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Hobsbawn vê a Revolução Francesa como uma revolução no âmbito social, marcada pela

presença de grupos que, mesmo que semelhantes não eram idênticos – os jacobinos, os
girandinos e os sansculottes. Estes grupos possuíam concepções próprias o que, por vezes,
levou a conflitos entre estes. Nesta esteira entre conflitos, surgirá por fim a figura de Napoleão
Bonaparte como catalisador dos ideais franceses.

E não só isso, a Revolução Francesa causou a comoção estrangeira que, mesmo


posteriormente à queda de Bonaparte, não se arrefeceu. Ainda que existissem muitos grupos
que pregassem antagonismo à França, muitos outros manifestavam apoio a esta nação.
Entretanto, notadamente, os grandes inimigos da França eram os ingleses.

Os franceses eram conhecidos pela eficiência de seus exércitos, porém, não foram capazes de
fazer frente à frota marítima inglesa. Portanto, viram-se obrigados a anular a Inglaterra
economicamente, isto através do Bloqueio Continental. A França, por fim, derrotada na Rússia
viu-se vencida pela coalizão de seus inimigos e abandonada por alguns de seus defensores. No
entanto, a guerra havia mudado – política-economica e socialmente - em muito o panorama
europeu e até mundial, de forma inexorável.

Depois de aproximadamente vinte anos de guerra, a iniciativa dos governantes foi no sentido
de promover a paz, especialmente aqueles que ainda se detinham na concepção do Antigo
Regime. Mesmo a França, enquanto o lado derrotado, não sofreu sanções tão duras se
comparadas as da Alemanha durante o século 20. Os congressos foram um importante
instrumento diplomático na manutenção da paz no período pós-napoleônico, ainda que não
tenham resistido por muito tempo à crise da fome de 1816-17 e à depressão econômica.

Ainda que a “Questão Oriental” tenha amedrontado a Europa, na iminência de uma guerra
entre britânicos e russos, não desencadeou um conflito de grandes proporções ou que
pudesse ser duramente sentido como a princípio se esperava. Externamente, a Inglaterra se
impunha militarmente no período, mas a sua atuação se restringia às parcelas externas à
Europa. Sublinham-se, no período, as revoluções de ordem libertária na América espanhola e a
onda revolucionária de 1830.

O ano de 1830, além das revoluções, ficou notório também pela industrialização dos EUA e do
continente europeu, assim como pelas ondas migratórias humanas e os avanços no
pensamento humano e artes. Tão somente em 1848, a possibilidade uma guerra de grandes
proporções se fez presente, ainda que esta só viesse realmente a eclodir no século 20.

Um ponto que o autor esclarece, é que a Revolução Francesa foi um levante que serviu de
modelo aos posteriores. Os revolucionários que se sucederam demonstravam claramente o
descontentamento econômico e social dos envolvidos, antagônicos a sistemas e governantes
igualmente inadequados. Viam-se assim os revolucionários, a exemplo dos franceses em 1789,
como defensores de um povo ignorante e iludido contra um sistema ineficaz e desigual. As
revoluções de 1830, no entanto, configuraram-se como um movimento revolucionário
proletário-socialista que separou moderados de radicais e criou uma nova situação
internacional.

Ainda que os problemas da revolução fossem semelhantes na Europa, não eram iguais -
provocavam grande tensão entre os moderados e os radicais. Nos princípios democráticos
antes ventilados, tornaram-se incertos o suficiente entre ideologias e posturas diversas. Os
liberais minimizaram seus intuitos reformistas e passaram a suprimir a esquerda radical, em
especial, os revolucionários da classe operária. Visto por este ângulo, percebe-se a falta de
clareza entre radicais, republicanos e os novos movimentos proletários e os liberais. O que
ficou notório, outrossim, é o descontentamento crescente das classes desfavorecidas em toda
Europa, inclusive na Grã-Bretanha e França, marcado pelo receio que tais incutiam nos
governantes.

Desta forma, compilando todas as informações anteriores, segundo o historiador e sociólogo


Fábio Metzger, sobre as ondas de revolução citadas por Hobsbawn:

Em 1820, ocorreu a primeira onda revolucionária, com a libertação de países latino-


americanos do jugo espanhol, e revoltas na Itália, na Espanha e na Grécia. Em 1830, a segunda,
ameaçando Estados liberais moderados, com guerras civis e revoltas populares. Essa seqüência
de acontecimentos eliminou os últimos vestígios de feudalismo na Europa. E, em 1848, a
terceira onda de revoluções tomou o continente como um todo, derrubando governos. Só que
nenhum dos governos rebeldes que assumiram o poder sobreviveria por muito tempo. No fim
das contas, triunfou a organizada articulação dos liberais.

Após 1830, inicia-se a desintegração do movimento revolucionário europeu em segmentos


nacionais, que dá lugar a uma mentalidade voltada a fraternidade totalizante e a liberdade
mútua. Estes novos movimentos mais uma vez configuravam-se como consequência da
“revolução dupla”, envolvendo, a partir de então, os proprietários menores ou pequena
nobreza inferior. Surge, assim, uma classe média que conta com o apoio dos intelectuais
profissionais que, por sua vez, emerge em conjunto ao progresso das escolas e universidades.
Tal acontecimento, insuflou ao aumento notável do número de pessoas instruídas e no
consequente avanço científico.

Outros movimentos que também merecem destaque, segundo Hobsbawn, são aqueles
referentes às revoltas populares contra o domínio estrangeiro, embora não possam ser
classificados como nacionalistas modernos. Entretanto, mesmo com relação aos movimentos
revolucionários anteriores, não se pode afirmar que possuissem um caráter socialista ou
mesmo voltado à democracia radical, prevalecendo ainda os interesses das classes
dominantes.

É importante que se saliente a este ponto que o feudalismo estava erradicado da França desde
a Revolução Francesa, bem como seria eliminado de outras regiões, como a Alemanha, Países
Baixos e Suiça por obra dos consquistadores franceses. As conquistas liberais e o incentivo de
pensadores também acabaram por invadir as regiões adjacentes, levando também ao
banimento de tal sistema e da sociedade aristocrática, mesmo que em tempos diversos. As
mudanças nas relações agrárias, por exemplo, foram influenciadas pela Revolução Francesa,
no entanto, a utilização racional da terra já havia impressionado aos déspostas esclarecidos do
período pré-revolucionário, sendo portanto, anterior ao evento francês. Da mesma maneira,
consolidou-se a economia industrial, iniciada pela Inglaterra e firmada em 1848 neste país, de
forma gradual e lenta, em muitos casos.

Assim, enquanto a industrialização atingia índices vertigionosos na Inglaterra, em outras


regiões, como a França parecia caminhar a passos lentos. A verdade é que, diferentemente da
Inglaterra, a economia capitalista francesa baseava-se nas estruturas do campesinato e da
pequena burguesia – não direcionando capital para a indústria. Nos Estados Unidos, no
entanto, a situação era diversa; enquanto na França existia o capital, este era escasso em
terras americanas.Estes fatos demonstram claramente a maneira diversa como a
industrialização se comportou nas diferentes regiões e nações.Baseado nas afirmações
anteriores, o autor ressalta que a maior consequência destes processos seria a divisão dos
blocos entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos.

Os efeitos causados pela “dupla revolução” não se restringiram apenas ao âmbito político e
econômico, causaram também modificações drásticas na sociedade da época. A sociedade
aristocrática sendo devastada, também levou consigo os seus padrões e suas visões, abrindo
espaço para uma nova forma burguesa de cultura, pensamento e coletividade. A arte e a
cultura em geral ganham um impulso que, entretanto, não a tornou acessível para as massas
desfavorecidas. As últimas apoiavam sua cultura especialmente nas manifestações populares
(como o folclore), mantendo-se praticamente inalteradas de 1789 até 1830, e sendo colocadas
à parte de outras classificações da arte. Mesmo os artistas do período, em especial os
românticos, possuíam clara aversão às classes superiores, porém, nem sempre este
antagonismo revelava-se na prática.

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