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LAUDO GEOLÓGICO–GEOTÉCNICO

GUARITUBA

LOCALIZAÇÃO E ACESSO

A região de Guarituba esta localizada no Município de Piraquara entre o rio


Iguaçu e o rio Itaqui.
Os principais acessos à área são a PR–415 e a Avenida Iraí.

GEOLOGIA REGIONAL

A área em questão, esta localizada, na maior parte sobre os sedimentos da


Bacia de Curitiba, ou seja, a Formação Guabirotuba, formada sob condições de
clima variando do semi-árido ao úmido, provavelmente durante o Pleistoceno
(BIGARELLA, SALAMUNI, 1958).
A Formação Guabirotuba é representada por sedimentos argilosos de
coloração cinza-esverdeada, com grânulos de quartzo e feldespato. Nestes
sedimentos ocorrem intercalações de lentes centimétricas a métricas de arcósio
sendo interpretados como fácies de leque anastomosado.
Sobre esses sedimentos, foram acumulados depósitos de planície de
inundação e os baixos terraços do rio Iguaçu (BIGARELLA, et al), podendo
também estar depositados sobre as rochas do Embasamento Gnáissico-
Migmatítico. Os sedimentos aluvionares da Formação Guabirotuba são compostos
de cascalho e areias, intercalados com argilas plásticas.

GEOLOGIA LOCAL

A região de Guarituba é composta por sedimentos aluvionares ( cerca de


90%), por argilas e arcósios (15%) e gnaisses-migmatito (5%). Vide mapa
geológico.
Os gnaisses-migmatitos que formam o embasamento da Formação
Guabirotuba, afloram na parte leste da área, formando pequenos morros
arredondados sobressaindo topograficamente dos sedimentos aluvionares que os
cercam. Esses gnaisses-migmatitos são compostos de horblenda gnaisses e
biotita hornblenda gnaisses, com intercalações de composição quartzo-feldspática.
A estrutura predominante é bandada.
As argilas e arcósios ocorrem intercaladas, sendo que o arcósio apresenta
lentes centimétricas a métricas, com granulometria média a grossa, composta de
quartzo e feldspato. Esses sedimentos ocorrem numa área topograficamente mais
alta da região, com forma tabular (aqui denominada de plataforma tabular), e
direção NW. Apresenta uma inclinação forte para o norte, leste e oeste com
declividades acima de 30% e, escarpada, praticamente vertical na vertente sul, e o
topo é levemente ondulado.
Os sedimentos aluvionares podem ser divididos em aluviões recentes e
terraço aluvionar.
Os sedimentos aluvionares recentes (aqui denominadas de várzeas) estão
representados por depósitos assentados sobre o embasamento gnáissico-
migmatítico. São compostos de cascalhos arenosos e areias de granulometria
média as grossas, com seixos subarredondados e subangulosos de quartzo. Nos
níveis superiores ocorrem camadas de argila plástica de cor cinza e finas
camadas de turfa.
O terraço aluvionar, apresenta a mesma constituição dos aluviões recentes,
porém, só que situa-se em posição topográfica elevada em relação a estes, e
inferiores as elevações constituídas pelos gnaisses-migmatitos que ocorrem a
leste da área. Ocorrem níveis de argila de terraço sobre a plataforma tabular que é
a parte mais alta da área em questão.

GEOTECNIA

A área foi dividida em três compartimentos (vide mapa síntese em anexo):


- várzea
- terraço
- plataforma tabular.

A área considerada de várzea compreende uma faixa que vai do rio


Iguaçu/canal extravasor, cota 872 m até a cota 880 m cercando parcialmente o
terraço.
O perfil típico deste compartimento compreende do topo para a base:
- Solo de cor negra, argiloso, poroso, muito rico em matéria orgânica. A
espessura varia de 0,20 m a 1,0 m. A profundidade do nível d’água
médio é de 0,50 m (dados medidos nos meses de setembro/outubro de
2005 através de poços cacimba e de furos à trado – alto índice
pluviométrico – vide mapa síntese).
- Argila cinza escura a negra, resistência a penetração é mole a muito mole,
textura siltosa por vezes arenosa, com níveis turfosos, a espessura de 1,0 m a
5,0 m. O argilo mineral é a caulinita (1:1) e em menores proporções esmectita e
ilita (2:1).
Sotoposto e interdigitado com a argila acima descrita encontram-se corpos
lenticulares de areia com espessuras variando de 1,0 a 3,0 m. A areia é de cor
cinza esbranquiçada, fofa a medianamente compacta, porosa, granulometria fina a
grossa contendo seixos e matacões de quartzo (vide fotos 1,2,3 e fig.2).

Foto 1 - Perfil típico da área de várzea mostrada através de uma cava de


areia próxima a PR-415. O embasamento gnáissico aflorando (cor
verde). Em branco areia e acima.
Argilas e solo de cores negra, por vezes turfosos.
Fonte: MINEROPAR, 1994.
Foto 2 - Aspecto do
contato entre
areias e
cascalho dos
aluviões.
Com o

embasamento gnáissico-migmatítico.
Detalhe da foto 1.
Fonte: MINEROPAR, 1994.

Foto 3 - Argila plástica de cor branca a cinza, com recobrimento de solo rico
em matéria orgânica.
Fonte: MINEROPAR, 1994.
O terraço a partir da curva de nível 880 m apresenta uma rampa formando
um novo patamar de 2,0 m a 5,0 m acima da área de várzea.
O perfil típico deste desse terraço é idêntico ao da várzea. Neste
compartimento encontram-se algumas porções de terreno mais altas que a
média deste nível, devido a diferenciação da erosão e, portanto, áreas um pouco
mais secas como por exemplo as áreas situadas na parte leste composta por
gnaisse–migmatitos e na área 11. Enquanto o nível de d’água no terraço
apresenta uma profundidade média de 0,5 m, o lençol freático nessas partes
mais altas esta abaixo de 1,0 m (medidas feitas em setembro/outubro de 2005).

Foto 4 - Argila do terraço recoberta por solo marrom


com muita matéria orgânica.
Fonte: MINEROPAR, 1994.

O perfil típico do gnaisse-migmatito compreende do topo para a


base:
- Solo transportado, apresentando cor negra. São argilosos, lateríticos,
permeabilidade média e espessura entre 0,5 m. a 1,5 m.
- Linha de seixos com espessura centimétrica esta linha separa o solo
transportado do solo residual.
- Solo residual, argiloso, poroso, laterítico, com espessura inferior a 1,0 m,
o argilo mineral é a caulinita (1:1) e com consistência média a alta.
- Saprólito apresentando ainda estruturas da rocha original e presença
esporádica de matacões. O argilo mineral predominante é a caulinita.
Apresenta comportamento laterítico

A plataforma tabular apresenta as maiores altitudes da região de


Guarituba, de sua base até a sua porção mais alta é de 20,0 m acima do terraço.
O perfil típico compreende do topo para a base:
- Solo transportado, argiloso, poroso de cor negra e espessuras
centiméticas a métricas. Apresenta comportamento laterítico.
- Linha de seixos com espessura centimétrica.
- Alternância centiméticas a métricas de argila e arcósio. A argila é de cor
cinza esverdeada, textura franco argilosa, consistência média a alta,
argilo mineral predominante é a esmictita (2:1). O arcósio apresenta a
cor cinza por vezes variegada, forma lenticular, consistência alta. Não
possuem comportamento laterítico. A profundidade do nível d’água é
superior a 1,5 m, podendo chegar a 4,0 m conforme foi verificado pela
Mineropar em 1995 onde as condições climáticas eram normais. No
entanto o nível freático é normalmente regulado pelos níveis de arcósio
que são pequenos aqüíferos confinados.
Foto 5 - Vista panorâmica da área 5, tendo em primeiro plano o terraço, e
ao fundo a plataforma tabular. Notar o desnível mesmo no
terraço.

Nesse compartimento, no topo, ocorre sedimento típico do terraço (vide


mapa geológico em anexo), portanto o perfil nesse local compreende:
- Solo de cor negra, argiloso, poroso, espessura de 1,0 m.
- Argila cinza clara, consistência mole a pouco compacta, comportamento
não laterítico e argilo mineral caulinita (1:1). A espessura é superior a
3,0 m. Passando esta argila, o perfil é o mesmo descrito anteriormente
(vide foto 4).
Foto 5a - Aspecto das alternâncias centimétricas das argilas
e arcósios que ocorrem na plataforma tabular.
Fonte: MINEROPAR – 1994.

AVALIAÇÃO

A área de várzea apresenta uma inclinação suave que, da


cota mais baixa do rio Iguaçu até o início do terraço é de 8,0 m (872 m –
880 m).
O terraço está de 2,0 m a 5,0 m acima da parte mais alta da
várzea. Portanto, de 10,0 m a 13,0 m do rio Iguaçu.
A plataforma tabular está entre 5,0 m a 20,0 m acima do
terraço o que vale dizer que o desnível até o rio Iguaçu vai de 15,0 m a 33,0
m.

Portanto, o terraço mais a plataforma tabular formam um


morro isolado com desnível topográfico de 2,0 m a 25 m em relação a
várzea. No que pese a profundidade do nível d’água, medindo nos meses
de setembro a outubro de 2005, época com índice pluviométrico acima do
normal, ser de 0,5 m tanto na várzea como no terraço, em períodos normais
de chuva, o lençol freático é mais baixo, conforme medidas obtidas pela
Mineropar em janeiro de 1994 (vide tabela 1) no mapeamento geológico–
geotécnico do Alto Iguaçu, onde a presente área esta inclusa.
Tabela-1
Unid. Geológica Prof. Média do NA no medidas

Aluviões 0,90 m 23
Terraços 2,60 m 21
Formação Guabirotuba. 3,80 m 171
Gnaisse-Migmatítico. 4,50 m 25

Conforme pode-se observar, o lençol freático apresenta uma variação no


nível d’água de 0,5 m a mais de 1,0 m.de acordo com o nível topográfico.

As áreas 3,5,6 e 11 selecionadas (vide mapa síntese em anexo), estão


inseridas no terraço, onde é possível a implantação de loteamentos residenciais,
melhor ainda se forem tomadas algumas medidas de correção e implantação de
infraestruturas.
A correção mais importante a se fazer na área é o sistema de drenagem.
Devido o terraço estar de 2,0 m a 5,0 m. acima da várzea, e esta ter um desnível
de até 8,0 m em relação ao rio Iguaçu, forma parte de um morro isolado onde
implantando um sistema eficiente de drenagem, haverá uma grande melhoria no
escoamento superficial, evitando o encharcamento do solo em épocas chuvosas e
com possibilidade de um leve rebaixamento do nível d’água. Este escoamento
superficial e o rebaixamento do NA, se dará na área do terraço como um todo, e
não só nas áreas selecionadas, tornando-as mais secas e conseqüentemente
havendo grande melhoria no que diz respeito à consistência do solo. Esta
melhoria se dara em menores proporções até na área de várzea.
Mesmo com rebaixamento do lençol freático, a profundidade do NA não
será suficiente para a construção de fossas individuais. Por esse motivo, há a
necessidade também de implantação de um sistema de coleta e tratamento de
esgoto, bem como de um traçado de quadras e do sistema viário adaptado a área
para evitar a estagnação de águas pluviais ou de coleta de esgoto. As faixas de
alta declividade (>30%) existentes nas áreas são de preservação permanente.
Havendo o rebaixamento do NA, este deverá ser controlado visando manter
a argila úmida para evitar o desequilíbrio natural da mesma.
Outro fator que contribuiu para esta seleção é o valor da terra.
As outras áreas altas no local, como as de ocorrência dos gnaisses-
migmatitos, não foram selecionadas devido já estarem totalmente urbanizadas,
não havendo áreas livres para a realocação A plataforma tabular que é sem
dúvidas a melhor área na região de Guarituba para implantação de loteamentos,
não foi selecionada em função do alto valor da terra. A área 2 que também esta
inserida no terraço não foi indicada por solicitação da COMEC para não induzir
novas invasões naquele setor.

S.M.J

Rogério da Silva Felipe


Geólogo - CREA 6386-D
Foto 6 - Notar escoamento d’água em valeta aberta perpendicular as curvas de
níveis do terraço para a várzea.
Foto 7 – Notar a água estagnada na valeta aberta paralelamente as curvas de
níveis.
Foto 8 – Poço cacimba aberto em uma residência situada no terraço. Notar o
nível d’agua.
Foto 9 - Poço cacimba, aberto em uma residência localizada no terraço. Notar
nível d’água, profundidade 0,5m.
Foto 10 - Haste de ferro com 3,0 m de comprimento usada para medir espessura
do solo e a consistência do solo.
Foto 11 - Detalhe mostrando que a haste é cravada com as mãos, indicando
também que a consistência do solo é muito mole.
Foto 12 - Notar vacas atoladas no brejo, curral na área de várzea, próxima ao
canal extravassor.
Foto- 13- Em primeiro plano do lado esquerdo área 5, e do direito área 4. Em
segundo plano, em frente ao pinheiro área 11. Notar desnível.
Foto 14 – vista panorâmica da área 5. Ao fundo plataforma tabular(mata)
Foto-15- Passagem da área de várzea para oterraço. Podemos observar pequena
rampa do terraço perpendicularmente a rua na altura do portão verde (lado direito).

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