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O caminho da ciência:
o método científico
Autoras
aula
03
Governo Federal
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Secretário de Educação a Distância – SEED
Carlos Eduardo Bielschowsky
Metodologia científica / Célia Regina Diniz; Iolanda Barbosa da Silva. – Campina Grande; Natal: UEPB/UFRN - EDUEP, 2008.
ISBN: 978-85-87108-98-2
Copyright © 2008 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da
UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba.
Apresentação
N
a aula anterior estudou-se o Conhecimento Científico que foi abordado na perspectiva
de sua construção, descobertas e implicações no cotidiano das pessoas e na sociedade
como um todo. Nesta aula, vai-se estudar o caminho percorrido pelo saber científico
em seu processo de construção e as possibilidades epistemológicas de produção da Ciência.
Nesse caso, buscar-se-á como se produz ciência com o uso do Método Científico.
Objetivos
Pretende-se, ao final desta aula, que você tenha conhecido e compreendido que:
Pense nisto!!!
Atividade 1
Considerando sua experiência de professor, nesse momento você é convidado
a pensar sobre a organização dos conteúdos de Geografia em um ano letivo no
Ensino Fundamental II ou no Ensino Médio. Relate como se pensa e se ordena
a distribuição desses conteúdos em sua escola.
sua resposta
O modo como você distribuiu o conteúdo está orientado por etapas sistemáticas
de apreensão do conhecimento ordenadas por uma lógica de produção do
saber científico. Essa lógica orienta o modo de conhecer os fenômenos que são
estudados e a busca de verdades em torno deles. O saber elaborado trata de
objetos empíricos, de coisas e de processos.
A
origem da palavra método é grega e significa um conjunto de etapas e processos a
serem seguidos na apreensão ordenada da realidade na busca da verdade sobre os
fenômenos/fatos investigados. Nesse caminho de conhecer há uma série de etapas
(fases) para se tentar resolver um problema, tornado objeto de investigação. Quando se fala
em método, busca-se explicitar quais são os motivos pelos quais o pesquisador escolheu
determinados caminhos e não outros.
Convidando Rubem Alves para discussão sobre o método científico, somos levados a
um exercício de raciocínio. Observe:
O que eu desejo que você anote é isto: a inspiração mais profunda da ciência não é um
privilégio dos cientistas, porque a exigência da ordem se encontra presente mesmo nos
níveis mais primitivos da vida. Se não necessitássemos de ordem para sobreviver não
a procuraríamos. E é somente porque a procuramos que a encontramos. [...] Ordens
distintas, regras diferentes, mundos diferentes. [...] Esta é a razão por que a ciência,
desde os seus primórdios, tratou de inventar métodos para impedir que os desejos
corrompessem o conhecimento objetivo da realidade. [...] cientistas que só trabalham
com fatos, que só levam em consideração aquilo que pode ser visto, tocado e medido.
[...]. (ALVES, 1994, p. 37-9)
[...]
MONTEIRO, Manoel. O planeta água está pedindo socorro. Campina Grande, Pb: Gráfica Martins, 2005. Literatura de Cordel.
sua resposta
Reflita!!!
Pense nisto!!!
Veja-se o trecho de uma carta de Kleper (apud ALVES, op.cit, p. 73) falando sobre a
melodia do universo:
Os movimentos celestes nada mais são que uma canção contínua para várias vozes,
percebida pelo intelecto e não pelo ouvido; uma música que, por meio de tensões
discordantes, síncopes e ‘cadenzas’ [...] progride na direção de certas resoluções
determinadas, estabelecendo assim certas marcas no fluxo imensurável do tempo.
Não é de causar surpresa, portanto, que o homem, imitando o seu Criador, tenha,
finalmente, descoberto a arte da notação musical, desconhecida dos antigos. O homem
desejava reproduzir a continuidade do tempo cósmico dentro de uma breve hora, por
O pioneiro a tratar do método na ciência foi Galileu Galilei com o método experimental
que consiste numa “indução experimental, chegando-se a uma lei geral por intermédio da
observação de certo número de casos particulares” (LAKATOS; MARCONI, 2000, p. 47). Essa
concepção de método vem contribuir com a consolidação da Ciência Moderna, conforme
Alves (op. cit., p. 81) “[...], freqüentemente se ouve dizer que, em oposição aos filósofos
metafísicos da Idade Média, a ciência moderna se caracteriza por seu amor aos fatos [...]”.
Atividade 3
Outros gêneros textuais nos permitem conhecer os fatos da história da ciência, no caso
vai-se buscar na Literatura de Cordel fragmentos dessa história. Leia os fragmentos dos
versos de Gonçalo Ferreira da Silva (2005, p. 33-4) sobre GALILEU GALILEI e registre sua
interpretação, relacionando-a à discussão da aula.
[...]
Pitágoras e Nicolau
Copérnico, por excelência
na vida de Galileu
tireram grande influência,
eram os três a dose tripla
Verificar o exemplo
da mais pura inteligência. de procedimento para
a inserção de nota de
Galileu ao desprezar rodapé, de acordo com as
a caduca teoria normas da ABNT.
do princípio geocêntrico
grande mergulho daria
nos mistérios insondáveis
do campo da Astronomia.
Cf. com ALMEIDA, Carla; MASSARANI, Luisa; MOREIRA, Ildeu de Castro (Orgs). Cordel e Ciência: a ciência em versos
Diante do tribunal
Galileu foi obrigado
a dizer publicamente
que havia se enganado
contrariando o princípio
que tinha formulado.
As bases epistemológicas
do método científico
Pense nisto!!!
a) O empirismo
A compreensão em torno da verdade dos fatos nos encaminha para o conhecimento
das causas e dos efeitos. David Hume (apud ALVES, 1994, p. 128) dizia: “[...] todos os
objetos com que a razão pode se ocupar se classificam em duas gavetas: relação de idéias,
o que nos abre o campo da lógica e da matemática e matérias de fato, o que nos conduz aos
eventos do mundo exterior e suas relações.”
Não se pode negar que o conhecimento de causas seja extremamente eficiente. Elas são
usadas constantemente por pais, educadores, torturadores, psicólogos e psiquiatras,
vendedores, propagandistas, políticos, religiosos _ enfim, todas e quaisquer pessoas
_ que desejam modificar (não importa que se alegue que a mudança é pra melhor!) o
comportamento dos outros.
Atividade 4
Exercitando a crítica ao método causal assista ao filme Laranja Mecânica de
Stanley Kubrick observando e relacionando os estímulos causais e as respostas
esperadas no uso desse método.
sua resposta
b) O racionalismo
Nessa perspectiva o homem enquanto sujeito do conhecimento ou a sua atividade de
conhecer em relação ao objeto por meio da sua capacidade de pensar e avaliar tomando a
razão como parâmetro de conhecimento torna-se a referência de onde provém o saber.
Assim, penso, logo existo, ou seja, minha certeza de existência decorre do fato de
que eu estou pensando. Esta é uma idéia clara e distinta, dirá Descartes, uma vez que
dela posso duvidar. Todas as idéias claras e distintas que descrevem as propriedades
definidoras de um objeto são tomadas como verdadeiras e correspondem às coisas em
si mesmas. Fecha-se, assim, o circuito da dúvida metódica: existe uma correspondência
entre a matéria e a idéia.
Na Crítica da razão pura (1999) Immanuel Kant considera que a ciência produz
um conhecimento universal e que não se pode duvidar. A razão vem filtrar a realidade
restringindo o acesso ao que ela permite, não há conhecimento das coisas em si mesmas,
mas como elas aparecem diante do sujeito sobre a forma de fenômenos. Nessa perspectiva
racionalista, o tempo, o lugar, a substância e a causalidade da razão são categorias anteriores
à experiência humana. Sendo assim, é o sujeito que ordena metodicamente o conhecimento
sobre si e sobre as coisas.
Com Hegel, a razão é histórica e se construiu na oposição das idéias constituintes das
transformações e mudanças nos espaços de luta, nas revoluções do século XVIII. Ele busca
compreender racionalmente o movimento contraditório de negação (a tese, sua negação e
a negação da negação) dos acontecimentos humanos, propondo uma dialética (método de
Atividade 5
Analisando o método racionalista na prática do educador no uso do material
didático de Geografia disponibilizado pelas Secretarias de Educação se percebe
que alguns conceitos são trabalhados nos livros didáticos independentes
das particularidades regionais e locais. Descreva no espaço, a seguir, alguns
conceitos trabalhados em Geografia nos quais você pode localizar um
determinismo racionalista na busca de generalizações e universalismos.
sua resposta
Verificar o exemplo
de procedimento para
a inserção de nota de
rodapé, de acordo com as
normas da ABNT.
sua resposta
Jornal da Ciência, nº 595, 13/04/07. Disponível em < http://www.jornaldaciencia.org.br/charges.jsp. > Acesso em: 02 set.
2007.
Atividade 7
Como a perspectiva interacionista pode contribuir com uma análise da
relação entre os sujeitos (professor e aluno) e o objeto (a aula de geografia)
para superação de problemas de aprendizagem? Registre situações que
caracterizem essa interação e como ela contribui com a aprendizagem no
coletivo da sala de aula.
Verificar o exemplo
de procedimento para
a inserção de nota de
Situação 1
rodapé, de acordo com as
normas da ABNT.
Reflita!!!
Concluindo a aula!!!!!
Espera-se que você tenha compreendido, nessa aula, a importância do Método Científico
para a construção do saber científico e possa vir a exercitar o uso do método na produção de
seus conhecimentos e de suas pesquisas em sua formação universitária.
BERVIAN, P. A.; CERVO, A. L. Metodologia Científica. 4. ed. São Paulo: MAKRON Books,
1996.
Resumo
Nesta aula, foram trabalhadas as concepções de Método Científico, conceito
e definições a partir de um debate com autores clássicos da Metodologia
Científica. As definições tornaram-se possibilidades interpretativas à construção
de uma discussão sobre a Ciência Moderna. Nesse debate, resgatou-se as
bases epistemológicas do Método Científico: o empirismo, o racionalismo e o
interacionismo. O empirismo e o racionalismo partem do princípio de existência
de uma realidade independente do ponto de vista do pesquisador e que deve
ser por este alcançada, seja tomando como sua via principal de acesso à
percepção ou a razão. Nas duas perspectivas, o sujeito (pesquisador) participa
do processo de construção do conhecimento. Já o interacionismo estabelece
como caminho para produção do conhecimento a interação entre sujeito e
objeto do conhecimento. Nessa perspectiva, os pontos de vista se constroem
na desconstrução de uma suposta ausência do pesquisador no campo de
investigação. Essa possibilidade de caminho contribui com as pesquisas no
campo das ciências humanas.
O método científico quer descobrir a realidade dos fatos e esses, ao serem descobertos,
devem, por sua vez, guiar o uso do método. Entretanto, como já foi dito, o método é
apenas um meio de acesso: só a inteligência e a reflexão descobrem o que os fatos
realmente são. [...] O cientista, sempre que lhe falta a evidência como arrimo, precisa
questionar e interrogar a realidade. (BERVIAN; CERVO, 1996, p. 21)
Referências
ALMEIDA, C.; MASSARANI, L.; MOREIRA, I. de C. Cordel e ciência: a ciência em versos
populares. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2005.
ALVES, R. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. 20. ed. São Paulo:
Brasiliense,1994.
BERVIAN, P. A.; CERVO, A. L. Metodologia Científica. 4. ed. São Paulo: MAKRON Books,
1996.
CHALMERS, A. F. O que é ciência afinal? Tradução de Raul Fiker. São Paulo: Brasiliense,
1993.
MONTEIRO, M. O planeta água está pedindo socorro. Campina Grande: Gráfica Martins,
2005. Literatura de Cordel.
EMENTA
Conhecimento e Saber; O Conhecimento Científico e Outros Tipos de Conhecimento; Principais Abordagens Metodológicas;
Contextualização da Ciência Contemporânea; Documentação Científica; Tipos de Trabalhos Acadêmico-Científicos; Tipos
de Pesquisa; Aplicações Práticas.
AUTORAS
AULAS