Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Sem o consentimento prévio por escrito do editor, não se pode reproduzir nem fotocopiar nenhuma parte desta publicação © Permanyer Portugal 2010
Teresa Simões da Silva e Carlos Freire de Oliveira
203
de progressão para malignidade, sendo o ris-
co de desenvolvimento de cancro da mama
Sem o consentimento prévio por escrito do editor, não se pode reproduzir nem fotocopiar nenhuma parte desta publicação © Permanyer Portugal 2010
avaliado em função da presença ou ausência
de hiperplasia epitelial associada.
204 Capítulo 35
2.2.1. FIBROADENOMA 2.2.2. TUMOR FILÓIDE
Sem o consentimento prévio por escrito do editor, não se pode reproduzir nem fotocopiar nenhuma parte desta publicação © Permanyer Portugal 2010
Tumor bifásico benigno, mais frequente em Consiste num grupo de tumores bifásicos
mulheres em idade reprodutiva, especial- circunscritos, de estrutura basicamente
mente com idade inferior a 30 anos. Actual- idêntica ao fibroadenoma, mas com cresci-
mente pensa-se que, mais do que represen- mento do estroma comprimindo e distor-
tar uma verdadeira neoplasia, resultam de cendo as estruturas glandulares mamárias
hiperplasia dos lóbulos normais. dispersas num padrão em “folha de trevo” O
Macroscopicamente traduzem-se por nó- componente mesenquimatoso é hipercelu-
dulos móveis bem delimitados, geralmente lar sobretudo em redor das estruturas glan-
de crescimento lento, firmes. Do ponto de dulares (Fig. 4).
vista histopatológico (Fig. 3), o componente Os tumores filóides classificam-se em três
glandular pode ser sede de um vasto leque categorias - benigna, borderline ou maligna
de alterações incluindo hiperplasia epitelial, - dependendo da natureza do componente
alterações metaplásicas ou todas as outras mesenquimatoso.
alterações que podem ser observadas no Nos países ocidentais os tumores filóides são
restante tecido mamário. responsáveis por 0,3 a 1% de todos os tumo-
A variante juvenil (ou celular) é caracteriza- res primitivos da mama e correspondem a
da por aumento da celularidade do estroma 2,5% de todos os tumores fibroepiteliais da
e hiperplasia epitelial. Geralmente a lesão mama5. Ocorrem predominantemente em
atinge grandes dimensões, é observada em mulheres de meia-idade (40-50 anos), num
adolescentes e pode ter um crescimento grupo etário 15 a 20 anos mais tardio que
rápido. o dos fibroadenomas. Os tumores filóides
O diagnóstico diferencial mais importante é malignos ocorrem em média 2 a 5 anos mais
com tumor filóide, apesar deste último afec- tarde que a variante benigna.
tar sobretudo uma faixa etária mais tardia.
Pode haver dificuldade no diagnóstico dife-
rencial, especialmente quando o fibroade-
noma tem um estroma mais celular e com-
prime o epitélio glandular em fenda, num
padrão «filóide-like».
Sem o consentimento prévio por escrito do editor, não se pode reproduzir nem fotocopiar nenhuma parte desta publicação © Permanyer Portugal 2010
lado glândulas em fenda revestidas por cé- cia da recorrência local e metástases corre-
lulas epiteliais com camada mioepitelial sub- laciona-se com a categoria do tumor filói-
jacente, podendo apresentar aspectos hiper- de, mas há uma considerável variação nas
plásicos focais. Por outro lado, observa-se um várias séries relatadas. A taxa média da re-
componente estromal que frequentemente corrência é de, respectivamente, 17%, 25%
prolifera, comprimindo em fenda as unida- e 27% para os tumores benignos, borderline
des glandulares num padrão em “folha de e malignos, com uma taxa de metastização
trevo”. O aspecto do componente estromal de 0%, 4% e 22% para as três categorias7.
varia consideravelmente caso a caso e é con-
sistentemente mais celular que o do fibroa- 2.2.3. HAMARTOMA MAMÁRIO
denoma. Os tumores filóides são maioritaria-
mente benignos, de margens bem definidas, Os hamartomas são lesões relativamen-
podendo haver contudo projecções estro- te raras, ocorrem predominantemente na
mais microscópicas para o tecido mamário peri-menopausa e frequentemente apre-
envolvente, muitas vezes responsáveis pela sentam apenas tradução mamográfica.
recidiva destes tumores. Quando o compo- Clinicamente podem ser confundidos quer
nente estromal apresenta atipia, hipercelula- com fibroadenoma quer com tumor filóide.
ridade marcada, actividade mitótica ou áreas O aspecto radiológico é característico, devi-
de franco predomínio sobre o componente do ao conteúdo adiposo da lesão.
glandular, podem ser classificados numa ca- O tamanho varia de 1 a 15 cm, tendo a
tegoria borderline ou maligna. maioria entre 2 a 5 cm. Formam lesões bem
Os tumores filóides malignos têm margens circunscritas, desprovidas de verdadeira
infiltrativas, o estroma mostra características cápsula e são constituídas por uma mistura
francamente sarcomatosas e pode incluir ele- em proporções variáveis de estroma con-
mentos heterólogos como osteossarcoma ou juntivo-adiposo e lóbulos mamários, com
condrossarcoma. Pode haver áreas de claro a configuração geral de “mama dentro de
predomínio do componente sarcomatoso, mama”.
em detrimento do componente glandular.
Os tumores filóides de malignidade border- 2.2.4. ADENOMA TUBULAR
line mostram características intermédias,
apresentando o estroma, frequentemente, Embora englobado neste grupo, é consi-
características de um fibrossarcoma de bai- derado como um adenoma mamário e não
xo grau. como lesão fibroepitelial.
A recorrência local ocorre quer nos tumores São nódulos circunscritos com dimensões
filóides benignos, quer na variante borderli- entre 1 e 4 cm de diâmetro, a maioria não ex-
ne, quer nos tumores filóides malignos, es- cedendo 2 cm. Aparecem no mesmo contex-
tando fortemente dependente da margem to clínico que os fibroadenomas e as caracte-
de excisão. A recorrência pode traduzir-se rísticas imagiológicas são sobreponíveis.
por lesão tumoral com características histo- Macroscopicamente traduzem-se por nódu-
patológicas sobreponíveis às do tumor ori- los bem circunscritos homogéneos e ama-
ginal ou mostrar desdiferenciação (em 75% relados. São constituídos pela proliferação
dos casos)6. No caso dos tumores filóides compacta de estruturas tubulares com a
malignos as metástases ocorrem geralmen- morfologia habitual. Podem apresentar va-
te no pulmão e no esqueleto, sendo raras as riantes, traduzindo-se por características
metástases ganglionares axilares7,8. apócrinas ou lactacionais.
206 Capítulo 35
2.2.5. HIPERPLASIA ESTROMAL dutiva. Pelo menos 10% das peças de mas-
PSEUDO-ANGIOMATOSA tectomia que mostram apenas alterações
Sem o consentimento prévio por escrito do editor, não se pode reproduzir nem fotocopiar nenhuma parte desta publicação © Permanyer Portugal 2010
benignas também mostram alterações de
A hiperplasia estromal pseudo-angiomato- adenose esclerosante. Esta alteração tipica-
sa resulta de proliferação miofibroblástica mente ocorre como focos microscópicos dis-
do estroma mamário, que aprisiona o com- persos, associados a microcalcificações. Em
ponente glandular mamário, produzindo raras circunstâncias, há confluência destes
um aspecto bifásico. Este tipo de hiperpla- focos formando uma massa macroscópica
sia estromal é frequentemente observado designada por adenose nodular ou “adeno-
na fase inicial de ginecomastias, podendo sis tumor” Esta variante tende a afectar mu-
aparecer como áreas pequenas e mal defi- lheres dez anos mais novas do que a forma
nidas, no contexto de alteração fibroquís- incidental microscópica9.
tica da mama ou pode formar uma massa A massa é geralmente mal definida e fre-
bem definida (hiperplasia estromal pseu- quentemente associada a microcalcificações.
do-angiomatosa nodular). Pode atingir 3 cm de diâmetro com tamanho
Afecta mulheres em idade reprodutiva e mu- médio de 1,5 cm.
lheres na pós-menopausa que recebem tera- Histologicamente traduz-se por proliferação
pêutica hormonal de substituição9. compacta acinar que mantém a morfolo-
Macroscopicamente a hiperplasia estromal gia habitual, frequentemente com marcada
pseudo-angiomatosa nodular é indistinguí- atrofia devido à fibrose envolvente, por ve-
vel do fibroadenoma, com tamanhos varian- zes com desaparecimento do lúmen. Na for-
do entre 1 e 17 cm. O nome advém da forma ma nodular, há coalescência de numerosas
que adquire o estroma ao proliferar, forman- unidades lobulares afectadas (Fig. 5).
do espaços pseudo-vasculares.
É uma lesão benigna mas pode haver re-
corrência local, possivelmente devido a
excisão incompleta ou à presença de lesões
múltiplas.
Sem o consentimento prévio por escrito do editor, não se pode reproduzir nem fotocopiar nenhuma parte desta publicação © Permanyer Portugal 2010
Histologicamente observa-se uma área cen-
2.3.2. ADENOSE MICROGLANDULAR tral fibroesclerótica, envolvida por pequenos
ductos de disposição radiária, frequente-
A adenose microglandular é uma lesão mente distorcidos. Mantêm as camadas ha-
rara, benigna, traduzida pela proliferação bituais mioepitelial e epitelial, sem atipia, e
difusa de pequenas estruturas acinares. podem coexistir alterações hiperplásicas9.
Pode ter apenas tradução microscópica ou Põem frequentemente o problema do diag-
formar uma massa palpável de limites rela- nóstico diferencial com carcinoma invasivo,
tivamente bem definidos atingindo alguns quer do ponto vista imagiológico, quer ma-
centímetros. croscópico, quer histológico. O potencial
Macroscopicamente observa-se uma área maligno destas lesões não está definido.
mal definida de tecido de aspecto fibro- Pensa-se que não havendo aspectos hiper-
-adiposo, traduzida histologicamente por plásicos epiteliais associados não há aumen-
proliferação de pequenas estruturas aci- to do risco de carcinoma da mama. Este risco
nares arredondadas que perdem o padrão poderá aumentar em lesões de maior tama-
lobulocêntrico habitual e infiltram difusa- nho, uma vez que se acompanham frequen-
mente o tecido fibro-adiposo. Podem não temente de hiperplasia epitelial.
apresentar camada de células mioepiteliais
subjacente à camada epitelial, e mostram 2.3.4. LESÃO ESCLEROSANTE COMPLEXA
frequentemente material de secreção no
lúmen11,12. A distinção entre cicatriz radiária e lesão es-
Estas lesões põem frequentemente o pro- clerosante complexa é arbitrária, dependen-
blema do diagnóstico diferencial com car- do exclusivamente do tamanho da lesão,
cinoma invasivo, particularmente do tipo reservando-se geralmente o termo de lesão
tubular. esclerosante complexa para lesões de tama-
nho superior a 1 cm.
2.3.3. CICATRIZES RADIÁRIAS
2.4 - PAPILOMAS DUCTAIS E
As cicatrizes radiárias traduzem-se por áre- LESÕES RELACIONADAS
as de distorção do tecido mamário de con-
figuração estrelar, com uma incidência que 2.4.1. PAPILOMAS DUCTAIS
varia de 1,7 a 43%, dependendo a frequên-
cia de detecção do tipo de peça operató- Os papilomas dividem-se em centrais e peri-
ria estudada, do método de detecção e da féricos. Os primeiros (Fig. 6) geralmente são
co-existência de outras alterações patológi- únicos, enquanto os papilomas que afectam
cas. Quanto maior a peça operatória e mais os pequenos ductos periféricos tipicamente
exaustivamente ela é examinada, maior o são múltiplos (Fig. 7), podendo formar pe-
número de cicatrizes radiárias detectadas. quenos agregados. Ocorrem predominan-
As mamas com alterações fibroquísticas temente em mulheres entre os 35 e os 55
são mais frequentemente sede de cicatrizes anos. Têm origem na parede dos ductos e a
radiárias. São geralmente múltiplas e fre- lesão tumoral resultante cresce para dentro
quentemente bilaterais9. do lúmen. Na maior parte dos casos medem
Macroscopicamente caracterizam-se por menos de 2 a 3 mm. Podem atingir dimen-
lesões firmes de configuração radiária, pare- sões de 1 a 2 cm e podem tornar-se intra-
cendo provocar retracção do tecido adipo- quísticos.
208 Capítulo 35
za-se pela presença de proliferação epitelial
atípica focal de baixo grau nuclear no con-
Sem o consentimento prévio por escrito do editor, não se pode reproduzir nem fotocopiar nenhuma parte desta publicação © Permanyer Portugal 2010
texto de papiloma5. Outros autores conside-
ram que se trata de envolvimento secundá-
rio de papilomas por carcinoma ductal in situ
ou hiperplasia ductal atípica9.
Sem o consentimento prévio por escrito do editor, não se pode reproduzir nem fotocopiar nenhuma parte desta publicação © Permanyer Portugal 2010
atipia citológica de baixo grau, de forma alteração “pura” de células colunares é con-
cúbica ou colunar. Esta lesão também foi siderada benigna, o significado de atipia
conhecida como carcinoma do tipo “clin- citológica associada não está bem definido;
ging” monomórfico. Estas alterações po- 25 a 33% das punções-biopsia de alterações
dem coexistir com aspectos proliferativos colunares do epitélio ductal com atipia estão
discretos do epitélio, formando pequenos associadas, na biopsia excisional subsequen-
tofos ou micropapilas abortivas num pa- te, à presença de carcinoma in situ ou inva-
drão de hiperplasia de células colunares. sivo, recomendando-se actualmente que a
No entanto, quando ocorre um padrão sua detecção em punção-biopsia implique
arquitectural mais complexo, com forma- biopsia cirúrgica subsequente. Sabe-se que
ção de micropapilas bem desenvolvidas, a transformação de células colunares com
de pontes rígidas epiteliais ou de arcadas, atipia pode estar associada com carcinoma
com evidência de polarização dos núcleos, ductal in situ, geralmente de baixo grau, car-
a lesão deve ser enquadrada em hiperpla- cinoma lobular in situ e carcinoma invasivo,
sia com atipia (Fig. 9). este último geralmente do tipo tubular14-17.
A B
Figura 8. Transformação de células colunares com atipia plana: A = H&E 20 x; B = H&E 200 x
A B
210 Capítulo 35
2.6. DOENÇA PROLIFERATIVA DA MAMA Estudos imunofenotípicos e estudos de
/ HIPERPLASIA EPITELIAL genética molecular recentes indicam que
Sem o consentimento prévio por escrito do editor, não se pode reproduzir nem fotocopiar nenhuma parte desta publicação © Permanyer Portugal 2010
o modelo de progressão linear de epitélio
A doença proliferativa da mama / hiperpla- normal através de hiperplasia, hiperplasia
sia epitelial significa proliferação do epitélio ductal atípica e carcinoma ductal in situ para
ducto-acinar, traduzindo-se por aumento do carcinoma invasivo é demasiado simplista,
número de camadas de células epiteliais para não se confirmando um contínuo biológico
o interior dos ácinos ou dos ductos afectados, de progressão entre hiperplasia do tipo usu-
com preservação da camada celular mioepi- al e carcinoma da mama, parecendo que se
telial subjacente. Coexiste com outras lesões trata à partida de dois processos distintos.
benignas, tais como alteração fibroquística,
papiloma, cicatriz radiária ou lesões esclero- 2.6.1. HIPERPLASIA EPITELIAL DO TIPO USUAL
santes e só por si não tem um quadro clínico (DOENÇA PROLIFERATIVA SEM ATIPIA)
específico. É uma alteração microscópica ge-
ralmente revelada por outra alteração conco- Trata-se de proliferação epitelial intraductal
mitante. Classifica-se em hiperplasia do tipo caracterizada por heterogeneidade celular,
usual (doença proliferativa sem atipia), hi- com variabilidade no tamanho e na forma
perplasia ductal atípica (doença proliferativa das células, sem características óbvias de
com atipia) e hiperplasia lobular atípica. malignidade, mostrando geralmente um
A associação entre hiperplasia epitelial e car- padrão de crescimento irregular, com for-
cinoma foi demonstrada num estudo retros- mação de pequenos lumina de contorno
pectivo por Page e Dupont, em 1985, que e tamanhos variáveis, sem evidência de
também procedeu à estratificação do risco polarização dos núcleos. Estas alterações
de acordo com a lesão18. localizam-se frequentemente nas unidades
Segundo estes autores quando é detectada ducto-lobulares terminais podendo contu-
hiperplasia do tipo usual, o risco de desenvolvi- do afectar todo o sistema ductal (Fig. 10). A
mento de carcinoma é de 1,5 a 2 vezes o da po- composição celular na hiperplasia do tipo
pulação normal, subindo este risco para quatro usual é heterogénea, havendo representa-
a cinco vezes no caso de se detectar hiperplasia ção de células mais imaturas pluripoten-
ductal atípica. Este risco duplica no caso de ha- ciais, exprimindo citoqueratinas 5/6 e 14 e
ver hiperplasia ductal atípica e, associadamen- de células maduras luminais que exibem
te, história familiar de carcinoma da mama. citoqueratinas 8 e 1819.
A B
Sem o consentimento prévio por escrito do editor, não se pode reproduzir nem fotocopiar nenhuma parte desta publicação © Permanyer Portugal 2010
hiperplasia moderada e hiperplasia florida, do tipo usual. No entanto, há uma grande
consoante o grau de proliferação do epitélio, disparidade no risco relativo para hiperplasia
sendo a distinção entre os vários tipos relati- ductal atípica, variando entre 2,4 até 13%5.
vamente subjectiva, uma vez que traduz um
espectro contínuo de alterações. 2.6.3. HIPERPLASIA LOBULAR ATÍPICA
2.6.2. HIPERPLASIA DUCTAL ATÍPICA (DOENÇA Refere-se a proliferação epitelial nas unida-
PROLIFERATIVA COM ATIPIA) des terminais ducto-lobulares, preenchen-
do e podendo distender os ácinos, à custa
Caracteriza-se por proliferação neoplásica de células monótonas e descoesas. A lesão
intraductal de células monomórficas regu- apresenta um espectro que varia desde hi-
larmente distribuídas, com vários padrões perplasia lobular atípica ligeira até ao carci-
característicos. Para além destes critérios cito- noma lobular in situ, partilhando as mesmas
lógicos e arquitecturais, e para estabelecer o alterações genéticas, razão pela qual se utiliza
diagnóstico diferencial com carcinoma in situ, frequentemente o termo “neoplasia lobular”
são também utilizados critérios quantitativos, englobando as duas. Como tal, será abordada
que incluem como limite superior da hiper- no capítulo do carcinoma in situ da mama.
plasia atípica o envolvimento completo de
ductos adjacentes no conjunto com um diâ-
metro inferior ou igual a 2 mm; outros autores 3. DIAGNÓSTICO
requerem que as características citológicas e
arquitecturais estejam presentes em pelo O interesse prático em diagnosticar uma do-
menos dois espaços ducto-acinares. Apesar ença benigna da mama está mais relaciona-
destes critérios, é ainda hoje em dia uma en- do com o diagnóstico diferencial entre uma
tidade que mantém alguma subjectividade situação benigna, que muitas vezes nem ne-
no diagnóstico e que se pensa englobar vá- cessita da instituição de qualquer atitude te-
rias alterações que têm subjacentes proces- rapêutica, uma lesão com risco aumentado
sos biológicos diferentes. Do ponto de vista para o desenvolvimento de um carcinoma
imunohistoquímico a proliferação celular é invasivo e a neoplasia maligna.
homogénea, exclusivamente à custa de célu- A mulher sempre que apresenta sintomato-
las com fenótipo glandular, exprimindo cito- logia mamária só pensa na possibilidade de
queratinas luminais, 8/18, não se observando ter um cancro e daí a premência do diagnós-
expressão de citoqueratinas 5/6 e 14, normal- tico diferencial.
mente presentes num padrão em mosaico Nalgumas situações a doença benigna da
nas proliferações de natureza hiperplásica19. mama pode evoluir de forma sintomática,
O comité para o cancro do Colégio de Pato- como por exemplo, na situação de um ma-
logistas Americanos atribuiu à hiperplasia croquisto infectado ou de um papiloma in-
ductal atípica um risco moderadamente au- traductal que determina corrimento mami-
mentado (4 a 5 vezes o da população nor- lar espontâneo.
mal) para o subsequente desenvolvimento
de carcinoma invasivo20. Após diagnóstico 3.1. HISTÓRIA CLÍNICA
em biopsia mamária de hiperplasia ductal
atípica, 3,7% a 22% das mulheres desenvol- Antes da realização do exame físico das ma-
vem carcinoma invasivo. O intervalo médio mas é necessária a colheita de uma história
para o desenvolvimento subsequente de clínica sendo obrigatório coligir os seguintes
212 Capítulo 35
dados: idade da menarca; idade da primei- mensões variáveis em função do tamanho
ra gravidez a termo; número de gravidezes; das mamas e da sua textura, bem como da
Sem o consentimento prévio por escrito do editor, não se pode reproduzir nem fotocopiar nenhuma parte desta publicação © Permanyer Portugal 2010
número de partos; características dos ciclos experiência da mulher em realizar o auto-
menstruais; uso de contraceptivos hormo- -exame. Contudo, o auto-exame não tem
nais e data da última menstruação. Nas mu- qualquer evidência científica como método
lheres após a menopausa, deve ser ainda de prevenção do cancro da mama.
inquirida a data da menopausa e o uso de Outros sintomas que podem ser referen-
terapêutica hormonal de substituição. Em ciados pela doente são a presença de um
todas as situações deve-se investigar a histó- corrimento mamilar (unilateral ou bilate-
ria familiar de cancro da mama (familiar afec- ral, uniporo ou multiporo, leitoso, seroso
tado, idade e cancro bilateral), bem como ou sanguíneo) ou de alterações do mamilo
os antecedentes de patologia mamária e a (invaginação unilateral, descamação, ulcera-
realização de estudos citológicos (e/ou de ção, rubor).
biopsias) prévios. Com a divulgação da mamografia, como mé-
A mulher deve ainda ser inquirida sobre te- todo de rastreio ou de detecção precoce do
rapêutica médica a que esteja a ser submeti- cancro da mama, é cada vez maior o núme-
da como por exemplo anti-depressivos, anti- ro de mulheres que recorre à consulta, sem
coagulantes, etc. qualquer sintomatologia, mas apresentando
um exame imagiológico alterado: nódulo
3.1.1. SINTOMATOLOGIA não palpável, microcalcificações, assimetria
das glândulas ou distorção da sua estrutura.
Em relação ao sintoma apresentado deve
procurar-se indagar junto da doente qual o 3.1.2. EXAME FÍSICO
momento em que este apareceu e se está
relacionado com o ciclo menstrual ou com O exame físico das mamas é a primeira etapa
qualquer outro facto como: traumatismo ma- para o estabelecimento de um diagnóstico e
mário, cirurgia plástica mamária, medicação a solicitação de exames complementares. O
a que esteja a ser submetida, amamentação exame físico inclui a inspecção das mamas e
recente, antecedentes pessoais de neoplasia a sua palpação.
maligna ou outro dado clínico relevante. A inspecção deve ser feita inicialmente com
O sintoma mais frequente é a presença de a doente sentada e com os braços caídos
um nódulo mamário, que a doente detecta ao longo do tronco, posteriormente com a
num determinado momento. Esse nódulo doente em pé e depois deitada em posição
habitualmente não é doloroso, mas pode ser dorsal (posição supino).
acompanhado de dor, calor e rubor a nível Na inspecção, com a doente sentada, deve
da mama, de intensidade variável. Quando observar-se o tamanho, a forma e a simetria
essa situação ocorre é necessário proceder das mamas (Fig. 11). Em muitas mulheres o
ao diagnóstico diferencial entre um proces- tamanho das mamas não é idêntico, o que é
so infeccioso, uma quisto benigno infecta- considerado normal. Contudo, as diferenças
do ou, em situações menos frequentes, um no tamanho e na simetria das mamas podem
carcinoma mamário de tipo inflamatório. A resultar da presença de um tumor. Também
identificação do nódulo, por parte da doen- se devem considerar as alterações da forma,
te, ocorre com frequência durante o duche na ausência de cirurgia prévia. Os tumores
com as mamas ensaboadas e, noutros casos, superficiais podem determinar o apareci-
após um pequeno traumatismo mamário. O mento de uma protuberância no contorno
auto-exame das mamas também permite a da mama ou retracção da pele. A retracção
identificação de formações tumorais de di- cutânea pode resultar da extensão directa
Sem o consentimento prévio por escrito do editor, não se pode reproduzir nem fotocopiar nenhuma parte desta publicação © Permanyer Portugal 2010
ção quando envolvem os ligamentos de Co-
oper. A retracção cutânea só é importante
em termos prognósticos quando resulta da
extensão directa do tumor à pele.
214 Capítulo 35
apoiando a cabeça nas mãos (Fig. 13). Reali- A localização de um eventual nódulo ma-
za-se então a palpação sistemática de toda a mário deve ser referenciada à mama direita
Sem o consentimento prévio por escrito do editor, não se pode reproduzir nem fotocopiar nenhuma parte desta publicação © Permanyer Portugal 2010
mama, avaliando-se todos os quadrantes e a e/ou esquerda, bem como aos quadrantes
região central (Fig. 14). A palpação estende- superiores (interno e externo) e inferiores
se desde a clavícula ao sulco infra-mamário (interno e externo). Pode o nódulo localizar-
e do esterno à linha média axilar. A palpação -se na junção de dois quadrantes ou pode
é feita com uma mão, enquanto a outra es- ainda ser central, retro-areolar. Nalgumas
tabiliza a mama. Pode ser completada com situações, o nódulo pode confundir-se com
a colocação da mão do médico numa posi- uma adenopatia axilar, quando se localiza
ção plana, inicialmente na região central da no prolongamento axilar da mama.
mama, e depois em movimentos circulares Em relação ao tamanho, durante a palpa-
suaves, e com ligeira pressão sobre a mama, ção mamária usa-se um compasso ou uma
deslocando-se até à periferia da glândula. pequena régua para medir o tamanho do
nódulo (duas dimensões, sendo mais im-
portante a maior). Por vezes, pode ser iden-
tificado mais do que um nódulo, no mesmo
quadrante ou em quadrantes diferentes.
Quanto à consistência pode a formação tu-
moral ser classificada como tendo uma con-
sistência dura, elástica ou quística.
É fundamental avaliar a mobilidade do nó-
dulo e a sua aderência ou não ao plano mus-
cular profundo e/ou à pele.
Finalmente, na presença de um corrimento
mamilar deve ser referenciado se é espontâ-
neo ou à compressão, se é numa só mama
ou nas duas, se é uniporo ou multiporo e
qual a sua coloração. No caso de corrimento
uniporo com a compressão da mama deve
ser identificado o quadrante de onde pro-
vém (Fig. 15 e 16).
Figura 13. Palpação das mamas em decúbito dorsal
Figura 14. Palpação das mamas em decúbito dorsal, Figura 15. Expressão do mamilo para pesquisa de cor-
com avaliação sistemática de toda a glândula rimento
216 Capítulo 35
mulheres com mamas ditas normais 19% de um estudo prospectivo para reduzir as recor-
macroquistos. Calcula-se que 7 a 10% das rências, que consistia em, após aspiração do
Sem o consentimento prévio por escrito do editor, não se pode reproduzir nem fotocopiar nenhuma parte desta publicação © Permanyer Portugal 2010
mulheres ocidentais desenvolvam quistos líquido do quisto, injectar na cavidade uma
mamários ao longo da vida e mesmo quistos solução esclerosante (Sclerovein®). Foram
complexos podem ser detectados em 5% avaliadas 57 doentes (37 com quistos do
das ecografias mamárias22. tipo I e 20 com quistos do tipo II) e após um
Os quistos podem ser classificados de tipo I, seguimento de 6 meses não se detectaram
quando o epitélio que os reveste apresenta recorrências nas doentes com quistos de
metaplasia apócrina, ou de tipo II, quando este tipo I e apenas se identificaram quistos resi-
epitélio é muito atenuado ou não existe23. duais em duas doentes com quistos do tipo
Têm sido realizados vários estudos para avaliar II. Após 3 anos a taxa de recorrências foi de
a constituição do líquido dos quistos, determi- 2%. Não se registaram efeitos secundários28.
nando-se a concentração em sódio (Na+), po- No caso de macroquisto em mulher pós-me-
tássio (K+) e em sulfato de dihidroepiandros- nopausa e que recidiva, deve promover-se a
terona (S-DHEA). A relação Na+/K+ permite a sua excisão cirúrgica. Esta atitude também se
separação entre quistos de tipo I (Na+/K+<3) e aplica às situações em que se associa ao quis-
quistos de tipo II(Na+/K+>3)23. S-DHEA é consi- to um tumor papilar intraquístico. A excisão
derado um marcador de actividade metabóli- deve comportar uma margem de segurança
ca das células apócrinas do epitélio23. de cerca de 1 cm., como nos tumores filóides.
O risco de cancro da mama é de 1,5 para A mastectomia subcutânea (com colocação
os macroquistos volumosos e este risco au- de prótese de silicone) no caso de doença
menta no caso de risco hereditário de cancro quística extensa e recorrente foi praticada
da mama, sobretudo se os quistos são múlti- no passado e hoje só é aceite em casos ex-
plos e de tipo I (risco 4,0)24,25. cepcionais, em que há outros factores de ris-
Os quistos de pequenas dimensões (infe- co para cancro da mama.
riores a 1,5 cm) não necessitam de qualquer
tratamento e por vezes regridem de forma 4.2. FIBROADENOMA
espontânea. Os macroquistos habitualmen-
te são submetidos a uma punção aspirativa É difícil avaliar a incidência e a prevalência do
com agulha fina (de preferência guiada por fibroadenoma, embora se calcule que seja à
ecografia) e o estudo citológico do líquido as- volta de 10%. Alguns pequenos fibroadeno-
pirado não é recomendado de rotina, excepto mas assintomáticos apenas são detectados
se apresentar uma cor hemática ou sero-he- em programas de rastreio de cancro da mama
mática26. Após aspiração a recorrência dos (com o recurso à mamografia), ou aquando
quistos sucede em 10 a 20% das mulheres23. da realização de uma ecografia mamária.
Têm sido tentadas outras terapêuticas alter- A associação cancro e fibroadenoma deve
nativas, como restrições dietéticas e o uso de ter em consideração 3 aspectos: a associa-
medicamentos como a bromocriptina, o da- ção de um cancro com um fibroadenoma;
nazol ou o tamoxifeno. Qualquer um destes o aparecimento subsequente de um can-
medicamentos reduz o volume e o número cro numa doente com um fibroadenoma; e
de quistos, mas após a suspensão os quistos a progressão possível de um fibroadenoma
reaparecem e, além disso, têm efeitos secun- para um tumor filóide.
dários não negligenciáveis. Há ainda estudos A associação de um cancro com um fibroa-
que sugerem o recurso à pneumocistografia denoma é rara e pode resultar da infiltração
para reduzir a incidência de recorrências27. directa do fibroadenoma por um cancro ad-
Há alguns anos, em conjunto com um nosso jacente ou da cancerização do fibroadenoma,
colaborador, Carlos Gomes, desenvolvemos num processo análogo ao da cancerização
Sem o consentimento prévio por escrito do editor, não se pode reproduzir nem fotocopiar nenhuma parte desta publicação © Permanyer Portugal 2010
co de cancro da mama, particularmente nos tes mantiveram-se em observação durante 2
casos de fibroadenomas com uma histologia anos no caso de as lesões terem regredido ou
complexa. Este risco tem interesse biológico, estabilizado. Em nenhum caso foi diagnosti-
em estudos moleculares, mas não deve in- cado cancro da mama. Os autores recomen-
fluenciar a conduta clínica29. dam a “core” biopsia para maior segurança.
A maior parte dos fibroadenomas não au- Em conclusão, a conduta conservadora é
menta de dimensões com o decorrer do um procedimento cada vez mais frequente,
tempo. Quando este aumento sucede, habi- mas tem que ser bem aceite pela doente e
tualmente o crescimento é seguido de uma ter sido realizada uma “core” biopsia guiada
fase de estabilização, em 80% das mulheres. por ecografia.
A regressão dos fibroadenomas pode ocor- Quanto ao tratamento cirúrgico, classica-
rer em cerca de 15% das situações e a pro- mente procede-se à excisão do nódulo atra-
gressão em apenas 5 - 10%29. vés de uma pequena incisão por cima do
Face à suspeição clínica e imagiológica de um fibroadenoma, ou por uma incisão peri-are-
fibroadenoma a nossa conduta é a seguinte: em olar se o nódulo estiver a menos de 3 cm do
lesões com dimensões inferiores a 1,5 cm sub- mamilo. É possível também recorrer a técni-
metemos a doente a um controlo imagiológico cas minimamente invasivas como a excisão
passados 6 a 12 meses (em função da idade e de do fibroadenoma assistida por vácuo e guia-
factores de risco de cancro da mama); em lesões da pela ecografia. O recurso ao LASER ou à
com dimensão igual ou superior a 1,5 cm sub- criocirurgia não é ainda consensual29.
metemos a doente preferencialmente a uma Tem havido algumas tentativas de tratamen-
“core” biopsia guiada pela ecografia ou, even- to hormonal com tamoxifeno, danazol ou
tualmente, quando se dispõe de um citopato- progestativos cujos resultados são difíceis
logista com grande experiência, a uma punção de avaliar, para além dos efeitos secundários
aspirativa com agulha fina (FNAC), orientada destes mediamentos.
por ecografia, para estudo citológico. Assim, é
possível obter um diagnóstico histológico e/ou 4.3. TUMOR FILÓIDE
uma informação citológica.
O tratamento dos fibroadenomas é cada vez Os tumores filóides surgem em qualquer idade
mais conservador, facto que se deve à circuns- e refere-se que 1 em cada 40 fibroadenomas é
tância de se considerar o fibroadenoma inclu- um tumor filóide. São tumores com um cres-
ído nas situações de ANDI. A doente deve ser cimento muito rápido, podendo atingir gran-
devidamente esclarecida para que participe des dimensões, ocupando grande parte da
na decisão da conduta terapêutica. Tal como mama. Têm tendência a recidivar localmente,
outros29, recomendamos a excisão cirúrgica se não forem excisados com uma margem de
do fibroadenoma, quando as suas dimensões segurança. Os tumores filóides benignos não
ultrapassam os 2,5 a 3 cm de diâmetro. metastizam e têm um excelente prognóstico.
A conduta conservadora foi avaliada num es- Os tumores filóides malignos (sarcoma filóide)
tudo prospectivo30 em doentes com menos têm um comportamento imprevisível.
de 40 anos e com o diagnóstico clínico con- Para orientação da conduta terapêutica ci-
firmado por citologia e ecografia (e mamo- rúrgica a idade é um factor importante. Em
grafia nas mulheres com mais de 35 anos). A doentes com menos de 25 anos deve pro-
conduta conservadora foi adoptada por 90% ceder-se à enucleação do tumor, na medida
das mulheres, que foram monitorizadas regu- em que tem um comportamento benigno.
larmente. A excisão ocorreu em 8% dos casos, Em mulheres mais velhas, aconselha-se a
218 Capítulo 35
excisão do tumor com uma margem de se- praticado nas lesões malignas ou suspeitas
gurança de pelo menos 1 cm. A excisão in- de malignidade (marcação prévia com ar-
Sem o consentimento prévio por escrito do editor, não se pode reproduzir nem fotocopiar nenhuma parte desta publicação © Permanyer Portugal 2010
completa é a principal determinante de re- pão, controlo radiológico da peça operatória
corrências em tumores filóides benignos e e controlo das margens).
em tumores filóides “borderline”.
Deve evitar-se nestes tumores a biopsia ex- 4.6. CICATRIZES RADIÁRIAS E LESÃO
cisional, como método de diagnóstico, dado ESCLEROSANTE COMPLEXA
que não comporta a margem de segurança
necessária. O diagnóstico histológico deve A metodologia de diagnóstico é idêntica à
ser feito por “core” biopsia. empregue na suspeita de adenose esclero-
Nalgumas situações de tumores muito volu- sante (“core” biopsia orientada por ecografia
mosos a mastectomia total com reconstru- ou estereotaxia).
ção imediata está indicada. Também no caso Embora alguns autores admitam a possibili-
de recorrência esta conduta cirúrgica pode dade de não intervenção cirúrgica e apenas
ser a mais conveniente. Nos tumores filóides controlo clínico e imagiológico32, a grande
“borderline” e em situações de recorrência maioria preconiza a excisão cirúrgica, tal
de um tumor filóide benigno a quadrantec- como na adenose esclerosante29.
tomia está indicada para permitir um correc-
to controlo local. 4.7. PAPILOMAS DUCTAIS
Sem o consentimento prévio por escrito do editor, não se pode reproduzir nem fotocopiar nenhuma parte desta publicação © Permanyer Portugal 2010
atípica e, em segundo lugar, história de can- with proeminent apical snouts and secretions. A spec-
trum of changes frequently present in breast biopsies
cro hereditário. performed for microcalcifications. Am J Surg Pathol
As situações de hiperplasia epitelial do tipo 1998, 22; 1521-1527.
14 Schnitt SJ, Connolly JL, Tavassoli FA et al. Interobserv-
usual devem apenas ter um acompanha- er reproducibility in the diagnosis of ductal prolifera-
mento clínico e imagiológico. tive breast lesions using standardized criteria. Am J
Surg Pathol 1992, 16: 1133-1143.
As doentes com hiperplasia ductal atípica 15 Schnitt SJ, Vincent-Salomon A. Columnar cell lesions of
devem ser tratadas cirurgicamente, segundo the breast. Adv Anat Pathol 2003, 10: 113-124.
16 Simpson PT, Gale T, Fulford LG et al. Pathology of atypi-
uma metodologia idêntica à adoptada para cal lobular hyperplasia and lobular carcinoma in situ.
o CDIS de baixo grau (tumorectomia), con- Breast Cancer Res 2003, 5: 258-262.
17 Goldstein NS, O’Malley BA. Cancerization of small
forme é referenciado no capítulo 36. ectatic ducts of the breast by ductal carcinoma in
A hiperplasia, particularmente a ductal situ cells with apocrine snouts. A lesion associated
with tubular carcinoma. Am J Clin Pathol 1997, 107:
atípica, diagnosticada numa mulher por- 561-566.
tadora de mutações de BRCA 1/2 é uma 18 Dupont WD, Page DL. Risk factors for breast cancer in
women with proliferative disease. N Engl J Med 1985,
justificação acrescida para a realização de 312: 146-151.
mastectomia total bilateral com reconstru- 19 Werner Boecker. Preneoplasia of the Breast – A New
Conceptual Approach to Proliferative Breast Disease.
ção imediata, como tratamento profilático Saunders 2006.
do cancro da mama. 20 Fitzgibbons PL, Henson DE, Hutter RV. Benign breast
changes and the risk for subsequent breast cancer:
A hiperplasia lobular atípica tem um tratamen- an update of the 1985 consensus statement. Cancer
to idêntico ao do carcinoma lobular “in situ”. Committee of the College of American Pathologists.
Arch Pathol Lab Med 1998, 122: 1053-1055.
21 Frantz VK, Pickren JW, Melcher GW et al. Incidence of
chronic cystic disease in so-called normal breasts. Can-
cer 1951; 4:762-783
22 Houssami N, Irwig L, Ung O. Review of complex breast
Bibliografia cysts: implication for cancer detection and clinical
practice. Australian and New Zealand Journal of Sur-
1 Royal College of Pathologists Working Group on Breast gery 2005; 75:1080-1085
Screening 1990 Breast cancer screening guidelines for 23 Dixon JM, Miller WR, Scott WN. The morphological ba-
pathologists. NHSBSP Publications sis of human breast cyst populations. Br J Surg. 1983;
2 Royal College of Pathologists Working Group on Breast 70: 604-606.
Screening 1991. Pathology reporting in breast cancer 24 Ciato S, Biggeri A, Rosselli TM et al. Risk of breast cancer
screening. J Clin Pathol 44: 710-725. subsequent to proven gross cystic disease. Eur J Can-
3 Pathologists, NBSPa Rco 2005 Pathology reporting of cer 1990; 26:555-557
breast disease 3rd edn. NHSBSP Publication No 58. NHS 25 Devitt JE, To T, Miller AB. Risk of breast cancer in
cancer Secreening Programmes, Sheffield. women with breast cysts. Can Med Assoc J 1992;
4 European guidelines for quality assurance in breast 147:45-49
cancer screening and diagnosis – 4th edition – 2006 26 Cowen PN, Benson EA. Cytological study of fluid from
– Office for Official Publications of the European Com- benign breast cysts. Br Med Journal 1979; 66:209-211
munities, Luxembourg. 27 Tabar L, Pentek Z, Dean PB. The diagnostic and thera-
5 Tumours of the Breast and Female Genital Organs - peutic value of breast cyst puncture and pneumo-
WHO 2003 Edited by Fattaneh A. Tavassoli and Peter cystography. Radiology 181; 41:659-663
Devilee. 28 Gomes C, Amaral N, Marques C et al. Sclerosis of gross
6 Grimmes MM (1992) Cystosarcoma phyllodes of the cysts of the breast: a three-year study. Eur J Gynaec On-
breast: histologic features, flow cytometric analysis, col 2002; 23:191-194.
and clinical correlations Mod Pathol 5: 232-239 29 Mansel RE, Webster DJT, Sweetland HM. Benign disor-
7 Moffat CJ, Pinder SE, Dixon AR et al (1995). Phyllodes ders and diseases of the breast, 3rd edn. UK: Saunders
tumours of the breast: a clínico-pathological review of Elsevier; 2009
thirty-two cases. Histopathology 27: 205-218. 30 Dixon JM, Dobie V, Lamb L et al. Assessment of the
8 Tavassoli FA (1999) Pathologyof the Breast 2nd ed . Ap- acceptability of conservative management of fibroad-
pleton-Lange: Stamford. enoma of the breast. Br J Surg 1996; 83:264-265
9 Frederick C Koerner. Diagnostic Problems in Breast Pa- 31 Salvador R, Lirola JL, Dominguez R et al. Pseudoangi-
thology. Saunders 2009. omatous stromal hyperplasia presenting as a breast
10 Jensen RA, Page DL, Dupont WD et al. Invasive breast mass: imaging findings in three patients. Breast 2004;
cancer risk in women with sclerosing adenosis. Cancer 13:431-435
1989, 64: 1977-1983. 32 Cawson JN, Malara F, Kavanagh A et al. Fourteen-
11 Clement PB, Azzopardi JC. Microglandular adenosis gauge needle core biopsy of mammographically
of the breast. A lesion simulating tubular carcinoma. evident radial scars: is excision necessary? Cancer
Histopathology 1983, 7: 169-180. 2003;97:345-351
220 Capítulo 35