1) DESCREVER A AÇÃO DA INSULINA NA SINTESE DE ACIDOS GRAXOS NO FÍGADO, NO
ARMAZENAMENTO DE TRIGILICERIDEOS NO TECIDO ADIPOSO, NA OXIDAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS E PRODUÇÃO DE CORPOS CETÔNICOS NO FÍGADO.
A insulina promove o aumento da captação de glicose pelos tecidos do corpo,
incluindo o fígado. Os hepatócitos captam a glicose e a transformam em glicogênio por meio da enzima GLICOGÊNIO SINTASE, quando o glicogênio atinge de 5% a 6% de saturação no hepatócito, este para de produzir glicogênio e o excesso de glicose que entra é transformado em ácido graxo. Essa transformação ocorre porque a glicose em excesso que é captada pelos hepatócitos é a molécula base para a transformação de acido graxo, ela é transformada em piruvato na via glicolitica e essa molécula é convertida em ACETIL CO-A, que é o substrato para produção de ácidos graxos. Esse ácido graxo vai sere empacotado em forma de triglicerídeo pelas proteínas de muito baixa densidade (VLDL) e transportado para os adipócitos. A insulina ativa a PROTEÍNA LIPASE nas paredes dos capilares do tecido adiposo, que quebra os triglicerídeos formando novamente acido graxo para que eles possam ser absorvidos pelas células adiposas, já nas células adiposas eles são transformados novamente em triglicerídeos e são armazenados. A insulina inibe a enzima LIPASE-HORMÔNO SENSÍVEL, inibindo a hidrolise de triglicerídeos armazenados, ou seja ela mantém a gordura armazenada. No caso a produção de corpos cetônicos ocorre de forma fisiológica, porque o fígado utiliza uma pequena proporção de ácidos graxos para o seu próprio processo metabólico intrínseco. A cetoacidose ocorre quando há um excesso do uso de lipídios como fonte de energia.
2) FUNÇÃO E GÊNESE DAS LIPOPROTEINAS HDL.
Existem 4 tipos de lipoproteínas:
1) lipoproteínas de muito baixa densidade VLDL contém altas concentrações de
triglicerídeos e moderadas de colesterol e fosfolipídio 2) lipoproteína de densidade intermediária IDL são lipoproteínas de muito baixa densidade cujo uma parte do triglicerídeo foi removida e ficaram aumentadas as concentrações de colesterol e fosfolipídio 3) lipoproteína de baixa densidade LDL derivadas de lipoproteína de densidade intermediária, quase todo triglicerídeo foi removido e tem uma quantidade muito alta de colesterol e um pouco de fosfolipídio 4) LIPOPROTEÍNA DE ALTA DENSIDADE HDL contém concentração muito elevada de proteína (50%) e concentrações muito menores de colesterol e fosfolipídio.
As lipoproteínas são sintetizadas na fígado, pequenas quantidades de HDL tbm são
sintetizadas no intestino. A função prim[aria das lipoproteínas é transportar componentes lipídicos no sangue. As VLDLs transportam triglicerídeos produzidos no fígado para o tecido adiposo, enquanto as outras proteínas transportam colesterol e fosfolipídio do fígado para os tecidos do corpo ou vice- versa. As lipoproteínas HDL são capazes de absorver cristais de colesterol que começam a ser depositados nas paredes dos vasos, esse mecanismo ajuda a proteger contra o desenvolvimento de arterosclerose.
3) FUNÇÃO E GÊNESE DAS LIPOPROTEINAS LDL.
O LDL é uma proteína de baixa densidade que transporta um pouco de acido graxo, bastante colesterol e um pouco de fosfolipídio do fígado para os tecidos do corpo. A elevada concentração de colesterol, sob forma de lipoproteínas de baixa densidade (LDL) pode causar arterosclerose. A elevada concentração dessas lipoproteínas e do colesterol é aumentada por fatores como ingestão de gorduras muito saturadas, obesidade e inatividade física.
4) COMPREENDER OS CONCEITOS DE RESISTÊNCIA A INSULINA E SÍNDROME
METABÓLICA.
Resistencia à insulina é quando os tecidos periféricos do corpo precisam de uma
quantidade de insulina muito maior que a normal para poder captar glicose (com exceção dos músculos e cérebro). Geralmente, a resistência à insulina vem primeiro que a falência das células beta, na verdade acredita-se que a resistência periférica a insulina cause a falência das células beta, devido ao trabalho exaustivo destas para produzir uma grande quantidade de insulina capaz de suprir o organismo. A síndrome metabólica é um conjunto de sintomas e fatores que contribuem para o desenvolvimento de uma doença cardiovascular ou de diabete 2. As características da síndrome metabólica são: dislipidemia ( níveis elevados de triglicerídeos, colesterol, LDL no sangue), hiperglicemia, hipertensão arterial e obesidade. Geralmente esses fatores vem associados a uma resistência a insulina (que provoca a hiperglicemia) e que pode aumentar o risco de DM 2.
5) ENUMERAR FATORES E HORMÔNIOS QUE PODEM LEVAR À RESISTÊNCIA À
INSULINA.
O ganho de peso, síndrome do ovário policístico (ocorre aumento dos hormônios
andrógenos ovarianos), formação excessiva de glicocorticoides ou síndrome de cushing ( no caso da síndrome de cushing a hipófise secreta muito hormônio corticotropina e produz uma secreção exacerbada de CORTISOL na medula da adrenal o hormônio cortisol aumenta a captção de proteína pra ser usada como substrato na gliconeogenese e causa um acumulo de aminoácidos nos líquidos corporais), formação excessiva de hormônio do crescimento (acromegalia), gestação, lipodistrofia (atrofia do tecido adiposo, gera acumulo de gordura no fígado), mutações no receptor de insulina.
6) ENTENDER A FISIOPATOLOGIA DA HIPERGLICEMIA E DA DISLIPIDEMIA NO DM2, COM
BASE NAS ALTERAÇÕES DAS AÇÕES DA INSULINA. A hiperglicemia no DM2 ocorre devido a falha na produção de insulina pelas células beta e à resistência periférica à insulina. A quantidade de insulina que o paciente com DM2 produz não é suficiente para captar a glicose e colocar dentro da célula, dessa forma ocorre um acumulo de glicose no sangue causando hiperglicemia. A dislipidemia é uma consequência da carência de insulina que se liga aos receptores celulares, isso faz com que a glicose não consiga entra nos tecidos e o organismo mimetiza um estado ‘’jejum’’, isso culmina na ativação da glicogenólise e da gliconeogêse. No caso, pouca insulina é captada pelos tecidos periféricos então o organismo entende que há pouca insulina no corpo (NA VDD HÁ UMA HIPERINSULINEMIA, PORQUE AS CELULAS BETA PRODUZEM MUITO MAIS INSULINA PARA PODER SUPRIR AS NECESSIDADES DO CORPO). Nesse sentido, a enzima lipase-hormônio-sensível é ativada e ocorre hidrolise dos triglicerídeos e liberação de ácido graxo no organismo, essa molécula vai ser levada ao fígado e vai ser clivada em ACETIL co-A para a produção de glicose. O prejudicial desse mecanismo é que muitas moléculas de ácidos graxos ficam circulando no corpo causando um aumento dos níveis de triglicerídeos, colesterol e lipoproteínas circulantes. SOBRE A HIPERGLICEMIA, ocorre aumento da produção de hormônios contrarreguladores como cortisol e glucagon, que estimulam a gliconeogênese e a glicogenólise.
7) DISCUTIR E COMPREENDER OS PRINCÍPIOS GERAIS DA TERAPIA DO DM2 (DIETA,
EXERCÍCIO, ANTI-DIABÉTICOS ORAIS, INSULINA).
Quando o DM2 é diagnosticado cedo, é possível perceber um fenômeno chamado
‘’período de lua-de-mel’’, que é quando as células beta já estão um pouco desgastadas mas ainda conseguem produzir insulina (é importante ressaltar que com o tempo o individuo chega a falência total das células beta), nessa fase o tratamento pode ser baseado em dieta e exercício. Caso o paciente apresente resistência periférica a insulina, drogas antidiabéticas podem ser administradas como:
METFORMINA: deve ser usada em associação com dieta + exercício, inibe a
gliconeogenese hepática, melhora a sensibilidade periférica à ação da insulina. Como não provoca aumento na produção de insulina, não causa hipoglicemia. Reduz a absorção de B12 no íleo e causa perda de peso.
SULFONILUREIAS: atua no pâncreas, estimula a secreção de insulina pelas células beta,
CHANCES DE CAUSAR HIPOGLICEMIA. POR AUMENTAR A SECREÇÃO DE INSULINA CAUSA AUMENTO DE PESO.
GLITAZONAS: aumenta a captação periférica de insulina, principalmente no músculo, é
um efeito parecido com o da metformina (mas a metformina age mais inibindo a gliconeogenese hepática do que aumentando a captação periférica de glicose). NÃO CAUSA HIPOGLICEMINA, reduz triglicerídeo e aumenta HDL.
INIBIDORES DE ALFAGLICOSIDASE (ACARBOSE): atuam no trato gastrointestinal.
Retardam a absorção de glicose no organismo, reduzindo a glicemia pós-prandial do DM2. Causa flartulência, diarreia e inchacho. São indicadas para pacientes com uma glicemia de jejum no limite aceitável, mas com uma pós-prandial alta.
GLINIDA: ATUA NO PÂNCREAS, aumentam a produção de insulina hepática. Possuem
meia-vida curta por isso são usadas antes das refeições para o controle da glicema pós-prandial. Não apresentam risco de hipoglicemia.
INIBIDORES DE DIPEPTIL-PEPTIDASE (DPP4): inibe DPP4 e GIP, inativando GLP1. Reduz
a secreção de glucagon e aumenta a de insulina glicose-dependente, não causa aumento de peso e nem hipoglicemia porque aumenta apenas a secreção de GLICOSE- DEPENDENTE.
AGONISTAS DE GLP1: ATUA NO PÂNCREAS, FÍGADO E ESTÔMAGO. Estimula a secreção
de glicose dependente e inibe a liberação de glucagon, reduz a o débito hepático de glicose e retarda o esvaziamento gástrico. Promove a perda de peso, reduz saciedade e o apetite. Ou seja, é uma droga muito eficiente no tratamento de DM2
INIBIDORES DE SGLT-2: o SGLT-2 é um canal que fica no túbulo do nefron responsável
pela reabsorção de glicose. Drogas que inibem esse canal aumentam a perda urinária de glicose. Promove perda de peso e reduz a pressão arterial. Podem causar um pouco de hipoglicemia também.
8) EXPLICAR A RELAÇÃO ENTRE A PNEUMONIA E O QUADRO DE HIPERGLICEMIA
APRESENTADO PELO PACIENTE.
A pneumonia causou um quadro de estresse no organismo do paciente, liberando
hormônios contrarreguladores como glicocorticoides e cortisol que causam hiperglicemia.