foi superado o patamar de 25 homicídios por cem mil habitantes.
___4___, o PIB por pessoa em idade de trabalho decresceu 26,4%, isto é, em média, a cada queda de 1% do PIB a
violência crescia mais do que 5% entre os anos 1980 e 1990.

Estudos do Banco Interamericano de Desenvolvimento mostram que os custos da violência consumiram, apenas no
setor saúde, 1,9% do PIB entre 1996 e 1997. ___5___ a vitimização letal se distribui de forma desigual: são,
sobretudo, os jovens pobres e negros, do sexo masculino, entre 15 e 24 anos, que têm pago com a própria vida o
preço da escalada da violência no Brasil.

(Adaptado de http://www.brasil.gov.br/acoes.htm)
a) 1 – Tanto é assim que
b) 2 – Lamentavelmente
c) 3 – Ou seja
d) 4 – Simultaneamente
e) 5 – Se bem que

COMENTÁRIO: As lacunas no texto ocultam palavras e expressões que atuam como conectores – ligam orações
estabelecendo relações semânticas entre os períodos. A banca sugere algumas opções de preenchimento.

Dessas, a única que não atende ao solicitado é a de número 5, uma vez que a expressão “Se bem que” deveria
introduzir uma oração de valor concessivo, estabelecendo, assim, idéia contrária à que foi apresentada até então
pelo texto.

Verifica-se, contudo, que o que se segue ratifica as informações anteriores ao fornecer dados complementares às
estatísticas sobre homicídios. Sendo aceita a sugestão da banca, a coerência textual seria prejudicada. Por isso, o
gabarito é a opção E.

http://www.mundovestibular.com.br/articles/2586/1/COESAO-E-COERENCIA-TEXTUAL/Paacutegina1.html
AULA 11
Estratégias argumentativas
(criando competência)
1. Argumentação por causa/consequência (Raciocínio lógico)
Uma maneira eficaz de defender um ponto de vista é explicar os motivos que levaram você a posicionar-se daquela
forma. Esse é um dos tipos de argumentos mais frequentes e eficazes, visto que argumentar é, justamente, dizer os
porquês que sustentam sua tese. Veja o trecho abaixo, retirado do artigo “Por um país da mala branca”, de Mauro
Chaves.

Já que os valores morais da sociedade brasileira se encontram tão destroçados (pelo menos no momento), é preciso
buscar novas formas de conter os distúrbios de nosso convívio humano e as ameaças à nossa já precária coesão
social. E já que nossa sociedade se mostra tão avessa à punição pelo desrespeito à lei (pois a cada eleição perdoa
tantos nas urnas), façamo-la, de vez, cumprir a lei apenas mediante incentivos.
Recente moda futebolística pode-nos apontar o caminho dessa transformação, que troca a sanção pelo estímulo e a
punição pela perda de vantagem. É a chamada prática da "mala branca", pela qual um clube paga a outro para que
este ganhe. É claro que isso nada tem que ver com o suborno da "mala preta" - a execrável compra de goleiros,
zagueiros e outros de um time para que deixem a bola passar e percam o jogo. A "mala branca", ao contrário, é um
saudável incentivo para que os profissionais do esporte ajam corretamente, isto é, esforcem-se ao máximo para
ganhar um jogo.

Logo no primeiro parágrafo, o autor explicita nos seguintes trechos a tese que defende: “é preciso buscar novas
formas de conter os distúrbios de nosso convívio humano e as ameaças à nossa já precária coesão social” e “façamo-
la, de vez, cumprir a lei apenas mediante incentivos”. Segundo o autor, para tornar a lei mais eficiente, é preciso
substituir práticas punitivas por incentivos a quem cumpre os regulamentos.
Para sustentar essa tese, lança mão no mesmo parágrafo de dois argumentos de valor causal: “os valores morais da
sociedade brasileira se encontram tão destroçados (pelo menos no momento)” e “nossa sociedade se mostra tão
avessa à punição pelo desrespeito à lei (pois a cada eleição perdoa tantos nas urnas)”. Veja que ambos os
argumentos expressam os motivos pelos quais o autor adota sua tese; logo, são introduzidos por um conectivo que
expressa relação de causa (“já que”), como você viu na lição sobre coesão textual.
No entanto, na hora de produzir seu próprio texto, tome cuidado para não expressar uma falsa relação de
causa/consequência entre ideias que são apenas próximas, mas não desencadeadoras uma da outra.

2. Argumentação por exemplificação


Um exemplo sempre traz força à argumentação, pois mostra casos reais em que a tese se prova verdadeira. Nesse
sentido, é muito importante selecionar exemplos fortes, preferencialmente de conhecimento geral ou
surpreendentes. Um exemplo mal escolhido, por ser pouco representativo, por exemplo, pode suscitar no leitor
desconfiança e uma forte contra-argumentação.
Veja abaixo, em um trecho da reportagem “Afinal, nossas urnas eletrônicas são ou não totalmente seguras?”, de
Sérgio Pires, como a exemplificação foi empregada para defender determinado ponto de vista.

Afinal, nossas urnas eletrônicas são ou não totalmente seguras?


Há anos o assunto é motivo de discussões. Nessa semana, de novo. O professor do Instituto de Computação da
Universidade de Campinas, Jorge Stolfi, disse em audiência na Câmara Federal que as urnas eletrônicas utilizadas nas
eleições no Brasil não são seguras e permitem fraudes. E mais: que o sistema pode ter interferências para beneficiar
um ou outro candidato sem que a fraude seja detectada. Lembrou que vários países – Estados Unidos, Alemanha,
Holanda e Inglaterra, entre outros – não utilizam as urnas eletrônicas como no Brasil porque já detectaram que elas
não são imunes ao que chamou de “riscos incontornáveis” de fraude. Destacou que a única maneira de fazer com
que o sistema seja totalmente seguro é adotar o voto impresso, como maneira complementar para a segurança da
votação. O professor afirmou ainda, contrariando técnicos dos TREs e do próprio TSE, que há sérios riscos “de
fraudes feitas por pessoas internas ao sistema, que não podem ser detectadas antes, durante ou depois da eleição".
E agora, José?
Jorge Stolfi manifesta claramente seu ponto de vista no trecho “as urnas eletrônicas utilizadas nas eleições no Brasil
não são seguras e permitem fraudes. E mais: (...) o sistema pode ter interferências para beneficiar um ou outro
candidato sem que a fraude seja detectada”. Para defender essa opinião, utiliza como argumento exemplos de
países que discordam do sistema de votação eletrônica: “vários países – Estados Unidos, Alemanha, Holanda e
Inglaterra, entre outros – não utilizam as urnas eletrônicas como no Brasil porque já detectaram que elas não são
imunes ao que chamou de ‘riscos incontornáveis’ de fraude”.
Perceba que o professor do Instituto de Computação da Universidade de Campinas foi cuidadoso na seleção dos
países que empregou para respaldar sua tese: Estados Unidos, Alemanha, Holanda e Inglaterra são todos países
desenvolvidos que têm organizações políticas democráticas mundialmente reconhecidas.

3. Argumentação por dados estatísticos (Provas concretas)


Para provar o que se diz, dados estatísticos são comumente utilizados, visto que são fruto de pesquisas feitas por
órgãos de reconhecimento público. É preciso tomar cuidado, no entanto, para selecionar quais dados serão usados,
citando a fonte de que foram retirados.
Veja abaixo como o uso de valores numéricos calculados por agências especializadas foi usado no artigo “Mulheres
das classes C e D são as que mais crêem que Brasil vai melhorar em 2009”.

Mulheres das classes C e D são as que mais crêem que Brasil vai melhorar em 2009
De acordo com pesquisa realizada pelo IBOPE, a pedido da agência de publicidade 141 SoHo Square, as mulheres das
classes C e D são as que mais acreditam que o Brasil não está bem, mas vai melhorar em 2009, com índices de 46% e
44%, respectivamente. Na classe A, o percentual verificado foi de 41%.
Além disso, a pesquisa intitulada "O Sonho é maior que o medo - Panorama sobre o comportamento de compra das
mulheres brasileiras" apurou que 41% das mulheres da classe C e 36% da D avaliam que a economia brasileira está
sólida, mas vai sofrer o impacto da crise.
Na opinião do presidente da agência que encomendou o estudo, Mauro Motryn, os números mostram que as
mulheres de menor poder aquisitivo parecem não querer acreditar na crise. "Elas estão felizes de finalmente terem
entrado no mercado de consumo que até fecham o bolso agora (...) Mas estão esperando muito a volta do crédito
no início do ano para poderem continuar comprando."

Mauro Motryn tem um ponto de vista claro diante do comportamento das mulheres das classes C e D em relação à
crise econômica: "Elas estão felizes de finalmente terem entrado no mercado de consumo que até fecham o bolso
agora (...) Mas estão esperando muito a volta do crédito no início do ano para poderem continuar comprando." Para
justificar esse posicionamento, o presidente da agência de publicidade 141 SoHo Square baseia-se em dados
estatísticos de pesquisa que encomendou ao IBOPE, segundo a qual “as mulheres das classes C e D são as que mais
acreditam que o Brasil não está bem, mas vai melhorar em 2009, com índices de 46% e 44%, respectivamente. Na
classe A, o percentual verificado foi de 41%”.

4. Argumentação por testemunho de autoridade (Argumento de autoridade)


Nos textos de escrita acadêmica, é muito frequente que, para respaldar uma tese, um autor se refira a pesquisas
anteriores, de outro pesquisador. Para isso, cite a fonte de onde retirou a citação empregada em seu texto, tendo
cuidado de empregar como argumento as palavras de alguém reconhecido como profundo conhecedor da causa
discutida.
Veja abaixo como esse recurso foi empregado na argumentação do artigo “Produção científica no Brasil sobe, mas
não o número de patentes”, do qual transcrevemos um trecho a seguir.

A produção científica brasileira subiu de 2006 para 2007 e representa 2,02% de todos os artigos científicos
publicados no mundo, mas esse conhecimento ainda não se traduz na prática. Quando se analisa o registro de
patentes nos Estados Unidos, o índice brasileiro é próximo a zero.
"O Brasil está muito atrás de outros países que até produzem menos artigos científicos. Dificilmente um País que
produz ciência não faz as duas coisas. Todos têm ciência e patentes, mas não é o caso do Brasil", disse Jorge
Guimarães, presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes).

O autor do artigo, em sua argumentação, denuncia o baixo número de patentes registrado no Brasil, apesar da alta
produção científica. Para defender essa tese, clara logo no primeiro parágrafo, o autor se vale das palavras de uma
autoridade no assunto, Jorge Guimarães, presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino
Superior (Capes). A própria instituição por ele presidida é reconhecida internacionalmente como referência no que
diz respeito à pesquisa científica.
5. Argumentação por contra-argumentação
Muitas vezes, ao redigir um texto argumentativo, você já imagina quais serão os possíveis posicionamentos
contrários de alguns leitores. Para fortalecer sua argumentação, você pode citar essas visões diferentes da sua e
contrapor-se a elas, utilizando o que chamamos de contra-argumentação. É preciso tomar cuidado, no entanto, para
refutar com consistência os argumentos que se opõem à sua tese, ou seu posicionamento pode perder credibilidade.
Observe o trecho abaixo, retirado do artigo “Crise e poder”, de Rubens Ricupero, e atente para o uso que o autor fez
da contra-argumentação para respaldar sua tese.

A crise econômica é também uma crise da globalização. Dizia-se antes que o poder do Estado estava sendo corroído
pela interdependência da globalização. Ora, o que vimos é que esta foi de fato responsável pelo contágio da doença.
O remédio, porém, vem sendo administrado pelo Estado nacional por meio dos bancos centrais e dos Tesouros.
A primeira conclusão, portanto, é que, apesar da globalização, permanece intacta a configuração dominada pelo
Estado-Nação, cujo poder em relação ao mercado e à sociedade é reforçado pela crise.

A tese central defendida pelo autor no trecho analisado é que, “apesar da globalização, permanece intacta a
configuração dominada pelo Estado-Nação”. No entanto, para chegar a essa afirmativa, o texto parte de uma ideia
contrária a ela: “Dizia-se antes que o poder do Estado estava sendo corroído pela interdependência da globalização”.
Veja que essa ideia contrária à tese foi introduzida pela expressão “dizia-se”, a qual não define quem é que dizia que
o poder do Estado estava sendo corroído pela interdependência da globalização. O agente responsável por essa ação
não pode ser identificado no texto. Só o que sabemos é que não se diz mais isso; chega-se a tal conclusão pelo
tempo do próprio verbo em “dizia-se”.
É importante perceber que a oposição entre essa afirmativa inicial e a tese defendida pelo autor não torna o
texto contraditório. Na verdade, para fortalecer sua argumentação, o autor afirma algo que era dito antigamente
para logo rechaçar essa ideia, na frase: “O remédio, porém, vem sendo administrado pelo Estado nacional por meio
dos bancos centrais e dos Tesouros”. A palavra “porém”, conectivo de oposição (conforme você estudou na lição
sobre coesão textual) introduz uma ressalva à ideia inicial do texto, dando suporte à tese defendida pelo autor.

Tema: Vestibular, um mal necessário.


Tese: O vestibular privilegia os candidatos pertencentes às classes mais favorecidas economicamente.
Raciocínio lógico: Os candidatos que estudaram em escolas com infraestrutura deficiente, como as escolas públicas
do Brasil, por mais que se esforcem, não têm condições de concorrer com aqueles que frequentaram bons colégios.
Contra-argumentação: Mesmo que o acesso à universidade fosse facilitado para candidatos de condição econômica
inferior, evidenciando a inclusão social tão desejada por grande parte dos brasileiros, o problema não seria
resolvido, pois a falta de um aprendizado sólido, no primeiro e segundo grau, comprometeria o ritmo do curso
superior.
Conclusão (síntese): As diferenças entre as escolas públicas e privadas são as verdadeiras responsáveis pela seleção
dos candidatos mais ricos.

Atividade 3
A atividade a seguir deve ser feita antes de você prosseguir na aula. Caso você não consiga resolvê-la, retome a
leitura do conteúdo a que ela se refere.

Agora é a sua vez de redigir parágrafos argumentativos! Siga as instruções abaixo e lembre-se do que você estudou
na lição sobre estrutura geral dos parágrafos.

1. O tema dos parágrafos será a implantação da Lei Seca. Portanto, antes de redigi-los, opte por uma tese,
posicionando-se a favor ou contra a legalização desse tipo de punição no Brasil.

2. Agora que você já optou por uma tese, escreva cinco parágrafos argumentativos que a sustentem,
empregando, respectivamente: a) causa/consequência; b) exemplificação; c) dados estatísticos; d) argumento de
autoridade; e e) contra-argumentação.
POSSÍVEIS RESPOSTAS

· Atividade

a) A despeito das discussões sobre direito à liberdade de consumo, a redução do limite de álcool permitido no
sangue de motoristas tem de ser encarada como uma decisão razoável do governo. Afinal, há que se considerar,
sobretudo, o principal motivo que conduziu à adoção de tal medida: o automóvel, veículo criado no século XIX para
servir ao homem como meio de locomoção eficaz, tornou-se arma nos séculos XX e XXI graças à sua associação com
o consumo de bebidas alcoólicas.

b) Além da clara redução dos mortes de acidentes de trânsito, a implantação da Lei Seca traz consequências
benéficas a reboque, como, por exemplo, a diminuição dos valores de apólices de seguros. Havendo menos
acidentes, as seguradoras poderão oferece valores mais baixos para seus clientes, atingindo até 10% de redução, o
que pode, inclusive, aumentar o mercado consumidor desse tipo de serviço.

c) A adoção da Lei Seca no Brasil revela uma prudente preocupação diante da forte relação entre alcoolismo e
acidentes de trânsito. No primeiro mês após a implantação da lei, o IML (Instituto Médico Legal) de São Paulo
registrou uma redução de 63% no número de óbitos causados por acidentes de trânsito. De modo semelhante,
dados do Ministério da Saúde garantem que os resgates do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência)
caíram em 24% desde o início da nova legislação.

d) Com a alteração no código de trânsito que baixa para dois decigramas de álcool por litro de sangue o limite
tolerado por lei, o governo Lula conseguiu implementar uma drástica redução nos índices de acidentes de trânsito.
Segundo Flavio Adura, presidente da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), “A lei evita que,
diariamente, cinquenta pessoas morram, que trezentas fiquem feridas e que cento e vinte fiquem com alguma
sequela. São duzentas internações hospitalares a menos e uma economia diária estimada em quarenta e cinco
milhões de reais".

e) Muitos alegam que a redução do limite de álcool permitido no sangue de motoristas é uma medida descabida do
governo, visto que acarreta redução de lucros para donos de bares e consequente desemprego. No entanto, é
improcedente tal colocação, visto que essa mesma lógica conduziria à conclusão de que é necessário que haja mais
acidentes para que mais profissionais da área de saúde possam estar empregados.

Fonte original:
professorvotre.pro.br/aulas/ARGUMENTACAO.doc
http://redacaodescomplicada.blogspot.com.br/p/estrategias-argumentativas.html

Para descontrair

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