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Conceitos Básicos de Análise Combinatória.


Rodrigo Carlos Silva de Lima

rodrigo.uff.math@gmail.com

2
Sumário

1 Conceitos básicos de combinatória 5


1.1 Notações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.2 Princı́pio fundamental da contagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.2.1 Princı́pio multiplicativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.2.2 Número de subconjuntos com p elementos de um conjunto com
n elementos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.2.3 Exemplos: Princı́pio Multiplicativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.3 Permutações simples . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.4 Permutações com elementos repetidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
1.5 Combinações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
1.6 Número de soluções naturais de x1 + · · · + xr = n . . . . . . . . . . . . . 26

3
4 SUMÁRIO
Capı́tulo 1

Conceitos básicos de combinatória

1.1 Notações

5
6 CAPÍTULO 1. CONCEITOS BÁSICOS DE COMBINATÓRIA

Esse texto ainda não se encontra na sua versão final, sendo, por enquanto, cons-
tituı́do apenas de anotações informais. Sugestões para melhoria do texto, correções
da parte matemática ou gramatical eu agradeceria que fossem enviadas para meu
Email rodrigo.uff.math@gmail.com.
1.2. PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA CONTAGEM 7

Notações

• Denotamos a potência fatorial de passo h, base x e expoente n por x(n,h) , que é


definida pelo produtório
Y
n−1
(n,h)
x = (x − kh)
k=0

em especial quando h = 1
Y
n−1
(n,1)
x = (x − k).
k=0

Y
a−1
• Usamos a definição de produto vazio f(k) = 1 para qualquer a inteiro.
k=a

1.2 Princı́pio fundamental da contagem


Usaremos que o número de elementos de um conjunto finito A é dado por

X
f(k) = |A|
k∈A

onde f(k) = 1∀ k, que simbolizaremos por

X
1 = |A|,
k∈A

isso significa que somamos o número 1 para cada elemento em A, ao terminar a


soma teremos o seu número de elementos.

$ Corolário 1 (Princı́pio da adição). Se A1 e A2 são dois conjuntos disjuntos


com p1 e p2 elementos então A1 ∪ A2 possui p1 + p2 elementos. Essa propriedade
é implicação direta do somatório sobre conjunto finito, se A1 e A2 são disjuntos,
temos
X X X
1= 1+ 1 = |A1 | + |A2 | = p1 + p2 .
k∈A1 ∪A2 k∈A1 k∈A2

Logo se A e B são disjuntos

|A ∪ B| = |A| + |B|.
8 CAPÍTULO 1. CONCEITOS BÁSICOS DE COMBINATÓRIA

$ Corolário 2. Sejam conjuntos (Ak )n1 disjuntos , sendo que cada conjunto Ak
n
[ X
n
possui pk elementos. Então o conjunto dado pela união A = Ak possui pk
k=1 k=1
elementos. Por propriedade de somatórios temos

X X
n X X
n
1= 1= pk .
k∈A k=1 k∈Ak k=1

Está propriedade nos diz que se temos conjuntos disjuntosa então


n
[ X
n
| Ak | = |Ak |
k=1 k=1
a
É como se pudéssemos transformar a união em somatório.

b Propriedade 1. Vale ainda uma propriedade mais geral, sejam A, B con-


[
juntos finitos e Ak uma função de B em C tal que possamos escrever A = Ak
k∈B
uma união disjunta, nessas condições vale a propriedade

[ X
A= Ak ⇒ |A| = |Ak |.
k∈B k∈B

ê Demonstração. Vamos provar por indução sobre o número de elementos de


B. Se B é vazio temos que A é vazio, logo não tem elementos, sendo zero também o
somatório, logo nesse caso a propriedade é válida. Considerando válida a propriedade
para um conjunto com n elementos, vamos provar para n + 1 elementos. Como B
é finito tem-se uma enumeração para os seus elementos, seja então elemento n + 1
denotado por an+1 , podemos tomar a partição de B, B = B − {an+1 } ∪ {an+1 } e a reunião
pode ser escrita como
[ [ [ [
A= Ak = Ak = Ak ∪ Ak =
k∈B k∈B−{an+1 }∪{an+1 } k∈B−{an+1 } k∈{an+1 }
[
= Ak ∪ Aan+1
k∈B−{an+1 }

tomando agora o módulo , usando a hipótese da indução , e a propriedade já provada


de que |A ∪ B| = |A| + |B|(para conjuntos finitos disjuntos) tem-se
X X X
|A| = |Ak | + |Aan+1 | = |Ak | + |Ak | =
k∈B−{an+1 } k∈B−{an+1 } k∈{an+1 }
1.2. PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA CONTAGEM 9

X X
= |Ak | = |Ak | .
k∈B−{an+1 }∪{an+1 } k∈B

b Propriedade 2. Sejam os conjuntos A com n elementos e B com m elementos


B = {b(k) |k ∈ Im }, então o produto cartesiano A × B possui m.n elementos.

ê Demonstração. Definimos Ak = A × {b(k) } e temos a propriedade


m
[
A×B= Ak
k=1

como Ak = {(a, bk ) a ∈ A} logo tem n elementos e temos


X X
m X X
m
1= 1= n = m.n .
k∈A×B k=1 k∈Ak k=1

$ Corolário 3. Logo temos que a quantidade de elementos do produto cartesiano


de dois conjuntos A de n elementos e B de m elementos é dado por

X X
|A × B| = |A||B| = ( 1)( 1) = m.n.
k∈A k∈B

b Propriedade 3 (Princı́pio fundamental da contagem parte I-Propriedade


multiplicativa). Sejam n conjuntos (Ak )n1 tendo cada Ak mk elementos, então o
Y
n Yn
produto cartesiano Ak possui mk elementos
k=1 k=1

Y
n Y
n
| Ak | = |Ak |.
k=1 k=1

ê Demonstração. Vamos demonstrar por indução, para n = 1 temos |A1 | = |A1 |


considerando a hipótese
Y
n Y
n
| Ak | = |Ak |
k=1 k=1
vamos provar
Y
n+1 Y
n+1
| Ak | = |Ak |.
k=1 k=1
10 CAPÍTULO 1. CONCEITOS BÁSICOS DE COMBINATÓRIA

temos que

Y
n+1 Y
n Y
n Y
n Y
n+1
| Ak | = | Ak ×An+1 | = |B×An+1 | = |B||An+1 | = | Ak ||An+1 | = |Ak ||An+1 | = |Ak |.
k=1 k=1 k=1 k=1 k=1

1.2.1 Princı́pio multiplicativo

$ Corolário 4 (Princı́pio multiplicativo). Se uma decisão D1 pode ser tomada


de p modos e qualquer que seja esta escolha a decisão D2 pode ser tomada de q
modos, então o número de maneiras de se tomarem consecutivamente as decisões
D1 e D2 é igual ao produto p.q .

Z Exemplo 1. De quantas maneira podemos dar um livro de Filosofia e


História a uma classe de n pessoas, de modo que os livros sejam dados a pessoas
diferentes ? A primeira opção temos n escolhas, para a segunda, não contamos a
primeira pessoa escolhida, logo temos n− 1 escolhas possı́veis, totalizando n(n− 1)
pessoas.

Z Exemplo 2. Um número é chamado de todo-ı́mpar se todos os seus alga-


rismos são ı́mpares. Quantos números todo-ı́mpares de n algarismos existem? .
Os algarismo ı́mpares são {1, 3, 5, 7, 9}, sendo 5 números, cada um dos algarismos
podem ser um destes 5 números, logo a quantidade total de possibilidades é 5n .

Z Exemplo 3. Jogamos uma moeda n vezes, quantas sequências diferentes de


cara e coroa podemos obter? . Temos n escolhas, cada uma com 2 possibilidades,
totalizando 2n .

b Propriedade 4. O número de pares ordenados (ak , as ) tal que ak ∈ A e


as ∈ A e ak 6= as sendo A um conjunto com n elementos é n(n − 1).
1.2. PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA CONTAGEM 11

ê Demonstração. Se não tivéssemos a restrição de pares (ak , as ) com ak 6= as


terı́amos o número de elementos do produto cartesiano |A × A| = |A| × |A| = n2 .
Temos agora que tirar os termos que contamos a mais, que são os termos (as , as ),
com s variando de 1 até n, temos n termos, logo temos n2 − n = n(n − 1) elementos.

Uma segunda demonstração pode ser feita da seguinte maneira, consideramos


[n
o conjunto B do qual queremos contar os elementos e escrevemos B = Ak onde
k=1
Ak = {ak } × (A − {ak }), como (A − {ak }) tem n − 1 elementos, temos
n
[ X
n X
n X
n
|B| = | Ak | = |Ak | = |{ak } × (A − {ak })| = (n − 1) = n(n − 1).
k=1 k=1 k=1 k=1

b Propriedade 5. Se A e B são finitos e possuem respectivamente n e r


elementos, então o número de funções de A para B possui rn elementos .

ê Demonstração. Enumere os elementos de A

A = {a1 , · · · , an }

agora podemos associar a cada função de A em B uma n-upla

(f(a1 ), · · · , f(an ))

onde na k-ésima posição da n-upla temos f(ak ).


Cada k-ésima posição da n-upla pode assumir r valores distintos do mesmo
conjunto B , logo o número de funções é dado pelo número de elementos do produto
Yn
cartesiano B e pela propriedade multiplicativa tem-se que
k=1
Y
n Y
n
| B| = |B| = rn .
|{z}
k=1 k=1 r
12 CAPÍTULO 1. CONCEITOS BÁSICOS DE COMBINATÓRIA

b Propriedade 6. Seja A um conjunto com n elementos. O número de s-uplas


ordenadas com elementos distintos de A é dado por

Y
s−1
(n − k)
k=0

que simbolizaremos por n(s,1) .

ê Demonstração. Seja uma s-upla, para a primeira coordenada podemos es-


colher n elementos, para a segunda coordenada, fixada a escolha da primeira, não
podemos escolher a coordenada que escolhemos na primeira, então escolhemos n − 1
elementos. Supondo que em qualquer coordenada at com t ≤ k escolhemos elemen-
tos de um conjunto com n − (t − 1) elementos, na coordenada ak+1 devemos escolher
n−(k− 1)− 1 elementos, pois não podemos escolher elementos que já foram escolhidos
para as outras coordenadas, continuamos o procedimento até a s-ésima coordenada
de onde escolhemos elementos de um conjunto com n − (s − 1) elementos, o princı́pio
multiplicativo garante um total de

Y
s Y
s−1
(n − k + 1) = (n − k)
k=1 k=0

s-uplas.
Vejamos uma outra demonstração, por indução, da última propriedade.

b Propriedade 7. Seja A um conjunto com n elementos, então o número de


p−1
Y
funções injetivas f : Ip → A é (n − k).
k=0

ê Demonstração. Se p > n o resultado vale pois não existe função injetiva de


f : Ip → A, pois se não f : Ip → f(A) seria bijeção e f(A) ⊂ A daı́ A iria possuir um
subconjunto com p elementos que é maior que o número de elementos de A, o que é
absurdo. Iremos provar o resultado para outros valores de p ≤ n. Para p = 1 temos
n funções, que são
f1 (1) = a1 , f2 (1) = a2 , · · · , fn (1) = an .
p−1
Y
Suponha que para Ip temos (n − k) funções que são injetivas, vamos mostrar
k=0
1.2. PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA CONTAGEM 13

Y
p
que para Ip+1 temos (n − k) funções. Seja o conjunto das funções f : Ip+1 → A
k=0
p−1
Y
injetivas, podemos pensar o conjunto das f restritas à Ip tendo (n−k) funções, por
k=0
hipótese da indução , agora podemos definir essas funções no ponto p+ 1, onde temos
p−1
Y
n − p escolhas, para cada uma dessas escolhas temos (n − k) funções, portanto
k=0
p−1
Y Y
p
temos um total de (n − p) (n − k) = (n − k) funções.
k=0 k=0

1.2.2 Número de subconjuntos com p elementos de um con-

junto com n elementos


 
b Propriedade 8. Se A possui n elementos então A possui np subconjuntos
com p elementos.

ê Demonstração. Vamos provar por induç ão sobre n e p livre. Para n = 0


0
ele só possui um subconjunto com 0 elementos = 1 e para outros valores de
0
0
 
p > 0 ∈ N vale = 0.
p  
n
Suponha que para um conjunto qualquer A com n elementos, temos sub-
p
conjuntos, agora podemos obter um conjunto com  n + 1 elementos, adicionando um
n
novo elemento {an+1 }, continuamos a contar os subconjuntos que contamos com
p
elementos de A e podemos formar mais subconjuntos com p elementos adicionando
o ponto {an+1 } aos conjuntos com
 p − 1elementos,
  que  porhipótese da indução temos
n+1

n n n
, então temos no total + = pela identidade de Stifel,
p−1 p−1 p p
como querı́amos demonstrar.

ê Demonstração.[2] O número de sequências de tamanho k com elementos


distintos tomados de um conjunto A com n elementos é n(k,1) . Cada subconjunto com
k elementos possui k! ordenações diferentes, que são contadas quando contamos o
14 CAPÍTULO 1. CONCEITOS BÁSICOS DE COMBINATÓRIA

número total de sequências, então

n(k,1)
 
n
=
k k!

é o resultado que buscamos.

1.2.3 Exemplos: Princı́pio Multiplicativo

Z Exemplo 4 (Números de telefone). Supondo que números de telefone con-


sistem em dois dı́gitos para simbolizar o estado e 8 para o telefone, sendo que os
números variam de 0 até 9, quantos números de telefones distintos são possı́veis
no total ? Temos no total 1010 = 10 000 000 000 números possı́veis, isto é,
10 bilhões de números, maior que a quantidade de seres vivos no planeta no
momento.

Z Exemplo 5 (Placas de carros). Placas de carros possuem 7 dı́gitos , os três


primeiros dı́gitos são para letras, sendo 26 letras distintas, seguidas de 4 números
que variam de 0 até 9, quantas placas podem existir no total?
Podem existir 263 .104 = 175 760 000, quase 176 milhões de placas.

Z Exemplo 6. Quanto números naturais de 10 algarismos distintos podemos


formar? A primeira escolha é 9, pois não podemos escolher o 0, a segunda
é 9, pois não escolhemos o anterior e adicionamos o zero assim continuamos
(9, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1) sendo 9.9! possibilidades. Se tivermos mais de 10 algaris-
mos temos repetição daı́ não podem ser distintos. Em geral para n algarismos a
9!
quantidade de números é dada por s(n) = 9. = 9.9(n−1,1) .
(10 − n)!

Z Exemplo 7. Quantos números naturais de n algarismos podemos ter? s(n) =


1.2. PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA CONTAGEM 15

9.10n−1 .

Z Exemplo 8. Quantas sequências de tamanho n com elementos dois a dois


distintos podemos formar usando p sı́mbolos ?
s(n) = p(n,1) .

Z Exemplo 9. Quantas sequências de tamanho n podemos formar usando p


sı́mbolos ?
s(n) = pn .

Z Exemplo 10. Quantas letras podem ser representadas usando no máximo n


sı́mbolos em um código com p sı́mbolos?
X
n
pn+1 − p
n
[
O resultado é pk = pois é o resultado de | Ak | onde Ak é usar
k=1
p−1 k=1
k sı́mbolos.
O código Morse usa duas letras (ponto e traço), e as palavras têm até 4 letras.
Quantas são as palavras do código Morse? . Aplicando o resultado anterior segue
que tal número é 25 − 2 = 30.

Z Exemplo 11. O alfabeto hermitiano consiste em três letras, as palavras nesse


alfabeto contém até 4 letras, quantas palavras existem na linguagem hermitiana?
Aplicamos o exemplo anterior com n = 4 e p = 3, daı́ temos

3 + 32 + 33 + 34 = 120

letras.

Y
n
Z Exemplo 12 (Divisores). Quantos divisores possı́veis tem o número pαk k ?
k=1
16 CAPÍTULO 1. CONCEITOS BÁSICOS DE COMBINATÓRIA

Y
n
Os divisores são da forma pbkk onde bk varia de 0 até αk , sendo αk + 1
k=1
números, logo o número de divisores é

Y
n
(αk + 1).
k=1

Z Exemplo 13 (Domino ). Uma pedra é constituı́da de 2 números, sendo peças


simétricas, tal que (aj , ak ) = (ak , aj ). Quantas peças podem ser formadas usando
n números (ak )n1 ? Fixamos a primeira coordenada (a1 , ak ) e fazemos variar a
segunda, tendo nesse caso n escolhas, depois fixamos a primeira coordenada no
segundo elemento (a2 , ak ) e fazemos variar a segunda coordenada, ela não pode
ser uma das contadas antes (a1 , a2 ) logo temos n − 1 escolhas, continuamos o
processo até (an , ak ) onde temos n − (n − 1) = 1 escolha, e somamos todos os
casos
X
n X
n
n(n + 1)
(n − k) = k= .
2
k=1 k=1

b Propriedade 9. Dado In = {1, · · · , n} o número de funções f : In → In em


que f(f(x)) = f(x) é dado por

X
n−1  
n
(n − k)k .
k=1
k

ê Demonstração. Sabemos que se f(x) = x então f(f(x)) = f(x), os pontos que


satisfazem a primeira propriedade são chamados de pontos fixos de uma função. A
imagem de f, f(In ) é formada por pontos fixos, pois dado y ∈ f(In ) tem-se y = f(y).
Como f é função então f(In ) possui no mı́nimo 1 elemento e pelo fato da imagem
ser subconjunto de {1, · · · , n} a imagem tem no máximo n elementos, então vamos
calcular para cada k ∈ N fixo com 1 ≤ k ≤ n o número de funções f tais que f(In )
tem k pontos fixos.

• Se f(In ) tem n pontos fixos, então para todo x ∈ In vale f(x) = x, portanto
existe uma única função que satisfaz a propriedade, que é a função identidade.
1.2. PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA CONTAGEM 17

Contamos  
n 0
1= n .
0
• Se f(In ) tem n − 1 pontos fixos. Suponha que sejam

f(1) = 1, f(2) = 2 f(3) = 3, · · · , f(n − 1) = n − 1

f(n) não pode ser n, pois se não terı́amos n pontos fixos, o que já contamos no
caso anterior, então f(n) deve ser algum outro elemento k 6= n, Vamos mostrar
que para qualquer uma dessas definições vai valer f(f(n)) = f(n), o que vamos
fazer agora. Sabemos que f(k) = k, pois k < n cai na primeira listagem de
pontos fixos, então
f(f(n)) = f(k) = k = f(n)
|{z}
k
então f(t) satisfaz a propriedade f(f(t)) = f(t) , assim como os outros valores
de t. O que provamos acima iremos usar nos outros casos, demonstramos  que 
n
se f(n) = k com k ponto fixo, então vale f(f(n)) = f(n). Podemos fazer
n−1
escolhas dos pontos fixos, isto é, de n escolhemos n− 1 pontos parem serem fixos
e para o outro valor não fixo podemos escolher n − 1 imagens, logo contamos
 
n
(n − 1)1 .
1

• Se f(In ) tem n − 2 pontos fixos. Suponha inicialmente que sejam

f(1) = 1, f(2) = 2 f(3) = 3, · · · , f(n − 2) = n − 2

sabemos pelo exemplo anterior que f(n) ou f(n − 1) devem ser diferentes de n
e n − 1 respectivamente, pois se não cairı́amos nas contagens anteriores. Agora
f(n) não pode ser (n − 1), pois se não f(f(n)) = f(n − 1) = f(n) = n − 1 daı́
|{z}
n−1
f(n − 1) = n − 1 o que contraria o que queremos, da mesma maneira f(n − 1)
não pode ser n, usaremos esse propriedade para os outros casos. Vimos no
caso anterior que f(n) pode assumir qualquer valor de 1 ≤ f(n) ≤ n − 2, o
mesmo para f(n − 1), então com isso contamos um fator (n − 2)2 no número
de funções, como
 de n pontos escolhemos n − 2 pontos para serem pontos fixos
n n
temos = escolhas, contamos no total
n−2 2
 
n
(n − 2)2 .
2
18 CAPÍTULO 1. CONCEITOS BÁSICOS DE COMBINATÓRIA

Já podemos observar uma padrão na contagem. Vejamos um caso genérico.

• Se f(In ) tem k pontos fixos. Suponha que sejam

f(1) = 1, f(2) = 2 f(3) = 3, · · · , f(k) = k

temos que definir a função nos valores f(k + 1) até f(n), sabendo que esses
valores podem ser qualquer natural s com 1 ≤ s ≤ k, pelo que foi observado nos
casos anteriores, então contamos um fator de (n − k)k , agora os pontos fixos,
n
de n escolhemos k, , no total contamos
k
 
n
(n − k)k funções.
k

• Continuamos o procedimento até termos apenas 1 ponto fixo, digamos f(1) = 1.


Daı́
 os outros valores podem assumir apenas o valor 1 = n − (n − 1), temos
n n
= escolhas de pontos fixos, no total contamos
1 n−1
 
n
(n − (n − 1))n−1
n−1

• Para contar a quantidade total, somamos todas contribuições

X
n−1  
n
(n − k)k .
k=1
k

Z Exemplo 14. Um número natural é dito ser todo-ı́mpar se todos os seus


algarismos são ı́mpares, quantos números todo-ı́mpares de n algarismo existem?
.
Em cada algarismo temos cinco escolhas {1, 3, 5, 7, 9} por isso temos 5n números
todo-ı́mpares com n algarismos.

Z Exemplo 15. Jogamos uma moeda n vezes, quantas sequências de cara e


coroa podemos obter? A resposta é 2n pois para cada uma das jogadas temos
1.3. PERMUTAÇÕES SIMPLES 19

duas possibilidades.

Z Exemplo 16. Um time de futebol deve eleger um capitão e um vice-capitão,


de quantas maneiras isso pode ser feito? Podem ser feito de 11.10 maneiras, na
primeira escolha podem ser os 11 na segunda não podemos escolher o anterior
logo são 10.

1.3 Permutações simples

m Definição 1 (Permutação simples). Dados n objetos distintos E = {a1 , · · · , an },


uma ordenação de tais objetos é uma função f : {1, · · · , n} → E, que seja bijetora.
| {z }
:In
As ordenações serão denotadas por n-uplas

(f1 , · · · , fn )

Uma ordenação possı́vel, com três elementos, é por exemplo

(a1 , a2 , a3 ),

outra é
(a2 , a1 , a3 ).

Cada ordenação dos n objetos é chamada uma permutação simples dos n


objetos.

b Propriedade 10. Sejam A e B conjuntos com n elementos, então o número


de bijeções de f : A → B é n!

ê Demonstração.
Por indução sobre n, para n = 1, tem-se uma função A = {a1 } e B = {b1 }, f : A → B
tal que f(a1 ) = b1 . Supondo a validade para conjuntos com n elementos, vamos
20 CAPÍTULO 1. CONCEITOS BÁSICOS DE COMBINATÓRIA

provar que vale para conjuntos com n + 1 elementos. Tomando A = {ak , k ∈ In+1 }
e B = {bk , ∈ In + 1}, dado s ∈ In+1 , fixamos as bijeções f com f(a1 ) = bs daı́ a
quantidade dessas funções é dada pela quantidade de bijeções de A \ {a1 } em B \ {bs },
que é n! para cada s variando de 1 até n + 1, o total então é (n + 1)n! = (n + 1)!.

$ Corolário 5. O mesmo vale se A = B.

b Propriedade 11. Se A possui n elementos então A possui 2n subconjuntos.

ê Demonstração. Por indução sobre n. Se A = {a} então A possui dois


subconjuntos que são A e o vazio. Suponha que vale para um conjunto qualquer com
n elementos, vamos provar que vale para um conjunto com n + 1 elementos B. Tome
um elemento a de B, então |P(B \ {a})| = 2n e temos os subconjuntos (pk )2k=1 com
n

ele podemos formar os subconjuntos (pk )2k=1 e (pk ∪ {a})2k=1 , daı́ temos 2n + 2n = 2n+1
n n

subconjunto para B.

m Definição 2 (Anagrama). Seja A um multi-conjunto de letras, sendo n seu


número de elementos. Seja uma ordenação O qualquer dessas letras , com n
elementos, então um anagrama de O é qualquer permutação de A.

1.4 Permutações com elementos repetidos

Considerando n sı́mbolos de r tipos distintos cuja quantidade de cada tipo r


é simbolizada por nk com k em [1, r], k natural o número de permutações desses
elementos é dada por
n!
Q
r
(nk !)
k=1

temos também
X
r
n= nk
k=1
1.4. PERMUTAÇÕES COM ELEMENTOS REPETIDOS 21

logo
P
 r

nk !
k=1
Q
r
(nk !)
k=1

é um número natural.
Outra demonstração vem da identidade

Y
n 
bs+1

(bn+1 )!
=
bs Q1
n+
s=1 [(ak )!]
k=1

X
s
onde bs = ak que vamos demonstrar agora. Temos
k=1
 
bs+1 bs+1 ! bs+1 ! Qg(s)
= = =
bs bs !(bs+1 − bs )! bs !(as+1 )! (as+1 )!

aplicando agora o produtório


Q
n
Qg(s)
s=1 g(n + 1) bn+1 !
Q = = .
n
Q1
n+ Q1
n+
(as+1 )! g(1) (as )! (ak )!
s=1 s=2 k=1

P1
s+ P1
n+

Y
n  ak  ( ak )!
k=1 k=1
=
Ps Q1
n+
s=1 ak [(ak )!]
k=1 k=1

Y
n 
a1 + · · · + as+1

(a1 + · · · + an+1 )!
=
a1 + · · · + as Q1
n+
s=1 [(a1 + · · · + ak )!]
k=1

Y
n 
a1 + · · · + as+1

(a1 + · · · + an+1 )!
=
s=1
a1 + · · · + as [(a1 )!][(a1 + a2 )!] × · · · × [(a1 + · · · + an+1 )!]

    
a1 + a2 a1 + a2 + a3 a1 + · · · + an+1 (a1 + · · · + an+1 )!
×· · ·× =
a1 a1 + a2 a1 + · · · + an [(a1 )!][(a1 + a2 )!] × · · · × [(a1 + · · · + an+1 )!]
22 CAPÍTULO 1. CONCEITOS BÁSICOS DE COMBINATÓRIA

Z Exemplo 17. Permutações de ABA são dadas por


3!
2!

pois temos 3 letras no total e 2 letras A.

n(n − 3)
b Propriedade 12. Um polı́gono convexo de n lados possui
2
diagonais.

ê Demonstração.
De inı́cio podemos escolher n vértices para a primeira extremidade de uma diago-
nal, a segunda escolha é de n − 3 pois retiramos o vértice inicial e seus dois vizinhos.
Contando dessa forma, temos o dobro da contagem do número total então dividimos
n(n − 3)
por 2 para conseguir o número requerido , diagonais.
2

Z Exemplo 18. Cada um de dois colecionadores possui m selos e n cartões


postais. Dizemos que uma troca é justa se selo é trocado por selo e cartão por
cartão. Quantas trocas é possı́vel fazer entre esses dois colecionadores?
Para trocas de cartões temos duas escolhas a que o colecionador A passa para
o B e a que o colecionador B passa para o A, cada uma delas pode ser feita de n
maneiras, então temos n.n = n2 modos.
Para selos o mesmo procedimento, logo temos m2 , a quantidade total é a soma
m2 + n2 .

Z Exemplo 19. Quantos números com m algarismos possuem todos os algaris-


mos com a mesma paridade (todos pares ou todos ı́mpares)? Para números pares
temos {0, 2, 4, 6, 8} para ı́mpares {1, 3, 5, 7, 9} ambos com 5 números. Contamos os
pares, para o primeiro algarismo temos 4 escolhas , pois não podemos escolher o
1.4. PERMUTAÇÕES COM ELEMENTOS REPETIDOS 23

0, para as outras temos 5 escolhas, contamos então

4.5m−1

para os ı́mpares o mesmo procedimento, porém para cada algarismo contamos 5


possı́veis escolhas
5m

o resultado total é soma das duas

5m + 4.5m−1 = 95m−1 .

Z Exemplo 20. De quantas maneiras podemos enviar m cartas se podemos


usar n mensageiros e cada carta pode ser dada a qualquer um deles? Para cada
carta podemos escolher n mensageiros, então o resultado é nm .

Z Exemplo 21. De quantas maneiras podemos escolher 4 cartas de naipes e


valores diferentes em um baralho com 52 cartas?
Temos 4 naipes, cada um com 13 cartas distintas. Podemos escolher primeiro
13 cartas, depois 12, depois 11 e finalmente 10 então o resultado é

13.12.11.10.

Z Exemplo 22. Uma prateleira possui m livros, de quantas maneiras podemos


fazer uma única pilha com alguns desses livros?
Se temos apenas um único livro, temos m maneiras de fazer, se temos 2 livros
temos m(m − 1) maneiras, se temos 3 livros temos m(m − 1)(m − 2) maneiras,
continuando o processo com m livros temos m! maneiras, somamos todas possi-
24 CAPÍTULO 1. CONCEITOS BÁSICOS DE COMBINATÓRIA

bilidades

m + m(m − 1) + (m)(m − 1)(m − 2) + · · · + m! maneiras.

Z Exemplo 23. De quantas maneiras podemos posicionar 8 torres em um


tabuleiro de xadrez de tal forma que elas não possam se atacar?
Lembrando que o tabuleiro de xadrez possui 8 linhas e 8 colunas, totalizando
64 espaços. Colocamos a primeira Torre em uma linha, logo temos para a segunda
7 colunas para colocar a próxima torre, em seguida temos 6 posições possı́veis e
assim por diante, no total temos 8! possı́veis escolhas.

Z Exemplo 24. As regras de um torneio estipulam que cada participante tem


que competir com um dos outros exatamente uma vez. Quantas competições
teremos se o torneio possui m participantes?
Podemos pensar cada participante como um vértice, as competições são as
maneiras de ligar dois vértices distintos, para o primeiro vértice temos m possi-
bilidades, para o segundo temos m − 1(pois excluı́mos a primeira escolha ), por
simetria contamos o dobro da quantidade total, logo a quantidade que queremos
m(m − 1)
é de .
2

1.5 Combinações
Lembramos que estamos usando a notação

Y
r−1
(r,1)
n = (n)(n − 1) × · · · (n − (r − 1)) = (n − s).
s=0
1.5. COMBINAÇÕES 25

b Propriedade 13. n(r,1) é o número de diferentes maneiras que um grupo de


r elementos pode ser selecionado de n itens quando a ordem importaa . Quando a
ordem não é relevante temos a quantidade dada por

n(r,1)
 
n
= ,
r r!

pois temos r! permutações dos r elementos, que foram contados a mais, por isso
 
n
dividimos. Lembramos também que pode ser lido como n escolhe r.
r
a
Quando a ordem conta, contamos mais elementos

b Propriedade 14 (Relação de Stiefel). Vale a propriedade

n−1 n−1
     
n
= + .
k k−1 k

ê Demonstração. Sejam n objetos a1 , · · · , an . Vamos denotar Seja (n, k)at ,


como de n escolhemos k, dos quais at é um dos k. E denotar (n, k)∼at , como de n
escolhemos k, dos quais at , não é um dos k. Temos que
 
n
= (n, k)∼at + (n, k)at .
k

Vamos provar a identidade por meio de combinatória. Podemos contar k objetos


de n, o que pode ser feito somando duas possibilidades:
n−1
 
• Retire um objeto at dos n. Existem de formar grupos com k objetos,
k−1
incluindo t, pois de n − 1 elementos a1 , · · · , an \ {at } devemos escolher k − 1
objetos, (o k-ésimo já foi escolhido que é o elemento at ).
n−1
 
• De forma similar existem maneiras de formar grupos que não conte-
 k
n
nham t, dando o total de .
k
Vejamos um exemplo para diferenciar combinação de outro tipo de contagem.
26 CAPÍTULO 1. CONCEITOS BÁSICOS DE COMBINATÓRIA

Z Exemplo 25. • Se um jornal pretende realizar entrevista com dois estu-


dantes de uma sala de 30 alunos, então a ordem das escolhas não importa
e temos então
30 30.29
 
= escolhas .
2 2

• Se da mesma sala com 30 estudantes, temos que escolher um direto e um


vice-diretor de um centro acadêmico, então a ordem importa e temos

30.29 escolhas .

Z Exemplo 26. Duas alunas devem escolher entre dois livros de Teoria dos
Números e quatro de Geometria. Sendo que todos os livros sejam escolhidos, cada
aluna tenha um livro de ambos os temas. Quantas são as possı́veis maneiras de
escolha? . Para escolha de livros de teoria dos números, temos duas possı́veis
escolhas. Agora para a escolha de livros de geometria, fixe uma aluna. Temos

4 4 4 4 .3
     
+ + =4+ + 4 = 8 + 6 = 14,
1 2 3 2

maneiras, pois conta ela pode escolher um livro, dois ou três, dos 4 livros de
geometria. Pelo princı́pio multiplicativo o total é de 14.2, maneiras de se escolher.

Z Exemplo 27. Quantos triângulos podem ser formados se os seus vértices


são tomados de um polı́gono de n lados? (n > 3). De cada n pontos, escolhemos
3, sendo que a ordem não importa, então temos

n.(n − 1)(n − 2)
,
3!

triângulos.

1.6 Número de soluções naturais de x1 + · · · + xr = n


1.6. NÚMERO DE SOLUÇÕES NATURAIS DE X1 + · · · + XR = N 27

n−1 r+n−1
   
b Propriedade 15. Existem r − 1 inteiros positivos e r − 1 inteiros
não negativos (xk )r1 satisfazendo

X
r
xk = n.
k=1

ê Demonstração.

Z Exemplo 28. Calcular o número de soluções inteiras positivas de x+y+z = 7.


6 6.5

Pela fórmula anterior o número é dado por = = 15.
2 2

Z Exemplo 29. Calcular o número de soluções inteiras positivas de


X
r
xk ≤ n.
k=1

X
r 
t−1

Para xk = t temos soluções, somando as soluções de todos os
k=1
r−1
casos

X
n 
t−1

0
   
n
= −
t=1
r−1 r r
 
n
se r > 0 ficamos com , se fossem soluções não negativa terı́amos
r

X
n 
r+t−1
 
n+r
   
r n+r

= − = − 1.
t=1
r−1 r r r

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