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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PALEONTOLOGIA E GEOLOGIA HISTÓRICA

UFC/URCA/FUNCAP

Tipos de fossilização encontrados nas gnetales preservadas no


Membro Crato

JOSÉ EDILSON GONÇALVES DOS SANTOS


joseedilsongoncalves@gmail.com

Fóssil é todo resto ou vestígio de organismo que viveu antes da época geológica atual. A
formação de restos fossilizados ocorre quando são preservados a morfologia, a estrutura ou parte
da composição original do organismo. (HESSEL, 2010). Para NUVENS (1994), “o fóssil é um
resto ou vestígio ou vestígio de seres que viveram em épocas passadas e que se conservam,
principalmente, em rochas sedimentares”.
O fenômeno da fossilização de restos de organismos é bastante e, normalmente, limitado às
áreas deposicionais. Uma série de circunstâncias favoráveis deve ocorrer para que haja a
preservação de evidências dos organismos do passado. No caso das plantas terrestres, os
tecidos ou estruturas resistentes que apresentam melhor potencial de preservação são cutículas
da epiderme, lenhos e envoltórios de esporos e pólen. De acordo com IANNUZZI (2005), os
compostos orgânicos de vegetais terrestres que normalmente preservam no registro
paleontológico são esporulina, a cutina e a lignina.
A região do Cariri atrai a atenção de paleontólogos devido a qualidade e a diversidade dos
fósseis que são encontradas na Bacia Sedimentar do Araripe. PONTE e PONTE FILHO (1996),
afirmam que a Bacia é estratificada, da base para o topo da seguinte forma: Formação Mauriti; o
Grupo do Vale do Cariri, constituído pela Formação Brejo Santo, Formação Missão Velha e
Formação Abaiara; o Grupo Araripe, que engloba a Formação Santana, Formação Arajara e a
Formação Exu.
Os fitofósseis ocorrem nos calcários laminados do Membro Crato, unidade mais basal da
Formação Santana, do Cretáceo inferior. De acordo com VIANA e NEUMANN , a deposição do
Membro Crato ocorreu durante o cretáceo inferior (cerca de 120 milhões de anos) e as áreas
aflorantes deste sítio bordejam a Chapada do Araripe e pertencem principalmente aos municípios
de Porteiras, Barbalha, Crato, Nova Olinda e Santana do Cariri. Ele é caracterizado como
continental, formado por amplos e rasos corpos lacustres, sob um regime climático árido. A ordem
Gnetales tem atraído grande atenção dos paleobotânicos devido ao seu potencial de elucidar a
filogenia a filogenia das plantas com semente. Os fósseis do Membro Crato apresentam bom
estado de preservação, normalmente por processo de piritização, limonização ou carbonização
(Viana e Neumann, 2002). Em alguns casos são encontrados não o corpo completo como
detalhes de sua estrutura anatômica” (Bernardes-Oliveira apud Sucerquia).
As condições paleoecológicas propostas para a Formação Crato variam entre um corpo de
água estratificado com água hipersalina no fundo, ou um corpo homogeneamente, de água doce.
Essas condições determinariam, por exemplo, se os óxidos de ferro, que constituem atualmente
os fósseis, são de origens primárias ou é o resultado de processos diagenéticos sobre restos
inicialmente piritizados. Várias evidências tem sido apontadas, argumentando sobre as duas
condições de fossilização. Por consenso geral, os processos de fossilização dos macrofitofósseis
do Membro Crato foi rápida e suficiente para permitir a preservação tridimensional de detalhes
como estômatos, células epidérmicas, pontuação e espessamentos em traqueídes, vasos, células
parenquimáticas, marcas de pêlos e papilas. MARTIL apud SUCERQUIA, (2006) propõe que
inicialmente os fósseis foram substituídos por pirita e posteriormente oxidadados.
Experimentalmente foi demonstrado que piritização pode ocorrer em poucas semanas ou meses
nem ambientes pobres em anóxidos e com intensa atividade microbiana (Brock et al apud
Sucerquia, 2006) preservando incluso estruturas celulares. Preservação com estas características
é típica do processo de cimentação autigênica na qual são criados moldes (interno e externo) que
reproduzem tridimensionalmente, as feições celulares do organismo. Esse processo ocorre antes
do soterramento e evita o colapso das estruturas celulares e dos órgãos na posterior degradação
do material vegetal original. Os fósseis de Gnetales do Membro Crato geralmente são composto
de impressões de folhas e compressões de ramos e estruturas reprodutivas, preservados através
da deposição de minerais de ferro e carbonato.
Para Bernardes-Oliveira (2010), “ O processo de fossilização das plantas terrestres do
membro Crato são impressão e cimentação”.
A impressão ocorre pela lixiviação do material orgânico resultante de processo de
carbonização. Quando restos vegetais não mineralizados são depositados e soterrados, suas
paredes amolecem e os lúmenes celulares colapsam. Há, então a perda de elementos de
elementos voláteis ( H, N e O) na forma de gases solúveis, é carbonização. Se houver uma
posterior lixiviação da matéria orgânica, restará penas uma impressão sobre a rocha matriz
circundante dos detalhes superficiais dos restos vegetais soterrados. Esse último fenômeno dá
origem aos fósseis denominados de impressão. Em vegetais terrestres, ramos distais, pequenos
caules, folhas e estruturas reprodutivas (esporos, pólens, sementes) são comumente preservados
na forma de impressão. Já a preservação autigênica ou cimentação comumente envolve uma
cimentação externa bastante precoce dos restos, ainda em sedimentos inconsolidados (não
litificados), por compostos de ferro ou carbonatos, preservando em três dimensões a configuração
superficial das partes orgânicas, formando moldes externos. Feições da organização interna são
usualmente perdidos e a maioria dos tecidos, se presentes, são degradados. O espaço criado
pela degradação pode vir a ser ocupado por material da matriz sedimentar circundante dando
origem a moldes internos e contra-moldes. Por ser resultante de preservações originadas antes da
diagênese dos sedimentos, estes processo permite a preservação de estruturas delicadas.
Síntese

O fenômeno de formação de fósseis não é comum na natureza. Normalmente a matéria


orgânica é decomposta por microrganismos ou agentes físicos e/ou químicos. Mesmo em
condições favoráveis, apenas as partes mais duras e resistentes dos vegetais resistem aos
agentes de decomposição. Os processos de fossilização que ocorreu com os vegetais da ordem
Gnetales do Membro Crato da Formação Santana favoreceu a preservação tridimensional de
detalhes estruturais que permitem estudos minuciosos de estruturas delicadas como células
parenquimáticas, a fossilização encontrada é típica de cimentação. A cimentação acontece
quando o vegetal morre e é coberto por colônias de bactérias que produzem uma película
microbiana que envolve o material. Fósseis do tipo impressão foram encontrados em folhas de
Gnetales e ramos desse mesmo grupo foram encontrados na forma de compressões.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BERNARDES-OLIVEIRA, M.E.C. Ordem gnetales: Curso de paleobotânica, 24 a 28 de maio de


2010. Notas de aula. Mimeografado.

HESSEL, M.H.R. Paleontologia geral e paleozoologia: Curso de especialização em


Paleontologia e Geologia Histórica, 4 a 6 de jun. 2010. Notas de aula. Mimeografado

IANNUZZI, R.; VIEIRA, E.L. Paleobotânica. Porto alegre:UFRGS, 2005. p.11 – 22.

NUNENS, P. C. As pedras de peixe de Santana. Crato: Gráfica Universitária, 1994.

PONTE, F. C; PONTE FILHO, F. C. Análise estratigráfica da Bacia do Araripe – análise de


sequência. In: Coleção Chapada do Araripe n 1. Gráfica Editora R. Esteves, 2001.

SUCCERQUIA, P.A. Gimnospermas eocretáceas da Formação Crato, Bacia do Araripe,


Nordeste do Brasil, 2006. Tese (Mestrado em Paleontologia) IGc/USP, São Paulo.

VIANA, M.S.S; NEUMANN, V. H. L. Membro Crato da Formação Santana, Chapada do Araripe,


CE: Riquíssimo registro de fauna e flora do Cretáceo. In: BRASIL, MINISTÉRIO DE MINAS E
ENERGIA. Sítios geológicos e paleontológicos do Brasil. DNPM. Divisão de Documentação
Técnica, SIGEP. Brasília 2002.

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