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TJ-RJ - APELACAO : APL 02920089220098190001 RJ 0292008-92.2009.8.19.

0001

Ementa

Apelação Cível. Ação de Cobrança. Ilegalidade da cobrança da tarifa de esgoto quando não há
tratamento. Não basta a simples coleta, sendo imprescindível o tratamento à manutenção do
meio ambiente ecologicamente sadio, bem protegido constitucionalmente. Suspensão da
cobrança da tarifa de esgoto sob o fundamento de que tal serviço não é prestado em sua
essência. Repetição de indébito. Tarifas de esgoto. Aplicação das normas do Código Civil, cuja
prescrição é vintenária, na forma estabelecida no art. 177 do Código Civil de 1916 ou decenal,
de acordo com o previsto no artigo 205 do Código Civil de 2002. Precedentes do Superior
Tribunal de Justiça. Indébito. Devolução em dobro. Aplicação do artigo 42, § único do Código
de Defesa do Consumidor. Não configura engano justificável a cobrança de taxa de esgoto em
local onde o serviço não é prestado. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça. Juros de
mora que devem incidir a contar da citação, na forma estipulada no artigo 405 do Código Civil
para a responsabilidade contratual. Correção monetária a partir de cada desembolso. Recurso
da Autora a que se dá parcial provimento. Prejudicado o recurso da Ré

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TJ-RJ - RECURSO INOMINADO : RI 00319949120128190205 RJ 0031994-91.2012.8.19.0205

Ementa

QUARTA TURMA RECURSAL PROCESSO: 0031994-91.2012.8.19.0205 RECORRENTE: COMPANHIA


ESTADUAL DE ÁGUAS E ESGOTOS - CEDAE RECORRIDO: RENATO FEITOSA LIMA VOTO RESUMO
DOS FATOS: A parte Autora aduz, em síntese, que paga mensalmente à Ré a conta referente ao
consumo de água e esgoto, este último sendo embutido com o mesmo valor do consumo de
água. A parte Autora alega que a Empresa Ré vem enriquecendo ilicitamente ao cobrar por um
serviço não prestado, desrespeitando o Decreto 553, art. 97, § único, de 16 de janeiro de 1976,
visto que o Autor possui fossa séptica cujos dejetos são recolhidos por empresas especializadas,
contratas e remuneradas pelo próprio. PEDIDOS: Seja reconhecida a ilegalidade da cobrança da
tarifa de esgoto e seja condenada a Cedae a abster-se de tal; seja condenada a devolver as
quantias recebidas indevidamente, em dobro. CONTESTAÇÃO: (fls.24/42) Sustenta que há
prestação de serviço de tratamento de esgoto sanitário e que, enquanto a responsabilidade pela
arrecadação for da CEDAE, os referidos valores foram e serão devidamente repassados ao
município do Rio de Janeiro. SENTENÇA (fls. 13) - JUIZ MARCELO ALMEIDA DE MORAES
MARINHO: Julgou procedente o pedido formulado pela parte autora para condenar a ré à
devolução simples da taxa de esgoto. Indefere o pedido de danos morais. EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO: às fls. 43/45. DECISÃO ÀS FLS. 88: Rejeita os embargos de declaração. RECURSO
DA RÉ (fls. 89/105): Pela reforma da sentença, na medida em que há prestação de serviço de
tratamento de esgoto sanitário, justificando a cobrança, que é repassada à cidade do Rio de
Janeiro. CONTRA-RAZÕES: Não há. A sentença merece reforma. O presente recurso discute a
legalidade da cobrança de tarifas de esgoto efetuada pela parte ré, em relação ao serviço de
tratamento de esgoto prestado para a parte autora. Não há dúvida, por ser fato notório, de que
o serviço na região mencionada na inicial é cobrado pela parte ré e que o esgoto recolhido não
recebe pela mesma o tratamento adequado dos dejetos sólidos, por meio de estação de
tratamento ou outra via de natureza séptica, sendo efetuado o escoamento pela rede pluvial.
Nos termos do art. 3º da Lei 11.445/07 e do art. 9º do Decreto 7.217/10 que a regulamentou,
uma vez demonstrado que a parte ré realize a coleta dos dejetos, seu transporte e escoamento,
há prestação de serviço. Ainda que a parte ré não promova o tratamento sanitário dos dejetos,
antes do deságüe, presta serviço e, uma vez que o consumidor o utiliza está justificada a
cobrança da tarifa. Nestes termos, o julgado do Superior Tribunal de Justiça pelo Ministro
FRANCISCO FALCÃO, da 1ª Turma, no REsp 1313680, publicado no DJe em 29/06/2012: "SERVIÇO
DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO. PRESTAÇÃO PARCIAL. INEXISTÊNCIA DE TRATAMENTO DE
ESGOTO. TARIFA. LEGALIDADE DA COBRANÇA.

I Cinge-se a controvérsia na legalidade da cobrança pela prestação de esgotamento sanitário, na


hipótese da prestação parcial do serviço.

II Compulsando os autos, verifica-se que restou delineado pelas instâncias ordinárias que a rede
de esgoto foi efetivamente instalada, realizando a Recorrente a coleta e o transporte dos
dejetos, não prestando, todavia, o tratamento do esgoto.

III Com a instalação da rede de esgoto e a efetiva realização de umas das atividades elencadas no
art. 9º do Decreto nº 7.217/10, quais sejam, a coleta, o transporte, o tratamento dos dejetos ou
a disposição final dos esgotos e dos lodos originários da operação de tratamento, é forçoso
reconhecer que há a efetiva prestação do serviço de esgotamento sanitário, apta a ensejar a
cobrança ora em discussão.

IV - A interpretação equivocada da Lei 11.445/2007, sem a conjugação do decreto 7.217/2010,


importaria em graves e desnecessários prejuízos para o poder público e para a população em
geral, haja vista que a coleta e escoamento dos esgotos representa serviço de suma importância
e a ausência de verba destacada para este fim importaria em tolher a ampliação e manutenção
da rede.

V - Recurso especial provido."In casu, a ré assevera que no bairro do autor o serviço é prestado
através de galerias de águas pluviais, cuja manutenção e desobstrução estão a cargo do
Município do Rio de Janeiro e da empresa F. AB. Zona Oeste S/A. Assim seria a ré mera
arrecadadora da taxa de esgoto. Ocorre que o autor afirma que nenhuma das fases do serviço é
prestada, e que possui uma fossa séptica, necessitando periodicamente contratar a suas
expensas um" limpa fossas ". O juizado especial cível foi criado para solucionar as causas que
não são complexas. Uma das causas consideradas como complexa é aquela que, para o seu
julgamento, o juiz precisa produzir a prova pericial. A produção da prova pericial torna o
procedimento lento e contraria o princípio da celeridade que o norteia. Para o presente
julgamento há necessidade de produção de prova pericial para que seja apurada a real situação
do consumidor. Isto posto, voto pelo conhecimento e provimento do recurso para extinguir o
feito sem resolução do mérito, por incompetência. Sem honorários. Rio de Janeiro, 24 de março
de 2015. NATASCHA MACULAN ADUM DAZZI Juíza Relatora

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