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Lagoa Santa (MG) já ao redor de 16 mil anos. (...) A ocupação da faixa litorânea
Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, alguns de grandes proporções, cuja datação
“Um verdadeiro mortício teve início naquele momento: uma população estimada
na casa dos milhões em 1500 foi sendo reduzida aos poucos a cerca de 800 mil,
que é [aproximadamente] a quantidade de índios que habitam o Brasil
atualmente” ( SCHWARCZ, 2015 p. 40)
A atual população indígena brasileira, segundo dados do Censo
Demográfico realizado pelo IBGE em 2010, é de 896,9 mil
indígenas. De acordo com a pesquisa, foram identificadas 305 etnias,
das quais a maior é a Tikúna, com 6,8% da população indígena.
“O espaço geográfico da colônia não era de maneira alguma um vazio
demográfico, seus primeiros habitantes viviam em configuraçãos socioculturais
bem diferenciadas e estabelceram vínculos distintos com o processo de
colonização, no qual foram essenciais” (OLIVEIRA p. 177)
aumento das tensões sociais; maior isolamento entre os que ‘têm’, isto
maior isolamento, no seio dos que ‘têm’, daqueles que têm mais que o
“As tribos marginais, por sua vez, possuíam a organização social mais simples,
viveriam sobretudo da coleta e da caça e seriam compostas por pequenos bandos
semi-nômades” (OLIVEIRA p. 171 )
Xamãs, por Sebastião Salgado
O termo xamã foi adotado, pela antropologia, para se referir a pessoas de uma grande
variedade de culturas não ocidentais, que antes eram conhecidas como : bruxo, feiticeiro,
curandeiro, mago, mágico, vidente, sacerdote, pajé, homem da medicina, o terapeuta, o
conselheiro, o contador de estórias, o líder espiritual e outros. Defini-se o xamanismo como
um conjunto de crenças ancestrais que estabelecem contato com uma realidade oculta, ou
estados especiais (alterados) de consciência, a fim de obter conhecimento, poder, equilíbrio
saúde para si mesmo e para as pessoas
A maioria destas crenças eram baseadas na observação da natureza e do céu. Os índios tinham astronomia
própria e definiam o tempo da colheita, a duração das marés, o tempo das chuvas e através da observação do
céu criavam histórias, mitos, lendas com ensinamentos morais, etc. Esta atividade de astronomia também
serviu para que os índios determinassem muitas regras a respeito de suas atividades de caça, pesca e
agricultura. Observaram também fenômenos como as fases da lua e as estações do ano.
◦ Havia diversos outros deuses que até hoje são conhecidas figuras dos folclores e das lendas brasileiras, como Caapora (deus
guardião dos animais), Tiriricas (deusas do ódio), Pirarucu (deus do mal, que mora no fundo das águas), Yara (deusa dos
lagos), Curupira (protetor das matas) e Araci (deusa da aurora e das madrugadas).
TUPÃ
JACI
GUARACI
Eram faladas mais de 1300 líguas, a maioria delas agrupadas em dois troncos
os Carijós e os Tamoio
◦ “Os grupos indígenas encontrados no litoral pelo português eram principalmente tribos de
tronco tupi. Somavam, talvez, 1 milhão de índios, divididos em dezenas de grupos tribais [e
cacicados], cada um deles compreendendo um conglomerado de várias aldeias de trezentos
a 2 mil habitantes. Não era pouca gente, porque Portugal àquela época teria a mesma
população ou pouco mais (...)É de assinalar que eles haviam domesticado diversas plantas,
retirando-as da condição selvagem para a de mantimento de seus roçados. Entre elas, a
mandioca, o milho, a batata-doce, o cará, o feijão o amendoin (... ) A agricultura lhes
assegurava fartura alimentar durante todo o ano e uma grande variedade de matérias-
primas, condimentos, venenos e estimulantes. Desse modo, superavam a situação de
carência alimentar (...) Permaneciam, porém, dependentes do acaso para obter outros
alimentos através da caça e da pesca, também sujeitos a uma estacionalidade marcada por
meses de enorme abundância e meses de escassez” (RIBEIRO, 28)
“Apesar da unidade linguistica e cultural que permite classifica-los
o caso, por exemplo, dos Bororos, dos Xavente, dos Kayapó, dos
◦ “consistia em lhes dar uma moça índia como esposa. Assim, que ele a
assumisse, estabelecia, automaticamente, mil laços que o aparentavam
com todos os membros do grupo (...) Como cada europeu posto na
costa podia fazer muitíssimos desses casamentos, a instituição
funcionava como uma forma vasta e eficaz de recrutamento de mão de
obra para os trabalhos pesados de cortar paus-tinta, transportar e
carregar para os navios. (...) A Função do cunhadismo na sua nova
inserção civilizatoria foi fazer surgir a numerosa camada de gente
mestiça que efetivamente ocupou o Brasil” (RIBEIRO p. 72-73)
Na visão de Gilberto Freyre, o cunhadismo e a colonização sexual
tinham papel tanto como civilizador do povo indígena, como
biológico e mercantil para criar seres mais aptos ao sistema
coloniail tropical. Porém, a historiadora Mary del Priori chama a
atenção quanto a misogenia de Freyre:
◦ “O índio era tido como um trabalhador ideal para transportar cargas ou pessoas por
terras e por águas, para cultuvo de gêneros e o preparo de alimentos, para a caça e
pesca. Seu papel foi também preponderante nas guerras aos outros índios e aos
negros quilombolas” A situação desses índios arrendados era pior que a dos
escravos tidos pelo senhor a título próprio, uma vez que estes, sendo um capital
humano que se comprara com um bom dinheiro, devia ser zelado, pelos menos
para preservar seu valor venal; enquanto o índio arrendado, (...)daria tanto mais
lucro quanto menos comesse e quanto mais rapidamente realizasse as tarefas para
que era alugado. Esses desgaste humano do trabalho do cativo contituiu uma outra
forma terrível de genocídio imposto a mais de 1 milhão de índios” (RIBEIRO p. 94)
As bandeiras e a escravidão
A principal forma de busca e conquista de povos indígenas considerados
hostis para a escravização, as bandeiras eram formados principalmente
por colonos (também chamados de paulistas) e seus filhos mestiços
mamelucos (união entre brancos e índias na maior parte das vezes).
Uma consequencia indireta das bandeiras foi o reconhecimento do
território pelos colonizadores europeus.
◦ “No contato de duas culturas, uma mais atrasada e outra mais avançada, quase
sempre a segunda procura destruir ou exterminar na primeira tudo o que se supõe
ser contrário à moral ou aos interesses dos dominadores. Assim fizeram os jesuítas,
educando o culumin à maneira dos europeus” (FREYRE p. 26)
◦ “A personalidade maleável da criança é tão modelada por medos que ela aprende a
agir de acordo com o padrão predominante de comportamento, sejam esses medos
gerados pela força física direta ou pela privação, pela restrição ao alimento ou de
prazeres. (...) A vergonha, o medo da guerra e o medo de Deus, (...) todos eles são
direta ou indiretamente induzidos nele por outras pessoas. Sua força, forma e o
papel que desempenham na personalidade do indivíduo denpendem da estrutura da
sociedade e de seu destino nela” (ELIAS p. 270)
Criança
Xavante, por
José Medeiros
(1949)
Crianças guaranis da aldeia Kuriy em Biguaçu – SC
(Rafael Benassi 2012)
A Historiadora Mary del Priori traz o relato do Pe. Anchieta
onde pode-se perceber a visão dos jesuítas quanto ao seu
papel civilizador perante os povos indígenas, aqui
representados pelo ato de vestir.
◦ “A nudez e a poligamia dos índios ajudavam a demonizar sua
imagem. Considerados não civilizados, a tentativa dos jesuítas
em cobri-los resultou, muitas vezes, em situações cômicas como
a relatada por padre Anchieta:
Os índios da terra de ordinário andam nus e quando muito vestem
alguma roupa de algodão ou de pano baixo e nisto usam de primores a
seu modo, porque um dia saem com gorro, carapuça ou chapeu e o mais
nu, outro dia saem com seus sapato ou botas e o mais nu (...) e se vão
passear somente com o gorro na cabeça sem outra roupa e lhe parece
que vão assim mui galantes” (PRIORI p. 20)
“Também foi evidentemente nefasto o papel dos
jesúitas, retirando os índios de suas aldeias dispersas
para concetrá-los nas reduções, onde, além de
servirem aos padres e não a si mesmos e de morrerem
nas guerras dos portugueses contra os índios hostis,
eram facilmente vitimados pelas pragas de que eles
próprios, sem querer, os contaminvam. É evidente que
nos dois casos, o propósito explicito dos jesuítas não
era destruir os índios, mas o resultado de sua política
não podia ser mais letal se tivesse sido programada
para isso” (RIBEIRO p. 51)
A atuação do Padre Antônio Vieira
“[Vieira] Arrancou do rei leis favoráveis aos índios e
combateu os apresamentos arbitrários. Pregou
sermões contra os escravistas (...) mas não primava
por tentar compreender o índios, como Anchieta no
século anterior. Pregando a missionários, chegou a
chamá-los de selvagens terríveis. (...) Vieira não
amava aos índios, mas a catequese da Cia de Jesus.
De todo modo, os colonos o odiavam, e em 1661,
deram um basta: expulsaramo-no, e aos demais
jesuítas”
Economia Moral e Pau-Brasil
Carater Exploratório:
Questão da PEC 215: Atualmente, tramita no Congresso Nacional a Proposta de Ementa Constitucional
n215 que preve a transferência da responsabilidade de Homologação (6 etapa da demarcação de terras
indígenas) da Presidência da República para a Presidência do Congresso. Esta manobra política visa,
através do atual Presidente da Camara, o Dep Rodrigo Maia (PMDB- RJ), dar mais voz e força as
chamadas politicas agrárias da bancada ruralista que buscam a ampliação do direito de uso da terra aos
grandes produtores latifundiários. (https://www.cartacapital.com.br/politica/pec-215-e-aprovada-em-
comissao-da-camara-quais-os-proximos-passos-6520.html )
Bibliografia.
DEL PRIORI, Mary. Histórias Intimas: sexualidade e erotismo na História
do Braisl. São Paulo: Ed.Planeta do Brasil, 2011. p. 11 – 55
ELIAS, Nobert. O processo civilizador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993.
RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São
Paulo: Cia das Letras, 2006.
FRAGOSO, João. O Brasil Colonial: Vol 01 (1443 – 1580). Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2014. p. 167 – 229
FREYRE, Gilberto. Casa-grande & Senzala: formação da família brasileira
sob o regime da economia patriarcal. São Paulo: Global, 2006.
PRADO JR. Caio. Historia Economica do Brasil. São Paulo: Ed.
Brasiliense, 1976
http://jornal4cantos.com.br/quais-sao-os-principais-deuses-da-
mitologia-indigena-brasileira/