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·O SIGNIFICAOO DA IDADE MÉDIA 171

,! . Assim, é importante se reequacionar a questão no seu


/ todo ainda que aqui só possamos indicar alguns pontos. De
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iníci~ notemo·s que na verdade as especificidades "moder-
' nas,, 'são apenas quantitativamente diferentes das "medie-
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vais". Porém, como no periodo da transição, 1450-1550, as
( mudanças se sucederam com uma rapidez espantosa para
seus contemporâneos, essa impressão acabaria por marcar a
historiografia por muitos séculos. Foi o caso de um observa-
dor da época, falando que "a art~ d:a gue~ra é ag,~ra tal 9ue é
f
O significado da Idade Média preciso aprendê-la de novo de dois em dois anos . Ou amda, z._-..,.
de outro testemunho do século XV, inCitando os homens de
então a "exaltar a Deus por permitir-lhes ter nascido nessa
! nova era tão cheia de esperança e promessa". 1~ão se perce-
1 _. . . _ .•• i ..~!!.9~-~!P.~~-~-r. de o ritmo histórico ter-se aceleniâo, ·a-essêtf.=
' Após os exageros dem~~ores dos séculos<._XVI-XVII ' eia ·era a mesma. / .
\ e os exaltadores do sécul~ hoje entendemos melhor o 1
"· Senão, vc:J.~~-~s~ ~ qu.atro movimentos. que se conven- j
;signifi-cado--da-I-dade-Média~Aliás;-a-divulga-ção-que ·ela-e - cionou conSíêferar inauguradur-e-rda---M-<;:rd·ermdmle~nas-
' · nhece nesta segunda metade do século XX - com inúmeras ciriierttô," Protestantismo, Descobrimentos, Centrahzação -
1, publicações cientificas e ficcionais, filme·s, discos, exposi- .·são de fan»medievais. O primeiro deles; o Renascimento dos
{ ções. turi~mo, etc. - deve-se exatamente a essa· nova com- séculos XV~XVI, reêorreu à modelos culturais clãssicos, que
' preensão.\!)e fato,_a Idade Média é._a_.matriz. cla. ciy_!li~ação 'á 'td1).tte"M"êdfã..Tariib.em conhecera e amara . . Aliá~, foi em
< .:>cidental cristã. Dai, diante da crise atual dessa. civilização;·i grande parte atfavefi!~!ª-.q'=1:e·o~renascenti.~~ªs ~ornaram ço~-
<.,~~ssidade c:I~..se voltar às · ~!!s~~~-; g_~·.:refazer .o .caminho, }!ttn10::m a Anff&iiidade._As.característica$ básicas do m~_v1-
4~_ !d~~tificar os pfóólemas. EnfiIJJ-dc.. se__ çon.!tece_~ _éi_ Idade mento (individualismo, racionalismo, empirismo, neoplato-
( ~déCiia parã-set~õfftPfeen<I.e!:_.!Kelhor o século XX. · ·-- -- ···- / nismô,. liumàiiismo) estàvam presenites na cultura ocidental
{ . . ··--. ·--· ---- ·- · · · peR:Rmrms~es~e--principios do século XII. Ou seja, como já
( Ora, para.tanto é preciso acompanhar a presença medie- -se-w~. ]UUito-·bem,·"etrtbora o Renascimento só inv<?que·a
vai ao longo dos séculos~..!_]>O~t~to, rec~~~~~~ (J-_y~I-~a.._gl1es- Antiguidad~~ _ é, r~~Ime.nte, o filho ingrato da .ldade- Média" /'
L .io: continuidade ou ruptura1So~:!!tá~Iiª.s.s~&.~!!1_ da Antigui- (28: 163).·- ·
( ~e para a .Idade-Média, boa parte da historiogrãfía.prêíere o Protestantismo, do seu lado, foi em última análise
enfat3_za.:~~--~?~füs-c?~ií!1s, o~-tü'õfü~gàijjéi)fos~.-Mas .êiit~e . Jmeriâs ·ÜmªJlir.~~!ª-*. q~e - deu ·certo. ·1stó .é, · ~oi. o ~e,mltado de
C tacle Méêha e taaaeModema, por mm to te!Jlpo não se hes1- . um processo bem anterior, que na Idade Med1a_t~~h~ gerado
(__m tim aceitar quase unanimemente a segun~~_resposta. Isto· i[versãs·líê-rêslàs·~ váfiás· práticas"ieligiós~~)iticas, éJ,lguriüis·Çri.:.
f<;~evcdfgado, com~ vimos n~ capitulo iffiCíãl, ao próprio con- !ic~s. a µ_m cc;r!? _!.õrni~~~~ ~~!lt.~~iC?: .N.e~~~--~.~~~~·- a. cri~e
\;.eito de Idade ~éd1a. Só !"ais recentell_!en_~~~~~.S~~!! .~_!legE.. .. rehg1osa do secul_o XlV comprovou ser mv1ável para a Igreja
}-E~_!~E~opos1ç~<rM:~1ev_ãhdaa~-~~-d~~1.1.1.dacle: _No ~I1_tan~. : ·sadsfazer aquela espiritualidade mais ardente, mais angustia-
{ ''-- i~s~ amda é feito de forma tim1êla, n_iais em re~ação, _ao. ·füG~m-~lj"fiiJi!fi(i~í#(;l~L· Foi exatamente··neste espaço que se
"~lla.5c1men,~o do .que a<;>s outros m~~1mentos h1st6ncos ' colocaria o·Protestantismo. E sem possibilidade de ser sufo~
.nodern_<J_S 1 tlt~\l'à··~e a1nd~ em adm1hr que as estruturas cado pela ortodoxia católica (ao contrârio do que ocorrera
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.odc!rnas são, .no fundamental, medievais. 1 COJTI as heresia!; medievais), por ele atender às necessidades
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1.
172 A IDADE MÉDIA: NASCIMIENTO DO OCIDENTE O SIONIFIGADOl)AIDADE MÉDIA 17'.l

profundas decorrentes das transformações sócio..:culturais O rei vinha tendo seu caráter de soberano superando
verificadas desde os últimos tempos da Idade Média. o dê suseranõ; o.ispecfoprópiiãfueiife iíionáiquicõ("podêr
. 9s Descobriment~s, pçr ~:t!ª-.Y.e~ 1. .t.~mbém se assentavam
em bases .medievais nas téci:iicas ~.âudcas (con"sfrü"Çãô ·naval;-·
;úiiico"fsobrepu]ando o feudal, coiitr~tual: os vassalos tor:
íiàvam:.sé súditos~..A crise geral do século XIV reforçara esta ..
. ~~sola, astrQ.lá6lo,._qiiú~~~), ·na motivaçãoJtr:igo, ouro, evan- )
. fehdênciã ao' desestabilizar a sociedade, ao transferir para o
geliza~~Qfe. nas metas.(ÍndfãS:--R-eino·êre-Preste João). Tam~ Estado a responsabilidade pelo restabelecimento da ordem.
·oêíif<?!C~~~.iam antecedentes.. iiiedievãis nas viagens nórmandas'· Q rei_gª.nh~y~ p.oderes totais, '~absolutos". De outro lado,
aO'· Oriente e-··à- j\méiica (esta comprovadamente atingi.da . a s"õciedade estamental moderna prolongava a medieval, di-
pelos norµegueses por volta do ano mil), italianas à Chinà~· ferenciando-se·aefa apenas p~lo maior peso relativo do Ter- \
(Marco Polo, por..~~e.mplo)· e ibéric~s ...~ ..~l~i.C:~:-.-CQJgml:22i. . : o
ceirõ-mta:d~-f§r. (im.•. assim chamado capitalismo comer- .
·para nos limitarmos. ao .navegaçlQf:Çleséobridor mais famoso, ; -aãf representava apenas uma intensificação das atividades
era.em todos os sentidos um homem muito mais "medieval" ~eicaritis medievais, ··an1pliadãs no espaço (América, .Áfri: '
que ''.n:ioderno'': objetiY~Y.~LIDJY."ª. a.:.gifl)si\o.__do Cristianismo ca)~·na diversidade de bens (produtos tropicais, escravos ·ne- ;

do ~~.E. ~-'!!.~Lcjesejava. este apenias para realizar uma Cruza- gros) e na parcela da população envolvida (crescimento da
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daa Jerusalém; atraía-o ao Oriente acima de tudo a crença de burguesia)'~os demais setores econômicos, o quadro perma-
tj_(fe lá s"<~ rócalizava o Paraíso Te-rrestre./' neceu aipda mais medieval: ·tahtô a ·agriCültüra (técnicas; mé:· · ;

A Ceritralizaç~Q. Política. ·PGr..fim~.era a_ çqpçJlJsão lógi- ~JÔdos,. produtividade) quanto«> artesanato (produtores inde- \
i
CA,_çleu)D objetivo perseguidÇ.P,Qíjll~f.11eíOS monarca~ meClÍe-· pendentes. corporaçõe:s de oficio) não conheceram alterações
'""f!"xpressivas·em-feÍãÇãó·· áOs§écülós anfooor.es-.-. ·-:-··· - ... ········-···
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·vais. ReaTmeiíf~·~ · ô-~(à.él.9.:mqcl~mo, uril ficácfo, caracterizava.:· t

~se-pekrfatô ·de.o soberano.ter jurisdiç4..Q.Wbre.. todo o país,· '· -·-··Mêsmo_a..ãrticülàÇão ·entre··aquelês três elementos, que \
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j)õàeTcrê-ffloutâÇãofobfeiodosós seus l)abitantes, monopó-:. caracteriza o todo histórico conhecido por Antigo Regime. )
lt<? d.arõiÇ~··(~xércfro~ marinha, polida). Ora, es~.a tinha sido não era nova . .çªq?, ve:z;}nªis, a partir do século XIII. tinha-
a tripla meta de reis como, por exemplo, Henrique II da Ingla- m()s. a realezá intervindo nâ ·eoonomfa: o mercantilismo, )
terra (1154-1189) ou Luf~ IX. da França (122.6-1~79)• O senti:., ainq.ª que.~ln.co~ple_~~~.- ~J?..r2d~to.. ~? .. séc~lo XIV(,_(55:. 308)~.. J
mento nacionalista, que .fon:1ecia o substrato psicológico ne-:- Assim, compensava-se em parte o bloqueio que a sociedade
cessfrriõã concretização do poaer mõnárciüíco· cenfr.alíiãcfo~ ., )
estamental (aristocrãtica, suntuária, pouco produtiva) repre-
La.ml?.~m erà, comoiá vimos, de oiigem .medievaL Na ÇS,iira; ~ sentava · ao pleno desenvolvimento das atividades econômi- l
praYa~_:f.eiiioi~s · cª~Q~_qi_Ale'manha ~. dél Itáliá, ·qUesó nasce- . cas. Para poder desempenhar esse papel, a monarquia apro-
riam como Estados nacionais centralizados no século XIX ximava:-se da burguesia, mas taxando-a e redistribuindo parte
devido ao fracasso d~ s~as tentativas no período medieval. dessas riquezas à nobreza decadente: como fiel da balança, a
De maneira bastante ampla·, talvez possamos dizer que realeza mantinha o equilíbrio entre os estamentos. Em suma,
aquilo que não se fez na Idade Média não se poderia fazer na a mecânica do Antigo Regime já se encontrava esboçada em
Idade Moderna._~_que!~ g~rava~ esta desenvoly~~:.Té.:lnto. . que, fins da Idade Média. Como pensa Jacques Le Goff, não seria
superado o momento da transiçã.o e já dentro da Idade Mo'- absurdo estender os s'étulos "medievais" até às transforma-
derna clássica (séculos XVII-XVIII) - o chamado Antigo
flegime _.... e··ainda ·e·ssencialmem-e·-a·-iaâde···rvfêd-iã""qüe .eij~_(jn:::
ÇPes·, -êstas sim novas, "modernas", provocadas pela Revolu-.
ção Francesa e pela Revolução lndustrial. / ·
·ramó·s:· De ·rato, os üês.eleménros que éonstituem ·c; Antigo . No entanto, se olharmos para o esqueleto e não apenas
Regifüe (moT1arqu.i~.·-~Q.sof~}{~fa~ sÕcie.dãde .e.süime.nfáJ,"ºéapj- para a novaJace e as novas roupagens do Ocidente dos sécu-
talisirio comérdal) tinham raízes nos séculos anteriore~. Mais. los x1x:xx, outra vez encontraremos muito da Idade Mé-
1ma,.;'.ez, ·a-essência ê medieval, a roupagem moderna~ dia. Basta observar que as características que a civilizacão
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"174 A IDADE MÉDIA: NASCIMENTO DO OCIDENTE
( O SIGNIFICADO DA IDADE MÉDIA .,, 17S '* ''···~ .

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176 A IDADE MÉDIA: NASCIMENTO DO OCIDENTE O SIGNIFICADO DA IDADB MtDIA 117

passou desde o século XIII a ser estabelecida intelectualmen- Graç~.S.-ª_e.sse encontro, pôde ~urgiJ µ,.m._ 'f.m11.ás de Aqui-
te, ao menos nos restritos círculos cultos. Nestes, portanto, no aceifãnd o. em Deus à prfrriàZiã. da razão sobre a vontade~
procurava-se harmonizar fontes à primeira vista antagônicas. dé f !l~ª qµe .a criação não foi apenas uma manifestação da
'liberdade e.da onipotência Dele, mas sobretudo um ato racio;.; - »
Foi o que ocorreu, por exemplo,. na literatura com a cristiani-
zação de temas folclóricos como o do Graal. Ou no direito nal. Por isso, todas as coisas criadas participam da ordem '
l

canônico com a importante compilação de Graciano, de mea- iriteligível do Universo. Por isso, o homem tem livre-arbítrio, i
\

dos do século XII, como transparece no próprio nome da capacidade para forjar seu destino de acordo com o ·valor
j
obra: Concordantia Discordanfium Canonum. Ou sobretu- possuído, ?_esforço dc:spendido e o respeito dedicado às leis
universaiS. ~nquanto as civilizações asiáticas. tão desenvolvi- , " '\
do, ná ·filosofia e teologia escolásticas, em . especial com das em vários aspectos, concebiam Deus como um ser arbi-
Tomâs de Aquino. trário e irracional, de çuja conduta não se poderia extrair
- Na verdade; a tentativa de harmonização da t'ilosofia principios gerais, o Oddente observava a natureza, questio-
grega com o Cristianismo vinha desde qs primeiros tempos
náva, descobria.
deste. Ocorre que a religião cri~tã aQ dessacralizar a natureza,
Assim. n~ Idade Média é que foram lançados os funda-
não máis vista como·-um conjunto de divindades, trazia em si menfos da futura superioridade cientifica ocidental. De fato, /
certa atitude racionalista. O texto bíblico, ao falar que a reali- 'rião.apenas se pràticava um racionalismo teórico, como seco-
dade invisível de Deus "tornou-se inteligível, desde a criação 'meçava a perceber a neeessidade da experimentação. Pensan-
do mundo, através das criaturas", permite o exercício da do nisso, em fins do século XIII o franciscano Roger Bacon,
razão filosófica como uma revelação natural da Divindade. professor nas universidades de Paris e Oxford, criticava a ex-
Mas esta Divindade cristã é participante, criadora, ao contrá- cessiva subserviência de alguns contemporâneos seus a Aris- ',
rio do Demiurgo de Platão, que apenas modela o mundo com tóteles, e propunha enriquecer o racionalismo com o empiris-
a matéria preexistente, ou do Princípi~ Primeiro de Aristóte- mo: "Ah, se os homens procurassem estudar o mU:ndo ao seu
les, transcendente mas também imanente ao Universo, que é redor, em vez de mergulhar nos trabalhos da Antiguidade, a )
eterno.\Assim, o Deus cristão é racional como o dos filósofos ciência ultrapassaria as maravilhas da arte mágica. Poderiam
gregos, 'porém mais cognoscível .,· ser construidas máquinas por meio das quais os maiores na-
Desta forma, entende-se por que o mundo muçulmano vios, com. um único homem a dirigi-los, vogariam mais rápi-
medieval, apesar de ter conhecido profundamente a filosofia do do que se estivessem cheios de remadores; poderiam ser )
e a ciência gregas, não des~nvolveu uma postura raciona- construidos carros capazes de correr com incrível velocidade
)

lista e cientificista como o Ocidente cristão. Francis Q~l<Je.Y..... e sem_o auxilio de animais; máquinas voadoras poderiam ser i
chamou a atenção, com razão, para o fato deº'quºe" no Íslã há . ) fabricadas·( ... ), máquinas que tornariam possível ir-se ao J
uma imensa carga religiosa, com o Corão comparativamente fundo dos Jfos e dos mares ... ".
ocupando nele "quase o lugar que a figura de Cristo ocupa )
Este crescente domínio sobre a naturez~ e a colocação
no Cristianismo". Dai o texto sagrado muçulmano não ser dela a serviço do homem gerava uma postufa de busca de ri-
submetível a uma análise filosófica. Caso o Novo Testamento queza que a partir do século XI foi caracterizando cada vez )
tivesse para a sociedade cristã o mesmo significado que o Corão Iµais a civilização o.cidental. Tal visão materialista, desvir-
para a sociedade islâmica, é pou-co provável, por exemplo, que
tuando os principfos da sociedade cristã, deu origem a rea-
o direito romano viesse a ter no mundo ocidental o papel que
ções tão diversas quanto a exaltação da pobreza (São Francis-
teve. Mais ainda, é pouco provávei que tivesse podido "se
:1roduzir o encontro decisivo entre o pensamento filosófico co) e da. igualdade (Marx). De qualquer forma, para uma ou
~ rego e o ensinamento bíblico, .que tanto contribuiu para dar outra.dessas opções de vida, o pressuposto é a existência de
l'orma à tradição intelectual do Ocidente" (79: 182-183). um livre-arbítrio. É este aliás que viabiliza a democracia, cuja
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'"178 A IDADE MÉDIA: NASCIMENTO DO OCIDENTE
(
O SIONJFICADO DA 1.DADE MÉDIA 179
justificativa e~tá no racionalismo: aquele seria o único regime. !
{ no qual pode se dar o exercício social da razilo. É significati- ram um "período medieval". Mas falamos idiomas surgidos
vo que a negação da democracia implique a negação da razão naquela época, temos Ol:l pretendemos ter governos represen-
( tativos, consideramos indispensáveis instituições como juJga-
e a exaltação dos sentimentos, seja à pátria, ao chefe ou a um
( grupo social. Para os fascistas italianos, a solução dos proble- mento _por júr~ e habeas-corpus, alcançamos maior eficiência
( mas nacionais estava na aplicação do lema "crer, obedecer, com o sistema bancário, a contabilidade e o relógio mecâni-
' combater". Para Hitler, "não é a inteligência que tirou .a co, cuidamos do corpo com hospitais e óculos, alimentamos
\. Alemanha da situação angustiosa em que se encontrava, mas melhor o espirito graças à notação musical, à imprensa e às
nossa fé,,. uni~ersidades, embelezamos a vida com a música polifônica e
Por fim, com o racionalismo justificando, o cientificis- os romances. ·
mo possibilitando_ e o materialismo tornando necessãri<f, o
Ocidente se lançou desde fins da Idade Média· à conquista do BibliografJa básica: 28, 32, 37. 40, 41, 79, 88, 94.
BiJ;>liografla complementar: Crump, C. O. e E. F. Jacob, Ef Legado de la Edad
mundo, De fato, os cristãos ocidentais, como conhecedores Media, Madrl. P~gas.o, 1944.
do único e verdadeiro Deus, racional e criador, se viam no di-
reito de dominar os povos que não O aceitavam. No fundo.,
( tanto as Cruzadas contra os muçulmanos quanto a conquista
--;--da--Amér-iea-aos-i-ndígenas_tLy_er..am,_por isso, caráter de guerra
l. santa. No século XIX a colonização da África e da·.A:S:siíãa~eeir::aaL_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __
( considerada "o fardo do homem branco", ou seja, o dever
{ dos ocidentais de levarem a civilização para povos inferiores. 1
' Era a Razão ganhando espaço, o Deus cristão recuperando
/ seus d~reitos: o homem ocidental cumprindo seu papel.
( Para tanto ele contava com a força das máquinas, desde
; a Idade Média Central utilizadas mais do que em qualquer
' outra civilização: este "é um dos fatores determinantes da
preponderância do hemisfério ocidental sobre o resto do
mundo" (62: 9). Mas as armas de fogo que assustavam e ar-
rasavam os nativos americanos precisavam, pará ser construí-
das e manejadas, dos metais preciosos e dos produtos agrico-
( las extraídos da própria América. Mais tarde, as mãquinas a
vapor que levavam soldados e colonos para a África e a Ásia
(
transportavam também mercadorias industrializadas a serem
( ali vendidas, e traziam de volta matérias-primas para alimen-
( tar aquelas indústrias~Em~gi~do unive~~!l!~~~d_e_Jl!~.L!~.-~
manifesta.em. dois aspectos, e e os últimos séculos medie-
i vais: a crença na superioridade dos seus valores e crescentes
i condições de impô-los a outras civilizações. , .
· Concluamos: ainda que popularmente pouco entendida,
.( a Idade Média está presente no quotidiano dos povos ociden-
.( tais, mesmo daqueles que, como nós na América, não. tive- ,-- -_~,

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