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Esta questão pode ser respondida de duas formas. Uma, a tradicional, é definir os grupos de
organismos como as plantas pelas características que eles possuem. Portanto, historicamente, as plantas
incluem aqueles organismos que realizam fotossíntese, possuem parede celular, esporos e um
comportamento mais ou menos sedentário. Este agrupamento tradicional de plantas continha uma variedade
de organismos microscópicos, todos eles algas, e as plantas mais familiares que vivem no ambiente terrestre.
Uma segunda forma de responder a questão “O que é uma planta?” é através da avaliação da história
evolutiva da vida e usando esta história para delimitar os grupos. Nós sabemos agora por meio de diversos
estudos que alguns organismos fotossintetizantes evoluíram independentemente uns dos outros e não são
proximamente aparentados. Por isso, o significado ou definição da palavra planta pode ser ambíguo e variar
de pessoa para pessoa. Alguns ainda preferem tratar as plantas como um agrupamento não natural, definido
pela característica comum (embora independentemente evoluída) da fotossíntese. Entretanto, delimitar
grupos de organismos baseado na história evolutiva tem recebido maior aceitação. Este último tipo de
classificação reflete diretamente os padrões desta história evolutiva e pode ser usada para testar
explicitamente hipóteses evolutivas. A compreensão do que as plantas são requer uma explicação da
evolução da vida de maneira geral.
A evidência disso é o fato de que cloroplastos, assim como as bactérias atuais (a) tem seu próprio
DNA de fita simples e circular; (b) tem um ribossomo pequeno, 70S; e (c) replica por bipartição. Esta
bactéria fotossintetizante englobada providencia produtos de alta energia para a célula eucarionte; o
hospedeiro eucarionte providencia um ambiente mais benéfico para a bactéria fotossintetizante. A condição
em que duas espécies vivem juntas em contato íntimo é designada simbiose, e o processo no qual a simbiose
resulta no englobamento de uma célula por outra é chamado de endossimbiose. Com o tempo, esta bactéria
fotossintetizante endossimbiótica se transformou estruturalmente e funcionalmente, retendo seu próprio
DNA e a habilidade de reproduzir, mas perdendo a habilidade de viver independentemente da célula
hospedeira. De fato, com o tempo houve a transferência de alguns genes do DNA do cloroplasto para o
DNA nuclear da célula hospedeira eucarionte, tornando ambos bioquimicamente interdependentes. Os dados
mais recentes de estudos sistemáticos moleculares indicam que esta então denominada endossimbiose
primária do cloroplasto provavelmente ocorreu uma vez, uma novidade evolutiva compartilhada pelas algas
vermelhas, algas verdes e plantas terrestres (Figura 1.3). Este cloroplasto inicial sofreu transformações nos
pigmentos fotossintéticos, estrutura dos tilacóides e produtos de reservas para as formas típicas de algas
vermelhas, algas verdes e plantas terrestres. Além disso, os cloroplastos podem ter sido perdidos em
algumas linhages, p.ex., em Oomycota dentro de Stramenopilas. Algumas linhagens podem ter adquirido
cloroplastos por endossimbiose secundária, que ocorreu pelo englobamento de um eucarionte contendo
cloroplasto ancestral por outro eucarionte, ou ainda terciária. Os euglenóides e dinoflagelados, duas
linhagens de organismos fotossintetizantes, podem ter adquirido cloroplastos por este processo.
Referências bibliográficas
Archibald, J.M., 2009. The puzzle of plastid evolution. Current Biology 19, R81–R88.
Simpson, M. 2006. Plant Systematics. Elsevier Academic Press, London.