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9571-83638-1-SM1009201614
Tempass LR, Boes AA, Lazzari DD et al. Características do atendimento pré-hospitalar de pacientes...
ARTIGO ORIGINAL
CARACTERÍSTICAS DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR DE PACIENTES COM
SUSPEITA OU DIAGNÓSTICO DE SÍNDROME CORONARIANA
PREHOSPITAL CARE CHARACTERISTICS OF PATIENTS WITH SUSPECTED OR DIAGNOSED
CORONARY SYNDROME
CARACTERÍSTICAS DE LA ATENCIÓN PREHOSPITALARIA DE LOS PACIENTES CON SOSPECHA O
DIAGNÓSTICO DE SÍNDROME CORONARIO
Lucas Rodrigo Tempass1, Adilson Adair Boes2, Daniele Delacanal Lazzari3, Juliano de Amorim Busana4, Eliane
Regina Pereira Nascimento 5, Walnice Jung6
RESUMO
Objetivo: caracterizar o atendimento pré-hospitalar de pacientes com suspeita clínica ou diagnóstico de
síndrome coronariana aguda. Método: estudo retrospectivo, transversal, com abordagem quantitativa,
realizado em um serviço móvel de atendimento. Para análise, as informações coletadas foram submetidas à
análise estatística com auxílio do Programa SPSS for Windows versão 16.0. Resultados: os 144 (2,39%)
prontuários representam todos os casos relacionados à síndrome coronariana aguda, 28 atendimentos por
motivo clínico e 116 para transporte de paciente com suspeita clínica ou diagnóstica de síndrome coronariana
aguda. O principal desfecho foi o encaminhamento para o plantão cardiológico, representado por 74 casos.
Conclusão: novas estratégias necessitam ser implantadas para que melhores resultados no tratamento do
infarto agudo do miocárdio possam ser obtidos neste serviço, como a solicitação do eletrocardiograma pelo
enfermeiro após a avaliação na chegada ao serviço. Descritores: Síndrome Coronariana Aguda; Necessidades e
Demandas de Serviços de Saúde; Ambulâncias; Enfermagem em Emergência.
ABSTRACT
Objective: to characterize the prehospital care of patients with clinical suspicion or diagnosis of acute
coronary syndrome. Method: retrospective, cross-sectional study, with quantitative approach, performed at a
mobile care service. For analysis, the collected data were subjected to statistical analysis using the SPSS for
Windows version 16.0. Results: 144 (2.39%) records represent all cases related to acute coronary syndrome,
28 patients attended for clinical reasons and 116, for patient transportation with clinical suspicion or
diagnosis of acute coronary syndrome. The primary outcome was the referral to the cardiology duty,
represented by 74 cases. Conclusion: there is need to implement new strategies to obtain better results in
the treatment of acute myocardial infarction in this service, such as the request of the electrocardiogram by
the nurse after assessing when arriving at the service. Descriptors: Acute Coronary Syndrome; Health Services
Needs and Demand; Ambulances; Emergency Nursing.
RESUMEN
Objetivo: caracterizar la atención pre-hospitalaria de los pacientes con sospecha clínica o diagnóstico de
síndrome coronario agudo. Método: estudio retrospectivo, transversal, con abordaje cuantitativo, realizado
en un servicio de atención móvil. Para el análisis, los datos recogidos fueron sometidos a análisis estadístico
con el programa SPSS versión 16.0 para Windows. Resultados: 144 (2.39%) representan los registros de todos
los casos relacionados con el síndrome coronario agudo, 28 por razones clínicas y 116 para el transporte de
pacientes con sospecha clínica o diagnóstico del síndrome coronario agudo. El resultado primario fue la
referencia a la cardiología, representado por 74 casos. Conclusión: nuevas estrategias deben ser aplicadas
para mejores resultados en el tratamiento del infarto agudo de miocardio en este servicio, como la solicitud
del electrocardiograma por la enfermera después de la evaluación en la llegada al servicio. Descriptores:
Síndrome Coronario Agudo; Necesidades y Demandas de Servicios de Salud; Ambulancias; Enfermería de
Urgencia.
1
Enfermeiro, Especialista em Terapia Intensiva, Unimed Vale dos Sinos. Novo Hamburgo (RS), Brasil. Email: lucasrts@hotmail.com;
2
Enfermeiro, Professor Mestre em Biologia Celular, Curso de Graduação da Universidade Feevale. Novo Hamburgo (RS), Brasil. Email:
aab@feevale.br; 3Enfermeira, Mestre em Educação,Doutoranda, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Universidade Federal de
Santa Catarina/PEN/UFSC. Florianópolis (SC), Brasil. Email: danielelazza@gmail.com; 4Enfermeiro, Mestre em Enfermagem, Programa de
Pós-Graduação em Enfermagem, Universidade Federal de Santa Catarina/PEN/UFSC. Florianópolis (SC), Brasil. E-mail:
julianobusana@hotmail.com; 5Enfermeira, Professora Doutora em Enfermagem, Departamento de Enfermagem, Universidade Federal de
Santa Catarina/UFSC. Florianópolis (SC), Brasil. Email: eliane.nascimento@ufcs.br; 6Enfermeira, Mestranda, Programa de Pós-Graduação
em Enfermagem, Universidade Federal de Santa Catarina/PEN/UFSC. Florianópolis (SC), Brasil. E-mail: walniceung@gmail.com
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ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.9571-83638-1-SM1009201614
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normalidade dos dados foi utilizado o teste ordem decrescente, a quinta-feira, 18,06%
Kolmogorov Smirnov. Foi considerado como (n=26); terça-feira, com 17,36% (n=25) e
significativo um p < 0,05. sexta-feira, com 15,97% (n=23). No turno da
tarde ocorreram 34,72% (n=50) dos
RESULTADOS
atendimentos e o menor percentual ocorreu
Foram analisados 144 prontuários (todos os na madrugada com 13,19% (n=19).
atendimentos realizados para suspeita clínica Acerca da distribuição dos atendimentos
de SCA), representando 2,39% do número total segundo o mês (Figura 1), detectou-se que os
de pacientes atendidos (atendimentos meses de abril e dezembro foram os que
realizados para todas as patologias ou apresentaram menores ocorrências de
demandas) pelo serviço móvel durante um atendimento, apresentando 2,08% e 4,17%
ano. Da amostra estudada, 54,86% dos respectivamente. Os de maiores incidências
prontuários era de pacientes do sexo foram março e maio com os mesmos
masculino. A média de idades dos pacientes percentuais de 11,81% (17 prontuários); e o
foi de 62,86 ± 16,24. Os dias da semana com mês de agosto com 11,11% (16 prontuários).
maior demanda de atendimento foram, em
17 (11,81%)
17 (11,81%)
16 (11,11%)
15 (10,42%)
14 (9,72%)
14 (9,72%)
14,00%
13 (9,03%)
12 (8,33%)
12,00%
9 (6,25%)
10,00%
8 (5,56%)
6 (4,17%)
8,00%
6,00%
2,08%
4,00%
2,00%
0,00%
jan/11 fev/11 mar/11 abr/11 mai/11 jun/11 jul/11 ago/11 set/11 out/11 nov/11 dez/11
Figura 1. Distribuição dos atendimentos aos pacientes com suspeita clinica ou diagnóstico de
Síndrome Coronariana Aguda segundo o mês.
Pode-se verificar que 116 pacientes foram (80,56%) com um tempo resposta de 16,36 ±16
atendidos para realização de transporte minutos e a principal origem de transporte foi
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Figura 2. Recursos utilizados no atendimento aos pacientes com suspeita clinica ou diagnóstico de
Síndrome Coronariana Aguda.
A Monitorização Cardíaca Contínua (MCC), Pressão Arterial Não Invasiva (PANI) foram os
Saturação de Oxigênio (SATO2) e medição da procedimentos mais utilizados.
Figura 3. Desfecho dos pacientes atendidos com suspeita clínica ou diagnóstico de Síndrome
Coronariana Aguda
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proporcionar maiores taxas de tempo porta- Sistema de Saúde no ano de 2009, onde no
balão ideal (menor que 90 minutos).20 mesmo ano as doenças cardiovasculares
Neste estudo, 16,67% dos pacientes fizeram corresponderam a 29% do total de óbitos,
uso de oxigênio (n=24). Não é necessário atingindo o maior custo em hospitalizações de
fornecer oxigênio suplementar para pacientes 1,9 bilhões e 19% dos custos com
sem evidência de desconforto respiratório, hospitalizações.22-23
caso a saturação de oxi-hemoglobinas seja ≥ A alocação de recursos e demais ações do
94%.1 planejamento das ações em saúde pode ser
O paciente com IAM necessita receber orientada pela identificação de picos de
tratamento em ambiente hospitalar, em UTI atendimentos segundo os dias da semana.
ou outras unidades específicas, em média nos Geralmente há diminuição dos atendimentos
primeiros três dias, ficando monitorizado nos finais de semana, mas essa análise deve
ininterruptamente, a fim de que qualquer ser contínua, pois inúmeros fatores podem
complicação, principalmente arritmias, sejam alterar esse perfil.24
imediatamente identificadas e tratadas.20
CONCLUSÃO
Segundo a legislação, que dispõe sobre a
regulamentação da Assistência de As doenças cardiovasculares despontam
Enfermagem em Atendimento Pré-Hospitalar e como primeira causa de morbidade e
demais situações relacionadas com o Suporte mortalidade há décadas, incluindo nesse
Básico e Suporte Avançado de Vida, é grupo a SCA, sendo um desafio para as
privativo do enfermeiro realizar equipes de atendimento pré-hospitalar por
procedimentos de alta complexidade e prestar serem estes os primeiros profissionais que
assistência de enfermagem em unidades chegam ao encontro desses pacientes. Os
móveis de UTI seja terrestre, aéreo ou dados deste estudo reforçam os encontrados
aquático.21 Em função disso pode se justificar na literatura: os pacientes acometidos pela
o maior índice de utilização de Suporte SCA têm idade média superior a 60 anos. Já,
Avançado de Vida nos transportes desses os pacientes atendidos no domicilio e que
pacientes. permaneceram no local do atendimento, na
Com relação às associações entre o motivo medida em que foi descartada a hipótese de
de chamada e as demais variáveis de estudo cuidados de urgência incluindo algum evento
de pacientes atendidos com suspeita clinica cardiovascular, apresentam a idade média de
ou diagnóstico de SCA (Tabela 02), pode-se 36,33, bem abaixo da média dos pacientes
observar diferença estatisticamente acometidos pela SCA.
significativa entre o tipo de suporte realizado Neste estudo foram analisados 144 (2,39%)
com o motivo de atendimento. Em prontuários de um total de 4763 prontuários
atendimentos clínicos houve um maior referentes a todos os atendimentos realizados
percentual de atendimentos pelo Suporte por um serviço de atendimento pré-hospitalar
Básico de Vida e no atendimento para móvel privado no ano de 2012. Com relação à
transporte houve maior utilização do Suporte caracterização dos atendimentos, objetivo
Avançado de Vida (p=0,01). Não se observou desta pesquisa, os 144 prontuários analisados
associação significativa entre o tipo de representam todos os casos relacionados à
atendimento com o sexo dos pacientes, idade SCA atendidos no ano de 2012, destes, 28
ou tempo decorrente do acionamento do estavam relacionados aos atendimentos por
serviço de APH até a chegada ao paciente e motivo clínico e 116 por transporte com
dia do atendimento. suspeita clínica ou diagnóstica de SCA. Vinte e
Com relação às associações entre o sete indivíduos tiveram como motivo do
desfecho as demais variáveis de estudo de chamado a dor no peito e 94 transportes
pacientes atendidos com suspeita clinica ou tiveram origem do pronto atendimento, onde
diagnóstico de SCA (Tabela 03), pode-se o principal diagnóstico foi IAM. O principal
observar que o paciente que foi a óbito era do desfecho foi o encaminhamento para o
sexo masculino e possuía idade maior que os plantão cardiológico, representado por 74
demais pacientes atendidos. Não houve casos.
associação estatisticamente significativa entre Neste contexto, a elaboração e utilização
o desfecho e sexo, tempo de resposta, turno, de indicadores de qualidade assistencial
dia de atendimento. podem beneficiar o serviço na excelência no
No Brasil, em 2009, foram documentados atendimento visando à mensuração de tais
76.481 óbitos associados à SCA, independente índices, bem como o acompanhamento
do local de óbito. A SCA no Brasil foi constante promovendo melhores estratégias
responsável por 7% do total de óbitos, para o de atendimento, devido à grande demanda de
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