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Créditos de PIS e COFINS na aquisição de produtos monofásicos para revenda

Texto por: Fabio Rodrigues de Oliveira.

Em março de 2017, a Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça – STJ


reconheceu, no Agravo Regimental ao Recurso Especial nº 1.051.634 – CE
(2008/0089647-3), a possibilidade de aproveitamento de créditos do PIS e da COFINS
nas aquisições para revenda de produtos sujeitos à incidência monofásica, conforme
ementa a seguir transcrita:

I – O sistema monofásico constitui técnica de incidência única da tributação, com


alíquota mais gravosa, desonerando-se as demais fases da cadeia produtiva. Na
monofasia, o contribuinte é único e o tributo recolhido, ainda que as operações
subsequentes não se consumem, não será devolvido.

II – O benefício fiscal consistente em permitir a manutenção de créditos de PIS e


COFINS, ainda que as vendas e revendas realizadas pela empresa não tenham sido
oneradas pela incidência dessas contribuições no sistema monofásico, é extensível às
pessoas jurídicas não vinculadas ao REPORTO, regime tributário diferenciado para
incentivar a modernização e ampliação da estrutura portuária nacional, por expressa
determinação legal (art. 17 da Lei n. 11.033/04).

III – O fato de os demais elos da cadeia produtiva estarem desobrigados do


recolhimento, à exceção do produtor ou importador responsáveis pelo recolhimento do
tributo a uma alíquota maior, não é óbice para que os contribuintes mantenham os
créditos de todas as aquisições por eles efetuadas.

Basicamente, a polêmica decorre de um aparente conflito de leis. Tanto a Lei


10.637/2002 quanto a Lei 10.833/2003, que tratam das regras gerais do regime não
cumulativo das contribuições, admitem o crédito do PIS e da COFINS nas aquisições
para revenda, excepcionando, no entanto, os produtos conhecidos como monofásicos
(art. 3º, I, “a” e “b”).

Temos nessas leis, portanto, uma norma proibição ao crédito, o que guarda lógica com
os objetivos da incidência monofásica, que é concentrar a tributação em um dos elos da
cadeia. Em resumo: a indústria ou o importador aplicam uma alíquota maior em suas
vendas e o atacadista ou varejista tem vedação ao crédito na compra e redução a zero na
revenda.

Ocorre, no entanto, que posteriormente tivemos a publicação da Lei 11.033/2004, a qual


prevê:

Art. 17. As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não
incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS não impedem a
manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações.

Tendo em vista que os atacadista e varejistas de produtos monofásicos os revendem com


alíquota zero, estaria essa lei admitindo a possibilidade de aproveitamento de créditos?
Ou seja, ela teria revogado tacitamente à vedação constante das leis anteriores?

Um primeiro ponto que se discutia era se este dispositivo estava restrito às empresas
beneficiados pelo REPORTO. Neste quesito, entendo acertada a decisão do STJ ao se
posicionar que a previsão legal também é extensiva às demais empresas.

Todavia, não entendo que o objetivo deste dispositivo foi permitir crédito em relação à
revenda dos produtos monofásicos. Qual era seu objetivo então? Dar efetividade
integral aos benefícios fiscais! Explico melhor: nas vendas de mercadorias à Zona
Franca de Manaus, por exemplo, temos previsão se alíquota zero. Os créditos que foram
aproveitados por ocasião das compras dessas mercadorias podem, no entanto, ser
normalmente mantidos, conforme prevê o mencionado artigo 17 (norma de manutenção
de crédito). E é preciso que seja dessa forma, pois se houvesse a necessidade de estornar
os créditos essa alíquota zero não seria integral, pois o produto estaria onerado pelas
incidências anteriores das contribuições.

A meu ver, é justamente por isso que o artigo 17 fala em “manutenção” dos créditos. Ou
seja, o valor já apropriado, seguindo a legislação das contribuições sociais, pode ser
“mantido”, mesmo se a operação posterior estiver abrangida por algum benefício fiscal.
Não temos aqui, portanto, uma norma de apropriação de crédito, mas apenas de
manutenção.
Justamente por isso, no caso da revenda dos produtos monofásicos, a meu ver, não há o
que se invocar esse dispositivo legal, pois o crédito nem mesmo nasceu, tendo em vista
o impedimento constante do já citado art. 3º, I, “a” e “b”, das Leis 10.637/2002 e
10.833/2003 (norma proibição ao crédito). Em resumo: não há como manter um crédito
que nem foi apurado.

Com o devido respeito aos entendimentos diversos, a exemplo do próprio STJ, não vejo
como chegarmos à conclusão diversa seguindo tanto a interpretação literal quanto
finalística, sistêmica e histórica da legislação.

Não obstante, sugiro que as empresas que revendem produtos monofásicos avaliem
esses entendimentos diversos e a possibilidade de discussão judicial deste ponto, tendo
em vista seu impacto econômico. E é bom lembrar que a decisão da Primeira Turma do
STJ, ainda que favorável ao contribuinte, pode sofrer mudanças, uma vez que foram
apresentados embargos pela Fazenda Nacional com base em decisão anterior e contrária
do próprio tribunal (REsp 1.434.134/RS, da Segunda Turma).

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