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35 Doença benigna da mama

Sem o consentimento prévio por escrito do editor, não se pode reproduzir nem fotocopiar nenhuma parte desta publicação   © Permanyer Portugal 2010
Teresa Simões da Silva e Carlos Freire de Oliveira

1. INTRODUÇÃO ensiva, significativa e descritiva em termos


de patogénese.
A doença benigna da mama compreende Não é objectivo deste capítulo abordar to-
um largo espectro de alterações da glân- das as alterações da glândula mamária que
dula mamária, que preocupam as doentes se enquadram na designação genérica de
e obrigam a um diagnóstico correcto. São ANDI. Optamos por abordar os principais
muito mais frequentes do que o cancro da quadros clínicos/histológicos da doença be-
mama e tem tido pouca atenção na litera- nigna da mama conforme é recomendado
tura médica. pelo “Royal College of Pathology”1,2,3, e pela
No passado os clínicos tiveram a tendência Comissão Europeia, através do Grupo Euro-
para introduzir terminologias diversas para peu de Trabalho em Patologia Mamária4.
a mesma situação ou aspecto particular que
observaram. Assim, por exemplo, a manifes-
tação nodular cíclica da mama foi designada 2. CLASSIFICAÇÃO
como: doença fibroquística, fibroadenose,
hiperplasia quística, doença quística hiper- De acordo com estas classificações adop-
plásica, doença de Schimmelburch, mastite tadas, a doença benigna da mama será
crónica quística, mastopatia quística, etc. grosseiramente agrupada em alterações
Por causa desta multiplicidade de terminolo- fibroquísticas e condições associadas, fi-
gia e falta de especificidade, as designações broadenoma e suas variantes, lesões escle-
do passado têm sido substituídas pelo em- rosantes, papiloma e doença proliferativa
prego de termos clínicos ou histológicos, os da mama.
quais são específicos e precisos em relação
com as situações clínicas e/ou histológicas a 2.1. ALTERAÇÕES FIBROQUÍSTICAS
que se referem. E LESÕES ASSOCIADAS
Quando se pretende abarcar um largo es-
pectro de alterações benignas inespecíficas Este termo refere-se a um conjunto de altera-
da mama é correcto usar uma terminologia ções morfológicas que podem traduzir uma
que, ao contrário de “doença fibroquística”, resposta fisiológica mamária exagerada. In-
não implica uma situação patológica, mas clui a formação de quistos, metaplasia apócri-
reconhece um espectro de alterações da na, alteração de células colunares e várias for-
normalidade em que a maior parte destas mas de adenose (Fig. 1). Alterações minor tais
alterações não correspondem a uma doen- como fibrose, microquistos, involução lobular
ça. Tem sido empregue a expressão ANDI ou graus ligeiros de adenose devem ser con-
(alterações do desenvolvimento normal e sideradas como variantes do normal. Só por si
involução), que é uma terminologia compre- não implicam aumento significativo no risco

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de progressão para malignidade, sendo o ris-
co de desenvolvimento de cancro da mama

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avaliado em função da presença ou ausência
de hiperplasia epitelial associada.

Figura 2. Quisto mamário com microcalcificações, H&E 200 x

quistos. Pode assumir um aspecto mais exu-


berante com padrão papilar, revestindo ei-
Figura 1. Alterações fibroquísticas H&E 20 x xos fibrovasculares.

2.1.3. ALTERAÇÃO DE CÉLULAS COLUNARES


A alteração fibroquística geralmente traduz-
-se por uma massa de tamanho variável de É uma alteração benigna muito frequente
margens geralmente mal definidas. As téc- na mama, habitualmente associada a ou-
nicas imagiológicas podem revelar presença tras alterações, sendo um achado ocasional
de quistos e de microcalcificações. Esta en- histológico. Pode associar-se a microquisti-
tidade é rara antes dos 25 anos, afectando zação com presença de microcalcificações
maioritariamente mulheres entre os 35 e os no lúmen e por essa razão, o número de
50 anos. Incluem uma série de alterações biopsias destas alterações tem vindo a au-
que se especificam. mentar.
Histologicamente traduz-se por substituição
2.1.1. QUISTOS do epitélio das unidades lobulares por epi-
télio em monocamada de células colunares
Pensa-se que derivam de um processo de altas, com núcleos basais e com decapitação
involução lobular com microquistização dos do tipo apócrino apical.
ácinos. São frequentes, não havendo asso- Podem ser sede de um espectro de altera-
ciação conhecida entre quistos mamários ções que envolvem proliferação epitelial ou
simples e cancro da mama. atipia com diferentes implicações prognós-
Caracterizam-se por dilatação de ácinos reves- ticas, sendo então estudadas mais detalha-
tidos por uma única camada de epitélio cúbi- damente.
co ou achatado repousando em camada de
células mioepiteliais, sendo frequente a meta- 2.2. LESÕES FIBRO-EPITELIAIS
plasia apócrina, por vezes papilar (Fig. 2). E LESÕES ASSOCIADAS

2.1.2. METAPLASIA APÓCRINA É um grupo heterogéneo de lesões bifási-


cas, que apresentam um componente epi-
A metaplasia apócrina é um achado frequen- telial e um componente mesenquimatoso /
te na mama e está associada à formação de estromal.

204 Capítulo 35
2.2.1. FIBROADENOMA 2.2.2. TUMOR FILÓIDE

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Tumor bifásico benigno, mais frequente em Consiste num grupo de tumores bifásicos
mulheres em idade reprodutiva, especial- circunscritos, de estrutura basicamente
mente com idade inferior a 30 anos. Actual- idêntica ao fibroadenoma, mas com cresci-
mente pensa-se que, mais do que represen- mento do estroma comprimindo e distor-
tar uma verdadeira neoplasia, resultam de cendo as estruturas glandulares mamárias
hiperplasia dos lóbulos normais. dispersas num padrão em “folha de trevo” O
Macroscopicamente traduzem-se por nó- componente mesenquimatoso é hipercelu-
dulos móveis bem delimitados, geralmente lar sobretudo em redor das estruturas glan-
de crescimento lento, firmes. Do ponto de dulares (Fig. 4).
vista histopatológico (Fig. 3), o componente Os tumores filóides classificam-se em três
glandular pode ser sede de um vasto leque categorias - benigna, borderline ou maligna
de alterações incluindo hiperplasia epitelial, - dependendo da natureza do componente
alterações metaplásicas ou todas as outras mesenquimatoso.
alterações que podem ser observadas no Nos países ocidentais os tumores filóides são
restante tecido mamário. responsáveis por 0,3 a 1% de todos os tumo-
A variante juvenil (ou celular) é caracteriza- res primitivos da mama e correspondem a
da por aumento da celularidade do estroma 2,5% de todos os tumores fibroepiteliais da
e hiperplasia epitelial. Geralmente a lesão mama5. Ocorrem predominantemente em
atinge grandes dimensões, é observada em mulheres de meia-idade (40-50 anos), num
adolescentes e pode ter um crescimento grupo etário 15 a 20 anos mais tardio que
rápido. o dos fibroadenomas. Os tumores filóides
O diagnóstico diferencial mais importante é malignos ocorrem em média 2 a 5 anos mais
com tumor filóide, apesar deste último afec- tarde que a variante benigna.
tar sobretudo uma faixa etária mais tardia.
Pode haver dificuldade no diagnóstico dife-
rencial, especialmente quando o fibroade-
noma tem um estroma mais celular e com-
prime o epitélio glandular em fenda, num
padrão «filóide-like».

Figura 4. Tumor filóide benigno, H&E 200 x

Clinicamente traduzem-se por massa não


dolorosa unilateral, móvel, que pode atingir
tamanho apreciável (mais de 10 cm) sendo
os limites bem definidos, com bordos lobu-
Figura 3. Fibroadenoma, H&E 40 x lados.

Doença benigna da mama 205


Do ponto de vista histopatológico, a lesão é As recorrências ocorrem geralmente nos
constituída por dois componentes, por um dois anos após a cirurgia inicial. A frequên-

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lado glândulas em fenda revestidas por cé- cia da recorrência local e metástases corre-
lulas epiteliais com camada mioepitelial sub- laciona-se com a categoria do tumor filói-
jacente, podendo apresentar aspectos hiper- de, mas há uma considerável variação nas
plásicos focais. Por outro lado, observa-se um várias séries relatadas. A taxa média da re-
componente estromal que frequentemente corrência é de, respectivamente, 17%, 25%
prolifera, comprimindo em fenda as unida- e 27% para os tumores benignos, borderline
des glandulares num padrão em “folha de e malignos, com uma taxa de metastização
trevo”. O aspecto do componente estromal de 0%, 4% e 22% para as três categorias7.
varia consideravelmente caso a caso e é con-
sistentemente mais celular que o do fibroa- 2.2.3. HAMARTOMA MAMÁRIO
denoma. Os tumores filóides são maioritaria-
mente benignos, de margens bem definidas, Os hamartomas são lesões relativamen-
podendo haver contudo projecções estro- te raras, ocorrem predominantemente na
mais microscópicas para o tecido mamário peri-menopausa e frequentemente apre-
envolvente, muitas vezes responsáveis pela sentam apenas tradução mamográfica.
recidiva destes tumores. Quando o compo- Clinicamente podem ser confundidos quer
nente estromal apresenta atipia, hipercelula- com fibroadenoma quer com tumor filóide.
ridade marcada, actividade mitótica ou áreas O aspecto radiológico é característico, devi-
de franco predomínio sobre o componente do ao conteúdo adiposo da lesão.
glandular, podem ser classificados numa ca- O tamanho varia de 1 a 15 cm, tendo a
tegoria borderline ou maligna. maioria entre 2 a 5 cm. Formam lesões bem
Os tumores filóides malignos têm margens circunscritas, desprovidas de verdadeira
infiltrativas, o estroma mostra características cápsula e são constituídas por uma mistura
francamente sarcomatosas e pode incluir ele- em proporções variáveis de estroma con-
mentos heterólogos como osteossarcoma ou juntivo-adiposo e lóbulos mamários, com
condrossarcoma. Pode haver áreas de claro a configuração geral de “mama dentro de
predomínio do componente sarcomatoso, mama”.
em detrimento do componente glandular.
Os tumores filóides de malignidade border- 2.2.4. ADENOMA TUBULAR
line mostram características intermédias,
apresentando o estroma, frequentemente, Embora englobado neste grupo, é consi-
características de um fibrossarcoma de bai- derado como um adenoma mamário e não
xo grau. como lesão fibroepitelial.
A recorrência local ocorre quer nos tumores São nódulos circunscritos com dimensões
filóides benignos, quer na variante borderli- entre 1 e 4 cm de diâmetro, a maioria não ex-
ne, quer nos tumores filóides malignos, es- cedendo 2 cm. Aparecem no mesmo contex-
tando fortemente dependente da margem to clínico que os fibroadenomas e as caracte-
de excisão. A recorrência pode traduzir-se rísticas imagiológicas são sobreponíveis.
por lesão tumoral com características histo- Macroscopicamente traduzem-se por nódu-
patológicas sobreponíveis às do tumor ori- los bem circunscritos homogéneos e ama-
ginal ou mostrar desdiferenciação (em 75% relados. São constituídos pela proliferação
dos casos)6. No caso dos tumores filóides compacta de estruturas tubulares com a
malignos as metástases ocorrem geralmen- morfologia habitual. Podem apresentar va-
te no pulmão e no esqueleto, sendo raras as riantes, traduzindo-se por características
metástases ganglionares axilares7,8. apócrinas ou lactacionais.

206 Capítulo 35
2.2.5. HIPERPLASIA ESTROMAL dutiva. Pelo menos 10% das peças de mas-
PSEUDO-ANGIOMATOSA tectomia que mostram apenas alterações

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benignas também mostram alterações de
A hiperplasia estromal pseudo-angiomato- adenose esclerosante. Esta alteração tipica-
sa resulta de proliferação miofibroblástica mente ocorre como focos microscópicos dis-
do estroma mamário, que aprisiona o com- persos, associados a microcalcificações. Em
ponente glandular mamário, produzindo raras circunstâncias, há confluência destes
um aspecto bifásico. Este tipo de hiperpla- focos formando uma massa macroscópica
sia estromal é frequentemente observado designada por adenose nodular ou “adeno-
na fase inicial de ginecomastias, podendo sis tumor” Esta variante tende a afectar mu-
aparecer como áreas pequenas e mal defi- lheres dez anos mais novas do que a forma
nidas, no contexto de alteração fibroquís- incidental microscópica9.
tica da mama ou pode formar uma massa A massa é geralmente mal definida e fre-
bem definida (hiperplasia estromal pseu- quentemente associada a microcalcificações.
do-angiomatosa nodular). Pode atingir 3 cm de diâmetro com tamanho
Afecta mulheres em idade reprodutiva e mu- médio de 1,5 cm.
lheres na pós-menopausa que recebem tera- Histologicamente traduz-se por proliferação
pêutica hormonal de substituição9. compacta acinar que mantém a morfolo-
Macroscopicamente a hiperplasia estromal gia habitual, frequentemente com marcada
pseudo-angiomatosa nodular é indistinguí- atrofia devido à fibrose envolvente, por ve-
vel do fibroadenoma, com tamanhos varian- zes com desaparecimento do lúmen. Na for-
do entre 1 e 17 cm. O nome advém da forma ma nodular, há coalescência de numerosas
que adquire o estroma ao proliferar, forman- unidades lobulares afectadas (Fig. 5).
do espaços pseudo-vasculares.
É uma lesão benigna mas pode haver re-
corrência local, possivelmente devido a
excisão incompleta ou à presença de lesões
múltiplas.

2.3. LESÕES ESCLEROSANTES

Sob este título agrupam-se várias entidades


em que coexiste proliferação epitelial e fi-
brose/ esclerose do estroma, formando uma
lesão que clínica, mamográfica e histologi-
camente, se pode confundir com carcinoma.
As lesões consideradas são a adenose escle- Figura 5. Adenose esclerosante nodular, H&E 40
rosante, a adenose microglandular, a cicatriz
radiária e a lesão esclerosante complexa.
O diagnóstico diferencial mais importante é
2.3.1. ADENOSE ESCLEROSANTE com carcinoma invasivo. No entanto, a pre-
servação de uma arquitectura lobular, a per-
O termo implica proliferação glandular, ge- sistência de células mioepiteliais e ausência
ralmente com graus variáveis de distorção de atipia citológica excluem o carcinoma.
arquitectural devido à fibrose envolvente. O risco de desenvolvimento de subsequen-
A adenose esclerosante é comum, geral- te carcinoma invasivo é baixo10, mas pode
mente afectando mulheres em idade repro- haver envolvimento de lesões de adenose

Doença benigna da mama 207


esclerosante quer por carcinoma ductal in so envolvente, de tamanho entre 3 a 5 mm
situ quer por carcinoma lobular in situ. apresentando um centro mais denso.

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Histologicamente observa-se uma área cen-
2.3.2. ADENOSE MICROGLANDULAR tral fibroesclerótica, envolvida por pequenos
ductos de disposição radiária, frequente-
A adenose microglandular é uma lesão mente distorcidos. Mantêm as camadas ha-
rara, benigna, traduzida pela proliferação bituais mioepitelial e epitelial, sem atipia, e
difusa de pequenas estruturas acinares. podem coexistir alterações hiperplásicas9.
Pode ter apenas tradução microscópica ou Põem frequentemente o problema do diag-
formar uma massa palpável de limites rela- nóstico diferencial com carcinoma invasivo,
tivamente bem definidos atingindo alguns quer do ponto vista imagiológico, quer ma-
centímetros. croscópico, quer histológico. O potencial
Macroscopicamente observa-se uma área maligno destas lesões não está definido.
mal definida de tecido de aspecto fibro- Pensa-se que não havendo aspectos hiper-
-adiposo, traduzida histologicamente por plásicos epiteliais associados não há aumen-
proliferação de pequenas estruturas aci- to do risco de carcinoma da mama. Este risco
nares arredondadas que perdem o padrão poderá aumentar em lesões de maior tama-
lobulocêntrico habitual e infiltram difusa- nho, uma vez que se acompanham frequen-
mente o tecido fibro-adiposo. Podem não temente de hiperplasia epitelial.
apresentar camada de células mioepiteliais
subjacente à camada epitelial, e mostram 2.3.4. LESÃO ESCLEROSANTE COMPLEXA
frequentemente material de secreção no
lúmen11,12. A distinção entre cicatriz radiária e lesão es-
Estas lesões põem frequentemente o pro- clerosante complexa é arbitrária, dependen-
blema do diagnóstico diferencial com car- do exclusivamente do tamanho da lesão,
cinoma invasivo, particularmente do tipo reservando-se geralmente o termo de lesão
tubular. esclerosante complexa para lesões de tama-
nho superior a 1 cm.
2.3.3. CICATRIZES RADIÁRIAS
2.4 - PAPILOMAS DUCTAIS E
As cicatrizes radiárias traduzem-se por áre- LESÕES RELACIONADAS
as de distorção do tecido mamário de con-
figuração estrelar, com uma incidência que 2.4.1. PAPILOMAS DUCTAIS
varia de 1,7 a 43%, dependendo a frequên-
cia de detecção do tipo de peça operató- Os papilomas dividem-se em centrais e peri-
ria estudada, do método de detecção e da féricos. Os primeiros (Fig. 6) geralmente são
co-existência de outras alterações patológi- únicos, enquanto os papilomas que afectam
cas. Quanto maior a peça operatória e mais os pequenos ductos periféricos tipicamente
exaustivamente ela é examinada, maior o são múltiplos (Fig. 7), podendo formar pe-
número de cicatrizes radiárias detectadas. quenos agregados. Ocorrem predominan-
As mamas com alterações fibroquísticas temente em mulheres entre os 35 e os 55
são mais frequentemente sede de cicatrizes anos. Têm origem na parede dos ductos e a
radiárias. São geralmente múltiplas e fre- lesão tumoral resultante cresce para dentro
quentemente bilaterais9. do lúmen. Na maior parte dos casos medem
Macroscopicamente caracterizam-se por menos de 2 a 3 mm. Podem atingir dimen-
lesões firmes de configuração radiária, pare- sões de 1 a 2 cm e podem tornar-se intra-
cendo provocar retracção do tecido adipo- quísticos.

208 Capítulo 35
za-se pela presença de proliferação epitelial
atípica focal de baixo grau nuclear no con-

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texto de papiloma5. Outros autores conside-
ram que se trata de envolvimento secundá-
rio de papilomas por carcinoma ductal in situ
ou hiperplasia ductal atípica9.

2.4.2. ADENOMA DUCTAL

Este termo, introduzido por Azzopardi e


Salm, ocorre em grandes ductos mamários,
evidenciando a lesão, para além de uma
Figura 6. Papiloma intraductal central, H&E 20 x estrutura papilar, alterações esclerosan-
tes, sobrepondo-se em parte ao papiloma
esclerosante, à adenose esclerosante e às
lesões esclerosantes complexas. Macrosco-
picamente traduz-se por lesão nodular rela-
tivamente bem definida que pode atingir 3
cm de diâmetro.

2.5. LESÕES DE CÉLULAS COLUNARES

O aparente aumento na incidência de le-


sões de células colunares é devido quer ao
aumento do diagnóstico da entidade pelos
patologistas, quer ao aumento do número
de punções-biopsia de lesões apenas reve-
Figura 7. Papilomas múltiplos periféricos, H&E 20 x ladas na mamografia e que se traduzem por
microcalcificações. Na realidade, nalgumas
séries de transformação de células coluna-
Do ponto de vista microscópico consistem res, observou-se a presença de microcalcifi-
em lesão tumoral pediculada, com o pedí- cações em quase ¾ dos casos13.
culo aderente à parede do ducto, eviden- A alteração de células colunares tem origem
ciando um eixo fibrovascular ramificado nas unidades terminais ducto-lobulares e
revestido pela camada típica mioepitelial e mantém, portanto, características lobulo-
epitelial, podendo apresentar proliferação cêntricas multifocais. Traduz-se por substi-
epitelial associada e, frequentemente, me- tuição do epitélio ducto-acinar por células
taplasia apócrina. colunares altas com núcleo basal e secreção
Actualmente pensa-se que o papiloma cen- apical, formando pequenas projecções na
tral solitário não implica aumento de risco superfície luminal da célula. Acompanham-
para desenvolvimento subsequente de car- -se frequentemente de microquistização
cinoma, ao passo que os papilomas múlti- acinar com presença de microcalcificações
plos, periféricos, têm uma maior associação no lúmen.
com carcinoma ductal in situ e aumento de Pode haver atipia no contexto de transfor-
risco subsequente de carcinoma invasivo9. mação de células colunares, conhecida por
A Organização Mundial de Saúde considera atipia plana (Fig. 8). Refere-se a uma lesão
ainda a entidade papiloma atípico. Caracteri- da unidade terminal ductolobular, na qual

Doença benigna da mama 209


o epitélio nativo é substituído por uma ou O significado destas lesões não está, con-
várias camadas de células epiteliais com tudo, totalmente esclarecido. Enquanto a

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atipia citológica de baixo grau, de forma alteração “pura” de células colunares é con-
cúbica ou colunar. Esta lesão também foi siderada benigna, o significado de atipia
conhecida como carcinoma do tipo “clin- citológica associada não está bem definido;
ging” monomórfico. Estas alterações po- 25 a 33% das punções-biopsia de alterações
dem coexistir com aspectos proliferativos colunares do epitélio ductal com atipia estão
discretos do epitélio, formando pequenos associadas, na biopsia excisional subsequen-
tofos ou micropapilas abortivas num pa- te, à presença de carcinoma in situ ou inva-
drão de hiperplasia de células colunares. sivo, recomendando-se actualmente que a
No entanto, quando ocorre um padrão sua detecção em punção-biopsia implique
arquitectural mais complexo, com forma- biopsia cirúrgica subsequente. Sabe-se que
ção de micropapilas bem desenvolvidas, a transformação de células colunares com
de pontes rígidas epiteliais ou de arcadas, atipia pode estar associada com carcinoma
com evidência de polarização dos núcleos, ductal in situ, geralmente de baixo grau, car-
a lesão deve ser enquadrada em hiperpla- cinoma lobular in situ e carcinoma invasivo,
sia com atipia (Fig. 9). este último geralmente do tipo tubular14-17.

A B

Figura 8. Transformação de células colunares com atipia plana: A = H&E 20 x; B = H&E 200 x

A B

Figura 9. Transformação de células colunares: A = H&E 20 x; B = com hiperplasia atípica H&E 40 x

210 Capítulo 35
2.6. DOENÇA PROLIFERATIVA DA MAMA Estudos imunofenotípicos e estudos de
/ HIPERPLASIA EPITELIAL genética molecular recentes indicam que

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o modelo de progressão linear de epitélio
A doença proliferativa da mama / hiperpla- normal através de hiperplasia, hiperplasia
sia epitelial significa proliferação do epitélio ductal atípica e carcinoma ductal in situ para
ducto-acinar, traduzindo-se por aumento do carcinoma invasivo é demasiado simplista,
número de camadas de células epiteliais para não se confirmando um contínuo biológico
o interior dos ácinos ou dos ductos afectados, de progressão entre hiperplasia do tipo usu-
com preservação da camada celular mioepi- al e carcinoma da mama, parecendo que se
telial subjacente. Coexiste com outras lesões trata à partida de dois processos distintos.
benignas, tais como alteração fibroquística,
papiloma, cicatriz radiária ou lesões esclero- 2.6.1. HIPERPLASIA EPITELIAL DO TIPO USUAL
santes e só por si não tem um quadro clínico (DOENÇA PROLIFERATIVA SEM ATIPIA)
específico. É uma alteração microscópica ge-
ralmente revelada por outra alteração conco- Trata-se de proliferação epitelial intraductal
mitante. Classifica-se em hiperplasia do tipo caracterizada por heterogeneidade celular,
usual (doença proliferativa sem atipia), hi- com variabilidade no tamanho e na forma
perplasia ductal atípica (doença proliferativa das células, sem características óbvias de
com atipia) e hiperplasia lobular atípica. malignidade, mostrando geralmente um
A associação entre hiperplasia epitelial e car- padrão de crescimento irregular, com for-
cinoma foi demonstrada num estudo retros- mação de pequenos lumina de contorno
pectivo por Page e Dupont, em 1985, que e tamanhos variáveis, sem evidência de
também procedeu à estratificação do risco polarização dos núcleos. Estas alterações
de acordo com a lesão18. localizam-se frequentemente nas unidades
Segundo estes autores quando é detectada ducto-lobulares terminais podendo contu-
hiperplasia do tipo usual, o risco de desenvolvi- do afectar todo o sistema ductal (Fig. 10). A
mento de carcinoma é de 1,5 a 2 vezes o da po- composição celular na hiperplasia do tipo
pulação normal, subindo este risco para quatro usual é heterogénea, havendo representa-
a cinco vezes no caso de se detectar hiperplasia ção de células mais imaturas pluripoten-
ductal atípica. Este risco duplica no caso de ha- ciais, exprimindo citoqueratinas 5/6 e 14 e
ver hiperplasia ductal atípica e, associadamen- de células maduras luminais que exibem
te, história familiar de carcinoma da mama. citoqueratinas 8 e 1819.

A B

Figura 10. Hiperplasia ductal do tipo usual: A = H&E 20 x; B = H&E 40 x

Doença benigna da mama 211


O termo hiperplasia ductal do tipo usual carcinoma invasivo é de 8,3 anos comparado
pode ser subdividido em hiperplasia ligeira, com 14,3 anos em mulheres com hiperplasia

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hiperplasia moderada e hiperplasia florida, do tipo usual. No entanto, há uma grande
consoante o grau de proliferação do epitélio, disparidade no risco relativo para hiperplasia
sendo a distinção entre os vários tipos relati- ductal atípica, variando entre 2,4 até 13%5.
vamente subjectiva, uma vez que traduz um
espectro contínuo de alterações. 2.6.3. HIPERPLASIA LOBULAR ATÍPICA

2.6.2. HIPERPLASIA DUCTAL ATÍPICA (DOENÇA Refere-se a proliferação epitelial nas unida-
PROLIFERATIVA COM ATIPIA) des terminais ducto-lobulares, preenchen-
do e podendo distender os ácinos, à custa
Caracteriza-se por proliferação neoplásica de células monótonas e descoesas. A lesão
intraductal de células monomórficas regu- apresenta um espectro que varia desde hi-
larmente distribuídas, com vários padrões perplasia lobular atípica ligeira até ao carci-
característicos. Para além destes critérios cito- noma lobular in situ, partilhando as mesmas
lógicos e arquitecturais, e para estabelecer o alterações genéticas, razão pela qual se utiliza
diagnóstico diferencial com carcinoma in situ, frequentemente o termo “neoplasia lobular”
são também utilizados critérios quantitativos, englobando as duas. Como tal, será abordada
que incluem como limite superior da hiper- no capítulo do carcinoma in situ da mama.
plasia atípica o envolvimento completo de
ductos adjacentes no conjunto com um diâ-
metro inferior ou igual a 2 mm; outros autores 3. DIAGNÓSTICO
requerem que as características citológicas e
arquitecturais estejam presentes em pelo O interesse prático em diagnosticar uma do-
menos dois espaços ducto-acinares. Apesar ença benigna da mama está mais relaciona-
destes critérios, é ainda hoje em dia uma en- do com o diagnóstico diferencial entre uma
tidade que mantém alguma subjectividade situação benigna, que muitas vezes nem ne-
no diagnóstico e que se pensa englobar vá- cessita da instituição de qualquer atitude te-
rias alterações que têm subjacentes proces- rapêutica, uma lesão com risco aumentado
sos biológicos diferentes. Do ponto de vista para o desenvolvimento de um carcinoma
imunohistoquímico a proliferação celular é invasivo e a neoplasia maligna.
homogénea, exclusivamente à custa de célu- A mulher sempre que apresenta sintomato-
las com fenótipo glandular, exprimindo cito- logia mamária só pensa na possibilidade de
queratinas luminais, 8/18, não se observando ter um cancro e daí a premência do diagnós-
expressão de citoqueratinas 5/6 e 14, normal- tico diferencial.
mente presentes num padrão em mosaico Nalgumas situações a doença benigna da
nas proliferações de natureza hiperplásica19. mama pode evoluir de forma sintomática,
O comité para o cancro do Colégio de Pato- como por exemplo, na situação de um ma-
logistas Americanos atribuiu à hiperplasia croquisto infectado ou de um papiloma in-
ductal atípica um risco moderadamente au- traductal que determina corrimento mami-
mentado (4 a 5 vezes o da população nor- lar espontâneo.
mal) para o subsequente desenvolvimento
de carcinoma invasivo20. Após diagnóstico 3.1. HISTÓRIA CLÍNICA
em biopsia mamária de hiperplasia ductal
atípica, 3,7% a 22% das mulheres desenvol- Antes da realização do exame físico das ma-
vem carcinoma invasivo. O intervalo médio mas é necessária a colheita de uma história
para o desenvolvimento subsequente de clínica sendo obrigatório coligir os seguintes

212 Capítulo 35
dados: idade da menarca; idade da primei- mensões variáveis em função do tamanho
ra gravidez a termo; número de gravidezes; das mamas e da sua textura, bem como da

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número de partos; características dos ciclos experiência da mulher em realizar o auto-
menstruais; uso de contraceptivos hormo- -exame. Contudo, o auto-exame não tem
nais e data da última menstruação. Nas mu- qualquer evidência científica como método
lheres após a menopausa, deve ser ainda de prevenção do cancro da mama.
inquirida a data da menopausa e o uso de Outros sintomas que podem ser referen-
terapêutica hormonal de substituição. Em ciados pela doente são a presença de um
todas as situações deve-se investigar a histó- corrimento mamilar (unilateral ou bilate-
ria familiar de cancro da mama (familiar afec- ral, uniporo ou multiporo, leitoso, seroso
tado, idade e cancro bilateral), bem como ou sanguíneo) ou de alterações do mamilo
os antecedentes de patologia mamária e a (invaginação unilateral, descamação, ulcera-
realização de estudos citológicos (e/ou de ção, rubor).
biopsias) prévios. Com a divulgação da mamografia, como mé-
A mulher deve ainda ser inquirida sobre te- todo de rastreio ou de detecção precoce do
rapêutica médica a que esteja a ser submeti- cancro da mama, é cada vez maior o núme-
da como por exemplo anti-depressivos, anti- ro de mulheres que recorre à consulta, sem
coagulantes, etc. qualquer sintomatologia, mas apresentando
um exame imagiológico alterado: nódulo
3.1.1. SINTOMATOLOGIA não palpável, microcalcificações, assimetria
das glândulas ou distorção da sua estrutura.
Em relação ao sintoma apresentado deve
procurar-se indagar junto da doente qual o 3.1.2. EXAME FÍSICO
momento em que este apareceu e se está
relacionado com o ciclo menstrual ou com O exame físico das mamas é a primeira etapa
qualquer outro facto como: traumatismo ma- para o estabelecimento de um diagnóstico e
mário, cirurgia plástica mamária, medicação a solicitação de exames complementares. O
a que esteja a ser submetida, amamentação exame físico inclui a inspecção das mamas e
recente, antecedentes pessoais de neoplasia a sua palpação.
maligna ou outro dado clínico relevante. A inspecção deve ser feita inicialmente com
O sintoma mais frequente é a presença de a doente sentada e com os braços caídos
um nódulo mamário, que a doente detecta ao longo do tronco, posteriormente com a
num determinado momento. Esse nódulo doente em pé e depois deitada em posição
habitualmente não é doloroso, mas pode ser dorsal (posição supino).
acompanhado de dor, calor e rubor a nível Na inspecção, com a doente sentada, deve
da mama, de intensidade variável. Quando observar-se o tamanho, a forma e a simetria
essa situação ocorre é necessário proceder das mamas (Fig. 11). Em muitas mulheres o
ao diagnóstico diferencial entre um proces- tamanho das mamas não é idêntico, o que é
so infeccioso, uma quisto benigno infecta- considerado normal. Contudo, as diferenças
do ou, em situações menos frequentes, um no tamanho e na simetria das mamas podem
carcinoma mamário de tipo inflamatório. A resultar da presença de um tumor. Também
identificação do nódulo, por parte da doen- se devem considerar as alterações da forma,
te, ocorre com frequência durante o duche na ausência de cirurgia prévia. Os tumores
com as mamas ensaboadas e, noutros casos, superficiais podem determinar o apareci-
após um pequeno traumatismo mamário. O mento de uma protuberância no contorno
auto-exame das mamas também permite a da mama ou retracção da pele. A retracção
identificação de formações tumorais de di- cutânea pode resultar da extensão directa

Doença benigna da mama 213


do tumor à pele ou de fibrose. Os tumores
profundos também podem provocar retrac-

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ção quando envolvem os ligamentos de Co-
oper. A retracção cutânea só é importante
em termos prognósticos quando resulta da
extensão directa do tumor à pele.

Figura 12. Inspecção das mamas: Posição que permite


a contracção dos músculos peitorais

O passo seguinte do exame físico é a palpa-


ção dos gânglios regionais. Examinam-se as
Figura 11. Inspecção das mamas: Tamanho, forma e si- regiões ganglionares axilares e supra-clavi-
metria culares com a doente de pé. A axila direita
é examinada com a mão esquerda do mé-
dico e a axila esquerda com a mão direita.
A pele das mamas e os mamilos devem ser A doente deve flectir o braço e apoiá-lo no
inspeccionados e pesquisada a presença de do médico, o que permite o relaxamento do
edema da pele (“pele de laranja”). O edema músculo peitoral e melhor acesso ao cavado
cutâneo pode ser localizado ou estender-se axilar. Se se identificam adenopatias deve-se
a grande parte da mama. O eritema cutâneo avaliar o seu tamanho, número, mobilidade
é outro sinal que deve ser pesquisado. e aderência entre si e/ou a outros planos.
A inspecção dos mamilos deve ter em con- Quando os gânglios são pequenos ( < 1 cm.),
sideração a simetria, a retracção e as altera- moles e móveis, o que sucede com grande
ções nas características da pele. frequência, não devem ser encarados como
Depois da inspecção com os braços relaxa- suspeitos. Contudo, a presença de adenopa-
dos e caídos ao longo do tronco, devem ob- tias supraclaviculares não é frequente e exi-
servar-se as mamas, pedindo à doente para ge sempre uma avaliação complementar.
levantar os braços, permitindo assim uma Após a avaliação ganglionar, deve proceder-
melhor observação dos quadrantes inferio- -se à palpação das mamas com a doente de
res das mamas. A inspecção termina solici- pé. A mama deve ser ligeiramente suportada
tando-se à doente para contrair os múscu- por uma das mãos do observador enquanto a
los peitorais, colocando as mãos nas ancas. palpação é realizada com a porção plana dos
Esta manobra permite melhor evidenciar dedos da outra mão do médico. Beliscando le-
áreas de retracção (Fig. 12). Com o mesmo vemente o tecido mamário entre dois dedos é
objectivo pode pedir-se que, com a doente mais fácil a detecção de pequenos nódulos.
de pé, se incline para a frente, no sentido do O exame físico das mamas completa-se com
observador (apoiando as mãos nos ombros a doente deitada em decúbito dorsal e co-
do observador). locando os braços em cima da cabeça ou

214 Capítulo 35
apoiando a cabeça nas mãos (Fig. 13). Reali- A localização de um eventual nódulo ma-
za-se então a palpação sistemática de toda a mário deve ser referenciada à mama direita

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mama, avaliando-se todos os quadrantes e a e/ou esquerda, bem como aos quadrantes
região central (Fig. 14). A palpação estende- superiores (interno e externo) e inferiores
se desde a clavícula ao sulco infra-mamário (interno e externo). Pode o nódulo localizar-
e do esterno à linha média axilar. A palpação -se na junção de dois quadrantes ou pode
é feita com uma mão, enquanto a outra es- ainda ser central, retro-areolar. Nalgumas
tabiliza a mama. Pode ser completada com situações, o nódulo pode confundir-se com
a colocação da mão do médico numa posi- uma adenopatia axilar, quando se localiza
ção plana, inicialmente na região central da no prolongamento axilar da mama.
mama, e depois em movimentos circulares Em relação ao tamanho, durante a palpa-
suaves, e com ligeira pressão sobre a mama, ção mamária usa-se um compasso ou uma
deslocando-se até à periferia da glândula. pequena régua para medir o tamanho do
nódulo (duas dimensões, sendo mais im-
portante a maior). Por vezes, pode ser iden-
tificado mais do que um nódulo, no mesmo
quadrante ou em quadrantes diferentes.
Quanto à consistência pode a formação tu-
moral ser classificada como tendo uma con-
sistência dura, elástica ou quística.
É fundamental avaliar a mobilidade do nó-
dulo e a sua aderência ou não ao plano mus-
cular profundo e/ou à pele.
Finalmente, na presença de um corrimento
mamilar deve ser referenciado se é espontâ-
neo ou à compressão, se é numa só mama
ou nas duas, se é uniporo ou multiporo e
qual a sua coloração. No caso de corrimento
uniporo com a compressão da mama deve
ser identificado o quadrante de onde pro-
vém (Fig. 15 e 16).
Figura 13. Palpação das mamas em decúbito dorsal

Figura 14. Palpação das mamas em decúbito dorsal, Figura 15. Expressão do mamilo para pesquisa de cor-
com avaliação sistemática de toda a glândula rimento

Doença benigna da mama 215


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Figura 16. Corrimento mamilar sanguíneo uniporo

3.2. - EXAMES IMAGIOLÓGICOS E BIOPSIA/


CITOLOGIA ASPIRATIVA MAMÁRIA Figura 17. “Core” biopsia guiada por ecografia

No caso de ter sido identificado um nódulo


mamário numa mulher jovem (menos de Nas situações em que não há indicação para
35 anos) o primeiro exame a ser solicitado é a “core” biopsia ou há divergência de resulta-
normalmente uma ecografia mamária, não dos está indicada a biopsia excisional.
existindo contra-indicação à realização se- Na presença de um corrimento mamilar sus-
quencial de uma mamografia, para melhor peito (uniporo, sero-hemático ou hemático)
esclarecer o quadro clínico. deve ser realizada uma galactografia bem
Numa mulher mais velha deve ser sempre como o exame citológico do corrimento,
solicitada a mamografia, complementada embora ambos os exames tenham uma taxa
por uma ecografia mamária. elevada de falsos negativos. Nestas circuns-
A grande maioria dos nódulos mamários tâncias deve proceder-se à excisão do galac-
palpáveis tem tradução ecográfica e assim tóforo para um diagnóstico definitivo.
a suspeição clínica de malignidade pode ser As alterações do mamilo, quer se trate de
confirmada quer pela mamografia, quer pela ulcerações superficiais, quer de alterações
ecografia, quer por ambos os exames. eczematosas, obrigam à realização de uma
No capítulo 45 (Parte I) deste Manual são biopsia incisional ou excisional, em função
descritas as imagens correspondentes às da extensão da lesão.
diversas formas de apresentação da doença As lesões mamárias não palpáveis aparente-
benigna da mama. mente benignas podem ou não ser submeti-
Face à presença de um nódulo sólido ma- das a “core” biopsia em função da avaliação
mário com tradução imagiológica (na gran- imagiológica.
de maioria dos casos tradução ecográfica),
com dimensão igual ou superior a 1,5 cm.,
preferencialmente, a sequência do diagnós- 4. TRATAMENTO
tico comporta a realização de uma biopsia
ecoguiada com agulha (“core” biopsia), que 4.1. QUISTOS
permite um diagnóstico histopatológico
(Fig. 17). Em alternativa pode ser realizada Existem poucos dados sobre a incidência
uma citopunção aspirativa com agulha fina dos quistos mamários na população. Frantz
para exame citológico. VK, et al.21 descreveram em 225 autópsias de

216 Capítulo 35
mulheres com mamas ditas normais 19% de um estudo prospectivo para reduzir as recor-
macroquistos. Calcula-se que 7 a 10% das rências, que consistia em, após aspiração do

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mulheres ocidentais desenvolvam quistos líquido do quisto, injectar na cavidade uma
mamários ao longo da vida e mesmo quistos solução esclerosante (Sclerovein®). Foram
complexos podem ser detectados em 5% avaliadas 57 doentes (37 com quistos do
das ecografias mamárias22. tipo I e 20 com quistos do tipo II) e após um
Os quistos podem ser classificados de tipo I, seguimento de 6 meses não se detectaram
quando o epitélio que os reveste apresenta recorrências nas doentes com quistos de
metaplasia apócrina, ou de tipo II, quando este tipo I e apenas se identificaram quistos resi-
epitélio é muito atenuado ou não existe23. duais em duas doentes com quistos do tipo
Têm sido realizados vários estudos para avaliar II. Após 3 anos a taxa de recorrências foi de
a constituição do líquido dos quistos, determi- 2%. Não se registaram efeitos secundários28.
nando-se a concentração em sódio (Na+), po- No caso de macroquisto em mulher pós-me-
tássio (K+) e em sulfato de dihidroepiandros- nopausa e que recidiva, deve promover-se a
terona (S-DHEA). A relação Na+/K+ permite a sua excisão cirúrgica. Esta atitude também se
separação entre quistos de tipo I (Na+/K+<3) e aplica às situações em que se associa ao quis-
quistos de tipo II(Na+/K+>3)23. S-DHEA é consi- to um tumor papilar intraquístico. A excisão
derado um marcador de actividade metabóli- deve comportar uma margem de segurança
ca das células apócrinas do epitélio23. de cerca de 1 cm., como nos tumores filóides.
O risco de cancro da mama é de 1,5 para A mastectomia subcutânea (com colocação
os macroquistos volumosos e este risco au- de prótese de silicone) no caso de doença
menta no caso de risco hereditário de cancro quística extensa e recorrente foi praticada
da mama, sobretudo se os quistos são múlti- no passado e hoje só é aceite em casos ex-
plos e de tipo I (risco 4,0)24,25. cepcionais, em que há outros factores de ris-
Os quistos de pequenas dimensões (infe- co para cancro da mama.
riores a 1,5 cm) não necessitam de qualquer
tratamento e por vezes regridem de forma 4.2. FIBROADENOMA
espontânea. Os macroquistos habitualmen-
te são submetidos a uma punção aspirativa É difícil avaliar a incidência e a prevalência do
com agulha fina (de preferência guiada por fibroadenoma, embora se calcule que seja à
ecografia) e o estudo citológico do líquido as- volta de 10%. Alguns pequenos fibroadeno-
pirado não é recomendado de rotina, excepto mas assintomáticos apenas são detectados
se apresentar uma cor hemática ou sero-he- em programas de rastreio de cancro da mama
mática26. Após aspiração a recorrência dos (com o recurso à mamografia), ou aquando
quistos sucede em 10 a 20% das mulheres23. da realização de uma ecografia mamária.
Têm sido tentadas outras terapêuticas alter- A associação cancro e fibroadenoma deve
nativas, como restrições dietéticas e o uso de ter em consideração 3 aspectos: a associa-
medicamentos como a bromocriptina, o da- ção de um cancro com um fibroadenoma;
nazol ou o tamoxifeno. Qualquer um destes o aparecimento subsequente de um can-
medicamentos reduz o volume e o número cro numa doente com um fibroadenoma; e
de quistos, mas após a suspensão os quistos a progressão possível de um fibroadenoma
reaparecem e, além disso, têm efeitos secun- para um tumor filóide.
dários não negligenciáveis. Há ainda estudos A associação de um cancro com um fibroa-
que sugerem o recurso à pneumocistografia denoma é rara e pode resultar da infiltração
para reduzir a incidência de recorrências27. directa do fibroadenoma por um cancro ad-
Há alguns anos, em conjunto com um nosso jacente ou da cancerização do fibroadenoma,
colaborador, Carlos Gomes, desenvolvemos num processo análogo ao da cancerização

Doença benigna da mama 217


dos lóbulos por um carcinoma ductal. Os fi- em que se verificou um aumento das dimen-
broadenomas comportam um pequeno ris- sões do nódulo de pelo menos 20%. As doen-

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co de cancro da mama, particularmente nos tes mantiveram-se em observação durante 2
casos de fibroadenomas com uma histologia anos no caso de as lesões terem regredido ou
complexa. Este risco tem interesse biológico, estabilizado. Em nenhum caso foi diagnosti-
em estudos moleculares, mas não deve in- cado cancro da mama. Os autores recomen-
fluenciar a conduta clínica29. dam a “core” biopsia para maior segurança.
A maior parte dos fibroadenomas não au- Em conclusão, a conduta conservadora é
menta de dimensões com o decorrer do um procedimento cada vez mais frequente,
tempo. Quando este aumento sucede, habi- mas tem que ser bem aceite pela doente e
tualmente o crescimento é seguido de uma ter sido realizada uma “core” biopsia guiada
fase de estabilização, em 80% das mulheres. por ecografia.
A regressão dos fibroadenomas pode ocor- Quanto ao tratamento cirúrgico, classica-
rer em cerca de 15% das situações e a pro- mente procede-se à excisão do nódulo atra-
gressão em apenas 5 - 10%29. vés de uma pequena incisão por cima do
Face à suspeição clínica e imagiológica de um fibroadenoma, ou por uma incisão peri-are-
fibroadenoma a nossa conduta é a seguinte: em olar se o nódulo estiver a menos de 3 cm do
lesões com dimensões inferiores a 1,5 cm sub- mamilo. É possível também recorrer a técni-
metemos a doente a um controlo imagiológico cas minimamente invasivas como a excisão
passados 6 a 12 meses (em função da idade e de do fibroadenoma assistida por vácuo e guia-
factores de risco de cancro da mama); em lesões da pela ecografia. O recurso ao LASER ou à
com dimensão igual ou superior a 1,5 cm sub- criocirurgia não é ainda consensual29.
metemos a doente preferencialmente a uma Tem havido algumas tentativas de tratamen-
“core” biopsia guiada pela ecografia ou, even- to hormonal com tamoxifeno, danazol ou
tualmente, quando se dispõe de um citopato- progestativos cujos resultados são difíceis
logista com grande experiência, a uma punção de avaliar, para além dos efeitos secundários
aspirativa com agulha fina (FNAC), orientada destes mediamentos.
por ecografia, para estudo citológico. Assim, é
possível obter um diagnóstico histológico e/ou 4.3. TUMOR FILÓIDE
uma informação citológica.
O tratamento dos fibroadenomas é cada vez Os tumores filóides surgem em qualquer idade
mais conservador, facto que se deve à circuns- e refere-se que 1 em cada 40 fibroadenomas é
tância de se considerar o fibroadenoma inclu- um tumor filóide. São tumores com um cres-
ído nas situações de ANDI. A doente deve ser cimento muito rápido, podendo atingir gran-
devidamente esclarecida para que participe des dimensões, ocupando grande parte da
na decisão da conduta terapêutica. Tal como mama. Têm tendência a recidivar localmente,
outros29, recomendamos a excisão cirúrgica se não forem excisados com uma margem de
do fibroadenoma, quando as suas dimensões segurança. Os tumores filóides benignos não
ultrapassam os 2,5 a 3 cm de diâmetro. metastizam e têm um excelente prognóstico.
A conduta conservadora foi avaliada num es- Os tumores filóides malignos (sarcoma filóide)
tudo prospectivo30 em doentes com menos têm um comportamento imprevisível.
de 40 anos e com o diagnóstico clínico con- Para orientação da conduta terapêutica ci-
firmado por citologia e ecografia (e mamo- rúrgica a idade é um factor importante. Em
grafia nas mulheres com mais de 35 anos). A doentes com menos de 25 anos deve pro-
conduta conservadora foi adoptada por 90% ceder-se à enucleação do tumor, na medida
das mulheres, que foram monitorizadas regu- em que tem um comportamento benigno.
larmente. A excisão ocorreu em 8% dos casos, Em mulheres mais velhas, aconselha-se a

218 Capítulo 35
excisão do tumor com uma margem de se- praticado nas lesões malignas ou suspeitas
gurança de pelo menos 1 cm. A excisão in- de malignidade (marcação prévia com ar-

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completa é a principal determinante de re- pão, controlo radiológico da peça operatória
corrências em tumores filóides benignos e e controlo das margens).
em tumores filóides “borderline”.
Deve evitar-se nestes tumores a biopsia ex- 4.6. CICATRIZES RADIÁRIAS E LESÃO
cisional, como método de diagnóstico, dado ESCLEROSANTE COMPLEXA
que não comporta a margem de segurança
necessária. O diagnóstico histológico deve A metodologia de diagnóstico é idêntica à
ser feito por “core” biopsia. empregue na suspeita de adenose esclero-
Nalgumas situações de tumores muito volu- sante (“core” biopsia orientada por ecografia
mosos a mastectomia total com reconstru- ou estereotaxia).
ção imediata está indicada. Também no caso Embora alguns autores admitam a possibili-
de recorrência esta conduta cirúrgica pode dade de não intervenção cirúrgica e apenas
ser a mais conveniente. Nos tumores filóides controlo clínico e imagiológico32, a grande
“borderline” e em situações de recorrência maioria preconiza a excisão cirúrgica, tal
de um tumor filóide benigno a quadrantec- como na adenose esclerosante29.
tomia está indicada para permitir um correc-
to controlo local. 4.7. PAPILOMAS DUCTAIS

4.4. HIPERPLASIA ESTROMAL Considera-se que o papiloma central so-


PSEUDO-ANGIOMATOSA litário não implica aumento de risco para
desenvolvimento subsequente de carcino-
O tratamento adequado é a excisão simples. ma, ao passo que os papilomas múltiplos,
Nos casos de recorrência, pouco frequente, a periféricos, têm uma maior associação com
excisão da lesão continua a ser o tratamento carcinoma ductal in situ e aumento de risco
correcto. Alguns autores não recomendam a subsequente de carcinoma invasivo9.
cirurgia mas apenas o controlo clínico e ra- A conduta terapêutica é diferente. No caso
diológico31. de papilomas múltiplos periféricos é neces-
Dada a dependência hormonal desta lesão sária uma excisão ampla, que comporta na
o tamoxifeno tem sido empregue, mas não maior parte das vezes uma mastectomia to-
existem estudos com um número suficiente tal com reconstrução imediata.
de doentes que confirmem uma eventual Quanto ao papiloma solitário pode ser res-
evidência científica. ponsável por corrimento mamilar uniporo ou
multiporo e a designação de “solitário” não
4.5. ADENOSE ESCLEROSANTE corresponde a que seja “único”, podendo apa-
recer 2 ou 3 no mesmo ducto ou em ductos
Na medida em que o diagnóstico diferencial diferentes. Há quem prefira a designação de
entre adenose esclerosante e cancro não é “discreto”29. A excisão cirúrgica do ducto ou
possível através da imagem, a prova histoló- dos ductos é recomendável até uma profun-
gica é essencial, através da «core» biopsia. Se didade em média de 5 cm a partir do mamilo.
a amostra recolhida é suficiente para segu-
rança do diagnóstico histológico, a conduta 4.8. DOENÇA PROLIFERATIVA DA MAMA
subsequente pode comportar apenas con- (HIPERPLASIA EPITELIAL)
trolo clínico.
Se a excisão cirúrgica se justificar em lesões A conduta terapêutica em situações de hi-
não palpáveis o procedimento é idêntico ao perplasia deve ter em consideração dois

Doença benigna da mama 219


factos fundamentais: hiperplasia epitelial do 12 Millis RR, Eusebi V. Microglandular adenosis of the
breast. Adv Anat Pathol 1995, 2: 10-18.
tipo usual (sem atipia) ou hiperplasia ductal 13 Fraser JL, Rasa S, Chomyk et al. Columnar alterations

Sem o consentimento prévio por escrito do editor, não se pode reproduzir nem fotocopiar nenhuma parte desta publicação   © Permanyer Portugal 2010
atípica e, em segundo lugar, história de can- with proeminent apical snouts and secretions. A spec-
trum of changes frequently present in breast biopsies
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forme é referenciado no capítulo 36. ectatic ducts of the breast by ductal carcinoma in
A hiperplasia, particularmente a ductal situ cells with apocrine snouts. A lesion associated
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atípica, diagnosticada numa mulher por- 561-566.
tadora de mutações de BRCA 1/2 é uma 18 Dupont WD, Page DL. Risk factors for breast cancer in
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justificação acrescida para a realização de 312: 146-151.
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Conceptual Approach to Proliferative Breast Disease.
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