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M. Odete Fachada
2º Volume
2ª Edição
RUMO
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1900 Lisboa
TELEF./FAX: 8595963
2º Volume
GRAFIRUMO, Lda.
Camarate
IMPRESSÃO E ACABAMENTOS:
GRAFIRUMO, Lda.
Camarate
TIRAGEM:
2000 EXEMPLARES
2ªEDIÇÃO
Janeiro de 1998
DEPÓSITO LEGAL:
Nº 50711191
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NOTA INTRODUTÓRIA
Este livro foi escrito para corresponder às necessidades, interesses e expectativas de todos os
que pretendem reforçar a sua competência pessoal e interactiva.
Os outros "não são o inferno", tal como afirmara Sartre, eles são, sim, a razão de ser de cada
indivíduo que com eles está em permanente interacção. É através deles que o homem se
realiza e satisfaz as suas necessidades de afecto, de estima e de auto-realização. É através dos
outros que medimos o nosso desempenho e desejamos atingir metas cada vez mais elevadas;
é através dos outros que medimos o risco da nossa existência e aprendemos a admitir e a
aceitar diferentes pontos de vista e diferentes modos de ser.
Porém, se os outros são importantes para nós, o inverso também é verdadeiro. É da tomada de
consciência do valor da nossa comunicação e da nossa interacção com os outros, que deve
nascer o desejo e a necessidade de reflectir sobre a problemática das relações interpessoais e
contribuir para que elas se tornem cada vez mais dinâmicas e enriquecedoras.
---
Este livro é composto por 7 módulos, estando definidos, em relação a cada um deles, a sua
finalidade e os objectivos específicos.
Deste modo, o leitor conhecerá, desde o início e à medida que avançar na leitura e no estudo
destes módulos, o que se pretende atingir, em termos de saber e de reflexão pessoal.
Antes de iniciar o estudo de cada um dos módulos, leia os objectivos específicos. Se pensa que
os domina, realize o pré-teste e compare as suas respostas com as que se encontram no final
do módulo.
Se acha que não domina os objectivos ou não teve êxito no pré-teste, inicie, então, o estudo do
módulo.
Nalguns momentos desse percurso, poder-se-á confrontar com pequenas tarefas, actividades e
questionários que têm como finalidade testar a aprendizagem realizada, em relação aos
objectivos propostos. Realize-os para controlar progressivamente a sua aprendizagem.
Centre a leitura desta obra em si e nas diferentes relações que estabelece com os outros.
Não se limite a ler. Relacione o conteúdo dos diferentes módulos com os seus conhecimentos,
a sua experiência e a prática interactiva que desenvolve no seu dia a dia.
As ideias desta obra deverão ser analisadas, relacionadas com a sua situação actual e
enriquecidas com a sua experiência.
Questione permanentemente "De que modo esta ideia, conhecimento ou actividade me pode
ajudar a melhorar o meu estado pessoal ou as minhas interacções?"
SUMÁRIO GERAL
2º VOLUME
.... Pág.
---
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(fig.)
MÓDULO 4
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8
Salvador Dalí
1943
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Sumário
.... Pág.
Pré-teste ... 10
Actividade 1 ... 41
Actividade 2 ... 43
Actividade 3 ... 45
Actividade 4 ... 48
Objectivo 9 - Identificar a importância dos strokes (toques) nas relações interpessoais ... 56
Actividade 5 ... 59
Correcção do Pré-Teste ... 61
Bibliografia ... 62
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10
Finalidades:
Pré-teste:
Antes de realizar o pré-teste leia os objectivos descritos. Se pensa que os domina, faça o pré-
teste e compare as suas respostas com as que se apresentam no final do módulo. Se constatar
que não domina os objectivos, passe à leitura do módulo.
3. Faça corresponder cada uma das letras A, B e C a cada um dos números de modo a ter uma
afirmação verdadeira.
A - Estado Parental
B - Estado Criança
C - Estado Adulto
A. Pai Crítico
B. Pai Alimentador
C. Adulto
D. Criança Espontânea
E. Criança Criativa
F. Criança Adaptada
G. Criança Rebelde
1. Questiona permanentemente
4. Contesta a autoridade
6. É entusiasta no trabalho
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11
(fig.)
---
12
Objectivo 1
Foi Eric Berne que, em 1950, desenvolveu uma teoria da personalidade, que lhe permitiu
analisar e compreender as atitudes e os comportamentos de cada indivíduo face às mais
diversas situações.
A Análise transaccional permite, ao sujeito, ter consciência do modo como age e se comporta,
na relação com os outros; permite reflectir sobre si próprio e esclarecer-se.
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13
Objectivo 2
Quando duas pessoas se encontram, uma delas irá fornecer alguma indicação de se ter
apercebido da presença da outra.
Existe um ESTÍMULO TRANSACCIONAL inicial e a outra pessoa irá dizer ou fazer alguma coisa
perante esse estímulo:
A Análise Transaccional implica uma relação interactiva, o que significa que as pessoas
envolvidas na relação, estão conscientes uma da outra.
Se olhamos para uma pessoa e ela não estiver consciente desse olhar, não sabe que a
observamos e, por isso, não existe uma relação transaccional.
No momento em que o olhar das duas se cruza e ambas estão conscientes uma da outra, inicia-
se a COMUNICAÇÃO TRANSACCIONAL.
A relação transaccional implica uma consciência mútua, porque só assim, é possível existir uma
influência recíproca.
A transacção inicia-se quando temos consciência de termos sido vistos pelo Outro.
A relação desenvolve-se como num jogo, a partir do qual se constrói uma série de significações.
- Cada um dos sujeitos, na relação faz alguma coisa (fala, sorri, olha, etc.. );
- Cada um dos sujeitos, está consciente de que o outro está consciente de si.
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14
Objectivo 3
1 - ANÁLISE ESTRUTURAL
2 - ANÁLISE FUNCIONAL
que se refere e estuda as relações que se estabelecem entre duas ou mais pessoas.
1 - ANÁLISE ESTRUTURAL
Eric Berne considera que a estrutura pessoal do indivíduo é composta por três estados:
É o estado formado e influenciado por todas as pessoas que contribuiram para o crescimento
individual.
Este estado refere-se a todas as figuras que transmitiram os VALORES que orientam
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15
O período mais marcante desta realidade psicológica é o que decorre até aos seis anos, altura
em que a criança entra na escola, partilhando a sua vivência com uma área social mais ampla.
A relação que as figuras paterna e materna desenvolveram e tudo o que a criança viu dessa
relação, é registado.
Nesta fase, a criança não interpreta os comportamentos em função das suas causas, intenções
ou contextualizações, porque o seu nível de desenvolvimento cognitivo não o permite.
Se os Pais brigam, ela não tenta encontrar a sua justificação, se o fizesse diminuiria a força dos
seus registos.
Por isso, todas as ordens, regras, leis e admoestações, que a criança viu, ouviu e sentiu (quer
verbais, quer não verbais) ficam registadas como verdades que provêm da relidade dos
adultos.
O tipo de relação que os Pais tiveram com a criança, o apoio, as carícias, o medo, os gritos,
etc..., ficaram registadas, de forma bem nítida.
Uma das características desta realidade psicológica é a incoerência vivida e sentida pela criança
em relação aos Pais que, muitas vezes afirmavam certos princípios e agiam de forma oposta.
Exigem da criança, mas são eles próprios que violam essas exigências.
Defendem que não se deve mentir e mentem; afirmam que os mais velhos não devem bater
nos mais novos e eles batem nos filhos...
Curiosamente, muitas das regras que os Pais impõem e são rejeitadas pelas crianças e
adolescentes são, mais tarde, defendidas pelos, então adultos, que, quando crianças, eram
obrigados a respeitá-las.
É o estado onde predomina o pensamento lógico, racional e objectivo e que se caracteriza pela
capacidade do EU receber informações.
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16
É A VIDA EXPERIMENTADA.
Este estado surge quando o sujeito começa a perceber a diferença entre a vida que o PAI lhe
ensinou, a vida como ele a sentiu e desejou, e a vida COMO ELE A VÊ POR SI PRÓPRIO.
Este estado tem o seu início quando o sujeito começa a confrontar os dados do PAI com a sua
verdade experimentada.
Quando existe coerência entre o que os Pais lhe disseram e o que ele experimenta e vive, surge
um estado coerente, de confirmação.
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17
Objectivo 4
- ESTADO ADULTO
- ESTADO CRIANÇA
PAI CRÍTICO:
Exemplo: "És um inútil... Não é assim que se faz..., não percebes nada..."
PAI ALIMENTADOR:
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18
ESTADO CRIANÇA
ADAPTADA
É o EU que corresponde à criança dócil e que se comporta tal como se espera dela.
Exemplos:
REBELDE
Exemplos:
"Não me chateies!"
Exemplo:
CRIANÇA ESPONTÂNEA
Exemplo:
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19
Em esquema:
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20
CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS DOS SUJEITOS, CONSOANTE O PREDOMÍNIO DOS
DIFERENTES ESTADOS
PAI CRÍTICO:
- Exige obediência.
PAI ALIMENTADOR:
ADULTO:
- Conhece as prioridades.
CRIANÇA ADAPTADA:
CRIANÇA REBELDE:
- Contesta a autoridade.
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21
Objectivo 5
Os diferentes estados do EU não se apresentam de forma tão simples e estratificada, tal como
foram definidos.
O bom funcionamento dos três estados de uma pessoa depende do papel que cada um tem, na
relação com os outros, ou seja, depende do Estado que assume a função de controlo.
No seu conjunto, o comportamento tende a ser estável porque o sujeito sabe reconhecer e
integrar as suas emoções (Criança) e os seus juízos de valor (Pai).
(fig.)
"O teu trabalho está de acordo com os nossos objectivos."
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22
Os comportamentos tendem a promover e a defender os valores, mesmo que tal facto ponha
em causa a sua relação com as pessoas, com a realidade e o equilíbrio do seu próprio
desenvolvimento e adaptação ao meio.
(fig.)
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23
A segurança económica, social e física do sujeito com este estado no controlo, está
frequentemente ameaçada, porque exclui os outros dois estados.
Junta-se, a uma informação actual e experimentada, uma informação que contém um pré-
juízo, afirmando, por exemplo "os formadores com muita experiência e sem diploma
pedagógico são mais competentes que os formadores sem experiência ainda que tenham
formação pedagógica".
>PAI</ADULTO - CRIANÇA
---
24
PAI - ADULTO/>CRIANÇA<
Existe exclusão quando um dos estados nunca, ou quase nunca, está presente ou não é
utilizado pelo sujeito.
Por vezes, poderão ser excluídos dois estados, o que determina:
---
25
- O sujeito é crítico ou alimentador o que o leva a orientar e dirigir a vida dos outros, fazendo
continuamente juízos de valor acerca do seu comportamento e da sua actuação, limitando a
sua liberdade, autonomia e independência.
- O sujeito actua como se estivesse desfazado da realidade, descontrola-se com facilidade e age
emotivamente, de forma pouco reflectida.
- O sujeito funciona como um computador, onde o recurso aos factos é determinante na sua
actuação. É frio e rígido.
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26
O SUJEITO PARA FUNCIONAR DE FORMA EQUILIBRADA E HARMONIOSA UTILIZA OS TRÊS
ESTADOS DO EU, COM O ADULTO NO CONTROLO.
- Perceber as CONTAMINAÇÕES
>PAI</ADULTO/>CRIANÇA<
- DESCONTAMINAR
>PAI<//ADULTO//>CRIANÇA<
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27
(fig.)
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28
Objectivo 6
Quando duas pessoas se encontram e têm consciência uma da outra, acontece uma
TRANSACÇÃO.
PAI P PAI P
ADULTO A ? ADULTO A
CRIANÇA C CRIANÇA C
TRANSACÇÕES
- 1. PARALELAS
- 2. OCULTAS
- 3. TANGENCIAIS
- 4. CRUZADAS
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29
TRANSACÇÕES PARALELAS
EXEMPLOS:
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30
---
31
C (a P): - Ajuda-me a fazer este trabalho!
(fig.)
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32
TRANSACÇÕES OCULTAS
Nota: Estas transacções jogam com vários estados do EU, porque há um estado escondido
sobre o conteúdo da mensagem, o que provoca incompreensão e confusão.
EXEMPLOS:
[Oculta] [C (resposta a P): - Pensa que não tenho mais nada para fazer!]
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33
(fig.)
TRANSACÇÕES OCULTAS
TRANSACÇÕES TANGENCIAIS
Exemplo:
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34
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35
(fig.)
TRANSACÇÕES TANGENCIAIS
TRANSACÇÕES CRUZADAS
EXEMPLOS:
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36
(fig.)
TRANSACÇÕES CRUZADAS
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37
Objectivo 7
(contexto de formação/aprendizagem)
Os formandos alunos deverão dispor de todos os estados do EU para realizar eficazmente a sua
aprendizagem.
Porém, a formação e a interacção na sala pode tornar-se rígida e aborrecida, se for o único
estado presente.
A manifestação do Estado do EU Parental permite a defesa das regras e dos limites necessários
ao bom funcionamento da formação e da aprendizagem.
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38
PAI CRÍTICO
PAI ALIMENTADOR
- Escutar os formandos em relação aos seus problemas pessoais e ao modo como decorrem as
acções de formação.
ADULTO
CRIANÇA ESPONTÂNEA
CRIANÇA CRIATIVA
CRIANÇA ADAPTADA
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39
CRIANÇA ESPONTÂNEA
CRIANÇA REBELDE
Não aceita a presença do formador/professor nem seus conhecimentos. Tudo critica e rejeita.
CRIANÇA CRIATIVA
ADULTO
PAI ALIMENTADOR
PAI CRÍTICO
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40
- O Estado Parental favorece o estabelecimento e o cumprimento dos limites e das regras que
os formandos/alunos devem respeitar, ou ajuda-os a identificar e ultrapassar as suas
dificuldades na aprendizagem.
- Reforçar as regras.
- Escutar os formandos em relação aos seus problemas pessoais e ao modo como decorrem as
acções de formação.
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41
Actividade 1.
Refira o Estado do EU que predomina nas pessoas que têm com frequência os pensamentos e
as atitudes que se seguem. (Pai Crítico, Pai Alimentador, Adulto, Criança Adaptada, Criança
Rebelde, Pequeno Professor e Criança Submissa)
PENSAMENTOS / Estado do EU
1 - Gosto de oferecer a minha ajuda, mesmo que me tenha que sacrificar. __________
2 - Quando contestam as minhas ideias aceito a contestação e revejo os meus pontos de vista.
__________
4 - Digo aos outros tudo o que penso acerca deles; é uma forma de melhorarem a sua conduta.
__________
5 - Não gosto que me digam o que hei-de fazer, seja em que circunstância for. __________
7 - Gosto de trabalhar na empresa, adapto-me bem aos meus colegas e à chefia. __________
8 - Não gosto de ideias feitas nem de generalizações. Prefiro tirar conclusões depois de ver e
experimentar as coisas. __________
9 - Não me importo de cumprir as normas; sem elas, a vida seria um caos. __________
10 - Sou uma pessoa de princípios que gosto de ver aplicados e respeitados. __________
16 - Antes de decidir, faço uma análise da situação o mais cuidadosa possível. __________
17 - Sou modesto e nunca digo que não, mesmo que isso me prejudique. __________
---
42
22 - Penso que os outros fazem sempre as coisas melhor que eu. __________
27 - As pessoas deviam ser mais punidas quando cometem erros, sejam quais forem as
situações. __________
29 - Dou muito valor e importância ao facto de fazer aquilo que gosto. __________
Respostas:
1. Pai Alimentador
2. Adulto
3. Criança Submissa
4. Pai Crítico
5. Criança Rebelde
6. Criança Rebelde
7. Criança Adaptada
8. Adulto
9. Criança Adaptada
14. Adulto
16. Adulto
20. Adulto
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43
ACTIVIDADE 2.
DIAGRAMA
P P
A A
C C
ESTÍMULO 2 - Andas a deitar-te muito tarde. Devias ter mais cuidado com a tua saúde.
DIAGRAMA
P P
A A
C C
DIAGRAMA
P P
A A
C C
RESPOSTA - Ainda bem que não trabalho contigo, senão teríamos problemas!
DIAGRAMA
P P
A A
C C
DIAGRAMA
P P
A A
C C
DIAGRAMA
P P
A A
C C
DIAGRAMA
P P
A A
C C
ESTÍMULO 8 - Os jovens que começam a agora a trabalhar não têm qualquer interesse pelas
coisas.
DIAGRAMA
P P
A A
C C
RESPOSTA - Quais são as funções que vais desempenhar? O que se espera de ti?
DIAGRAMA
P P
A A
C C
---
44
CORRECÇÃO DA ACTIVIDADE 2
DIAGRAMA
CaP
PaC
ESTÍMULO 2 - Andas a deitar-te muito tarde. Devias ter mais cuidado com a tua saúde.
DIAGRAMA
PaP
PaP
DIAGRAMA
AaA
AaA
DIAGRAMA
PaC
CaP
DIAGRAMA
C a A [Ignorada]
CaC
DIAGRAMA
CaC
CaC
DIAGRAMA
AaA
AaA
ESTÍMULO 8 - Os jovens que começam a agora a trabalhar não têm qualquer interesse pelas
coisas.
DIAGRAMA
PaP
PaP
RESPOSTA - Quais são as funções que vais desempenhar? O que se espera de ti?
DIAGRAMA
CaA
AaC
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45
ACTIVIDADE 3
Era bom que se exprimisse de forma mais clara porque ninguém, neste sector, está a
compreender o que está a dizer.
Resposta da chefia:
---
46
3. Subordinado: A sua ideia é muito interessante e pode ser-me útil para o meu trabalho.
Entretanto gostaria que desenvolvesse um pouco mais o último aspecto, que me parece
fundamental.
Respostas da chefia:
CORRECÇÃO DA ACTIVIDADE
1. Estado do EU:
Respostas da chefia:
ESTADO PAI: Acho incrível que não tenha percebido o que eu disse. Era bom que estivesse com
mais atenção e se não perceber, depois de explicar novamente, é bom que pense se vale o
dinheiro que lhe é pago.
ESTADO ADULTO: De facto esta matéria é complexa. Todas as pessoas sentem dificuldade no
início, mas com a continuação e a sua aplicação verá que vai compreender perfeitamente.
ESTADO CRIANÇA: Desculpe, mas eu vou explicar tudo de novo. Vou reforçar a ideia e vai ver
que compreende tudo muito facilmente.
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47
2. Estado do EU:
Respostas da chefia:
ESTADO PAI: Pode dizer-me o que não percebe? Será que se esforçou para compreender? Diga,
então, o que apreendeu daquilo que eu disse.
ESTADO ADULTO: Este assunto não é muito fácil de explicar e de compreender. Vou reformular
a minha ideia. Os outros desejam, também, ser esclarecidos?
ESTADO CRIANÇA: Peço desculpa por ser confuso. Não me dei conta de que não fui claro. Eu
tenho dificuldade em explicar esta ideia que, para mim, é muito complexa.
3. Estado do EU:
Respostas da chefia:
ESTADO PAI: O essencial foi dito. Agora aprenda por si. Têm que se habituar a procurar
informação complementar e a não depender totalmente de mim.
ESTADO ADULTO: Obrigado pelo seu apreço. O ponto que refere é, de facto, importante e por
isso vou esclarecer um pouco mais.
ESTADO CRIANÇA: Que bom que tenha gostado, eu também gosto muito deste assunto e esta
ideia é muito importante.
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48
Actividade 4
EGOGRAMA
O Egograma é um gráfico através do qual é possível ver as medidas (as alturas relativas) dos
diferentes Estados do EU.
Através da análise do gráfico, o sujeito pode identificar o Estado onde investe mais energia,
avaliar as consequências desse facto e treinar o reforço (aumento) ou diminuição dos Estados
do EU que considerar fundamentais para aumentar a sua satisfação pessoal e a qualidade das
suas interacções.
Marque uma cruz no rectângulo que corresponde àquilo que pensa e sente.
1 - Pensa que as suas opiniões são mais verdadeiras e sólidas que as dos outros? __ __ __ __
9 - Considera-se desajeitado? __ __ __ __
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49
Marque uma cruz no rectângulo que corresponde àquilo que pensa e sente.
11 - O desconhecido atrai-o? __ __ __ __ __
15 -Acredita que pode fazer com que uma coisa aconteça se o desejar muito? __ __ __ __
16 - Sente-se colérico? __ __ __ __
17 - É organizado? __ __ __ __
---
50
Marque uma cruz no rectângulo que corresponde àquilo que pensa e sente.
36 - É intuitivo? __ __ __ __
40 - Interessa-se pelos problemas dos outros, mesmo que não lhe digam directamente
respeito? __ __ __ __
42 - Procura o prazer? __ __ __ __
52 - Sente medo? __ __ __ __
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51
Marque uma cruz no rectângulo que corresponde àquilo que pensa e sente.
56 - É sensível? __ __ __ __
Cardon, A. e'Nicolas,P.
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52
Nunca = 0
Poucas Vezes = 1
Muitas Vezes = 2
Sempre = 3
PAI CRÍTICO
Questão / Pontos
1 ....
4 ....
7 ....
19 ...
25 ...
34 ...
39 ...
46 ...
51 ...
60 ...
Total:
PAI ALIMENTADOR
Questão / Pontos
3 ....
13 ...
18 ...
22 ...
27 ...
33 ...
40 ...
45 ...
49 ...
57 ...
Total:
ADULTO
Questão / Pontos
2 ....
5 ....
17 ...
21 ...
28 ...
31 ...
38 ...
47 ...
50 ...
58 ...
Total:
CRIANÇA ADAPTADA
Questão / Pontos
9 ....
12 ...
14 ...
23 ...
29 ...
32 ...
37 ...
43 ...
52 ...
55 ...
Total:
PEQUENO PROFESSOR
Questão / Pontos
8 ....
11 ...
15 ...
24 ...
30 ...
35 ...
36 ...
48 ...
53 ...
54 ...
Total:
CRIANÇA ESPONTÂNEA
Questão / Pontos
6 ....
10 ...
16 ...
20 ...
26 ...
41 ...
42 ...
44 ...
56 ...
59 ...
Total:
(Gráfico:)
30-
25-
20-
15-
10-
5-
|___|___|___|___|___|___|
PAI CRÍTICO
PAI ALIMENTADOR
ADULTO
CRIANÇA ADAPTADA
PEQUENO PROFESSOR
CRIANÇA ESPONTÂNEA
---
53
Objectivo 8
Todo o sujeito tem o seu próprio estilo de trabalho, a sua própria organização e gestão do
tempo.
Taibi Kahler desenvolveu, ao longo do seu trabalho de investigação, cinco estilos específicos,
que exprimem o carácter propulsor ou determinante, no sujeito.
As pessoas são tanto mais compatíveis, quanto mais semelhantes são os seus propulsores.
PROPULSOR 1 - "DESPACHA-TE"
ESTILOS COMPORTAMENTAIS
O sujeito trabalha depressa; realiza em pouco tempo uma elevada quantidade de tarefas.
É rápido e impaciente.
INCONVENIENTES
---
54
ESTILOS COMPORTAMENTAIS
Procura a perfeição e evita cometer erros. Presta atenção aos detalhes e apresenta sempre um
trabalho de boa qualidade. Receia a delegação.
INCONVENIENTES
Quando comete um erro, fica desiludido consigo próprio. Perde muito tempo com detalhes e
pormenores.
PROPULSOR 3 - "AGRADA-ME"
ESTILOS COMPORTAMENTAIS
INCONVENIENTES
PROPULSOR 4 - "ESFORÇA-TE"
ESTILOS COMPORTAMENTAIS
Inicia qualquer nova tarefa com entusiasmo e muita energia. Os outros apreciam a sua
motivação e entusiasmo. Gosta de explorar todas as vertentes de um trabalho e é capaz de se
implicar em várias tarefas, em simultâneo.
INCONVENIENTES
---
55
ESTILOS COMPORTAMENTAIS
O seu humor é regular e os outros sabem exactamente o que poderão esperar dele.
INCONVENIENTES
É muito crítico em relação aos seus defeitos e aos dos outros. Os colegas consideram-no como
um "robot", sem reacção emotiva.
---
56
Objectivo 9
PROPULSOR 1 - "Despacha-te"
O formando:
O formador:
---
57
Assinala com frequência quaisquer erros ou falhas, quer dos colegas, quer do formador.
O formador:
Deve ser paciente e agradecer as correcções, e mostrar que aprecia a sua perspicácia.
PROPULSOR 3 - "Agrada-me"
O formando:
O formador:
PROPULSOR 4 -"Esforça-te"
O formando:
---
58
O formador:
Deve ele próprio ser entusiasta e preparar muito bem as suas lições.
Deve responder correctamente a todas as questões que ele coloca e explorar as suas ideias.
O formando:
O formador:
---
59
Actividade 5
DIFERENTES ESTADOS DO EU
OBJECTIVOS:
- Compreender que existe um modo pessoal e diferente de reagir às mais diversas situações.
PREPARAÇÃO
Distribuir aos participantes 5 informações, pedindo-lhes que lhes respondam, de acordo com a
sua forma habitual de responder em situações semelhantes.
SITUAÇÃO 1
Dr. Gonçalo, Director da empresa não está de férias e veio hoje para o serviço de calças de
ganga, com ténis e sem gravata.
SITUAÇÃO 2
A sua secretária saiu sem fazer uma carta muito urgente que lhe pediu para fazer, sem falta,
ainda hoje.
SITUAÇÃO 3
Há dois dias que um colega seu está no seu gabinete a utilizar o seu computador sem dar
quaisquer explicações. Ele apenas lhe tinha pedido o computador para fazer um pequeno
trabalho, nessa mesma manhã.
SITUAÇÃO 4
A reunião do seu departamento com a direcção começou às 9.30h. São 12.30h e pouco se
adiantou porque o Director foi interrompido várias vezes pela secretária para atender
telefonemas.
SITUAÇÃO 5
O Director e a sua secretária foram vistos por dois colaboradores a beijarem-se no arquivo à
hora do almoço.
---
60
SITUAÇÃO 6
Já algumas vezes ajudou o seu colega quando este lhe pediu para o substituir. Hoje pediu-lhe
para que ele o ajudasse e ele recusou-se.
SITUAÇÃO 7
Uma doente diz que o seu médico assistente não lhe oferece qualquer confiança.
SITUAÇÃO 8
O director da empresa diz que não confia nos auditores que vão auditar a sua empresa.
DESENVOLVIMENTO
---
61
Correcção do pré-teste
2. Significa que as pessoas envolvidas, deverão estar conscientes umas das outras, no processo
interactivo.
3.
A-2
B-3
C-1
A-3
B-5
C-2
D-6
E-1
F-7
G-4
---
62
Bibliografia
Chalvin, Dominique, Les Nouveaux outils de l'analyse transactionnelle, Les Éditions ESF, Paris,
1989
Fensterheim, Herbert, Baer, Jean, No Diga Si cuando quiera decir No, grijalbo, Barcelona, 1991
---
63
(fig.)
Módulo 5
---
64
Miró
1935
---
65
Sumário
... Pág.
Pré-teste ... 66
Objectivo 3 - Identificar algumas dificuldades inerentes ao estudo dos motivos humanos ... 71
Tarefa 1 ... 72
Questionário 1 ... 85
Actividade 1 ... 87
Actividade 2 ... 92
Objectivo 14 - Caracterizar o quinto nível da pirâmide das necessidades de Maslow ... 100
Objectivo 15 - Identificar as fontes de satisfação e insatisfação inerentes a cada uma
necessidades da pirâmide ... 101
---
66
Finalidades
Pré-teste
A. O que é motivar?
Motivar é:
4. Permitir que a outra pessoa se realize de acordo com as suas necessidades. ___
67
6. Estimular. ___
B.
---
68
D.
Partindo da palavra central, MOTIVAR(-SE) registe todas as palavras que este termo lhe sugira.
MOTIVASR(-SE)
1._________________________
2._________________________
3._________________________
4._________________________
5._________________________
6._________________________
7._________________________
8._________________________
---
69
Objectivo 1
O comportamento supõe uma série de actividades e todo o ser humano manifesta uma grande
tendência para agir, andar, conversar, dormir, comer, trabalhar, etc.. Por vezes, consegue
realizar mais do que uma actividade, em simultâneo.
Há muitos alunos que revelam uma boa capacidade intelectual e de aprendizagem e obtêm
resultados muito baixos, no seu desempenho escolar.
No desporto, há indivíduos que têm muita capacidade e habilidade para essa modalidade e
desapontam o público com as suas actuações.
O que falta aos indivíduos em causa, nas situações referidas não é capacidade, mas sim,
MOTIVAÇÃO.
Quando nos interrogamos sobre a razão pela qual o indivíduo age de determinada maneira,
estamo-nos a interrogar pelos motivos, ou seja, por aquilo que predispõe o indivíduo para
determinada actividade.
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70
Objectivo 2
Definir motivação
Ele chamava "instintos" aos motivos e definia-os como forças irracionais, compulsórias,
herdadas, que dão forma, virtualmente, a tudo o que as pessoas fazem, sentem e dizem.
Contudo, estes processos que parecem explicar o comportamento, não são directamente
observados ou medidos. O que se observa, de facto, é o comportamento que, deles é
consequência.
. Os IMPULSOS referem-se aos motivos que servem para satisfazer as necessidades fisiológicas
básicas.
. O termo INSTINTO aplica-se a padrões de comportamento hereditários, ou seja, comuns a
todos os seres da mesma espécie.
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71
Objectivo 3
Os motivos são difíceis de estudar porque não são directamente observados e mensuráveis.
Um aluno que estuda muito para um teste, para ter boa nota, pode fazê-lo por uma
necessidade de ser superior a todos os seus colegas, para agradar ao professor, para obter uma
recompensa dos seus pais ou simplesmente porque quer pôr à prova a sua capacidade.
Um aluno que sinta necessidade de ser notado e admirado entre os colegas, pode consegui-lo
quer pelos seus bons resultados escolares, quer pelo seu mau comportamento, quer pela sua
graça e comicidade.
3. Existem motivos que não produzem comportamentos que visem a satisfação da sua
necessidade.
Uma adolescente que se sinta apaixonada pelo namorado da sua melhor amiga e que sente a
necessidade de ser amada por ele, não lhe vai expressar os seus motivos porque perderia a sua
melhor amiga e, por outro lado, poderia fracassar no seu intento de ser amada pelo rapaz.
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72
Tarefa 1
Texto:
Uma pessoa é motivada, em qualquer momento por uma variedade de factores internos e
externos. A força de cada motivo e o padrão de motivos influem na maneira como vemos o
mundo, nas coisas em que pensamos e nas acções em que nos empenhamos.
Imaginemos um estudante caminhando pela rua, exposto a toda a espécie de imagens e sons.
Ele não pode dar atenção a todos esses estímulos, pelo que responde apenas a alguns deles.
Os estímulos insólitos podem despertar a sua curiosidade: pára no caminho para observar a
demolição de um edifício. A curiosidade talvez não seja o único motivo; se teve um dia
particularmente penoso, poderá retardar o passo para desfrutar a destrutibilidade envolvida.
Pode alimentar pensamentos passageiros de semelhante destrutibilidade, em relação ao seu
professor, namorada ou sociedade em geral.
Finalmente, pode retomar a marcha, talvez note a fachada de um restaurante e perceba que
tem fome.
Pode divagar sobre o facto de que já passou por esse estabelecimento inúmeras vezes sem se
dar conta do que nele existia - não estava com fome nessas ocasiões. Enquanto encomenda a
sua refeição, pode dar consigo conversando com a empregada. Isso distrai-o, mas a moça está
cansada e com dor de cabeça, por isso considera o rapaz um tanto maçador. Contudo, como
espera dele uma gorjeta, a moça finje que está correspondendo.
Mais tarde, enquanto estuda no seu quarto, o rapaz concentra-se em aprender a sua
Matemática, ou Biologia ou Língua. À medida que vai ficando cansado, aumenta o seu esforço,
pensando nas notas que precisa obter para ser admitido na escola superior. Poderá fazer uma
pausa para pensar nos pais e cogitar se eles realmente apreciarão o trabalho árduo em que
tem de empenhar-se para conseguir o triunfo que eles querem.
Adormecendo, por fim, poderá ter um sonho confuso em que o seu professor parecendo-se
com o seu pai - sacode tristemente a cabeça quando lhe devolve uma prova escrita de exame.
Neste exemplo, podemos observar a acção dos motivos de curiosidade, agressão, fome, sexo,
fadiga, dor, realização e afeição sobre a percepção, o pensamento, a actuação ou o
desempenho e combinam-se em vários padrões em diversos momentos.
MURRAY, E. (1973), Motivação e Emoção, Rio de Janeiro, Ed. Zahar, pp. 22-23
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73
3. Foi a visão do restaurante que desencadeou a fome, ou a fome que permitiu a visão do
restaurante?
4. Quando o rapaz está a estudar, ele reflecte sobre as suas motivações, em relação a este
comportamento? Justifique.
5. Analise alguns dos motivos no último parágrafo do texto e refira o comportamento a eles
associados.
(fig.)
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74
Respostas à tarefa 1
1. "A força de cada motivo e o padrão de motivos influem na maneira como vemos o mundo,
no que pensamos e nas acções em que nos empenhamos".
2. Ao observar a demolição do edifício, isso não lhe sugere sentimentos agradáveis, talvez
porque, a sua vivência naquele dia não tenha sido totalmente positiva e lhe tenham acontecido
coisas desagradáveis. Tal facto revela que o estado de espírito do indivíduo influência a sua
percepção, ou seja, o modo como vê as coisas que observa. A demolição do edificio fá-lo
recordar situações da sua vivência passada que também foram penosas para ele (associação de
ideias e sentimentos) e que tiveram o mesmo carácter "destruidor".
4. Reflecte. De facto, ele parece tomar consciência da razão porque tem que estudar de forma
árdua. Por um lado, ele pretende ser admitido na Escola Superior e para isso tem que estudar
(comportamento) para obter as classificações para o seu ingresso (objectivo). Porém, ele
também percebe que a sua motivação é fortemente condicionada pelo desejo dos pais, de que
ele consiga ingressar na Escola Superior.
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75
Objectivo 4
O termo homeostase surgiu com o fisiologista americano W.B. Cannon (1932), na sua obra the
Wtsdone of the Body, cujos trabalhos se inspiraram nos do fisiologista francês, Claude Bernard
(1813-1878).
Segundo Cannon, as condutas, quer biológicas quer sociais, tendem a reduzir o estado de
tensão, de modo a repôr o equilíbrio.
No caso de certas fomes específicas, verifica-se que, quer o ser humano, quer o animal,
tendem a procurar, de entre a variedade de alimentos, aqueles que irão suprir as suas
deficiências.
Um sujeito com a doença de Addison (cujo córtex adrenal da glândula suprarenal está num
processo de destruição e por isso não pode reter o sal), tem frequentemente avidez por
comida com um elevado teor de sal.
Algumas crianças com insuficiências paratiroidais comem, por vezes, giz, reboco e outras
substâncias com elevado teor de cálcio.
A ingerência de drogas também se ajusta a este modelo, porque uma vez introduzidas, como
químicos artificiais que são, criam novos equilíbrios.
Mas, se o modelo homeostático pode ser descritivo para muitos dos impulsos básicos, ele não
explica, contudo, o funcionamento de todos os motivos. No caso das experiências sensoriais,
por exemplo, o estado de equilíbrio não parece desempenhar um papel fundamental na sua
manifestação. Neste caso, parecem ser as emoções e as cognições que desempenham um
papel importante.
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76
Objectivo 5
2. Motivos sociais
4. Motivos de crescimento
1. Impulsos básicos
Os impulsos básicos são motivos que activam o comportamento. Este por sua vez, vai satisfazer
uma necessidade.
O que caracteriza estes impulsos é o facto da sua satisfação ser fundamental para a
sobrevivência do indivíduo.
Muitas vezes, porém, estes impulsos podem ser influenciados por factores ambientais e
modificados por aprendizagem.
Se a fome, se apresenta como uma necessidade básica, o que se come e como se come, são
determinados pela sociedade e pela aprendizagem.
O impulso sexual, por exemplo, pode ser desencadeado por um estímulo externo, como seja a
apresentação de uma figura do sexo oposto bastante atraente.
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77
(fig.)
A FOME visa atingir a ingestão de alimentos que contêm a energia necessária para a
sobrevivência do indivíduo.
Este impulso é regulado superiormente, pelo hipotálamo, a partir de dois centros: um que é o
centro activador e que desencadeia a necessidade de comer, situado nos núcleos laterais e
outro que se localiza na região mediana inferior e que se apresenta como centro inibidor.
A actividade destes dois centros surge quando as células começam a ter dificuldade em captar
do sangue a quantidade de glicose suficiente para o seu metabolismo, dada a sua escassez na
circulação sanguínea.
Experiências realizadas com animais mostraram que a estimulação eléctrica do centro inibidor
provoca anorexia. O animal acaba por morrer porque não procura alimento.
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78
(fig.)
O SONO, do ponto de vista fisiológico, constitui o ritmo circadiano, associado a outros ritmos
circadianos.
O sono é regulado por estruturas nervosas complexas que dependem de um sistema de vigília,
activador geral e de um sistema hipnogénio, activador do sono. Estes centros estão situados no
hipotálamo e, a sua estimulação impede que se tenha sono, enquanto que a sua destruição
produz uma sonolência persistente.
Existem 3 fases distintas no sono: o sono leve, o sono profundo e o sono REM ou paradoxal.
Ao adormecer entra-se na fase do sono leve, sono que não é totalmente inconsciente,
entrando em seguida, no sono profundo. Este surge, mais ou menos, após 50 minutos de ter
adormecido.
Após 20 a 30 minutos do sono profundo, surge o sono REM, assim chamado porque os olhos se
movimentam rapidamente, com subida da tensão arterial e frequência cardíaca.
Surgem uma série de paradoxos fisiológicos que duram cerca de 10 minutos e que se justificam
pelo facto do cérebro estar activo num corpo paralisado.
Passados os 10 minutos em que ocorre o sono REM, regressa o sono profundo. À medida que
os ciclos do sono se vão repetindo durante a noite, o sono profundo tem menor duração e o
REM, maior duração.
Cada ciclo do sono tem a duração média de 90 minutos e durante a noite perfazem-se 4 a 5
ciclos.
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79
A percentagem de sono REM é, durante uma noite de sono, cerca de 30 a 35% nos jovens e de
20 a 30% nos adultos.
O tempo total de sono profundo aumenta nas noites que se seguem a privações de sono
anteriores ou após um dia de trabalho predominantemente físico.
As pessoas insatisfeitas com o seu dia, têm mais sono REM do que as pessoas realizadas e
satisfeitas com o seu dia de trabalho.
A cada uma destas fases do sono correspondem registos eléctricos cerebrais específicos,
devidamente registados e evidenciados pelo electroencefalograma.
(fig.)
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80
2. Motivos sociais
Estes motivos têm por objectivo satisfazer as necessidades que o indivíduo tem de se sentir
amado, respeitado, aprovado, etc.
Os seres humanos que se sentem amados e apoiados pelos que com eles convivem, têm mais
facilidade em enfrentar situações críticas ou períodos de crise.
(fig.)
Muitas das necessidades sociais (também chamadas de secundárias) são veiculadas pela
publicidade que, através de cartazes e ideias-chave pretendem criar determinado tipo de
necessidades.
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81
Várias investigações têm revelado que as pessoas com uma vida muito rotineira têm tendência
para o tédio, para a depressão e irritabilidade.
As pessoas sentem-se atraídas para o que é novo e desconhecido. Esta característica desde
sempre esteve ligada à sobrevivência do indivíduo. A procura de novas experiências desenvolve
a sensibilidade perceptiva aumentando a sua competência em termos de habilidade e de
conhecimentos que lhe permitem adaptar-se mais eficazmente às novas situações.
(fig.)
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82
4. Motivos de crescimento
As pessoas que fracassam frequentemente nos seus intentos de crescer e realizar-se em função
dos seus objectivos, baixam a sua auto-estima e sentem afectada a sua relação com os outros.
Estas pessoas estão mal consigo mesmas, não se aceitam muito bem e por isso, também não
estão bem com os outros.
(fig.)
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83
Todas as pessoas que vivem em sociedade agem, em função de determinados valores crenças e
metas, em suma de IDEIAS.
(fig.)
As ideias constituem uma grande força motivacional. Através delas o sujeito antevê o seu
sucesso ou o seu fracasso.
As ideias orientam a sua conduta e determinam a força da sua persistência na sua consecução.
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84
Objectivo 6
6. A sequência motivacional
NECESSIDADE ---> IMPULSO --- (COMPORTAMENTO) --- (OBJECTO) --- OBJECTIVO --->
SATISFAÇÃO
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85
Questionário 1
1. Os impulsos básicos também são chamados de individuais, em oposição aos sociais. Porquê?
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86
Respostas ao questionário 1
1. Os impulsos básicos, primários ou individuais são assim chamados porque a sua satisfação é
essencial para a sobrevivência dos indivíduos. Estes impulsos ou necessidades básicas são
comuns a todos os indivíduos. Estas necessidades são desencadeadas por processos intrínsecos
e são essenciais para o equilíbrio fisiológico. Pelo contrário, as necessidades sociais, têm a sua
origem na sociedade e variam, de acordo com a sociedade onde se está inserido.
2. A fome é regulada pelo hipotálamo, na medida em que o centro activador (da fome) detecta
o facto das células terem dificuldade em captar a glicose do sangue para o seu metabolismo,
dado que esta começa a escassear na circulação.
3. Motivos sociais são aqueles que têm a sua origem na sociedade e que só existem em função
da comunidade social em que se vive.
Eles são importantes porque a sua satisfação permite uma boa inserção e adaptação ao meio
social.
4. A satisfação dos motivos sociais é importante na medida em que fazem o indivíduo sentir-se
amado e apoiado, permite que o sujeito se adapte à realidade social e enfrente mais
facilmente as situações de crise.
7. Quando estes motivos não são satisfeitos, baixa a auto-estima do sujeito e é afectada a sua
relação com os outros. O sujeito não gosta de si, não valoriza as suas capacidades e teme
enfrentar situações dificeis.
8. As ideias são fontes motivadoras quando constituem crenças e valores que mobilizam as
energias do sujeito para a sua consecução. A ideia de justiça pode mobilizar o sujeito, nas mais
variadas dimensões e situações para lutar contra a injustiça e a agir sempre em função dessa
ideia, a preservar.
IMPULSO: é a força energética que move o indivíduo e lhe permite activar o seu
comportamento.
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87
Actividade 1
1. O dono de uma empresa resolveu introduzir dois controladores numa secção, para evitar os
defeitos de fabricação que surgem com muita frequência.
2. Um sujeito vai fazer uma exposição e está com muito medo; não pára de tremer. Então, para
chegar ao fim mais depressa, começa a falar muito rapidamente...
4. Perante um subordinado passivo e lento, o seu superior irrita-se e torna-se cada vez mais
agressivo. O subordinado é cada vez mais lento.
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88
Respostas à actividade 1
1. O dono da empresa teria que confiar mais nos colaboradores desta secção, dialogar com eles
para verificar a razão da existência dos defeitos de fabricação e com eles, estabelecer
estratégias de resolução dos problemas.
4. A irritação e a agressão não alteram a situação, mas ainda a reforçam mais. O superior deve
dar confiança ao subordinado, mostrar-lhe que ele é capaz de realizar a tarefa mais
rapidamente.
(fig.)
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89
Objectivo 7
Serão de nível interno quando o obstáculo a essa satisfação for inerente ao próprio indivíduo e
externo, quando o obstáculo for exterior ao sujeito.
(fig.)
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90
Objectivo 8
a) AGRESSIVIDADE
b) RACIONALIZAÇÃO
A história da raposa de Esopo pode ilustrar bem esta situação, quando refere que aquela,
desejando uvas apetitosas que estavam numa latada e, não as conseguindo alcançar porque
estavam altas, disse: "Não prestam, estão verdes".
c) PROJECÇÃO
Trata-se de um mecanismo de defesa que permite, ao sujeito, localizar noutra pessoa ou numa
coisa qualidades, sentimentos e desejos que ele próprio recusa assumir como seus.
O indivíduo que não gosta do seu chefe e que gostava que ele fosse despedido é capaz de
admitir e afirmar que o chefe o quer despedir.
Projectando a pessoa afirma: "Ele odeia-me", quando queria dizer, de facto: "Eu odeio-o".
d) REGRESSÃO
A criança que detesta a escola pode começar a desenvolver comportamentos infantis como
chuchar no dedo. É como se voltasse a uma fase da sua vida eliminando, assim, as actuais
condições que se apresentam desagradáveis e nefastas.
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91
e) RESIGNAÇÃO
Consiste no facto de não reagir de forma aberta à frustração. O indivíduo aceita (passivamente)
a situação como se ele nada pudesse fazer para a mudar. Mesmo que interiormente haja
alguma revolta, exteriormente não há qualquer sinal desse facto.
f) FUGA
As pessoas que reagem deste modo, fogem da situação, evitando-a. Normalmente, não
enfrentam a situação, mas refugiam-se e isolam-se.
g) TRANSFERÊNCIA
h) COMPENSAÇÃO
Como o indivíduo nada pode fazer, tira o máximo proveito da situação frustrante ou canaliza as
suas energias para uma outra actividade onde tenha êxito. A aluna que não consegue obter
boas notas e ser notada por isso, veste-se lindamente e, assim, passa a ser o alvo das atenções.
i) INTEGRAÇÃO
Aceita-se a situação, encontrando o que nela há de positivo. Admite-se que talvez tenha que
ser assim e que não vale a pena lutar contra ela. Pensa-se que, posteriormente, talvez seja
possível conseguir outras alternativas.
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92
Actividade 2
OBJECTIVO: Identificar os diferentes tipos de reacções à frustração.
No horário distribuído dizia-se que os serões seriam todos dedicados a reflectir sobre o que se
passou durante o dia.
Porém, a meio do estágio haveria um serão livre, onde os formandos poderiam fazer o que
queriam.
No início do estágio os formandos disseram aos monitores para nada programarem para esse
serão, o que foi aceite.
João Silveira, engenheiro de 32 anos, casado e pai de uma criança de 3 anos, pensa ir a casa ao
fim da tarde e regressar ao local de formação na manhã seguinte.
Roberto Silva de 25 anos, chefe de secção, está noivo há 6 meses e vai com o João Silveira
porque mora próximo dele.
Luísa Relvas, solteira, de 39 anos, espera receber no local da formação a visita da irmã com
quem vive e que vem de carro.
Sebastião Gouveia, viúvo de 40 anos, director do serviço de vendas e apaixonado por futebol,
pretende assistir, no centro de formação, a uma partida que é transmitida pela TV. Espera ter a
companhia de 3 outros participantes do curso.
Lúcio Ferrão de 36 anos de idade, casado e pai de duas crianças, chefe competente;
As duas esperam a visita dos respectivos maridos que vêm de carro porque também habitam
perto.
As outras 3 pessoas do grupo pensaram ir à aldeia mais próxima do centro de formação para
assistir a uma manifestação de folclore organizada por um grupo de músicos da localidade.
Estes são:
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93
ACONTECIMENTO
Um monitor, exterior à equipa de formação, deveria vir fazer uma exposição ao fim da tarde
(serão) do 4º dia. Porém, ele telefonou a dizer que vem no 3º serão (que estava livre).
Ele tem um compromisso inadiável, pois a sua esposa deve ser internada numa clínica no dia
em que estava previsto ele ir ao centro de formação e, por isso, só estará disponível nesse fim
de tarde.
Os dois monitores anunciam aos participantes o ocorrido, isto é, que o serão livre não será no
3° dia mas, sim, no 4° dia.
Esta informação gerou, nos participantes, alguma frustração. Os seus projectos não se podem
concretizar e reagiram das formas mais diversas.
Alice Bernardes: Com o pretexto de que estava com enxaqueca não assistiu ao jantar nem à
exposição do monitor (do exterior).
Sebastião Gouveia: Aproveita o melhor que pode o jantar, come bem e bebe dos melhores
vinhos; afinal, valeu a pena pelo jantar.
Lourenço Grave: Mostrou-se irónico e cáustico durante todo o jantar para com o animador que
veio do exterior.
Roberto Silva: Nada disse porque é muito tímido. Interiormente está muito aborrecido, mas
não o revela aos outros. Parece que nada o afectou.
Glória Silva: Critica vivamente os dois animadores, seus acompanhantes durante o tempo de
formação que, segundo ela, não deveriam ter deixado mudar o programa inicial.
Belmiro Mendonça: Olha a situação de forma serena. Diz que está interessado na comunicação
do monitor e que terá outras ocasiões de ir ver grupos folclóricos. Afirma que vale o sacrificio.
Jorge Seguro: Não está muito contente. O seu mau humor faz com que discuta com Bernardete
Esteves, com a qual já discutiu durante o curso.
Vicente Fortes: Escreve uma carta ao monitor do exterior, onde refere o seu desacordo sobre a
decisão tomada. Entrega-lhe a carta quando este vai a entrar no seu carro, no final da sessão.
Lúcio Ferrão: Durante o serão mostrou alguma hipocrisia. Ficou muito aborrecido com a
alteração porque esperava ter um serão agradável a ver TV. Submeteu-se à decisão, mas não
revelou qualquer interesse pelo trabalho.
Luísa Relvas: Toma a iniciativa de prolongar o serão depois da partida do monitor e prepara
uma série de discos para dançar.
LIMBOS, E., Les problémes humans dans les groups, Paris, Editions, E.S.F (2.8 ed.), 1984,pp. 11-
13 (adaptação)
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94
QUESTÃO:
Resposta à actividade 2
Correcção do exercício:
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95
Objectivo 9
Apresentou uma teoria da motivação que pressupõe que as necessidades humanas estarão
hierarquizadas, dispostas em níveis, de acordo com o seu grau de importância.
A PIRÂMIDE DE MASLOW
(fig.)
Necessidade de estima
Necessidades sociais
Necessidades de segurança
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96
Objectivo 10
Estas necessidades constituem o nível mais baixo de todas as necessidades humanas e que são
vitais para o indivíduo. Neste nível estão as necessidades de alimentação (fome e sede), de
sono e repouso, de abrigo (frio ou calor) e o desejo sexual. Estas necessidades são
fundamentais para a sobrevivência do indivíduo e para a propagação da espécie.
Quando alguma destas necessidades não está satisfeita, todo o comportamento do indivíduo é
dirigido para a sua satisfação.
Afirma MASLOW:
(fig.)
O dinheiro é um meio para satisfazer as necessidades básicas, quando estas não estão
satisfeitas.
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97
Objectivo 11
A pessoa é orientada para trabalhar numa organização que disponha de um bom sistema de
segurança social, que supra as necessidades, em caso de doença e acidentes.
(fig.)
(fig.)
---
98
Objectivo 12
Quando estas necessidades não estão suficientemente satisfeitas, o indivíduo torna-se hostil e
agressivo na relação interpessoal.
Quando as necessidades de amor e de afeição são frustradas, o sujeito tende para a solidão e
tem dificuldades de adaptação social.
O indivíduo sente necessidade de estar com alguém que partilhe das suas ideias.
A satisfação desta necessidade produz sentimentos de auto-confiança, de prestígio, de poder e
favorece as relações interpessoais.
(fig.)
O sujeito com fortes necessidades sociais deseja ser aceite pelos outros, ter amigos.
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99
Objectivo 13
(fig.)
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100
Objectivo 14
Caracterizar o 5º nível da pirâmide das necessidades de Maslow: as necessidades de auto-
realização
Conclusão
- Nem todas as pessoas chegam ao topo da pirâmide. Em função da sua vivência, estacionam
num dos pontos da pirâmide.
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101
Objectivo 15
topo:
AUTO-REALIZAÇÃO
Insatisfação:
. Insucesso na profissão
. Desprazer no trabalho
Satisfação:
. Sucesso na profissão.
. Prazer no trabalho.
ESTIMA (EGO)
Insatisfação:
. Baixo status
. Baixo salário
. Sensação de iniquidade.
Satisfação:
. Prestígio na profissão
SOCIAIS (AMOR)
Insatisfação:
Satisfação:
SEGURANÇA
Insatisfação:
Satisfação:
FISIOLÓGICAS
Insatisfação:
. Remuneração inadequada.
Satisfação:
---
102
Objectivo 16
Frederick Herzberg, nascido em 1923, psicólogo e consultor americano formulou a teoria dos
dois factores para melhor explicar o comportamento dos indivíduos em situação de trabalho.
Ele considerou que existem dois factores distintos a ter em conta na satisfação do desempenho
da função:
- salário;
- benefícios sociais;
- tipo de chefia;
- políticas da empresa;
Tradicionalmente, eram somente estes os factores que eram tidos em conta na motivação dos
colaboradores.
Herzberg mostrou que, uma vez estes factores melhorados, apenas se evita a insatisfação, mas
não se cria a satisfação.
Estes são factores periféricos e extrínsecos aos indivíduos; são profiláticos e preventivos.
FACTORES MOTIVACIONAIS - São factores intrínsecos porque estão sob o controlo do indivíduo.
- reconhecimento profissional.
---
103
Os factores higiénicos poderão evitar que o trabalhador se queixe, mas não farão com que ele
queira trabalhar mais ou com maior eficiência.
. enriquecendo a tarefa;
. apresentando desafios.
Resumindo...
(fig.)
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104
(fig.)
Para que o trabalho se torne motivante é necessário promover o enriquecimento das tarefas e
desafiar as pessoas, ampliando a sua responsabilidade.
---
105
Objectivo 17
. Necessidades de auto-realização
. Necessidades sociais
. Necessidades de segurança
. Necessidades fisiológicas
. MOTIVACIONAIS
- O trabalho em si
- Responsabilidade
- Progresso
- Crescimento
---
- Realização
- Reconhecimento
- Status
. HIGIÉNICOS
- Relações interpessoais
- Supervisão
- Colegas e subordinados
---
- Supervisão técnica
- Segurança no cargo
---
- Salário
- Vida pessoal
As conclusões de Herzberg coincidem, em parte, com a teoria de Maslow porque afirmam que
os níveis mais baixos das necessidades humanas têm pouco efeito motivacional, quando o
padrão de vida é elevado.
Porém, Maslow afirma, ao contrário de Herzberg, que qualquer necessidade pode ser
motivadora do comportamento, se for relativamente insatisfeita.
---
106
Objectivo 18
O motivo de realização permite a satisfação das potencialidades pessoais e, por isso, pode ser
considerado um motivo de crescimento.
McClelland foi um dos psicólogos que muito se interessou pela motivação do comportamento
em situações de realização.
Ele considera que quanto mais sucessos e êxitos nas tarefas a pessoa obtiver, mais tendência
tem para confiar nas suas capacidades e, consequentemente para ter novos sucessos.
McClelland considera que as crianças que vivem em famílias, cujos pais salientam a
importância do sucesso e da independência e que recompensam os seus filhos pelas suas boas
realizações, manifestam mais motivos de realização.
Estes pais estabelecem altos padrões de excelência e elevam as suas expectativas à medida que
os seus filhos progridem.
As famílias com filhos que apresentam uma baixa motivação para a realização enfatizam mais o
aspecto da educação, das boas maneiras, da limpeza, da obediência, etc.
As pessoas que temem o sucesso evitam arriscar porque desconfiam de si próprias e não
acreditam que possam ter êxito.
McClelland (1948) media a motivação para o êxito de uma pessoa através da utilização de
fotografias. A partir da sua observação, os sujeitos deveriam inventar uma história.
---
106
Exemplo:
(fig.)
1. "O rapaz olha para o violino e recorda a sua primeira audição e os elogios que recebeu.
Pensa no seu futuro... e como gostaria de ser reconhecido mundialmente.
2. "O rapaz está triste porque não consegue ser um bom violinista; os pais irão ficar
desiludidos."
A primeira história revela uma forte motivação para o êxito; é uma história activa, que se
projecta no futuro, no trabalho e no reconhecimento.
Quando McClelland foi trabalhar para Brynmawr College, como substituto do psicólogo social
Donald MacKinnon começou a interessar-se pelo estudo da motivação humana.
---
108
Texto:
"Você afirmou que agora está a preparar pessoas para desenvolverem a motivação do êxito.
Como é que faz isso?
(...) Sabíamos bastante acerca da maneira como uma pessoa com forte motivação de êxito
actuava e pensava. Sabíamos precisamente como ela pensava porque tínhamos desenvolvido
este sistema de codificação de objecto. Assim, ensinámos os indivíduos a pensar desta maneira
e ensinámos-lhes mesmo a actuar de modo análogo. Dizíamos: "Deseja ser um homem de
negócios com êxito? Então, aqui tem como se deve comportar, aqui está o que deve fazer!"
Ensinámos-lhe como pensar e actuar mediante o uso de modelos e do "feedback" Esta foi a
primeira parte. Fornecemos-lhe um modelo.
De que maneira iria afectar o seu trabalho? Talvez tenha que mudar de trabalho, porque não se
encontra num trabalho que exige comportamento empreendedor ou orientado para a
realização. O quarto passo, que umas vezes usamos e outras não, é a construção de uma rede
de apoios interpessoais. Todos os grupos indutores de mudança bem sucedidos que
estudámos, criaram uma nova identidade."
109
Objectivo 19
A teoria de McGregor considera que o tipo de motivação que predomina numa determinada
empresa ou instituição, depende dos princípios e das concepções que existem acerca da
natureza humana.
A teoria X anda associada à crença de que a maioria das pessoas prefere ser dirigida, e que,
mais do que assumir responsabilidades, deseja a segurança. O dinheiro constitui a grande
motivação das pessoas, assim como os benefícios paralelos e a ameaça da punição.
A teoria Y considera que as pessoas não são, de facto, irresponsáveis e preguiçosas. Elas
poderão, se devidamente motivadas, corresponder aos objectivos da empresa onde trabalham,
satisfazendo as suas próprias necessidades.
TEORIA X
2. Poucas pessoas são ambiciosas têm desejo de responsabilidade; a maioria prefere ser
orientada pelos outros.
3. A maioria das pessoas tem pouca capacidade para criar e encontrar solução para os
problemas da orgamização.
1. O trabalho é tão natural quanto o jogo, desde que as condições sejam favoráveis.
---
110
(fig.)
---
111
Tarefa 2
A.
1. Trabalho, para ser remunerado, o suficiente, para satisfazer as minhas necessidades básicas
e as da minha família.
3. Prefiro um trabalho onde tenha um bom relacionamento com todos os colegas e superiores.
5. Prefiro um emprego onde existam normas definidas, onde seja garantida alguma
estabilidade e oferecida uma boa assistência médica.
8. O que mais me estimula no trabalho é o facto de possuir um chefe em que posso confiar e
que organiza, planifica e prevê tudo o que devo fazer.
9. Gosto de uma profissão onde trabalhe em equipa e me possibilite manter boas relações com
os meus colegas.
10. Prefiro uma profissão que me possibilite um ambiente limpo e confortável com uma boa
iluminação e uma cantina que sirva bem a comida.
11. Gosto de uma profissão que me permita pôr à prova as minhas ideias.
12. Prefiro uma profissão que ponha à prova as minhas capacidades e me permita aumentar,
cada vez mais, os resultados.
---
112
B.
Se fosse chefe de uma secção e fosse responsável por cinco trabalhadores dessa mesma
secção, o que faria para elevar o seu nível de satisfação, de acordo com a teoria de Herzberg?
C.
Se fosse convidado(a) para fazer um discurso aos pais de um grupo de crianças, no sentido de
promover um tipo de educação que proporcionasse a sua motivação para o êxito, de acordo
com a perspectiva de McClelland, quais os tópicos que abordaria?
D.
Elabore um questionário para ser aplicado a chefes de secção ou a gerentes, que contemple as
premissas da teoria de McGregor e cuja finalidade seja verificar se eles são adeptos da teoria X
ou da teoria Y, relativamente aos pressupostos da Natureza Humana.
---
113
Respostas à tarefa 2
A.
- Necessidades de segurança: 5, 8
- Necessidades sociais: 3, 4, 9
- Necessidades de estima: 2, 6, 7
B.
- Delegava, com responsabilidade.
- Propunha desafios.
C.
- Dar-lhes independência.
---
114
Tarefa 3
Porquê?
2. Está a estudar para fazer um exame importante para a sua carreira. Sabe que, por vezes, os
exames são fruto do acaso e que os resultados também dependem do modo como o professor
deu as aulas. Para obter o melhor resultado possível, confia mais:
- no seu esforço,
- no acaso
- na sua capacidade
Porquê?
3. Quando se propõe resolver um problema na sua vida profissional, isto é, construir algo de
positivo, está mais preocupado com:
- a recompensa monetária
- os elogios
Porquê?
---
115
4. Quando resolve com êxito algum problema ou alguma situação, gosta que comparem a sua
realização com a das outras pessoas?
- Sim
- Não
Porquê?
5. Quando consegue resolver um problema ou uma situação, com êxito, prefere:
Porquê?
---
116
Tarefa 4
- O convívio com pessoas que também procuram demonstrar o seu valor pessoal, portanto,
onde todos são tratados de igual para igual, mas onde cada um assume a responsabilidade
daquilo que faz.
- Quando as pessoas dizem aquilo que pensam de forma directa, sem rodeios indo logo ao que
interessa, sem medo de ferir susceptibilidades.
- As pessoas com as quais se convive são também ágeis e parecem sempre prontas a entrar em
acção, antes que se percam oportunidades importantes."
- As situações com as quais deve lidar e os problemas que precisa resolver são rotineiros e
repetitivos, não tendo a oportunidade de usar os recursos pessoais, na sua plenitude.
- As pessoas com as quais convive tem medo de assumir a responsabilidade daquilo que fazem,
preferindo fugir por meio de desculpas, a enfrentar situações difíceis.
---
117
- Tudo demora muito para ser resolvido, não se toma a iniciativa de resolver a grande maioria
das coisas. Nada parece chegar ao seu final e dar resultados.
- Os pensamentos são tortuosos, sem intenções nem objectivos a atingir. As pessoas não
parecem levar em conta os resultados das suas acções."
1. Existem algumas referências no texto que remetam para a importância dos factores
motivacionais (Herzberg) no desempenho e competências pessoais?
Refira-os.
2. Compare o tipo de interacções existentes nos dois tipos de ambientes referidos nos textos.
(fig)
---
118
Objectivo 20
Caracterizar a abordagem cognitiva da motivação: a teoria das expectativas-instrumentalidade-
Valência (V.I.E)
A teoria V.I.E. foi desenvolvida por vários autores, entre eles Tolman, Atkinson e Vroom. De um
modo geral, esta teoria considera que o comportamento do indivíduo resulta de uma escolha
consciente, o que o leva a maximizar os ganhos e a minimizar as perdas.
1. A expectativa
De acordo com Vroom (1964) os indivíduos com maiores e mais positivas expectativas são os
que alcançam maior nível de produtividade.
2. A valência
Uma valência positiva, significa que o indivíduo deseja uma produtividade elevada.
A valência é positiva ou negativa de acordo com o nível de satisfação antecipado pelo sujeito,
face às respostas ao trabalho. É a satisfação real que decorre da realização que determina o
valor que o sujeito lhe atribui - a valência.
---
119
Se o indivíduo tem como objectivo ser bem remunerado e se isso depende da sua produção,
então ele terá uma maior e mais forte motivação para produzir mais.
Mas se a necessidade de ser aceite pelos outros é o mais importante para ele, é aquilo a que
dá mais valor naquele momento, então ele produzirá até ao nível do aceitável, pelo grupo. Ele
produz de acordo com a conveniência do grupo, porque produzir em demasia pode
desencadear a rejeição do grupo.
3. Instrumentalidade
Se o trabalhador verificar que o seu grande esforço dispendido tem pouco efeito sobre o
resultado desse esforço, então, ele tenderá a não se esforçar muito.
Se ele verificar que o seu esforço é instrumental para a aquisição de resultados gratificantes,
então a sua valência será positiva.
---
120
Objectivo 21
Uma das técnicas utilizadas para obter tais resultados é a DEFINIÇÃO DE OBJECTIVOS.
Trata-se de uma técnica motivacional e que, quando utilizada correctamente, se torna eficaz
(Locke e Latham, 1984).
Na consecução dos objectivos, a acção humana não é somente regulada pela sua definição.
Nela podem interferir outros factores, tais como as capacidades do indivíduo, os seus conflitos
anteriores e a sua capacidade de aprendizagem. Por vezes, estes factores podem bloquear ou
favorecer a relação entre os objectivos e a acção do sujeito.
---
121
Importa referir, contudo, que se os objectivos são excessivamente difíceis, é possível que o
sujeito os abandone. Por isso, é imprescindível, de acordo com este modelo, que o sujeito
conheça os objectivos e os aceite.
O sujeito sente-se satisfeito quando realiza com sucesso os seus objectivos, aumentando a sua
expectativa em relação a futuros objectivos.
---
122
Questionário 2
1. Quais são os factores que determinam, em cada indivíduo, a motivação para o desempenho
segundo a teoria da V.I.E.?
4. O que é a valência?
5. O que é a instrumentalidade?
---
123
Respostas ao questionário 2
5. É a relação, percepcionada pelo sujeito, entre o seu esforço e o resultado final da sua tarefa.
Quanto mais gratificante for o desempenho, maior será a instrumentalidade.
6. É uma teoria aplicada nas organizações para motivar as pessoas. Consiste, essencialmente,
em dar-lhes a conhecer determinados objectivos, fazendo com que os considerem seus e os
aceitem, de modo a desencadear mecanismos que os orientem para a sua consecução.
O sujeito, quando orienta a sua acção em função dos objectivos, estabelece as estratégias mais
adequadas e disponibiliza toda a sua informação (feed-backs pessoais e interpessoais) capazes
de o orientar para uma realização com êxito.
---
124
Objectivo 22
2. Estão mais preocupadas com a realização pessoal do que com a recompensa do sucesso)
3. Sentem maior alegria por obter uma vitória ou resolver um problema do que por qualquer
dinheiro ou prémio.
Tarefa 5
Em função das características anteriormente referidas, faça uma auto-análise e identifique o
seu grau de necessidade de auto-realização.
---
125
Objectivo 23
3. Olhar para uma situação já passada e que foi frustrante e acreditar que vai ser sempre assim.
(fig.)
---
126
Objectivo 24
1. Fazer uma lista dos seus recursos e capacidades relevando os seus pontos fortes.
---
127
Tarefa 6
Imposições paradoxais
Há estruturas de comunicação que são muito perigosas nas relações interpessoais e muitas são
desmotivantes.
A mãe que envia ao seu filho duas mensagens simultâneas e contraditórias através de 2 canais
diferentes: o verbal e o gestual, pode criar uma grande perturbação afectiva no seu filho.
Verbalmente, manifesta ao filho o seu amor e a sua ternura mas os gestos e o tom são de
repulsa e de cólera.
1. Diz o chefe de departamento em voz alta e dura: quero ver-vos todos motivados.
2. A partir do dia 1 de Janeiro, a concertação será obrigatória, diz o Chefe a todos os seus
colaboradores.
---
128
Objectivo 25
A Reavaliação
Uma das técnicas eficaz de motivação consiste em ajudar a outra pessoa a evoluir, indicando-
lhe elementos positivos da sua experiência.
1° caso:
Um jovem técnico a trabalhar há pouco tempo numa empresa perdeu um negócio com um
cliente, no valor de 10 mil contos. O jovem surge junto do seu chefe muito nervoso e diz:
compreendo que me queira demitir.
2º caso:
Luísa é uma jovem funcionária, responsável pelo serviço de informática numa empresa. Ela
está a preparar um novo sistema de informática que vai brevemente apresentar às chefias da
empresa.
---
129
Actividade 3
Correcção da actividade 2
7. Ensinar a aprender.
8. Condicionamento e conformismo.
---
130
Actividade 4
Observe o quadro
AFIRMAÇÕES
3. A seguir a uma reunião sindical foi chamado à direcção para denunciar o que se passou no
seu sector.
4. Está furioso porque um acidente parvo o obriga a estar de cama, uma semana.
___
---
131
Correcção da actividade 3
REAVALIAÇÃO POSITIVA
2. Adquiriu uma boa experiência e vai fazer tudo para não cometer erros semelhantes.
3. Vai ter a possibilidade de expôr as suas ideias e falar da situação; boa oportunidade.
6. Foi ao médico e mostrou-se forte; vai curar-se e irá evitar situações semelhantes.
7. ...
---
132
Tarefa 7
Duração: 28'
Ficha de exploração
1. O filme defende ou contesta a seguinte posição: "A liderança não se aprende, nasce-se com
ela"? Justifique.
3. Motivar é:
7. Em que consiste a abordagem positiva do trabalho? Qual a sua relação com a motivação?
10. O líder deve mostrar-se preocupado com os seus subordinados. Assinale as consequências
desta preocupação para as relações interpessoais, na empresa.
11. O líder deve incutir o espírito de equipa. De que modo este fenómeno poderá interferir na
motivação e no desempenho dos indivíduos?
---
133
Correcção do pré-teste
A.
1. F
2. V
3. F
4. V
5. F
6. V
7. F
8. F
9. F
2. F
5. F
4. V
5. F
6. V
7. V
8.
McGregor
Herzberg
McClelland
Maslow
C.
Mobilizar
Determinar
Facilitar
Decidir
Desejar
Motivar-(se)
Persuadir
Entusiasmar
etc.
Dar confiança
Encorajar
Dar confiança
Dinamizar
---
134
BIBLIOGRAFIA
. ATKINSON, J. W., Personality, motivation and action, Nova lorque, P. Publishers, 1983.
. CUENDET, Gaston; EMERY, Yves; MANKOBOGO, Fransois, Motiver aujourd'hui, Paris, Ed.
d'Organisation,1986.
. LENS, Willy, The motivation significance of future time perspective, in Psyhologica, n.* 1,
1988, pp. 2746.
. LIMA, Lauro de Oliveira, Dinâmica de grupo (6.' ed.), Rio de Janeiro, Ed. Vozes, 1979.
. LIMBOS, Edouard, Les barrages personnels dans les rapports humains, Paris, Editions E.S.F.
Enterprise Moderne d'Edition L.T., 1984.
---
135
. McCLELLAND, D. C.; ATKINSON, J. W., The achievement motive, Nova lorque, Appleton, 1973.
. MITCHELL, T. R.; LARSON, J. R., People in orpanizations (3.' ed.), Sinagura, McGraw-Hill, 1987.
---
136
---
137
Módulo 6
(fig.)
---
138
Henri Matisse
1909
---
139
Sumário
Objectivo 8 - Interpretar a dinâmica do grupo em função da teoria do campo de Kurt Lewin ...
160
---
140
Finalidades
- avaliar a importância do grupo para o crescimento e o equilíbrio individual nos planos, socio-
afectivo e intelectual;
---
141
Pré-teste
1. O grupo é:
a) Um conjunto de pessoas. __
a) de confiança; __
b) de rivalidade; __
c) de competição; __
d) de cooperação. __
3.
---
142
4.
6.
7.
a) Comte. __
b) Watson. __
c) Kurt Lewin. __
a) Que o grupo tem um espaço de vida que é o mesmo, ao longo da sua existência. __
c) Que o grupo se altera em função de modificações operadas nos seus elementos ou no meio
ambiente. __
---
143
13.
b) O sociodrama. __
c) O método de auto-descrição. __
c) Escutar somente as pessoas que ele acha que são válidas, no grupo. __
---
144
18.
19.
b) Deve-se falar do mesmo modo, para todas as pessoas do grupo, apesar das suas diferenças.
__
b) Aldo, sempre que pode, conta situações que ele diz que viveu, mas que são, unicamente,
fruto da sua imaginação.
c) A Hélia está constantemente a afirmar que os outros são uns incompetentes e disfarçados de
sabichões.
d) Geraldo emite a mesma opinião daquele que, no momento é, o mais apreciado pelo grupo;
parece não ter opinião própria.
e) A Fátima, quando é criticada pelo que diz, defende-se, dizendo que a sua ideia foi defendida
pelo seu chefe, na reunião anterior.
f) O Frederico não colabora nas soluções difíceis, parece que só se quer divertir e fazer rir os
outros.
g) Sempre que o grupo quer tratar do problema da tecnologia, o Valério desvia a discussão
para um assunto, no qual se sente mais à vontade para falar.
h) A Justina está constantemente a justificar e a procurar razões para o que diz e faz.
---
145
Objectivo 1
Definir o grupo
O grupo é um conjunto limitado de pessoas, unidas por objectivos e características comuns que
desenvolvem múltiplas interacções entre si.
. uma estrutura;
. durabilidade no tempo;
. um conjunto de normas.
Em face desta definição podemos concluir que, na presença de um conjunto de pessoas, nem
sempre se pode chamar um grupo.
Um grupo de pessoas que esperam o autocarro não formam propriamente UM GRUPO porque,
apesar de terem um objectivo comum (apanhar o autocarro), não estabelecem relações entre
si.
As pessoas que se encontram numa festa podem comunicar entre si e estabelecer relações,
mas não formam um grupo porque a sua relação é momentânea e não tem um carácter de
permanência.
O GRUPO é muito mais do que a soma de todos os indivíduos que o compõem. No seio do
grupo, as pessoas desenvolvem a sua estrutura pessoal através da troca de ideias e do diálogo.
O grupo pensa e age de modo diferente de qualquer um dos seus elementos considerados
individualmente. Cria-se uma consciência colectiva que não é igual à soma das consciências
individuais.
O facto do grupo se constituir com determinados objectivos gera, entre os que o compõem,
um fenómeno de interacção que faz com que eles se influenciem reciprocamente.
---
146
Objectivo 2
Os membros do grupo, quando se propõem realizar uma tarefa comum, apresentam uma certa
coesão que os força a agir na consecução dos objectivos mantendo-os unidos, isto é, coesos.
Uma das condições básicas para que os membros do grupo cooperem é a CONFIANÇA que se
deverá desenvolver entre eles. Várias experiências (Loomis, 1967) mostraram que, quando os
parceiros de um jogo não se vêm nem se conhecem, tendem a aumentar a sua rivalidade.
O paradigma que serviu de estudo a este problema da cooperação, competição e rivalidade foi
uma velha história grega conhecida pelo "DILEMA DO PRISIONEIRO".
A história conta que, dois prisioneiros, estavam presos em duas alas diferentes de um castelo, e
ambos recebem a informação de que nessa noite podem fugir.
Cada um recebe a chave de uma cavalariça, encontrando-se em cada uma delas, um cavalo
velho. Porém, foram informados que se os dois se dirigissem para uma outra cavalariça, com as
duas chaves, poderiam abrir a porta onde se encontrariam dois cavalos novos e fogosos.
O problema consiste em saber se cada um tem a confiança suficiente no outro, para se dirigir
para essa cavalariça.
. Nos grupos, onde a cooperação é elevada, as pessoas sentem-se motivadas pelo trabalho
produzido e mantêm um alto nível de frequência de comportamentos que as levam à solução
dos problemas.
---
147
. A competição não anula a cooperação no seio do grupo. Pelo contrário esta, quando não é
exagerada, mas sim moderada, satisfaz os participantes do grupo e aumenta o seu
desempenho. De um modo geral, a competição aumenta a interacção e o dinamismo do
próprio grupo.
Cada membro do grupo tem uma função, ou seja, desenvolve determinado papel
relativamente à tarefa a realizar.
O COMPORTAMENTO DE TAREFA diz respeito a algo que se pretende realizar - planificar uma
reunião, resolver um problema, construir uma empresa, etc. O grupo procura realizar essa
tarefa e, enquanto isso não acontece, os seus membros estão tensos e ansiosos.
(fig.)
---
148
Objectivo 3
Num grupo, o grau de satisfação dos seus membros diminui à medida que aumenta o número
de participantes, porque estes têm menos probabilidades de se expressarem e de
apresentarem os seus pontos de vista.
Um grupo de dois elementos é eficaz quando, entre eles, existe uma certa intimidade, isto é,
cada um conhece o outro de forma aprofundada. O seu trabalho é eficaz na procura de ideias
ou soluções quando entre os dois existe uma grande amizade e confiança recíproca.
Os grupos com mais de 6 elementos perdem a sua unidade quer no plano da amizade, quer no
plano das relações interpessoais, quer na cooperação, quer no plano da acção.
Os elementos do grupo não têm necessariamente que ter estruturas pessoais semelhantes,
para serem funcionais. Porém, a cooperação é dificultada, se pertencerem a culturas ou grupos
sociais muito diferentes. O fundamental para o grupo é a confiança interpessoal e a motivação
para a realização de uma tarefa comum.
---
149
Objectivo 4
Contudo, o conceito de coesão não poderá ser analisado sem o de atracção interpessoal.
As pessoas que constituem o grupo, devem sentir alguma atracção entre si, mantendo uma
boa relação. Deste modo, as pessoas partilham algo de comum, partilham uma determinada
IDENTIDADE.
É pelo facto das pessoas cooperarem, e apresentarem atitudes semelhantes, que se tornam
coesas, existindo entre elas, atracção interpessoal.
. existe uma interdependência entre si, trabalham em conjunto para um objectivo comum e
este é conseguido com o trabalho de todos;
. existe alguma semelhança entre os membros do grupo, o que faz com que eles executem as
actividades do grupo;
. que aumente significativamente a satisfação dos seus membros, à medida que o trabalho se
desenvolve;
Um grupo coeso é fundamental para as decisões de rotina. Porém, pensa-se que, quando é
necessário criar novas ideias para resolver situações ou novos problemas, o grupo coeso pode
apresentar algumas dificuldades.
---
150
Neste caso, as pessoas manifestam atitudes semelhantes, desenvolvendo o que se chama o
pensamento de grupo. Elas pensam que são impenetráveis e invulneráveis e, qualquer ideia
que se introduza, contra esse pensamento, não é bem aceite.
Os grupos coesos apresentam menos discordância entre os seus membros. Tal facto pode
trazer vantagens e desvantagens para o desenvolvimento do grupo.
O grupo coeso, não aceita facilmente as críticas aos seus membros, quer elas venham do
interior, quer do exterior do grupo. As visões alternativas nem sempre são bem aceites.
(fig.)
À medida que aumenta a coesão do grupo, reforça-se o pensamento do grupo e cada vez mais
são repelidas as opiniões e pensamentos divergentes.
A coesão do grupo pode ser mensurável, avaliando até que ponto cada um dos membros do
grupo se identifica com os restantes.
Nos grupos coesos, a avaliação que cada membro faz dos outros elementos é mais positiva e
favorável do que a avaliação feita em grupos pouco coesos.
O grupo é tanto mais coeso quanto maiores forem as recompensas e as satisfações que o
grupo oferece aos seus membros.
---
151
TEXTO
"A coesão do grupo é determinada pela força dos laços que ligam os elementos individuais
num todo unificado."
A PROXIMIDADE FÍSICA: As pessoas que trabalham juntas ou que passam muito tempo juntas,
têm mais tendência para a coesão.
A coesão é tanto maior quanto maior for a comunicação entre os membros do grupo.
"A coesão - a atracção magnética dos membros para com o centro invisível do grupo - aumenta
se o facto de fazerem parte dele for, de alguma forma, proveitoso para os indivíduos. Estudos
realizados confirmam que há maior probabilidade de que os membros se sintam atraídos para
o grupo, se este tiver um bom registo de êxitos no passado no que respeita à competição com
os outros. (...)"
A coesão do grupo é uma arma de dois gumes. Vejamos alguns prós e contras dos grupos
coesos:
VANTAGENS
. Maior cooperação.
. Menor absentismo.
DESVANTAGENS
. Os outros grupos vêem-no como sendo de trato dificil, reduzindo assim a possibilidade de
cooperação intergrupal.
---
152
Objectivo 5
Durante algum tempo, pensou-se que o indivíduo tomava decisões que envolviam maior risco,
do que as decisões tomadas em grupo. Porém, muitas experiências (Kogan e Wallach, 1967)
demonstraram o contrário. Os grupos tomam decisões que envolvem maior risco do que as
pessoas tomam individualmente.
Caso a decisão tomada pelo grupo, tenha sucesso, o mérito é, quase sempre, assumido por
todos em conjunto e, por cada um em particular. Ou seja, o benefício que o sucesso da tomada
de decisão traz para os indivíduos é muito superior àquilo que os poderá afectar
individualmente, em caso do fracasso da tomada de decisão.
Como afirma Brown (1965), em muitas sociedades, o risco é valorizado porque se apresenta
como sinal de audácia e de coragem, o que, em caso de sucesso, traz muitos benefícios,
pessoais para os componentes do grupo.
Os indivíduos que constituem um grupo têm determinados objectivos a atingir que podem ser
designados como os objectivos do grupo. Estes objectivos, devem coincidir com os de cada
elemento que integra o grupo, considerados na sua individualidade.
Através do grupo, cada indivíduo atinge muito mais rapidamente o seu objectivo porque os
esforços de muitos e a diferenciação de papéis facilita o desempenho e aumenta a
produtividade, reduzindo, significativamente, o tempo da sua realização.
As decisões tomadas em grupo tendem a ser muito mais ricas e ajustadas aos objectivos do
que as decisões tomadas individualmente. Aquelas, pressupõem o empenhamento e a
intervenção de vários sujeitos que se enriquecem pela sua diferença. A variedade de ideias e
sugestões que os membros do grupo apresentam são cada vez mais enriquecidas, o que
permite a progressão, a variedade e a validade das decisões.
---
153
4. Divisão de tarefas
Uma das vantagens do grupo é o facto de vários sujeitos poderem intervir numa tarefa comum,
cada um contribuindo com as suas habilidades, capacidades e aptidões.
Cada um pode maximizar o seu potencial não só em proveito próprio, mas também dos outros.
Simultaneamente, pode aproveitar e beneficiar das tarefas realizadas pelos restantes
elementos do grupo. A divisão de tarefas aumenta a cooperação e o respeito de cada um, pelo
trabalho do outro.
A divisão de tarefas exige a diferenciação de papéis dos diferentes membros do grupo, o que,
consequentemente, cria expectativas mútuas e condiciona a comunicação no seu interior.
Esta é, sem dúvida, outra das vantagens do grupo. Este apresenta, por um lado, a dimensão da
produtividade e, por outro, a dimensão do relacionamento interpessoal. O grupo é tanto mais
coeso e produtivo, quanto maior for a amizade e a confiança entre os membros.
Normalmente, os grupos produtivos estendem a sua actividade, a outras áreas, como seja o
lazer e o divertimento. As pessoas que interagem no grupo aumentam a sua capacidade de
comunicação e dão-se a conhecer aos outros, o que permite a criação de laços de amizade e de
interajuda.
No grupo, o sujeito conhece a imagem que os outros têm de si, assim como o que pensam em
relação a si próprio; no grupo, o indivíduo sente satisfeita a sua necessidade de simpatia e de
consideração por parte dos outros. O sujeito sabe que, no grupo, entre pessoas que o
conhecem, a sua individualidade é respeitada porque ele é um elemento importante e
necessário para o todo que é o grupo.
6. Segurança
---
154
Todo o grupo sofre a influência social da comunidade onde se insere. Existe, pois, uma
dinâmica externa ao grupo, ao qual este não pode ser alheio. O grupo pode interferir
positivamente na realidade social, ou pelo contrário pode ser por ela condenado.
À medida que o grupo for apresentando ideias inovadoras e mostrar a força por elas exercida,
na sociedade, os seus elementos passam a ser respeitados em função da imagem e do impacto
do grupo, no meio onde se insere. A força do grupo é medida pela força da sua intervenção na
sociedade. À medida que o poder do grupo se fizer notar, a sua influência aumenta
significativamente.
Por vezes, o grupo responde a uma série de problemas e questões a que a sociedade civil ou o
poder (político) não conseguiu corresponder.
---
155
Objectivo 6
Muitas vezes, as decisões são tomadas, tendo em vista os interesses da maioria dos elementos
do grupo. Neste caso, interessa mais uma decisão de consenso do que uma decisão mais válida
e correcta, mas que não interessa à totalidade do grupo.
2. Pensamento de grupo
Deste modo, o grupo pode tornar-se ineficaz, na consecução dos seus objectivos.
O pensamento de grupo só não será factor de ineficácia e perigoso para o seu funcionamento,
se os seus elementos estiverem em permanente comunicação consigo próprios e com o
exterior, de modo a assimilar o máximo de informação, que permita o enriquecimento das suas
tomadas de decisão.
3. Transformação do eu em nós
O grupo poderá condicionar alguma perda de liberdade de acção dos sujeitos que o compõem.
À medida que o grupo se desenvolve e estrutura, criam-se certas expectativas mútuas entre os
seus membros que obrigam à representação de determinados papéis, em favor da coesão e do
conformismo que, muitas vezes, se torna útil para o funcionamento do grupo.
---
156
Questionário 1
1. O que é um grupo?
---
157
Respostas ao questionário
Todos contribuem, com o seu desempenho, de modo a atingir o objectivo comum proposto.
Todos se empenham na resolução dos problemas, o que produz satisfação pessoal e reforça a
coesão e a interacção.
5. A expressão "grupo coeso" significa que os elementos do grupo mantêm uma boa relação
entre si, sentem-se atraídos mutuamente e partilham uma determinada identidade. Eles
cooperam, entre si, têm atitudes semelhantes e a probabilidade de existirem discordância e
divergências, é mínima.
6.
7.
---
158
Objectivo 7
Foi professor nas universidades de Stanford e de Cornell. Em 1935 foi, como professor de
Psicologia Infantil, para o Departamento de Bem-Estar Infantil da Universidade de Iowa. Em
1944 foi para o Instituto de Tecnologia de Massachussettes como Director do Centro de
Pesquisa de Dinâmica de Grupo. Estava a começar a sua brilhante carreira nesta área,
desenvolveu mesmo uma série de estudos nesse domínio, quando, em 1947, a morte o
surpreendeu.
Define espaço psicológico como sendo a totalidade dos factores psicológicos que afectam um
indivíduo num determinado momento da sua vida.
Esse espaço psicológico foi conceptualizado de acordo com uma topologia geométrica, ou seja,
uma topologia em que as relações espaciais são representadas de uma forma não métrica.
Na figura que se segue, o campo psicológico do indivíduo é constituído pela família, pela
escola, pelos amigos e pelo trabalho.
ESPAÇO DE VIDA
(fig.)
F - Família
A - Amigos
E - Escola
P - Profissão
---
159
O comportamento do indivíduo depende das mudanças que ocorrem nesse campo, no seu
espaço de vida, num determinado momento da sua existência.
Quando, por exemplo, num determinado momento, o indivíduo tem um problema muito sério
no domínio profissional, o seu campo muda completamente de configuração. Há um
alargamento do campo nessa área e uma restrição das outras áreas. É o domínio profissional
que é predominante no espaço de vida do indivíduo, que ocupa todo o seu EU, naquele
momento.
ESPAÇO DE VIDA
(fig.)
P - Profissional
Verificamos, pois, que o espaço de vida do sujeito varia topologicamente ao longo da sua
existência.
(fig.)
160
Objectivo 8
Esta expressão apareceu pela primeira vez em 1944 num artigo publicado por Kurt Lewin.
. a natureza dos grupos: sua constituição, estrutura, funcionamento e razão de ser (objectivos);
. a coesão do grupo;
De acordo com a teoria de campo de Lewin, o grupo, tal como o indivíduo, possui um ESPAÇO
DE VIDA.
O espaço de vida de um grupo é composto pelos seus elementos e pelo meio onde o grupo se
insere, naquele determinado momento.
---
161
Lewin considera que qualquer modificação no campo de vida do grupo, um problema que
afectou significativamente o grupo, ou a mudança de algum dos elementos, opera
transformações significativas na sua dinâmica.
1. EXISTÊNCIA
2. INTERDEPENDÊNCIA
3. CONTEMPORANEIDADE
O grupo existe, quando possui dois ou mais indivíduos que se encontram face a face,
interessados em realizar objectivos em comum.
A DINÂMICA DO GRUPO interessa-se, como já foi afirmado, pela relação entre o indivíduo e o
grupo, mais especificamente, pelo tipo e grau de influência que um exerce sobre o outro.
Se o indivíduo pertencer a vários grupos, aquele que exerce mais influência sobre ele, é aquele
que é mais determinante num momento específico da sua vida.
O grupo, tal como o indivíduo, para sobreviver não pode parar de mudar.
O CAMPO SOCIAL é formado pelo grupo e pelo ambiente onde ele se insere. A vida do grupo
não pode ser analisada sem o ambiente e, por outro lado, o ambiente não pode ser analisado
sem se ter em conta a influência nele exercida, pelo grupo.
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162
Objectivo 9
1. De um modo geral, poderá afirmar-se que o indivíduo se integra num grupo quando acredita
que os objectivos do grupo, para o qual irá dar a sua contribuição, satisfará igualmente as suas
necessidades pessoais.
Qualquer que seja o objectivo individual e a força motivacional que impele o indivíduo para o
grupo, ele deve sempre tirar algum proveito, pelo facto de nele estar integrado, nem que seja,
tão somente, o prestígio que decorre dessa pertença.
. Quando o sujeito tem uma tarefa para resolver, desenvolve-se nele um estado de tensão.
. Quando uma pessoa tem uma série de tarefas para realizar e completa apenas algumas, estas
serão mais facilmente esquecidas do que aquelas que não completou.
. Quando a tensão não desaparece, o que acontece quando o sujeito não realiza a tarefa, a
probabilidade de recordar o nome da tarefa é muito maior, do que se a executar com êxito.
. Parece que a memória é activada pelo estado de tensão em que o sujeito se encontra.
Isto significa que o facto da tarefa ser realizada ou simplesmente completada por outra pessoa
reduz, no sujeito, o nível de tensão ligado à tarefa.
Então, quando se trata da consecução dos objectivos do grupo, não interessa tanto quem
realizou a tarefa, mas simplesmente que ela foi realizada.
Horwitz, através das suas experiências em grupos que, ora completavam, ora não completavam
tarefas, verificou que, quando o objectivo do grupo é completar uma tarefa, cria-se no
indivíduo uma tensão que leva o grupo a atingir o objectivo e que essa tensão permanece em
todos os indivíduos até à sua realização.
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163
2. O indivíduo integra-se num grupo e contribui, de forma produtiva, se perceber o significado
dos objectivos do grupo, isto é, se estes forem claramente percebidos como identificáveis com
as suas necessidades.
Numa empresa ou instituição, a produtividade é tanto maior quanto mais o trabalho que o
grupo se propõe realizar, se identificar com os interesses e os desejos das pessoas que
compõem o grupo.
Roven e Reitsema (1957) verificaram que, quando o objectivo é claramente exposto ao grupo e
lhes é dado conhecimento do produto final das suas tarefas, o grupo, sabendo o contributo
que o trabalho de cada um dá para o objectivo final, tem altos níveis de produtividade.
3. Num grupo coeso, ou seja, num grupo em que os membros se atraem entre si, estes tendem
a aceitar melhor os objectivos do grupo. Os grupos coesos apresentam uma taxa mais elevada
de produtividade.
4. Um indivíduo aceita tanto melhor os objectivos do grupo quanto mais elevada for a sua
expectativa de êxito na tarefa. Se o indivíduo se apercebe que o grupo é incapaz de atingir com
êxito os seus objectivos, poderá abandoná-lo, caso não esteja interessado em contribuir para a
mudança no seio do próprio grupo.
5. O grupo é muito importante para o indivíduo. Quando a sua participação no grupo não está
bem definida ou não é bem aceite o seu comportamento torna-se instável.
Em conclusão, poderíamos afirmar que apesar dos objectivos do grupo se aproximarem o mais
possível dos objectivos do indivíduo, não se torna estritamente necessário que coincidam.
Porém, essa divergência não pode ultrapassar determinados limites, para além dos quais o
rompimento com o grupo é inevitável.
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164
Objectivo 10
À medida que o grupo se estrutura e desenvolve, os seus membros vão criando uma
IDEOLOGIA que pode ser definida como o conjunto de CRENÇAS, NORMAS e VALORES, comuns
ao grupo.
É a ideologia do grupo que determina os seus objectivos e orienta a acção para novos
objectivos.
O grupo comunga das mesmas crenças e o indivíduo integra-se num ou noutro grupo,
consoante o grau de concordância das suas crenças com as do grupo.
As normas determinam as acções que são ou não são adequadas, determinam as recompensas
para quem as segue e o castigo para quem lhes desobedece. As normas especificam o
comportamento esperado dos indivíduos e condicionam os seus papéis.
A importância da adequação dos valores e das crenças individuais às do grupo foi devidamente
salientada pelos trabalhos desenvolvidos por Festinger.
FESTINGER fez os seus estudos em Lowa, sob a direcção de Kurt Lewin. Foi nos anos 50,
enquanto era professor na Universidade de Minnesota, que Festinger começou a trabalhar na
sua teoria que o tornou famoso: a TEORIA DA DISSONÂNCIA COGNITIVA.
Isto acontece, por exemplo, quando o homem sabe e acredita que o hábito de fumar faz mal e
é mau, mas continua a comprar cigarros e a fumar.
Festinger diz que o homem age para reduzir a dissonância e que, a sua integração no grupo,
corresponde a essa exigência. O autor considera que existe, no ser humano, a tendência para
manter a consonância com as opiniões, as crenças e os valores dos outros seres.
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165
Uma pessoa que esteja indecisa entre a compra de dois carros, lê tudo o que se diz sobre eles e
pede a opinião de pessoas entendidas no assunto. Ela está em dissonância e por isso não sabe
por qual deles se decidir. Quando toma uma opção, só se interessa pelas leituras que dizem
respeito ao carro que comprou e convence-se de que foi uma boa compra. Por isso, tenta
encontrar razões que justifiquem a sua opção, apontando, em relação ao carro rejeitado, uma
série de factores impeditivos da sua escolha.
Quando a opinião do indivíduo se opõe à opinião da maioria do grupo, ele fica em dissonância
cognitiva. A não ser que acredite, que a sua certeza é mais válida que a do grupo (posição que
é muito difícil de sustentar).
A interacção social é, por si só, um factor gerador de dissonância cognitiva, dada a diversidade
de valores e de crenças expressas e assumidas pelos indivíduos.
Por outro lado, é através das interacções com o grupo que o indivíduo aprende a resolver as
suas dissonâncias, porque:
. o grupo pode acreditar nos mesmos valores e comungar das mesmas ideias que o indivíduo,
apoiando-o e reforçando essas ideias;
. o grupo não acredita nas suas crenças e nos seus valores e, por isso, o indivíduo deixa,
igualmente, de acreditar neles.
Normalmente, a pessoa tende a procurar outras pessoas com opiniões iguais às suas,
eliminando assim qualquer fonte de dissonância.
O indivíduo que diz: "Não me interessa o que ele pensa porque só eu estou certo, na medida
em que penso do mesmo modo que o meu grupo", está a reduzir a sua dissonância, apoiando-
se no grupo.
Festinger desenvolveu um estudo interessantíssimo numa seita que acreditava que o mundo
iria acabar no dia 21 de Dezembro. As pessoas acreditaram que viria um disco voador que os
levaria e que seriam novamente trazidas para Terra, quando o dilúvio que destruiria a Terra se
dissipasse. Todos os membros da seita esperaram, sentados à volta de um círculo, mas os
discos voadores não apareceram. Depois de muitas horas de espera, tendo verificado que o
que pensaram e aquilo em que acreditaram não aconteceu, todos afirmaram, como forma de
justificação, que as suas orações tinham sido ouvidas por Deus, que os salvou.
A justificação serviu para reduzir o estado de dissonância, porque não aconteceu aquilo que
previram.
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166
Objectivo 11
Apesar da eficiência ser difícil de medir, dada a variedade e a natureza dos grupos, é possível,
contudo, medir a eficiência da produtividade do grupo.
O grupo é eficaz quando atinge os objectivos que se propôs atingir e no tempo pré-
estabelecido.
O grupo é eficiente quando os membros se sentem bem e gerem bem os seus recursos para a
consecução dos objectivos.
. pelo grau de satisfação alcançado pelos elementos do grupo (em função dos jogos que
ganham, das festas que promovem, etc., de acordo com o seu objectivo);
Quando se fala em medir a produtividade do grupo, devemos ter presente para quem é que
essa produtividade é válida. O conceito de produtividade não é objectivo nem universal.
As variáveis independentes são aquelas que são passíveis de se controlar externamente, que
são directamente observáveis.
1. VARIÁVEIS ESTRUTURAIS:
. Tamanho do grupo
. Papéis desempenhados
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167
2. VARIÁVEIS AMBIENTAIS:
3. VARIÁVEIS DE TAREFA:
. Natureza da tarefa
Estas variáveis não são independentes entre si, mas cada uma pode influenciar qualquer outra.
Assim, por exemplo, o número de elementos pode influenciar a tarefa.
VARIÁVEIS INTERMÉDIAS
. O estilo de liderança
. A motivação
. A coesão
VARIÁVEIS DEPENDENTES
São as medidas de eficiência do grupo, que dependem quer das variáveis independentes quer
das intermediárias:
. A produtividade do grupo
Por vezes, é difícil distinguir as variáveis dependentes das intermédias. Se o objectivo do grupo,
por exemplo, é constituir uma boa liderança ou favorecer a coesão dos seus membros, estas
surgem como variáveis dependentes e não como intermediárias.
Qualquer tipo de classificação terá que ter em conta a estrutura e a natureza do grupo. Por
isso, as diferentes variáveis podem não se apresentar exactamente como o esquema e a
organização anteriormente referidas.
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168
Questionário 2
1. De acordo com a teoria de campo de Kurt Lewin, como se estrutura o espaço de vida do
grupo?
4. Quais lhe parecem ser as vantagens decorrentes da identificação dos objectivos do grupo
com as necessidades do indivíduo?
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169
Respostas ao questionário 2
1. Tal como acontece com o indivíduo, o espaço de cada grupo é o conjunto de factores que o
afectam num determinado momento da sua vida.
O espaço de vida de grupo é composto pelos seus elementos e pelo meio ambiente que o
afecta num determinado momento. Qualquer alteração nestes dois factores poderá afectar o
seu espaço de vida.
2. A dinâmica de grupo é o estudo das interacções entre todos os elementos que o constituem,
ou seja, o grau de participação de cada um deles, a sua estrutura e funcionamento, a sua
coesão e o processo de liderança que o caracteriza.
3.
3.3. A sua relação com o meio exterior e o modo como é afectado por ele.
4.
6.
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170
6.4. Unanimidade nas acções.
7.1. Tem uma elevada produtividade, medida pelo número de problemas resolvidos.
(fig.)
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171
Objectivo 12
Existem essencialmente dois métodos para estudar a ESTRUTURA E O MODO COMO O GRUPO
FUNCIONA:
1. Método de observação.
2. Método de auto-descrição.
Método de observação
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172
A - REACÇÕES POSITIVAS
1. mostra solidariedade
3. concorda.
B - RESPOSTAS
4. dá sugestões
5. dá opinião
6. dá orientações (informações)
C - PERGUNTAS
8. pede opinião
9. pede sugestões
D - REACÇÕES NEGATIVAS
10. discorda
De acordo com a análise do processo de interacção no grupo, o observador está atento a todas
as interacções que acontecem no grupo e regista cada uma, em função das 12 categorias.
Suponhamos que num grupo, a Joana diz para o Luís: "onde compraste o livro?".
A Joana está a pedir uma informação ao Luís, logo regista-se no mapa das interacções (Inf-).
Se o Luís responde: "na biblioteca", ele está a dar informação e regista-se (Inf+).
Se a Paula diz: "penso que seria melhor comprá-lo para o grupo", então ela está a dar uma
opinião, o que se regista do seguinte modo (Op+).
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173
Se a Lúcia disser: "Vocês são insuportáveis", verifica-se que ela está a ter um comportamento
da área emocional que se regista assim (exp -h), o que significa que expressa hostilidade.
. dá informação Inf.+
. dá opinião OP.+
. discorda ac.-
. concorda ac.+
Se as respostas expressivas são mais elevadas do que as instrumentais, isso pode significar que
o grupo está interessado nas relações interpessoais, na sua coesão e talvez na resolução de
alguns conflitos existentes. Pode ainda significar que alguns membros do grupo estão
interessados em boicotar o trabalho dos restantes.
Assim, num grupo onde predominem as perguntas, pode pensar-se que a decisão tomada foi
mais imposta que negociada.
Se aparece uma grande percentagem de respostas, então, isso pode significar que o grupo
perdeu muito tempo na tomada de decisão.
Se a percentagem de reacções (esfera sócio-emocional) for muito elevada, isso pode significar
que o grupo está em desacordo e que as pessoas tem dificuldade em entender-se.
Se as reacções negativas são poucas então, isso poderá significar que as pessoas não se sentem
à vontade e que a sua expressão é reprimida.
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174
O grupo ideal é o que manifesta duas reacções positivas por cada reacção negativa.
Também num grupo normal, a média das contribuições instrumentais e das expressivas,
revelam que cada duas respostas instrumentais devem estar para uma expressiva.
Quando as respostas instrumentais, isto é, orientadas para a tarefa, são muito elevadas, em
relação às expressivas, isso pode significar que o grupo está muito orientado para a tarefa, que
há consenso em relação ao trabalho e que as pessoas sentem necessidade de o realizar
rapidamente e de forma eficiente.
(fig.)
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175
b) MÉTODO SOCIOMÉTRICO
Entrevista de campo
Através deste método, o pesquisador insere-se no grupo que lhe interessa estudar e entrevista
os seus membros para conhecer as suas normas, os seus valores e saber a razão do seu
comportamento.
Método sociométrico
Este método insere-se num dos trabalhos mais recentes desenvolvidos em dinâmica de grupo,
pelo romeno Jacobus MORENO.
Moreno utilizou a SOCIOMETRIA para o estudo da estrutura íntima, real e invisível dos grupos.
Através dele é possível clarificar a estrutura SÓCIO-AFECTIVA dos grupos e estudar a sua
dinâmica.
O teste sociométrico pode utilizar-se em grupos não muito numerosos. O seu tempo de
aplicação varia entre 10 a 20 minutos e é necessário que durante a sua realização as pessoas
não comuniquem entre si.
É natural que algumas pessoas não queiram participar, porque receiam a sua posição no seio
do grupo. Há que fazê-las tomar consciência de que não devem sentir-se preocupadas pelos
sentimentos que os outros poderão manifestar a seu respeito nem pelos seus sentimentos em
relação aos outros. A abertura, coragem e honestidade, são valores fundamentais nesta análise
de interacção.
FINALIDADE DO TESTE
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176
2. Quais são os elementos-chave do grupo, os mais preferidos e os elementos periféricos.
APLICAÇÃO DO TESTE
As perguntas variam de grupo para grupo, de acordo com a formação e os objectivos de grupo.
1. A primeira pergunta deve incidir sobre a escolha recíproca, ou seja, em saber qual o colega
ou colegas que cada um escolheria para trabalhar (ou estudar, ou passear) de acordo com a
natureza do grupo.
"Quais, entre os seus colegas do grupo, escolheria para se sentar ao seu lado?
Indique os que quiser, mas ordenando-os por ordem de preferência, ou seja, o nome do que
preferia em 1º lugar, depois o nome do que preferia em 2º lugar, etc."
"Se fosse a um passeio, qual ou quais colegas, do grupo, escolheria para o acompanharem?"
"Quais, de entre os seus colegas, menos gostaria que se sentasse a seu lado?"
177
Aqui, o sujeito tem que adivinhar quais as pessoas que se sentem atraídas por ele e o
escolheriam. Terá, igualmente que fazer uma sequência hierárquica. Ter-se-á que esperar que
todos respondam.
4. A quarta pergunta visa identificar a percepção que o indivíduo tem das pessoas que não o
escolheriam.
A pergunta é a seguinte:
"Quais os colegas do grupo que julga que não gostariam de se sentar a seu lado?"
Estas duas últimas perguntas visam perceber aquilo que a pessoa sente acerca do modo como
é aceite e rejeitado pelos outros. Referem-se à percepção sociométrica.
Estas duas questões foram colocadas e introduzidos no teste, pelo facto de se considerar que
nenhum comportamento interpessoal pode ser compreendido sem o conhecimento do modo
como a relação é percebida pelos sujeitos que estão implicados nessa relação.
Isto significa que uma pessoa quando se relaciona com outra tem, alguma percepção do modo
como esta se irá relacionar com ela (expectativa).
Num grupo, o indivíduo age e reage, não somente de acordo com o seu estatuto sociométrico
real, mas também de acordo com a posição que os outros lhe atribuem.
Importa referir que as preferências e as rejeições dos membros do grupo podem ter sentidos
diversos.
- é bonita,
- é inteligente,
- é trabalhadora, etc.
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178
A razão das preferências e das rejeições pode, depois do teste, ser confirmada através de uma
entrevista ou conversa informal.
O sociograma deve ter como objectivo, conhecer o grupo para melhor o dinamizar e facilitar o
seu trabalho.
. A zona das rejeições deve ser analisada com muito cuidado porque permite detectar possíveis
tensões no seio do grupo e eliminá-las.
LÚCIO<< >>PEDRO
LÚCIO< >SÉRGIO
PEDRO<< >>ANA
PEDRO >>TERESA
ANA< >TERESA
ANA<< >>JOANA
ANA< >RITA
ANA<< >>SÉRGIO
SÉRGIO<< >>RITA
RITA<< JOANA
RITA< >TERESA
JOANA<< >>TERESA
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179
Analisemos a posição do Pedro no sociograma. Ele foi escolhido pelo Lúcio e pela Ana e
escolheu igualmente o Lúcio, a Ana e também a Teresa.
As setas a cheio [>> e <<] são o sinal da escolha (atracção) e as setas a tracejado [< e >] são o
sinal da rejeição.
(Átomo social é a menor unidade social da qual o indivíduo participa, isto é, o sujeito
individual, o modo como é aceite, rejeitado pelos outros, ou mesmo indiferente.)
ANA
<< >>JOANA
<< >>SÉRGIO
< >RITA
<< >>PEDRO
LÚCIO
Podemos verificar que, os que a Ana escolhe e prefere, também a preferem a ela e os que a
rejeitam são os que ela também rejeita.
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180
Questionário 3
4. A análise das interacções mostra que as respostas instrumentais são menores que as
expressivas. O que significa?
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181
Respostas ao questionário 3
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182
Objectivo 13
O indivíduo, uma vez inserido no grupo, deve participar em todas as decisões. Deve dar sua
opinião, contribuindo para o enriquecimento da tarefa e simultaneamente, para a coesão do
grupo e o desenvolvimento das relações interpessoais.
No grupo, todo o indivíduo deve:
1. Cooperar.
O que significa que deve colaborar na procura dos objectivos que o grupo fixou. O indivíduo
deve reconhecer o seu valor e dispor do seu potencial de desempenho e das suas capacidades
para que o grupo cresça e se desenvolva. Deve-se aproveitar a riqueza das ideias de todos os
membros do grupo. Para isso, é necessária a colaboração plena de cada um.
2. Respeitar os outros.
Cada indivíduo no grupo é uma pessoa, uma unidade social que merece ser ouvida e
compreendida. Cada um, deve esforçar-se para penetrar no sentido das intervenções dos
outros, para com eles comunicar. Não dar atenção ou evitar o outro, é manifestar desrespeito,
o que não facilita o trabalho de grupo.
Mesmo que tenhamos ideias preconcebidas acerca de algum dos membros do grupo, devemos
ter a abertura e a disponibilidade suficientes para o ouvirmos e compreender o seu ponto de
vista. É importante que se respeite, aceite e ajude os mais tímidos e aqueles que apresentam
maior dificuldade em intervir e expressar as suas ideias.
Isto significa que cada elemento do grupo deve participar activamente na definição dos
objectivos do grupo, deve ajudar a encontrar as soluções mais adequadas e intervir no plano
das decisões. Todos devem ter a possibilidade de intervir e nenhum deverá monopolizar as
intervenções.
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183
O participante não deve ficar preocupado se a opinião do colega foi melhor aceite pelo grupo
do que a sua. Isso só enriquece o seu ponto de vista e contribui para o amadurecimento da sua
ideia, que ele julga positiva. Todos devem estar disponíveis para todos; pôr ao serviço do grupo
todas as capacidades, é mostrar-se disponível para o grupo, é ajudar os outros a crescer, na
participação.
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184
Objectivo 14
Torna-se, pois, necessário identificar possíveis barreiras para que seja mais fácil a sua
eliminação.
Todas as pessoas que compõem o grupo são diferentes; tiveram experiências e vivências muito
próprias, o que determinou a sua singularidade.
Porém, diferença não é sinónimo de barreira! As diferenças devem ser conhecidas, respeitadas
e aproveitadas para a produtividade e enriquecimento do grupo.
A diversidade e as diferenças entre as pessoas constituem uma riqueza que é necessário tornar
fecunda através da complementaridade de todas as pessoas do grupo.
É, pois, fundamental que se conheça o outro, que se respeite e se valorize.
2. Juízos de valor
Enquanto participantes num grupo, os indivíduos devem ter muito cuidado com os juízos de
valor e as apreciações que fazem acerca do que os outros dizem ou fazem.
Esses juízos de valor poderão transformar-se em preconceitos que irão bloquear a relação
porque o outro é sempre visto em função deles. Este é o caminho para acabar com o diálogo e
com a relação. É nesta situação que nos devemos acautelar da categorização.
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185
O egocentrismo impede que aceitemos a relatividade das nossas ideias e tomadas de posição.
Impede que aceitemos os outros porque nos preocupamos somente com a aprovação da nossa
ideia. Pensamos que o que defendemos é o melhor para o grupo e não escutamos sequer a
opinião e o ponto de vista do outro.
É fundamental, pois, que se aceitem diferentes perspectivas que poderão ser tão válidas como
as nossas.
A riqueza do grupo está exactamente na diversidade de ideias pessoais que contribuem para a
busca de soluções eficazes.
(fig.)
Dalí de costas a pintar Gala de costas, eternizada por seis cornos virtuais, provisóriamente
reflectidos por seis espelhos verdadeiros
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186
Objectivo 15
Avaliar a importância da comunicação no grupo
Dada a divergência e as diferenças entre os indivíduos no grupo, é possível que cada um tenha
a sua maneira particular de ver e compreender as situações; todos eles diferem no modo de se
exprimirem e de compreenderem a mensagem do outro.
Toda a mensagem, deve ser explícita, clara, devendo o emissor assegurar-se da sua
compreensão, por parte do receptor.
No processo de comunicação, emissor e receptor têm que se esforçar para que a mensagem
seja compreendida, sem ruídos.
A boa comunicação exige que o emissor se coloque no lugar do receptor e fale a linguagem que
ele compreende.
É, pois, necessário conhecer o grupo, para que a mensagem seja codificada de forma
adequada, em função do nível de apreensão e de descodificação do receptor.
O participante que não é ouvido, ou que não compreende as mensagens do grupo, sente-se
rejeitado e poderá, ou isolar-se, ou reagir violentamente, provocando tensões no grupo.
O grupo onde a comunicação é deficiente, não é produtivo e sofre diversas modificações que o
podem levar à destruição.
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187
Questionário 4
1.
(fig.)
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188
Respostas ao questionário 4
1.
2.
3. Coopera com os restantes elementos, respeita-os, sabe-os ouvir e compreender o seu ponto
de vista; participa activamente; ajuda os outros a participar e empenhar-se no trabalho; serve
plenamente o grupo sem perder a sua individualidade; é dinâmico e criativo.
4.
4.2. Os juízos de valor e os preconceitos que se possam formar acerca dos outros.
189
Objectivo 16
Quando o grupo está a ser constituído, ou mesmo quando, já funciona há algum tempo, é
provável que o indivíduo sinta alguma dificuldade em se ajustar. A integração plena no grupo
exige a identificação pessoal com os objectivos do grupo e a participação plena do indivíduo.
Este deve colaborar e cooperar de acordo com as suas capacidades e o seu desempenho.
O indivíduo que se insere no grupo tem já um determinado status, uma determinada forma de
ser e de se relacionar com os outros. Ele conhece-se a si e apercebe-se da sua capacidade de
aceitação pelos outros. Cria uma certa expectativa em relação ao modo como vai ser visto pelo
grupo. O indivíduo cria uma percepção acerca do que os outros pensam de si.
Todo o indivíduo, uma vez inserido no grupo, não deseja anular-se mas, pelo contrário,
pretende, a partir dele e no seu interior, manifestar a sua individualidade, fazer-se notado. Ele
necessita de sentir que o grupo o compreende e o aceita tal como é, e se manifesta.
Dada a diversidade dos indivíduos que constituem o grupo, a perplexidade da dinâmica nele
desenvolvido e ainda, os objectivos para que se constitui, cada um pode agir de forma
diferente como propedêutica a um ajustamento correcto ao próprio grupo.
Negativismo não significa dizer não a tudo, mas pior do que isto, é não interferir directamente.
É um sujeito que está ausente, apesar de sua presença física. O grupo pouco evolui com ele.
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190
2. Comportamento de fantasia - Por vezes, o indivíduo sente que o grupo não lhe dá a devida
atenção. Então, dada a sua necessidade de se sentir estimado e apreciado pelos outros, inventa
situações e factos passíveis de elevar o seu conceito e de chamar sobre si, a atenção do grupo.
O sujeito assume como reais os factos imaginados, porque a realidade tal como ela se lhe
apresenta, não contém motivos significativos para se elevar aos olhos dos restantes membros
do grupo.
O indivíduo identifica-se com o outro (o mais influente) não porque acredite, de facto, nas
verdades que reflecte e assume, mas porque, pensando como ele, se sente protegido e não se
expõe aos outros. Este comportamento, surge, por vezes, como consequência da necessidade
de ser estimado, porque a sua semelhança com o mais influente, em termos do pensar e do
agir, pode criar-lhe a ilusão de que é tão estimado como o outro o é.
5. Comportamento de Projecção - Este comportamento é típico das pessoas que não assumem
o que dizem e o que fazem, quando, por isso, são criticados.
Então, não sendo capazes do aceitar a sua própria responsabilidade, projectam nos outros
(elementos do grupo ou pessoas fora dele) a razão de sua conduta. Os outros são referidos
como escudos para justificar aquilo que nele é criticado.
Trata-se de pessoas que não têm muita confiança em si próprias e transferem para os outros os
seus fracassos, os seus erros e os seus insucessos.
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191
6. Comportamento regressivo - Quando o indivíduo sente que não é capaz de intervir no grupo,
nem com ele colaborar, ou contribuir com soluções adequadas, pode adoptar um outro papel,
mais fácil, chegando a comportar-se como uma criança que brinca com a situação ou com o
problema. Poderá desempenhar o papel do "bobo" que a todos faz rir mas, no fundo trata-se
de uma rejeição em assumir o papel de ser adulto para o qual se sente incapacitado. Incapaz
de o desempenhar, cria um outro papel, próprio de uma idade inferior.
Deslocar o tema e a atenção dos elementos do grupo, evita a insatisfação e o mal estar do
sujeito. Este pode ver a sua auto-imagem afectada pelo facto de não dominar o assunto a
tratar, ou ainda porque o assunto o remete para vivências anteriores que deseja esquecer,
porque o afectaram negativamente.
Esta necessidade de justificação, parece ter como origem o desejo de encontrar razões que
permitam que o sujeito fique bem visto aos olhos do grupo. Por vezes o indivíduo sente
necessidade de contar uma história para que se entenda o seu comportamento.
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192
Objectivo 17
1 - do interior do grupo
2 - do exterior do grupo
A produtividade, tal como já foi referido para a eficácia, pode significar tanto a escolha realista
dos objectivos do grupo e a satisfação dos seus membros, como o que ele produz de facto.
A maturidade do grupo tem a ver com o seu funcionamento, com a sua estabilidade e eficácia.
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193
194
OBJECTIVO:
(fig.)
1º - 3 faixas diagonais, a do centro mais larga (c), sendo as outras 2 (e) triângulos rectângulos
iguais;
4º - um triângulo igual aos do quadrado 1º (e), um quadrado (i) tirado do canto oposto e uma
peça constituída pelo restante (g);
5º - um triângulo (e) igual aos anteriores, uma faixa (f) constituída pelo resto da metade do
quadrado na diagonal, e uma terceira parte constituída pela outra metade (h)]
PROCEDIMENTO:
- Envelope A: partes h - g - b
- Envelope B: partes c - e - e - a
- Envelope C: partes e - f
- Envelope D: partes i - d
- Envelope E: partes j - e - d - a
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195
(fig.)
Duração: 4'
Objectivo: Cada elemento deve formar um quadrado de 15 cm de lado, com algumas das peças
que possui e outras que procurará obter dos seus colegas.
Nota: Este exercício permite uma reflexão sobre a competitividade, o egoísmo, o altruísmo, e a
cooperação e entre as pessoas.
---
196
Actividade 2
Este exercício é composto por um conjunto de 8 problemas que o grupo deverá resolver. Trata-
se de uma série de problemas que desafiam a perspicácia e o raciocínio lógico. A contribuição
de cada um dos elementos do grupo é fundamental para a solução final. Estes exercícios
envolvem as pessoas na busca da solução comum e reforça as relações interpessoais.
Problemas que desafiam o raciocínio sequencial
A. Pai, o Henrique afirma que a irmã do tio dele não é sua tia. Então, se a irmã do tio do
Henrique não é tia deste, que parentesco possuem?
B. Três meninas - Maria, Teresa e Alice - dividiram entre si alguns selos. Maria recebeu metade
e mais um. Dos restantes, a Teresa recebeu mais um que a metade e os outros 3 ficaram para
Alice. Quantos selos tinham elas?
C. Um homem, olhando o retrato diz: "não tenho nem irmãos, nem irmãs, mas o pai deste
homem é filho do meu pai." De quem é o retrato?
E. Certa noite o Paulo resolveu ir ao cinema mas descobriu que não tinha meias limpas para
calçar. Foi ao quarto do pai que estava escuro, sabendo ele que existiam lá 10 pares de meias
brancas e 10 pares de meias pretas. Quantas meias teve ele que retirar da gaveta para estar
certo que possuia um par igual?
F. Numa certa cidade da China existem 20.000 pessoas. 5% da população são pernetas e
metade da população restante anda descalça. Quantas sandálias (não pares) são usadas na
cidade?
G. Um barco está parado no mar e na sua popa há uma escada de corda com vários degraus, 4
dos quais estão mergulhados na água. Sabendo que a distância entre cada degrau é de 16,8 cm
e que a maré sobe à razão de 10,3 cm por hora, quanto degraus ficaram submersos ao fim de 3
horas?
H. Um milionário, ao sentir que está prestes a morrer, preocupa-se em deixar a sua imensa
fortuna a um dos seus 3 filhos. Como gosta imenso de xadrez, resolve deixar todos os seus
bens para o filho que consiga realizar a façanha de jogar um número de partidas de xadrez
correspondente à metade dos dias de vida que ainda restam ao milionário.
O filho mais velho diz que isso é impossível pois não sabe quantos dias de vida restam ao pai. O
segundo filho alega a mesma razão. O mais novo aceita o desafio.
ANTUNES, Celso, Manual de técnicas de dinâmica de grupo, Vozes, Petrópolis, 1988, pp. 165-
167,
---
197
B. 18 selos.
D. 192-384-576 ou 327-654-981.
E. 3 meias.
G. Como o barco também sobe com a maré, ficarão os mesmos degraus submersos.
(fig.)
---
198
OBJECTIVO
INSTRUÇÕES:
Na fase inicial do trabalho, cada indivíduo deverá fazer a sua classificação. Passados 10
minutos, o grupo deverá chegar a um consenso sobre o grau de culpabilidade das pessoas.
A decisão deverá ser tomada por consenso e não por votação.
Uma jovem mulher casada, desprezada pelo marido muito ocupado com a sua profissão, deixa-
se seduzir e vai passar a noite a casa do seu sedutor, que se situa no outro lado do rio. Para
voltar a sua casa na madrugada seguinte, antes do marido regressar de viagem, ela tem que
atravessar novamente a ponte. Mas um louco ameaçador impede-lhe a passagem. Tenta então
encontrar um barqueiro que a passe. Este exige pagamento imediato. Ela não tem dinheiro,
explica-lhe a situação e suplica-lhe. No entanto, ele recusa-se a trabalhar sem ser pago
adiantadamente. Vai então ter com o seu amante e pede-lhe dinheiro. Este recusa, sem
explicações. Vai procurar então um amigo celibatário, que habita próximo e que em tempos a
amou, amor ao qual ela nunca correspondeu. Conta-lhe tudo e pede-lhe dinheiro. Ele recusa
porque ela o desiludira com o seu comportamento. Decide então, depois de uma nova e vã
tentativa junto do barqueiro, atravessar a ponte. O louco mata-a.
Qual destes 6 personagens que são (por ordem de entrada na história) a mulher, o marido, o
amante, o louco, o barqueiro, o amigo, pode ser responsabilizado por esta morte?
Roger Mucchielli (1965), "Elle", 1967 cit. in La Méthode des Cas, R. Mucchieill
---
199
Cada participante deverá argumentar o suficiente para defender o seu ponto de vista.
Classificação individual
Ordenação Personagens
1:
2:
3:
4:
5:
6:
Classificação em grupo
Ordenação Personagens
1:
2:
3:
4:
5:
6:
Grupo:
Data:
Observadores:
Nome inf+ inf- opt op- ac+ ac- exp.c exp.h exp.a
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
(fig.)
---
200
OBJECTIVO:
O grupo, perante a análise de um caso, deverá colocar o problema de FORMA clara e concisa e
encontrar o máximo de soluções possíveis para que, por consenso, se escolha a mais
satisfatória.
"O motorista de um autocarro escolar está furioso porque um jovem de 14 anos que frequenta
o colégio, para o qual trabalha, tem comportamentos inadmissíveis: bate nos colegas, salta por
cima dos bancos, abre a janela e diz palavrões para os transeuntes.
É um jovem que causa muita desordem e mal estar no autocarro e o motorista esteve quase a
sofrer um acidente, quando tentava acalmá-lo.
O motorista informou o Director desse facto e este disse-lhe que ninguém deveria bater no
aluno.
Adaptado de: Vela, J.A., Análise e solução de Problemas grupais, S. Paulo, Edições Loyola, 1985,
p. 50.
O grupo deverá, a partir da leitura do caso, procurar os vários caminhos para a solução do
problema.
1. Fazer uma lista das várias soluções apresentadas, mesmo que inicialmente não pareçam
viaveis.
. da sua implementação
3. Finalmente o grupo pode escolher a mais adequada tal como foi apresentada, ou com
algumas modificações.
---
201
OBJECTIVO:
Explorar a capacidade criativa do grupo, colocando-a ao serviço dos seus objectivos; produzir
ideias novas.
3. Deve dar-se livre curso à imaginação e não se deixar criticar por convencionalismos ou
preconceitos.
ETAPAS DO EXERCíCIO:
A. Apresentação do problema
B. Busca das soluções; é a fase produtiva onde surgem todas as ideias. As ideias devem ser
registadas por 2 ou 3 observadores que estão fora do grupo.
- Cada vez que um elemento do grupo quiser apresentar a sua ideia, levanta a mão e expressa-
a.
- Não existem ideias loucas, não há que temer o absurdo ou o ridículo. Nada deve bloquear as
ideias.
Os sujeitos deverão:
---
202
C. Momento do exame crítico das ideias. As ideias deverão ser todas analisadas pelo grupo. O
critério para a procura de melhores ideias é:
- originalidade;
- realismo;
5. "A estatística é como um biquini que mostra o que é interessante mas esconde o essencial".
Com base neste pensamento crie outros para:
a) a inflacção
b) a escola
c) a profissão
6. Criar uma palavra que ainda não exista para as seguintes situações.
b) exposição confusa.
---
203
OBJECTIVO:
Propos-lhe casar com a filha, cancelando, desse modo, a dívida do mercador. Quer o mercador,
quer a filha ficaram apavorados.
Então o mercador pediu que a solução fosse deixada à Providência. Sugeriu, então, que se
colocasse dentro de uma bolsa vazia um seixo preto e um seixo branco, devendo a rapariga
tirar, de dentro da bolsa, um deles, ao acaso.
1. Se ela retirasse o seixo preto, ela casaria com ele e a dívida do seu pai ficava cancelada.
2. Se retirasse o seixo branco, ela não casaria com ele, mas a dívida seria, do mesmo modo,
cancelada.
3. Se ela se recusasse a tirar o seixo o pai iria para a prisão e ela ficaria desamparada.
O mercador concordou com a proposta. Eles estavam num caminho, junto ao jardim do
mercador, onde existiam muitos seixos.
O credor baixou-se para apanhar os dois seixos, mas ao fazê-lo não apanhou um preto e um
branco, mas sim dois seixos pretos. A rapariga percebeu o que ele fez e pensou que nunca
poderia tirar da bolsa o seixo branco porque não tinha sido lá colocado.
O credor pediu à moça que retirasse o seixo que iria decidir sobre o seu futuro.
Porém, a rapariga encontrou uma solução que lhe permitia não casar com o credor e cancelar a
dívida do pai.
---
204
Solução da Actividade 6
3. A rapariga propôs que se retirasse o seixo que estava dentro do saco porque desse modo
poder-se-ia saber aquele que tinha tirado, porque seria a cor do seixo que lá não estava. Se lá
estivesse o seixo preto, então teria tirado o branco e vice-versa.
---
205
OBJECTIVO:
A.
No regresso de uma longa viagem a um país estrangeiro Timóteo fez, dos hotéis que
frequentou, as seguintes observações:
- Todos os hotéis abertos durante todo o ano tinham vista para o mar;
- Os hotéis, cujos empregados eram indelicados, eram os que estavam abertos apenas durante
uma parte do ano;
Questão: de entre estes hotéis, poderão os proprietários de cães apreciar os muros com
madressilva?
B.
Quatro pares divertem-se juntos, à noite. Os seus nomes são: Isabel, Joana Maria, Ana,
Henrique, Pedro, Luís e Rogério.
C.
- segundo o porteiro, o assaltante era alto, de olhos azuis e vestia uma gabardina e um chapéu;
- segundo o caixa, o assaltante era baixo, de olhos negros e vestia uma gabardina e um chapéu;
- segundo a secretária, o assaltante era de estatura média, tinha olhos verdes e vestia um
sobretudo e um chapéu;
- segundo o director, era alto, de olhos cinzentos e vestia uma gabardina, não usando chapéu.
---
206
Qual a figura do assaltante, sabendo que cada uma das testemunhas descreve, somente um
pormenor com exactidão.
Solução da Actividade 7
Se estas proposições forem lidas pela seguinte ordem: 6, 3, 1, 5, 2, 7, 4 concluímos que todos
os hotéis que admitem cães têm os muros do jardim cobertos de madressilva.
B.
2. Rogério e Pedro também não são casados com a Isabel porque eles não dançam.
6. A mulher do Pedro não pode ser Isabel, nem Joana nem Ana.
Joana - Luís X
Maria - Luís X
Ana - Luís X
---
207
C.
. O assaltante não pode usar chapéu porque esse pormenor foi descrito por 3 testemunhas, e
não por uma.
. O Director acertou neste pormenor, logo não tem razão nos outros 3.
. Logo, o assaltante não era alto, nem usava gabardina nem tinha olhos cinzentos.
. Então vestia sobretudo; logo tudo o mais que a secretária disse, estava errado.
. Então o assaltante era baixo, tinha olhos azuis, vestia um sobretudo e não usava chapéu.
---
208
OBJECTIVO:
NOTAS:
209
PROBLEMA:
Imagine que é membro da guarnição duma nave espacial, a qual tem uma hora de encontro
marcado com a estação-mãe da superfície iluminada da Lua. Devido a problemas mecânicos,
contudo, a sua nave é forçada a alunar num local a cerca de 300 km do ponto de encontro.
Perante a alunagem forçada, a maior parte do equipamento a bordo fica avariado e, como a
sobrevivência depende de se conseguir alcançar a estação-mãe, há que escolher os objectos,
mais importantes para a expedição de 300 km. A seguir indicam-se os objectos que ficaram
intactos e operativos, após a alunagem. O problema consiste em ordená-los pela sua
importância, relativamente ao objectivo que é a guarnição chegar ao ponto de encontro.
- caixa de fósforos
- concentrado alimentar
- Pára-quedas de seda
- 2 tanques de 50 kg de oxigénio
- 25 litros de água
- Sinais luminosos
209
Soluções da Actividade 8
1 - 2 tanques de 50 kg de oxigénio
2 - 25l de água
3 - Mapa estrelar
4 - Concentrado alimentar
8 - Pára-quedas de seda
9 - Jangada salva-vidas
10 - Sinais luminosos
14 - Bússola magnética
15 - Caixa de fósforos
(fig.)
---
211
Correcção do pré-teste
1. c)
2. a) e d)
3. b)
4. b)
5. b)
6. b)
7. c)
8. c)
9. c)
10. a)
11. c)
12. b)
13. a)
14. a)
15. c)
16. a)
17. b)
18. a)
19. c)
20.
a) comportamento negativo
b) comportamento de fantasia
c) comportamento agressivo
d) comportamento de identificação
e) comportamento de projecção
f) comportamento regressivo
g) comportamento de deslocação
h) comportamento racional
i) comportamento obsessivo
---
212
BIBLIOGRAFIA
. ANTUNES, Celso, Manual de técnicas de dinâmica de grupo, Rio de Janeiro, Vozes, 1988
. BEAI, Bohlen e RADABOUGH, Les secrets de la dynamique des groupes, Chotard et Associés
Éditeurs, 1969.
. CHIAVENATO, J. La dynamique des groupes, Coll. (Que Sais je?, P.U.F., 1978.
. CHIFFRE, Jean-Dominique e TEBOUL, J., La motivation et ses nouveaux outils, Paris, Les
Éditions ESF - Enterprises Moderne d'Éditions Librairies Techeniques, 1988.
. FRITZEN, S. J., Exercícios práticos de dinâmica de grupo, 2 volumes, S. Paulo, Vozes, 1981.
. GOURGAND, P., Les téchniques du travail en groupe, Paris, Ed. Privat, 1969.
. JESUS, A. V., Análise e solução de problemas grupais, S. Paulo, Ed. Loyola, 1985.
. LIMBOS, Edouard, Les problèmes humains dans les groupes, Paris, Les Éditions ESF -
Enterprise M. d'Éditions L. Téchniques (2° ed.), 1984.
. MAISONNEUVE, J., La dynamique des groupes, Coll. Que Sais- je?, P.U.F., 1978.
213
Módulo 7
(fig.)
---
214
1920
---
215
Sumário
... Pag.
Objectivo 8 - Identificar e caracterizar a teoria das Relações Humanas aplicada à Organização ...
239
Objectivo 13 - Problematizar as características do líder: traços pessoais versus situação ... 254
---
216
Finalidades
. Saber de que modo as organizações foram evoluindo, de acordo com a concepção de Homem
e da Natureza Humana.
Pré-teste
---
217
11. A descrição de uma função consiste unicamente na análise daquilo que o indivíduo faz. ___
12. O desempenho deve ser avaliado, na organização, para saber quanto o colaborador vale.
___
c) Taylor acha que todos os operários devem ser igualmente remunerados. ___
16.
---
218
17. A teoria das Relações Humanas alterou o conceito clássico de administração organizacional.
19. O líder:
---
219
25. O líder com uma baixa orientação para a tarefa e para o relacionamento não interessa à
organização. ___
26. O melhor líder, segundo a matriz gerencial, é o que desenvolve altos padrões de
relacionamento. ___
28. Segundo Blanchard um determinado estilo de liderança pode ser eficaz e igualmente
ineficaz. ___
---
219
Objectivo 1
Definir Organização
O ser humano interage continuamente com outros seres, seus semelhantes. Todo o ser
humano é limitado e, por isso, sente necessidade de cooperar com os outros, no sentido de
ultrapassar esses mesmos limites. O homem, para sobreviver, não poderia obter todos os
recursos de que necessita: alimentares, vestuário, habitacionais, etc. Por isso, as pessoas agem
conjuntamente para atingir os seus objectivos.
---
221
Objectivo 2
O alcance dos objectivos visados, entra na esfera da eficácia porque esta preocupa-se com o
sucesso dos seus objectivos e, por isso mesmo, está mais preocupada com os aspectos
externos da organização.
EFICIÊNCIA - Visa sempre a relação entre os recursos e o produto final obtido, isto é, não se
interessa somente pelos resultados mas também pelo esforço dispendido para a concretização
dos objectivos.
Através desta análise, podemos verificar que a eficácia e a eficiência podem não andar de mãos
dadas. Uma organização pode ser eficaz e não eficiente e pode ser eficiente e não eficaz.
EFICIÊNCIA
Resolver problemas
Salvaguardar os recursos
Treinar os subordinados
Rezar
EFICÁCIA
Atingir objectivos
Obter resultados
Ganhar o céu.
CHIAVENATO, Idalberto, Teoria Geral da Administração, 3.ª ed., S. Paulo, McGraw Hill, 1987, p.
250
---
222
Objectivo 3
As organizações produzem bens e serviços e desenvolvem-se em função das pessoas que nelas
trabalham. Quaisquer que sejam os seus objectivos, as organizações envolvem pessoas que,
cada vez mais, se tornam dependentes delas e que, por sua vez, as fazem crescer, sobreviver e
as tornam mais complexas.
Dificilmente se poderão separar as Pessoas das Organizações. Por isso, qualquer análise
organizacional deve supor uma visão sistémica e aberta da relação Indivíduo/ Organização.
Por outro lado, a Organização está, igualmente, em permanente relação com o Ambiente. A
Organização recebe recursos do meio, transforma-os e lança nele os seus produtos. A
sobrevivência da Organização depende da relação dinâmica com o Meio Ambiente, porque só
através do seu intercâmbio, a Organização poderá continuar o seu ciclo de actividade.
A Organização, como qualquer sistema aberto, troca matéria e energia com o Meio Ambiente
e, através deste processo, ela deve reajustar-se continuamente, no sentido de se adaptar às
condições do meio que continuamente mudam.
ORGANIZAÇÃO
input
. energia
. informação
. entregas
. recursos materiais
. recursos humanos
. recursos mercadológicos
Transformação
output
RESULTADOS / PRODUTOS
. produtos
. serviços
. entregas
. vendas
. entregas
---
223
A Organização como sistema aberto interage com o meio e com as pessoas. Se compararmos a
Organização com um organismo vivo verificamos que ela vai buscar ao meio (inputs) matéria-
prima, que depois transforma e vende. Com a retoma das vendas, compra mais matéria-prima
para manter o ciclo contínuo e produtivo.
A Organização é um sistema adaptativo que muda, de acordo com as exigências do meio. Ela é
afectada pelo meio, mas também o afecta a ele. A Organização tem que crescer, mudar e
adaptar-se para acompanhar o ritmo do desenvolvimento tecnológico, mercadológico e as
mudanças sociais e económicas do Meio Ambiente.
Metamorphose - M. C. Escher
---
224
Objectivo 4
As pessoas, nas organizações, podem ser vistas sob duas perspectivas diferentes:
a) como pessoas que têm a sua própria individualidade, os seus valores, motivacões, atitudes,
interesses e objectivos pessoais;
Cada pessoa é um ser único, diferente de qualquer outro e, a Organização não tem meios nem
capacidade para conhecer e compreender cada uma das pessoas que nela trabalham.
O Homem está numa permanente relação com o meio, quer físico, quer social; ele reage aos
estímulos do ambiente, mas também se lhes antecipa, promovendo, ele próprio, mudança no
ambiente (posição proactiva).
O Homem é um ser motivado, que age em função de determinados objectivos e que se esforça
para os atingir.
EXTERNOS - Aqueles que dependem do meio ambiente, da organização, do grupo onde está
inserido, da política de remunerações, etc.
Na Organização, as pessoas são afectadas por estímulos, uns positivos, outros negativos.
---
225
. normas;
. horários de trabalho;
. regulamentos;
. disciplina;
. proibições;
. ordens.
ESTÍMULOS POSITIVOS - São os que estimulam a actividade do sujeito e proporcionam a
satisfação das suas necessidades e objectivos pessoais, tais como:
. informações;
. boa remuneração;
. oportunidades.
---
226
Questionário 1
2. O que é mais fácil de avaliar pelo meio onde se insere a Organização, a eficácia ou a
eficiência?
---
227
Respostas ao questionário 1
2. A eficácia, porque esta se relaciona com o facto dos objectivos serem ou não alcançados.
3. É aquela que tem em consideração as pessoas e as suas actividades para consecução dos
objectivos, e não visa somente o produto final do seu trabalho.
4. A Organização é aberta em relação aos Indivíduos e ao Meio Ambiente onde se insere. As
pessoas trabalham na Organização e ajudam-na a crescer, a desenvolver-se, a adaptar-se às
novas exigências e a atingir os seus objectivos. A Organização ajuda as pessoas a ampliar e a
satisfazer, progressivamente, as suas necessidades. Por outro lado, a Organização está em
permanente relação com o Meio Ambiente porque ele é a fonte de recursos da Organização e é
nele que são lançados os produtos produzidos. A Organização está em permanente interacção
com as pessoas e o Meio e qualquer mudança num deles afecta significativamente qualquer
um dos outros.
6. Factores positivos: trabalho estimulante, boa relação com os superiores e os colegas, boa
remuneração.
Factores negativos: muitas proibições, normas muito rígidas, remuneração abaixo da média,
chefia rígida e autoritária.
---
228
Objectivo 5
As Organizações só conseguem atingir os seus objectivos através das pessoas que coordenam
os seus esforços no sentido de atingirem objectivos, que solitariamente, não conseguiriam.
Porém, por outro lado, as pessoas que trabalham na empresa, também foram desenvolvendo
expectativas a seu respeito, esperando, que nela satisfaçam as suas necessidades pessoais.
Existe um contrato entre a Organização e as Pessoas. A Organização espera que as pessoas que
nela trabalham obedeçam à sua autoridade. As duas partes têm direitos, práticas, privilégios e
obrigações.
Para que a relação e o contrato entre as duas partes sejam satisfatórias, é necessário:
. que a comunicação entre as pessoas, no seio da Organização, se faça de forma clara, directa e
aberta.
O indivíduo sente-se bem na Organização se nela se sentir recompensado, isto é, se espera que
as suas satisfações pessoais sejam maiores que os seus esforços pessoais. Se estes forem
maiores que as satisfações, ele sentir-se-á mal na empresa e tenderá a abandoná-la.
---
229
A Organização, por sua vez, espera que a contribuição de cada indivíduo que nela trabalhe
ultrapasse o custo de ter as pessoas na ou seja, os seus lucros não podem ser iguais aos custos
do pessoal que nela trabalha.
. salário competitivo;
. trabalho desafiante;
(fig.)
O trabalho deve ser fonte de prazer e um meio para a auto-realização do indivíduo e não uma
obrigação penosa.
---
230
Objectivo 6
Cada pessoa desempenha um papel que lhe é atribuído pela Organização e que, normalmente,
decorre das capacidades e das técnicas que o indivíduo domina e é capaz de manifestar no seu
desempenho.
Para que a Organização funcione, é necessário que todos os que nela trabalham e nela estão
envolvidos, saibam exactamente o que lhes compete fazer. Neste sentido, é fundamental que
os responsáveis pela Organização especifiquem as funções, ou seja, as tarefas que cada
indivíduo irá desempenhar.
FUNÇÃO - É o conjunto de tarefas específicas que devem ser executadas pelas pessoas, na
Organização. Ao desenhar a função, não só devem ser especificadas as tarefas, mas também o
modo como elas devem ser desempenhadas.
Herzberg (1966) fala da necessidade de se enriquecer a função para que o indivíduo inove e
enriqueça o seu trabalho, encorajando-o a obter o máximo de sucesso nas tarefas que tem a
cargo, ampliando, consecutivamente, as suas responsabilidades.
. maior motivação;
. maior produtividade;
. menor absentismo.
---
231
. tipo de responsabilidades;
. tipo de actividades;
. autonomia;
. poderes;
A descrição de funções pretende saber, o que se faz, como se faz, porque o faz, os deveres e as
responsabilidades de quem desempenha a função.
. os conhecimentos do sujeito;
. as suas aptidões;
. capacidade de iniciativa;
. capacidades físicas;
. destreza manual;
---
232
Questionário 2
---
233
Respostas ao questionário 2
O indivíduo espera que, na Organização, as suas satisfações sejam superiores ao seu esforço; a
Organização espera que os lucros obtidos sejam superiores ao custo das pessoas que nela
trabalham.
5.
6.
---
234
Objectivo 7
. o método de trabalho;
Taylor que iniciou a sua actividade como operário em 1878, passando posteriormente e
sucessivamente a capataz, a contramestre, chefe de oficina e finalmente a engenheiro, registou
cerca de 50 patentes de invenções sobre máquinas, ferramentas e processos de trabalho.
---
235
Taylor começou por fazer uma detalhada análise das tarefas dos operários, analisou processos
de trabalho, para os aperfeiçoar e racionalizar.
Considera que o operário que produz mais, deve ser melhor remunerado que o seu colega que
produz menos.
1. Os oprrários que desempenham as mesmas tarefas devem fazê-lo, todos do mesmo modo, e
de acordo com a melhor maneira que existe para o fazer.
O Operário, em vez de executar uma tarefa complexa, realiza tarefas simples e específicas que,
numa linha contínua de montagem, permite obter o resultado final - o produto. Este passou
por uma série de operários, intervindo cada um com a sua especificidade, movimentos simples
e repetitivos.
---
236
Nesta perspectiva, a relação entre os operários é reduzida ao mínimo para não se perder
tempo, porque o tempo de produção foi previamente estabelecido e não deve haver desvios
desse tempo.
O operário era de facto muito bem pago, o que aconteceu em muitas empresas americanas,
apresentando um elevado padrão de vida, à custa e em troca de um trabalho simples,
repetitivo, monótono e despersonalizado.
Considera-se que o operário procura o trabalho, não como meio de auto-realização, não
porque gosta dele, mas simplesmente porque se trata de um meio para ganhar dinheiro.
1. Visão mecanicista do Homem - Este é visto unicamente como possuidor da força de trabalho,
útil para a produção. As pessoas são vistas como uma sequência de peças que se articulam
para a consecução de determinada tarefa.
2. O homem é considerado como um ser passivo, sem vontade, sem iniciativa e outras
motivações e interesses, que não seja o dinheiro. O seu papel é executar ordens específicas de
forma correcta e o mais depressa possível.
4. Esta perspectiva apresenta uma visão microscópica do homem e não considera os aspectos
humanos da Organização.
---
237
A teoria clássica foi desenvolvida por Fayol, um engenheiro francês, que viveu entre 1841 e
1925. Tal como Taylor, também tinha como preocupação de base, a eficiência dos
trabalhadores na empresa.
Fayol desenvolveu a sua carreira profissional numa empresa metalúrgica e carbonífera. Ele
considera que a aplicação da metodologia científica à empresa, aumenta a sua produção e a
sua estabilidade.
Fayol considera que, de entre as várias funções da empresa, a mais importante é a função
administrativa que consiste em:
Ele considera que numa empresa, existem pessoas com capacidade profissional, ou seja
capacidade técnica, que são os operários e pessoas com capacidade administrativa, que são as
chefias.
1. SENTIDO LATO - Como uma unidade onde as pessoas interagem entre si para alcançar
determinados objectivos
2. SENTIDO RESTRITO - Neste sentido a organização é considerada como uma das funções
administrativas e significa o acto de organizar, ou seja, proporcionar todas as condições
humanas e materiais, para que a empresa funcione com vista a atingir os seus objectivos.
---
238
2. A empresa deve basear-se no princípio da autoridade - o chefe tem autoridade para dar
ordens aos subordinados e espera destes, obediência.
A empresa é vista como um sistema fechado, onde todas as variáveis estão controladas e as
consequências são previsíveis.
Fayol coloca a ênfase da sua análise empresarial na Estrutura, visualizando a Organização como
um conjunto de partes ou órgãos. Considera que a divisão do trabalho deve pressupor e
considerar, sempre, a tarefa de coordenação para que o trabalho de conjunto resulte de forma
harmónica e articulada.
(fig.)
---
239
Objectivo 8
A escola humanística, surgiu nos Estados Unidos, para responder à necessidade de humanizar e
democratizar a empresa. O desenvolvimento da Psicologia e da Sociologia e as suas constantes
aplicações ao mundo do trabalho apresentaram uma nova perspectiva acerca do
comportamento humano e das suas motivações.
Esta escola teve também como base uma experiência muito célebre, conhecida pela
experiência de Hawthorne.
Esta experiência pôs em causa o princípio da teoria clássica que afirmava que a produtividade
dependia somente de factores objectivos, como seja a iluminação da sala onde o operário
trabalhava.
A experiência de Hawthorne desenvolveu-se numa série de fases e foi conduzida por Elton
Mayo (1880-1949), pesquisador social, australiano.
O que se verificou, foi que não existia uma correlação entre a intensidade da luz e a
produtividade mas que nesta, interferiam outras variáveis de carácter psicológico.
Esta hipótese foi comprovada. De facto, no local onde trabalhava o grupo de controlo, foram
mudadas as lâmpadas e trocadas por outras de igual potência, mas supondo eles, os operários,
que estas, de facto, tinham maior intensidade. O nível de rendimento dos operários aumentava
de acordo com o aumento da luminosidade que os operários supunham que existia, mas que
realmente não existia.
---
240
Concluiu-se que:
. O nível de produção não é somente determinado pelas capacidades físicas e pelo treino e
especialização do operário, mas também por factores psicológicos, nomeadamente pela
expectativa.
A teoria das relações humanas enfatisa as relações informais dentro da empresa, ao contrário
da teoria clássica, que acentuava somente o aspecto formal da organização.
As relações informais têm a ver com o comportamento social dos empregados, as suas crenças,
os seus valores e o modo como comunicam entre si. Na empresa, as pessoas estabelecem
relações entre si, independentemente das relações formais de trabalho.
A teoria das relações humanas dedicou o seu estudo às interacções dentro da empresa, onde
as pessoas e os grupos desenvolvem acções e atitudes significativas.
1. Cada indivíduo é uma identidade que influencia o comportamento dos outros, sofrendo,
simultaneamente a influência destes.
2. Cada indivíduo procura ajustar-se aos outros, ser bem aceite e compreendido pelo grupo e
nele participar.
---
241
4. A empresa deve formar chefes (líderes) democráticos e preocupados com as relações das
pessoas dentro da empresa.
(fig.)
---
242
Tarefa 1
Analise o quadro que se segue e que se refere à evolução conceptual desde a teoria clássica de
Organização até à moderna teoria das Relações Humanas.
(quadro adaptado)
TEORIA CLÁSSICA
CARACTERÍSTICAS E PREMISSAS
1. Abordagem básica
Engenharia humana
2. Modelo de homem
Económico-racional
3. Comportamento organizacional
Animal isolado
. atomismo tayloriano
Padrozinável
5. Incentivo
Financeiro (material)
6. Fadiga
Fisiológica
7. Unidade de análise
Cargo
8. Conceito de organização
Estrutura formal
9. Representação gráfica
Organigrama, fluxograma
CARACTERÍSTICAS E PREMISSAS
1. Abordagem básica
2. Modelo de homem
Relacional-emocional
3. Comportamento organizacional
Animal social
Não padronizável
5. Incentivo
Psicológico
6. Fadiga
Psicológica
. monotonia, rotinização
. ausência de criatividade
. subutilização de aptidões
. programação excessiva
7. Unidade de análise
Grupo
. a equipa
8. Conceito de organização
Sistema social
. conjunto de papéis
9. Representação gráfica
Sociograma
CHIAVENATO, I., Teoria Geral da Administração, 3.5 edição, S. Paulo, McGraw-Hill, 1987, p. 215
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243
Questionário 3
4. Pode afirmar-se que a teoria clássica defende uma visão mecanicista do Homem? Porquê?
---
244
Respostas ao questionário 3
2.
4. Sim, porque não se interessa pelo indivíduo como pessoa com determinadas motivações,
interesses e necessidades, nem pelas relações humanas, na empresa. O trabalhador só
interessa na medida em que a sua força de trabalho contribui para a produção na empresa. Ele
não tem autonomia nem liberdade de agir de acordo com os seus interesses. Considera-se que
o seu único objectivo e motivação é ganhar dinheiro, o que deve ser conseguido com a
maximização da produção.
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245
Objectivo 9
Relacionar a teoria do desenvolvimento Organizacional com as alterações do Meio e as novas
concepções acerca da natureza Humana
. a organização;
. o ambiente;
. o homem.
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246
O aumento de conhecimentos, da tecnologia e do sistema de comunicações exige que a
organização mude. Caso contrário, corre o risco de ficar inerte, parada no tempo, desadaptada
e desnecessária.
A mudança na organização é exigida quer por forças externas - do ambiente - quer por forças
intrínsecas à organização.
As mudanças a operar nas organizações permitem a sua reconstrução e revitalização, mas elas
não podem ser feitas ao acaso e de improviso. É necessário planificar para que a mudança se
faça de forma satisfatória e adequada.
3. A organização deve estar em constante interacção com os indivíduos que nela trabalham.
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247
Tarefa 2
"(..) o centro comercial é, por evidência, constituído por lojas (ou, melhor, constituído
predominantemente por lojas, uma vez que um centro pode e deve, tanto quanto possível, ter
outras actividades para além da mera actividade comercial), lojas essas que se pretendem
dirigidas por comerciantes modernos e imbuídos de um espírito aberto a um trabalho
conjunto, espírito esse que terá, naturalmente, de ser diferente do do "comerciante de rua" (e
daí, talvez, seja consequente a dificuldade de adaptação de alguns comerciantes à realidade do
centro comercial). Em suma, um comerciante de um centro comercial não está só, vive debaixo
do mesmo tecto, com os mesmas serviços e espaços comuns a outros comerciantes, tem um
regulamento também comum a todos eles, havendo, por tudo isso, a necessidade de um
espírito diferente e de um grau de aderência a esta fórmula de comércio para a sua bem
sucedida inserção nesta realidade. Será desejável que esse comerciante esteja aberto à
inovação, que seja audaz e seja flexível à mudança. As lojas, em si, têm de ser atraentes, devem
ter um bom visual, uma boa decoração interior, uma boa iluminação, uma boa imagem de
marca e, por outro lado, um serviço prestado ao cliente caracterizado pelo fornecimento de um
produto, naturalmente, adequado, através de um pessoal capaz, formado quer sob o ponto de
vista do conhecimento do produto vendido quer no conhecimento das técnicas de
atendimento ao consumidor, que, nos dias de hoje, tem já pouco a ver com aquelas antigas
formas de atendimento. Tudo isto leva-nos a constatar que é de facto necessário que o
comerciante do centro comercial tenha a sua política de marketing e esteja actualizado nas
suas técnicas de comércio."
SILVA, D. R. Artur, Comércio de Especialidade, Lisboa, edição da C.M.L., 1990, pp. 45-46
---
248
Objectivo 10
Todas as empresas têm uma cultura, mais ou menos evidente, que permite referendar o modo
de funcionamento e de pensar, ao mesmo tempo que serve de ponto de referência às decisões
e aos procedimentos no seio da empresa.
A Cultura da empresa não só identifica e privilegia a empresa, como serve para apresentar
novas soluções aos problemas da empresa. Os sucessos que a empresa foi experimentando ao
longo da sua existência são parte integrante dessa cultura.
A empresa foi experimentando múltiplas soluções nos mais variados domínios: relações
humanas, estratégias de produtividade, estrutura, etc. e foram surgindo sucessivos modelos
mais ou menos eficazes. São exactamente estes modelos que constituem a cultura da empresa.
A Cultura pode apresentar-se como factor de sucesso de uma empresa quando é forte, isto é,
quando modela as formas de comportamento e de gestão.
MURICE THÉVENET
---
249
A cultura não é um estado mas tem que evoluir na medida em que constitui um processo
contínuo de aprendizagem da própria organização da empresa. Cultura não é sinónimo de
fossilização e de estaticismo.
"Dispor de uma cultura forte não obriga ao imobilismo, mas limita a área das evoluções
possíveis. Identificar os traços característicos da cultura não impede a mudança, mas limita as
oportunidades de mudança."
A cultura deve constituir um apoio e não um obstáculo para resolver os problemas da empresa.
LEMAME
. A masculinidade / feminilidade.
Componentes da Cultura
OS VALORES - Refere-se àquilo que a empresa considera bem ou mal, relativamente a vários
aspectos, nomeadamente à relação entre a empresa e o indivíduo, à concepção de cliente, à
qualidade do produto, à relação entre a organização e o contexto, etc.
OS MITOS - São acontecimentos importantes da empresa e que são recordados para reforçar o
valor, a importância de variados aspectos da empresa.
250
A cultura da empresa:
. descreve a organização.
MAURICE THÉVENET
As pessoas que trabalham na empresa devem, elas próprias, fazer aprendizagem da cultura da
empresa. A motivação é um fenómeno fundamental neste processo, assim como a satisfação
no trabalho dela decorrente.
A satisfação no trabalho passa a ser uma noção-base na cultura da empresa. A satisfação está
ligada à produtividade a à eficácia. Como conseguir isto?
A empresa deverá acreditar que o êxito pessoal passa pelo êxito da empresa para que trabalha.
A pessoa implica-se verdadeiramente na empresa, nos seus objectivos, se o seu sistema de
valores e a percepção do seu próprio sucesso individual se enquadra no sistema de valores da
empresa, na sua cultura.
---
251
. tem vontade de actuar no sentido dos objectivos e das finalidades que a organização
estabelece;
2. O MERCENÁRIO - É aquele que está na empresa pelas oportunidades que ela lhe oferece. O
mercenário abandona a empresa quando se lhe apresenta uma proposta melhor.
3. O DEMISSIONÁRIO - É aquele que não tem oportunidades nem adesão aos valores da
empresa. Faz um pressentismo contemplativo.
---
252
Objectivo 11
A concepção de homem social dentro da Organização, substitui a ênfase que antes era
colocada nas tarefas, pela ênfase que agora é colocada nas pessoas.
O comportamento das pessoas, assim como o dos grupos, exige um estilo de liderança
adequado. A liderança passa a ser objecto de estudo e de pesquisa da Psicologia Social.
O conceito de liderança sofre profundas alterações e a organização treina os seus líderes para
que estes consigam, dos seus subordinados, altos valores de desempenho.
(fig.)
---
253
Objectivo 12
Definir liderança
Peter Drucker afirma que, de cem novas empresas que iniciam a sua actividade, cerca de
metade deixa de funcionar dois anos após o seu início e, das restantes, 25% terminam a sua
actividade 5 anos depois.
Considera que muitos dos insucessos destas empresas são fruto de uma liderança ineficaz.
De acordo com George Terry (1960) "a liderança é a actividade de influenciar pessoas fazendo-
as empenhar-se voluntariamente em objectivos de grupo"
Esta definição parece ser válida para qualquer tipo de organização porque, em qualquer
situação em que um indivíduo procure influenciar o comportamento de outro indivíduo,
estamos perante o fenómeno de liderança.
A liderança, é pois, um fenómeno de influência interpessoal exercida em determinada situação
através do processo de comunicação humana, com vista à comunicação de determinados
objectivos.
O comportamento de liderar envolve múltiplas funções, tais como planificar, informar, avaliar,
controlar, motivar, recuperar, punir, etc. Contudo, liderar é essencialmente, orientar o grupo, as
pessoas em direcção a determinados objectivos ou metas.
---
254
Objectivo 13
Durante bastante tempo, os estudos sobre liderança aceitavam o facto de que os líderes
tinham certas características, tais como a amabilidade, a força física, a inteligência a
amabilidade, etc, que se consideravam fundamentais para o exercício da liderança.
Deste modo considerava-se que as qualidades inerentes aos líderes eram pessoais, o que
pressupunha que, desde muito cedo seria possível determinar os potenciais líderes.
A teoria dos traços de personalidade considerava que o líder possuía traços e características
que o identificavam e que o tornavam o grande homem, tal como o acentuou, em 1910,
Carlyle.
Lindzey (1948), através de vários estudos sobre líderes em situação, verificou que não era
possível, dada a sua divergência, encontrar qualquer traço de personalidade que pudesse
distinguir os líderes dos não lideres.
Parece não existir uma habilidade especial, própria do líder que o caracterize, porque o seu
comportamento difere com a situação e com os liderados.
Segundo esta perspectiva a liderança implica uma relação funcional, porque exerce uma
influência interpessoal.
Se a teoria dos traços se confirmasse, então, o líder sê-lo-ia sempre, e de forma eficaz, em
todas as situações e em relação a qualquer indivíduo ou grupo. O que a realidade
organizacional e grupal revela, é que existem características diferentes nos líderes. Um líder
pode ter muito sucesso numa situação e insucesso noutro contexto situacional.
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255
Objectivo 14
. Autoritária
. Democrática
. Liberal
O estudo foi feito com crianças de 10 anos que foram distribuídas em 4 grupos e que, de 6 em
6 semanas, eram submetidos a um estilo diferente.
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256
1. ESTILO AUTOCRÁTICO
. O líder determina as providências e as técnicas para a execução das tarefas, uma de cada vez,
à medida que são necessárias para o grupo.
. O líder determina qual a tarefa que cada um deve executar e qual o seu companheiro de
trabalho.
. O líder é dominador e é "pessoal" nos elogios e nas críticas ao trabalho de cada subordinado.
(fig.)
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257
2. ESTILO DEMOCRÁTICO:
. As directrizes são debatidas e decididas pelo grupo, sendo o papel do líder, de assistir e de
estimular.
. É o grupo que decide sobre a divisão das tarefas e cada membro do grupo tem a liberdade
para escolher o seu companheiro de trabalho.
. O líder procura ser um membro igual aos outros do grupo, não se encarregando muito de
tarefas. O líder é objectivo e quando critica e elogia, limita-se aos factos.
(fig.)
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258
. É o grupo que decide sobre a divisão das tarefas e escolhe os seus companheiros. O líder não
participa.
. O líder não regula nem avalia o que se passa no grupo. O líder apenas faz alguns comentários
irregulares sobre a actividade do grupo, quando é questionado.
(fig.)
O líder liberal não se impõe perante o grupo e, por isso, não é respeitado. Este estilo de
liderança promove o individual e as discussões pessoais.
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259
1. LIDERANÇA AUTOCRÁTICA:
. Embora, aparentemente gostem do que fazem, não revelam qualquer satisfação em relação à
tarefa.
2. LIDERANÇA DEMOCRÁTICA:
. Apesar dos membros do grupo terem uma actividade intensa, a produção não é satisfatória.
. As tarefas desenvolvem-se ao acaso com oscilações e perde-se muito tempo com discussões.
Fala-se mais de problemas pessoais do que de assuntos relativos ao trabalho.
. O grupo que produz maior quantidade de trabalho é o autocrático, mas é o democrático que
apresenta uma maior qualidade no trabalho.
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260
Objectivo 15
As teorias situacionais procuram explicar a liderança num contexto mais amplo do que os dos
traços de personalidade.
As teorias situacionais partem do princípio de que não existe um único estilo ou característica
de liderança válida para qualquer situação.
Tannenbaum e Schmidt expõem uma abordagem situacional de liderança sugerindo que existe
uma ampla gama de padrões de comportamento de liderança, que o líder pode escolher na sua
relação com os seus subordinados.
Cada tipo de comportamento relaciona-se com o grau de autoridade utilizado pelo líder e pelo
grau de liberdade disponível para os subordinados.
Para que o líder escolha o seu padrão de liderança que desenvolve na sua relação com os seus
subordinados é preciso ter em consideração 3 forças:
1. Força do líder
2. Força do subordinado
3. Força da situação
1. Força do líder
2. Forças do subordinado
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261
3. Forças da situação
Fonte de autoridade:
+ ................................................................... -
Uso de Autoridade pelo Líder ... Área de Liberdade para os Subordinados
Fonte: Robert Tannenbaum e W. Schmidt, "How to choose a Lidership Pattern", (1967) in:
Harvard Business Review, nº 2958, p. 96.
---
262
A diferença entre os dois estilos de liderança baseiam-se nas suposições que têm acerca da
fonte do poder e da autoridade e da natureza humana.
O estilo autoritário baseia-se na ideia de que o poder do líder advém da posição que ocupa e
aceita que as pessoas são irresponsaveis e preguiçosas, por natureza (teoria X de McGregor).
O estilo democrático supõe que o seu poder lhe é conferido pelos subordinados e acredita que
as pessoas se podem auto-dirigir, e que são criativas no trabalho, desde que motivadas (teoria
Y).
De acordo com o esquema desenvolvido por Tannenbaum e Schmidt o líder que se encontra na
extremidade autoritária do contínuo tende a orientar-se para as tarefas e exercer o seu poder
sobre os subordinados.
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263
Questionário 4
4. O que é a liderança?
(O questionário será feito visando a sua aplicação aos subordinados e as suas respostas
poderão ser dadas assinalando com uma cruz, uma das 3 alternativas apresentadas: SIM, NÃO
e TALVEZ.)
---
264
Respostas ao Questionário 4
1. A visão tradicional de Organização considera que esta se deve centrar no trabalho e no seu
produto, excluindo a preocupação pelo indivíduo e pelas relações humanas dentro da
Organização. Aceita a existência de uma estrutura hierárquica rígida baseada no princípio da
obediência. Cada trabalhador tem uma tarefa específica e apenas tem a sua visão do trabalho
ou da organização.
5. Se assim fosse, o líder seria sempre eficaz, qualquer que fosse a situação e os liderados.
6.
---
265
Objectivo 16
Rensis Likert e alguns dos seus colegas do Instituto de Pesquisa Social de Michigan, salientaram
o facto de os Recursos Humanos serem essenciais para uma boa organização.
Likert verificou que, nas organizações, podem existir vários tipos de liderança, representando-
os num contínuo que vai desde o sistema 1 ao sistema 4.
Sistema 1
. O líder não tem confiança nos subordinados porque estes raramente são envolvidos em
qualquer processo de tomada de decisão.
. As decisões e o estabelecimento de objectivos são feitos pelo líder e são transmitidas de cima
para baixo.
. Os subordinados trabalham sob um clima de medo, ameaças, punições e, por vezes, algumas
compensações.
Sistema 2
. O líder mostra uma certa confiança nos subordinados, mas a maior parte das decisões e da
fixação dos objectivos são determinados superiormente.
. Existe uma certa condescendência por parte do líder, em relação ao subordinado mas ainda
existe medo e precaução por parte deste último.
Sistema 3
. O líder tem confiança nos subordinados, ainda que não seja total. Os subordinados podem
tomar algumas decisões, mas as decisões gerais e de natureza política são tomadas pelos
chefes.
. Existe comunicação quer a nível descendente, quer ascendente dentro da escala hierárquica.
Existe interacção entre líder e subordinado e um clima de confiança. O chefe delega alguns
processos nos subordinados confiando, por isso, na sua responsabilidade.
---
266
Sistema 4
. O líder tem plena confiança nos subordinados. O processo de decisão está descentralizado e
os subordinados podem tomar decisões. O tipo de comunicação na escala hierárquica também
é horizontal, além de ascendente e descendente. Os subordinados participam no
desenvolvimento da empresa, fixam objectivos, aperfeiçoam os métodos e avaliam a
progressão do desempenho. A responsabilidade do processo de controlo é de todos.
Likert, para os seus estudos elaborou um instrumento que contempla vários itens:
- motivação
- comunicação
- tomada de decisões
- interacção
- influência
- fixação de objectivos
- processo de controlo
(O instrumento completo inclui mais de 20 itens.)
PROCESSOS DE LIDERANÇA
SISTEMA 1
SISTEMA 2
SISTEMA 3
Confiança substancial mas não total; ainda que quer ter o controlo das decisões
SISTEMA 4
Variável Organizacional - Tipo de forças motivadoras; Maneiras como os motivos são usados
SISTEMA 1
SISTEMA 2
SISTEMA 4
SISTEMA 1
SISTEMA 2
Pouca interacção, geralmente com alguma condescendência da parte dos superiores; medo e
precaução da parte dos subordinados
SISTEMA 3
SISTEMA 4
---
267
Objectivo 17
A equipa de estudo sobre o comportamento dos líderes verificou que a Estrutura de Iniciação e
a Consideração se encontram em dimensões distintas e separadas e que uma nota baixa numa
das dimensões não significa necessariamente uma nota baixa na outra.
Pela primeira vez, o comportamento do líder é representado em dois eixos separados e não
num contínuo único.
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268
(Baixo)
(Elevado)
de
(Baixo)
(Elevado)
Possibilidades:
O líder tanto pode obter pontuações altas ou baixas nas duas dimensões como uma pontuação
alta numa dimensão e baixa na outra.
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269
Objectivo 18
O líder, perante uma situação concreta tem, muitas vezes, dificuldade em avaliá-la de forma
objectiva. O líder age em função de certas premissas, nas quais acredita e que, por isso, deixa
que guiem o seu comportamento.
Se o líder acredita que os seus subordinados são preguiçosos, ele tenderá a verificar isso
mesmo, a partir da observação duma pequena paragem no processo de trabalho. Ele tende a
reforçar a sua premissa, o que vai, igualmente, reforçar a sua autoridade e repressão.
Blake e Mouton salientam o facto de que as premissas podem e devem mudar, caso o líder
deseje alterar o seu estilo de liderança.
O líder deve autoavaliar-se, para tomar consciência do tipo de comunicação que predomina no
seu comportamento.
Para isso o líder, de entre os parágrafos que se seguem (A, B, C, D, E) deve atribuir o nº 5 ao
comportamento que nele é mais característico, o nº 4 ao 2º comportamento mais
característico e assim sucessivamente, até ao nº 1 que é atribuído ao comportamento que
nunca adopta e que, portanto não lhe é característico.
O líder deve basear-se no seu desempenho real, para hierarquizar estes comportamentos.
---
270
Tarefa 3
Hierarquia de comportamento.
A. Aceito com indiferença as decisões tomadas por outros. Evito tomar partido, procurando
não revelar as minhas opiniões, atitudes e ideias.
B. Apoio as decisões que promovem as boas relações. Aceito opiniões, atitudes e ideias alheias
em vez de impor as minhas. Tento evitar que se crie conflito e, quando ele ocorre, procuro
acalmar os ânimos para manter o pessoal unido. Devido ao mal estar que as tensões podem
gerar, recuo de maneira afável e amistosa. O meu senso de humor procura desviar a atenção
dos pontos sérios. De preferência apoio os outros, em vez de tomar a iniciativa.
C. Busco decisões viáveis, ainda que imperfeitas. Quando surgem ideias, opiniões ou atitudes
diferentes das minhas, proponho posições intermediárias. Ante o conflito, procuro chegar a
soluções equitativas que contornem a situação. Sob tensão, fico em dúvida sobre como
atender às expectativas dos outros. O meu senso de humor leva à minha aceitação pessoal ou
à dos meus pontos de vista. Procuro sustentar um ritmo de trabalho bom e constante.
D. Espero que as minhas decisões sejam consideradas como a última palavra. Defendo as
minhas ideias, opiniões e atitudes mesmo que, por vezes, tenha de "pisar nos calos" dos
outros. Quando ocorre conflito, tento suprimi-lo ou fazer prevalecer a minha posição. Quando
as coisas não vão como espero, contesto, resisto ou volto à carga, contra-argumentando. O
meu senso de humor é mordaz. Eu "dou duro" e faço os que trabalham comigo "darem duro"
também.
Fonte: ROBERT, R. Blake e MOUTON, Jane, O Novo Grid Gerencial (5ª edição), S. Paulo, Pioneira
Editora, 1988, p. 2
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271
Tarefa 4
Analise cada uma das dimensões que se seguem, de 1 a 6. Em relação a cada uma, marque
com um círculo a afirmação que melhor corresponda ao seu comportamento e às suas
características pessoais.
Dimensão 1: DECISÕES
D1. Espero que as minhas decisões sejam consideradas como a última palavra.
E1. Esforço-me profundamente para conseguir decisões válidas e criativas que resultem em
compreensão e consenso
Dimensão 2: CONVICÇÕES
A2. Evito tomar partido, procurando não revelar as minhas opiniões, atitudes e ideias.
C2. Quando surgem ideias, opiniões ou atitudes diferentes das minhas, proponho posições
intermediárias.
D2. Defendo as minhas ideias, opiniões e atitudes mesmo que, por vezes, tenha de "pisar nos
calos" dos outros.
E2. Procuro e estou atento a ideias, opiniões e atitudes diferentes das minhas. Tenho
convicções firmes, mas mudo de opinião diante de ideias mais válidas do que as minhas.
Dimensão 3: CONFLITO
B3. Tento evitar que se crie conflito e, quando ele ocorre, procuro acalmar os ânimos para
manter o pessoal unido.
C3. Ante o conflito, procuro chegar a soluções equitativas que contornem a situação.
D3. Quando ocorre conflito, tento suprimi-lo ou fazer prevalecer a minha posição.
E3. Quando surge conflito, procuro detectar os motivos e solucionar as causas subjacentes.
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272
B4. Devido ao mal-estar que as tensões podem gerar, reajo de maneira afável e amistosa.
C4. Sob tensão, fico em dúvida sobre como devo atender às expectativas dos outros.
D4. Quando as coisas não vão como espero, contesto, resisto ou insisto, contra-argumentando.
A5. O meu sentido de humor é tido pelos outros como desfocado ou irrelevante.
B5. O meu sentido de humor procura desviar a atenção dos pontos sérios.
C5. O meu sentido de humor leva à minha aceitação pessoal ou à dos meus pontos de vista.
E5. O meu sentido de humor é adequado às diversas situações e facilita a abertura; mesmo sob
pressão, mantenho certo sentido de humor.
Dimensão 6: EMPENHO
D6. Eu "dou duro" e faço os que trabalham comigo "darem duro" também.
Fonte: BLAKE, Robert R. e MOUTON, Jane S., O Novo Grid Gerencial (5ª edição), S. Paulo,
Pioneira Editora, 1988, p. 3,4
---
273
Com a realização destas duas tarefas, foi possível hierarquizar os vários estilos da matriz
gerencial. Há, agora, que interpretar as respostas.
Em relação à 2ª tarefa que consistia em assinalar uma afirmação sobre cada um dos títulos
(decisão, convicções, etc.) a sua opção (A1, B1, C1, D1, E1) corresponde à mesma atitude e
estilo dos parágrafos anteriores, ou seja, se nas DECISÕES optou por B1, isso corresponde ao
estilo (1,9); se optou nas CONVICÇÕES por C2, isso corresponde ao estilo (5,5) e assim
sucessivamente.
(fig.)
---
274
GRID GERENCIAL
CARACTERIZAÇÃO DOS 5 PRINCIPAIS ESTILOS DE LIDERANÇA
. o esforço mínimo necessário para realizar o trabalho requerido é suficiente para garantir um
lugar na organização.
. A atenção dedicada à necessidade que as pessoas têm de manter boas relações gera um clima
agradável e amistoso na organização e no andamento do trabalho.
. A afunda operacional resulta da organização das condições de trabalho de tal forma que o
elemento humano interfira em grau mínimo.
--------
. O líder orientado para a produção interessa-se pelos resultados ou lucros e busca novas
maneiras para promover o crescimento da organização.
. O líder orientado para as pessoas preocupa-se com os seus subordinados, com o modo como
realizou as suas tarefas com o seu bem-estar e a sua motivação.
---
275
A.(1,1) - Baixa orientação para a produção e baixa orientação para o relacionamento (pessoas)
. O líder apenas deseja permanecer no sistema e por isso faz o mínimo para preservar o seu
emprego.
. Ele não contribui para a produtividade da empresa. Considera que nada pode fazer e que se
algo corre mal na organização a culpa não é dele.
. Evita o conflito, nada diz de significativo, evita defender os seus pontos de vista.
. Preocupa-se com o que pensam os seus subordinados e colegas; busca a sua aprovação e por
isso mostra-se prestativo e simpático.
. Não impõe a sua vontade aos outros; as pessoas fazem o que lhes agrada, ao seu próprio
ritmo.
. Considera que a sua função é atender às solicitações dos subordinados e manter a sua moral
elevada.
. Dificilmente alcança os objectivos de produção porque tem dificuldade em exigir dos seus
subordinados.
. Com este líder, as pessoas não se realizam plenamente porque não lhes são criados novos
desafios nem se exige produtividade.
C.(5,5) - Orientado de igual forma para o relacionamento e para a tarefa
. O líder procura ter uma boa relação com os seus subordinados; preocupa-se com o que eles
pensam.
. É superficial nas suas convicções, não se expõe em demasia, para ser bem visto pelo grupo.
. Adopta como suas, as opiniões mais acertadas; quer estar com a maioria e gosta de ser
avaliado positivamente pelos colegas.
. Nem sempre obtém o êxito esperado porque não quer ir contra o grupo.
. Nunca apresenta novas ideias nem metodologias para melhorar na tarefa; faz o que os outros
fazem.
. Procura envolver as pessoas no trabalho, mas só exige delas o que elas querem. Não exerce
muita pressão sobre os subordinados.
---
276
. O líder acredita que existe uma grande relação entre as necessidades organizacionais de
produção e as necessidades das pessoas que trabalham.
---
277
Objectivo 19
Fiedler pressupõe que existem contingências que tornam mais eficaz um estilo que outro.
Supõe, ainda, que o estilo "Orientação para a Tarefa" não é superior ao estilo "Orientação para
as Relações Humanas".
Para medir as orientações dos líderes, Fiedler introduziu a escala LPC (least preferred coworker)
que consiste numa série de escalas de tipo diferenciador semântico em que os sujeitos
descrevem o companheiro de trabalho com o qual tiveram até então maior dificuldade em
trabalhar.
Fiedler não se preocupa tanto em descobrir qual o melhor estilo de liderança mas, o estilo mais
eficaz para determinada situação.
Considera-se que os vários estilos de liderança podem ser eficazes ou ineficazes, dependendo
dos elementos da situação.
De acordo com este modelo contingencial de liderança, existem 3 variáveis situacionais que
determinam se uma dada situação é ou não favorável ao líder:
Fiedler define a favorabilidade de uma situação como o grau em que essa situação permite ao
líder exercer a sua influência sobre o grupo.
. A situação mais favorável para um líder influenciar o seu grupo é quando ele é estimado por
todos os membros (boas relações líder-membros) e tem uma posição de grande poder (alto
poder de posição) e dirige um trabalho bem definido (alta estruturação de tarefa). Exemplo:
general estimado, que faz a inspecção da tropa num acampamento.
. A situação mais desfavorável para um líder é aquela em que este não é estimado, tem pouco
poder de posição e enfrenta uma tarefa não estruturada.
---
278
Questionário 5
1. Se trabalhasse numa empresa e pudesse optar por um determinado tipo de chefe, em que
sistema (Likert) gostaria que ele se inserisse? Porquê?
2. Se já possui alguma experiência profissional, refira em que sistema (Likert) incluiria o seu
chefe. Porquê?
3. Se na sua carreira profissional ascendesse a um lugar de chefia, como gostaria de agir com os
seus subordinados? Justifique.
5. Segundo Blake e Mouton, o líder que deseja alterar o seu estilo de liderança para o tornar
mais eficaz, deve alterar igualmente as premissas que orientam o seu desempenho. Porquê?
(fig.)
---
279
Respostas ao questionário 5
1.
2.
3.
A 2ª refere-se ao comportamento do líder que tem uma grande confiança nos seus
subordinados, promove a interacção entre eles, fomenta a amizade e preocupa-se com a
satisfação pessoal dos subordinados na realização dos objectivos.
---
280
Tarefa 6
Após o visionamento do filme, leia as seguintes afirmações e assinale o seu carácter verdadeiro
(V) ou falso (F):
1. Dois líderes com formas de abordagem diferentes podem conseguir resultados positivos.
______________________________________
______________________________________
---
281
4.
6. Assinale as características do colaborador com que o líder voltado para a tarefa menos gosta
de trabalhar.
7. Em que circunstâncias é que deve intervir e é produtivo, o líder voltado para o
relacionamento?
8. Em que circunstâncias é que deve intervir e é produtivo, o líder voltado para a tarefa?
---
282
Objectivo 20
Nos modelos de liderança desenvolvidos por Paul Hersey e Kenneth H. Blanchard, no Center for
Leadership Studies, são utilizados os termos de comportamento de tarefa e comportamento de
relacionamento usados para descrever conceitos semelhantes aos de Consideração e Estrutura
de Iniciação, dos estudos da Ohio State University. Os quatro quadrantes básicos de
comportamento do líder recebem as seguintes denominações: tarefa alta (muita ênfase) e
relacionamento baixo (pouca ênfase); tarefa alta e relacionamento alto; relacionamento alto e
tarefa baixa; relacionamento baixo e tarefa baixa.
Comportamento de Relações
de
(Baixo)
(Elevado)
Comportamento de Tarefa
de
(Baixo)
a
(Elevado)
Possibilidades:
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283
O estilo de liderança de uma pessoa é definido pelo comportamento que ela manifesta quando
influencia as outras pessoas, levando-as a atingir determinados objectivos.
. A percepção que o próprio líder tem do seu estilo de liderança e neste caso não se fala de
estilo de liderança, mas sim de auto-percepção da liderança.
COMPORTAMENTO DE TAREFA - É aquele que os líderes adoptam para organizar as funções dos
membros do seu grupo (subordinados), explicar as actividades que cada um deve executar e
quando, onde e como as tarefas devem ser realizadas; caracteriza-se pelo esforço para
estabelecer padrões bem-definidos de organização, canais de comunicação e meios de
conseguir que as coisas sejam feitas.
Qualquer estilo numa determinada situação, pode situar-se num contínuo entre extremamente
eficaz e extremamente ineficaz.
Neste caso não se fala de estilo de liderança, mas sim de auto-percepção da liderança.
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284
Existem 4 estilos eficazes e 4 estilos ineficazes que se relacionam com o grau de adequação do
estilo básico de um líder a uma determinada situação.
O Modelo tridimensional da eficácia do líder distingue-se dos outros porque não apresenta um
único estilo ideal de comportamento de líder, como apropriado para todas as situações.
Os estilos de liderança podem ser eficazes ou ineficazes, consoante a situação onde o líder
actua.
de -4 (ineficaz) a +4 (eficaz)
---
285
M1 - Pessoas inseguras, que revelam pouca disposição para o trabalho e pouca capacidade
para a sua realização.
M2 - Pessoas que têm pouca capacidade para o desempenho da tarefa, mas dispõem-se a
aprender e a adquirir auto-confíança.
M3 - Pessoas que revelam capacidade para o trabalho, mas não tem auto-confiança ou não
estão dispostas a trabalhar.
Para cada nível de maturidade, existe um estilo apropriado, como refere o quadro que se
segue.
M1
Maturidade baixa
E1
Determinar
M2
E2
Persuadir
M3
Pessoas que têm capacidade, mas não têm disposição ou são inseguras
E3
Compartilhar
M4
Maturidade alta
E4
Delegar
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286
Texto
"Determinar": para maturidade baixa. Pessoas que não têm nem capacidade nem vontade
(M1) de assumir a responsabilidade de fazer algo. Não são competentes nem seguras de si. Em
muitos casos a sua falta de disposição é consequência da insegurança em relação à tarefa
exigida.
"Persuadir": para maturidade entre baixa e moderada. As pessoas que não têm capacidade
mas sentem disposição (M2) para assumir responsabilidades têm confiança em si, mas ainda
não possuem as habilidades necessárias. Por isso, o estilo "persuadir" (E2), que adopta um
comportamento directivo por causa da falta de capacidade, mas ao mesmo tempo de apoio
para reforçar a disposição e o entusiasmo das pessoas, será o mais apropriado para esse nível
de maturidade. Chama-se o estilo de "persuadir" porque a maior parte da direcção ainda é
dada pelo líder. Mas, mediante explicações e comunicações bilaterais, o líder procura conseguir
que os liderados se sintam convencidos psicologicamente a adoptarem os comportamentos
desejados. Os liderados que se encontram nesse nível de maturidade geralmente aceitam as
decisões quando entendem a razão da decisão e o líder lhes oferece alguma ajuda e direcção.
Esse estilo envolve comportamento de alta tarefa e alto relacionamento.
"Compartilhar": para maturidade entre moderada e alta. As pessoas deste nível de maturidade
têm capacidade, mas não estão dispostas (M3) a fazer o que o líder quer. A sua falta de
disposição muitas vezes, é consequência da falta de confiança em si mesmas ou insegurança.
Entretanto, se forem competentes mas pouco dispostas, a sua relutância em fazer o que delas
se espera é mais uma questão de motivação do que um problema de segurança.
Em qualquer hipótese, o líder precisa de abrir a porta (comunicação bilateral e escuta activa)
no sentido de apoiar os liderados nos seus esforços de usar a capacidade que já possuem. É um
estilo participativo (E3), de apoio e não-directivo, que tem a maior probabilidade de ser eficaz
com pessoas que se encontram nesse nível de maturidade. O estilo chama-se "compartilhar"
porque o líder e o liderado participam juntos da tomada de decisão, sendo o
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287
"Delegar": para maturidade alta. As pessoas deste nível de maturidade têm capacidade e
disposição para assumir responsabilidades. Um estilo discreto de "delegação" (E4), que dê
pouca direcção e pouco apoio, apresenta a maior probabilidade de ser eficaz com indivíduos
desse nível de maturidade.
Embora possa ainda ser o líder quem identifica o problema, a responsabilidade de executar os
planos cabe a esses liderados maduros, que por sua conta desenvolvem o projecto e decidem
como, quando e onde fazer as coisas. Como são psicologicamente maduros, não necessitam de
uma comunicação bidireccional acima do normal ou de um comportamento de apoio. Esse
estilo envolve um comportamento de relacionamento baixo e tarefa baixa.
Convém deixar claro que o estilo de liderança adequado para as quatro classes de maturidade,
isto é, maturidade baixa (M1), maturidade entre baixa e moderada (M2), maturidade entre
moderada e alta (M3) e maturidade alta (M4), corresponde às seguintes designações de estilo
de liderança: Determinar (E1), Persuadir (E2), Compartilhar (E3) e Delegar (E4). Quer dizer,
maturidade baixa requer o estilo determinar, maturidade entre baixa e moderada o estilo
persuadir, etc. Essas combinações são indicados na tabela 7.1.
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288
Tarefa 7
a) Fixação de objectivos
b) Organização
c) Fixação de prazos
d) Direcção
e) Controlo
Indicador comportamental
d) Dá orientações específicas
I. Dar apoio
II. Comunicar
Indicador comportamental
I. Dá apoio e estímulo.
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289
Actividades
2. Se os subordinados tiverem que executar tarefas pouco estruturadas o autor afirma que é
mais eficaz o estilo de liderança que privilegia o comportamento orientado para as tarefas.
Porquê?
Actividade 2
O Sr. Paulo é responsável pelos seus 6 subordinados, profissionais altamente qualificados para
as funções que exercem. Eles apresentam um elevado nível de produtividade. Ele dá-lhes muita
autonomia na tomada de decisões. Há um ano e meio que trabalham juntos, em plena
harmonia. Porém, há 2 meses, o Sr. Paulo apercebeu-se que existem problemas internos entre
os seus subordinados, sem que, no entanto, isso prejudique o seu desempenho.
Qual das duas alternativas que se seguem (A ou B) lhe parecem as mais correctas a tomar pelo
Sr. Paulo? Justifique.
A melhor decisão do Sr. Paulo será a de deixar que o grupo resolva os seus próprios problemas
e se dêem a si mesmo o apoio sócio-emocional necessário para que eles o resolvam. Ele acha
que não deve interferir porque o grupo é suficientemente maduro para resolver as suas
dificuldades.
B. O Sr. Paulo acha que deve interferir porque o grupo se deparou com um problema, entre
eles, que antes não existia. Ele pensa que deve dar apoio sócio-emocional, isto é, intensificar o
seu relacionamento com o grupo e fortalecer a sua posição de liderança. Quando ele verifica
que a confiança entre os subordinados foi restabelecida, deverá deixar de intervir.
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290
Resposta à actividade 1
2. Se as pessoas não sabem exactamente o que fazer nem como o fazer, o papel do líder
centrar-se-á na explicitação dos meios para realizar a tarefa, ensinando e fornecendo
informações necessárias para o seu êxito.
Resposta à actividade 2
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291
Tarefa 8
Estudo de um caso
OBJECTIVO:
CASO N° 1:
"Além de se colocar entre as mais antigas empresas de uma pequena cidade de 30 mil
habitantes, a Produtos Alimentícios Celeste vem sendo, já há alguns anos, a que emprega o
maior número de operários. Dedica-se ao fabrico de bens de consumo perecíveis, no caso,
produtos alimentícios, ramo que durante anos tem sofrido relativamente poucas mudanças,
seja de ordem tecnológica ou de estilo. A produção sofre variações sazonais, mas esse facto é
tradicional e tanto a administração quanto os operários, consideram-no como característica
normal desse tipo de indústria. Há cerca de 500 operários trabalhando na fábrica.
Manifestaram-se actos de violência nos grupos de operários que estavam nas proximidades da
fábrica, o que implicou a intervenção policial. Ante a intensidade e violência das reacções dos
operários, a alta administração da companhia ficou profundamente preocupada uma vez que
eles esperavam justamente o contrário.
Acreditavam que os operários aderissem à greve por questões de solidariedade, mas não
estavam absolutamente preparados, nem mesmo em pensamento, para o ressentimento
evidente na atitude tomada em relação à empresa. Perceberam que o antagonismo dos seus
operários era mais forte que os sentimentos demonstrados pelos trabalhadores de outras
empresas da indústria alimentícia. Os altos funcionários da empresa julgavam, até então, que o
tamanho reduzido da comunidade, a posição de liderança exercida pela Produtos Alimentícios
Celeste na sua qualidade de empregador, e a intimidade existente entre a administração e o
resto da organização constituíam factores de ordem positiva no encorajamento de boas
relações e lealdade por parte dos operários. Ora, tendo em vista o comportamento dos
operários durante a greve, já não era mais possível manter tal ponto de vista. Em
consequência, a administração chegou à conclusão de que era preciso adoptar um novo ponto
de vista no exame dos problemas da organização. Nas fileiras de alta administração, havia um
certo desacordo quanto à interpretação a ser dada à reacção dos operários.
Como primeiro passo, decidiu-se realizar uma pesquisa de opinião entre os empregados.
---
292
Acreditava-se que, naquele momento, um estudo, tendo por base a opinião dos operários seria
excessivamente influenciado por considerações de ordem emocional relacionadas com a greve.
Além disso, havia o problema de entrar em contacto com trabalhadores que se encontravam
afastados do trabalho. Daí, resolveu-se realizar uma pesquisa no nível de supervisão, como
meio de auscultar a opinião existente na companhia.
1. Por que acha que os nossos colaboradores se mostram tão perturbados com a greve ?
Garantiu-se a cada supervisor que as respostas eram confidenciais e não seriam identificados
perante os altos funcionários. As respostas foram extremamente francas e demonstraram em,
geral boa vontade em "dizer umas verdades". Segue-se um breve sumário das observações
feitas com base nas respostas dadas à segunda pergunta. Quase todos os supervisores
entrevistados deram a entender que grande parte das razões causadoras da actual situação
estava directamente ligada ao que acontecera sob a direcção do anterior Superintendente da
Fábrica, o sr. Grolim. Por ocasião da sua aposentadoria, o sr. Grolim havia completado 12 anos
de trabalho na firma.
O sr. Cardoso, actual Superintendente, fora precedido por três outros, os quais haviam servido
em conjunto durante um total de quatro anos e meio. Os supervisores tinham grandes
expectativas em relação ao sr. Cardoso e esperavam que ele pudesse melhorar a situação,
desde que, segundo dizia um funcionário do departamento, "não morresse de tanto
trabalhar". O sr. Cardoso viera transferido de outra empresa na indústria alimentícia e já estava
com a Produtos Alimentícios Celeste há cerca de um ano.
---
293
supervisores da Fábrica que, ao serem entrevistados, afirmaram ser-lhes possível manter boas
relações de trabalho com os supervisores de Vendas com quem eram obrigados a tratar.
Alguns elementos da organização de Vendas fizeram críticas à maneira pela qual se havia
negado responsabilidade ao pessoal de Vendas. Queixavam-se de que haviam sido afastados e
não se lhes permitiria participar na determinação das directrizes da companhia.
Fizeram-se muitas referências à impressão mantida pelos supervisores de que eram obrigados
a "trabalhar no escuro". Dizia-se que as directrizes eram tornadas públicas sem qualquer
comunicação prévia e modificadas sem aviso. Um chefe de departamento afirmava que
"sinceramente eu não sei quais são as directrizes existentes aqui. Quando tenho que cumprir
as minhas funções sou sempre obrigado a imaginar quais as directrizes existentes". Outro
funcionário referia-se à cortina de ferro existente entre a Fábrica e o
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294
Escritório Central". Alguns supervisores achavam que havia um número muito reduzido de
mestres na Fábrica. Afirmavam que os mestres existentes trabalhavam demais. Houve diversas
referências ao caso de um mestre que supervisiona trabalhadores em 4 andares da fábrica ao
mesmo tempo.
Obtiveram-se, por parte dos supervisores, comentários sobre outros assuntos que lhe diziam
respeito, tais como: "Há 10 anos que estou nesta companhia e nada me disseram sobre a
qualidade do meu trabalho" "A companhia obrigou os supervisores de Escritório a trabalharem
na fábrica durante a greve. Não veio ninguém do Escritório dizer-nos que apreciavam a nossa
lealdade. Afinal de contas, não foi coisa fácil passar entre os grupos de operários estacionados
nas proximidades das fábricas, especialmente quando se conhecem muitos daqueles homens."
---
295
Tarefa 9
OBJECTIVO:
Faça um levantamento dos problemas da loja, identifique as suas causas e apresente soluções.
CASO N° 2:
"O narrador deste caso foi um dos 6 vendedores da Loja Independência, uma loja de artigos
para cavalheiros, que trabalhava com artigos médios e finos. O sr. Borba, o proprietário, dirigia
a sua loja com bons resultados há 20 anos e havia conseguido um considerável número de
clientes habituais. Muitos dos seus fregueses, contudo, compravam certos artigos em qualquer
outro lugar. Havia também um bom movimento de vendas e fregueses eventuais, pois a loja
estava muito bem localizada na zona comercial central de uma cidade de 100.000 habitantes.
Diz o narrador:
O sr. Borba e os rapazes tinham certos hábitos de negociar de que eu não gostava, isto para
dizer delicadamente. Não era meramente uma questão de dirigir a loja, para mim, era uma
questão de ética. Por exemplo, no primeiro dia em que comecei a trabalhar, entrou um freguês
e perguntou se o chapéu que ele havia encomendado já tinha chegado. O sr. Borba respondeu
que deveria chegar no sábado e pediu-lhe que voltasse naquele dia. Quando o freguês saiu da
loja, os rapazes entreolharam-se e o sr. Borba disse: Bem, rapazes, nós vamos dizer-lhe no
sábado". Eu não compreendi e por isso perguntei: "Dizer o quê?".
António, o jovem assistente do sr. Borba, explicou-me que eles haviam prometido ao freguês
fazer um pedido especial para um certo tipo de chapéu que ele queria e que não fizeram o
pedido. "Na próxima vez que ele vier, nós vamos-lhe dizer que sentimos muito não ter
conseguido o chapéu que ele queria. Pensando ele que tivemos muito trabalho em enviar o
pedido especial somente para ele, sentir-se-á na obrigação de comprar um chapéu aqui na loja
e, provavelmente, um chapéu até caro. Há uma porção de truques neste negócio.
Bem, eu havia feito um grande número de vendas na minha curta existência para saber que há
"truques", portanto não fiquei surpreendido com este, fiquei somente desgostoso.
---
296
sobre o que significava os seus sorrisos orgulhosos cada vez que eles pregavam alguma num
freguês. Os "truques mais bem imaginados obtinham um elogio especial do sr. Borba e de
António. Se a média dos srs. fregueses de lojas pudessem ouvir o que se diz depois que eles
saem da loja jamais comprariam lá novamente.
O sr. Borba gostava de contar a respeito de uma família que certa vez tinha entrado na loja para
comprar um terno com o qual o pai iria ser enterrado. Antes que os familiares percebessem o
que estava acontecendo, ele havia vendido um terno com duas calças. Os rapazes muitas vezes
vendiam gravatas de rayon como se fossem de "pura seda". Um número surpreendente de
mulheres, que supostamente são boas conhecedoras de tecidos, caía nesta história.
Aos fregueses eventuais e àqueles que procuravam artigos para presente, eram muitas vezes
vendidos artigos de tamanho incorrecto ou defeituosos. Os viajantes estavam longe para
devolver as mercadorias e os que recebiam presentes hesitavam em dizer ao doador que "a
camisa que você me deu não me serve e tem um defeito na manga".
De Maio a Junho, tínhamos somente uns poucos tamanhos de maiôs em stock. Se um garoto
vinha procurar um maiô e não estava certo sobre o tamanho, o sistema usado era o de mostrar
um que fosse duas ou três medidas de diferença. O vendedor dizia "que tal este? Acha que ele
serve ? Eles esticam bastante, se você precisar". O garoto, aceitando a sabedoria do vendedor,
achou que lhe ficava bem, tomando assim a responsabilidade de ter escolhido o tamanho.
Entretanto, depois de experimentar o maiô em casa, se ele voltasse para o trocar por um
tamanho mais adequado, ser-lhe-ia dito que a lei proíbe a troca ou devolução de maiôs e seria
gentilmente lembrado que fora ele e não o vendedor que havia escolhido o maiô.
Por muitas semanas, observei este estado de coisas e não disse uma palavra. Pensei
seriamente em largar o meu emprego, mas não podia ver em que isto melhoraria as coisas.
Parecia-me que a atitude do "caveat emptor" (deixe o freguês precaver-se) era tão
prevalecente que eu a encontraria em qualquer lugar onde trabalhasse. Decidi nada fazer ou
dizer a respeito, a menos que tivesse necessidade. Logo tive necessidade.
Um dia estava a mostrar a uma senhora idosa alguns pullovers para o seu marido. Ela queria o
melhor artigo que tivéssemos em algodão, pois o
---
297
seu marido era alérgico à lã. Eu tive que ir ao depósito para procurar. O Borba e António
estavam a trabalhar lá e ofereceram-se para me ajudar.
Devolvi o pullover ao sr. Borba e disse-lhe que, se ele quisesse mentir a um freguês, isto era da
sua conta, mas eu não o faria. Disse-lhe que passava aquela venda para ele, e saí para beber
uma coca-cola e espairecer.
Fiquei a beber aquele refrigerante durante longo tempo, tentando decidir o que diabo faria em
seguida. Eu não podia imaginar voltar à loja e pedir desculpas ao sr. Borba, mesmo que o meu
emprego dependesse disto, uma vez que tudo aquilo parecia tão errado. Um dos meus chefes,
durante o tempo em que frequentava o ginásio, havia dito jocosamente que "Deus dá aos
vendedores um pequeno desconto". Parecia-me que cada vendedor com quem eu havia
trabalhado havia obtido mais do que a sua porção de desconto.
Decidi-me voltar e ver o que aconteceria, mas não estava preocupado se continuava ainda no
emprego ou não. Para minha surpresa, António e o sr. Borba foram muito agradáveis, quase
que se desculpando. Eles disseram-me que não tinham a menor ideia de que eu pensava
daquela maneira e que eu poderia tê-los matado de supresa quando saí intempestivamente do
depósito. Eles tentaram convencer-me de que eu havia compreendido mal e que estas
"pequenas mentiras brandas" não eram realmente mentiras, mas somente uma parte de
qualquer negócio. "Toda a gente tem que fazer isto para se manter no negócio", disseram.
Naquela ocasião, pareceu-me que se tratava de uma interpretação pobre dos factos, mas, em
retrospecto, penso que eles realmente viam as coisas daquela maneira.
Continuei lá por mais dois meses, quando fui de volta para o colégio. Não tivemos mais
dificuldades e não fui outra vez pressionado a enganar um freguês. Entretanto, de alguma
forma eu não me sentia mais como "um dos rapazes". Nós ainda saíamos juntos, mas creio que
eles achavam que tinham alguém de fora no seu meio. Talvez fosse apenas, minha imaginação.
Bem, não sou uma pessoa fervorosamente religiosa e penso que fui um "moleque" tantas
vezes quanto qualquer outra pessoa, mas ainda me sinto chocado com estas coisas. Podem dar
a isto o nome de honra. É o seguinte o meu problema:
Como é possível reconciliar-se honra com as coisas práticas da vida real? Deve-se comprometer
o padrão de honra de forma a se dar com todos em um negócio e continuar empregado? Não
tenho a menor dúvida de que todos aqueles colegas eram basicamente honestos e
consideravam-se honestos.
---
298
Acredito que eles sinceramente julgavam as suas tácticas como simplesmente um bom jeito de
negociar. Mas como pode uma pessoa, que não vê as coisas pelo mesmo prisma, conduzir-se
em tal ambiente? Que atitude e que tipos de concessões constituiriam ajustamento adequado?
CHIAVENATO, Idalberto, Teoria Geral da Administracão (1987), McGraw-Hill, OS. Paulo (3.1 ed.),
p. 237-238-239
(fig.)
Vender não é enganar o cliente, mas sim satisfazer convenientemente o seu desejo e a sua
necessidade.
---
299
Objectivo 21
Estes sentem-se responsáveis não só pelo seu trabalho mas também pelo nível de consecução
dos objectivos da empresa.
3. A nível da Empresa
A empresa está estruturada de modo que todos os colaboradores sintam que é possível obter
os resultados que se propõem atingir.
Valorização do trabalho.
Satisfação do cliente.
300
Objectivo 22
As pessoas focalizam a sua atenção na chefia e esta é responsável pelos resultados dos
colaboradores.
As pessoas trabalham em colaboração para fazerem o que é necessário e importante ser feito.
As mudanças podem surgir à medida que surgem emergências, face a novos desafios.
---
301
Correcção do pré-teste
1. F
2. F
3. F
4. V
5. F
6. F
7. F
8. V
9. V
10. F
11. F
12. V
13. F
14. V
15. b)
16. a)
17. c)
18. c)
19. c)
20. a) e c)
21. F
22. F
23. F
24. V
25. V
26. F
27. V
28. V
29. V
30. F
---
302
Bibliografia
. BLAKE, R. R. e MOUTON, J. S., O novo grid gerencial (5), S. Paulo, Liv. Pioneira Editora, 1984.
. CHALVIN, D., Autodiagnostic des styles de management (2), Paris, ESF, 1985.
. JESUINO, J. C., "Predição da eficácia de líderes", in Análise Psicológica, 1982, II (1/3), pp. 183-
199.
. JESUINO, J. C., Contingência e interacção nos processos de liderança, Lisboa, UTL, 1984.
. McGREGOR, D., The human side of enterprise, Nova Iorque, McGraw-Hill, 1960.
. PENTEADO, J. R. W., Técnica de chefia e liderança (7), S. Paulo, Liv. Pioneira Editora. 1986.