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NOÇÕES
relações de interesse.
RESUMINDO AS NOÇÕES SOBRE A CONTABILIDADE, TEMOS:
DE OBJETO:
O patrimônio, que a Contabilidade estuda, analisa e controla, registran-
CONTABILIDADE do e informando, através das demonstrações contábeis, todas as ocorrên-
cias nele verificadas.
CAMPO DE APLICAÇÃO:
CONCEITOS DE CONTABILIDADE
O das entidades econômico-administrativas, sejam de fins lucrativos ou
não.
A Contabilidade, desde seu aparecimento como conjunto ordenado de
FINALIDADE:
conhecimentos, com objeto e finalidades definidos, tem sido considerada
como arte, como técnica ou como ciência, de acordo com a orientação Assegurar o controle do patrimônio administrado e fornecer informa-
seguida pelos doutrinadores ao enquadrá-la no elenco das espécies do ções sobre a composição e as variações patrimoniais, bem como o resulta-
saber humano. do das atividades econômicas desenvolvidas pela entidade para alcançar
seus fins, que podem ser lucrativos ou meramente ideais (sociais, culturais,
Para nós, que a consideramos um conjunto de conhecimentos sistema-
esportivos, beneficentes ou outros).
tizados, com princípios e normas próprias, ela é, na acepção ampla do
conceito de ciência, uma das ciências econômicas e administrativas. TÉCNICAS DE QUE SE UTILIZA PARA ATINGIR SUA FINALIDADE:
Sua finalidade é manter o registro e o controle do patrimônio das enti- • Registro dos fatos — Escrituração.
dades, com o fim de fornecer informações e interpretações sobre a compo-
• Demonstração expositiva dos fatos — Demonstrações Contábeis.
sição e as variações desse patrimônio.
Seu objetivo de estudo é, pois, o patrimônio, e seu campo de aplicação • Confirmação dos registros e demonstrações contábeis — Auditoria.
o das entidades econômico-administrativas, assim chamadas aquelas que, • Análise e interpretação das demonstrações contábeis — Análise
para atingirem seu objetivo, seja ele econômico ou social, utilizam bens de Balanços.
patrimoniais e necessitam de um órgão administrativo, que pratica os atos
de natureza econômica necessários a seus fins. Baseados nessas noções gerais, podemos chegar à seguinte conceitu-
ação de contabilidade:
Daí se conclui que somente os patrimônios ociosos, não-produtivos e
não-administrados podem dispensar a ação controladora e informativa da É a ciência (ou técnica, segundo alguns) que estuda, controla e in-
Contabilidade. terpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o
registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos, com o
A Contabilidade alcança sua finalidade através do registro de todos os fim de oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas
fatos relacionados com a formação, a movimentação e as variações do variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza
patrimônio administrado, vinculado à entidade, com o fim de assegurar seu patrimonial.
controle e fornecer a seus administradores as informações necessárias à
ação administrativa, bem como a seus titulares (proprietários do patrimônio) O OBJETO DA CONTABILIDADE
e demais pessoas com ele relacionadas, as informações sobre o estado O patrimônio é o objeto da Contabilidade, isto é, constitui a matéria so-
patrimonial e o resultado das atividades desenvolvidas pela entidade para bre a qual se exercem as funções contábeis.
alcançar seus fins.
O patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações vinculados à
Nos tempos modernos, com a formação das grandes empresas (socie- entidade econômico-administrativa e constitui um meio indispensável para
dades abertas), a informação contábil passou a ser de interesse de grupos que esta realize seus objetivos. Para alcançá-los, a administração da
cada vez mais amplos, de indivíduos, que incluem não somente acionistas, entidade pratica atos de natureza econômica, produzindo variações aumen-
mas também fornecedores, financiadores, banqueiros, poderes públicos tativas e diminutivas na riqueza patrimonial.
(arrecadadores de impostos) e até empregados que participam do lucro das
Para conhecer a situação do patrimônio em determinado momento,
empresas. De forma indireta, mesmo a sociedade em geral é interessada
bem como suas variações e os efeitos da ação administrativa sobre a
na informação contábil, pois a vitalidade das empresas é assunto de rele-
riqueza patrimonial, é que a Contabilidade registra, demonstra e analisa os
vante interesse social.
fatos ocorridos no patrimônio, evidenciando seus aspectos específicos e
O registro de todas as ocorrências patrimoniais é feito pela Contabili- quantitativos.
dade através de técnica que lhe é própria, a que chamamos Escrituração.
O aspecto específico, também chamado qualitativo, considera as espé-
Como o simples registro dos fatos não é elemento suficiente de infor- cies de bens, direitos e obrigações que compõem a riqueza patrimonial, tais
mação, a Contabilidade reúne os fatos registrados, também segundo pro- como: dinheiro, mercadorias, móveis e contas a receber ou a pagar. O
cedimento próprio, em demonstrações expositivas, que recebem a designa- aspecto quantitativo evidencia a quantidade de cada um desses componen-
ção genérica de demonstrações contábeis, e denominações específicas de tes, monetariamente representada, como: caixa $ 500, mercadorias $ 1
inventários, balanços, demonstrações de resultados, de lucros acumulados, .000, móveis $ 200, contas a receber $ 100, e contas a pagar $ 1 50.
de origens e aplicações de recursos, de variações do patrimônio, e outras.
As variações patrimoniais são qualitativamente representadas pelos di-
Utiliza-se ainda, a Contabilidade, de mais uma técnica especializada, versos tipos de receitas e despesas e quantitativamente pelos seus respec-
com o fim de confirmar a exatidão dos registros e das demonstrações tivos valores.
contábeis — é a Auditoria, que constitui atualmente uma das mais impor-
O objeto da Contabilidade é, pois, o patrimônio, e em torno dele se de-
tantes especializações do profissional da Contabilidade.
senvolvem suas funções, como meio para atingir sua finalidade.
Como algumas das demonstrações contábeis são sintéticas, oferecen-
A FINALIDADE DA CONTABILIDADE
do informações globais, de conjunto, que não esclarecem quanto à compo-
sição analítica do patrimônio e de suas variações, elas nem sempre atin- A finalidade da Contabilidade é registrar, controlar e demonstrar os fa-
gem os fins informativos a que se destinam. Daí a utilização, pela Contabili- tos ocorridos no patrimônio, objetivando fornecer informações sobre sua
dade, de outra técnica especializada chamada genericamente de Análise composição e variações, bem como sobre o resultado econômico decorren-
de Balanços, que, utilizando métodos e processos específicos, permite te da gestão da riqueza patrimonial.
decompor, comparar e interpretar o conteúdo das demonstrações contá- Essas informações são indispensáveis à orientação administrativa,
beis, fornecendo informações analíticas e úteis não somente a administra- permitindo maior eficiência na gestão econômica da entidade e no controle
dores e titulares do patrimônio, mas a todos os que com este mantêm dos bens patrimoniais.
Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recí- I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não
proca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios representa unidade constante em termos do poder aquisitivo;
autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de nature- II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das
za econômico-contábil. transações originais, é necessário atualizar sua expressão formal em
SEÇÃO II moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os
valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do Patrimô-
O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE nio Líquido; e
Art. 5º. O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continu- III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão
ará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos somente o ajustamento dos valores originais para determinada data, medi-
componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. (Redação ante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a
dada pela Resolução CFC nº. 1282/10) variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período.
SEÇÃO III (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10)
O PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE Nota: o artigo 8º, seu § único, e os incisos I, II e III, que tratavam do
Princípio da Atualização Monetária foram revogados pela Resolução CFC
Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensura- nº. 1282/10.
ção e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informa-
ções íntegras e tempestivas. SEÇÃO VI
Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA
na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua rele- Art. 9º. O Princípio da Competência determina que os efeitos das tran-
vância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a sações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se refe-
confiabilidade da informação. (Redação dada pela Resolução CFC nº. rem, independentemente do recebimento ou pagamento. Parágrafo único.
1282/10) O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação
SEÇÃO IV de receitas e de despesas correlatas. (Redação dada pela Resolução CFC
nº. 1282/10).
O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL
SEÇÃO VII
Art. 7º. O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os
componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos O PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA
valores originais das transações, expressos em moeda nacional. Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor va-
§ 1º. As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em lor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sem-
graus distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas: pre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação
das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a
serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de
recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às
passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e
em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam
caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração
passivo no curso normal das operações; e e apresentação dos componentes patrimoniais. (Redação dada pela Reso-
lução CFC nº. 1282/10)
II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os
componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações Art. 11. A inobservância dos Princípios de Contabilidade constitui infra-
decorrentes dos seguintes fatores: ção nas alíneas “c”, “d” e “e” do art. 27 do Decreto-Lei n.º 9.295, de 27 de
maio de 1946 e, quando aplicável, ao Código de Ética Profissional do
a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa Contabilista. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10)
ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou
ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demons- Art. 12. Revogada a Resolução CFC n.º 530/81, esta Resolução entra
trações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou em vigor a partir de 1º de janeiro de 1994.
equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para
Brasília, 29 de dezembro de 1993.
liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis;
Finalmente, após ressaltados os aspectos qualitativo e quantitativo, Por que estudar as situações líquidas agora? Para atender a um gran-
ficou mais fácil avaliar o tamanho do Patrimônio da minha empresa, pois de objetivo: acrescentar ao seu conhecimento mais um grupo de elementos
agora você conhece o quê e quanto minha empresa possui em bens, na representação gráfica do patrimônio.
direitos e obrigações.
Esse novo grupo, que se chama Patrimônio Líquido, juntamente com
Os aspectos qualitativos e quantitativos levados em conta na os bens, com os direitos e com as obrigações, completará a já conhecida
apresentação das demonstrações elaboradas a partir dos registros representação gráfica do patrimônio, permitindo que o total do lado
contábeis permitem a mensuração do patrimônio bem como o esquerdo seja igual ao total do lado direito, dando-lhe forma de equação.
conhecimento dos elementos que o compõem. Entretanto, para compreender melhor esse novo grupo de elementos
(Patrimônio Líquido), vamos estudar antes as situações líquidas
3 Representação Gráfica do Patrimônio patrimoniais possíveis.
Para tornar mais fácil e didático o que é patrimônio (ponto de partida NOTAS: A partir daqui, passaremos a representara patrimônio por meio
para entender com clareza todo o mecanismo que envolve o processo do mesmo gráfico em forma de “T”, porém com o título apropriado de
contábil), vamos representá-lo por meio de um gráfico em forma de “T”: Balanço Patrimonial.
Até aqui, estudamos três dos quatro grupos de componentes do Caso a empresa mantenha escrita contábil regular, a situação líquida já
patrimônio: bens, direitos e obrigações e seus elementos. Pois bem, agora, estará registrada contabilmente, por meio dos elementos que compõem o
veremos os elementos que compõem o grupo do Patrimônio Líquido: grupo do Patrimônio Liquido.
a. Capital;
b. Reservas; Se pretender conhecer a situação líquida de uma empresa que
c.Prejuízos Acumulados. mantenha escrita contábil regular, você não precisará efetuar nenhum
•Capital é a importância, normalmente em dinheiro, que o proprietário cálculo, bastará verificar no Balanço Patrimonial dessa empresa, o total do
de uma empresa possui para iniciar o seu negócio. Esse capital grupo do Patrimônio Líquido e este corresponderá à situação líquida.
inicial poderá ser composto somente por dinheiro, ou dinheiro e
outros bens como Móveis e Utensílios, Veículos, Mercadorias etc. Assim, se a situação líquida for positiva, o total do grupo Patrimônio
Durante a vida normal das empresas, o capital pode ser Líquido será igualmente positivo; se, por outro lado, a situação líquida da
aumentado com novas somas colocadas pelos titulares ou pela empresa for negativa, o total do grupo Patrimônio Líquido será igualmente
incorporação de parte dos lucros auferidos pelas próprias negativo; e, ainda, se a situação líquida for nula, o grupo Patrimônio Líquido
empresas. também refletirá essa situação.
•Reservas são parcelas do lucro apurado pelas empresas que ficam
retidas (retiradas, reservadas) para determinados fins, como é o NOTA: A partir deste ponto, em que já ficou definido o Patrimônio
caso da Reserva para Investimentos, que normalmente é utilizada Líquido e foi apresentado seu posicionamento no gráfico representativo do
para ampliação das instalações da empresa, abertura de filiais etc. patrimônio, quando representar graficamente uma situação patrimonial, não
•Prejuízos Acumulados correspondem ao resultado negativo apurado escreva bens, direitos, obrigações e situação líquida, apenas especifique
pela empresa na movimentação do patrimônio. esses elementos (aspecto qualitativo). Você terá que ter sempre em mente
que no lado do Ativo são colocados os elementos que representam os bens
O principal objetivo das empresas é o lucro. No final de cada exer- e os direitos e, no lado do Passivo, os elementos que representam as
cício social (período em que a empresa opera — geralmente igual a um obrigações e o Patrimônio Líquido.
ano), a movimentação do patrimônio poderá resultar em lucro ou em preju-
ízo. Quando o resultado corresponder a prejuízo, ele poderá ser amortiza- 7 Formação do Patrimônio e suas Variações
do (pago) pelo titular ou pelos sócios, ou, ainda, poderá ser mantido no 7.1Introdução
grupo do Patrimônio Líquido para ser compensado com lucros apurados Para constituir uma empresa, é preciso que se tenha, inicialmente, um
em exercícios futuros. Quando o resultado do exercício corresponder a capital. Quando a empresa está sendo constituída, a palavra capital é
lucro, ele terá várias destinações: uma parte vai para o governo (contribui- usada para representar o conjunto de elementos que o proprietário da
ção social e imposto de renda); uma parte poderá ser destinada a compen- empresa possui para montar seu negócio e, consequentemente, iniciar as
sar prejuízos apurados em exercícios anteriores; uma parte poderá ser suas atividades.
destinada aos participantes no lucro (empregados, administradores, etc.);
outra parte poderá ser destinada à constituição de reservas e outra a Vera Lúcia vai abrir uma butique. Ela possui, para esse fim, $ 60.000
distribuição aos titulares ou acionistas em forma de dividendos. em dinheiro. Logo, esses $ 60.000 são seu capital.
Além do capital, das reservas e dos prejuízos acumulados, existem O capital inicial pode ser composto por:
outros elementos que integram o grupo do Patrimônio Líquido e que serão a.somente dinheiro;
estudados oportunamente. b.parte em dinheiro e parte em outros bens;
NOTA. Por hora, estas simples explicações acerca dos componentes c.parte em dinheiro, parte em outros bens e parte em direitos.
do Patrimônio Líquido são suficientes. Na sequência da matéria, esses
assuntos serão retomados e explicados com mais detalhes. Suponhamos que uma pessoa deseje iniciar suas atividades (abrir uma
empresa para comercializar materiais para construção) e possua $ 30.000
Na seção a seguir, veremos como os acontecimentos diários das em dinheiro e um caminhão no valor de $ 50.000. Nesse caso, seu capital
empresas interferem no patrimônio, bem como a origem e movimentação inicial é de $ 80.000.
dos bens, dos direitos, das obrigações e do Patrimônio Líquido, além dos
seus corretos posicionamentos no Balanço Patrimonial. Esse capital, ou seja, a soma dos valores com que o proprietário
constitui uma empresa pode receber várias denominações:
“Patrimônio Líquido x situação líquida” a.Capital;
Então, Patrimônio Líquido é o mesmo que situação líquida? b.Capital Inicial;
Considerando apenas essa ocorrência, veja como será representada a O total do Ativo, que era de $ 50.000, passou para $ 70.000, com a
situação patrimonial da empresa de Luiz Felipe, por meio do Balanço inclusão do elemento Estoque de Mercadorias. Da mesma forma, o total do
Patrimonial: lado do Passivo, que era de $ 50.000, também aumentou, passando para
BALANÇO PATRIMONIAL $70.000, em decorrência da obrigação contraída com o fornecedor.
ATIVO PASSIVO
Caixa ................. 50.000 Capital ............... 50.000 Embora o valor do patrimônio tenha aumentado de $50.000 para $
Total ..................... 50.000 Total .................. 50.000 70.000, o Patrimônio Líquido não sofreu alteração, pois a situação líquida
continua sendo a mesma, veja:
OBSERVAÇÃO: Veja que na representação gráfica temos dois Ativo (bens mais direitos) ............. (+) 70.000
elementos: Caixa e Capital. O elemento Caixa foi colocado no lado do (menos) Passivo (obrigações) ......(—) (50.000)
Ativo, pois representa bens (já vimos que no lado do Ativo devem constar (igual) Situação líquida.................. (+) 50.000
os elementos que representam os bens e os direitos). Já o elemento Capital Portanto, a situação líquida continua sendo positiva em $ 50.000,
foi posto do lado do Passivo, pois é um elemento do grupo do Patrimônio representada pelo elemento Capital.
Líquido (relembre que no lado do Passivo devem constar os elementos que
representam as obrigações e o Patrimônio Líquido). 4.Vamos assumir, agora, que a empresa de Luiz Felipe tenha efetuado
o pagamento, em dinheiro, de uma duplicata no valor de $5.000.
Se pretendermos conhecer a situação líquida do patrimônio da BALANÇO PATRIMONIAL
empresa de Luiz Felipe, nesse momento, como do lado do Passivo consta ATIVO PASSIVO
apenas um elemento do grupo Patrimônio Líquido, concluímos que a Caixa ............................. 10.000 Duplicatas a Pagar 15.000
situação líquida corresponderá ao valor desse elemento, logo, é positiva em Móveis e Utensílios ....... 5.000 Capital ................... 50.000
$ 50.000. Veículos ........................ 30.000
Estoque de Mercadorias 20.000
Se preferir aplicar a fórmula já conhecida para encontrar a situação
liquida, teremos: Total .............................. 65.000 Total ....................... 65.000
Ativo (bens e direitos) ........................... (+) 50.000
(menos) Passivo (obrigações) .............. (-)0 OBSERVAÇÃO: Esse pagamento acarretou uma redução no Ativo,
(igual) Situação líquida .......................... (+)50.000 pois o Caixa foi diminuído em $5.000, e uma redução no Passivo, pela
extinção de parte das obrigações em $5.000.
Observe, finalmente, que a situação líquida encontrada é positiva de $
50.000, o que coincide com o total do grupo Patrimônio Líquido que, neste O propósito desse exemplo prático foi mostrar que cada fato
momento, é representado apenas pelo elemento Capital. administrativo ocorrido na empresa provoca modificações entre os
2.Em seguida, surgem as aplicações do capital na compra de bens: elementos patrimoniais resultando em nova situação que poderá ou não
a. compra de Móveis e Utensílios, à vista, por $5.000; alterar o valor do patrimônio e ou do Patrimônio Líquido.
b. compra de um automóvel, à vista, por $30.000. Veja como ficou
o patrimônio de Luiz Felipe, após essa operação: 8 Origens e Aplicações dos Recursos
Vimos que a palavra Capital representa um elemento do grupo do
BALANÇO PATRIMONIAL Patrimônio Líquido e que, quando da constituição de uma empresa,
ATIVO PASSIVO corresponde à soma dos valores com os quais o proprietário inicia suas
atividades.
Caixa 15.000 Capital 50.000
Móveis e Utensílios 5.000
Entretanto, na contabilidade, quando a palavra capital está
Veículos 30.000
acompanhada do adjetivo “total”, compondo a expressão “capital total” à
Total ...................... 50.000 Total ................... 50.000
disposição da empresa, ela representa os recursos totais que a empresa
possui.
OBSERVAÇÃO: Observe que, embora tenha havido movimento no
patrimônio, seu valor total não se alterou. Apenas houve troca de valores no
Observe o patrimônio a seguir representado:
Ativo: o Caixa diminuiu em $ 35.000, mas esse valor apareceu novamente
BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA COMERCIAL TAUBATÉ LIDA
em Móveis e Utensílios e Veículos. No lado do Passivo, não houve
ATIVO PASSIVO
alteração, o Patrimônio Líquido permanece o mesmo, por isso repetimos o
elemento Capital com o mesmo valor do Balanço anterior. Caixa ............................ 500 Fornecedores ................. 350
Estoque de Mercadorias ... 200 Capital ............................ 800
3. Precisando adquirir mercadorias e sendo seu capital insuficiente, Duplicatas a Receber ...... 50
Luiz Felipe compra a prazo: compra de tintas (Mercadorias), a Móveis e Utensílios ......... 100
prazo, no valor de $20.000, da Casa de Tintas Taubaté, conforme Veículos .......................... 300
nota fiscal nº 325, com aceite de quatro duplicatas no valor de $ Total ............................... 1.150 Total .............................. .150
5.000 cada uma, vencíveis de trinta em trinta dias.
Note que o Capital Nominal da empresa é de $ 800 e o capital à
Veja como ficou o patrimônio de Luiz Felipe, após essa operação: disposição da empresa ou capital total é de $ 1.150.
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO Chegou o momento de descobrirmos por que o patrimônio da empresa
Caixa ............................. 15.000 Duplicatas a Pagar 20.000 é representado pelo Balanço Patrimonial em um gráfico de dois lados, por
FATOS CONTÁBEIS: Acontecimentos que provocam alterações qualitativas e /ou quantitativas no patrimônio da empresa.
FATOS CONTÁBEIS
Compras à vista Pagamento de despe- Recebimento de receitas Recebimento de duplicata Recebimento de duplicata
Compras à prazo sas Prescrição de dívida com desconto com juros
Pagamento de duplicatas Apropriação de salários Pagamento de duplicata Pagamento de duplicata
Retenção do IR dos emprega- com juros com desconto
dos Reforma de dívida com Reforma de dívida com
Aumento do CS com uso de juros desconto
reservas de capital Emissão de debêntures Emissão de debêntures
abaixo do par (com desá- acima do par (com ágio)
gio)
Contas do Grupo Para Aumentar Para Diminuir Os artigos 175 a 205, da Lei n.º 6.404/76 , são importantes no contexto
Ativo Debita Credita deste item.
Passivo Credita Debita
Patrimônio Líquido Credita Debita Conforme já foi dito, os principais interessados na utilização das infor-
Receita Credita Debita mações fornecidas pela contabilidade são os administradores das empre-
Despesa Debita Credita sas. A partir dos fatos mostrados pela contabilidade ocorre a tomada de
decisão. Eles normalmente tem conhecimento de dados que o balanço não
revela, sendo possível detectar os pontos fracos da estrutura econômico-
Um orientador, para decidir sobre o débito e o crédito, é fornecido pelo
financeira da empresa, apesar das limitações dos demonstrativos contá-
binômio "origem e aplicação". O Débito é uma aplicação de recursos e o
beis.
crédito, uma origem.
Porém, outras pessoas tem interesses nos negócios, necessitando dos
Quanto ao saldo, este é a diferença entre os débitos e créditos de uma
demonstrativos contábeis para se informarem a respeito da situação da
mesma conta. Se os débitos de uma conta, em determinado período, forem
empresa, entre os quais podemos citar as autoridades governamentais, os
superiores aos créditos, o saldo será devedor pela diferença. Se os créditos
fornecedores, os bancos e outras entidades financeiras, os clientes, os
forem superiores aos débitos, o saldo será credor. Normalmente, as contas
investidores, etc.
apresentam saldos coerentes com os lançamentos para aumentar. Assim,
as contas do ativo apresentam saldo devedor; do passivo, credor; do patri-
O desconhecimento a respeito das características da empresa, por se
mônio líquido, credor; de receitas, credor; de despesas, devedor.
basearem quase que essencialmente nos demonstrativos para formular
suas conclusões e emitir opiniões, pode gerar severas distorções.
Pela simples razão de que a cada débito corresponde um crédito de
mesmo valor, podemos afirmar, com absoluta certeza: se fizermos o soma-
Um esforço muito grande vem sendo desenvolvido para minimizar os
tório geral de todos os débitos de todas as contas em um determinado
erros decorrentes da interpretação de demonstrativos contábeis, buscando-
período, este será igual ao somatório de todos os créditos neste mesmo pe-
se uma maior padronização. Como exemplo podemos citar o Banco Central
ríodo.
do Brasil, que impõe às empresas da área financeira, sob sua fiscalização,
um plano de contas padronizado. A lei das Sociedades Anônimas, especi-
Fato idêntico ocorre com os saldos. Todos os saldos devedores soma-
almente através dos artigos 178 a 188, persegue uma padronização bas-
dos serão sempre iguais ao somatório dos saldos credores.
tante severa. A CVM impõe normas para as SAs de Capital Aberto, objeti-
vando a uniformização. As Notas Explicativas aos Balanços, exigidas pela
TEORIA, FUNÇÃO E ESTRUTURA DAS CONTAS
Lei n.º 6.404/76, através do artigo 176, tem como finalidade dar conheci-
TEORIA DAS CONTAS
mento ao analista externo de fatos relevantes para a análise, não mostra-
Existem diversas teorias a respeito das contas. Três merecem atenção:
dos, normalmente, pelas demonstrações financeiras. A imperativa necessi-
a) Teoria Personalística;
dade de uniformização dos procedimentos contábeis também é preocupa-
b) Teoria Materialística;
ção do Conselho Federal de Contabilidade, que através de constantes
c) Teoria Patrimonialística;
modificações e aperfeiçoamentos aos Princípios Fundamentais de Contabi-
lidade, busca a padronização. A legislação tributária, especialmente do
A teoria personalística vincula as contas a "pessoas" responsáveis pe-
imposto de renda das pessoas jurídicas, cria normas especiais que permi-
los fatos. Classifica as contas em: de agentes consignatários, de corres-
tem estudos comparativos, dados estatísticos, indicativos de evasão, etc.,
pondentes e do proprietário.
instrumentos necessários ao combate à sonegação.
A teoria materialística classifica as contas em integrais e diferenciais.
Toda esta busca, no sentido de padronizar procedimentos contábeis,
As contas integrais representam os bens, direitos e obrigações. As contas
tem como objetivo básico a informação contábil cada vez mais confiável.
diferenciais são as contas de receitas e despesas.
Estrutura das contas
A teoria patrimonialística é a mais conhecida e usada. Divide as contas
No artigo 179, da Lei n.º 6.404/76, em anexo, temos as orientações so-
em patrimoniais e de resultado, conforme já visto.
bre a classificação das contas do ativo. Qualquer conta do Ativo, de Bens e
Direitos, deve ser classificada, segundo sua natureza, ou no ativo circulan-
Função das contas
te, ou no ativo realizável a longo prazo, ou no ativo permanente.
O conceito da conta contábil ("Conta é o registro de débitos e créditos
da mesma natureza, identificados por um título que qualifica um componen-
O longo prazo é considerado para os direitos realizáveis após o término
te do patrimônio ou uma variação patrimonial" (Hilário Franco)) expressa
do exercício social seguinte, exceto quando derivados de vendas não
claramente a função de cada conta.
operacionais e/ou adiantamentos ou empréstimos a coligadas, controladas,
diretores, acionistas ou participantes no lucro, caso em que sempre serão
Objetiva-se, através dos lançamentos contábeis identificados por conta,
classificados no realizável a longo prazo, independentemente do prazo.
o agrupamento dos bens, direitos e obrigações, por natureza, para facilitar
elaboração, a interpretação e a análise das demonstrações financeiras.
No grupo do ativo permanente - investimentos - são classificados os
Além do mais, os valores assim agrupados permitem conclusões gerenciais
bens não de uso que a empresa não pretende vender de imediato. Se a
relativamente às receitas e despesas, custos, bens e direitos, obrigações,
intenção for de vendê-los, devem ser classificados no ativo circulante.
convertendo-se num importante mecanismo auxiliar para o planejamento,
coordenação e controle das atividades da empresa.
As contas do passivo, representativas de obrigações, serão classifica-
das no passivo circulante quando o vencimento ocorre no exercício social
É desnecessário tecer longos comentários sobre a importância que um
A classificação das contas do patrimônio líquido, nos subgrupos de ca- Vamos conceituar, resumidamente, cada característica:
pital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros - Contas estáveis: são aquelas que somente podem ter saldo credor ou
e lucros ou prejuízos acumulados, dar-se-á segundo especificado no art. devedor. Jamais assumem, ora saldo devedor, ora saldo credor,
182, da Lei n.º 6.404/76, em anexo. como as instáveis. Exemplo: caixa (estável) e conta corrente (ins-
tável).
As contas do balanço patrimonial, representativas de bens, direitos e - Contas dinâmicas: são muito movimentadas e as estáticas recebem
obrigações serão agrupadas segundo os elementos do patrimônio que pouca movimentação. Exemplo: vendas (dinâmica) e capital (está-
registram, de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação tica).
financeira da companhia. - Contas Analíticas: recebem lançamentos que não são desdobráveis,
enquanto as contas sintéticas englobam um grupo de contas. E-
No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de xemplo: Fornecedor - Empresa ABC (analítica) e Fornecedores
liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: (todos)(sintética).
a) ativo circulante; - Contas Unilaterais: normalmente recebem apenas lançamentos de
b) ativo realizável a longo prazo; crédito ou de débito, enquanto que as contas bilaterais recebem
c) ativo permanente, dividido em investimentos, ativo imobilizado e ati- comumente lançamentos a débito e a crédito. Exemplo: imóveis
vo diferido; (unilateral) e clientes (bilateral).
As contas do passivo devem ser dispostas em ordem decrescente de Assim, temos dois grandes grupos de contas:
grau de exigibilidade, isto é, na medida do possível, em primeiro lugar as - contas patrimoniais ou integrais;
obrigações de vencimento mais imediato. - contas de resultado ou diferenciais;
Critérios de Avaliação das Contas As contas patrimoniais, por sua vez se subdividem em:
Contas do Ativo: os critérios de avaliação das contas patrimoniais re- CONTAS PATRIMONIAIS
presentativas de bens e direitos, classificadas no ativo, obedecido o Princí- CONTAS ATIVAS
pio da Prudência, são os constantes do art. 183, da Lei n.º 6.404/76, em CONTAS PASSIVAS
anexo. CONTAS DO PL
Contas do Passivo: as contas do passivo, representativas das obriga- As contas de resultado tem a seguinte subdivisão:
ções, devem ser avaliadas segundo determinações do artigo 184, da Lei n.º CONTAS DE RESULTADOS
6.404/76, em anexo, sempre obedecendo o Princípio da Prudência. CONTAS DE RECEITAS
CONTAS DE DESPESAS
Receitas: os componentes positivos do resultado são as receitas. En-
tende-se por receita a entrada de elementos para o ativo, sob a forma de A quantidade de contas a serem utilizadas tem relação direta com o
dinheiro ou de direitos a receber, correspondentes, normalmente, à venda grau de detalhamento pretendido pela administração da empresa ou por
de mercadorias, de produtos ou à prestação de serviços. Uma receita outros interessados.
também pode derivar de juros sobre depósitos bancários ou de títulos e de
outros ganhos eventuais. Receitas são contas de resultado credoras. São O plano de contas deve estar adaptado, ainda, às peculiaridades de
também conhecidas como contas diferenciais credoras. São chamadas de operação, necessidades internas, transações e contas específicas, etc.
componentes positivos pois a obtenção de uma receita resulta num aumen-
to de patrimônio líquido. Lei 6.404/76
§ 3o A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a re- Os planos variam para cada tipo de organização e de acordo com as
cuperação dos valores registrados no imobilizado e no intangível, a fim de circunstâncias. A mesma conta poderá ser classificada de maneiras diferen-
que sejam: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) tes, segundo a natureza da entidade, pois o mesmo bem patrimonial, pode
I – registradas as perdas de valor do capital aplicado quando houver constituir ativo imobilizado em uma empresa e realizável em outra.
decisão de interromper os empreendimentos ou atividades a que
se destinavam ou quando comprovado que não poderão produzir Assim, embora possamos sugerir um plano de contas, será apenas em
resultados suficientes para recuperação desse valor; ou (Incluído linhas gerais, a titulo de informação, porquanto para cada caso concreto
pela Lei nº 11.638,de 2007) deve haver um plano que difira dos outros em seus pormenores.
II – revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da A boa organização do plano facilita grandemente a utilização das con-
vida útil econômica estimada e para cálculo da depreciação, e- tas, porquanto na classificação geral cada conta é identificada por um
xaustão e amortização. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007) código que a distingue das demais. A codificação poderá ser numérica ou
§ 4° Os estoques de mercadorias fungíveis destinadas à venda pode- alfabética, ou ainda, utilizar a combinação de letras e números. Quando
rão ser avaliados pelo valor de mercado, quando esse for o costume mer- numérica, pode obedecer a critério decimal ou centesimal, para indicar os
cantil aceito pela técnica contábil. grupos de contas e suas subdivisões. Assim, se as contas do ativo recebe-
ram o prefixo 1 e as do passivo o prefixo 2, toda vez que encontramos uma
Critérios de Avaliação do Passivo conta cujo número se inicie pelo 1, sabemos que se trata de conta do ativo;
Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de a- quando iniciado pelo número 2, trata-se de conta do passivo, e assim por
cordo com os seguintes critérios: diante.
I - as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis, inclusi-
ve Imposto sobre a Renda a pagar com base no resultado do exer- Como o critério decimal limita a dez o número de códigos em cada gru-
cício, serão computados pelo valor atualizado até a data do balan- po ou subgrupo, poderemos adotar um critério misto, em que os grupos e
ço; subgrupos se identifiquem por classificação decimal ou por letras, e as
II - as obrigações em moeda estrangeira, com cláusula de paridade contas sigam ordem numérica centesimal, o que permite até 100 contas em
cambial, serão convertidas em moeda nacional à taxa de câmbio cada subgrupo.
em vigor na data do balanço;
III –as obrigações, os encargos e os riscos classificados no passivo Vamos dar exemplo de um plano geral em que figure um número de
não circulante serão ajustados ao seu valor presente, sendo os contas adequado a empresas de tamanho médio. O contador poderá adap-
demais ajustados quando houver efeito relevante. (Redação dada tá-lo aos casos concretos que tiver em vista, eliminando as desnecessárias
pela Lei nº 11.941, de 2009) e criando as que forem indispensáveis à entidade cujos fatos objetiva
registrar.
SISTEMA DE CONTAS, PLANO DE CONTAS. ESCRITURA- O plano apresentado se destina a empresas mercantis, cujo único obje-
ÇÃO: CONCEITO E MÉTODOS; PARTIDAS DOBRADAS; tivo é a revenda de mercadorias. Poderá, entretanto, ser adaptado para
LANÇAMENTO CONTÁBIL – ROTINA, FÓRMULAS; PRO- empresas industriais, com a inclusão de contas patrimoniais representativas
CESSOS DE ESCRITURAÇÃO. ESCRITURAÇÃO DE OPE- de bens indispensáveis a essa atividade, tais como Máquinas, Ferramen-
tas, etc., assim como a criação de contas de resultado que caracterizem o
RAÇÕES FINANCEIRAS. custo industrial.
Finalmente, as contas são distinguidas por um número de 4 ou mais Uma perfeita classificação de contas no plano muito pode contribuir pa-
algarismos, que representarão: ra que a Contabilidade possa atingir seu fim principal, que é o de fornecer
1.º)o grupo a que pertencem; sobre a situação patrimonial e suas variações.
2.º)a divisão;
3.º)a subdivisão; Daí a importância da classificação das contas em grupos tais que per-
4.º)o número distintivo da própria conta, separado de um mitam a comparação entre si, pondo em evidência a proporcionalidade
ponto. entre bens, direitos e obrigações.
Quando encontramos, por exemplo, a seguinte conta: 1121 - Duplica- Essa comparação é o que estudamos em nosso livro Estrutura, Análise
tas a Receber, saberemos que se trata de conta do ativo, pertencente à e Interpretação de Balanços.
divisão 11 - Ativo Circulante, e à subdivisão de Direitos.
1125 Adiantamentos
Qualquer que seja o sistema de codificação adotado, deve ser de tal 112501 Adiantamentos a Fornecedores
forma que a inclusão de qualquer conta nova não afete a numeração das 112502 Adiantamentos a Advogados
demais. A classificação decimal permita a inclusão de contas até um 112503 Outros Adiantamentos
número de 10 para cada grupo específico. 1126 Antecipações a Recuperar
112601 Benefícios Sociais a Recuperar
112602 INPS sobre 13.º Salário
A codificação centesimal, ou a utilização de código que utilize algaris-
112603 Impostos a Recuperar
mos e letras, pode ser mais flexível que o sistema decimal.
No plano apresentado, adotamos um critério misto, em que a classifi-
1127 Depósitos Compulsórios
cação é decimal até a subdivisão dos grupos, seguido do número distintivo
da conta, separado por um ponto, o qual pode progredir indefinidamente,
113 -ESTOQUES
comportando qualquer número de contas.
1131 Produtos de revenda (Mercadorias)
IMPORTÂNCIA DE CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS
1132 Produtos Acabados
O valor dos registros contábeis é, precisamente, o de dar informações
1133 Produtos em Fabricação
exatas sobre a situação patrimonial, os gastos, as rendas e o resultado da
1134 Matérias-primas
atividade econômica.
1135 Almoxarifados
113501 Material de Manutenção
Para que o capital tenha o rendimento esperado, e alcance a empresa
113502 Combustíveis e Lubrificantes
sua finalidade, é necessário que ele seja aplicado com critério e conheci-
113503 Outros Materiais
mento da proporcionalidade que deve existir entre os diversos componen-
1136 Materiais em Poder de Terceiros
tes do patrimônio, tais como: disponibilidades, exigibilidades, imobilizações,
Quando a empresa estiver obrigada a publicar o Balanço Patrimonial Estas contas permitem o controle dos Atos Administrativos relevantes,
nos jornais de grande circulação do país (como ocorre com as sociedades isto é, aqueles que possam afetar futuramente a Situação Patrimonial da
anônimas de capital aberto), bem como outras demonstrações contábeis, empresa.
todas essas intitulações poderão ser agrupadas e denominadas de uma só
maneira: Depreciações Acumuladas. Quando, por exemplo, a empresa assina contrato com uma companhia
seguradora, o valor segurado deve ser registrado em Contas de Compen-
Amortização Acumulada: corresponde a diminuições dos saldos das sação.
contas representativas de bens intangíveis.
3.2Informações sobre o Gráfico II
Contas Redutoras do Passivo No gráfico II do Elenco de Contas vemos apenas três grupos de con-
São contas de natureza devedora que, por força da Lei nº 6.404/1976, tas: Despesas, Receitas e Contas de Apuração do Resultado. Agora, como
devem figurar no lado do Passivo, como redutoras das contas com base você já avançou nos estudos, vamos lhe apresentar todos os grupos e
nas quais foram criadas. subgrupos das Contas de Resultado, conforme estabelece a Lei nº
6.404/1976.
Outras Despesas Operacionais: uma dica importante: neste subgru- Receitas Não-Operacionais
po, normalmente devem ser classificadas as Despesas que, por eliminação, A exemplo das Contas de Despesas Não-Operacionais, compreendem
não se encaixam nos subgrupos das Despesas com Vendas Financeiras, as Receitas que ocorrem independentemente (fora) das atividades opera-
Administrativas e Não-operacionais (próxima seção). cionais da empresa. São raras e decorrem de ganhos obtidos nas baixas de
Bens ou de Direitos classificados no Ativo Não-Circulante.
Veja, por exemplo, a conta Multas Fiscais, a qual não é considerada
normal na vida da empresa, porém pode ocorrer no desenvolvimento de No Elenco de Contas, incluímos apenas a conta Ganhos na Baixa de
suas atividades operacionais normais. Bens do Ativo Não—Circulante, a qual reflete adequadamente os lucros
(ganhos) citados.
Despesas Não-Operacionais
Como o próprio nome diz, essas Despesas ocorrem fora das atividades Contas de Apuração do Resultado
operacionais normais da empresa. São raras e resultam de perdas apura- São contas Transitórias, mediante as quais apuramos contabilmente os
das nas baixas de Bens ou de Direitos classificados no Ativo Não- Resultados Bruto e Líquido do Exercício. Das sete contas que compõem
Circulante. este grupo, uma delas você já conhece: a conta Resultado do Exercício.
Neste grupo, as contas Compras de Mercadorias e Fretes e Seguros O acesso a todas essas informações é fundamental para o contabilista,
sobre Compras representam o Custo das Mercadorias adquiridas para que deve conhecer tanto a função das contas, isto é, a razão pela qual
venda; logo, para fins de apuração do Resultado Bruto, seus valores deve- existem, quanto o funcionamento de cada uma delas, o qual lhe permitirá
rão ser somados. Neste mesmo grupo, três contas são negativas, ou seja, determinar em que situação a conta será debitada ou creditada, bem como
Redutoras do Custo das Mercadorias adquiridas: identificar a natureza do saldo da conta — se devedora ou credora.
Abatimentos sobre Compras, Compras Anuladas e Descontos In- Veja, agora, exemplos de como as informações podem constar no Ma-
PROVISÃO PARA FÉRIAS O saldo anterior, contabilizado em 30.06, foi reduzido a R$ 2.000,00,
A provisão de férias dos empregados deve ser contabilizada em obedi- pois houve contabilização entre 01.07.2005 a 31.12.2005 de R$ 14.404,00
ência ao princípio de competência. de vários pagamentos de férias (R$ 10.537,00) e encargos sociais sobre
férias (R$ 3.867,00) no período (lançados conforme modelos números 3 e 4
O montante da provisão para pagamento de remuneração de férias e anteriormente transcritos).
dos encargos sociais incidentes sobre referida remuneração será debitado Contabilmente deverá ser efetuado o ajuste da conta que registra a
em conta de custos ou despesas operacionais. provisão, da seguinte forma:
5) Pela reversão do saldo do valor provisionado em 30.06.2005:
Se a provisão se referir a empregados vinculados á produção de mer- D – Provisão para Férias (Passivo Circulante)
cadorias ou serviços, a provisão será debitada a conta de custos. C - Férias e Encargos Sociais (Conta de Resultado)
R$ 2.000,00
Caso se referir a empregados da área administrativa, será debitado a 6) Pela provisão de férias em 31.12.2005:
conta de despesa operacional. D - Férias e Encargos Sociais (Conta de Resultado)
C - Provisão de Férias (Passivo Circulante)
No período seguinte, a conta de provisão, classificada no passivo circu- R$ 21.872,00
lante, será debitada, até o limite provisionado, pelos valores pagos a qual- Nota: pode-se também simplesmente complementar o valor da provi-
quer beneficiário cujas férias ali tenham sido incluídas. são de férias, sem reverter o saldo. Neste caso, o lançamento seria:
D - Férias e Encargos Sociais (Conta de Resultado)
Caso não haja saldo suficiente na conta de provisão, o excedente será C - Provisão de Férias (Passivo Circulante)
debitado diretamente a custos ou despesas operacionais. R$ 19.872,00
No final do exercício, deverá ser efetuada a reversão do saldo rema- PROVISÃO PARA PAGAMENTO DO 13º SALÁRIO
nescente, se houver, e constituída nova provisão. Ou, alternativamente, A provisão para o pagamento do 13º salário é calculada na base de
apenas complementando o valor (ou revertido parcialmente). 1/12 da remuneração dos empregados que tiverem trabalhado no mínimo
quinze dias no mês, cabendo ajuste do valor provisionado nos meses
ENCARGOS SOCIAIS anteriores em virtude de reajustes salariais, acrescidos dos encargos
Contabilizar os encargos sociais (20% do INSS, FGTS, percentuais de- sociais cujo ônus cabe à empresa.
vidos ao SAT e a terceiros) sobre o valor da provisão determinada, cujo
ônus cabe à empresa e que incidirão por ocasião do pagamento das férias. NÃO CONSTITUIÇÃO DA PROVISÃO
A entidade que não provisionar o valor do 13º salário, em obediência
Exemplo: ao princípio contábil da competência, irá contabilizar essa gratificação
Constituição da provisão para pagamento de férias em empresa co- diretamente em conta de despesa ou custo, conforme o caso, no mês em
mercial no período encerrado em 30.06.2005: que se der a quitação da gratificação em folha de pagamento.
Férias vencidas e proporcionais: R$ 9.000,00
1/3 Adicional sobre Férias: R$ 3.000,00 Os adiantamentos serão considerados como tal e registrados em conta
INSS sobre férias: R$ 3.384,00 própria do ativo circulante, sendo baixados por ocasião da quitação da
FGTS sobre férias: R$ 1.020,00 gratificação.
Total da Provisão: R$ 16.404,00
ENCARGOS SOCIAIS
O lançamento contábil referente à constituição da provisão para paga- Contabilizar os encargos sociais (20% do INSS, FGTS, percentuais de-
mento de remuneração de férias e respectivos encargos sociais poderá ser vidos ao SAT e a terceiros) sobre o valor da provisão determinada, cujo
efetuado do seguinte modo: ônus cabe à empresa e que incidirão por ocasião do pagamento do 13º
1) Pelo valor da provisão para pagamento das férias (férias vencidas, salário.
proporcionais e 1/3):
D – Férias e Encargos Sociais (Conta de Resultado) AJUSTES NO VALOR PROVISIONADO
C - Provisão de Férias (Passivo Circulante) Caso ocorram alterações salariais, cabe ajustar o valor da provisão pa-
R$ 12.000,00 ra pagamento do 13º salário e dos encargos sociais, constituída em meses
2) Pela provisão dos encargos sociais (INSS e FGTS) incidentes sobre anteriores, de modo que o valor registrado reflita o montante da gratificação
as férias: já incorrida e dos encargos sociais que sobre ela incidirão, quando do seu
D - Férias e Encargos Sociais (Conta de Resultado) pagamento.
C - Provisão de Férias (Passivo Circulante)
R$ 4.404,00 Os ajustes serão registrados na conta de provisão, tendo como contra-
3) Pelo pagamento de férias a funcionários: partida uma conta de resultado (custo ou despesa operacional).
D – Provisão de Férias (Passivo Circulante)
C – Caixa (Ativo Circulante) Se a provisão se referir a empregados vinculados à produção de mer-
4) Pelo pagamento de encargos sociais (INSS e FGTS) sobre parcela cadorias ou serviços, a provisão será debitada a conta de custos.
de férias:
D – Provisão de Férias (Passivo Circulante) Caso se referir a empregados da área administrativa, será debitado a
C – Bancos Cta. Movimento (Ativo Circulante) conta de despesa operacional.
Essa provisão consiste — ou pelo menos consistiu até bem pouco 1.4CONTABILIZAÇÃO
tempo — em deduzir-se, no encerramento de cada exercício, um porcentual Local, data
dos direitos a receber de clientes, para cobrir, ainda que parcialmente, D — Despesas com Créditos de Liquidação duvidosa
inadimplências futuras. C — Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa
As leis fiscais situavam em 3% das “contas a receber” o teto para a 1.5A TOCAIA DO LEÃO
entidade constituir tal provisão. Esse limite genérico, segundo os estudiosos Quando ocorrer recuperação de algum crédito que a empresa haja
do tema, era insatisfatório, por não contemplar as situações específicas. E deduzido como perda, em qualquer época ou a qualquer título, o Fisco
por não refletir as circunstâncias particulares de cada empresa, acabava determina que esse valor seja revertido à condição de receita e computado
por comprometer a veracidade das demonstrações financeiras. na nova formação do lucro real.
Até 1996, eram dedutíveis como despesa, para fins de apuração do lu- Ex.02: Se o crédito de R$ 9.200,00, que foi registrado em conta retifi-
cro real, as importâncias necessárias à formação de provisão para créditos cadora da conta duplicatas a receber, vier a ser recuperado, serão feitos os
de liquidação duvidosa. Entretanto, desde o ano de 1997, a sistemática de seguintes lançamentos contábeis:
provisão constituída com base em percentual aplicável sobre o total dos D – Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante)
créditos a receber foi substituída pelo regime de dedução direta de perdas C – Duplicatas a Receber (Ativo Circulante) 9.200,00
ocorridas no recebimento de créditos, conforme o disposto na Lei nº e
9.430/96, arts. 9º a 14. D – Duplicatas Vencidas e Não Liquidadas
(Conta Retificadora de Duplicatas a Receber)
PERDAS DEDUTÍVEIS C – Recuperação de Créditos (Resultado) 9.200,00
Para efeito de apuração do lucro real, poderão ser registrados como
perda os seguintes créditos: Passivos contingentes: provisões e contingências passivas
I. com declaração de insolvência do devedor, em sentença emanada Provisões e contingências passivas são expressões correntes no mun-
do Poder Judiciário; do contábil e jurídico, porém, não são poucos os que desconhecem os
II. sem garantia, de valor: critérios formais e legais exigidos para que estas duas rubricas sejam
a) até R$ 5.000,00, por operação, vencidos há mais de seis meses, in- mensuradas, reconhecidas e divulgadas. Também, não são poucos os que
dependentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o costumam confundir os seus conceitos, o que compromete severamente as
seu recebimento; demonstrações contábeis, no momento em que elas são utilizadas indevi-
b) acima de R$ 5.000,00 até 30.000,00, por operação, vencidos há damente.
mais de um ano, independentemente de iniciados os procedimen-
tos judiciais para o seu recebimento, porém mantida a cobrança De acordo com a Norma Internacional de Contabilidade n.º 10, da In-
administrativa; ternational Accounting Standars Committee ISASC, divulgada pelo Ibracon
c) superior a R$ 30.000,00, vencidos há mais de um ano, desde que i- Instituto Brasileiro de Contabilidade Princípios Contábeis (Princípios Contá-
niciados e mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebi- beis, Editora Atlas, 1994) contingência é a probabilidade de ocorrência
mento; patrimonial de perda ou de ganho, que poderá vir a se concretizar no futuro,
III. com garantia (proveniente de vendas com reserva de domínio, de a- em circunstância previsível. Logo, há uma potencialidade próxima, quanto à
lienação fiduciária em garantia ou de operações com outras garan- ocorrência, e uma remota, quanto ao tempo. As contingências podem ser
tias reais, tais como o penhor de bens móveis e a hipoteca de avaliadas pelo seu índice de certeza, variando de prováveis a remotas. Via
bens), vencidos há mais de dois anos, desde que iniciados e man- de regra, as contingências somente são registradas como perdas quando
tidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento ou o ar- existe a probabilidade da sua ocorrência e um valor provável para a exigibi-
resto das garantias; lidade, que pode ser alcançado através de estimativas. Nesse caso, o
IV. contra devedor declarado falido ou pessoa jurídica declarada con- tratamento contábil adequado é o registro da provisão nas demonstrações
cordatária, relativamente à parcela que exceder o valor que esta financeiras. Quando não for possível estimar, razoavelmente, a contingên-
tenha se comprometido a pagar. cia, a evidência deve constar em notas explicativas.
REGISTRO CONTÁBIL DAS PERDAS Portanto, como regra geral, as provisões são reconhecidas nas de-
Os registros contábeis das perdas admitidas mencionadas acima serão monstrações contábeis, enquanto as contingências passivas são apenas
efetuados debitando-se a conta de resultado e creditando-se: divulgadas em notas explicativas.
a) A conta que registra o crédito, em cada de créditos sem garantia de
valor até R$ 5.000,00, por operação, vencidos há mais de seis me- Visando evitar situações equivocadas, a Norma de Procedimento de
ses; Contabilidade NPC n.º 22, que entrou em vigor para as demonstrações
b) Conta redutora de créditos nos demais casos (itens I, II-b, II-c, III e contábeis que abrangem os períodos iniciados em 1.º de janeiro de 2006 ou
IV). posteriormente a essa data, define os critérios suficientes à mensuração
das provisões e contingências passivas, a fim de facilitar o entendimento de
Exemplos: suas naturezas e oportunidade de utilização de cada uma delas.
Ex.01: Um crédito valor de R$ 3.600,00, sem garantia, correspondente
a uma duplicata vencida há mais de seis meses, apresentará o seguinte Segundo a NPC, provisões e contingências passivas não se confun-
lançamento: dem, mas estão intimamente relacionadas, uma vez que todas as provi-
D – Perdas no Recebimento de Créditos (Resultado) sões, de maneira geral, são contingentes, porque incertas no que tange ao
C – Duplicatas a Receber (Ativo Circulante) 3.600,00 tempo e valor. Por outro lado, provisões são distintas de outros passivos.
Ex.02: Um crédito sem garantia, no valor de 9.200,00, correspondente Enquanto o passivo se traduz na obrigação presente, decorrente de
a uma duplicata vencida há mais de um ano, terá como lançamento contá- evento já realizado, cujo cumprimento implica em real desencaixe de recur-
bil: sos, a provisão é um passivo de prazo incerto e valor estimado. A contin-
D – Perdas no Recebimento de Créditos (Resultado) gência passiva, por sua vez, representa uma obrigação provável, mas que
C – Duplicatas Vencidas e Não Liquidadas não é reconhecida porque sua confirmação depende de eventos futuros ou
(Conta Retificadora de Duplicatas a Receber) 9.200,00 pela dificuldade de estabelecer seu valor com segurança.
Dessa forma, quando se tem um passivo contingente, cuja existência é Quando acabasse esse procedimento, bastava somar todos os saldos
provável e o seu montante é mensurável com suficiente segurança, ele finais CREDOR e depois todos os saldos finais CREDOR, se um fosse igual
deve ser provisionado. Se a existência desse passivo for apenas possível, ao outro, caso ele efetuasse o zeramento das contas de resultado naquela
mas a saída dos recursos necessários à sua liquidação seja provável ou hora o balanço teria que fechar, a não ser que ele errasse em algum lan-
possível, ele deve ser divulgado. E, por fim, se a existência do passivo e a çamento na hora de zerar as contas.
saída dos recursos forem classificadas como remota, nada deve ser divul-
gado ou provisionado. Denise de Cássia Daniel
Bem, até aqui temos todas as operações contabilizadas, somente para efeito de melhor compreensão do balancete de verificação vamos fazer os lança-
mentos de apuração do resultado em novos razonetes, já considerando os lançamentos efetuados.
Agora a DRE:
Bom vamos aprender agora como é feito o Balancete de Verificação, e compararemos as semelhanças entre ambos.
Balancete de Verificação:
O primeiro passo para elaborar o balancete de verificação é dispor de todos os razonetes com todas as operações contabilizadas, que são os primeiros
razonetes que fizemos, acima, onde deixei uma observação dizendo que seriam para facilitar a feitura do balancete.
O objetivo disso é demonstrar que para fazermos o balancete de verificação temos que partir desse ponto.
Vejamos os razonetes com todas as operações contabilizadas (antes do zeramento das contas de resultado).
O segundo passo é acharmos o saldo de cada conta, e indicar se ela é credora ou devedora. Achar o saldo da conta no momento, não é mais mistérios
nenhum basta somarmos os lançamentos de cada lado do razonete e diminuir o maior saldo do menor. O saldo será devedor ou credor, se o resultado en-
contrado estiver no lado do débito ou do crédito.
Como achamos esse saldo, primeiro eu somei todos os lançamentos que estavam no lado do debito do razonete (1.000,00 de saldo inicial + 700,00 do
lançamento n.º 3), totalizando R$ 1.700,00 DEVEDOR.
Após eu somei todos os lançamentos a crédito na conta, que na verdade é só um lançamento, porem se fosse mais teríamos que somar, logo, chegamos
ao saldo de R$ 900,00 CREDOR.
Diminuindo o maior (R$ 1.700,00 DEVEDOR), do menor (R$ 900,00 CREDOR), temos um saldo de R$ 800,00 DEVEDOR.
Entendido isso podemos apurar o saldo de todas as contas, por enquanto utilizaremos as siglas CR para indicar um saldo credor e a sigla DV para indi-
car um saldo devedor.
Esse modelo acima de Balancete de Verificação podemos dizer que seria um Tiranossauro-Rex, dos balancetes, bem pré-histórico, na verdade existe ou-
tras formatações que veremos mais adiante, mais já serve para entendermos a finalidade do balancete.
O primeiro ponto a ser reparado, e quanto abrangência, vejam que apresentamos todas as contas de ativo, passivo, receita e custo, se houve conta de
despesa essa seria apresentada.
Ou seja, no balancete temos uma parte das informações que aparecem no balanço, vejam que o saldo das contas de BANCOS, MERCADORIAS, CLI-
ENTES, FORNECEDORES E CAPITAL SOCIAL, são idênticas as apresentadas no balanço.
Temos também uma boa parte das informações que estavam na DRE percebam que o valor apresentado nas contas de RECEITA DE VENDAS e CMV
são os mesmo que estavam na DRE.
Qual foi a conta que tem no balanço que o balancete de verificação não mostrou? A conta de Lucros do Exercício.
E qual a conta que tem na DRE que o balancete não mostrou? A conta de Lucros do Exercício.
Ou seja, uma única conta que não foi mostrada, que é comum aos dois demonstrativos. Voltaremos a falar dessa diferença depois.
Outro ponto é quanto a forma de apresentação, vejam que primeiro foi apresentada as contas de ATIVO, depois as contas de PASSIVO e PATRIMONIO
LIQUIDO. Essas contas devem ser apresentadas sempre nessa ordem primeiro ativo e depois passivo e patrimônio líquido.
Logo depois apresentamos as contas de Receita e Custo, se houvesse conta de DESPESA também seria apresentada, aqui não tem ordem para apre-
Vamos agora quanto ao ponto crucial, como saberíamos que se apurássemos o resultado, nosso ativo seria igual ao passivo?
Vejam que ao lado de cada valor temos a sigla da natureza do saldo da conta CR para CREDOR e DV para DEVEDOR, basta somarmos todos os saldos
devedores, e depois somarmos todos os saldos credores, os resultados devem ser iguais.
Vamos ver?
Saldos devedores:
Com saldos devedores, temos as contas de Bancos, Clientes, Mercadorias e CMV, que somando os saldos temos R$ 3.800,00 DEVEDOR.
Somando os saldos credores teríamos R$ 3.800,00 CREDOR, que é a soma dos saldos das contas de Fornecedores, Capital Social e Receita de Ven-
das.
Isso indica que se efetuarmos os lançamentos de apuração do resultado, nosso balanço fecharia.
Mas vamos entender por que podemos dizer que o balanço fechará.
Primeiro já vimos que as contas patrimoniais (BANCO, CLIENTES, MERCADORIAS, FORNECEDORES e CAPITAL SOCIAL), estão com o mesmo sal-
do, tanto no balanço quanto no balancete, isso porque fizemos o balancete já considerando todas as operações do mês. E além do mais essas contas não
são envolvidas na apuração do resultado, onde zeramos somente as contas de resultada (CUSTOS, DESPESAS e RECEITAS).
O primeiro ponto que faz diferença são as contas de RECEITA, CUSTOS e DESPESAS, se percebemos bem, a diferença do balanço para o balancete, é
que no balancete essas contas são mostradas pelos seus saldos totais, e que no balanço essas contas não são mostradas pelos saldos totais e sim pela
diferença entre elas, assim no balanço temos um único valor que mostra a diferença entre as contas de resultado, no balanço, mostramos a conta de Lucros
do Exercício com o saldo de R$ 300,00 que é a diferença do saldo da conta de Receita de Vendas menos o saldo da conta de CMV (700,00 – 400 = 300).
Somássemos todos os valores devedores, teríamos R$ 3.800,00 diminuindo o saldo da conta de CMV que é de R$ 400,00 temos um total de R$
3.400,00, isso porque na verdade o CMV vai ser apurado contra o saldo da conta de Receita de Vendas, e o resultado vai ser demonstrado numa conta
dentro do PATRIMÔNIO LIQUIDO, no nosso caso Lucros do Exercício.
Vamos agora fazer o mesmo nos saldos credores, temos um total de R$ 3.800,00, diminuindo o saldo da conta de Receita de Vendas (700,00), temos
um total de R$ 3.100,00, que não é igual ao total do nosso passivo, que é de R$ 3.400,00, ou seja, temos uma diferença de R$ 300,00.
Essa diferença é justamente o valor que sobrará se diminuirmos o valor da conta de RECEITA DE VENDAS, menos o valor da conta de CMV. Que resul-
tará em R$ 300,00, que nada mais é do que o LUCRO DO EXERCICIO que apuramos acima, lembrando que esse valor apurado, é de natura CREDORA, ou
seja o seu saldo é CREDOR, voltamos agora aos R$ 3.100,00 CREDOR, se somássemos com mais os R$ 300,00 CREDOR, teríamos R$ 3.400,00 CRE-
DOR, agora o nosso saldo CREDOR, fica igual ao nosso passivo.
Isso acontece por causa do mecanismo da contabilidade onde temos que ter sempre um débito e um crédito de igual valor.
Resumindo o Balancete de Verificação mostra que temos R$ 3.800,00 em valores a débito independente se tais valores são de contas de ativo ou não, e
o mesmo contas as contas credoras, independente se esses saldos são de contas do passivo e patrimônio liquido ou não.
Nos próximos tutoriais, vamos aprender outros modelos de Balancetes de Verificação e conforme formos prosseguindo, os exercícios ajudarão a enten-
der isso melhor.
Mais somente por curiosidade vamos ver se que o vimos acima é verdade, agora vamos utilizar um balancete com os valores a débitos diferentes dos va-
lores a créditos:
Vejam que é o mesmo balancete do outro exercício, a única alteração foi que diminui R$ 100,00 do saldo da conta de CMV.
Tentem fazer o balanço, a apuração do resultado e vejam se o balanço fecha, no próximo tutorial “corrigiremos”.
Lembrem-se que as contas de Ativo, Passivo e Capital Social já estão contabilizadas, logo a única coisa que deve ser feita é apurar o lucro ou prejuízo,
colocar no grupo do patrimônio liquido, e ver se o balanço esta fechando.
Correção do Exercício:
O exercício era esse:
Mais somente por curiosidade vamos ver se que o vimos acima é verdade, agora vamos utilizar um balancete com os valores a débitos diferentes dos va-
lores a créditos:
Vejam que é o mesmo balancete do outro exercício, a única alteração foi que diminui R$ 100,00 do saldo da conta de CMV.
Tentem fazer o balanço, a apuração do resultado e vejam se o balanço fecha, no próximo tutorial “corrigiremos”.
Lembrem-se que as contas de Ativo, Passivo e Capital Social já estão contabilizadas, logo a única coisa que deve ser feita é apurar o lucro ou prejuízo,
colocar no grupo do patrimônio liquido, e ver se o balanço esta fechando.
Correção:
Como dito acima, os saldos apresentados no balancete já estão contemplados todos os lançamentos, logo não há necessidade de abrirmos os razonetes
para efetuarmos lançamentos tendo em vista que todos os lançamentos já estão feitos.
O saldo da conta de Bancos, Clientes, Mercadorias, Fornecedores e Capital Social, é o mesmo que estava apresentado no Balancete, isso porque quan-
do fazemos o balancete, todos os lançamentos já estão efetuados.
A única diferença é em relação as contas de Receita de Vendas e CMV, os quais temos que apurar o lucro ou prejuízo e incluir no balanço, no caso aci-
ma foi um lucro de R$ 400,00. (700-300).
Como havia dito o balanço não vai fechar, pois houve um erro no saldo da conta de CMV, que esta inferior em R$ 100,00.
Consequentemente tal diminuição no Custo das Mercadorias Vendidas aumentou o lucro em R$ 100,00, ele deveria ser de R$ 300,00, o faria o nosso ba-
lanço fechar em R$ 3.400,00 tanto no ativo quanto no passivo. Em relação a esse aumento o saldo da conta de Lucros do Exercício aumento R$ 100,00,
portanto o nosso passivo aumentos em R$ 100,00, por isso ele esta com o valor de R$ 3.500,00.
É importante entender essa questão, pois toda vez que elaborarmos um balancete e a soma dos débitos não for igual a soma dos créditos, tem alguma
coisa errada e precisamos rever os lançamentos.
Existem duas diferenças básicas em relação ao balancete anterior, a primeira é que os valores a débitos são apresentados em sua coluna especifica o
mesmo com os valores a crédito, isso torna mais limpo a aparência do balanço, e permite que seja apurado o total lançado a débito e a crédito, como pode
ser visto na última linha, como é o computador que elabora tais somatórios isso evita que tenhamos que ficar somando os valores para se achar os totais.
Vale ressaltar que é importante entender o balancete de uma única coluna, pois esse é o modelo que na maioria das vezes é utilizado nas provas de
concurso, e quase sempre não há a indicação se os valores são a debito ou a crédito.
Quando digo uma única coluna, estou me referindo a uma única coluna para os saldos, pois o primeiro balancete, tinha duas colunas, mas somente uma
era para o saldo, a outra indicava a natureza do saldo da conta, ok?
Esse balancete, de uma única coluna também pode ser apresentado assim:
Temos ainda o balancete de 4, 6 e 8 colunas, mais para chegarmos a esses, necessitaremos de um exercício suporte, que vamos fazê-lo agora.
Exercício:
Vamos começar do zero, desde a abertura de uma empresa:
As operações foram as seguintes:
1 – Integralização do Capital Social em dinheiro no valor de R$ 20.000,00.
2 – Abertura de uma conta corrente com deposito inicial de R$ 19.000,00.
3 – Compra de Moveis para o Escritório da Empresa no valor de R$ 3.000,00 a vista, com cheque.
4 – Compra de um Veiculo no valor de R$ 10.000,00, sendo 30% a vista (em cheque) e o restante financiado em parcelas de R$ 500,00.
5 – Compra de R$ 1.000,00 de mercadorias, a vista com dinheiro do caixa.
6 – Compra de R$ 500,00 de mercadorias, a prazo.
Vamos contabilizar todas as operações e fazer primeiro o balancete simples de uma única coluna e com a indicação do saldo.
Contabilizada todas as operações podemos fazer o balancete, que ficaria da seguinte forma:
Vamos agora, com o mesmo exercício efetuar o balancete de duas colunas, que ficaria assim:
O primeiro passo é abrir os razonetes, tendo em vista que faremos novos lançamentos, indicando o saldo inicial e numerando as operações, somente os
lançamentos sem efetuarmos os zeramentos das contas de resultado.
Vejam que na primeira coluna temos o nome da conta, nas linhas abaixo preencheremos com o nome de cada conta, por exemplo BANCOS, MERCA-
DORIAS, FORNECEDORES e assim sucessivamente até acabarmos com todas as contas.
Na coluna ao lado, temos o saldo anterior, nessa coluna preencheremos com o saldo da conta antes de começarmos a fazer os lançamentos, que no
nosso exemplo acima, pode ser tanto o saldo final do ultimo balancete que fizemos como o primeiro valor que esta indicado no razonete como Saldo Inicial
(Si), por exemplo na conta Bancos seria de R$ 13.000,00 e ainda nessa coluna colocaremos a sigla do saldo no caso DV.
Na próxima coluna de titulo MOVIMENTOS, temos duas sub-colunas, uma A DEBITO e a outra A CREDITO. Na coluna a debito indicaremos o total de
todos os lançamentos que foram efetuados a debito na conta em questão, no nosso exemplo da conta BANCOS, preencheríamos com 0,00 ou -, pois não foi
efetuado nenhum lançamento a debito nessa conta no exercício passado, já na coluna a credito preencheríamos com R$ 1.100,00, pois esse foi o total dos
lançamento a créditos que fizemos nessa conta.
Na coluna saldo atual, preencheríamos com o valor do saldo final da conta, indicando a sigla do saldo, assim por exemplo a conta bancos e a conta Cai-
xa ficariam da seguinte forma no balancete de 4 colunas:
Vejam que na conta Caixa, como o saldo anterior era R$ 0,00, não indicamos a sigla, percebam que podemos chegar ao saldo final de outra forma tam-
bém da seguinte forma:
Na conta caixa tínhamos R$ 0,00 de saldo, fizemos débitos de R$ 500,00 (logo, aumentamos o seu saldo em R$ 500,00), e fizemos créditos de R$
300,00 (logo, diminuímos o seu saldo em R$ 300,00), se tínhamos nada, aumentamos 500,00 e diminuímos 300,00 ficamos com? 200,00.
O mesmo com a conta de fornecedores tínhamos 13.000,00 aumentamos nada, e diminuímos 1.100,00 ficamos com 11.900,00.
Na ultima linha temos o TOTAL que somente é preenchido para as sub-colunas de MOVIMENTOS, é só somar todos os valores a débito e na outra sub-
coluna todos os valores a crédito, no exemplo acima, como não preenchi todas as contas o somatório dos débitos não será igual ao dos créditos, porem
quando efetuarmos o completo preenchimento, esses valores tem que ser iguais.
A vantagem desse balancete em relação aos de 1 e 2 colunas é na quantidade de informações, pois vejam que ele mostra o saldo que você tinha no ba-
lancete anterior, os movimentos a débito, a crédito e o saldo final, nos outros balancetes só tínhamos o saldo final.
Esse modelo de balancete é o mais comum nos programas de contabilidade, pois gera uma boa quantidade de informações e ocupa mais ou menos uma
folha completa, os balancetes com de 6 e 8 colunas exigem um papel bem maior na hora da impressão, ou então vão reduzir tanto as letras que alguém que
não enxergue direito não conseguirá ver nada. Rodrigo de Souza Freitas
patrimônios, bem como aquelas que, direta ou indiretamente, tenham
interesse no controle, na apuração de resultados, na avaliação da situação
BALANÇO PATRIMONIAL: OBRIGATORIE- patrimonial, econômica e financeira, e na análise do desempenho e
DADE E APRESENTAÇÃO; CONTEÚDO desenvolvimento da entidade, como titulares (empresas individuais), sócios,
acionistas (empresas societárias), gerentes, administradores, governo
DOS GRUPOS E SUBGRUPOS. ELABO- (fisco), fornecedores, clientes, bancos, investidores etc.
RAÇÃO.
As informações de ordem econômica dizem respeito à movimentação
das compras e vendas, das despesas e receitas, evidenciando os lucros ou
BALANÇO PATRIMONIAL os prejuízos apurados nas transações realizadas pela entidade.
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
1- Aspectos Gerais As informações de ordem financeira referem-se ao Fluxo de Caixa
Demonstrações financeiras ou demonstrações contábeis são relatórios (entradas e saídas de dinheiro).
elaborados com base na escrituração mercantil mantida pela entidade, com
a finalidade de apresentar aos diversos usuários informações principalmen- O Conselho Federal de Contabilidade conceitua as demonstrações por
te de natureza econômica e financeira, relativas à gestão do patrimônio meio da Norma Brasileira de Contabilidade (NBC-T-3.1), como segue: “As
ocorrida durante um exercício social. demonstrações contábeis (inclusive as denominadas financeiras na
legislação) são as extraídas dos livros, registros e documentos que
O exercício social, em cujo final as entidades em geral devem apurar compõem o sistema contábil de qualquer tipo de Entidade”.
os seus resultados e elaborar as demonstrações financeiras, tem duração
de um ano e a data do seu término deverá ser fixada no estatuto (art. 175 A Lei n. 6.404/1976, que denomina as demonstrações contábeis de
da Lei n. 6.4041 1976). demonstrações financeiras, disciplina esse assunto em seus arts. 176 a
188.
São usuários das informações contábeis as pessoas físicas e jurídicas
que as utilizam para registrar e controlar a movimentação de seus No art. 176, a mencionada Lei determina que, ao fim de cada exercício
b)Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas; Como o “T” tem dois lados, ficou convencionado que o lado esquerdo é
os pequenos saldos poderão ser agregados, desde que indicada a o lado do Ativo, o direito, do Passivo.
sua natureza e não ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do
respectivo grupo de contas; mas é vedada a utilização de Quando se observa um Balanço Patrimonial representado no gráfico
designações genéricas, como “diversas contas” ou “contas em forma de “T”, o lado direito, lado do Passivo, composto por obrigações e
correntes”. Patrimônio Líquido, revela, portanto, a origem dos recursos (capitais) totais
c)As demonstrações financeiras registrarão a destinação dos lucros que a empresa tem à sua disposição, os quais estão aplicados no
segundo a proposta dos órgãos da administração, no pressuposto patrimônio. As obrigações representam os recursos derivados de terceiros
de sua aprovação pela assembleia geral. (capitais de terceiros), enquanto o Patrimônio Líquido mostra a origem dos
d)As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e recursos derivados dos proprietários (capitais próprios). O Ativo revela a
outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários aplicação desses recursos (capitais) totais, isto é, mostra em que a
para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do empresa investiu todo o capital (próprio e de terceiros) que tem à sua
exercício. disposição.
3.2.2Passivo Exigível a Longo Prazo Para exemplificar, veja que o inc. V do art. 183 da Lei n. 6.404/1976
Nesse grupo do Passivo, podem figurar as mesmas contas estabelece que as contas representativas dos bens de uso da empresa
representativas de obrigações classificadas no Passivo Circulante, porém deverão figurar no grupo do Imobilizado do Balanço, deduzidas dos
vencíveis após o término do exercício social seguinte. respectivos valores de depreciação, amortização ou exaustão.
Nota: Na companhia cujo ciclo operacional tiver duração Vejamos algumas Contas Redutoras do Ativo que constam do modelo
maior que o exercício social, a classificação das Contas re- de Balanço apresentado na seção 6:
presentativas de direitos ou de obrigações no circulante ou a)(-) Duplicatas Descontadas: essa conta figura no Ativo Circulante, no
longo prazo terá por base o prazo desse ciclo (Parágrafo ú- subgrupo dos Direitos a Receber de Clientes. Quando a empresa
nico do art. 179 da Lei n. 6.404/1976). desconta títulos de sua emissão, ela transfere a posse e a
propriedade desses títulos à instituição financeira que os
3.2.3 Resultados de Exercícios Futuros descontou. Trata-se de um adiantamento que a instituição
Nesse grupo do Passivo, devem ser classificadas as contas financeira faz à empresa, recebendo como garantia títulos de sua
representativas de receitas de exercícios futuros, recebidas emissão. Portanto, a conta Duplicatas Descontadas representa,
antecipadamente, diminuídas dos custos e das despesas a elas para a empresa, uma obrigação, pois os valores por ela recebidos
correspondentes. antecipadamente fazem que as somas informadas em Duplicatas a
Receber incluam valores que não lhe pertencem mais.
3.2.4Patrimônio Líquido b)(-) Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa: essa conta figura
O Patrimônio Líquido é a parte do Balanço Patrimonial que também no Ativo Circulante, no subgrupo Clientes, como redutora
corresponde aos capitais próprios. Os elementos que o compõem do saldo das Duplicatas a Receber, pois, embora não corresponda
representam a origem dos recursos próprios, derivados dos proprietários à obrigação da empresa sobre Duplicatas, como ocorre com a
(titular, sócios ou acionistas) ou da gestão normal do patrimônio (lucros ou conta Duplicatas Descontadas, representa uma previsão de perda
prejuízos apurados). que provavelmente ocorrerá no exercício seguinte, com base em
perdas já ocorridas em exercícios anteriores.
No Patrimônio Líquido, portanto, as contas representativas dos capitais As contas Duplicatas Descontadas e Provisão para Créditos de
próprios são classificadas da seguinte maneira: Liquidação Duvidosa (letras “a” e “b” supra), constando como
a)Capital Social: subgrupo composto pela conta Capital que representa redutoras da conta Duplicatas a Receber, permitem, portanto, que,
os valores investidos na empresa pelos titulares e pela conta no Balanço, o valor líquido das duplicatas desses saldos reflita de
Capital a Realizar (ou Titular conta Capital a Realizar; Quotistas forma mais adequada os reais valores que a empresa terá para
conta Capital a Realizar; Acionistas conta Capital a Realizar etc.) receber de seus clientes, isto é, desvinculados dos compromissos
que representa a parcela do capital já subscrita pelos sócios, assumidos ou das perdas que provavelmente ocorrerão.
porém ainda não realizada. Poderão figurar, ainda nesse subgrupo, c)(-) Provisão para Ajuste ao Valor de Mercado: essa conta pode figurar
as contas que representam o montante do capital autorizado, bem como redutora de várias contas do Ativo. Trata-se de provisão
como da parcela desse capital ainda não subscrita. criada no final do exercício social em decorrência da aplicação da
b)Reservas de Capital: subgrupo composta por contas representativas regra “custo ou mercado, dos dois o menor” (art. 183 da Lei n.
de algumas receitas que, por força do § 1º do art. 182 da Lei n. 6.404/1976). Essa provisão é constituída sempre que o valor de
6.404/1976, não devem transitar pelo resultado do exercício, como mercado a ser alcançado na alienação desses bens seja inferior ao
é o caso das receitas decorrentes de ágio na emissão de ações e custo de aquisição.
CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS; CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DO ATIVO Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa
E DO PASSIVO; LEVANTAMENTO DO BALANÇO DE ACORDO COM A tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou
LEI 6.404/76 E SUAS ALTERAÇÕES. longo prazo terá por base o prazo desse ciclo.
Passivo Exigível
Balanço Patrimonial Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para
Grupo de Contas aquisição de direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo
Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os ele- circulante, quando se vencerem no exercício seguinte, e no passivo não
mentos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o circulante, se tiverem vencimento em prazo maior, observado o disposto no
conhecimento e a análise da situação financeira da companhia. parágrafo único do art. 179 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de
§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de 2009)
grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:
I – ativo circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) Resultados de Exercícios Futuros
II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, Art. 181. (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)
investimentos, imobilizado e intangível. (Incluído pela Lei nº
11.941, de 2009) Patrimônio Líquido
Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e,
§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: por dedução, a parcela ainda não realizada.
I – passivo circulante; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) § 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que regis-
II – passivo não circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) trarem:
III –patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nomi-
ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em te- nal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal
souraria e prejuízos acumulados. (Incluído pela Lei nº 11.941, de que ultrapassar a importância destinada à formação do capital so-
2009) cial, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou
§ 3º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito partes beneficiárias;
de compensar serão classificados separadamente. b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscri-
ção;
Ativo c) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) (Revogado
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: pela Lei nº 11.638,de 2007)
I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no cur- d) (revogada). (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) (Revogado
so do exercício social subsequente e as aplicações de recursos em pela Lei nº 11.638,de 2007)
despesas do exercício seguinte; § 2° Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da cor-
II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o tér- reção monetária do capital realizado, enquanto não-capitalizado.
mino do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, § 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, en-
adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou contro- quanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime
ladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor
companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avali-
do objeto da companhia; ação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas
III - em investimentos: as participações permanentes em outras socie- pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência conferida
dades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ati- pelo § 3o do art. 177 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
vo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da § 4º Serão classificados como reservas de lucros as contas constituí-
companhia ou da empresa; das pela apropriação de lucros da companhia.
IV –no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpó- § 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como
reos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos
empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorren- aplicados na sua aquisição.
tes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos
e controle desses bens; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de Critérios de Avaliação do Ativo
2007) Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo
V –(Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009) os seguintes critérios:
VI –no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos I - as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e
destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa fi- em direitos e títulos de créditos, classificados no ativo circulante
nalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. (Incluído pela ou no realizável a longo prazo: (Redação dada pela Lei nº
Lei nº 11.638,de 2007)
5.11Doações e Subvenções para Investimentos Nesse caso, os critérios utilizados para cálculo deverão ser
Os valores recebidos por doações ou subvenções para investimentos, devidamente informados em notas explicativas.
normalmente de origem do Poder Público, que antes geravam reserva de
capital, agora devem ser contabilizados como receitas não-operacionais, Note, finalmente, que a DRE é um relatório contábil apresentado na
transitando pela DRE. ordem vertical que evidencia: o resultado operacional bruto; o resultado
operacional líquido; o resultado líquido do exercício antes da tributação; as
Deve-se observar, no entanto, que somente serão considerados como deduções (Provisões para Imposto de Renda e Contribuição Social), bem
receitas os valores recebidos por doações ou subvenções que tiverem sido como as participações no resultado do exercício; o lucro líquido ou prejuízo
realizados. líquido do exercício e o lucro ou o prejuízo por ação do capital.
A Lei n. 6.404/1976 estabelece no art. 195-A que a assembleia geral As informações contidas na DRE, portanto, param exatamente no lucro
poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar para ou prejuízo líquido do exercício, sendo que a destinação do lucro ou
constituição da reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido prejuízo líquido será demonstrada na Demonstração de Lucros ou Prejuízos
decorrente de doações ou subvenções governamentais para investimentos, Acumulados ou na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.
caso em que poderá ser excluída da base de cálculo do dividendo
obrigatório.
APURAÇÃO DA RECEITA LÍQUIDA, DO CUSTO DAS MER-
5.12Deduções do Resultado CADORIAS OU DOS SERVIÇOS VENDIDOS E DOS
Os tributos que incidem sobre o lucro líquido do exercício, que até LUCROS: BRUTO, OPERACIONAL E NÃO-
então recebe na DRE a denominação Resultado Líquido do Exercício, são OPERACIONAL DO EXERCÍCIO; DO RESULTADO DO
o Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.
EXERCÍCIO ANTES E DEPOIS DA PROVISÃO PARA
O valor do Imposto de Renda a ser recolhido pela empresa aos cofres O IMPOSTO SOBRE RENDA E PARA CONTRIBUIÇÃO
públicos é calculado extracontabilmente em um livro fiscal denominado SOCIAL SOBRE O LUCRO.
Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR) e tem por base o lucro real.
5.14Reversão de Juros sobre o Capital Próprio Assim, você precisa ter consciência de que poderá encontrar conceitos
Essa exigência destina-se somente às sociedades anônimas de capital distintos de custo. Procure analisar esses conceitos de acordo com o
aberto, quando efetuarem crédito ou pagamento de juros sobre o capital enfoque que estiver sendo dado a cada caso particular. Isso facilitará o seu
próprio, incluso em despesas financeiras (Deliberação CVM n. 207/1996). raciocínio e tornará os estudos mais agradáveis.
5.15Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício Como o objeto dos nossos estudos no presente livro é a empresa
Denomina-se lucro ou prejuízo líquido do exercício o resultado do industrial e, mais precisamente, a função de produção desse tipo de
exercício que remanescer após deduzidas as parcelas correspondentes às empresa, nosso enfoque principal estará sempre voltado ao custo de
participações. fabricação, embora outros aspectos de importância também sejam tratados.
5.16Lucro ou Prejuízo Líquido por Ação do Capital Não restam dúvidas de que um dos obstáculos enfrentados pelos
Para obter o valor do lucro líquido por ação do capital, basta dividir o estudantes de custos reside em saber diferenciar um gasto quando ele
lucro líquido, indicado no item 17 da DRE, pelo número de ações em representa despesa e quando representa custo.
circulação que compõem o capital social da empresa. As ações em
tesouraria não entrarão nesse cálculo. Essas duas palavras — despesa e custo —, tecnicamente representam
coisas diferentes quando utilizadas pela Contabilidade de Custos, mas,
Alguns professores e escritores preferem iniciar o ensino da Em contrapartida, essas situações provocam diminuição no Patrimônio
Contabilidade de Custos ressaltando a questão da terminologia como fator Líquido em decorrência da redução do lucro.
de importância na aprendizagem.
Por outro lado, o custo, ao integrar o valor do produto fabricado, será
Toda vez que a empresa industrial pretende obter bens — seja para totalmente recuperado pela empresa por ocasião da venda do respectivo
uso, troca, transformação ou consumo — ou utilizar algum tipo de serviço, produto.
ela efetua um gasto. Esses gastos que podem ser pagos à vista ou a prazo,
classificam-se em investimentos, despesas e custos. Quando, por exemplo, PARA MEMORIZAR
no momento da obtenção do bem ocorre o respectivo pagamento, dizemos • O custo integra o produto; vai para o estoque e aumenta o AC.
que o gasto foi pago à vista, pois houve desembolso de numerário no • A despesa reduz o lucro; vai para o resultado e reduz o PL.
momento da sua consumação. Se, no entanto, no momento da compra não
ocorre pagamento, o qual deve ser feito posteriormente, dizemos que o 2 - CUSTO DE FABRICAÇÃO
gasto ocorreu para ser pago a prazo, pois não houve desembolso de 2.1Conceito
numerário no momento da compra. Custo de fabricação ou custo industrial compreende a soma dos gastos
com bens e serviços aplicados ou consumidos na fabricação de outros
O desembolso, que se caracteriza pela entrega do numerário, pode bens.
ocorrer antes (pagamento antecipado), no momento (pagamento à vista) ou
depois (pagamento a prazo) da consumação do gasto. Entretanto, ele não 2.2Elementos
interfere na classificação do gasto em investimento, custo ou despesa. São três os elementos componentes do custo de fabricação:
• Materiais.
Os gastos que se destinam à obtenção de bens de uso da empresa • Mão-de-obra.
(computadores, móveis, máquinas, ferramentas, veículos etc.) ou a • Gastos gerais de fabricação.
aplicações de caráter permanente (compra de ações de outras empresas,
de imóveis, de ouro etc.) são considerados investimentos. Consideram-se 2.2.1Materiais
também investimentos os gastos com a obtenção dos bens destinados a Materiais são os objetos utilizados no processo de fabricação, podendo
troca (mercadorias), transformação (matérias-primas, materiais secundários ou não entrar na composição do produto.
e materiais auxiliares, materiais de embalagem) ou consumo (materiais de
expediente, higiene e limpeza), enquanto esses bens ainda não forem Podem ser classificados como segue:
trocados, transformados ou consumidos. a)Matéria-prima — é a substância bruta principal e indispensável na
fabricação de um produto. Entra na composição do produto de
Quando os gastos são efetuados para a obtenção de bens e serviços maneira preponderante em relação aos demais materiais. Em uma
que são aplicados diretamente na produção de Outros bens, correspondem indústria de móveis de madeira, a matéria-prima é a madeira; em
a custos. uma indústria de confecções, é o tecido; em uma indústria de
massas alimentícias, é a farinha.
Quando os bens — que serão aplicados no processo de fabricação — b)Materiais secundários — são os materiais aplicados na fabricação em
são adquiridos em grandes quantidades, no momento da compra serão menores quantidades que a matéria-prima. Eles entram na
estocados e, por esse motivo, classificados como investimentos. Esses composição dos produtos, juntamente com a matéria-prima,
bens somente deixarão de ser investimentos para serem classificados complementando-a ou até mesmo dando o acabamento necessário
como custos a partir do momento em que forem retirados dos estoques e ao produto. Os materiais secundários para uma indústria de
inseridos no processo de fabricação. móveis de madeira são o prego, a cola, o verniz, as dobradiças, os
fechos etc.; para uma indústria de confecções, são os aviamentos
Quando os gastos são efetuados para obtenção de bens ou serviços (botões, zíperes, linha etc.); para uma indústria de massas
aplicados nas áreas administrativa, comercial ou financeira, visando direta alimentícias, são os ovos, a manteiga, o fermento, o açúcar, o sal
ou indiretamente a obtenção de receitas, correspondem a despesas. etc.
c)Materiais auxiliares — são todos os materiais que, embora
Quando ocorrerem gastos na compra de bens de consumo em grandes necessários ao processo de fabricação, não entram na composição
quantidades, os quais serão inicialmente estocados (ativados) para serem dos produtos. Para uma indústria de móveis de madeira, são as
consumidos, no futuro, nas áreas administrativa, comercial ou financeira, lixas, as estopas, os pincéis, a graxa etc.; para uma indústria de
esses gastos serão inicial-mente classificados como investimentos. Quando confecções, são as facas utilizadas para o corte dos tecidos, o
esses bens são retirados dos estoques para serem consumidos nas áreas produto de limpeza de acabamento (substâncias próprias para
administrativa, comercial ou financeira da empresa, saem da fase de remover dos produtos os resíduos de tintas e de outras
investimento para serem classificados como despesas. imperfeições agregadas no momento da fabricação) etc.; em uma
indústria de massas alimentícias, são a manteiga utilizada para
É importante salientar que alguns gastos, pela sua natureza, são untar as assadeiras, as toalhas de papel etc.
inicialmente considerados investimentos, integrando o ativo da empresa, e d)Materiais de embalagem — são os materiais destinados a
que, por meio da depreciação e da amortização, gradativamente, por acondicionar ou embalar os produtos antes que eles deixem a área
critérios estabelecidos pela empresa (tempo de vida útil ou outro, todos de produção. Os materiais de embalagem em uma indústria de
aceitos e consagrados nos meios comerciais), deixam de ser investimentos móveis de madeira podem ser as caixas de papelão; em uma
para integrar o grupo dos custos ou das despesas, conforme o caso. indústria de confecções, podem ser as caixas de papelão ou os
sacos plásticos; em uma indústria de massas alimentícias, podem
1.2Diferença entre Custo e Despesa ser também as caixas de papelão, os sacos plásticos etc.
Para que você possa diferenciar de forma cristalina custo de despesa
em uma empresa industrial, pense assim: “a despesa vai para o resultado Você poderá encontrar outras denominações para grupos de materiais,
enquanto o custo vai para o produto”; “a despesa não será recuperada como: materiais acessórios, material de acabamento etc. O detalhamento
enquanto o custo será recuperado por ocasião da venda do produto”i dependerá dos interesses da empresa ou até mesmo das características
que envolvam cada processo de fabricação.
Veja melhor: a despesa, quando incorrida e paga à vista, provoca
diminuição no Ativo, pela saída do dinheiro; quando reconhecida como No exemplo apresentado no Capítulo 1, para Inês fazer 5 kg de doce
2.2.3Gastos Gerais de Fabricação Os produtos acabados recebem como custo toda a carga dos custos
Gastos gerais de fabricação compreendem os demais gastos diretos e indiretos incorridos durante todo o processo de sua fabricação.
necessários para a fabricação dos produtos, os quais, pela própria
natureza, não se enquadram como materiais ou como mão-de-obra. São os Os produtos que tiveram seus processos de fabricação iniciados em
gastos com aluguéis, energia elétrica, serviços de terceiros, manutenção da períodos anteriores e encerrados no período atual receberão cargas de
fábrica, depreciação das máquinas, seguro contra roubo e incêndio, custos proporcionais ao processo de fabricação em cada um dos períodos
material de higiene e limpeza, óleos e lubrificantes para as máquinas, durante os quais estiveram em fabricação.
pequenas peças para reposição, telefones e comunicações etc.
Portanto, ao terem seus processos de fabricação concluídos, os custos
2.3Classificação do Custo de Fabricação desses produtos conterão parte dos custos incorridos em períodos
2.3.1 Em Relação aos Produtos anteriores mais os custos gerados no atual período em que seus processos
Em relação aos produtos fabricados, o custo pode ser direto ou de fabricação foram concluídos.
indireto.
• Custos Diretos compreendem os gastos com materiais, mão-de- É importante salientar que, entre os produtos vendidos pela empresa
obra e gastos gerais de fabricação aplicados diretamente na fabri- em um período, poderão constar somente produtos cujos processos de
cação dos produtos. São assim denominados porque, além de in- fabricação foram concluídos no respectivo período ou poderão constar
tegrarem os produtos, suas quantidades e seus valores podem ser também produtos que foram acabados em períodos anteriores.
facilmente identificados em relação a cada produto fabricado.
• Custos Indiretos compreendem os gastos com materiais, mão-de- Assim, para se conhecer o custo dos produtos vendidos, pode-se
obra e gastos gerais de fabricação aplicados indiretamente na aplicar a seguinte fórmula:
fabricação dos produtos. São assim denominados porque, além de CPV = ELPA + CPAP — EFPA
não integrarem os produtos, é impossível uma segura identificação em que:
de suas quantidades e de seus valores em relação a cada produto CPV = Custo dos produtos vendidos;
fabricado. EIPA = Estoque inicial de produtos acabados;
CPAP Custo da produção acabada no período;
A classificação dos gastos em Custos Indiretos é dada tanto àqueles EFPA = Estoque final de produtos acabados.
que impossibilitam uma segura e objetiva identificação em relação aos
produtos fabricados, como também àqueles que, mesmo integrando os Exemplo:
produtos (como ocorre com parte dos materiais secundários em alguns Suponhamos as seguintes informações extraídas dos registros
processos de fabricação), em razão do pequeno valor que representam em contábeis de uma empresa industrial:
relação ao custo total, têm cálculos e controles tão onerosos que é • Estoque inicial de produtos acabados: 50.000.
preferível tratá-los como indiretos (convenção contábil da materialidade). • Custo da produção acabada no período: 80.000.
• Estoque final de produtos acabados: 30.000.
A impossibilidade de identificação desses gastos em relação aos
produtos ocorre porque beneficiam a fabricação de vários produtos ao Nesse caso, para apurar o custo dos produtos vendidos, faremos:
mesmo tempo. CPV = 50.000 + 80.000 — 30.000 = 100.000
Veja alguns exemplos: Suponhamos, ainda, que o faturamento bruto no período tenha sido de
• Aluguel da fábrica — o aluguel é pago para que a empresa possa 150.000, com ICMS incluso no valor de 15.000 e IPI adicionado também no
utilizar o imóvel durante um período. Essa utilização beneficia a fa- valor de 15.000. Veja como ficará o resultado:
bricação de todos os produtos e o normal é que não seja possível RVP = 150.000 — 15.000 — 100.000 = 35.000
identificar esse gasto com esse ou aquele produto fabricado.
• Energia elétrica — a energia elétrica consumida na iluminação das Nesse caso, a empresa industrial obteve um lucro bruto no valor de
dependências da fábrica, bem como aquela consumida por 35.000.
máquinas que não possuem medidores para permitir o controle do
consumo, não poderão ser identificadas em relação a cada produto Note que no valor faturado não se deve incluir o valor do IPI, uma vez
fabricado. que não corresponde a receita de vendas. Assim, do valor faturado,
• Salários e encargos dos chefes de seção e dos supervisores da subtraímos o CPV e o ICMS, para chegarmos ao lucro bruto.
fábrica — esse pessoal trabalha dando assistência e supervisão a
vários setores na área de produção. Seus trabalhos, portanto, 2.4.2 Modelo de Demonstração do Custo dos Produtos Vendidos
beneficiam toda a produção de um período, o que dificulta a A Demonstração do Custo dos Produtos Vendidos apresentada a
identificação com esse ou aquele produto. seguir é um relatório que constitui verdadeiro esquema técnico que pode
ser utilizado para se apurar custos em uma empresa industrial.
A atribuição dos custos indiretos aos produtos é feita por meio de crité- Demonstração do custo dos produtos vendidos
rios que podem ser estimados ou até mesmo arbitrados pela empresa. 1. Estoque inicial de Matérias-primas
2. (+) Compras Líquidas de Matérias-primas*
A distribuição dos custos indiretos aos produtos denomina-se, 3. (=) CUSTO DAS MATÉRIAS-PRIMAS DISPONÍVEIS (1+2)
conforme já assnalamos, rateio, e a medida que serve de parâmetro para 4. (-) Custo das Matérias-primas Não Aplicadas na Produção
se efetuar essa distribuição denomina-se base de rateio. No Capítulo 9 4.1. Estoque Final de Matérias-primas
você encontrará mais detalhes sobre rateio e bases de rateio.
Assim, além dos fatos citados, considerando que a empresa comercial É evidente que nas empresas industriais, pelas próprias característi-
em um período pode vender todas ou parte das mercadorias adquiridas no cas que envolvem o processo de fabricação, geralmente o custo com mão-
respectivo período, bem como as mercadorias adquiridas em períodos de-obra é inferior ao custo com materiais aplicados. Em uma indústria que
anteriores, para se conhecer o Custo das Mercadorias Vendidas em cada atua no ramo de confecções, por exemplo, o custo com a matéria-prima e
período pode-se aplicar a seguinte fórmula: materiais secundários pode atingir até a 80% ou 90% do custo total de
CMV=EI + (C+ FSC-CA-DIO-A)-EF fabricação. Já nas empresas de prestação de serviços, o gasto preponde-
rante quase sempre é com a mão-de-obra.
em que:
CMV Custo das mercadorias vendidas; Diante do exposto, podemos concluir que, em uma empresa de
EI Custo das mercadorias que estavam em estoque no início do prestação de serviços, os critérios a serem adotados para se calcular o
período; custo dos serviços prestados são semelhantes aos critérios adotados para
C Custo das compras efetuadas no respectivo período; se apurar o custo de fabricação em uma empresa industrial.
FSC Valor dos fretes e seguros pagos no transporte das mercadorias
adquiridas; A empresa de prestação de serviços certamente não conterá em seu
CA Compras anuladas Ativo os estoques de “Serviços Acabados’~ no entanto, poderá manter em
DIO Descontos obtidos incondicionalmente nas compras; estoque os materiais que serão consumidos ou aplicados na prestação dos
AAbatimentos obtidos em decorrência de avarias no transporte ou por serviços. Da mesma forma, essas empresas incorrerão em gastos com a
outros motivos; depreciação de veículos, computadores e máquinas, ferramentas e
EF Custo das mercadorias existentes em estoque no fina) do período. equipamentos necessários à prestação dos serviços.
Quanto aos tributos incidentes sobre as compras, como o IPI, o ICMS e 2.6.2 Exemplo Prático
outras taxas a.que, conforme a operação, possa a compra estar sujeita A empresa de prestação de serviços Disque Entulhos opera no ramo
(como ocorre, por exemplo, com as taxas aduaneiras), deve-se observar a de prestação de serviços que consiste basicamente em retirar entulhos de
legislação em vigor em cada período de apuração para se aplicar os construções civis e empresas em geral.
procedimentos de forma correta.
Para prestar seus serviços, essa empresa utiliza 5 caminhões
2.6 Custo dos Serviços Prestados apropriados e possui 10 caçambas, também apropriadas para a coleta e o
2.6.1Conceito transporte dos entulhos. Possui 10 empregados, dos quais 8 atuam na
Custo dos serviços prestados é uma expressão em uso nas empresas prestação dos serviços, conduzindo os caminhões e manobrando a carga e
que prestam serviços. descarga das caçambas, enquanto 2 trabalham no escritório exercendo
funções administrativas.
Os serviços a terceiros podem ser prestados por pessoas físicas
(profissionais autônomos), por prestadores de serviços (pedreiros, No escritório há 2 computadores, 2 armários, 2 mesas, 4 cadeiras, 1
encanadores, eletricistas, advogados, engenheiros civis, jardineiros etc.), aparelho de fax e 1 telefone fixo.
por empresas que exclusivamente operam nesse ramo de atividades ou, Suponhamos, então, os seguintes fatos ocorridos durante o
ainda, por empresas que, possuindo uma atividade principal, também mês de novembro
prestam serviços, como ocorre com empresas comerciais e industriais. Salários e encargos do pessoal do escritório 2.000
Salários e encargos dos motoristas 12.000
Dentre as empresas comerciais que também prestam serviços, Lanches e refeições dos motoristas 2.500
podemos citar aquelas que atuam no comércio de veículos e autopeças. As Lanches e refeições dos escriturários 300
revendedoras de veículos, além da atividade comercial de revenda de Depreciação dos computadores 600
veículos e autopeças, também prestam serviços de revisão e manutenção Depreciação dos móveis e utensílios 500
nos veículos de seus clientes. Depreciação dos veículos 20.000
Energia elétrica 200
Há uma infinidade de empresas industriais que, além da atividade
Telefone 150
preponderante de transformação de matérias-primas em produtos, também
Aluguel do imóvel 800
prestam serviços a seus clientes executando montagem, cromagem,
Combustíveis 8.000
niquilagem, beneficiamentos de peças, usinagem etc.
Manutenção dos veículos 5.000
Em geral, entende-se por custo da prestação de um serviço o valor do Serviços faturados e recebidos no mês 70.000
salário e dos encargos do trabalhador que executou determinada tarefa. Imposto sobre Serviços devidos sobre o faturamento 3.500
Entretanto, ao prestar algum serviço a terceiros, o prestador dos serviços, do mês a serem pagos no mês seguinte
seja ele pessoa física ou empresa, incorrerá em outros gastos que podem
variar conforme a natureza de tais serviços. Considerando somente a ocorrência dos fatos supra, veja como
serão calculados o custo dos serviços prestados, o resultado bruto e o
2.3.2 Sistema de Custeio por Absorção A Lei n. 6.404/1976, em seu artigo 176, estabelece a obrigatoriedade
EXEMPLO:
DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS
EXERCÍCIO FINDO EM 31.12.2003 (em R$):
DAS OPERAÇÕES:
Lucro Líquido do Exercício 46.000,00
Mais: Depreciação e amortização 68.000,00
Variações monetárias de empréstimo a longo prazo 41.500,00
Menos: Participação de R$ 8.000 no lucro da controlada, menos dividendos recebidos no (6.500,00)
valor de R$ 1.500
Lucro na venda de imobilizado (29.300,00)
SOMA DAS OPERAÇÕES 119.700,00
DOS ACIONISTAS:
Integralização de capital 91.000,00
A origem da DFC é atribuída ao Financial Accounting Standards Board Veja, então, de forma bem simples, como as operações apresentadas
(Fasb), que, com o propósito de atender às necessidades norte-americanas podem ser demonstradas:
no que se refere aos investidores e às empresas que buscavam captar
recursos no mercado financeiro, apresentou esse documento por meio do DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAI-
seu Boletim n. 95 de 1987. XA
ENTRADAS
No Brasil, a DFC, portanto, substituiu a Demonstração das Origens e
Recebimento de Clientes 300
Aplicações de Recursos (Doar), que embora fosse, por um lado, uma
demonstração rica em informações, por outro, era de difícil compreensão TOTAL DAS ENTRADAS 300
pela maioria dos investidores que atuavam no mercado de capitais, SAÍDAS
geralmente desprovidos de conhecimentos contábeis. Assim, a DFC, por
utilizar linguagem e conceitos mais simples, surge como instrumento mais Pagamento a Fornecedores (150)
acessível à maioria dos usuários das demonstrações contábeis. Pagamento de Despesas (30)
TOTAL DAS SAÍDAS (180)
2CONCEITO
A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) é um relatório contábil que VARIAÇÃO DO PERÍODO (entradas - saídas) 120
Obs.: Neste exemplo, a empresa opta por classificar as aplicações como para “negociação”:
DISPONIBILIDADES- AC RECEITAS FINANCEIRAS-DRE
(*) 981.289,15 (1) 3.623,20 (2)
(6) 995.000,00 4.092,10 (4)
5.995,55 (7)
APLIC. FINANCEIRAS -AC 0 13.710,85
(1) 981.289,15 995.000,00 (6)
(2) 3.623,20
(3) 5.087,65 RECEITAS COM AJUSTE POSITIVO AO VALOR DE
MERCADO -DRE
(4) 4.092,10 5.087,65 (3)
(5) 907,90 907,90 (5)
995.000,00 995.000,00 (7) 5.995,55 5.995,55
00
A conta “Receitas com Ajuste Positivo ao Valor de Mercado” é, na verdade uma conta de receita cujo saldo será transferido para a conta Receita Finan-
ceira quando da venda definitiva do papel ou resgate da aplicação ou apuração do resultado do exercício. Serve apenas para registrar as valorizações decor-
rentes da flutuação positiva da aplicação ou título em relação ao mercado. Se a flutuação for negativa o nome da conta será “Despesa com Ajuste Negativo
ao Valor de Mercado”
Vamos aproveitar o mesmo exemplo anterior, desta feita os administradores optam por classificar as aplicações como “disponíveis para a venda”. O que
muda? Apenas o fato de que as aplicações não serão frequentemente negociadas e o ajuste em relação ao mercado, positivo ou negativo, não será uma
conta de despesa ou receita, mas sim um aumento ou uma diminuição no Patrimônio Líquido, ou seja, são ganhos ou perdas, não realizados, os quais irão
para resultado do período somente quando da baixa ou venda definitiva das aplicações financeiras ou títulos. Vejamos:
(*) Admita saldo anterior em Disponibilidades
DISPONIBILIDADES- AC RECEITAS FINANCEIRAS-DRE
(*) 981.289,15 (1) 3.623,20 (2)
Reparem que, caso não ocorresse a venda dos papeis, ou baixa da aplicação, a conta “Ajuste Positivo ao Valor de Mercado” permaneceria com saldo até
que os ganhos ou a perdas fossem realizados.
Agora, se a intenção da empresa fosse levar a aplicação até o vencimento, “títulos ou aplicações mantidos até o vencimento”, não haveria algum reco-
nhecimento de ganhos não realizados ou ajustes positivos a valor de mercado, mas haveria reconhecimento de prováveis perdas (provisão), caso o custo da
aplicação ou título ficasse abaixo do mercado.
Considere que não haveria a venda em 20.12.X7 e a aplicação seria levada até 20.01.20X8.
Admita ainda que em 31.12.X7, a curva da aplicação estaria em R$ 993.571,16, gerando uma receita por competência no valor de 8.658,81 (lançamento
3). Considere também que em 20.01.X8, haveria o reconhecimento da receita que compete ao mês de janeiro de 20X8 e o resgate da aplicação (lançamentos
4 e 5 respectivamente)
DISPONIBILIDADES- AC RECEITAS FINANCEIRAS-DRE
(*) 981.289,15 (1) 3.623,20 (2)
(5) 1.000.000,00 8.658,81 (3)
12.282,01(DRE)
APLIC. FINANCEIRAS —AC 6.428,84 (4)
(1) 981.289,15
(2) 3.623,20
(3) 8.658,81
(BP) 993.571,16
(4) 6.428,84 1.000.000,00 (5)
1.000.000,00
BP — saldo para Balanço Patrimonial — Ativo Circulante
DRE — Para resultado do exercício. - DRE
Raimundo Aben Athar
ATIVO IMOBILIZADO
Considerações Gerais Quando a empresa tiver filiais ou diversas fábricas e mesmo que a con-
tabilidade seja centralizada, deverá segregar as contas por estabelecimen-
1. CONCEITO tos, para efeitos de controle e apropriação da depreciação, amortização ou
O Ativo Imobilizado é formado pelo conjunto de bens e direitos neces- exaustão para fins de custeio.
sários à manutenção das atividades da empresa, podendo apresentar-se
tanto na forma tangível (edifícios, máquinas, etc.) como na forma intangível 3. Imobilizado Em Operação
(marcas, patentes, etc.). O Imobilizado abrange, também, os custos das 3.1 - Terrenos
benfeitorias realizadas em bens locados ou arrendados. Nesta conta são registrados os valores relativos aos terrenos de propri-
edade da empresa e que são utilizados em suas operações, tais como:
São classificados ainda, no Imobilizado, os recursos aplicados ou já terrenos onde se localizam a fábrica, a administração, as filiais, os depósi-
destinados à aquisição de bens de natureza tangível ou intangível, mesmo tos. Os terrenos sem uma destinação específica devem ser classificados no
que ainda não em operação, tais como construções em andamento, impor- grupo investimentos.
tações em andamento, etc.
3.2 - Edificações
Ressalte-se que as inversões realizadas em bens de caráter perma- Abrange os edifícios que estão em operação, os imóveis ocupados pe-
nente, mas não destinadas ao uso nas operações, deverão ser classifica- la administração, fábrica, depósitos, filiais de propriedade da empresa.
das no grupo de investimentos, enquanto não definida sua destinação.
Não devem ser incluídos nessa conta os valores relativos às instala-
2. CLASSIFICAÇÃO CONTÁBIL DAS CONTAS DO ATIVO IMOBILI- ções elétricas, hidráulicas, etc., que fazem parte da conta instalações.
ZADO
As contas no grupo Imobilizado devem ser segregadas por espécie de 3.3 - Instalações
ativo, segundo a sua natureza, para que possa ter o controle do custo e da Nessa conta são registrados os equipamentos, materiais e custos de
depreciação, amortização ou exaustão relativo a cada bem. implantação, relativos a instalações hidráulicas, sanitárias, de vapor, de ar-
comprimido, de comunicações, de climatização, etc., com a característica
Em função dessas necessidades é que cada empresa deve elaborar de serviços indiretos e auxiliares ao processo produtivo da empresa, que
seu plano de contas, segregando o Imobilizado da seguinte forma: apesar de fazerem parte dos edifícios, devem ser segregadas, uma vez que
a) Imobilizado em operação, que são todos os bens já em utilização na a sua vida útil e a depreciação são diferentes.
atividade objeto da sociedade;
b) Imobilizado em andamento, que são classificadas todas as aplica- 3.4 - Máquinas e Equipamentos
ções de recursos de imobilizações, mas que ainda não estão ope- Engloba o conjunto de máquinas, aparelhos e equipamentos utilizados
rando. no processo de produção de bens ou serviços da empresa, ou seja, não
são auxiliares, mas diretamente utilizados como base para a realização da
Por outro lado, os estoques mantidos pela empresa, representados por As variações cambiais passivas ocorridas até a data do desembaraço
material de consumo, ferramentas e peças que serão utilizados no proces- aduaneiro serão registradas como custo na conta de Importação em Anda-
so produtivo ou utilizados nas operações normais da empresa, devem ser mento. A partir da entrada dos bens importados na empresa, devem ser
classificados no grupo de Estoques - Almoxarifado, e à medida que são registradas como despesa operacional, mediante obediência ao princípio
utilizados ou consumidos serão apropriados como custo ou despesa. contábil da competência.
5.2 - Bens Construídos Uma sugestão, é que se tenha uma conta específica, dentro de um dos
O custo dos bens construídos corresponde aos gastos por aquisição grupos acima mencionados, conforme a intenção da empresa para com
dos materiais aplicados, o da mão-de-obra e seus encargos e outros custos esse bem, para "bens em desuso".
diretos e indiretos relacionados com a construção, incorridos até a data da
colocação dos mesmos em atividade. Observe ainda, que devem ser mantidas as contas separadamente,
5.3 - Bens Recebidos em Doação ou Subvenções Para Investimen- quais sejam, a do bem em si (com seu custo de aquisição), e a da depreci-
to ação acumulada.
No caso de bens recebidos em doação ou subvenção para investimen-
to, sem ônus para a empresa, devem ser contabilizados pelo preço pratica- III - Manutenção do bem fisicamente - Implicações para o Imposto
do no mercado, a crédito da conta específica de Reserva de Capital (Art. de Renda
182, § 1º, letra "d", da Lei nº 6.404/1976). Em relação à legislação do imposto de renda, cumpre complementar
que, se mantido fisicamente o bem no estabelecimento da pessoa jurídica,
As demais doações recebidas pela empresa serão apropriadas ao re- e não havendo registro desse bem na contabilidade, pode o fisco federal,
sultado do período como receita. em uma fiscalização, requerer a comprovação de seu registro, para dirimir
indícios de omissão de receitas. Nesse sentido, a decisão abaixo:
5.4 - Bens Incorporados ao Capital "DECISÃO 14.979
Os bens que forem incorporados ao Patrimônio Líquido da empresa pa- Órgão: Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Brasília / 2a.
ra formação do capital social serão registrados pelo seu valor de avaliação, Turma Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Brasília / 2a.
estabelecido por três peritos ou por empresa especializada e aprovado em Turma / DECISÃO 14.979 em 16.09.2005 Imposto sobre a Renda de Pes-
assembleia geral (Art. 8º da Lei nº 6.404/1976). soa Jurídica - IRPJ
(...)
6. REPAROS, MANUTENÇÕES E SUBSTITUIÇÃO DE PARTES OU OMISSÃO DE RECEITAS/ATIVO IMOBILIZADO NÃO CONTABILIZA-
PEÇAS DO Documentação constante dos autos demonstra a existência de imóvel
Os gastos incorridos com melhorias, alterações, recuperações e repa- de propriedade do sujeito passivo não escriturado. Presunção legal de
ros para manter ou recolocar os ativos em condições normais de uso serão omissão de receitas.
agregados à conta que registra o bem no grupo do Ativo Permanente e (...)
depreciados conforme prazo de vida útil previsto, sempre que forem de (Data da Decisão: 16.9.2005 16.09.2005 - publicado no site da Sec.
valores relevantes e aumentarem a vida útil originalmente prevista para o Receita Federal)"
bem. Caso contrário, serão lançados como despesas, à medida que os
gastos são incorridos. Ou seja, caso o bem permaneça fisicamente no estabelecimento da
empresa, não se deve baixá-lo na contabilidade ainda que em desuso.
Perante a legislação do Imposto de Renda pode ser lançado como cus-
to ou despesa operacional o valor de aquisição de bens para o Ativo Per- ATIVOS INTANGÍVEIS
manente, cujo prazo de vida útil não ultrapasse um ano ou o valor unitário José Luiz dos Santos
seja inferior a R$ 326,61 (trezentos e vinte e seis reais e sessenta e um Introdução
centavos) (Art. 301 do RIR/1999 e art. 30 da Lei nº 9.249/1995). Nos dias de hoje, estamos vivenciando um fenômeno que é a síntese
de inúmeras transformações pelas quais vêm passando a sociedade e a
7. BENS OBSOLETOS OU SUCATEADOS economia mundial, em especial nas duas últimas décadas, que está criando
Tratando-se de bens obsoletos, sucateados ou totalmente depreciados, uma interdependência entre mercados e países: é a chamada globalização
deverão permanecer registrados contabilmente, pois a baixa contábil deve da economia. Esta globalização só foi possível devido ao avanço da tecno-
ser concomitante à baixa física do bem, ou seja, com sua efetiva saída do logia da informação e das telecomunicações que estabeleceram um novo
patrimônio da empresa, e o valor de alienação, caso haja valor econômico cenário no qual são impostas mudanças às organizações atuais a fim de
apurável, servirá para apuração da receita eventual ou do valor efetivo da que elas possam manter seus negócios.
perda.
Neste contexto, inserem-se os intangíveis, tendo em vista o crescente
Fundamentos Legais: Os citados no texto. aumento da materialidade de seus valores na composição do patrimônio
Ativo Imobilizado - Bens em desuso - Baixa das entidades. Deste cenário, resultam problemas de como as empresas
Introdução devem tratar contabilmente seus intangíveis. Só o fato do interesse de-
Neste breve comentário, trataremos sobre os procedimentos que po- monstrado por estudiosos da matéria, a variedade de opiniões emitidas e a
dem ser realizados no caso de existência de bens no ativo imobilizado, extensão das discussões a seu respeito indicam a existência de um pro-
totalmente depreciados e em desuso. blema real a ser solucionado e também o vasto campo a ser desbravado.
I - Baixa de bens do Ativo O propósito deste artigo consiste em apresentar os principais concei-
A baixa de um bem constante do ativo imobilizado somente poderá ser tos, a natureza e a importância dos intangíveis para empresas na era da
realizada na contabilidade, se houver a efetiva retirada física do bem. informação.
Assim, essa baixa somente será realizada se ocorrer a sua alienação,
liquidação ou baixa por perecimento, extinção, desgaste, obsolescência ou 2 Ativos intangíveis
exaustão, com a consequente retirada física do bem. 2. 1 Ativo
Não há como se falar sobre a problemática existente no tratamento
Sabemos que há muitos casos em que, muito embora o ativo não te- contábil dos ativos intangíveis sem antes assinalar, ainda que brevemente,
nha mais nenhuma serventia para a empresa, ele permanece fisicamente a natureza dos ativos, já que esses formam uma das áreas mais complexas
no estabelecimento da pessoa jurídica. Nesse caso, aconselhamos que se da Teoria da Contabilidade, não só em virtude das dificuldades de defini-
mantenha na contabilidade, referido bem no ativo da empresa, mesmo que ção, mas principalmente pelas incertezas a respeito da mensuração de
esteja com valor zero em decorrência de ter sido totalmente depreciado. seus valores e de sua vida útil.
II - Bens retirados da operação Antes de se abordar a definição de ativo intangível, deve-se necessari-
Conforme disposição contida na Resolução CFC nº 1.025/2005, que amente conceituar ativo.
aprova a NBC T 19.1 - Imobilizado, o valor contábil de um item do ativo
imobilizado, quando for retirado da operação, deve ser transferido para Segundo Hendriksen e Breda (1999, p.286), ativos devem ser definidos
Investimentos, Realizável a Longo Prazo ou Ativo Circulante, conforme a como potenciais fluxos de serviço ou como direitos a benefícios futuros sob
destinação (item 19.1.9.6). o controle da organização.
Segundo Preinreich (1936, p.316-329), que elaborou um estudo sobre Corroboram com essa linha de raciocínio Catlett e Olson (1968, p.17-
as decisões judiciais no campo do Goodwill, as decisões proferidas foram 18), ao citar que o Goodwill é um termo de origem inglesa utilizado para
sofrendo uma mudança gradativa partindo do valor relativo a terras, incluin- designar o excesso de valor pago na aquisição de uma entidade sobre o
do progressivamente o valor referente à localização do negócio, a clientela valor justo do seu patrimônio líquido, que se justifica pelos seguintes fato-
formada, a marca, a continuidade da empresa e, assim sucessivamente, res:
até chegar ao conceito atual, que é o da tecnologia da informação. • administração superior;
• organização de vendas proeminente;
Conforme Catlett e Olson (1968, p.38), os primeiros trabalhos na área • fragilidade administrativa dos concorrentes;
contábil foram elaborados ainda no século XIX, datando de 1884 a publica- • processos de fabricação diferenciados;
ção na revista The Accountant de William Harris intitulada Goodwill, referin- • bom relacionamento com empregados;
do-se ao crescimento significativo do mesmo com o surgimento das socie- • propaganda eficaz;
dades por ações. Também em 1888 foi publicado no mesmo periódico, com • disponibilidades de linhas de crédito;
o mesmo título, o trabalho de J. H. Bourne, referindo-se mais ao aspecto • treinamento de empregados;
conceitual do Goodwill. • associações favoráveis com outras empresas;
• localização estratégica;
Contudo, o primeiro trabalho sistemático, tendo como tema central o
• descoberta de talentos ou recursos;
Goodwill, surgiu em 1891, por intermédio de Francis More, que escreveu
• legislação e condições favoráveis de tributos, entre outros.
um artigo publicado na revista The Accountant, relacionado a avaliação do
Goodwill, iniciando assim uma nova fase do Goodwill.
3. 5 Mensuração do Goodwill Os festejados intangíveis são bens fixos e sem substância física, e vida
A mensuração do Goodwill tem sofrido modificações ao longo do tem- econômica com duração, frequentemente subjetiva, tendo variações de
po, que podem ser sintetizadas nos três seguintes enfoques principais. valores em decorrência dos direitos que a posse assegura, com as conse-
• Por meio de avaliação de atitudes favoráveis em relação à empresa. quentes vantagens competitivas e lucros, podendo ser adquiridos ou de-
Neste enfoque, o Goodwill resulta de relações negociais vantajo- senvolvidos internamente. Alguns destes ativos intangíveis podem ser
sas, boas relações com funcionários e atitudes favoráveis de clien- identificados de forma autônoma, como uma marca comercial, as despesas
tes, que podem originar-se em função de uma localização estraté- pré-operacionais, os gastos de desenvolvimento e pesquisas, franchise e
gica, nome, reputação etc. Esse enfoque pressupõe que, quando é copirraite. Sendo que o goodwill tido como intangível, representa uma
pago um valor superior aos valores individuais dos ativos líquidos sinergia de vários itens que formam o principal atributo do estabelecimento.
de uma empresa, avaliados a valor de mercado, exclusive o Go-
odwill, esta diferença representa o pagamento por esses atributos De acordo com A NICii 38, um ativo intangível é um ativo não monetá-
anteriormente expostos que foram gerados pelos proprietários an- rio identificável sem substância física, detido para uso na produção ou
teriores. fornecimento de bens ou serviços, para arrendamento a outros, ou para
• Por meio do valor presente de lucros superiores. Segundo Hendriksen finalidades administrativas.
e Breda (1999, p.392), este é o enfoque predominante na literatura
contábil e também o mais antigo. Neste sentido, o Goodwill repre- Segundo O inciso VI do art. 179 da Lei 6.404/76, no intangível, regis-
senta o valor presente de lucros futuros esperados, acima daquilo tram-se os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à
que poderia ser considerado um retorno normal, também denomi- manutenção das atividades da companhia ou exercidos com essa finalida-
nado de superlucros. de, inclusive o fundo de comércio adquirido a título oneroso.
• Por meio de uma conta geral de avaliação. Neste enfoque, o Goodwill
é considerado uma simples conta de fechamento. Todos os ativos No entanto, os ativos intangíveis são aqueles que representam, as
possuem valor para a empresa em função do fluxo futuro de bene- marcas, o aviamento ou seja, o nave de negocio, os direitos autorais, as
fícios que serão gerados. Portanto, se houver um aumento da ex- franquias, privilégios e encargos similares, incluindo adiantamentos para a
pectativa fluxos futuros de caixa, deve-se aumentar o valor dos ati- sua aquisição, que não são os direitos contra terceiros, e expressando um
vos que geraram tal aumento e qualquer valor que subsista sem valor cuja existência depende da possibilidade futura de produzir benefícios
ser alocado é registrado como Goodwill. Quanto mais ativos forem ou rendimentos.
sendo identificados, menor será o valor do mesmo e, no limite, o
mesmo desaparecerá sendo substituído por ativos tangíveis e in- Há intangível que não ocupa um lugar específico no espaço, mas po-
tangíveis identificados. dem adquirir valor econômico de extraordinária importância para uma célula
social que venha a utilizá-lo.
Corrobora com essa afirmativa Martins (1972, p.82), ao citar que:
Em um ativo definido em termos econômicos não existe, portanto, Existe intangível que pode estar contido em ou sobre uma substância
lugar para o Goodwill. Em uma Contabilidade fundamentada dessa física tal como um disco compacto (no caso de software de computadores),
forma o Goodwill simplesmente não existe. A sua definição como repo- documentação legal (no caso de uma licença ou patente) ou filme.
sitório dos agentes desconhecidos ou não identificados não possui sig-
nificado científico; representa um estado de impossibilidade momentâ- Os intangíveis, de um modo geral, têm a seguinte classificação: de ge-
nea de melhor especificação. ração externa e de geração interna. Os de geração externa são um gênero
1.6.2 Onde deverão ser classificados os itens atualmente existentes no O laudo, para se proceder à reavaliação deve conter no mínimo as se-
Ativo Diferido? guintes informações:
Algumas das despesas que vinham sendo classificadas como pré- • a descrição detalhada de cada bem avaliado e da documentação
operacionais no Diferido irão para o Imobilizado. Por exemplo, nas regras respectiva;
internacionais, quando se gasta para fazer treinamento de pessoas que irão • a identificação contábil dos bens;
colocar um equipamento em funcionamento, tais gastos são incorporados • os critérios utilizados para a avaliação, especialmente quanto à
ao custo do Imobilizado, já que, no fundo, fazem parte do processo de fundamentação técnica;
colocação do Imobilizado em condições de funcionamento. Tudo que se • o valor atribuído a cada bem;
gasta, inclusive em testes de funcionamento, até que ele esteja pronto para • a vida útil remanescente do bem;
operar, faz parte do custo do imobilizado. Já as despesas pré-operacionais • a data da avaliação
de treinamento de pessoal administrativo ou de pessoal de vendas ou
relativos a toda a burocracia da organização da empresa, que também Hipóteses Possíveis
vínhamos classificando como despesas pré-operacionais, não mais, daqui As situações seguintes estão prévias nas legislações societárias e fis-
para frente, serão ativadas: terão que ser descarregadas diretamente como cal que tratam da reavaliação:
despesas do exercício. As despesas com pesquisas também deverão ser Reavaliação voluntária de ativos próprios;
baixadas contra o resultado. Reavaliação de ativos por controladas e coligadas;
Reavaliação na subscrição de capital em outra empresa com confe-
1.6.3 Com a extinção do grupo de Diferido do ativo permanente, onde rência de bens;
os gastos com desenvolvimento deverão ser ativados? Reavaliação nas fusões, incorporações e cisões.
Os gastos com desenvolvimento poderão ser classificados no grupo do
ativo intangível, dependendo do tipo de gasto. Veja também item 1.5.4. Periodicidade da Reavaliação
De acordo com o subitem 19.6.4.2 da Revolução CFC n° 1.004/2004,
1.7 Reavaliação de Ativos que aprovou a NBD T 19.6 – Reavaliação de Ativos,a reavaliação do Ativo
1.7.1 Podem ser realizadas novas reavaliações? Imobilizado deve ser efetuada, pelo menos:
Não. De 2008 em diante, não é mais permitido se fazer qualquer tipo • Anualmente , para as contas ou grupos de contas cujos valores de
de reavaliação. mercado variarem significativamente em relação aos valores ante-
riormente registrados;
1.7.2 Como devem ser tratados os saldos das reavaliações existentes?
• A cada quatro anos, para os ativos cujo oscilação do preço de
Os saldos que existem atualmente nessas reservas podem, durante o
mercado não seja relevante, incluindo os bens adquiridos após a
exercício social de 2008, ser simplesmente revertidos, eliminados contra os
última reavaliação;
respectivos ativos.
Observados o conceito e prazos acima, a empresa pode optar por um
Se isso não for feito, os saldos atualmente existentes continuarão figu-
“sistema rotativo”, realizando, periodicamente, reavaliações parciais, por
rando no balanço e serão realizados, ou seja, transferidos para lucros ou
rodízio, com cronogramas definidos, que cubram a totalidade dos ativos a
prejuízos acumulados, à medida que os respectivos ativos forem sendo
reavaliar a cada período.
baixados, como já é a prática tradicional.
A Resolução estabelece, ainda, que, se a entidade optar pela reavalia-
1.7.3 As empresas que não estão obrigadas a seguir a Lei no
ção, esse procedimento deve ser mantido por, no mínimo, 10 anos.
11.638/07 podem continuar realizando a reavaliação de ativos?
As sociedades limitadas tributadas pelo lucro real são obrigadas a se-
Contabilização
guir a lei das S/A, logo não podem fazer reavaliações. Quanto às demais
A Contabilização da reavaliação é bem simples, basta debitar o próprio
limitadas e demais entidades, depende de legislações específicas, quando
ativo reavaliado pela diferença entre o valor do laudo e o constante anteri-
houver. O Código Civil também não reconhece a figura da reavaliação.
ormente, e o crédito deverá ser feito na conta de Reserva de reavaliação no
Assim, em princípio, essa figura está proibida em todo o território nacional.
patrimônio liquido.
1.7.4 Como fica a tributação das reavaliações existentes?
Reserva de Reavaliação
Os procedimentos tributários para as reservas de reavaliação não É uma conta do Patrimônio líquido, sendo contrapartida do aumento
são alterados. As baixas da reserva de reavaliação continuam tributá- realizado no ativo permanente.
veis.
A reserva de reavaliação é decorrente de novas avaliações do ativo
permanente, não sendo tributada pela legislação do imposto de renda,
enquanto mantida em conta de reserva de reavaliação.
REAVALIAÇÃO DE BENS: CONCEITO, FORMA, CONTA-
BILIZAÇÃO, REALIZAÇÃO DA RESERVA. O valor da reserva de reavaliação deve ser computado na determina-
ção do lucro real, em cada período de apuração, no montante do aumento
Procedimentos para reavaliação do valor dos bens reavaliados que tenha sido realizado no período, inclusi-
AVALIAÇÃO DE BENS ve mediante:
Para a correta e legal avaliação de bens, sujeitos ao processo de rea- • Alienação, sob qualquer forma;
valiação de ativos, a mesma deverá ser efetuada por três peritos (pessoas • Depreciação, amortização ou exaustão; ou
físicas) ou por empresa especializada (pessoa jurídica), nomeados por • Baixa por perecimento.
Assembleia Geral. Os avaliadores responderão por danos que causarem à
Incorporação, Fusão ou Cisão Esta regra vigorou, para os bens reavaliados, até 31.12.1999, pois a
A reserva de reavaliação transferida da empresa sucedida poderá ser partir de 01.01.2000, a Lei 9.959/2000, em seu artigo 4, dispôs que a con-
utilizada pela sucessora da mesma forma que na sucedida, conforme trapartida da reavaliação de quaisquer bens somente será computada no
decidiu o PN CST nº 6 de 31-07-85. Na incorporação, fusão ou cisão, a lucro real ou em conta de resultados quando ocorrer a efetiva realização do
pessoa que absorver o patrimônio de outra sucede em direitos e obriga- bem reavaliado.
ções. Nenhuma daquelas operações implica a realização de reserva.
O laudo que servir de base ao registro de reavaliação de bens deve i-
A reavaliação de reserva de reavaliação na sucessora dar-se-á da dentificar os bens reavaliados pela conta em que estão escriturados e
mesma forma e condição que na sucedida. Isso significa que, no caso da indicar as datas da aquisição e das modificações no seu custo original (art.
cisão, a reserva de reavaliação deverá acompanhar o bem reavaliado, ou 434, parágrafo 1º do Regulamento do IR).
seja, se o bem foi para a empresa cindida, a reserva também deverá ir para
aquela empresa. REAVALIAÇÃO DE BENS E DE PATENTES, QUANDO INCORPO-
RADA AO CAPITAL SOCIAL
Mesmo após o advento da Lei nº 7.450-85 que em seu artigo 33 tornou A incorporação ao capital da reserva de reavaliação constituída como
obrigatório a apresentação da declaração de rendimentos da pessoa jurídi- contrapartida do aumento de valor de bens imóveis integrantes do ativo
ca incorporada, fusionada ou cindida, com os resultados das operações até permanente, não será computada na determinação do lucro real, mesmo
a data do evento, o tratamento tributário da reserva de reavaliação não foi em relação ás capitalizações ocorridas anteriormente ao ano de 2.000
alterado, isso foi confirmado no item 5.7 da IN SRF nº 77/86. (artigo 436 do RIR e artigo 4 da Lei 9.959/2000).
O art. 389 do RIR/94 veio dispor que as reservas de reavaliação trans- Na companhia aberta, a aplicação do disposto fica condicionada a que
feridas por ocasião da incorporação, fusão ou cisão terão, na sucessora, o a capitalização seja feita sem modificação do número de ações emitidas e
mesmo tratamento tributário que teriam na sucedida. com aumento do valor nominal das ações, se for o caso (parágrafo 1 do art.
436 do RIR).
Depreciação
A legislação anterior ao Decreto-lei nº 1.598/77 não permitia contabili- O valor da reavaliação incorporado ao capital será (art. 437 do RIR):
zar quotas de depreciação sobre o valor do bem na parte reavaliada. Agora I – registrada em subconta distinta da que registra o valor do bem;
o artigo 383, II, alínea b, do RIR/94, permite computar na determinação do II – computado na determinação do lucro real de acordo com a realiza-
lucro real as quotas de depreciação, amortização ou exaustão calculadas ção do bem.
sobre o valor realizado. A dedutibilidade dos encargos de depreciação,
amortização ou exaustão registrados, como custo ou despesa operacional, REAVALIAÇÃO NA SUBSCRIÇÃO DE CAPITAL OU VALORES MO-
sobre o valor acrescido ao bem ou direito, em decorrência da reavaliação BILIÁRIOS
com observância do artigo 382 do RIR/94, está confirmada pelo item 5.3 do A contrapartida do aumento do valor de bens do ativo incorporados ao
PN nº 27/81. patrimônio de outra pessoa jurídica, na subscrição em bens de capital
social, ou de valores mobiliários emitidos por companhia, não será compu-
A pessoa jurídica deverá discriminar na reserva de reavaliação os bens tada na determinação do lucro real enquanto mantida em conta de reserva
reavaliados que a tenham originado, em condições de permitir a determina- de reavaliação (artigo 439 do Regulamento do IR).
ção do valor realizado em cada período. http://www.jjveloso.com
REAVALIAÇÃO NA FUSÃO, INCORPORAÇÃO OU CISÃO
Art. 8º A avaliação dos bens será feita por 3 (três) peritos ou por em- A contrapartida do aumento do valor de bens do ativo em virtude de re-
presa especializada, nomeados em assembleia-geral dos subscritores, avaliação na fusão, incorporação ou cisão não será computada para deter-
convocada pela imprensa e presidida por um dos fundadores, instalando-se minar o lucro real enquanto mantida em reserva de reavaliação na socieda-
em primeira convocação com a presença de subscritores que representem de resultante da fusão ou incorporação, na sociedade cindida ou em uma
metade, pelo menos, do capital social, e em segunda convocação com ou mais das sociedades resultantes da cisão (art. 440 do RIR).
qualquer número.
§ 1º Os peritos ou a empresa avaliadora deverão apresentar laudo fun- Novamente, destaque-se que esta determinação alcança as reavalia-
damentado, com a indicação dos critérios de avaliação e dos elementos de ções efetivadas até 31.12.1999, tendo em vista o teor do art. 4 da Lei
comparação adotados e instruído com os documentos relativos aos bens 9.959/2000. A partir de 01.01.2000, as reavaliações na fusão, incorporação
avaliados, e estarão presentes à assembleia que conhecer do laudo, a fim ou cisão somente serão tributadas de acordo com a efetiva realização dos
de prestarem as informações que lhes forem solicitadas. bens reavaliados.
§ 2º Se o subscritor aceitar o valor aprovado pela assembleia, os bens
incorporar-se-ão ao patrimônio da companhia, competindo aos primeiros DEMONSTRAÇÃO DE MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍ-
diretores cumprir as formalidades necessárias à respectiva transmissão. QUIDO: ELABORAÇÃO DE ACORDO COM A LEI DAS
§ 3º Se a assembleia não aprovar a avaliação, ou o subscritor não acei-
tar a avaliação aprovada, ficará sem efeito o projeto de constituição da SOCIEDADES POR AÇÕES.
companhia.
§ 4º Os bens não poderão ser incorporados ao patrimônio da compa- DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
nhia por valor acima do que lhes tiver dado o subscritor. (DMPL)
§ 5º Aplica-se à assembleia referida neste artigo o disposto nos §§ 1º e A elaboração da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
2º do artigo 115. (DMPL) é facultativa e, de acordo com o artigo 186, parágrafo 2º, da Lei das
§ 6º Os avaliadores e o subscritor responderão perante a companhia, S/A, a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) poderá
os acionistas e terceiros, pelos danos que lhes causarem por culpa ou dolo ser incluída nesta demonstração.
na avaliação dos bens, sem prejuízo da responsabilidade penal em que A DMPL uma demonstração mais completa e abrangente, já que evi-
tenham incorrido; no caso de bens em condomínio, a responsabilidade dos dencia a movimentação de todas as contas do patrimônio líquido durante o
subscritores é solidária. exercício social, inclusive a formação e utilização das reservas não deriva-
das do lucro.
MODELO
Tecnicamente, a elaboração da DMPL é bastante simples e seus componentes em linha vertical são os mesmos da DLPA. Na linha horizontal do quadro
serão consignados os elementos componentes do patrimônio líquido.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (Lei 11.638/07) Além das ações (se for sociedade anônima), o investimento no capital
Várias mudanças ocorreram no grupo do Patrimônio Líquido: social pode assumir a forma de cotas (se for uma limitada).
•Foi extinta a conta Lucros Acumulados, entretanto se manteve a conta
Prejuízos Acumulados. O lucro líquido apurado em cada exercício Reservas de capital
deverá ser totalmente destinado à constituição de reservas de lu-
Essas reservas em geral constituem-se de saldos em dinheiro que não
cros, na compensação de prejuízos ou na distribuição de dividen-
podem ser distribuídos aos investidores na forma de lucros ou dividendos,
dos. Os órgãos da administração da companhia submeterão, com
devendo ser incorporados ao Capital Social ou compensados com lucros
as demonstrações financeiras do exercício, à assembleia geral or-
acumulados, quando não houver mais saldo de Reserva de Lucros
dinária proposta sobre a destinação a ser dada ao lucro líquido.
disponíveis para esse fim. Não representam receitas ou ganhos e não
•Extinguiu-se o grupo das Reservas de Reavaliação.
transitam pelo Resultado como Receitas. Algumas subvenções e benefícios
•Foi criado o grupo “Ajustes de Avaliação Patrimonial”, no qual se
fiscais governamentais entregues às empresas para fins de aquisição de
deverão classificar as contrapartidas de determinadas avaliações
bens de capital, são contabilizadas como reservas de capital.
de ativos a preço de mercado (instrumentos financeiros) e, ainda,
os ajustes de conversão com base na variação cambial de
investimentos societários no exterior. Reservas de reavaliação
•O prêmio recebido na emissão de debêntures e as doações e As reservas de reavaliação devem ser separadas nas seguintes
subvenções recebidas, que antes geravam Reservas de Capital, subcontas:
agora devem ser considerados como receitas do período, • Reavaliação de ativos próprios - Nesta subconta estão
transitando pela DRE. classificadas as reavaliações feitas pela empresa se seus próprios
bens, pela parcela da nova avaliação ao preço de mercado que
A parcela do lucro líquido relativa a doações ou subvenções excede o valor líquido contábil anterior dos bens.
governamentais para investimentos, decorrentes de incentivos fiscais,
poderá, no entanto, ser destinada à constituição da reserva por incentivos
• Reavaliação de ativos de Coligadas e Controladas avaliadas ao
método da equivalência patrimonial - São registradas as
fiscais (art. 195-A da Lei n. 6.404/1976).
contrapartidas relativas aos débitos feitos na conta de investimento
em coligadas e controladas avaliados pelo Método da Equivalência
O Balanço Patrimonial, segundo o disposto no art. 178 da Lei n.
Patrimonial.
6.404/1976, ficou assim estruturado:
Reserva de Capital § 4º O dividendo previsto neste artigo não será obrigatório no exercício
Art. 200. As reservas de capital somente poderão ser utilizadas para: social em que os órgãos da administração informarem à assembleia-geral
I - absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as ordinária ser ele incompatível com a situação financeira da companhia. O
reservas de lucros (artigo 189, parágrafo único); conselho fiscal, se em funcionamento, deverá dar parecer sobre essa
II - resgate, reembolso ou compra de ações; informação e, na companhia aberta, seus administradores encaminharão à
III - resgate de partes beneficiárias; Comissão de Valores Mobiliários, dentro de 5 (cinco) dias da realização da
IV - incorporação ao capital social; assembleia-geral, exposição justificativa da informação transmitida à as-
V - pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando essa vanta- sembleia.
gem lhes for assegurada (artigo 17, § 5º). § 5º Os lucros que deixarem de ser distribuídos nos termos do § 4º se-
Parágrafo único. A reserva constituída com o produto da venda de par- rão registrados como reserva especial e, se não absorvidos por prejuízos
tes beneficiárias poderá ser destinada ao resgate desses títulos. em exercícios subsequentes, deverão ser pagos como dividendo assim que
o permitir a situação financeira da companhia.
SEÇÃO III § 6o Os lucros não destinados nos termos dos arts. 193 a 197 deverão
Dividendos ser distribuídos como dividendos. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
Origem Dividendos de Ações Preferenciais
De outro lado, os artigos 85, 86 e 88 da Lei nº 5.764/71, foram reprodu- Desta forma, ainda que a depreciação seja contabilizada no cus-
zidos no artigo 183 do Decreto nº 3.000/99, que é o atual Regulamento do to/despesa e a reserva seja revertida para a conta de Sobras ou Perdas à
Imposto de Renda: disposição da AGO, tal procedimento não traz qualquer efeito tributável
Art. 183 - As sociedades cooperativas que obedecerem ao disposto na para a pessoa jurídica, especialmente se a Cooperativa opera exclusiva-
legislação específica pagarão o imposto calculado sobre os resultados mente com os cooperados. Em síntese, com ou sem a reavaliação a Coo-
positivos das operações e atividades estranhas à sua finalidade, tais como perativa não terá qualquer resultado tributável, ainda que tenha reavaliado
(Lei nº 5.764, de 1971, arts. 85, 86, 88 e 111 e Lei nº 9.430, de 1996, arts. seus bens.
1º e 2º):
I - de comercialização ou industrialização, pelas cooperativas agrope- No caso da alienação dos bens reavaliados, entendemos que a tributa-
cuárias ou de pesca, de produtos adquiridos de não associados, ção da Reserva de Reavaliação deve seguir o critério da proporcionalidade
agricultores, pecuaristas ou pescadores, para completar lotes des- das operações com terceiros, tal como está previsto no Parecer Normativo
tinados ao cumprimento de contratos ou para suprir capacidade o- CST 49/87. Este parecer, determina que os custos, encargos, provisões e
ciosa de suas instalações industriais; outros valores indedutíveis, sejam adicionados ao “lucro tributável” das
II - de fornecimento de bens ou serviços a não associados, para aten- Sociedades Cooperativas, na proporção das operações com terceiros. Por
der aos objetivos sociais; analogia, o mesmo critério se aplica para a realização da Reserva de
III - de participação em sociedades não cooperativas, públicas ou pri- Reavaliação.
vadas, para atendimento de objetivos acessórios ou complementa-
res. Em suma, entendemos que não há previsão legal para a tributação do
ganho obtido na alienação de bens do ativo imobilizado, nas Sociedades
Especificamente sobre o tratamento tributário aplicável aos resultados Cooperativas, face ao disposto no artigo 111 da Lei nº 5.764/71 e art. 183
obtidos na alienação dos bens do ativo imobilizado, nas Sociedades Coope- do Decreto nº 3.000/99.
rativas, encontramos as seguintes decisões:
1. O Tribunal Federal de Recursos, decidiu no processo de Apelação No caso da fiscalização da Receita Federal do Brasil (RFB) interpretar
Cível nº 61.465 (DJ de 19/12/84) que os resultados positivos nas de forma diferente, entendemos que existem bons argumentos de defesa,
operações sociais das cooperativas não são considerados renda inclusive as decisões judiciais anteriormente citadas. Dorly Dickel
Os financiamentos e empréstimos ainda não liberados podem ser con- Restaria, talvez, uma interpretação que se poderia forçar, admitindo
trolados contabilmente em contas de compensação e informados em nota como “Reserva de Lucros” o referido resultado positivo pendente.
explicativa.
Ocorre que tais reservas acham-se definidas na Lei 6404/76 no artigo
Exemplo: 182 § 4º como “apropriação de lucros” (como já era anteriormente) e apro-
Contabilização de empréstimo de curto prazo com vencimento em par- priação, já foi referida como “destino definido”, coisa que o não destinado
cela única, no valor de R$ 100.000,00, sendo deduzidos R$ 500,00 a título não possui.
de IOF. Os juros serão pagos por ocasião do vencimento.
D – Bancos Cta. Movimento (Ativo Circulante) R$ 99.500,00 Entretanto, o conceito que se pode inferir da Norma Internacional IAS
D – IOF s/Empréstimos (Conta de Resultado) R$ 500,00 18 de 2004 do IASB é amplo; entende a mesma o rédito como um acrésci-
C – Empréstimos – Banco Alfa S/A (Passivo Circulante) R$ 100.000,00 mo do capital próprio ou patrimônio líquido, ou seja, tudo o que é obtido e
retido em razão da atividade; nesse caso, não trata de destinação ou não,
VARIAÇÕES MONETÁRIAS OU CAMBIAIS mas, apenas de incorporação, quer transitória, quer definitiva.
Os empréstimos e financiamentos contratados em moeda corrente na-
cional pedem ser corrigidos monetariamente com base nos índices previs- Se o procedimento no Brasil já se fez cativo do alienígena então bem
tos nos contratos. Tratando-se de empréstimos pagáveis em moeda es- se aplicará o critério de manter a conta de “Lucros Acumulados” no Patri-
trangeira, estes são atualizados pela variação cambial ocorrida entre a data mônio Líquido, mas, se adstrito se estiver ao texto da legislação das socie-
do empréstimo ou do último saldo atualizado e a data do balanço. dades por ações a dúvida permanecerá no ar posto, face a imprecisão.
Tal contabilização deve ser a crédito de conta passiva, no passivo cir- OPERAÇÕES COM MERCADORIAS
culante, pois a medida liminar é em caráter precário, podendo ser revogada
a qualquer momento, e a empresa terá que pagar no curto prazo o débito COMPRAS DE MERCADORIAS
acumulado. A contabilização do crédito no passivo não circulante distorcerá Servindo de intermediárias nas trocas, as empresas comerciais com-
as informações financeiras do balanço, não representando adequadamente pram as mercadorias para depois revende-las.
a situação real.
As empresas que fornecem mercadorias para as empresas comerciais
Os valores assim contabilizados são indedutíveis na apuração do lucro são conhecidas como empresas fornecedoras ou fornecedores.
real e da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro.
A empresa comercial pode comprar mercadorias de seus fornecedores
O valor do tributo ficará acumulado na conta contábil respectiva. Se a à vista ou a prazo. Nas compras à vista, o pagamento é feito no ato; nas
empresa obter vitória judicial (em sentença definitiva), o respectivo saldo compras a prazo, cria-se Obrigação para pagamento futuro.
será debitada na conta do passivo e creditado a uma conta de resultado.
Compras à vista
CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR CONDICIONADA A DEPÓSITO A Papelaria Palmeiras comprou do Fornecedor Comercial S/A merca-
Enquanto perdurar a pendenga judicial, os rendimentos produzidos por dorias no valor de R$ 25.000, conforme Nota Fiscal nº 8.742, tendo efetua-
depósitos judiciais sujeitam-se à condição suspensiva, não cabendo, pois, a do o pagamento à vista, em dinheiro.
sua apropriação como receita, o que deverá ocorrer somente por ocasião
da solução da lide ou desistência da ação proposta no Poder Judiciário. Contabilização no livro Diário da Papelaria Palmeiras S/A:
Compras de Mercadorias
De igual forma, também não cabe a apropriação de encargos (juros) re- a Caixa
lativa à obrigação correspondente aos valores depositados. Compra de mercadorias, conf. NF
Nº 8.742, do Fornecedor Comercial S/.....................25.000
Nesse sentido, decidiu o 1º CC no Acórdão 101-91.805/98 (DOU de
07.04.98). Compras a prazo
Nas compras de mercadorias a prazo, o registro contábil
Pelo princípio do conservadorismo, deve-se, entretanto, contabilizar a será semelhante ao das compras de mercadorias à vista. E-
despesa em conta de resultado, a crédito de conta passiva, mesmo que tal videntemente, a conta a ser creditada não será Caixa, mas
valor não seja dedutível na apuração do lucro real e da contribuição social sim Fornecedores ou Duplicatas a Pagar.
sobre o lucro.
FATOS QUE ALTERAM O VALOR DAS COMPRAS
A contabilização no passivo não circulante é plausível, desde que a Despesas acessórias
contabilização do depósito judicial seja efetuada no realizável a longo Como despesas acessórias entendemos o valor do frete e do seguro
prazo. As demandas judiciais, no Brasil, são longas e morosas, por isto quando correm por conta do destinatário (comprador).
justifica-se a contabilização de tais valores desta forma. Júlio César Zanlu-
ca Essas despesas geralmente vêm destacadas no corpo da Nota Fiscal e
devem integrar o custo das mercadorias. Além dessas despesas, integrarão
FOLHA DE PAGAMENTO o custo de aquisição os tributos não-recuperáveis devidos na aquisição ou
A folha de pagamento é um documento de emissão obrigatória para e- importação.
feito de fiscalização trabalhista e previdenciária. A empresa é obrigada a
preparar a folha de pagamento da remuneração paga, devida ou creditada O preço que a empresa paga ao fornecedor quando compra mercado-
a todos os empregados a seu serviço. rias é chamado custo da mercadoria adquirida. Porém, na maioria das
compras, o custo da mercadoria adquirida nem sempre corresponde ape-
Para sua elaboração não existe modelo oficial, ou seja, podem ser ado- nas ao valor indicado na Nota Fiscal de Compra. Veja por quê:
tados critérios que melhor atendam as necessidades de cada empresa.
Uma folha de pagamento, por mais simples que seja, apresenta pelo menos Suponhamos que sua empresa esteja situada no Estado de São Paulo
os seguintes elementos: e seu ramo de atividade seja o comércio de arroz beneficiado. Você compra
• Discriminação do nome dos empregados (segurados), indicando de um fornecedor estabelecido no Estado do Rio Grande do Sul 15.000 kg
cargo, função ou serviço prestado; de arroz e paga a importância de R$ 4.000, conforme Nota Fiscal nº 891,
• Valor bruto dos salários; mais R$ 500, não incluídos na Nota Fiscal (NF), mas constantes de docu-
• Valor da contribuição de Previdência, descontado dos salários; mentação própria referente a fretes e seguros. Logo, o custo de 15.000 kg
• Valor liquido que os empregados receberão. de arroz foi de R$ 4.500, e não de apenas R$ 4.000, como consta na Nota
Fiscal.
Da folha de pagamento origina-se o recibo de pagamento, que indica
Concluindo, podemos dizer que o custo de mercadorias é o somatório Para determinarmos o custo das mercadorias estocadas, faremos uso
do valor indicado na Nota Fiscal mais as despesas acessórias que correm dos custos das compras, isto é, do valor pago pela aquisição de tais mer-
por conta do comprador (destinatário), estejam estas despesas constando cadorias acrescido das despesas acessórias, conforme já estudamos no
da própria Nota Fiscal ou em documento separado, até a entrada da tópico anterior. Com relação aos impostos incidentes sobre as compras,
mercadoria no seu estabelecimento. somente o ICMS deverá ser excluído. O IPI só será excluído no caso de
equiparação com empresa industrial.
Exemplo: Tendo em vista que a empresa poderá adquirir um mesmo tipo de mer-
Compra de mercadorias da Companhia de Tecidos Taubaté S/A, à vis- cadoria em datas diferentes, pagando por ela preços variados, para deter-
ta, conforme Nota Fiscal nº 8.900, no valor de R$ 70.000. minarmos o custo das mercadorias estocadas, há necessidade de adotar-
mos algum critério.
As mercadorias foram transportadas pela Transportadora Boa Viagem,
a qual cobrou R$ 400, correspondentes a fretes e seguro, conforme Nota Os critérios conhecidos são:
Fiscal de Serviço de Transporte nº 178 e Apólice de Seguro nº 4.444. •preço específico;
•PEPS;
Lançamentos no livro Diário: •UEPS;
1)Compras de Mercadorias a Caixa •custo médio.
NF nº 8.900 da Cia. de Tecidos Taubaté
S/ª.............................................................................70.000 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES
Preço específico
2)Fretes e Seguros sobre Compras a Caixa O critério de avaliação do preço específico consiste em
Despesas com transporte sobre compras, igual a fretes mais seguros, atribuir a cada unidade do estoque o preço efetivamente pa-
pago à Transportadora Boa Viagem, conf. NF nº 178 e apólice go por ela.
nº 4.444...............400
3)Compras de Mercadorias a Fretes e Seguros sobre Compras É um critério que só pode ser utilizado para mercadorias de fácil identi-
Correspondentes a fretes e seguros pagos na compra supra que se trans- ficação física, como por exemplo imóveis para revenda, veículos usados
ferem para integrar o custo de aquisição..................400 etc.
Exemplo: NOTA:
Suponhamos, inicialmente, que sua empresa tenha efetuado uma Para efeito didático, apresentaremos números inteiros e levaremos em
compra de mercadorias, conforme Nota Fiscal nº 12, do fornecedor Jacques conta que o ICMS já foi excluído dos referidos valores. Na venda, a baixa é
Félix Ltda., no valor de R$ 50.000. feita pelo custo, logo, também sem ICMS.
1.Em 05/02, adquiriu do fornecedor Pereira Ltda. 100 portas por R$
Veja a contabilização da referida compra: 100 cada, conforme NF nº 7.002.
Lançamento no livro Diário: 2.Em 08/02, vendeu ao cliente Depósito Humaitá Ltda. 20 portas, con-
forme NF nº 101.
Compras de Mercadorias a Caixa 3.Em 10/02, adquiriu do fornecedor Pereira Ltda. 50 portas por R$ 113
NF nº 12 etc...................................................50.000 cada, conforme NF nº 8.592.
4.Em 19/02, adquiriu do fornecedor Pereira Ltda. 50 portas por R$ 159
Suponhamos, agora, que, dois dias após o recebimento das mercado- cada, conforme NF nº 9.721.
rias, sua empresa tenha constatado que elas não estavam de acordo com o 5.Em 20/02, devolveu ao fornecedor Pereira Ltda. 10 portas, conforme
pedido, procedendo à devolução de todo o lote, tendo emitido uma Nota NF nº 115.
Fiscal nº 43 para acompanhar o transporte das mercadorias, pelo mesmo 6.Em 27/02, vendeu ao cliente Taboão S/A 140 portas, conforme NF nº
valor de R$ 50.000. 102.
7.Em 28/02, recebeu em devolução, do cliente Taboão S/A, 5 portas
Observe a contabilização da devolução no livro Diário: conforme NFE nº 142.
Caixa
a Compras Anuladas PEPS
NF nº 43 etc.....................................................50.000 A sigla PEPS significa Primeiro que Entra, Primeiro que Sai, e é tam-
bém conhecida por FIFO, iniciais da frase inglesa First In, First Out.
As vendas podem ser canceladas por vários motivos: danificação no Incluem-se, também, nos impostos incidentes sobre as vendas:
transporte, insatisfação do cliente quanto à qualidade da mercadoria, pro- a.as taxas que guardam proporcionalidade com o preço de venda;
blemas financeiros do cliente, ou qualquer outro motivo desconhecido no b.as parcelas de contribuições mensais com recursos próprios para:
ato da venda. •o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público —
PASEP;
Veja o seguinte exemplo, envolvendo uma venda e posterior cancela- •o Programa de Integração Social PIS;
mento: •Contribuição Social sobre o Faturamento COFINS;
c. as quotas de contribuição ou retenção cambial devida na exporta-
Em 10/02 vendemos mercadorias no valor de R$ 5.000, conforme NNF ção.
nº 101.
Para as empresas comerciais, objeto de nosso estudo, os impostos in-
Contabilização: cidentes sobre as vendas mais comuns são:
Lançamento no livro Diário: •ICMS;
•IPI (em alguns casos);
Caixa a Vendas de Mercadorias •ISS (em alguns casos);
NNF nº 101...........................................5.000 •PIS sobre Faturamento;
•COFINS.
Em 15/02, ao receber as mercadorias em seu estabelecimento, o clien-
te constatou que estavam em desacordo com o pedido. Após efetuar as a ICMS
anotações no verso da Nota Fiscal, devolveu toda a carga. OImposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e
Para regularizar a operação, emitimos a Nota Fiscal de Entrada nº 143 e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal
efetuamos o seguinte registro no livro Diário: e de Comunicação ICMS é um imposto de competência estadual, incidente
sobre a circulação de mercadorias e sobre a prestação de alguns serviços,
Vendas Anuladas como o fornecimento de energia elétrica, os transportes e as comunica-
a Caixa ções. E considerado imposto por dentro, pois seu valor está incluído no
Mercadorias recebidas em devolução, conforme NFE nº 143, cor- valor das mercadorias ou dos serviços constantes da Nota Fiscal.
respondente a venda efetuada em 10/02 através da nossa Nota
Fiscal OICMS é calculado mediante a aplicação de uma alíquota (porcenta-
Nº 101................................................5.000 gem) sobre o valor das mercadorias ou dos serviços. Essa porcentagem
pode variar de acordo com o tipo da mercadoria ou do serviço, sua origem
Além dos descontos ou abatimentos incondicionais concedidos e das e destinação. Para a maioria das mercadorias, nas operações realizadas
vendas anuladas, os impostos incidentes sobre as vendas também são dentro do estado, a alíquota, atualmente, é de 18%.
fatos que modificam o valor das vendas.
Nem todas as mercadorias estão sujeitas a esse imposto: há mercado-
PRATICA rias que não sofrem a sua tributação por força da própria Constituição
Federal (imunidade, não-incidência); há aquelas que, mesmo sofrendo a
Contabilizar os seguintes fatos:
incidência desse imposto, tendo em vista benefícios fiscais, poderão estar
1.Venda de mercadorias, à vista, conforme nossa Nota Fiscal nº 231,
isentas por um determinado período; há, ainda, as que estão sujeitas à
R$ 10.000.
incidência de outros impostos.
2.Venda de mercadorias, a prazo, ao Sr. Cláudio Fagundes, conforme
Nota Fiscal n0 3.341, no valor de R$ 5.000. Foi concedido um des-
OICMS é o imposto mais comum entre as operações realizadas pelas
conto incondicional, o qual constou do corpo da Nota Fiscal, no va-
empresas comerciais. Assim, na maioria das compras e vendas de merca-
lor de R$ 500.
dorias, as empresas comerciais registram a ocorrência desse imposto.
3.Recebemos, em devolução, parte de uma venda de mercadorias efe-
Por outro lado, quando a empresa comercial vende mercadorias com CAIXA
incidência do ICMS, o valor da venda constante da Nota Fiscal é registrado 2. 15000 1. 10000
integralmente a crédito da conta Vendas de Mercadorias. O ICMS incidente
na respectiva venda, incluso no seu valor, é lançado separadamente debi-
tando-se uma Conta de Despesa (utilizaremos a conta ICMS sobre Vendas) Observações:
e creditando-se a mesma conta corrente utilizada por ocasião da compra •A conta Compras de Mercadorias foi debitada no lançamento O pelo
(ICMS a Recuperar). valor pago ao fornecedor, diminuído do ICMS.
•A conta ICMS a Recuperar, que é a conta corrente do ICMS, foi debi-
Na compra, o valor do ICMS representa Direito para a empresa; por is- tada no lançamento O pelo valor do ICMS incidente na compra,
so, debitamos a conta ICMS a Recuperar. Na venda, o valor do ICMS pois representa Direito da empresa. No lançamento 1 foi creditada
representa Obrigação para a empresa; por isso, é registrado a crédito da pelo valor do ICMS incidente nas vendas, pois representa Obriga-
conta ICMS a Recuperar. ção da empresa.
•A conta Vendas de Mercadorias foi creditada no lançamento 2 pelo va-
No último dia de cada mês, apura-se o saldo da conta ICMS a Recupe- lor bruto da venda, pois o valor da venda, incluindo o ICMS, repre-
rar: se for credor (Obrigação), a empresa terá de recolher (pagar) o referi- senta Receita Bruta de Vendas.
do valor aos cofres do governo do estado nos primeiros dias do mês se- •A conta ICMS sobre Vendas, que é uma Conta de Despesa, foi debi-
guinte; se for devedor (Direito), o recolhimento não será efetuado, pois tada no lançamento 3 pelo valor do ICMS incidente sobre a venda.
representa Direito da empresa com relação ao governo do estado. Esta Essa conta é redutora da Receita Bruta de Vendas.
apuração deverá coincidir com os registros fiscais contidos nos livros Regis- •Note, ainda, que nas compras com incidência do ICMS um lançamento
tro de Entrada de Mercadorias, Registro de Saída de Mercadorias e Regis- foi suficiente para registrar a operação, ao passo que nas vendas
tro de Apuração do ICMS. com incidência desse imposto são necessários dois lançamentos:
um para registrar o valor da Receita Bruta de Vendas e outro para
Para que você entenda facilmente o mecanismo da contabilização do registrar o valor do ICMS incidente na respectiva venda.
ICMS em uma empresa comercial, apresentaremos dois fatos: compra e
venda de uma mesma mercadoria. Conforme nosso propósito, a empresa comercial Alves Ltda. efetuou,
durante o mês, apenas duas operações, e no último dia do mês a conta
Compras de mercadorias ICMS a Recuperar apresentou o seguinte saldo:
A empresa comercial Alves Ltda. comprou uma moto para revenda, do
atacadista de motos J. Pires S/A, tendo pago R$ 10.000 em dinheiro, Como o saldo da conta corrente do ICMS é credor, isso significa que a
conforme Nota Fiscal nº 023, com ICMS destacado no valor de R$ 1.800. empresa comercial Alves Ltda. terá de recolher essa importância nos
primeiros dias do mês seguinte para o governo do estado. Assim, ainda no
Contabilização: último dia do mês atual, faremos:
Lançamento no livro Diário: ICMS a Recuperar
a ICMS a Recolher
1.Diversos a Caixa Transferência que se processa da primeira para a segunda
Compra de mercadorias conf. NF nº 023, de J. Pires S/A: das contas supra, tendo em vista saldo a ser recolhido em fa-
Compras de Mercadorias vor do governo do estado, conf. Livro de Registro e Apuração
Valor líquido da compra..................................8.200 do ICMS, fls10....................................................900
ICMS a Recuperar
Valor do ICMS destacado pela alíquota de Conforme dissemos, quando o saldo da conta ICMS a Recuperar for
18%.....................................................................1.80010.000 devedor, não haverá procedimento contábil a ser efetuado porque a referida
conta, sendo do Ativo Circulante e tendo saldo devedor, representa Direito
Vendas de mercadorias da empresa; o respectivo saldo passará para o mês seguinte.
A empresa comercial Alves Ltda. vendeu uma moto, à vista, por R$
15.000, conforme Nota Fiscal n9 089, com ICMS destacado no valor de R$ IPI
2.700.
O IPI não incide sobre todos os produtos e também é considerado im- Venda de mercadorias de sua fabricação, a prazo, mediante aceite de
posto não-cumulativo, pois o valor do imposto pago na compra de maté- Duplicatas para seu cliente, empresa comercial Cardoso Comércio de
rias-primas ou de outros materiais aplicados na produção é compensado do Tecidos Ltda., através da Nota Fiscal nº 83.724. O valor dos produtos foi de
imposto a pagar das operações subsequentes de mercadorias, matérias- R$ 12.000, com ICMS incluso calculado pela alíquota de 18% e IPI calcula-
primas ou produtos. do pela alíquota de 10%. Valor total da Nota Fiscal igual a R$ 13.200.
O valor dessa contribuição é calculado no final de cada mês com a apli- Contabilização:
cação de uma alíquota (taxa) sobre o faturamento do respectivo mês. Lançamento no livro Diário:
O faturamento do mês (que é a base para o cálculo do PIS) e a alíquo- Pela apropriação da despesa (provisionamento), no último dia do mês
ta estão sujeitos às constantes alterações da legislação tributária, motivo de março:
pelo qual, na vida prática, o contabilista deve consultar a legislação perti- COFINS
nente ao PIS para efetuar os cálculos corretamente, adotando os critérios a COFINS a Recolher
que estiverem em vigor em cada ano. 2% sobre o faturamento deste mês...2.000
Para fins didáticos, neste livro calcularemos o PIS pela alíquota de Observações:
0,65% sobre a receita bruta de vendas diminuída das deduções e dos •A conta COFINS, debitada no lançamento, refere-se à despesa, sendo
abatimentos incidentes sobre as vendas. conta redutora da Receita Bruta de Vendas (Vendas de Mercadorias).
•A conta COFINS a Recolher a Conta de Obrigação do Passivo Circu-
Contabilização do PIS lante e registra a respectiva Obrigação que a empresa terá de recolher no
O PIS nas empresas comerciais recai sobre o faturamento mensal e o mês seguinte para os cofres do governo federal.
seu recolhimento deve ser efetuado sempre no mês seguinte ao do respec-
tivo faturamento. Assim, no último dia de cada mês as empresas devem CUSTO OU MERCADO, O MAIS BAIXO
calcular e contabilizar o valor dessa contribuição. O artigo 183 da Lei nº 6.404/76 estabelece os critérios de avaliação do
Ativo para efeito de elaboração do Balanço Patrimonial.
Veja o seguinte exemplo:
100.000 x 0,65 =650 Dentre os critérios utilizados, apresenta o do custo de aquisição ou va-
100 lor de mercado, quando este for inferior, para avaliar não somente as
Suponhamos que a empresa comercial Ferreira Ltda. tenha efetuado, mercadorias em estoque, mas também as matérias-primas, produtos em
durante o mês de março, vendas de mercadorias no valor de R$ 100.000. fabricação, bens em almoxarifados, investimentos, títulos de crédito, direi-
Vamos calcular e contabilizar a contribuição para o PIS. tos e quaisquer valores mobiliários.
Contribuição Social sobre o Faturamento — COFINS Por este entendimento, suponhamos que a mercadoria (mesa), que
A Contribuição Social sobre o Faturamento (COFINS) é também uma custou R$ 820, alcance o preço de venda de R$ 1 .500 e que a empresa
contribuição, com base no faturamento, que as empresas comerciais de- tenha os seguintes encargos para venda:
vem efetuar mensalmente ao Governo Federal, e destina-se ao financia- —ICMS.........................................................................................270
mento da seguridade social. Despesas c/ Vendas (embalagens, comissões etc.)..................... 120
— Margem de lucro.........................................................100
A exemplo do PIS, o valor dessa contribuição também é calculado no
final de cada mês, mediante a aplicação de uma alíquota (taxa) sobre o NOTA:
faturamento do respectivo mês. A margem de lucro é estabelecida pela política de venda da empresa.
Com esses dados, veja como se chega ao valor de mercado:
O faturamento do mês (que é a base para o cálculo da COFINS) e a a- Preço de venda............................................... ...1.500
líquota estão sujeitos às constantes alterações da legislação tributária, Impostos...........................................270
motivo pelo qual, na vida prática, o contabilista deve consultar a legislação Despesas com vendas.....................120
pertinente à COFINS para efetuar os cálculos corretamente, adotando os Margem de lucro...............................100490
critérios que estiverem em vigor em cada ano. Preço líquido a realizar.........................................1.010
Para fins didáticos, neste livro, calcularemos a COFINS pela alíquota O preço líquido de realização, neste caso, é superior ao custo de aqui-
de 2% sobre a receita bruta de vendas diminuída das deduções e dos sição, que foi de R$ 820. Assim, no Balanço a mesa será avaliada por R$
abatimentos incidentes sobre as vendas. 820.
Contabilização da COFINS Se, por outro lado, o preço de venda caísse para R$ 1.100, veja como
Conforme dissemos, a Contribuição Social é devida com base no fatu- este fato alteraria o valor de mercado:
ramento mensal e seu recolhimento deve ser efetuado sempre no mês sub-
sequente ao do faturamento. Assim, no último dia de cada mês, as empre- Preço de venda 1.100
sas devem calcular e contabilizar o valor dessa despesa. Veja o seguinte Impostos198
Custo820
Valor de mercado682
Diferença138 = valor a ser provisionado
Exemplos: 3Caixa
Vamos apresentar, a seguir, quatro fatos ocorridos na empresa onde a Diversos
você é contabilista, envolvendo a conta Mercadorias: Pela devolução de parte da compra, conf.
NNF nº 005:
1.A nossa empresa comprou mercadorias à vista, conforme Nota a Mercadorias
Fiscal nº 100, da Casa São Paulo, no valor de R$ 50.000. Valor líquido da mercadoria....................................4. 100
ICMS incluso de R$ 9.000. a ICMS a Recuperar
18% sobre NNF supra.................................................9005.000
Contabilização:
Lançamento no livro Diário: Veja nos Razonetes:
Diversos a Caixa
NF nº 100, da Casa São Paulo:
Mercadorias
Pelo valor líquido da compra....................................41.000
ICMS a Recuperar
Sobre NF supra...........................................................9.00050.000
NOTA:
O fornecedor devolveu a importância em dinheiro, no ato.
Inventário periódico
Por este sistema utilizamos três contas básicas: Mercadorias (ou Esto-
que de Mercadorias), Compras e Vendas, além das contas Compras Anu-
ladas e Vendas Anuladas, para registrarmos todo o movimento da conta 3.Venda de mercadorias à vista, conforme nossas Notas Fiscais nº 892 a
Mercadorias. Somente no final do exercício os saldos dessas contas serão 910, R$ 50.000. ICMS incluso: R$ 9.000.
transferidos para as Contas de Apuração, a fim de se obter o resultado.
Lançamentos no livro Diário:
A conta Mercadorias ou Estoque de Mercadorias é utilizada para regis- 3.1Caixa
trar os Estoques Inicial e Final, sendo que o Estoque Inicial é o saldo inicial a Vendas
da conta, isto é, aquele que iniciou o exercício, e o Estoque Final é apurado Nossas Notas Fiscais nos 892 a 910.....................50.000
mediante inventário físico realizado no final do período.
3.2ICMS sobre Vendas
Veja, a seguir, exemplos de fatos ocorridos na empresa Comercial Ja- a ICMS a Recuperar
buti S/A e seus registros contábeis. ICMS incidente s/ Notas Fiscais nos 892 a 910.......9.000
1.A empresa Comercial Jabuti S/A comprou mercadorias de Junqueira Veja a posição das contas nos Razonetes após os lançamentos 1 a
Ltda., conforme Nota Fiscal nº 777, no valor de R$ 80.000. ICMS 3.2:
incluso: R$ 14.400.
4Das vendas efetuadas recebemos em devolução mercadorias constantes 1.Compra de mercadorias da Comercial e Importadora Benjamim, conforme
da Nota Fiscal nº 895, no valor de R$ 5.000. Devolvemos o dinheiro NF nº 87.219, no valor de R$ 10.000, a prazo. ICMS destacado de
correspondente no ato. Houve emissão da Nota Fiscal de Entrada R$ 1.800.
nº 005, com destaque do ICMS no valor de R$ 900.
Lançamentos no livro Diário:
Lançamentos no livro Diário: Conforme dissemos, todas as compras, anuladas ou não, e todos os
4.1Vendas Anuladas a Caixa abatimentos serão registrados na conta Mercadorias:
Venda anulada, conf. NF nº 895 e NF nº 005.................5.000
1Diversos
4.2ICMS a Recuperar a ICMS sobre Vendas a Fornecedores
Estorno que se processa, tendo em vista a Comercial e Importador Benjamim
venda anulada, conf. NF nº 895 e NF nº 005.....................900 Compra conf. NF nº 87.219:
Estoque de Mercadorias
Veja, agora, a posição das contas envolvidas, após os lançamentos Valor líquido da compra..............................................8.200
de 1 a 4.2. nos respectivos Razonetes: ICMS a Recuperar
ICMS incidente sobre NF supra..................................1.80010.000
NOTA:
•Na venda, efetuaremos três lançamentos:
—registro da venda pelo valor real;
—registro do ICMS respectivo;
—baixa nos estoques pelo valor do custo.
Por esta sistema, após cada operação de venda efetuada, teremos a
3.1Clientes conta Estoque de Mercadorias apresentando o estoque atualizado, a conta
Flávio Reis de vendas de Mercadorias Vendidas registrando o valor custo das vendas a
a Vendas cada operação.
NNF nº 0871.................................................4.000
APURAÇÃO DO RESULTADO DA CONTA MERCADORIAS
3.2ICMS sobre Vendas
a ICMS a Recuperar Introdução
Valor incidente s/ NF supra...............................720 Os fatos administrativos que ocorrem na empresa comercial, envolven-
do compra e venda de mercadorias, representam o seu principal movimen-
3.3Custo das Mercadorias Vendidas a Estoque de Mercadorias to. É resultado dessas transações influi diretamente no destino dessas
Baixa nos estoques pelo valor do Custo das empresas.
Mercadorias Vendidas, através da NF nº 0871
...........................3.000 Ao lado da compra e venda de mercadorias ocorre uma série de outros
fatos administrativos, muitos dos quais já tivemos oportunidade de apresen-
4.Das vendas efetuadas ao cliente Flávio Reis, recebemos em devolução tar.
1.000, conforme nossa Nota Fiscal de Entradas nº 433. ICMS des-
tacado: R$ 180 (custo: R$ 750). Veremos, adiante, alguns desses fatos, como por exemplo compras de
Bens do Ativo Fixo, pagamento de aluguéis, impostos, juros, depósitos etc.
Lançamentos no livro Diário:
Para fazer face aos seus compromissos fiscais, trabalhistas, previden-
NOTA: ciários e outros, a empresa comercial precisa obter lucros em sua atividade
Na devolução de vendas, faremos também 3 (três) lançamentos, cor- principal.
respondendo a inversões daqueles efetuados por ocasião da venda.
Vamos, então, aprender como se apura o Resultado da Conta Merca-
4.1Vendas Anuladas a Clientes dorias pelos dois métodos já enfocados, ou seja, Conta Mista e Conta
Flávio Reis Desdobrada.
NNF de Entradas nº 433........................1.000
Apuração do Resultado pelo método da Conta Mista
4.2ICMS a Recuperar A apuração do Resultado da Conta Mercadorias por este método é
a ICMS sobre Vendas bem simples.
18% sobre NF supra..................................180
Veja:
4.3Estoque de Mercadorias Suponhamos que durante o exercício a conta Mercadorias da empresa
a Custo das Mercadorias Vendidas Comercial Rodrigues Pedrosa Ltda. apresente o seguinte movimento:
Pela devolução de venda recebida conforme NNF de Entradas nº
433.......................750 Mercadorias
50000 10000
Veja a posição das contas envolvidas nos respectivos Razonetes, após 60000 70000
realizados os lançamentos 1 a 4.3: 40000 80000
20000 30000
3000 5000
173000 195000
Como o Estoque Final corresponde a crédito, pois, para efeito de apu- Mercadorias
ração do resultado, supomos que as mercadorias em estoque devam ser • •
vendidas pelo menos ao preço de custo, concluímos: • •
1.Existindo estoque no final do Exercício: • •
a.Se o saldo da conta Mercadorias for credor, a ele se adicionará o va- Soma284000 Soma 191000
lor do Estoque Final e será igual ao lucro.
b.Se o saldo da conta Mercadorias for devedor, porém superior ao Es- Saldo 93000
toque Final, subtrairemos do referido saldo devedor o valor do Es-
toque Final e o que sobrar corresponderá ao prejuízo. 2.Estoque Final, conforme inventário físico realizado: R$ 13.000.
c.Se o saldo da conta Mercadorias for devedor, porém inferior ao Esto- 3.Apuração do resultado:
que Final, subtrairemos do Estoque Final o saldo devedor e o que
remanescer corresponderá ao lucro. a. Cálculos extracontábeis:
d.Se o saldo da conta Mercadorias for devedor, porém igual ao Esto- Saldo devedor da conta.........93.000
que Final, o resultado da conta Mercadorias será nulo, isto é, não (—) Estoque Final..................13.000
ocorrerá lucro nem prejuízo. PREJUÍZO.............................80.000
2.Inexistindo estoque no final do Exercício: b. Contabilmente:
a.Se o saldo da conta Mercadorias for credor, corresponderá ao lucro. Lançamento no livro Diário:
b.Se o saldo da conta Mercadorias for devedor, corresponderá ao pre-
juízo. Com estes esclarecimentos, teremos, em nosso exemplo: 1Prejuízo sobre Vendas
a Mercadorias
Crédito da conta Mercadorias.......................195.000 Prejuízo apurado no período..........................80.000
(—) Débito da conta Mercadorias..................173.000
Saldo credor.....................................................22.000 Razonetes:
Como o saldo é credor, basta adicionar a ele o valor do Estoque Final e
teremos o valor do Lucro sobre as Vendas (letra a do item 1). Assim:
Saldo credor....................................................22.000
(+) Estoque Final.............................................50.000
LUCRO............................................................72.000
Após efetuado o cálculo extracontábil (matemático) e conhecido o re- Observe que o saldo da conta Mercadorias é de R$ 13.000 devedor, o
sultado, basta contabilizá-lo. que representa o Estoque Final apurado, e a conta Prejuízo sobre Vendas
foi aberta com débito de R$ 80.000, o que representa o prejuízo apurado.
Mercadorias
• • NOTAS:
• • •Você já deve ter percebido que na explicação da apuração do Resul-
• • tado da Conta Mercadorias por este método misto não menciona-
Soma173000 Soma 195000 mos os procedimentos com o ICMS, o qual deve ser subtraído das
vendas, se registramos as vendas incluindo tal imposto.
•Para apurar o Resultado da Conta Mercadorias, segundo a legislação
Saldo122000
atual, seja qual for o método adotado (Conta Mista ou Conta Des-
dobrada), deve-se excluir do valor das vendas o valor dos impostos
Tendo o resultado extracontábil apresentado lucro de R$ 72.000, preci-
que guardem proporção com o valor das vendas.
samos registrar esse valor em uma conta que reflita o respectivo resultado.
•Antes de apurar o saldo da conta Mercadorias, havendo ICMS, este
deverá ser transferido a débito da referida conta. O mesmo deverá
Veja:
ocorrer com o PIS e o COFINS. Assim, o débito da conta Mercado-
1a Lucro sobre as Vendas
rias será composto pelo Estoque Inicial, Compras, Vendas Anula-
Lucro apurado nas vendas referente ao período, conf. Cálcu-
das, além dos Impostos Incidentes sobre Vendas (ICMS, PIS e
los.......................72.000
COFINS, quando ocorrerem), os quais serão (ou deverão ser)
transferidos no final do exercício, antes de conhecer o saldo da
Veja a posição das contas envolvidas, em seus respectivos Razonetes:
conta Mercadorias, para depois comparar com o Estoque Final e
proceder conforme explicações supra.
Suponhamos que durante o exercício a empresa Casa das Tintas Ltda. Se o RCM foi de R$ 155.600 positivo, logo corresponde ao Lucro Bruto,
tenha apresentado movimento nas contas cujos saldos finais foram: ou seja, o lucro apurado sobre as vendas.
Estoque de Mercadorias...................................................50.000
Compras de Mercadorias................................................170.000 b.Contabilmente:
Compras Anuladas..............................................................8.000 Vamos, agora, estudar corno se contabiliza a apuração do Resultado
Vendas de Mercadorias...................................................320.000 da Conta Mercadorias nos livros Diário e Razão.
Vendas Anuladas...............................................................10.000
ICMS sobre Vendas...........................................................54.400 Para efeito didático, visando facilitar seu raciocínio, primeiramente re-
PIS sobre Faturamento........................................................2.000 constituiremos os Razonetes das contas envolvidas:
COFINS................................................................................6.000
CMV = EI + (C – CA) - EF
NOTA:
Conforme os fretes e os seguros pagos pelo comprador deverão inte-
grar o valor das compras. Assim, se porventura a empresa adotar o sistema
de registrar tais pagamentos em contas separadas, Fretes sobre Compras
e Seguros sobre Compras, tais contas deverão ser adicionadas ao valor
das compras, para efeito de apuração do CMV. Da mesma forma, ocorren-
do descontos incondicionais nas compras e havendo interesse da empresa A contabilização da apuração do Resultado da Conta Mercadorias con-
em registrar tais descontos na conta Descontos Obtidos Incondicionais, tal siste na elaboração de uma série de lançamentos, através dos quais trans-
conta deverá ser diminuída do valor das compras, para efeito da apuração ferimos primeiramente todos os saldos das contas que constam na fórmula
do CMV Assim, poderemos ter a seguinte fórmula para o CMV: do CMV para a respectiva conta CMV, nos livros Diário e Razão simultane-
CMV = El + (C + FC + SC - CA - Dl) - EF amente, até apurarmos o saldo dessa conta. O mesmo procedimento
deverá ser utilizado para os saldos das contas que compõem a fórmula do
2ª fórmula: RCM para esta respectiva conta, também simultaneamente no Diário e no
RCM = V - (DA) - CMV Razonete, até que nos permita apurar o saldo da referida conta.
Se este saldo apurado for credor, corresponderá a lucro; se for deve-
RCM = Resultado da Conta Mercadorias dor, corresponderá a prejuízo.
V = Vendas de Mercadorias
IDA = Deduções ou Abatiment os sobre Vendas (aqui devem ser englobados todos os descontos e O lucro apurado na conta Mercadorias é o Lucro Bruto do Exercício.
abatimento s sobre as vendas, tais como Vendas Anuladas, ICMS, PIS sobre Faturament o,
COFINS e Descontos Incond)icionais Concedidos
CVM = Custo das Mercadorias Vendidas (apurado na 1º fórmula) NOTAS:
•Para facilitar seu trabalho na contabilização, é conveniente que você
Agora que já apresentamos as fórmulas necessárias, vamos à apura- siga rigorosamente a ordem em que se encontram as contas nas
Transferência do saldo da conta Compras de Mercadorias para a conta Note que, após a contabilização do RCM, das onze contas envolvidas
CMV: apenas duas permaneceram com saldos: Estoque de Mercadorias, com
saldo devedor de R$ 120.000, cujo saldo representa o Estoque Final exis-
2Custo das Mercadorias Vendidas a Compras de Mercadorias tente, e Lucro sobre Vendas, com saldo credor de R$ 155.600, represen-
Transferência que se processa da segunda para a primeira das tando o lucro apurado na conta Mercadorias.
contas acima, ref. às compras efetuadas durante o exercício para
efeito Veja:
de apuração do CMV..............................................170.000 Transferência do RCM para a conta Lucro sobre Vendas:
Transferência do saldo da conta Compras Anuladas para a conta CMV: 8Resultado da Conta Mercadorias
3Compras Anuladas A Lucro sobre Vendas
a Custo das Mercadorias Vendidas Lucro apurado nas vendas.................................................155600
Transferência que se processa da primeira para a segunda das
contas supra para efeito da apuração do CMV.................8.000 Com este lançamento, encerram-se os procedimentos necessários à
apuração do Resultado das Contas Mercadorias.
Registro do Estoque Final:
4Estoque de Mercadorias a CMV Veja, a seguir a posição de todas as contas envolvidas:
Estoque Final apurado conf. Inventário
físico realizado.........................................................120.000
NOTAS:
•Caso a empresa registre os valores do frete e do seguro separada-
mente das compras, e havendo estoque no final do exercício, o valor deve-
rá ser rateado: uma parte para o CMV e outra parte para o Estoque Final
(princípio da competência). O rateio poderá ser feito com base na seguinte
fórmula:
EF
Fretes e Seguros sobre Estoques = × Fs / C
C - CA
Para efeito didático e tendo em vista a melhor fixação para o leitor, va-
trios transferi-lo, neste momento, para a conta Lucro sobre Vendas. Veja:
Um arrendamento mercantil operacional é um arrendamento mercantil Vida útil é o período remanescente estimado, a partir do começo do
diferente de um arrendamento mercantil financeiro, ou seja, não há a prazo do arrendamento mercantil, sem limitação pelo prazo do
transferência dos riscos inerentes à propriedade. arrendamento mercantil, durante o qual se espera que os benefícios
econômicos incorporados no ativo sejam consumidos pela entidade.
Um arrendamento mercantil não cancelável é um arrendamento
mercantil que é cancelável apenas: Valor residual garantido é:
a)após a ocorrência de alguma contingência remota; a) para um arrendatário, a parte do valor residual que seja garantida
b)com a permissão do arrendador; por ele ou por uma parte a ele relacionada (sendo o valor da
c)se o arrendatário contratar um novo arrendamento mercantil para o garantia o valor máximo que possa, em qualquer caso, tornar-se
mesmo ativo ou para um ativo equivalente com o mesmo pagável); e
arrendador; ou b) para um arrendador, a parte do valor residual que seja garantida
d)após o pagamento pelo arrendatário de uma quantia adicional tal pelo arrendatário ou por um terceiro não relacionado com o
que, no início do arrendamento mercantil, a continuação do arrendador que seja financeiramente capaz de satisfazer as
arrendamento mercantil seja razoavelmente certa. obrigações cobertas pela garantia.
O início do arrendamento mercantil é a mais antiga entre a data do Valor residual não-garantido é a parte do valor residual do ativo
acordo de arrendamento mercantil e a data de um compromisso assumido arrendado, cuja realização pelo arrendador não esteja assegurada ou
pelas partes quanto às principais disposições do arrendamento mercantil. esteja unicamente garantida por uma parte relacionada com o arrendador.
Nessa data:
a)um arrendamento mercantil é classificado como um arrendamento Custos diretos iniciais são custos incrementais que são diretamente
mercantil financeiro ou um arrendamento mercantil operacional; e atribuíveis à negociação e aceitação de um arrendamento mercantil, exceto
b)no caso de um arrendamento mercantil financeiro, as quantias a os custos incorridos pelos arrendadores fabricantes ou negociantes.
reconhecer no começo do prazo do arrendamento mercantil são
determinadas. Investimento bruto no arrendamento mercantil é a soma:
a)dos pagamentos mínimos do arrendamento mercantil a receber pelo
O começo do prazo do arrendamento mercantil é a data a partir da qual arrendador segundo um arrendamento mercantil financeiro; e
o arrendatário passa a poder exercer o seu direito de usar o ativo b)de qualquer valor residual não-garantido atribuído ao arrendador.
arrendado. Ë a data do reconhecimento inicial do arrendamento mercantil
(i.e. o reconhecimento dos ativos, passivos, receita ou despesas resultantes Investimento líquido no arrendamento mercantil é o investimento
do arrendamento mercantil, conforme for apropriado). bruto no arrendamento mercantil descontado à taxa de juros implícita no
arrendamento mercantil.
O prazo do arrendamento mercantil é o período não cancelável pelo
qual o arrendatário contratou o arrendamento mercantil do ativo juntamente Receita financeira não-realizada é a diferença entre:
com quaisquer prazos adicionais pelos quais o arrendatário tem a opção de a)o investimento bruto no arrendamento mercantil; e
continuar a arrendar o ativo, com ou sem pagamento adicional, quando no b)o investimento líquido no arrendamento mercantil.
início do arrendamento mercantil for razoavelmente certo que o arrendatário
irá exercer a opção. A taxa de juros implícita no arrendamento mercantil é a taxa de
Pagamentos mínimos do arrendamento mercantil são os pagamentos desconto que, no início do arrendamento mercantil, faz com que o valor
durante o prazo do arrendamento mercantil que o arrendatário faça, ou que presente agregado: a) dos pagamentos mínimos do arrendamento
lhe possam ser exigidos que faça, excluindo pagamento contingente, custos mercantil; e b) do valor residual não-garantido seja igual à soma (i) do valor
relativos a serviços e imposto a serem pagos pelo arrendador e a ele serem justo do ativo arrendado e (ii) de quaisquer custos diretos iniciais do
reembolsados, juntamente com: arrendador.
a)para um arrendatário, quaisquer quantias garantidas pelo
arrendatário ou por uma parte relacionada a ele; ou A taxa de juros incremental de financiamento do arrendatário é a taxa
b)para um arrendador, qualquer valor residual garantido ao arrendador: de juros que o arrendatário teria de pagar num arrendamento mercantil
i)pelo arrendatário semelhante ou, se isso não for determinável, a taxa em que, no inicio do
ii)por uma parte relacionada com o arrendatário; ou arrendamento mercantil, o arrendatário incorreria ao pedir emprestado por
iii)por um terceiro não relacionado com o arrendador que seja um prazo semelhante, e com uma segurança semelhante, os fundos
financeiramente capaz de dar cumprimento às obrigações segundo necessários para comprar o ativo.
a garantia.
Pagamento contingente é a parcela dos pagamentos do
Contudo, se o arrendatário tiver a opção de comprar o ativo por um arrendamento mercantil que não seja de quantia fixada, e sim baseada na
Os custos, incluindo a depreciação, incorridos na obtenção da receita Se o leaseback for um arrendamento mercantil operacional, e os
de arrendamento mercantil são reconhecidos como despesa. A receita de pagamentos do arrendamento mercantil e o preço de venda estiverem
arrendamento mercantil (excluindo recebimentos de serviços estabelecidos pelo valor justo, na verdade houve uma transação de venda
proporcionados tais como seguros e manutenção) é reconhecida numa normal, e qualquer lucro ou perda é imediatamente reconhecido.
base linear durante o prazo do arrendamento mercantil mesmo se os
recebimentos não forem em tal base, a menos que uma outra base Para os arrendamentos mercantis operacionais, se o valor justo no
sistemática seja mais representativa do modelo temporal em que o momento de uma transação de venda e leaseback for menor do que o valor
benefício de uso do ativo arrendado seja diminuído. contábil do ativo, uma perda igual ao valor da diferença entre o valor
contábil e o valor justo deve ser imediatamente reconhecida.
Os custos diretos iniciais incorridos pelos arrendadores ao negociar e
aceitar um arrendamento mercantil operacional devem ser adicionados ao Para arrendamentos mercantis financeiros, tal ajuste não é necessário
valor contábil do ativo arrendado e reconhecidos como uma despesa salvo se tiver havido uma redução do valor recuperável, caso em que o
durante o prazo do arrendamento mercantil na mesma base da receita do valor contábil é reduzido ao valor recuperável.
arrendamento mercantil.
Os requisitos de divulgação para arrendatários e arrendadores aplicam-
A política de depreciação para ativos arrendados depreciáveis deve ser se igualmente a transações de venda e leaseback. A descrição exigida dos
consistente com a política de depreciação normal do arrendador para ativos acordos de arrendamento relevantes leva à divulgação de disposições
semelhantes, e a depreciação deve ser calculada de acordo com as regras únicas ou incomuns do acordo ou dos termos das transações de venda e
aplicáveis aos Ativos Imobilizados (e a amortização aos Ativos Intangíveis). leaseback.
Um arrendador fabricante ou negociante não reconhece qualquer lucro As transações de venda e leaseback podem acarretar critérios de
de venda ao celebrar um arrendamento mercantil operacional porque não é divulgação separados, conforme as regras aplicáveis à Apresentação de
o equivalente de uma venda. Demonstrações Financeiras.
Para concluir o segundo modelo, basta inserir a parte do modelo 1 a partir Nesse grupo devem figurar todas as despesas operacionais que não se
do item 6, ajustando somente a numeração dos itens. enquadrarem nos demais grupos de contas de despesas operacionais.
5.5Juros sobre o Capital Próprio Incluem-se, entre as receitas não-operacionais, aquelas derivadas de
doações ou de subvenções recebidas pela empresa, conforme comentário
Segundo interpretação da legislação tributária, os juros remuneratórios do feito a seguir.
capital próprio, pagos aos acionistas, devem figurar entre as despesas
financeiras. 5.11Doações e Subvenções para Investimentos
Há, entretanto, um entendimento proferido pela CVM de que eles Os valores recebidos por doações ou subvenções para investimentos,
c) a alienação das ações adquiridas nos termos da alínea b e mantidas § 3º O estatuto pode autorizar a instituição depositária a cobrar do a-
em tesouraria; cionista o custo do serviço de transferência da propriedade das ações
escriturais, observados os limites máximos fixados pela Comissão de
d) a compra quando, resolvida a redução do capital mediante restitui- Valores Mobiliários.
ção, em dinheiro, de parte do valor das ações, o preço destas em bolsa for
inferior ou igual à importância que deve ser restituída. Limitações à Circulação
§ 2º A aquisição das próprias ações pela companhia aberta obedecerá, Art. 36. O estatuto da companhia fechada pode impor limitações à cir-
sob pena de nulidade, às normas expedidas pela Comissão de Valores culação das ações nominativas, contanto que regule minuciosamente tais
Mobiliários, que poderá subordiná-la à prévia autorização em cada caso. limitações e não impeça a negociação, nem sujeite o acionista ao arbítrio
dos órgãos de administração da companhia ou da maioria dos acionistas.
§ 3º A companhia não poderá receber em garantia as próprias ações,
salvo para assegurar a gestão dos seus administradores. Parágrafo único. A limitação à circulação criada por alteração estatutá-
ria somente se aplicará às ações cujos titulares com ela expressamente
§ 4º As ações adquiridas nos termos da alínea b do § 1º, enquanto concordarem, mediante pedido de averbação no livro de "Registro de Ações
mantidas em tesouraria, não terão direito a dividendo nem a voto. Nominativas".
§ 5º No caso da alínea d do § 1º, as ações adquiridas serão retiradas Suspensão dos Serviços de Certificados
definitivamente de circulação.
Art. 37. A companhia aberta pode, mediante comunicação às bolsas de
Ações Nominativas valores em que suas ações forem negociadas e publicação de anúncio,
Art. 31. A propriedade das ações nominativas presume-se pela inscri- suspender, por períodos que não ultrapassem, cada um, 15 (quinze) dias,
ção do nome do acionista no livro de "Registro de Ações Nominativas" ou nem o total de 90 (noventa) dias durante o ano, os serviços de transferên-
pelo extrato que seja fornecido pela instituição custodiante, na qualidade de cia, conversão e desdobramento de certificados.
proprietária fiduciária das ações.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de Parágrafo único. O disposto neste artigo não prejudicará o registro da
2001) transferência das ações negociadas em bolsa anteriormente ao início do
§ 1º A transferência das ações nominativas opera-se por termo lavrado período de suspensão.
no livro de "Transferência de Ações Nominativas", datado e assinado pelo Perda ou Extravio
cedente e pelo cessionário, ou seus legítimos representantes.
Art. 38. O titular de certificado perdido ou extraviado de ação ao porta-
§ 2º A transferência das ações nominativas em virtude de transmissão dor ou endossável poderá, justificando a propriedade e a perda ou extravio,
por sucessão universal ou legado, de arrematação, adjudicação ou outro promover, na forma da lei processual, o procedimento de anulação e substi-
ato judicial, ou por qualquer outro título, somente se fará mediante averba- tuição para obter a expedição de novo certificado.
ção no livro de "Registro de Ações Nominativas", à vista de documento
hábil, que ficará em poder da companhia. § 1º Somente será admitida a anulação e substituição de certificado ao
portador ou endossado em branco à vista da prova, produzida pelo titular,
§ 3º Na transferência das ações nominativas adquiridas em bolsa de da destruição ou inutilização do certificado a ser substituído.
valores, o cessionário será representado, independentemente de instru-
mento de procuração, pela sociedade corretora, ou pela caixa de liquidação § 2º Até que o certificado seja recuperado ou substituído, as transfe-
da bolsa de valores. rências poderão ser averbadas sob condição, cabendo à companhia exigir
do titular, para satisfazer dividendo e demais direitos, garantia idônea de
Ações Endossáveis sua eventual restituição.
Art. 32. (Revogado pela Lei nº 8.021, de 1990) SEÇÃO VII
Ações ao Portador Constituição de Direitos Reais e Outros Ônus
Art. 33. (Revogado pela Lei nº 8.021, de 1990) Penhor
§ 7º Se sobrevier a falência da sociedade, os acionistas dissidentes, VI - a data da constituição da companhia e do arquivamento e publica-
credores pelo reembolso de suas ações, serão classificados como quirogra- ção dos seus atos constitutivos;
fários em quadro separado, e os rateios que lhes couberem serão imputa- VII - o nome do beneficiário; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
dos no pagamento dos créditos constituídos anteriormente à data da publi-
cação da ata da assembleia. As quantias assim atribuídas aos créditos VIII - a data da emissão do certificado e as assinaturas de dois direto-
mais antigos não se deduzirão dos créditos dos ex-acionistas, que subsisti- res. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
rão integralmente para serem satisfeitos pelos bens da massa, depois de Forma, Propriedade, Circulação e Ônus
pagos os primeiros. (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997)
Art. 50. As partes beneficiárias serão nominativas e a elas se aplica, no
§ 8º Se, quando ocorrer a falência, já se houver efetuado, à conta do que couber, o disposto nas seções V a VII do Capítulo III. (Redação dada
capital social, o reembolso dos ex-acionistas, estes não tiverem sido substi- pela Lei nº 9.457, de 1997)
tuídos, e a massa não bastar para o pagamento dos créditos mais antigos,
caberá ação revocatória para restituição do reembolso pago com redução § 1º As partes beneficiárias serão registradas em livros próprios, manti-
do capital social, até a concorrência do que remanescer dessa parte do dos pela companhia. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
passivo. A restituição será havida, na mesma proporção, de todos os acio- § 2º As partes beneficiárias podem ser objeto de depósito com emissão
nistas cujas ações tenham sido reembolsadas. (Incluído pela Lei nº 9.457, de certificado, nos termos do artigo 43.
de 1997)
Modificação dos Direitos
CAPÍTULO IV
Art. 51. A reforma do estatuto que modificar ou reduzir as vantagens
Partes Beneficiárias
conferidas às partes beneficiárias só terá eficácia quando aprovada pela
Características
metade, no mínimo, dos seus titulares, reunidos em assembleia-geral
Art. 46. A companhia pode criar, a qualquer tempo, títulos negociáveis, especial.
sem valor nominal e estranhos ao capital social, denominados "partes
§ 1º A assembleia será convocada, através da imprensa, de acordo
beneficiárias".
com as exigências para convocação das assembleias de acionistas, com 1
§ 1º As partes beneficiárias conferirão aos seus titulares direito de cré- (um) mês de antecedência, no mínimo. Se, após 2 (duas) convocações,
dito eventual contra a companhia, consistente na participação nos lucros deixar de instalar-se por falta de número, somente 6 (seis) meses depois
anuais (artigo 190). outra poderá ser convocada.
§ 1º Se a emissão tiver agente fiduciário, caberá a este fiscalizar o can- Art. 81. O depósito referido no número III do artigo 80 deverá ser feito
celamento dos certificados. pelo fundador, no prazo de 5 (cinco) dias contados do recebimento das
quantias, em nome do subscritor e a favor da sociedade em organização,
§ 2º Os administradores da companhia responderão solidariamente pe- que só poderá levantá-lo após haver adquirido personalidade jurídica.
las perdas e danos decorrentes da infração do disposto neste artigo.
Parágrafo único. Caso a companhia não se constitua dentro de 6 (seis)
CAPÍTULO VI meses da data do depósito, o banco restituirá as quantias depositadas
Bônus de Subscrição diretamente aos subscritores.
Características
SEÇÃO II
Art. 75. A companhia poderá emitir, dentro do limite de aumento de ca- Constituição por Subscrição Pública
pital autorizado no estatuto (artigo 168), títulos negociáveis denominados Registro da Emissão
"Bônus de Subscrição".
Art. 82. A constituição de companhia por subscrição pública depende
Parágrafo único. Os bônus de subscrição conferirão aos seus titulares, do prévio registro da emissão na Comissão de Valores Mobiliários, e a
nas condições constantes do certificado, direito de subscrever ações do subscrição somente poderá ser efetuada com a intermediação de instituição
capital social, que será exercido mediante apresentação do título à compa- financeira.
nhia e pagamento do preço de emissão das ações.
§ 1º O pedido de registro de emissão obedecerá às normas expedidas
Competência pela Comissão de Valores Mobiliários e será instruído com:
Art. 76. A deliberação sobre emissão de bônus de subscrição compete a) o estudo de viabilidade econômica e financeira do empreendimento;
à assembleia-geral, se o estatuto não a atribuir ao conselho de administra-
ção. b) o projeto do estatuto social;
Forma, Propriedade e Circulação Art. 83. O projeto de estatuto deverá satisfazer a todos os requisitos e-
xigidos para os contratos das sociedades mercantis em geral e aos peculia-
Art. 78. Os bônus de subscrição terão a forma nominativa. (Redação res às companhias, e conterá as normas pelas quais se regerá a compa-
dada pela Lei nº 9.457, de 1997) nhia.
Parágrafo único. Aplica-se aos bônus de subscrição, no que couber, o Prospecto
disposto nas Seções V a VII do Capítulo III.
Certificados
§ 6o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) § 2º No caso da alínea e do § 1º, o administrador ou fiscal que praticar
o ato ilegal responde solidariamente com o acionista controlador.
§ 7o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
§ 3º O acionista controlador que exerce cargo de administrador ou fis-
§ 8o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) cal tem também os deveres e responsabilidades próprios do cargo.
§ 9o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) SEÇÃO V
§ 10. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) Acordo de Acionistas
I - tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as § 5º A ata da assembleia-geral ordinária será arquivada no registro do
demonstrações financeiras; comércio e publicada.
II - deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a distri- § 6º As disposições do § 1º, segunda parte, não se aplicam quando,
buição de dividendos; nas sociedades fechadas, os diretores forem os únicos acionistas.
II - a cópia das demonstrações financeiras; § 2º Aplica-se aos atos de reforma do estatuto o disposto no artigo 97 e
seus §§ 1º e 2° e no artigo 98 e seu § 1º.
III - o parecer dos auditores independentes, se houver.
§ 3o Os documentos pertinentes à matéria a ser debatida na assem-
IV - o parecer do conselho fiscal, inclusive votos dissidentes, se houver; bleia-geral extraordinária deverão ser postos à disposição dos acionistas,
e (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) na sede da companhia, por ocasião da publicação do primeiro anúncio de
V - demais documentos pertinentes a assuntos incluídos na ordem do convocação da assembleia-geral. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
dia. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) "Quorum" Qualificado
§ 1º Os anúncios indicarão o local ou locais onde os acionistas poderão Art. 136. É necessária a aprovação de acionistas que representem me-
obter cópias desses documentos. tade, no mínimo, das ações com direito a voto, se maior quorum não for
§ 2º A companhia remeterá cópia desses documentos aos acionistas exigido pelo estatuto da companhia cujas ações não estejam admitidas à
que o pedirem por escrito, nas condições previstas no § 3º do artigo 124. negociação em bolsa ou no mercado de balcão, para deliberação sobre:
(Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
§ 3o Os documentos referidos neste artigo, à exceção dos constantes
dos incisos IV e V, serão publicados até 5 (cinco) dias, pelo menos, antes I - criação de ações preferenciais ou aumento de classe de ações pre-
da data marcada para a realização da assembleia-geral. (Redação dada ferenciais existentes, sem guardar proporção com as demais classes de
pela Lei nº 10.303, de 2001) ações preferenciais, salvo se já previstos ou autorizados pelo estatuto;
(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
§ 4º A assembleia-geral que reunir a totalidade dos acionistas poderá
considerar sanada a falta de publicação dos anúncios ou a inobservância II - alteração nas preferências, vantagens e condições de resgate ou
dos prazos referidos neste artigo; mas é obrigatória a publicação dos do- amortização de uma ou mais classes de ações preferenciais, ou criação de
cumentos antes da realização da assembleia. nova classe mais favorecida; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
§ 5º A publicação dos anúncios é dispensada quando os documentos a III - redução do dividendo obrigatório; (Redação dada pela Lei nº 9.457,
que se refere este artigo são publicados até 1 (um) mês antes da data de 1997)
marcada para a realização da assembleia-geral ordinária. IV - fusão da companhia, ou sua incorporação em outra; (Redação da-
Procedimento da pela Lei nº 9.457, de 1997)
Art. 134. Instalada a assembleia-geral, proceder-se-á, se requerida por V - participação em grupo de sociedades (art. 265); (Redação dada pe-
qualquer acionista, à leitura dos documentos referidos no artigo 133 e do la Lei nº 9.457, de 1997)
parecer do conselho fiscal, se houver, os quais serão submetidos pela VI - mudança do objeto da companhia; (Redação dada pela Lei nº
mesa à discussão e votação. 9.457, de 1997)
§ 1° Os administradores da companhia, ou ao menos um deles, e o VII - cessação do estado de liquidação da companhia; (Redação dada
auditor independente, se houver, deverão estar presentes à assembleia pela Lei nº 9.457, de 1997)
para atender a pedidos de esclarecimentos de acionistas, mas os adminis-
tradores não poderão votar, como acionistas ou procuradores, os documen- VIII - criação de partes beneficiárias; (Redação dada pela Lei nº 9.457,
tos referidos neste artigo. de 1997)
IX - cisão da companhia; (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997)
§ 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que regis- VIII – os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo
trarem: serão ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando
houver efeito relevante. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)
a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nomi-
nal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultra- § 1o Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor justo:
passar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias; a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual
b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscri- possam ser repostos, mediante compra no mercado;
ção; b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de realiza-
c) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) (Revogado ção mediante venda no mercado, deduzidos os impostos e demais despe-
pela Lei nº 11.638,de 2007) sas necessárias para a venda, e a margem de lucro;
d) (revogada). (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) (Revogado c) dos investimentos, o valor líquido pelo qual possam ser alienados a
pela Lei nº 11.638,de 2007) terceiros.
§ 2° Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da cor- d) dos instrumentos financeiros, o valor que pode se obter em um mer-
reção monetária do capital realizado, enquanto não-capitalizado. cado ativo, decorrente de transação não compulsória realizada entre partes
independentes; e, na ausência de um mercado ativo para um determinado
§ 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, en- instrumento financeiro: (Incluída pela Lei nº 11.638,de 2007)
quanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime
de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor 1) o valor que se pode obter em um mercado ativo com a negociação
atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avali- de outro instrumento financeiro de natureza, prazo e risco similares; (Incluí-
ação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas do pela Lei nº 11.638,de 2007)
pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência conferida 2) o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros para instrumen-
pelo § 3o do art. 177 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) tos financeiros de natureza, prazo e risco similares; ou (Incluído pela Lei nº
§ 4º Serão classificados como reservas de lucros as contas constituí- 11.638,de 2007)
das pela apropriação de lucros da companhia. 3) o valor obtido por meio de modelos matemático-estatísticos de preci-
§ 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como ficação de instrumentos financeiros. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)
dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos § 2o A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e in-
aplicados na sua aquisição. tangível será registrada periodicamente nas contas de: (Redação dada pela
Critérios de Avaliação do Ativo Lei nº 11.941, de 2009)
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que
os seguintes critérios: têm por objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por
uso, ação da natureza ou obsolescência;
I - as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e
em direitos e títulos de créditos, classificados no ativo circulante ou no b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capital apli-
realizável a longo prazo: (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) cado na aquisição de direitos da propriedade industrial ou comercial e
quaisquer outros com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo
objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado;
§ 1º A proposta dos órgãos da administração deverá indicar a causa da II - resgate, reembolso ou compra de ações;
perda prevista e justificar, com as razões de prudência que a recomendem, III - resgate de partes beneficiárias;
a constituição da reserva.
IV - incorporação ao capital social;
§ 2º A reserva será revertida no exercício em que deixarem de existir
V - pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando essa vanta-
as razões que justificaram a sua constituição ou em que ocorrer a perda.
gem lhes for assegurada (artigo 17, § 5º).
Reserva de Incentivos Fiscais
Parágrafo único. A reserva constituída com o produto da venda de par-
(Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)
tes beneficiárias poderá ser destinada ao resgate desses títulos.
Art. 195-A. A assembleia geral poderá, por proposta dos órgãos de
SEÇÃO III
administração, destinar para a reserva de incentivos fiscais a parcela do
Dividendos
lucro líquido decorrente de doações ou subvenções governamentais para
Origem
investimentos, que poderá ser excluída da base de cálculo do dividendo
obrigatório (inciso I do caput do art. 202 desta Lei). (Incluído pela Lei nº Art. 201. A companhia somente pode pagar dividendos à conta de lucro
11.638,de 2007) líquido do exercício, de lucros acumulados e de reserva de lucros; e à conta
de reserva de capital, no caso das ações preferenciais de que trata o § 5º
Retenção de Lucros
do artigo 17.
Art. 196. A assembleia-geral poderá, por proposta dos órgãos da admi-
§ 1º A distribuição de dividendos com inobservância do disposto neste
nistração, deliberar reter parcela do lucro líquido do exercício prevista em
artigo implica responsabilidade solidária dos administradores e fiscais, que
orçamento de capital por ela previamente aprovado.
deverão repor à caixa social a importância distribuída, sem prejuízo da ação
§ 1º O orçamento, submetido pelos órgãos da administração com a jus- penal que no caso couber.
tificação da retenção de lucros proposta, deverá compreender todas as
§ 2º Os acionistas não são obrigados a restituir os dividendos que em
fontes de recursos e aplicações de capital, fixo ou circulante, e poderá ter a
boa-fé tenham recebido. Presume-se a má-fé quando os dividendos forem
duração de até 5 (cinco) exercícios, salvo no caso de execução, por prazo
distribuídos sem o levantamento do balanço ou em desacordo com os
maior, de projeto de investimento.
resultados deste.
§ 2o O orçamento poderá ser aprovado pela assembleia-geral ordinária
Dividendo Obrigatório
que deliberar sobre o balanço do exercício e revisado anualmente, quando
tiver duração superior a um exercício social. (Redação dada pela Lei nº Art. 202. Os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigató-
10.303, de 2001) rio, em cada exercício, a parcela dos lucros estabelecida no estatuto ou, se
c) sociedade ou sociedades brasileiras que, direta ou indiretamente, § 1º As demonstrações consolidadas do grupo serão publicadas junta-
estejam sob o controle das pessoas referidas nas alíneas a e b. mente com as da sociedade de comando.
Aprovação pelos Sócios das Sociedades § 2º A sociedade de comando deverá publicar demonstrações financei-
ras nos termos desta Lei, ainda que não tenha a forma de companhia.
NO BRASIL SEÇÃO I
03/01/2012 O PRINCÍPIO DA ENTIDADE
Nos últimos dois anos, o Brasil esteve na agenda de viagens dos técnicos Art. 4º. O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da
do IASB (International Accounting Standards Board), proporcionando ao Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferen-
país ficar mais envolvido nas discussões e no desenvolvimento das IFRSs, ciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes,
por meio das numerosas atividades de outreach, coordenadas por Amaro independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas,
Gomes - membro do Board do IASB. uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou
sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se
Nessas ocasiões, houve a oportunidade de expressar os pontos de vista confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de socie-
sobre projetos importantes que estão sendo desenvolvidos pelo IASB, tais dade ou instituição.
como instrumentos financeiros, receita, concessão de seguro, e consulta
agenda, discussões que contaram com forte participação de Companhias Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca
abertas, analistas, auditores, contadores, reguladores, acadêmicos e outros não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos
interessados. não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômi-
co-contábil.
Em janeiro de 2010, o Comitê de Pronuncimentos Contábeis (CPC), o
Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e o IASB assinaram Memorando SEÇÃO II
de Entendimento (MoU), sob o qual acordaram em princípios estabelecidos O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE
para a cooperação futura objetivando apoiar a adoção da IFRS no Brasil e
fomentar o envolvimento do CPC no processo internacional de padroniza- Art. 5º. O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará
ção contábil. em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos
componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. (Redação
RESOLUÇÃO CFC Nº 750/93 DE 29 DE DEZEMBRO DE 1993 dada pela Resolução CFC nº. 1282/10)
DISPÕE SOBRE OS PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE (PC)
SEÇÃO III
Nota: Redação dada pela Resolução CFC nº 1.282/2010 O PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE
O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e
atribuições legais e regimentais, apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações
íntegras e tempestivas.
CONSIDERANDO a necessidade de prover fundamentação apropriada
para interpretação e aplicação das Normas Brasileiras de Contabilidade, Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na
(Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10) divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevân-
cia, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a
RESOLVE: confiabilidade da informação. (Redação dada pela Resolução CFC nº.
1282/10)
CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS E DE SUA OBSERVÂNCIA SEÇÃO IV
O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL
Art. 1º. Constituem PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE (PC) os enunciados
por esta Resolução. Art. 7º. O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os com-
ponentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores
Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na “Art. 9º. O Princípio da Competência determina que os efeitos das transa-
divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevân- ções e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem,
cia, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a independentemente do recebimento ou pagamento.
confiabilidade da informação.
Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade
Art. 7º. O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os com- da confrontação de receitas e de despesas correlatas.”
ponentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores
originais das transações, expressos em moeda nacional. Art. 10. (...)
§ 1º. As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus “Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo
distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas: grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas
em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não
I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestima-
serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos dos, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresen-
recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os tação dos componentes patrimoniais.”
passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos
em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em Art. 4º. Ficam revogados o inciso V do art. 3º, o art. 8º e os §§ 2º e 3º do
caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o art. 10, da Resolução CFC n.º 750/93, publicada no D.O.U., Seção I, de
passivo no curso normal das operações; e 31.12.93; a Resolução CFC n.o 774/94, publicada no D.O.U., Seção I, de
18/1/95, e a Resolução CFC n.o 900/01, publicada no D.O.U., Seção I, de
II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os com- 3/4/01.
ponentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorren-
tes dos seguintes fatores: Art. 5º. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou Brasília, 28 de maio de 2010.
equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou
ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demons-
trações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou LIVROS CONTÁBEIS
equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para
liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis; Livros Obrigatórios
62- Em relação ao patrimônio de uma entidade é correto afirmar: 68)No plano de contas, as contas que representam os elementos patrimo-
a) se houver acréscimo do ativo, o patrimônio líquido também será acresci- niais em seu maior grau são denominadas de:
do a)Contas sintéticas.
b) se houver acréscimo de 20% no ativo e de 20% no passivo exigível, o b)Contas de saldo.
patrimônio líquido não será alterado c)Contas analíticas.
c) o patrimônio líquido pode ser aumentado ainda que haja redução do ativo d)Contas de primeiro grau.
d) se o passivo exigível for maior do que o patrimônio líquido, surge a figura
do passivo descoberto 69)Das operações abaixo, aquela que modifica a situação patrimonial de
e) o ativo e o patrimônio líquido só podem ter valor positivo; o passivo uma empresa é:
exigível pode ter valor positivo ou negativo a)aquisição de equipamentos à vista
b)pagamento de fornecedores
63- Observe a sequência dos fatos contábeis ocorridos numa empresa: c)pagamento de despesas administrativas
1. aquisição de um veículo de uso, a prazo, por 10.000,00; d)aquisição de mercadorias à prazo
2. correção monetária do veículo (índice 1,1000);
3. depreciação do veículo em 20% do valor corrigido; 70)Ocorre um fato contábil modificativo aumentativo:
4. venda do veículo, a prazo, por 8.000,00. a)na prestação remunerada de serviço
A sequência mostra a ocorrência de fatos contábeis b)no recebimento de duplicata julgada incobrável, mas ainda não baixada
a) permutativo - modificativo diminutivo – modificativo diminutivo - misto c)na alienação de mercadorias a prazo, com incidência de juros de mora
diminutivo d)na permuta de bens do ativo, com recebimento de troco em dinheiro
b) permutativo - modificativo aumentativo – modificativo diminutivo - misto
diminutivo Respostas:
c) modificativo aumentativo - modificativo aumentativo - modificativo diminu- 01. C 11. C 21. C 31. E 41. C
tivo - permutativo 02. D 12. E 22. C 32. C 42. B
d) misto aumentativo - permutativo - misto diminutivo - modificativo diminu-
tivo 03. A 13. C 23. E 33. C 43. D
e) permutativo - permutativo - permutativo - permutativo 04. B 14. E 24. C 34. E 44. C
05. E 15. D 25. C 35. C 45. A
64-O conjunto dos fatos a que se refere a questão anterior, ocorridos no 06. B 16. A 26. C 36. E 46. B
mesmo exercício social, provocou a redução do patrimônio líquido da
07. A 17. C 27. E 37. C 47. A
entidade no valor de
a) 800,00 08. C 18. E 28. E 38. E 48. D
b) 1.200,00 09. E 19. C 29. E 39. C 49. C
c) 2.000,00 10. E 20. D 30. E 40. E 50. A
d) 2.200,00
51. A 61. D
e) 3.000,00
52. D 62. C
65- Chamamos de Inventário: 53. D 63. B
a)O conjunto de bens e direitos de uma pessoa jurídica. 54. D 64. C
b)O rol de todos os elementos ativos e passivos componentes do patrimô- 55. A 65. B
nio com a indicação do valor desses elementos.
c)O Passivo da pessoa jurídica. 56. D 66. A
d)O Patrimônio Líquido da pessoa jurídica. 57. A 67. A
58. C 68. C
66-O Balanço Patrimonial tem por finalidade: 59. C 69. C
a) Apresentar a posição financeira e patrimonial da empresa em determina-
da data, representando portanto, uma posição estática. No Balanço, os 60. A 70. A
elementos básicos são: as aplicações de recursos normalmente em