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Conceito
Conclui AVENA:
(...)
Aqui surge, então, o processo penal, como instrumento destinado à realiza-
ção do jus puniendi do Estado e cujo desenvolvimento será regido por um con-
junto de normas, preceitos e princípios que compõem o direito processual. (grifei)
ANOTAÇÕES
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Conceitos – Finalidades – Característica e Fontes do Processo Penal
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Dizem respeito à origem das normas processuais, que podem ser apreciadas
sob dois ângulos, gerando, assim, a divisão entre as fontes que são criadoras
(materiais) e as que são de expressão da norma (formais) do processo penal.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Conceitos – Finalidades – Característica e Fontes do Processo Penal
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O art. 22, parágrafo único, da Carta Magna estabelece que lei complementar
(LC) poderá autorizar Estados a legislar sobre matéria processual.
De outro lado, o seu art. 24, IX, ordena que é concorrente a competência da
União com os Estados e o Distrito Federal para legislar a respeito de procedi-
mentos em matéria processual, aqui encontram-se, por exemplo, as normas de
organização judiciária estadual.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrente-
mente sobre:
(...)
XI – procedimentos em matéria processual; (grifei)
Atenção!
Por óbvio, a competência dos Estados-membros é residual, no sentido de
suprir omissões ou especificar minúcias procedimentais, posto que a legislação
estadual não pode contrariar a federal, que lhe é superior.
Ou seja, a fonte material (criadora) das leis processuais é a União e,
subsidiariamente, os Estados e o Distrito Federal.
Fontes de revelação (de cognição), e dizem respeito aos meios pelos quais o
Direito se exterioriza.
Dividem-se em fontes formais imediatas e mediatas.
ANOTAÇÕES
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Conceitos – Finalidades – Característica e Fontes do Processo Penal
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Conceitos – Finalidades – Característica e Fontes do Processo Penal
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Atenção!
Sobre as Súmulas Vinculantes do STF, com previsão no art. 103-A da Carta
Magna:
O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante
decisão de dois terços de seus membros, após reiteradas decisões sobre
matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na
imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder
Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal,
estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na
forma estabelecida em lei. (grifei)
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Adriano Barbosa.
ANOTAÇÕES
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Sistemas de Processo Penal – Princípios – Princípios Constitucionais
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SISTEMA INQUISITIVO
Teve sua origem no seio do Direito Canônico, no século XIII, com ampla difu-
são na Europa, inclusive na seara jurídica não religiosa, até o século XVIII.
O que mais o caracteriza é a concentração das funções de acusar, defender
e julgar em um único ator processual, que assumia o papel de juiz acusador, juiz
inquisidor.
Aqui, o acusado é mero objeto do processo, não sendo considerado sujeito
de direitos.
De acordo com a lição de Nucci, o sistema inquisitorial:
SISTEMA ACUSATÓRIO
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Sistemas de Processo Penal – Princípios – Princípios Constitucionais
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Sistemas de Processo Penal – Princípios – Princípios Constitucionais
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que prevê a colheita inicial da prova através do inquérito policial, presidido por um
bacharel em Direito, concursado, que é o delegado, com todos os requisitos do
sistema inquisitivo (sigilo, ausência de contraditório e de ampla defesa, procedi-
mento eminentemente escrito, impossibilidade de recusa do condutor da investiga-
ção etc.).
Somente após, ingressa-se com a ação penal e, em juízo, passam a vigorar as
garantias constitucionais mencionadas, aproximando-se o procedimento do sis-
tema acusatório”.
Obs.: a polícia não se vincula à tese de defesa nem de acusação, ela deve
buscar a verdade histórica e factual. Dessa forma, na fase de inquérito,
não há porque se falar em ação penal.
PRINCÍPIOS
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Sistemas de Processo Penal – Princípios – Princípios Constitucionais
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PRINCÍPIOS REGENTES
CF, Art. 5º, LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória;
CF, Art. 5º, LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acu-
sados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes;
ANOTAÇÕES
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Sistemas de Processo Penal – Princípios – Princípios Constitucionais
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Art. 5º, XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der
a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
Atenção!
Plenitude de defesa é diferente de ampla defesa. A plenitude é só para o júri.
No tribunal do júri, busca-se garantir ao réu não somente a ampla defesa, mas
plena e completa, a mais próxima possível do perfeito. Isso, inclusive com
emprego de argumentos metajurídicos. Ampla defesa é para todo e qualquer
processo.
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Adriano Barbosa.
ANOTAÇÕES
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Princípios Constitucionais II
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PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS II
A toda alegação feita (fática ou jurídica) por uma das partes, tem a outra
parte o direito de se manifestar (contra alegação) – binômio ciência e participa-
ção.
• Para cada prova, haverá uma contraprova.
Importante!
O acervo probatório que efetivamente serviu para condenação do paciente foi aque-
le obtido no inquérito policial. Segundo entendimento pacífico desta Corte não
podem subsistir condenações penais fundadas unicamente em prova produzida
na fase do inquérito policial, sob pena de grave afronta às garantias constitucionais
do contraditório e da plenitude de defesa. HC 103.660, rel. Min. Ricardo Lewando-
wski.
Atenção!
O contraditório é um dos princípios constitucionais explícitos que orientam o
processo penal.
ANOTAÇÕES
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Princípios Constitucionais II
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Jurisprudência STF:
Aplicação da Súmula 704. Não viola as garantias do juiz natural e da
ampla defesa, elementares do devido processo legal, a atração, por conexão
ou continência, do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um
dos denunciados, a qual é irrenunciável. Inq. 2.424, rel. min. Cezar Peluso. No
mesmo sentido: Inq. 2.704, rel. p/ o ac. min. Dias Toffoli.
6 – Princípio da Publicidade
Art. 5º, XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de
seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas
no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a de-
fesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
Atenção!
A regra é a publicidade, mas é possível o sigilo. É importante não confundir
sigilo com segredo. Sigilo é restringir a publicidade, mas não eliminá-la. Não
existe segredo no processo penal.
ANOTAÇÕES
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Princípios Constitucionais II
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Importante!
O procedimento investigatório instaurado pelo Ministério Público deverá
conter todas as peças, termos de declarações ou depoimentos, laudos peri-
ciais e demais subsídios probatórios coligidos no curso da investigação,
não podendo o Parquet sonegar, selecionar ou deixar de juntar, aos autos, quais-
quer desses elementos de informação, cujo conteúdo, por referir-se ao objeto
da apuração penal, deve ser tornado acessível tanto à pessoa sob investigação
quanto ao seu advogado.
O regime de sigilo, sempre excepcional, eventualmente prevalecente no
contexto de investigação penal promovida pelo Ministério Público, não se
revelará oponível ao investigado e ao advogado por este constituído, que
terão direito de acesso considerado o princípio da comunhão das provas a todos
os elementos de informação que já tenham sido formalmente incorporados aos
autos do respectivo procedimento investigatório. HC 89.837, rel. min. Celso de
Mello. No mesmo sentido: HC 84.965, rel. min. Gilmar Mendes, Rcl 12.810-MC,
rel. min. Celso de Mello.
Art. 5º, LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos.
Proibição das provas ilegais e ilegítimas no processo penal.
Atenção!
A única prova, em regra, que pode ser produzida no processo penal é a prova
lícita (provas legais e provas legítimas).
ANOTAÇÕES
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Princípios Constitucionais II
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Jurisprudência STF:
Elementos dos autos que evidenciam não ter havido investigação preliminar
para corroborar o que exposto em denúncia anônima. O STF assentou ser pos-
sível a deflagração da persecução penal pela chamada denúncia anônima,
desde que esta seja seguida de diligências realizadas para averiguar os
fatos nela noticiados antes da instauração do inquérito policial. (...) A inter-
ceptação telefônica é subsidiária e excepcional, só podendo ser determinada
quando não houver outro meio para se apurar os fatos tidos por criminosos, nos
termos do art. 2º, II, da Lei 9.296/1996. (...) Ordem concedida para se declarar
a ilicitude das provas produzidas pelas interceptações telefônicas, em razão da
ilegalidade das autorizações, e a nulidade das decisões judiciais que as decreta-
ram amparadas apenas na denúncia anônima, sem investigação preliminar. HC
108.147, rel. min. Cármen Lúcia.
Atenção!
Não se instaura inquérito mediante denúncia anônima, pois o anonimato é
proibido pela Constituição Federal.
Art. 5º, XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der
a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Princípios Constitucionais II
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Atenção!
A plenitude de defesa é diferente de ampla defesa, pois a primeira é apenas
para o Tribunal do Júri; já a segunda é para todo e qualquer tipo de processo.
Jurisprudência STF:
Fere o princípio da soberania dos veredictos a afirmação peremptória
do magistrado, na sentença de pronúncia, que se diz convencido da autoria do
delito. A decisão de pronúncia deve guardar correlação, moderação e come-
dimento com a fase de mera admissibilidade e encaminhamento da ação
penal ao Tribunal do Júri. HC 93.299, rel. min. Ricardo Lewandowski. No mesmo
sentido: HC 99.834, rel. min. Joaquim Barbosa.
Art. 5º, LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgres-
são militar ou crime propriamente militar, definidos em lei.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Princípios Constitucionais II
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Atenção!
No atual sistema de processo penal brasileiro, a regra é a liberdade do
investigado/réu. A prisão é uma exceção e deve-se haver uma previsão legal
explicita e estrita que autorize a prisão cautelar.
Atenção!
Relaxar a prisão em flagrante: acabar com a prisão por ilegalidade; a revogação
da flagrância se dá por desnecessidade.
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Adriano Barbosa.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Princípios Constitucionais III
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Atenção!
Instâncias são os níveis de decisão do Poder Judiciário. Em regra, existem três
instâncias:
1ª: Juízes singulares ou Tribunal do Júri;
2ª: Tribunais – órgãos de revisão das decisões de 1º grau e também acolhem
ações de pessoas que possuem o foro privilegiado;
3ª: Instância Especial – Tribunais Superiores e o STF.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Princípios Constitucionais III
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12 – Princípio da Oficialidade
A persecução criminal é uma função primordial e obrigatória do Estado.
As tarefas de investigar, processar e julgar um agente criminoso cabem
aos órgãos constituídos do Estado, através da Polícia Judiciária (Estado-Inves-
tigação), MP (Estado-Acusação) e Poder Judiciário (Estado-Juiz).
13 – Princípio da Intranscendência
Assegura que a ação penal não deve transcender da pessoa a quem foi impu-
tada a conduta criminosa.
Atenção!
A responsabilidade penal é, em regra, subjetiva. Assim, não se transfere a
terceiros que não tenham, de alguma forma, contribuído para a prática criminosa.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Princípios Constitucionais III
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Atenção!
Não confundir responsabilidade civil com a responsabilidade penal. Esta não
se transfere, enquanto aquela, sim, uma vez que restaura o dano causado por
uma ação criminosa.
Jurisprudência STF:
A decisão ora questionada está em perfeita consonância com a orientação
desta Suprema Corte no sentido de que, cuidando-se de processos criminais
diversos e fatos distintos (ainda que praticados em um mesmo contexto), não
há que se falar em bis in idem. HC 80.621/DF, rel. min. Néri da Silveira e HC
103.501, rel. min. Dias Toffoli. No mesmo sentido: HC 95.985, rel. min. Gilmar
Mendes.
ANOTAÇÕES
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Princípios Constitucionais III
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17 – Princípio da oficialidade
Os órgãos incumbidos da persecução criminal, englobando o inquérito poli-
cial e a ação penal, são públicos.
Por óbvio, não se pode olvidar a titularidade da ação penal privada, em que
o particular (querelante) possui legitimidade ativa. Mas essa exceção conforma
a regra.
18 – Princípio da Oficiosidade
A regra é a atuação oficial na persecução criminal dos órgãos responsáveis
(Polícia Judiciária e MP), sem necessidade de autorização para agir, desempe-
nhando suas atividades ex officio.
Contudo, há casos em que o início da persecução penal (IPL e AP) pres-
supõe autorização do legítimo interessado, como nos casos de ação penal
pública condicionada à representação da vítima ou à requisição do MJ.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Princípios Constitucionais III
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Atenção!
Uma das maiores preocupações do processo penal é traduzir verdades
históricas em verdades jurídicas. A principal diferença entre elas é que a
primeira se aproxima da reconstrução da história do crime, mas ainda não é
suficiente para ensejar a prosperidade de uma ação penal.
20 – Princípio da Obrigatoriedade
A persecução criminal, em regra, é de ordem pública, e não cabe juízo de
conveniência ou oportunidade em relação ao seu desencadeamento.
Com efeito, os órgãos responsáveis por ela (delegado de polícia e parquet),
presentes os requisitos legais, estão obrigados a atuar.
Não se pode olvidar a realidade jurídica da ação penal privada e a perse-
cução dos crimes de menor potencial ofensivo (Lei n. 9.099/1995), em que a
obrigatoriedade é relativizada.
21 – Princípio da Indisponibilidade
É uma consequência da obrigatoriedade. Nessa esteira, uma vez instau-
rado o IPL ou iniciada a AP, os órgãos incumbidos da persecução criminal não
podem deles dispor.
Logo, a Autoridade Policial não pode arquivar os autos do inquérito policial,
(cf. art. 17, CPP), e o MP não pode desistir da ação interposta (cf. art. 42, CPP).
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Princípios Constitucionais III
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23 – Princípio do Favor Réu (favor rei ou, favor inocentiae e favor liber-
tatis)
A dúvida sempre milita em favor do réu (in dubio pro reo).
No confronto entre o jus puniendi e o jus libertatis (lide penal), esse último
deve prevalecer.
Atenção!
Ao interpretar qualquer lei do processo penal, é importante lembrar que,
dentro do contexto da percepção criminal, as interpretações – em regra – são
sempre favoráveis ao réu. Além disso, sempre que houver dúvida em relação
à aplicação da norma processual penal, essa dúvida se resolve a favor do réu.
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Adriano Barbosa.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Lei Processo Penal
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PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE
Art. 1º O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Có-
digo, ressalvados:
Atenção!
A aplicação de lei processual penal é uma expressão da soberania nacional. A
lei processual penal é aplicada onde o Brasil exerce soberania, ou seja, o País
sobrepõe o seu interesse pátrio sobre qualquer outro.
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Lei Processo Penal
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Lei Processo Penal
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Atenção!
Deve-se ter cuidado ao estudar o Processo Penal apenas lendo a Lei Seca.
No Código de Processo Penal baixado pela internet, não existem as notas
marginais constantes no Vade Mecum; assim, é importante ter cuidado, pois
muitos dispositivos do CPP, apesar de possuírem a redação íntegra, não têm
mais integração no ordenamento jurídico brasileiro.
A regra geral é que a norma de matiz processual penal seja de plano apli-
cada tão logo entre ela em vigor.
Atenção!
Quem criminaliza a conduta não é o processo penal, e, sim, o direito penal
(aquele que prevê crimes).
Como tal lei não implica em criminalizações de condutas, ela passa a valer
imediatamente (regra do tempus regit actum), atingindo os processos em seu
desenvolvimento, não afetando, apenas, os atos já realizados sob a vigência
de lei anterior.
É a inteligência do CPP no seu art. 2º:
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Lei Processo Penal
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Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade
dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.
Atenção!
Lei processual penal tem aplicação imediata e rege-se pelo princípio do tempus
regit actum. Essa informação pode ser cobrada em prova.
Atenção!
Nos institutos híbridos, o teor penal possui prevalência.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Lei Processo Penal
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Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por
qualquer das partes:
(...)
II – se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a pro-
cesso por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;
Atenção!
Todo fato análogo que guardar relação com o processo em que um juiz esteja
atuando também será um caso de suspeição por interpretação analógica.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Lei Processo Penal
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No processo penal, a analogia pode ser usada contra ou a favor do réu, pois
não se trata de norma penal incriminadora, protegida pelo princípio da reserva
legal, que exige nítida definição do tipo em prévia lei.
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Adriano Barbosa.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Inquérito Policial I
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INQUÉRITO POLICIAL I
HISTÓRICO
Atenção!
O Inquérito Policial não é o único instrumento de investigação criminal. Porém,
é considerado o mais relevante e o único que está regulamentado dentro do
Código de Processo Penal.
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Inquérito Policial I
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Inquérito Policial I
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NATUREZA
Atenção!
A Polícia Militar e as Polícias das Forças Armadas possuem um tipo específico
de inquérito chamado de IPM – Inquérito Policial Militar. Já o Inquérito Policial, à
luz do Código de Processo Penal, é competência exclusiva da Polícia Judiciária,
sendo a autoridade que possui essa prerrogativa o Delegado de Polícia.
CONCEITO
Atenção!
Não existe geração de prova espontânea em sede de Processo Penal.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Inquérito Policial I
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FINALIDADE
A finalidade do Inquérito tem estatura legal, vide art. 4º, caput, CPP:
Atenção!
No Brasil, a autoridade policial para fins processuais penais é, apenas, o
Delegado de Polícia. A ele cabe lavrar o flagrante e instaurar o Inquérito Policial
à luz da Lei n. 12.830/2013.
Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Adriano Barbosa.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Inquérito Policial II
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INQUÉRITO POLICIAL II
CARACTERÍSTICAS
Atenção!
Lembre-se: quo non est in actis → non est in mundus. “Se não está nos autos,
não está no mundo”, ou seja, se a prova não está dentro do inquérito ela não
existe.
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Inquérito Policial II
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Atenção!
Sigilo é diferente de secreto. Não existe no ordenamento jurídico pátrio o
inquérito secreto. Ele pode ter sigilo, ou seja, ser preservado do investigado
para que esse não interfira na investigação, mas não pode ser secreto. Depois
de concluída a diligência, é dado ao investigado o acesso aos autos de inquérito.
Atenção!
No inquérito não há ampla defesa, mas existe defesa. É a chamada defesa
relativa ou diferida, que garante direitos fundamentais do investigado e permite
que a defesa tenha acesso aos autos do inquérito policial.
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Inquérito Policial II
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Conforme o art. 5º, § 3º, in fine, CPP, se não houver elementos claros de
justa causa (fato típico e indícios indicativos de materialidade e autoria) para a
instauração de IPL (p. ex.: “denúncia anônima”), o Delegado de Polícia funda-
mentadamente (juízo de prelibação) promoverá o desenvolvimento de uma VPI
– Verificação de Procedência de Informações.
Do resultado das diligências preliminares, o Delegado de Polícia decidirá
ou não pela instauração de IPL, sempre de forma fundamentada.
Há exceção legal à obrigatoriedade em sede de IPL, vide art. 5º, §§ 4º e 5º,
CPP:
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Inquérito Policial II
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FUNDAMENTO
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Inquérito Policial II
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TITULARIDADE
GRAU DE COGNIÇÃO
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Inquérito Policial II
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Atenção!
As três formas de cognição são assunto bastante cobrado em provas. Estude-
os com atenção.
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Inquérito Policial III
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VALOR PROBATÓRIO
Todavia, o próprio CPP, no seu art. 155, permite que o Juiz forme sua con-
vicção também em elementos colhidos no IPL, in literis:
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos
elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautela-
res, não repetíveis e antecipadas.
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Inquérito Policial III
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Inquérito Policial III
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Atenção!
Todavia, diante de uma requisição que não fornece nenhum dado que traduza
justa causa em prol da instauração de IPL, caberá à Autoridade Policial refutar
a instauração e se manifestar (oficiar) em face da autoridade requisitante
demonstrando a impossibilidade da inauguração da persecução criminal
em vista dos dados apresentados.
Este é o posicionamento, por exemplo, de TOURINHO FILHO, NUCCI e do
STF (RE 205.473-AL).
Art. 5º (...)
§ 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá re-
curso para o chefe de Polícia.
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Inquérito Policial III
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Além da instauração do IPL na forma determinada pelo art. 5º, caput e § 1º,
CPP, citado anteriormente, o Inquérito Policial pode se iniciar também, nos
crimes de ação penal pública incondicionada através de:
1. Auto de Prisão em Flagrante: nos termos do art. 301 e seguintes do CPP:
2. Delatio Criminis: Nos termos do art. 5º, § 3º, CPP, quando qualquer do
povo leva à Autoridade Policial uma notitia criminis, sendo vedado o anonimato.
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Inquérito Policial III
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Obs.: essa representação não é uma peça jurídica. Basta que a vítima se apre-
sente na delegacia, e no boletim de ocorrência ela comunique que ela
quer a investigação criminal. Isso já é acolhido pelo Delegado de Polícia
como sendo a representação.
Art. 5º
(...)
§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação,
não poderá sem ela ser iniciado.
Art. 5º (...)
§ 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a
inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
DELATIO CRIMINIS
Obs.: Delatio Criminis é uma espécie de notícia de crime. Ocorre quando qual-
quer do povo comunica à autoridade policial a notícia de crime.
Há a Delatio Criminis Simples, nos termos do art. 5º, § 3º, CPP, que con-
siste na faculdade a qualquer do povo de levar à Autoridade Policial uma noti-
tia criminis, sendo vedado o anonimato. E há a Delatio Criminis Postulatória,
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Inquérito Policial III
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Art. 5º
(...)
§ 3º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração
penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la
à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará
instaurar inquérito.
§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação,
não poderá sem ela ser iniciado.
NOTITIA CRIMINIS
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Inquérito Policial III
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Atenção!
Conforme o STF:
"(...) (a) os escritos anônimos não podem justificar, só por si, desde que
isoladamente considerados, a imediata instauração da persecutio criminis, eis
que peças apócrifas não podem ser incorporadas, formalmente, ao processo,
salvo quando tais documentos forem produzidos pelo acusado, ou, ainda,
quando constituírem, eles próprios, o corpo de delito (como sucede com bilhetes
de resgate no delito de extorsão mediante sequestro, ou como ocorre com
cartas que evidenciem a prática de crimes contra a honra, ou que corporifiquem
o delito de ameaça ou que materializem o crimen falsi, p. ex.);
(b) nada impede, contudo, que o Poder Público provocado por delação
anônima ('disque-denúncia', p. ex.), adote medidas informais destinadas a
apurar, previamente, em averiguação sumária, “com prudência e discrição”, a
possível ocorrência de eventual situação de ilicitude penal, desde que o faça
com o objetivo de conferir a verossimilhança dos fatos nela denunciados, em
ordem a promover, então, em caso positivo, a formal instauração da persecutio
criminis, mantendo-se, assim, completa desvinculação desse procedimento
estatal em relação às peças apócrifas; e (...) (Inq 1.957, rel. min. Carlos Velloso,
voto do min. Celso de Mello, julgamento em 11-5-2005, Plenário, DJde 11-11-
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�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Adriano Barbosa.
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Inquérito Policial IV
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INQUÉRITO POLICIAL IV
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Inquérito Policial IV
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Atenção!
Tratando-se de infração penal de menor potencial ofensivo, não haverá
necessidade de instauração de Inquérito Policial.
Nesses casos, o Delegado de Polícia lavrará um Termo Circunstanciado (TC),
também denominado pela doutrina de Termo Circunstanciado de Ocorrência
(TCO), nos termos da Lei n. 9.099/1995, ex vi art. 69.
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará ter-
mo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do
fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários.
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Atenção!
Se houver necessidade de busca domiciliar, será imperiosa ordem judicial para
tanto, ex vi art. 5º, XI, CF, por tratar-se de cláusula de reserva jurisdicional.
Obs.: entrevistar pessoas que saibam falar sobre o crime é diferente de fazer a
oitiva. A entrevista é feita, em regra, pelos agentes de polícia. Os agen-
tes vão a campo fazer diligências, identificam pessoas que interessam
à elucidação do crime, e fazem a entrevista sem fazer a assentada de
audiência, pois quem faz a audiência é o delegado. Dessas entrevistas,
o delegado de polícia as lê, analisa, e identifica quem sabe falar sobre o
crime. Após isso ele formaliza os termos de depoimento das testemunhas.
Portanto, a oitiva de testemunha é em sede de termo de depoimento. A
entrevista é feita em campo – os agentes entrevistam as pessoas, tomam
nota, fazem um relatório, e enviam para o delegado. O delegado analisa
e ali ele vai escolher, por exemplo, das pessoas entrevistadas as que têm
melhor condição de falar sobre o evento criminoso, sobre a investigação.
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Obs.: a vítima não presta depoimento, ela presta declarações, pois ela não é
testemunha, ela não pode ser compromissada em dizer a verdade.
Atenção!
Indiciado é a pessoa eleita pelo Estado-Investigação, através de ato privativo
e fundamentando do Delegado de Polícia, como sendo autora da infração
penal sob investigação, vide art. 2º, § 6º, Lei n. 12.830/2013:
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Inquérito Policial IV
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Atenção!
12. Colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se
possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável
pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
• Conforme o novo Inciso X do art. 7º, CPP, incluído pela Lei n. 13.257/2016.
• Tudo de acordo com o arts. 6º e 7º, CPP:
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade po-
licial deverá:
I – dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conserva-
ção das coisas, até a chegada dos peritos criminais;
II – apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos pe-
ritos criminais;
III – colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas cir-
cunstâncias;
IV – ouvir o ofendido;
V – ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capí-
tulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas
testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;
VI – proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII – determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quais-
quer outras perícias;
VIII – ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível,
e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
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Inquérito Policial V
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INQUÉRITO POLICIAL V
O CPP, ex vi art. 9º, exige que o IPL seja um procedimento formal e burocra-
tizado, com coleção nos autos, seja por autuação, seja por juntada, dos docu-
mentos que traduzem os elementos probatórios angariados pela investigação.
PRAZOS
O IPL, conforme a regra geral do CPP, deverá ser concluído em 10 (dez) dias
quando há indiciado preso cautelarmente.
Atenção!
Este prazo é de matiz processual penal material, pois relaciona-se com o direito
à liberdade.
Assim, deve ser contado na forma do art. 10 do CP, incluindo-se o primeiro dia
(data da prisão) e excluindo o dia final.
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Inquérito Policial V
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De outro lado, o Inquérito Policial, também como regra geral do CPP, será
encerrado em 30 (trinta) dias em caso de investigado ou indiciado solto. Esse
prazo é prorrogável. Vide art. 10, caput, CPP.
O pulo do gato
Em questões de prova, a regra do CPP é de que quem determina a prorrogação
do prazo é o juiz. Se for na esfera do inquérito policial federal, o candidato deve
fazer menção ao Conselho da Justiça Federal, que entende que é o MP que
faz esse controle de prorrogação do prazo de inquérito policial.
Atenção!
Entende o STF:
O prazo de que trata o art. 10, caput, do CPP, é impróprio, não prevendo a lei
qualquer consequência processual, máxime a preclusão, se a conclusão do
inquérito ocorrer após trinta dias de sua instauração, estando solto o réu. O
tempo despendido para a conclusão do inquérito assume relevância para o fim
de caracterizar constrangimento ilegal, apenas se o paciente estiver preso no
curso das investigações ou se o prazo prescricional tiver sido alcançado nesse
interregno e, ainda assim, continuarem as investigações. (HC 107.382, rel. min.
Cármen Lúcia, julgamento em 26-4-2011, Primeira Turma, DJE de 17-5-2011.)
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Inquérito Policial V
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INDICIAMENTO
Atenção!
Entende o STF:
Sendo o ato de indiciamento de atribuição exclusiva da autoridade policial, não
existe fundamento jurídico que autorize o magistrado, após receber a denúncia,
requisitar ao delegado de polícia o indiciamento de determinada pessoa. A rigor,
requisição dessa natureza é incompatível com o sistema acusatório, que impõe
a separação orgânica das funções concernentes à persecução penal, de modo
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Atenção!
Entende o STF:
A unilateralidade das investigações preparatórias da ação penal não autoriza
a Polícia Judiciária a desrespeitar as garantias jurídicas que assistem ao
indiciado, que não mais pode ser considerado mero objeto de investigações.
O indiciado é sujeito de direitos e dispõe de garantias, legais e constitucionais,
cuja inobservância, pelos agentes do Estado, além de eventualmente induzir-
lhes a responsabilidade penal por abuso de poder, pode gerar a absoluta
desvalia das provas ilicitamente obtidas no curso da investigação policial.
(...) (HC 73.271, rel. min. Celso de Mello, julgamento em 19-3-1996, Primeira
Turma, DJ de 4-10-1996.)
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Inquérito Policial V
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Art. 10 (…)
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos
ao juiz competente.
§ 2º No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido
inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas.
Art. 10 (...)
§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade
poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que se-
rão realizadas no prazo marcado pelo juiz.
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Inquérito Policial V
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Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova,
acompanharão os autos do inquérito.
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Inquérito Policial VI
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INQUÉRITO POLICIAL VI
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir
de base a uma ou outra.
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Inquérito Policial VI
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Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no
art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no
art. 239 da Lei n 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adoles-
cente), o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar,
de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados
e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos.
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro)
horas, conterá:
I – o nome da autoridade requisitante;
II – o número do inquérito policial; e
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Inquérito Policial VI
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Obs.: para elucidar o crime, o legislador autoriza que o direito à intimidade seja
afastado, através de requisição do Delegado ou requisição do MP aberta-
mente, sem necessidade de intervenção judicial.
Obs.: 72 horas é diferente de três dias. Quando o prazo processual penal é con-
tado em horas, ele é contado de hora a hora.
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Inquérito Policial VII
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Obs.: prova já documentada é a prova que já está nos autos principais do inqué-
rito. Ou seja, nesse cenário, a diligência policial, que é a diligência de
busca da prova, está concluída.
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Inquérito Policial VII
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Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à auto-
ridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da
denúncia.
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
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Inquérito Policial VII
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Atenção!
Arquivamento requerido pelo MPF sob o argumento de que a conduta
investigada é atípica. Na hipótese de existência de pronunciamento do chefe
do MPF pelo arquivamento do inquérito, tem-se, em princípio, um juízo negativo
acerca da necessidade de apuração da prática delitiva exercida pelo órgão que,
de modo legítimo e exclusivo, detém a opinio delicti a partir da qual é possível,
ou não, instrumentalizar a persecução criminal. Precedentes do STF. Apenas
nas hipóteses de atipicidade da conduta e extinção da punibilidade poderá
o Tribunal analisar o mérito das alegações trazidas pelo procurador-geral da
República. (...) Pet 3.927, rel. min. Gilmar Mendes, julgamento em 12-6-2008,
Plenário, DJ de 17-10-2008.) Vide: Pet 2.509-AgR, rel. min. Celso de Mello,
julgamento em 18-2-2004, Plenário, DJ de 25-6-2004; Inq 1.604-QO, rel. min.
Sepúlveda Pertence, julgamento em 13-11-2002, Plenário, DJ de 13-12-2002.
Atenção!
A decisão que determina o arquivamento de inquérito policial, a pedido do
Ministério Público e determinada por juiz competente, que reconhece que o
fato apurado está coberto por excludente de ilicitude, não afasta a ocorrência
de crime quando surgirem novas provas, suficientes para justificar o
desarquivamento do inquérito, como autoriza a Súmula 524/STF. HC 95.211,
rel. min. Cármen Lúcia, julgamento em 10-3-2009, Primeira Turma, DJE de
22-8-2011.
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Inquérito Policial VII
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Atenção!
Inquérito policial: arquivamento com base na atipicidade do fato: eficácia de coisa
julgada material. A decisão que determina o arquivamento do inquérito policial,
quando fundado o pedido do Ministério Público em que o fato nele apurado não
constitui crime, mais que preclusão, produz coisa julgada material, que – ainda
quando emanada a decisão de juiz absolutamente incompetente –, impede a
instauração de processo que tenha por objeto o mesmo episódio. (...) HC 83.346,
rel. min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 17-5-2005, Primeira Turma, DJde
19-8-2005. No mesmo sentido: Inq 2.934, rel. min. Dias Toffoli, julgamento em
25-11-2011, Plenário, DJE de 22-2-2011; Inq 2.607-QO, rel. min. Cármen Lúcia,
julgamento em 26-6-2008, Plenário, DJE de 12-9-2008; Pet 4.420, rel. min. Cezar
Peluso, julgamento em 19-12-2008, Plenário, DJE de 13-2-2009.
Atenção!
Inquérito Policial e Arquivamento Implícito. I. Alegação de ocorrência de
arquivamento implícito do inquérito policial, pois o MP estadual, apesar de já
possuir elementos suficientes para a acusação, deixou de incluir o paciente
na primeira denúncia, oferecida contra outros sete policiais civis. II. (...), o
fato é que não existe, em nosso ordenamento jurídico-processual, qualquer
dispositivo legal que preveja a figura do arquivamento implícito, devendo ser
o pedido formulado expressamente, a teor do disposto no art. 23 do CPP. III.
Incidência do postulado da indisponibilidade da ação penal pública que decorre
do elevado valor dos bens jurídicos que ela tutela. HC 104356, rel. min. Ricardo
Lewandowski, julgamento em 19/10/10, Primeira Turma.
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Inquérito Policial VII
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Obs.: outras provas são as chamadas provas novas ou fatos novos, que são
fatos que surgem depois de encerrado o inquérito. Ex.: supondo que foi
instaurado inquérito policial para investigar um homicídio e as pessoas
ficaram com medo de testemunhar. Por essa razão, o Delegado de Polícia
acaba sugerindo o arquivamento, o Ministério Público concorda, requer e
o juiz decide pelo arquivamento. Passados um ou dois anos, o autor do
fato está preso, e a vítima, sabendo da prisão do criminoso, se sente
mais segura para prestar o depoimento. A vítima então procura a polícia
e afirma que presenciou e filmou o homicídio, e mostra a filmagem. Essa
nova prova será hábil para que haja a reabertura do inquérito para novas
diligências, tendo em vista que houve um evento a posteriori ao próprio
arquivamento do inquérito, que trouxe vida a esse inquérito, que demanda
reabertura. Assim, pode haver a reabertura das investigações criminais.
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Ação Penal
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AÇÃO PENAL
Em verdade, o direito de ação tem base na Lex Excelsa no seu art. 5º,
XXXV, que ordena:
Art. 5º, XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ame-
aça do direito.
Do crime nasce a pretensão punitiva estatal, mas não o direito de ação, que
preexiste à prática da infração penal, aliás, como direito constitucional (art. 5º,
XXXV, CF).
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Ação Penal
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Atenção!
Não existe um direito de ação exercido sem que haja uma vinculação a um fato
concreto. No direito penal, por exemplo, um fato concreto é a prática de um
crime.
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Ação Penal
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Atenção!
Só haverá ação penal se houver o devido processo legal. É importante lembrar
dos princípios orientadores do processo penal, principalmente pelo princípio
regente da dignidade humana e do devido processo. Sem eles, não há
viabilidade processual das pretensões aduzidas em juízo.
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Mi-
nistério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro
da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para
representá-lo.
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Ação Penal
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Importante:
Não há rigor formal para o oferecimento da representação. Ela pode ser
apresentada oralmente ou por escrito tanto na Delegacia de Polícia, perante o
delegado de polícia, quanto perante o juiz ou MP.
O relevante é que a vítima, ou seu representante legal, revele o interesse
claro e inequívoco de ver o autor do fato investigado ou acionado judicialmente
(vide o art. 39, CPP):
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for
intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la
e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer
elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do
querelante, retomar a ação como parte principal.
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá inten-
tar a ação privada.
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Ação Penal
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Importante:
São entendimentos sumulares do STF sobre essa matéria:
• Súmula n. 608 – No crime de estupro, praticado mediante violência real, a
ação penal é pública incondicionada;
• Súmula n. 609 – É pública incondicionada a ação penal por crime de sone-
gação fiscal.
O Tribunal, por maioria e nos termos do voto do Relator, julgou procedente a ação
direta para, dando interpretação conforme aos artigos 12, inciso I, e 16, ambos da
Lei n. 11.340/2006, assentar a natureza incondicionada da ação penal em caso
de crime de lesão, pouco importando a extensão desta, praticado contra a
mulher no ambiente doméstico.
Art. 100. A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara pri-
vativa do ofendido.
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Ação Penal
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Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não
for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa,
repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do pro-
cesso, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de
negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
Art. 145. Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante quei-
xa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso
do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofen-
dido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3º do art. 140
deste Código.
Atenção!
Segundo o § 3º do art. 140 do Código Penal, a vítima é o funcionário público
no exercício da função.
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Ação Penal II
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AÇÃO PENAL II
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Mi-
nistério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da
Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para repre-
sentá-lo.
Por outro lado, o juiz, ao receber a denúncia ou queixa, leva a termo o reco-
nhecimento da regularidade do exercício do direito de ação, podendo-se,
então, promover a consecução da busca de uma decisão de mérito através do
devido processo legal.
Ao rejeitar a peça exordial da AP, o Estado-Juiz também responde ao
direito de ação da parte, prestando satisfação e aplicando o direito, exercendo
a jurisdição.
Há ainda de se lançar luzes sobre o início da ação penal privada que inter-
rompe o prazo de decadência, viabilizando o desenvolvimento do jus perse-
quendi do querelante, no bojo da ação penal privada.
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Ação Penal II
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Atenção!
O início da ação penal se dá com o oferecimento da peça acusatória, seja
ela denúncia ou queixa-crime. O aperfeiçoamento dessa relação processual
ocorrerá quando o juiz admite a exordial e determina o chamamento ao
processo do réu através de citação válida.
Importante:
Vide o entendimento jurisprudencial consolidado no ordenamento jurídico
pátrio:
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Ação Penal II
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A decisão de recebimento da denúncia, como regra geral, não carece ser mo-
tivada, pois o magistrado, com o recebimento, revela, em razão do inserto da de-
núncia e contido nos elementos geradores da opinio delicti ministerial, presente o
fumus autorizador da imputação, vide HC 1899.316-3/3 TJSP.
Atenção!
Conforme jurisprudência acima, essa decisão judicial possui um conteúdo
decisório que não precisa ser manifestado expressamente, pois basta a
aceitação da peça exordial.
Nesse sentido, com frequência, tem decidido os Tribunais que "a falta do recebi-
mento da denúncia de forma expressa não tem o condão de macular o pro-
cesso" quando "os demais atos processuais representam o recebimento táci-
to da exordial". Nesse caso, considera-se que a interrupção da prescrição, que
deveria ocorrer com o recebimento da denúncia (art. 117, I, do CP), é considerada
ocorrente na data do primeiro ato processual que supõe prévio recebimento
da peça (...).
Atenção!
Em regra, o juiz não precisa fundamentar a decisão que recepciona a exordial
acusatória, mas existem, portanto, exceções que demandam do órgão judicial
fundamentação para recebimento da peça acusatória.
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Ação Penal II
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Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida forma,
o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por
escrito, dentro do prazo de quinze dias.
Art. 6º A seguir, o relator pedirá dia para que o Tribunal delibere sobre o recebi-
mento, a rejeição da denúncia ou da queixa, ou a improcedência da acusação,
se a decisão não depender de outras provas.
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Ação Penal III
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Ação Penal III
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Importante!
Oportunidade para verificação das condições da ação.
A verificação para incidência das condições da ação é de ordem pública e
pode ser reconhecida a qualquer tempo, pelo juiz.
Havendo ausência das condições da ação, ascende a carência da ação e a
consequente extinção do processo sem julgamento meritório.
Atenção!
O MP ou querelante, para oferecer a ação penal, deve possuir, diante de si, a
viabilidade da imputação, ao menos em tese; ou seja, deve estar diante de um
fato típico, ilícito e culpável.
ANOTAÇÕES
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Ação Penal III
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(...) para que haja Ação Penal, é fundamental existir, ao menos em tese e de acor-
do com uma demonstração prévia e provisória, uma infração penal.
INTERESSE DE AGIR
LEGITIMIDADE DE PARTE
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Ação Penal III
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Atenção!
Em suma, a legitimidade ad processum está relacionada com a capacidade de
exercer e de praticar atos processuais (capacidade postulatória). A legitimidade
ad causam está relacionada com a condição de compor um dos polos da ação
penal.
A justa causa, em verdade, espelha uma síntese das condições da ação. Inexis-
tindo uma delas, não há justa causa para a ação penal.
TÁVORA ensina:
A ação só pode ser validamente exercida se a parte autora lastrear a inicial com
um mínimo probatório que indique os indícios de autoria, da materialidade delitiva,
e da constatação da ocorrência de infração penal em tese (art. 395, I1I, CPP). É o
fumus commissi delicti (fumaça da prática do delito) para o exercício da ação
penal.
Assim, o inciso III, do art. 395, CPP, compreende os dois anteriores quando
ordena:
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Ação Penal III
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�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Adriano Barbosa. ANOTAÇÕES
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Competências II
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COMPETÊNCIAS II
O critério alternativo é:
1.Domicílio ou Residência do réu – art. 69, II, CPP.
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Competências II
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CRITÉRIOS PRINCIPAIS
Ratione Personae – art. 69, VII, CPP:
• É estabelecida indagando-se: Quem perpetrou a infração penal?
• Está adstrita à condição ou qualidade da pessoa que é acusada.
• A competência é firmada em razão da prerrogativa de função do réu
(majestade do cargo).
• É de ordem pública (absoluta) e a sua inobservância implica em nulidade
absoluta do processo, podendo ser alegada de ofício pelo órgão julgador.
Atenção!
No caso de cada filtro, se as respostas às questões levantadas forem positivas
é possível distribuir o processo para o juízo competente. No caso de respostas
negativas deve-se continuar a aplicar outros filtros.
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Competências II
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Atenção!
Conforme a súmula n. 33, STJ: A incompetência relativa não pode ser declarada
de ofício. O interesse predominante, nesse caso, não é público, mas de ordem,
privada, portanto, cabe a parte argumentar a nulidade.
CRITÉRIO ALTERNATIVO
CRITÉRIOS SECUNDÁRIOS
Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo
dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa,
um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de
medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da quei-
xa (arts. 70, § 3º , 71, 72, § 2º, e 78, II, c).
ANOTAÇÕES
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Competências II
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Distribuição:
• É empregada quando em uma mesma Comarca há mais de um juízo igual-
mente competente.
Conexão e Continência:
• São hipóteses de modificação da competência que ocorrem nos termos
legais cf. art. 76 e art. 77 do CPP.
Diante de uma questão de prova, seja ela discursiva ou objetiva, caso o exa-
minador deseje saber qual é o juiz competente para julgar uma causa, é neces-
sário aplicar os filtros legais sobre esse raciocínio:
• 1º filtro – em razão da pessoa: quem cometeu o crime possui foro privile-
giado (prerrogativa de função)? Se sim é necessário verificar o Tribunal
competente para processar e julgar essa pessoa;
• 2º filtro – em razão da matéria: qual o crime foi praticado? Foi um crime mili-
tar? Eleitoral? Crime doloso contra a vida? De acordo com o tipo de crime
há um Tribunal competente;
• 3º filtro – onde o crime foi praticado? É necessário verificar qual é a comarca
e também se há conflito entre comarcas;
• 4º filtro – critério alternativo: pode-se eleger o domicílio ou residência do
réu;
ANOTAÇÕES
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Competências II
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�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Adriano Barbosa.
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Competência III
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COMPETÊNCIA III
DA CONEXÃO
Introdução
Obs.: Isso, para evitar que haja mais de um julgamento relacionado ao mesmo
crime.
Em tais casos, como deve haver uma só ação penal e julgamento, o CPP
estabelece algumas regras para que a competência de um juízo prevaleça
sobre os demais, julgando o delito que seria de sua competência e também as
outras. Por isso, em relação a essa infração penal, estará havendo prorrogação
da competência.
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Competência III
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CONEXÃO
Conexão Intersubjetiva
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Competência III
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Obs.: nesse caso, não há concurso de pessoas, e sim uma conexão ocasional.
Sempre que duas ou mais pessoas praticam dois ou mais delitos em con-
curso, pouco importando que ocorram em momento e locais diversos. Exemplo
clássico: integrantes de uma facção criminosa com liame subjetivo promovem
orquestradamente diversos roubos em diferentes bairros de uma cidade.
Atenção!
O crime de rixa não se adéqua a essa hipótese de conexão intersubjetiva por
reciprocidade.
O delito do art. 137, CP, é crime único praticado ao mesmo tempo por três ou
mais pessoas, configurando exemplo de continência.
ANOTAÇÕES
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Competência III
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O pulo do gato
Se uma questão de prova versar sobre o crime de rixa, dispondo que a ele, em
relação aos rixosos, aplica-se o critério da conexão, a questão estará incorreta,
por que o crime de rixa é um crime único. Não há mais de uma ação criminosa.
O que poderá configurar nesse cenário criminoso é a continência, mas não a
conexão.
Conexão Objetiva
II – se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as
outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;
II – se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as
outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;
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Competência III
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II – se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as
outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;
II – se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as
outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;
II – se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as
outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;
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aula preparada e ministrada pelo professor Adriano Barbosa.
ANOTAÇÕES
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Competências IV
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COMPETÊNCIAS IV
Introdução
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Competências IV
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ou mais fatos delitivos, tendo como consequência jurídica, salvo causa impedi-
tiva a reunião das duas ou mais pessoas, ou dos dois ou mais fatos delitivos, em
um único processo penal, perante o mesmo órgão jurisdicional.
Hipóteses de Continência
Ocorre quando duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infra-
ção penal. Trata-se aqui de crime único cometido por duas ou mais pessoas em
coautoria ou participação.
ANOTAÇÕES
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Competências IV
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Continência por cumulação objetiva – art. 77, II, CPP – Concurso Formal
Conforme o CP:
Concurso formal
Art. 70. Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se
iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até
metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão
é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o
disposto no artigo anterior.
ANOTAÇÕES
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Competências IV
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Continência por cumulação objetiva – art. 77, II, CPP – Aberratio Ictus
Complexa
Conforme o CP:
Erro na execução
Art. 73. Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao
invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde
como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no §3º
do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente
pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.
Continência por cumulação objetiva – art. 77, II, CPP – Aberratio delicti
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Competências IV
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Conforme o CP:
Art. 74. Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execu-
ção do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por
culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado pre-
tendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.
Atenção!
O STF tem o seguinte entendimento sumular sobre esta matéria:
Súmula 704:
Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a
atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa
de função de um dos denunciados.
Precedente:
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Competências IV
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�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Adriano Barbosa.
ANOTAÇÕES
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Competências V
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COMPETÊNCIAS V
INTRODUÇÃO
Obs.: deve haver um juiz que prevaleça; caso contrário, haverá um conflito de
competência. E o conflito de competência não é benéfico pois ele implica
em não decisão da causa.
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Competências V
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Atenção!
Em relação a essa regra, o STF tem entendimento consolidado Súmula 704
STF:
Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a
atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa
de função de um dos denunciados.
ANOTAÇÕES
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Competências V
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Obs.: a Justiça Militar julga o crime militar, mas não julga crime comum. Somen-
te a Justiça Militar da União julga civil. A justiça militar estadual não julga
os civis. Em relação ao crime eleitoral, havendo conexão probatória, por
exemplo, a Justiça Eleitoral mesmo sendo especial julga os dois crimes –
o eleitoral e o não eleitoral.
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Competências V
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Atenção!
Se houver concurso entre a competência do Júri e a competência originária de
Tribunal devido à prerrogativa de função, a autoridade com foro privilegiado
será julgada pelo Tribunal competente e o cidadão sem foro privilegiado será
julgado pelo Júri. Assim, não se aplica a regra da Súmula 704 STF.
Atenção!
A regra em questão não se aplica quando há conexão entre um crime da esfera
federal com outro da estadual. Em tal caso, há de se observar a orientação da
Súmula 122 STJ:
ANOTAÇÕES
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Competências V
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AVOCAÇÃO
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Competências V
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Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência, forem instaurados processos
diferentes, a autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os processos que
corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem com sentença definitiva.
Neste caso, a unidade dos processos só se dará, ulteriormente, para o efeito de
soma ou de unificação das penas.
Atenção!
A avocação, nos termos do art. 82, CPP, só é possível se nenhuma das
ações penais tiver sentença definitiva, conforme art. 593, I, do CPP. Esta é a
inteligência da Súmula 235 do STJ:
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aula preparada e ministrada pelo professor Adriano Barbosa.
ANOTAÇÕES
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Competências VI
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COMPETÊNCIAS VI
Nos casos de conexão entre crimes que possuam ritos processuais diver-
sos, deverá ser observado o rito mais amplo, assim entendido aquele que
conferir maiores oportunidade de defesa ao réu, ainda que se refira, origina-
riamente, ao crime de menor gravidade.
O pulo do gato
No processo penal democrático, a liberdade tem espaço privilegiado. Em
provas, quando o candidato tiver algum tipo de dúvida entre duas alternativas,
uma dica importante é promover a escolha da questão que esteja em prol de
uma interpretação melhor para o direito de liberdade, melhor para o réu. O
sistema processual penal brasileiro é de matiz garantista, fortemente orientado
e influenciado pela Constituição de 1988. Nos casos em que há crimes conexos
e com ritos processuais diferentes, será sempre aplicado pelo juiz competente
aquele que tem o rito mais exauriente, mais amplo e que garanta maiores
oportunidades para o réu se defender.
ANOTAÇÕES
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Competências VI
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SEPARAÇÃO DE PROCESSOS
Separação Obrigatória
A Justiça Militar não julga crime comum conexo, quer cometido pelo militar,
quer por terceiro.
O crime militar é sempre julgado na Justiça Especial e o comum na Jus-
tiça Comum.
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Competências VI
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Nas hipóteses dos incisos I e II, art. 79, a separação dá-se desde o início da
persecução criminal, ou seja, são instauradas ações autônomas.
Nos casos dos §§ 1º e 2º do art. 79, o processo inicia-se uno, havendo pos-
terior desmembramento pela superveniência de situação que torna inviável
o prosseguimento em conjunto.
Atenção!
Ocorre também separação obrigatória do processo quando há dois ou mais réus e
é aplicada a suspensão condicional do processo em relação a um deles, hipótese
em que a instrução continua quanto aos demais, cf. art. 89, Lei n. 9.099/1995.
ANOTAÇÕES
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Competências VI
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Separação Facultativa
Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem
sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo
excessivo número de acusados e para não Ihes prolongar a prisão provisória, ou
por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação.
Obs.: ou seja, as infrações penais são conectadas, mas elas são praticadas
em lugares diferentes, e o processo e julgamento delas por um mesmo
juízo teria que se dar, por exemplo, com instrução por precatória, com um
grande número de diligências a serem realizadas em sede de instrução.
O juiz pode entender que, para a celeridade e eficácia do processo, é
melhor separar os processos e assim eles serem julgados por juízes dife-
rentes.
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Competências VI
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PERPETUAÇÃO DA JURISDIÇÃO
Na lição de AVENA:
Conforme ensina José Frederico Marques, consubstancia-se a perpetuatio
jurisdictionis na ideia de que a competência adquirida por um juiz, em razão da
conexão de causas, se perpetua e subsiste, ainda que a lide que pertencia origi-
nariamente a sua competência e que atraiu seu poder de julgar o litígio desapa-
reça por um motivo qualquer.
Ordena o CPP:
Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência, ainda que
no processo da sua competência própria venha o Juiz ou tribunal a proferir senten-
ça absolutória ou que desclassifique a infração para outra que não se inclua na sua
competência, continuará competente em relação aos demais processos.
Obs.: caso um juiz esteja julgando originalmente um crime e ele deixe de ser
competente para julgá-lo, os demais continuam sendo de sua competên-
cia. É por isso que existe a perpetuação da jurisdição. Se ele inicia com-
petente, ele permanece competente até o final.
Ensina BRASILEIRO:
Logo, verificada a reunião de processos por conexão ou continência, o juiz ou
tribunal continuará competente em relação às demais infrações penais atraídas,
ainda que no processo da sua competência própria venha a: 1) absolver o acu-
sado daquela que promoveu a atração; 2) desclassificar a infração que promo-
veu a atração para outra que não se inclua na sua competência; 3) por interpre-
tação extensiva, declarar a extinção da punibilidade em relação à infração que
promoveu a atração (por exemplo, em razão da morte do corréu).
Continua BRASILEIRO:
Exemplificando, caso haja conexão probatória entre um roubo simples prati-
cado na comarca “A” e um crime de receptação qualificada cometido na comarca
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Competências VI
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aula preparada e ministrada pelo professor Adriano Barbosa.
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Conceito, Objetivo, Classificação e Sistemas
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PROVAS I
Atenção!
A persuasão da matéria probatória é direcionada ao juiz. Quando o delegado
de polícia desenvolve a matéria probatória, faz um esforço para apurar se
determinado fato existiu ou não, mas ao fim é o juiz quem decide se haverá
condenação ou absolvição.
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Conceito, Objetivo, Classificação e Sistemas
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Atenção!
O destinatário da prova também pode ser o juiz de segundo grau, pois também
é possível ser exame de matéria probatória, notadamente quando se tem a
competência originária.
Atenção!
No sistema brasileiro, há um exemplo clássico, que é o Tribunal do Júri, no qual há
os chamados juízes leigos, que são os jurados. O voto dos jurados é inviolável e,
inclusive, se dá em uma sala secreta onde avançam sobre a matéria a ser julgada, e
não pode haver a exteriorização das razões dos votos dos jurados. Os juízes leigos
não devem, por mandamento legal, manifestar qual é o voto deles, que vai na urna
do Conselho de Sentença do Tribunal do Júri. Também há, por exceção, o sistema
da íntima convicção, que é a decisão judicial sem a necessidade de fundamento.
A Constituição, quando previu o Tribunal do Júri, formulou um dos princípios que
regem tal Tribunal, que é o sigilo da votação, para que não haja a violação da
convicção do jurado e para que seja permitida sua ação fora de pressões.
ANOTAÇÕES
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Conceito, Objetivo, Classificação e Sistemas
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Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo
de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Atenção!
É importante saber que a tortura é crime equiparado a crime hediondo. O
investigador criminal que utiliza de tortura é criminoso, devendo responder
disciplinar e administrativamente.
Não obstante isso, pode o juiz também formar a sua convicção levando em
conta também a apreciação da prova (elementos informativos) que nasce no
bojo do inquérito policial.
Atenção!
Não é possível afirmar que o juiz só pode formar convicção de apreciação da
prova sob contraditório e ampla defesa dentro da ação penal, pois a própria
lei reconhece a relevância da investigação criminal em sede de inquérito e
autoriza o juiz a formar sua livre convicção com as provas nascidas também
no inquérito.
ANOTAÇÕES
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Conceito, Objetivo, Classificação e Sistemas
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Atenção!
Um exemplo de prova cautelar é a interceptação telefônica; a prova antecipada
é aquela que só tem condições de acontecer uma vez, como uma testemunha
em seu leito de morte.
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida
em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamen-
te nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas
cautelares, não repetíveis e antecipadas.
De outro lado, há de se frisar que toda prova lícita será admitida no processo
penal, existindo limitação apenas no que se refere à prova do estado da pessoa,
nos termos do parágrafo único do art. 155, CPP:
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as res-
trições estabelecidas na lei civil.
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Conceito, Objetivo, Classificação e Sistemas
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1. Quanto ao objeto – esse critério leva em conta a relação que a prova tem com
o fato a ser provado, podendo ser:
a) Direta – quando se relaciona diretamente ao fato a ser provado, v.g., teste-
munha ocular;
b) Indireta – quando ela se refere a outro fato que por ilação leva ao fato prin-
cipal, v.g., os indícios.
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Conceito, Objetivo, Classificação e Sistemas
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O objeto da prova, também conforme escólio de NUCCI, são "os fatos que as
partes pretendem demonstrar".
Mais ainda, devem ser objeto de prova apenas os fatos o exame de corpo
de delito relevantes para o deslinde da persecução criminal.
2. Fatos que contêm uma presunção legal absoluta (iuris et de iuri) – são fatos
que não admitem contraditório, v.g., a imputabilidade dos menores de 18 anos.
Há de se ressaltar que as presunções iuris tantum (relativa) necessitam ser
provadas por quem as alega.
ANOTAÇÕES
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Conceito, Objetivo, Classificação e Sistemas
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ANOTAÇÕES
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Provas – Princípios e Procedimentos
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1. Princípio do contraditório: significa que toda prova realizada por uma das
partes admite a produção de uma contraprova pela outra. O contraditório
consubstancia-se na expressão audiatur et altera parte (ouça-se também a
parte contrária), o que importa em conferir ao processo uma estrutura dia-
lética. Assim, se uma das partes arrolou testemunhas, tem a outra o direito
de contraditá-las, de inquiri-las e também de arrolar as suas.
Atenção!
O princípio do contraditório, na seara probatória, traz equilíbrio à relação
processual. Para toda alegação cabe uma contra-alegação, para toda prova
cabe uma contraprova.
2. Princípio da comunhão: uma vez trazidas aos autos, as provas não mais
pertencem à parte que as acostou, mas sim ao processo, podendo, desse
modo, ser utilizadas por quaisquer dos intervenientes, seja o juiz, sejam as
ANOTAÇÕES
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Provas – Princípios e Procedimentos
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demais partes. Em nome dessa sistemática, por exemplo, é que não se pode,
em tese, admitir a desistência da oitiva de testemunha arrolada por um dos
polos sem a anuência do outro, pouco importando se quem a arrolou foi a
acusação ou a defesa.
Atenção!
Prova de acusação e prova de defesa servem como ilustração, mas do ponto
de vista processual não têm valor. A prova é do juízo.
Segundo AVENA:
“(...) na disciplina conferida ao procedimento comum ordinário pela Lei n.
11.719/2008, dispôs o art. 401, § 2º, que as partes poderão desistir da inqui-
rição de qualquer das testemunhas arroladas, sem exigir, para tanto, a aquies-
cência da parte ex adversa. Apesar dessa normatização, cremos que, em
função do principio da comunhão da prova, a concordância da outra
parte com a desistência de prova oral levada a efeito pela parte contrária
deve sim ser uma condição para que possa o magistrado homologá-la”.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Provas – Princípios e Procedimentos
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Atenção!
Não existe processo secreto. Ele pode até ser sigiloso, porém o sigilo nunca
é absoluto, principalmente em sede de ação penal na qual, necessariamente,
existem o contraditório e a ampla defesa. Existem limites para essa publicidade,
principalmente quando é um ato que pode gerar constrangimento para a vítima
ou para o réu.
Atenção!
Ninguém é obrigado a produzir prova, mas se a parte não produz a prova, arca
com o ônus de sua inação.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Provas – Princípios e Procedimentos
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Atenção!
O princípio da não autoincriminação, que põe a salvo a dignidade humana, é
expressão de autodefesa. A ampla defesa se manifesta através de dois exercícios
de defesa: a técnica – através de advogado constituído com capacidade
postulatória para atuar em juízo e produzir tecnicamente uma defesa em prol
do réu – ; a autodefesa – onde há a prerrogativa do réu de produzir prova a seu
favor ou contra si.
Procedimento Probatório
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Provas – Princípios e Procedimentos
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ANOTAÇÕES
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Provas – Ônus da Prova e Provas Ilícitas
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Ônus da prova
Segundo NUCCI:
“O termo ônus provém do latim – onus – e significa carga, fardo ou peso. Assim, ônus
da prova quer dizer encargo de provar. Ônus não é dever, em sentido específico,
pois este é uma obrigação, cujo não cumprimento acarreta uma sanção. Quanto ao
ônus de provar, trata-se do interesse que a parte que alega o fato possui de pro-
duzir prova ao juiz, visando fazê-lo crer na sua argumentação”.
Conforme AVENA:
Atenção!
Ninguém é obrigado a produzir prova, mas é importante saber que a parte
contrária produzirá. O juiz não pode julgar fora dos autos, portanto, ele seguirá
aquele que apresentar a prova da melhor maneira, seja a defesa, seja a
acusação.
ANOTAÇÕES
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Provas – Ônus da Prova e Provas Ilícitas
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Ordena o CPP:
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado
ao juiz de ofício:
Atenção!
Se há um álibi, é preciso comprovação de todos os elementos envolvidos para
solidificar o álibi. Caso não haja elementos suficientes, o álibi não servirá de
prova. Para cada tese apresentada por uma parte, haverá uma antítese.
Art. 5º, LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos.
Ensina NUCCI:
“(...) o gênero é a ilicitude – assim em Direito Penal, quanto nas demais discipli-
nas, inclusive porque foi o termo utilizado na Constituição Federal – significando
o que é contrário ao ordenamento jurídico, contrário ao Direito de um modo
geral, que envolve tanto o ilegal quanto o ilegítimo, isto é, tanto a infringência às
normas legalmente produzidas, de direito material e processual, quanto aos
princípios gerais de direito, aos bons costumes e à moral”.
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Provas – Ônus da Prova e Provas Ilícitas
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1. Prova ilegal, que compreende a prova cuja captação ofende o direito mate-
rial, v.g., interceptação telefônica sem autorização judicial; e
2. Prova ilegítima, que diz respeito à prova produzida com inobservância da
norma processual, v.g., prova da morte da vítima através de mera confissão
do réu.
Ordena o CPP:
Atenção!
Há, no contexto das provas ilícitas, a teoria alemã da proporcionalidade – ou
Teoria da Razoabilidade ou Teoria do Interesse Predominante. Esta tem por
escopo equilibrar os direitos individuais com os interesses da coletividade,
não implicando em uma rejeição prima facie e contumaz das provas ilícitas.
Assim, sustenta-se que é necessário ponderar os interesses postos em baila
(notadamente pro réu) quando se viola uma garantia constitucional em prol da
produção probatória.
Ensina AVENA:
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Provas – Ônus da Prova e Provas Ilícitas
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Atenção!
No Brasil, a admissão de prova ilícita em processo penal é possível. No entanto,
ela só é admissível em benefício da defesa, em prol do direito de liberdade.
A própria relativização da inadmissibilidade de provas ilícitas é limitada em prol
da defesa – é o chamado princípio da proporcionalidade.
São aquelas que, embora lícitas de per si, decorrem exclusivamente de uma
outra prova, considerada ilícita, ou de uma situação de ilegalidade, restando, por-
tanto, contaminadas.
Ensina AVENA:
Ordena o CPP:
Art. 157 (…), § 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo
quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as
derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras.
Atenção!
Imaginando que um cidadão, sob tortura, confessa um crime e diz onde estão os
objetos do crime, o agente de estado de posse dessa informação consegue um
mandado de busca e apreensão para pegar a prova. Essa tortura é considerada
prova ilícita; e a busca e apreensão é resultante dessa tortura, ilícita também.
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Provas – Ônus da Prova e Provas Ilícitas
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Além das provas advindas de fonte independente, AVENA ensina que outras
duas exceções à teoria da prova ilícita por derivação:
É o caso da confissão ratificada em juízo que primeiro foi feita em sede de fla-
grante ilegal.
Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Adriano Barbosa.
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MEIOS DE PROVA
DAS PERÍCIAS
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Provas – Meios de Prova e Perícias
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Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo
de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Atenção!
Admite-se, em caráter excepcional, que a materialidade do crime seja provada
de forma indireta, através de exames de outros elementos e provas, quando
os vestígios já tiverem se perdido. O exame de corpo de delito indireto será
realizado em fotografias, vídeos ou documentos, como prontuários médicos.
Contudo, de forma alguma a confissão do investigado ou do réu poderá suprir
a materialidade do crime sob análise.
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Provas – Meios de Prova e Perícias
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Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito
oficial, portador de diploma de curso superior.
§ 1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idône-
as, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica,
dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame.
• A lei admite que haja a substituição dos peritos oficiais, quando houver
ausência de auxiliar no local de interesse probatório.
• Para a substituição, exige-se que a intervenção de duas pessoas (subs-
titutos do perito oficial), escolhidas pelo delegado de polícia (em sede de
inquérito policial) ou pelo juiz (em sede de ação penal), levando em consi-
deração as suas aptidões e conhecimentos específicos sobre a matéria que
lhes é apresentada. Os escolhidos assinam um termo comprometendo-se
a bem servir o interesse público.
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Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer
hora.
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os
peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes da-
quele prazo, o que declararão no auto.
• Para evitar que a autópsia ou necrópsia seja feita em um corpo vivo, a lei
dispõe sobre o Período de Segurança.
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do
cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões ex-
ternas permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame
interno para a verificação de alguma circunstância relevante.
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Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem en-
contrados, bem como, na medida do possível, todas as lesões externas e vestígios
deixados no local do crime.
• Provas fotográficas:
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aula preparada e ministrada pelo professor Adriano Barbosa.
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Provas – Perícias e Interrogatórios
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DAS PERÍCIAS
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido in-
completo,
proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade policial ou
judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do
acusado, ou de seu defensor.
§ 1º No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo de delito,
a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo.
§ 2º Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129, § 1º, I,
do Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da
data do crime.
§ 3º A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova testemunhal.
Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a
autoridade providenciará imediatamente para que não se altere o estado das coi-
sas até a chegada dos peritos, que poderão instruir seus laudos com fotografias,
desenhos ou esquemas elucidativos.
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• Exame laboratorial:
Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente para
a eventualidade de nova perícia. Sempre que conveniente, os laudos serão ilustra-
dos com provas fotográficas, ou microfotográficas, desenhos ou esquemas.
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Art. 250. Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patri-
mônio de outrem:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa.
Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar em que hou-
ver começado, o perigo que dele tiver resultado para a vida ou para o patrimônio
alheio, a extensão do dano e o seu valor e as demais circunstâncias que interessa-
rem à elucidação do fato.
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Provas – Perícias e Interrogatórios
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• Se a perícia for feita por dois peritos não oficiais, havendo divergência entre
eles, cada um dos peritos poderá apresentar, no mesmo laudo, as suas
opiniões. Ademais, em qualquer circunstância o juiz poderá nomear um
terceiro perito, chamado de “perito desempatador”.
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo
ou em parte.
DO INTERROGATÓRIO
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Provas – Perícias e Interrogatórios
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Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a pessoa do acu-
sado e sobre os fatos.
§ 1º Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre a residência, meios de
vida ou profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua atividade, vida
pregressa, notadamente se foi preso ou processado alguma vez e, em caso afir-
mativo, qual o juízo do processo, se houve suspensão condicional ou condenação,
qual a pena imposta, se a cumpriu e outros dados familiares e sociais.
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Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a pessoa do acu-
sado e sobre os fatos.
§ 2º Na segunda parte será perguntado sobre:
I – ser verdadeira a acusação que lhe é feita;
II – não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo particular a que atribuí-
-la, se conhece a pessoa ou pessoas a quem deva ser imputada a prática do crime,
e quais sejam, e se com elas esteve antes da prática da infração ou depois dela;
III – onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notícia desta;
IV – as provas já apuradas;
V – se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou por inquirir, e desde quan-
do, e se tem o que alegar contra elas;
VI – se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou qualquer objeto
que com esta se relacione e tenha sido apreendido;
VII – todos os demais fatos e pormenores que conduzam à elucidação dos antece-
dentes e circunstâncias da infração;
VIII – se tem algo mais a alegar em sua defesa.
Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou al-
gum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o en-
tender pertinente e relevante.
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�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
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Provas – Interrogatórios, Confissão e Testemunhas
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DO INTERROGATÓRIO
Art. 185, § 1º O interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no es-
tabelecimento em que estiver recolhido, desde que estejam garantidas a segurança
do juiz, do membro do Ministério Público e dos auxiliares bem como a presença do
defensor e a publicidade do ato.
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Provas – Interrogatórios, Confissão e Testemunhas
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DA CONFISSÃO
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Provas – Interrogatórios, Confissão e Testemunhas
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Art. 200. A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre convencimen-
to do juiz, fundado no exame das provas em conjunto.
Art. 199. A confissão, quando feita fora do interrogatório, será tomada por termo
nos autos, observado o disposto no art. 195.
Atenção!
A confissão é relevante, mas não é a “rainha das provas”. Com efeito, a simples
confissão não enseja condenação e não obsta a produção probatória de outros
elementos de prova.
O sistema do livre convencimento (vide art. 155, do CPP) exige que o juiz
fundamente sua decisão no conjunto probatório trazido aos autos.
Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros
elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as
demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe compatibilidade
ou concordância.
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Provas – Interrogatórios, Confissão e Testemunhas
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DAS TESTEMUNHAS
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Provas – Interrogatórios, Confissão e Testemunhas
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• No Processo Penal, toda e qualquer pessoa tem capacidade para ser tes-
temunha, todavia cabe à autoridade (policial ou judicial) valorar o teor do
depoimento de cada testemunha, vide art. 202, CPP:
Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer a verdade
do que souber e Ihe for perguntado, devendo declarar seu nome, sua idade, seu
estado e sua residência, sua profissão, lugar onde exerce sua atividade, se é pa-
rente, e em que grau, de alguma das partes, ou quais suas relações com qualquer
delas, e relatar o que souber, explicando sempre as razões de sua ciência ou as
circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua credibilidade.
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, in-
quérito policial, ou em juízo arbitral:
Pena – reclusão, de 2 a 4 anos, e multa.
Atenção!
Há de se registrar, outrossim, que a testemunha poderá se calar em relação
aos fatos que possam lhe incriminar, considerando que ninguém é obrigado a
produzir prova contra si.
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Provas – Interrogatórios, Confissão e Testemunhas
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Art. 211. Se o Juiz, ao pronunciar sentença final, reconhecer que alguma testemu-
nha fez afirmação falsa, calou ou negou a verdade, remeterá cópia do depoimento
à autoridade policial para a instauração de inquérito.
• Além disso, o próprio CPP, em seu art. 211, parágrafo único, autoriza
expressamente a prisão em flagrante da testemunha que prestou falso tes-
temunho com sua apresentação ao delegado de polícia, no caso de ocor-
rência de tal crime no Plenário do Tribunal do Júri:
Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, en-
tretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o
cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusa-
do, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova
do fato e de suas circunstâncias.
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Provas – Interrogatórios, Confissão e Testemunhas
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Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude o art. 203 aos doentes e de-
ficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem às pessoas a que se
refere o art. 206.
• De outro lado, a lei processual penal traz o rol das pessoas que estão
proibidas de depor. Isso, em razão da função, ministério, ofício ou profis-
são que implicam em guarda de segredo como os psicólogos, psiquiatras,
médicos, padres e pastores, nos termos do art. 207, do CPP:
Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério,
ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte inte-
ressada, quiserem dar o seu testemunho.
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Provas – Testemunhas II
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PROVAS – TESTEMUNHAS II
DAS TESTEMUNHAS
Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além
das indicadas pelas partes.
§ 1º Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as pessoas a que as testemu-
nhas se referirem.
§ 2º Não será computada como testemunha a pessoa que nada souber que inte-
resse à decisão da causa.
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Provas – Testemunhas II
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contra a honra
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Provas – Testemunhas II
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Art. 222/STF. A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será inquirida pelo
juiz do lugar de sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com
prazo razoável, intimadas as partes.
§ 1º A expedição da precatória não suspenderá a instrução criminal.
• A testemunha que reside fora do juízo será ouvida por carta precatória.
Atenção!
Súmula n. 155/STF. É relativa a nulidade do processo criminal por falta de intima-
ção da expedição de precatória para inquirição de testemunha.
Art. 218. Se, regularmente intimada, a testemunha deixar de comparecer sem mo-
tivo justificado, o juiz poderá requisitar à autoridade policial a sua apresentação ou
determinar seja conduzida por oficial de justiça, que poderá solicitar o auxílio da
força pública.
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Provas – Testemunhas II
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Art. 458. Se a testemunha, sem justa causa, deixar de comparecer, o juiz presiden-
te, sem prejuízo da ação penal pela desobediência, aplicar-lhe-á a multa prevista
no § 2º do art. 436 deste Código.
Art. 436, § 2º A recusa injustificada ao serviço do júri acarretará multa no valor de
1 (um) a 10 (dez) salários-mínimos, a critério do juiz, de acordo com a condição
econômica do jurado.
Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério,
ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte inte-
ressada, quiserem dar o seu testemunho.
Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude o art. 203 aos doentes e de-
ficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem às pessoas a que se
refere o art. 206.
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Provas – Testemunhas II
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Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de per si, de modo que umas
não saibam nem ouçam os depoimentos das outras, devendo o juiz adverti-las das
penas cominadas ao falso testemunho.
Parágrafo único. Antes do início da audiência e durante a sua realização, serão
reservados espaços separados para a garantia da incomunicabilidade das teste-
munhas.
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Provas – Testemunhas II
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Art. 204. O depoimento será prestado oralmente, não sendo permitido à testemu-
nha trazê-lo por escrito.
Parágrafo único. Não será vedada à testemunha, entretanto, breve consulta a
apontamentos.
Art. 213. O juiz não permitirá que a testemunha manifeste suas apreciações pesso-
ais, salvo quando inseparáveis da narrativa do fato.
Art. 215. Na redação do depoimento, o juiz deverá cingir-se, tanto quanto possível,
às expressões usadas pelas testemunhas, reproduzindo fielmente as suas frases.
Art. 405. Do ocorrido em audiência será lavrado termo em livro próprio, assinado
pelo juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes nela ocorridos.
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Provas – Testemunhas II
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Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilhação, te-
mor, ou sério constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo que preju-
dique a verdade do depoimento, fará a inquirição por videoconferência e, somente
na impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do réu, prosseguindo na
inquirição, com a presença do seu defensor.
Parágrafo único. A adoção de qualquer das medidas previstas no caput deste artigo
deverá constar do termo, assim como os motivos que a determinaram.
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Provas – Do Reconhecimento de Pessoas e Coisas
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DA ACAREAÇÃO
Art. 229. A acareação será admitida entre acusados, entre acusado e testemunha, en-
tre testemunhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e entre as pessoas
ofendidas, sempre que divergirem, em suas declarações, sobre fatos ou circunstâncias
relevantes.
Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados, para que expliquem os pontos de
divergências, reduzindo-se a termo o ato de acareação.
Art. 230. Se ausente alguma testemunha, cujas declarações divirjam das de outra, que
esteja presente, a esta se darão a conhecer os pontos da divergência, consignando-se no
auto o que explicar ou observar. Se subsistir a discordância, expedir-se-á precatória à auto-
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Provas – Do Reconhecimento de Pessoas e Coisas
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DOS DOCUMENTOS
Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar documentos em
qualquer fase do processo.
Art. 479. Durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou a exibição
de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima de 3 (três) dias
úteis, dando-se ciência à outra parte.
Art. 236. Os documentos em língua estrangeira, sem prejuízo de sua juntada imediata,
serão, se necessário, traduzidos por tradutor público, ou, na falta, por pessoa idônea no-
meada pela autoridade.
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Provas – Do Reconhecimento de Pessoas e Coisas
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Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meios criminosos, não serão
admitidas em juízo.
• Todavia, quando ocorrer em favor do réu, a prova ilícita poderá ser utili-
zada, por aplicação do princípio da proporcionalidade.
Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas em juízo pelo respectivo destinatário, para
a defesa de seu direito, ainda que não haja consentimento do signatário.
Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de documento relativo a ponto relevante da
acusação ou da defesa, providenciará, independentemente de requerimento de qualquer
das partes, para sua juntada aos autos, se possível.
Art. 235. A letra e firma dos documentos particulares serão submetidas a exame pericial,
quando contestada a sua autenticidade.
Art. 237. As públicas-formas só terão valor quando conferidas com o original, em presença
da autoridade.
DOS INDÍCIOS
Os indícios (sinais ou fatos que deixam entrever alguma coisa, sem a des-
cobrir completamente, mas constituindo princípio de prova) são circunstâncias
conhecidas e provadas que mantêm relação com um fato ou circunstância, sob
escrutínio que por lógica dedutiva conduza à conclusão de sua existência.
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Provas – Do Reconhecimento de Pessoas e Coisas
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Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação
com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstân-
cias.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Provas – Busca e Apreensão
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DA BUSCA E APREENSÃO
1. Da Busca Domiciliar
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Provas – Busca e Apreensão
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CPP
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Provas – Busca e Apreensão
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CPP
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Provas – Busca e Apreensão
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DA BUSCA PESSOAL
• A busca pessoal, por seu turno, não exige ordem judicial e é realizada
quando estão presentes fundadas razões da necessidade acautelatória.
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Provas – Busca e Apreensão
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Art. 249. A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar retarda-
mento ou prejuízo da diligência.
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Sujeitos do Processo
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SUJEITOS DO PROCESSO
SUJEITOS DO PROCESSO
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Sujeitos do Processo
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DO JUIZ
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DA ACUSAÇÃO
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Art. 68. Quando o titular do direito à reparação do dano for pobre (art. 32, §§1º e
2º), a execução da sentença condenatória (art. 63) ou a ação civil (art. 64) será
promovida, a seu requerimento, pelo Ministério Público.
Ordena o CPP em relação às atribuições do MP na ação penal:
DO ACUSADO
Atenção!
Ensina Nucci:
A indisponibilidade do direito de defesa é uma decorrência da indisponibilidade do
direito à liberdade, razão pela qual o réu, ainda que não queira, terá nomeado um defen-
sor, habilitado para a função, para o patrocínio de sua defesa (art. 261, CPP). E tal medida
ainda não é o bastante. Torna-se fundamental que o magistrado zele pela qualidade da
defesa técnica, declarando, se for preciso, indefeso o acusado e nomeando outro advo-
gado para desempenhar a função.
ANOTAÇÕES
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DO DEFENSOR
Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou
julgado sem defensor.
Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por defensor público ou dativo,
será sempre exercida através de manifestação fundamentada.
Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado defensor pelo juiz, ressalva-
do o seu direito de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança, ou a si mesmo
defender-se, caso tenha habilitação.
Não pode haver ausência de defesa, pois isso fere o direito de liberdade.
ANOTAÇÕES
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Sujeitos do Processo
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DO ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO
Atenção!
Não cabe assistente técnico no inquérito policial, somente na ação penal
pública.
Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assistente do
Ministério Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer das
pessoas mencionadas no Art. 31.
Art. 269. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a sentença e
receberá a causa no estado em que se achar.
Art. 270. O corréu no mesmo processo não poderá intervir como assistente do Mi-
nistério Público.
Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios de prova, requerer perguntas
às testemunhas, aditar o libelo e os articulados, participar do debate oral e arrazoar
os recursos interpostos pelo Ministério Público, ou por ele próprio, nos casos dos
ANOTAÇÕES
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Sujeitos do Processo
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Atenção!
O STF tem os seguintes entendimentos jurisprudenciais em sede de súmula
sobre a atuação do assistente:
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Adriano Barbosa.
ANOTAÇÕES
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Sujeitos do Processo II
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SUJEITOS DO PROCESSO II
AUXILIARES DA JUSTIÇA
Art. 274. As prescrições sobre suspeição dos juízes estendem-se aos serventuá-
rios e funcionários da justiça, no que Ihes for aplicável.
PERITOS E INTÉRPRETES
O perito não substitui o juiz. O juízo de valor que o perito realiza, seja no
inquérito, seja na ação penal, é técnico para auxiliar a autoridade. Este pode ser
oficial, quando exerce cargo público, ou nomeado pela autoridade, devendo ser
compromissado para desempenhar a função.
ANOTAÇÕES
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Sujeitos do Processo II
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Art. 275. O perito, ainda quando não oficial, estará sujeito à disciplina judiciária.
Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o encargo, sob
pena de multa de cem a quinhentos mil-réis, salvo escusa atendível.
Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito que, sem justa causa, provada
imediatamente:
a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da autoridade;
b) não comparecer no dia e local designados para o exame;
c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita, nos prazos esta-
belecidos.
ANOTAÇÕES
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Sujeitos do Processo II
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Art. 278. No caso de não comparecimento do perito, sem justa causa, a autoridade
poderá determinar a sua condução.
Art. 280. É extensivo aos peritos, no que Ihes for aplicável, o disposto sobre sus-
peição dos juízes.
Art. 281. Os intérpretes são, para todos os efeitos, equiparados aos peritos.
IMPEDIMENTOS
No dizer de Nucci:
Considera-se impedido de atuar o juiz que é parcial, situação presumida pela lei,
em casos específicos. Logo, as hipóteses previstas no art. 252 do CPP, de caráter
objetivo, indicam a impossibilidade de exercício jurisdicional em determinado pro-
cesso. A sua infração implica inexistência dos atos praticados.
ANOTAÇÕES
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Sujeitos do Processo II
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O rol do referido art. 252 é, como regra, taxativo, não podendo ser ampliado. Outras
situações, no entanto, a nosso ver, demonstrativas da parcialidade do juiz na apre-
ciação da causa, devem ser incluídas no contexto da suspeição.
SUSPEIÇÕES
Segundo Nucci:
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Sujeitos do Processo II
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Ordena o CPP:
Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por
qualquer das partes:
I – se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;
II – se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a pro-
cesso por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;
III – se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o terceiro grau,
inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado
por qualquer das partes;
IV – se tiver aconselhado qualquer das partes;
V – se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;
Vl – se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.
O rol estabelecido no art. 254 do Código de Processo Penal, embora muitos sus-
tentem ser taxativo, é, em verdade, exemplificativo. Afinal, este rol não cuida dos
motivos de impedimento, que vedam o exercício jurisdicional, como ocorre com o
disposto no art. 252, mas, sim, da enumeração de hipóteses que tornam o juiz não
isento.
De acordo com o art. 252, o juiz não pode exercer jurisdição nem considerar
o ato praticado.
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Adriano Barbosa.
ANOTAÇÕES
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Prisão
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PRISÃO
• Prisão I
–– Conceito, espécies, mandado de prisão e cumprimento.
Da Prisão
No dizer de TÁVORA:
"A prisão é o cerceamento da liberdade de locomoção, é o encarceramento.
Pode advir de decisão condenatória transitada em julgado, que é a chamada
prisão pena, regulada pelo Código Penal, com o respectivo sistema de cumpri-
mento, que é verdadeira prisão satisfativa, em resposta estatal ao delito ocor-
rido, tendo por título a decisão judicial definitiva".
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Prisão
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Determina o CPP:
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita
e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença
condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo,
em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva.
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Prisão
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Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas ob-
servando-se a:
I – necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução
criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações
penais;
II – adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições
pessoais do indiciado ou acusado.
Regra = liberdade.
Exceção = prisão.
Art. 5º, LVII, CF: LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado
de sentença penal condenatória;
§ 6º do art. 282, A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua
substituição por outra medida cautelar (art. 319).
ANOTAÇÕES
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Prisão
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Do Mandado de Prisão
Conforme TAVÓRA:
"O mandado judicial é o título a viabilizar a realização da prisão, ressalvadas
as hipóteses que o dispensam, devendo atender aos seguintes requisitos:
Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o respectivo mandado.
Parágrafo único. O mandado de prisão:
a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade;
b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu nome, alcunha ou sinais
característicos;
c) mencionará a infração penal que motivar a prisão;
d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a infração;
e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execução".
ANOTAÇÕES
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Prisão
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Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de
resistência ou de tentativa de fuga do preso.
Atenção!
O STF admite execução da pena após condenação em segunda instância.
Por maioria, o Plenário do STF entendeu que o art. 283 do CPP não impede o
início da execução da pena após condenação em segunda instância e indeferiu
liminares pleiteadas nas Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADCs)
43 e 44.
ANOTAÇÕES
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Prisão
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�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Adriano Barboza.
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Prisão II
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PRISÃO II
Da Prisão em Flagrante
Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deve-
rão prender 1 quem quer que seja encontrado em flagrante delito.
1
Entende-se como conduzir, pois somente o delegado pode formalizar o ato a prisão, na delegacia.
ANOTAÇÕES
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Prisão II
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Assim, há:
1. Flagrante facultativo – exercício regular de direito –, quando o condutor do
flagrante é qualquer do povo.
2. Flagrante obrigatório – estrito cumprimento do dever legal –, quando o con-
dutor do flagrante é a própria Autoridade Policial ou seus Agentes, incluindo os
Policiais que atuam na ordem pública (PM).
A prisão em flagrante tem lastro constitucional no art. 5º, LXI, da Lex Excelsa:
LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fun-
damentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão
militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
Atenção!
Os crimes de ação penal privada ou pública condicionada à representação en-
sejam a lavratura da Prisão em Flagrante. Todavia, nesses casos somente será
lavrada a Prisão em Flagrante pelo Delegado de Polícia se o ofendido conferir a
pertinente autorização para a lavratura. Essa autorização não precisa ser forma-
lizada em instrumento próprio, basta a sua aquiescência (mesmo que informal).
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Prisão II
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Prisão II
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Atenção!
Em verdade, trata-se de Crime Impossível, nos termos do art. 17, CP, conforme
entendimento do STF na sua Súmula 145:
"Não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível
a sua consumação".
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Prisão II
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Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito en-
quanto não cessar a permanência.
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Adriano Barboza.
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Prisão III
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PRISÃO III
Prisão em Flagrante II
CPP, Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o con-
dutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo e
recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas que o
acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita,
colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a autoridade,
afinal, o auto.
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Prisão III
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CPP, Art. 304 § 2º A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de pri-
são em flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos
duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à autoridade.
§3º Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o
auto de prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas, que tenham ou-
vido sua leitura na presença deste.
Além das formalidades do art. 304, levadas a termo pelo Delegado de Polícia,
há ainda a necessidade legal de que o juiz verifique o cumprimento de algumas
formalidades constantes nos arts. 306 a 308, CPP:
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunica-
dos imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso
ou à pessoa por ele indicada.
§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminha-
do ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe
o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública.
§ 2º No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa,
assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das
testemunhas.
ANOTAÇÕES
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Prisão III
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Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente
praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do
Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, poderá, fun-
damentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de
comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação.
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Prisão III
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Audiência de Custódia
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Prisão III
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Prisão III
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�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Adriano Barboza.
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Prisão IV
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PRISÃO IV
PRISÃO TEMPORÁRIA
Obs.:
Gênero: prisão cautelar (processual)
Espécies:
–– flagrante
–– temporária
–– preventiva
Segundo TÁVORA:
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Prisão IV
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Inciso I
Prisão
= Inciso III + ou
temporária
Inciso II
A prisão temporária não pode ser decretada de ofício pelo juiz, somente
podendo ser imposta mediante:
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Prisão IV
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PRISÃO PREVENTIVA
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Prisão IV
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Ela pode ser decretada em qualquer fase do processo penal, seja na sua fase
de inquérito policial, seja na sua fase de ação penal.
Ela tem cabimento seja no âmbito da ação penal privada, seja no da ação
penal pública (incondicionada ou condicionada).
A preventiva pode ainda ser decretada:
1. Ex officio: pelo próprio juiz no curso da ação penal.
2. Mediante representação (capacidade postulatória): do delegado de polí-
cia em sede de inquérito policial.
3. Em face de requerimento das partes: MP, querelante ou assistente.
Vide o art. 311, CPP:
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Adriano Barbosa.
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Prisão V
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PRISÃO V
São três os requisitos legais exigidos, no âmbito do fumus boni iuris e pericu-
lum in mora, e de acordo com o art. 312, CPP, a saber:
Fumus comissi delicti (indício que um crime foi praticado por determi-
nada pessoa)
1) Prova da existência do crime – materialidade: certeza de que de fato ocor-
reu uma infração penal.
2) Indícios suficientes de autoria – autoria: não é exigido, por assim dizer,
prova plena da “culpa” do indiciado ou réu, basta (GOMES FILHO) “um prognós-
tico de um julgamento positivo sobre a autoria ou participação”.
Periculum in libertatis
3) Um dos requisitos que evidenciem a necessidade da prisão preventiva,
quais sejam:
• Garantia da ordem pública
–– Conforme Nucci, “é a indispensabilidade se manter a ordem na socie-
dade, que como regra, é abalada pela prática de um delito”.
–– Nucci entende ainda que a preventiva em prol da garantia da ordem
pública implica na presença de um binômio do seguinte trinômio:
Gravidade Repercussão
Periculosidade do agente
concreta criminoso (probabilidade de
Social tornar a cometer delitos)
da infração
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Prisão V
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Prisão V
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Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem públi-
ca, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegu-
rar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício
suficiente de autoria.
Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de
descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas
cautelares (art. 282, § 4°).
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será
sempre motivada.
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Prisão V
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Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da pri-
são preventiva:
I – nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a
4 (quatro) anos;
II – se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em jul-
gado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei n. 2.848,
de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal;
III – se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança,
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução
das medidas protetivas de urgência;
IV – Revogado pela Lei 12.403/2011.
Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida
sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficien-
tes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade
após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida.
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Prisão V
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Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar
pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições
previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 – Código Penal.
Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do processo,
verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se
sobrevierem razões que a justifiquem.
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Adriano Barbosa.
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Prisão VI
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PRISÃO VI
DA LIBERDADE PROVISÓRIA
Art. 5º, LXVI – Ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir
a liberdade provisória, com ou sem fiança.
Portanto, cabe a prisão preventiva quando a lei não admitir a liberdade pro-
visória.
Conforme Nucci, “quer o preceito indicar que a prisão, no Brasil, é a exceção
e a liberdade, enquanto o processo não atinge o seu ápice com a condenação
com trânsito em julgado, a regra”.
ANOTAÇÕES
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Prisão VI
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Atenção!
A regra é a liberdade; a prisão é a exceção.
Com a reforma de 2011, buscou-se acautelar sem prisão. Ao juiz, foram con-
feridas alternativas de garantir a persecução criminal sem necessariamente
prender o indiciado ou o réu.
Continua o autor:
Veja-se que tais medidas cautelares são alternativas à prisão, podendo ser impos-
tas mesmo se o acusado estiver em liberdade desde o início da persecução penal,
como condição para que assim permaneça. Essa liberdade provisória, aliás, pode
ser convertida em prisão preventiva, ex vi do art. 312, parágrafo único, em caso de
descumprimento de qualquer das obrigações impostas ao acusado.
Conforme o CPP:
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Prisão VI
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A liberdade provisória surge no âmbito das cautelares que não são encarce-
radoras. Nesse sentido, a liberdade provisória substitui a prisão preventiva, mas
com a capacidade de garantir a persecução criminal, sobretudo quando asso-
ciada a uma cautelar diversa da prisão.
Conforme Nucci: “as medidas cautelares alternativas à prisão não podem ser
impostas pelo juiz sem necessidade e adequação. Não são medidas automá-
ticas, bastando que haja investigação ou processo”.
Assim, o juiz deverá fundamentar as medidas cautelares, estando presentes
a necessidade e a adequação.
Atenção!
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas ob-
servando-se a: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução
criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações
penais; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições
pessoais do indiciado ou acusado. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
Elas restringem a liberdade individual, motivo pelo qual precisam ser funda-
mentadas. Há dois requisitos genéricos:
a) necessariedade;
b) adequabilidade.
Esses são cumulativos, ou seja, ambos precisam estar presentes para autorizar a
imposição de medidas cautelares (art. 319, CPP).
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Prisão VI
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III – proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circuns-
tâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer dis-
tante;
Obs.: por exemplo, pessoas que foram afetadas pela ação criminosa do sujeito
ativo.
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FIANÇA
Ensina BRASILEIRO:
de acordo com Júlio Fabbrini Mirabete, “a palavra fiança vem de fidare, corrupte-
la de fidere, que significa ‘fiar-se’, ‘confiar em alguém’. Nesse sentido, fiança é a
fidejussória, isto é, prestada por pessoa idônea, que se obrigava a pagar a deter-
minada quantia se o réu, ao ser condenado, fugisse, furtando-se ao processo e à
execução da pena.
Conclui o professor:
Nos termos legais, porém, fiança é caução, decavere, que quer dizer ‘acautelar ’,
servindo para designar qualquer meio que sirva para assegurar o cumprimento de
uma obrigação. Destarte, fiança é uma garantia real de cumprimento das obriga-
ções processuais do réu. É garantia real porque tem por objeto coisas (art. 330),
não existindo mais a fiança fidejussória no processo penal comum.
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Prisão VI
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E conclui o professor:
CONCESSÃO DA FIANÇA
Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infra-
ção cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos.
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá
em 48 (quarenta e oito) horas.
Atenção!
O delegado de polícia e o juiz são as únicas autoridades que o processo penal
brasileiro autoriza a cobrar fiança.
ANOTAÇÕES
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Prisão VI
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CRIMES INAFIANÇÁVEIS
Atenção!
Nos crimes inafiançáveis, observa-se que o juiz poderá conceder liberdade
provisória sem fiança.
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Prisão VII
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PRISÃO VII
DA PRISÃO ESPECIAL
Conforme Nucci:
(...) associando-se aos casos de foro privilegiado, cria-se uma categoria diferen-
ciada de brasileiros, aqueles que, presos, devem dispor de um tratamento es-
pecial, ao menos até o trânsito em julgado da sentença condenatória. Men-
ciona-se, na doutrina, para justificar a distinção, levar a lei em consideração não a
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Prisão VII
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pessoa, mas o cargo ou a função por ela exercida. Não vemos, com a devida vênia,
o menor sentido nisso. Quem vai preso é o indivíduo e não seu cargo ou sua
função.
O CPP, ex vi arts. 295 e 296, traz o rol de pessoas que gozam da prisão espe-
cial, sem prejuízo da previsão legislativa esparsa como a LOMAN e a LOMP:
VI – os magistrados;
VII – os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República;
VIII – os ministros de confissão religiosa;
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Prisão VII
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Atenção!
A prisão especial se caracteriza pela forma de recolhimento do preso, recolhido
a quartéis ou a prisão especial (dentro do sistema penitenciário, mas separado
da massa carcerária).
Continua o CPP:
Obs.: o preso especial não é um preso que se difere apenas do preso condena-
do. O preso especial também se diferencia do preso provisório não espe-
cial, aquele que não é alcançado pelo privilégio do art. 295 do CPP.
Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde for possível, serão recolhidos à pri-
são, em estabelecimentos militares, de acordo com os respectivos regulamentos.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Prisão VII
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Atenção!
O STF, segundo a Súmula n. 717, entende-se:
Conforme Távora:
O uso da força deve ser evitado, salvo quando indispensável no caso de re-
sistência ou tentativa de fuga do preso (art. 284, CPP). O uso desnecessário da
força, ou os excessos, podem caracterizar abuso de autoridade, lesões corporais,
homicídio etc.
Já quanto ao preso, pode incorrer em resistência (art. 329, CP), desobediência (art.
330, CP) ou até mesmo evasão mediante violência contra a pessoa (art. 352, CP).
Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão em fla-
grante ou à determinada por autoridade competente, o executor e as pessoas que
o auxiliarem poderão usar dos meios necessários para defender-se ou para
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Prisão VII
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vencer a resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito também por duas
testemunhas.
Atenção!
A Lei n. 13.434/2017 acrescentou parágrafo único ao art. 292, CPP:
Atenção!
O STF também disciplinou o uso da força, na porção do emprego de algemas:
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Prisão VII
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PRISÃO DOMICILIAR
Conforme Nucci:
Ordena o CPP:
Obs.:
• acusado: inquérito
• indiciado: ação penal
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Prisão VII
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Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o
agente for:
I – maior de 80 (oitenta) anos;
II – extremamente debilitado por motivo de doença grave;
III – imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos
de idade ou com deficiência;
Atenção!
A Lei n. 13.257/2016 inclui os incisos IV, V e VI no art. 318:
IV – gestante;
V – mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos;
VI – homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12
(doze) anos de idade incompletos.
Por fim,
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Adriano Barbosa.
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Habeas Corpus
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HABEAS CORPUS
Do Habeas Corpus
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Habeas Corpus
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Atenção!
O STF tem o seguinte entendimento sobre essa matéria:
A simples notitia criminis não caracteriza, por si só, constrangimento ilegal ao direito de
locomoção do paciente, sanável via habeas corpus, especialmente quando não há qualquer
informação de que o paciente esteja na iminência de ser preso.
HC 119.172, rel. min. Teori Zavascki, julgamento em 1º-42014, Segunda Turma, DJE de
05/05/2014.
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Habeas Corpus
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Todavia, além das hipóteses mencionadas, tem sido admitida uma terceira
modalidade, denominada parcela doutrinária de habeas corpus profilático,
destinado a suspender atos processuais ou impugnar medidas que possam
importar em prisão futura com aparência de legalidade, porém intrinsecamente
contaminada por ilegalidade anterior. Nesse caso, a impugnação não visa ao
constrangimento ilegal à liberdade de locomoção já consumado ou à ameaça
iminente de que ocorra esse constrangimento, mas, sim, à potencialidade de que
esse constrangimento venha a ocorrer.
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Habeas Corpus
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Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na imi-
nência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos
casos de punição disciplinar.
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Habeas Corpus
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Sujeitos do HC
Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu fa-
vor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público.
Atenção!
O HC pode, ainda, ser concedido de ofício pela autoridade judicial, sendo uma
exceção ao princípio da inércia jurisdicional, conforme o § 2º do art. 654, CPP:
Forma de Proposição
O HC poderá ser proposto de forma livre, podendo ser escrito, por qualquer
meio, ou até mesmo oral.
Sendo escrito, o HC observará o que prescreve o art. 654, § 1º, CPP:
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Habeas Corpus
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Rito Processual
O rito processual do HC será nos termos do art. 664, CPP, em regra, mas terá
seu rito nos termos da Lei n. 8.038/1990 quando interposto no STJ e STF.
Vide art. 664, CPP:
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Habeas Corpus
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§ 6º Quando o paciente estiver preso em lugar que não seja o da sede do juízo ou
do tribunal que conceder a ordem, o alvará de soltura será expedido pelo telégrafo,
se houver, observadas as formalidades estabelecidas no art. 289, parágrafo único,
in fine, ou por via postal.
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Adriano Barbosa.
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Disposições Gerais CPP
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Trata-se do último livro do CPP, que traz institutos aplicáveis a todo processo
penal, ou seja, dizem respeito a diferentes ritos processuais.
AUDIÊNCIAS EXTRAORDINÁRIAS
Art. 791. Em todos os juízos e tribunais do crime, além das audiências e sessões
ordinárias, haverá as extraordinárias, de acordo com as necessidades do rápido
andamento dos feitos.
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PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
Ordena o CPP:
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Disposições Gerais CPP
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Manda o CPP:
Art. 794. A polícia das audiências e das sessões compete aos respectivos juízes
ou ao presidente do tribunal, câmara, ou turma, que poderão determinar o que for
conveniente à manutenção da ordem. Para tal fim, requisitarão força pública,
que ficará exclusivamente à sua disposição.
Art. 795. Os espectadores das audiências ou das sessões não poderão mani-
festar-se.
Parágrafo único. O juiz ou o presidente fará retirar da sala os desobedientes,
que, em caso de resistência, serão presos e autuados.
Atenção!
Na situação em que o réu apresente comportamento inadequado, poderá ser
retirado da sala de julgamento, porém o seu defensor permanece para que
lhe seja assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa. Nesse caso,
haverá a chamada defesa técnica, que é inalienável.
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Disposições Gerais CPP
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Atenção!
A falta de defesa gera nulidade absoluta e a deficiência de defesa gera nulidade
relativa.
Art. 797. Excetuadas as sessões de julgamento, que não serão marcadas para
domingo ou dia feriado, os demais atos do processo poderão ser praticados em
período de férias, em domingos e dias feriados. Todavia, os julgamentos inicia-
dos em dia útil não se interromperão pela superveniência de feriado ou domingo.
PRAZOS
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Disposições Gerais CPP
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A Súmula n. 310 do STF desenvolve a ideia contida no art. 798, § 3º, do CPP.
Mais uma vez, o STF ratifica o dispositivo legal (art. 798, § 5º, CPP) não dei-
xando, assim, qualquer dúvida sobre o assunto. Assim, a juntada do mandado
não gera o início da contagem dos prazos, mas, sim, do ato da intimação.
Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Adriano Barbosa.
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Disposições Gerais CPP II
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Art. 800. Os juízes singulares darão seus despachos e decisões dentro dos prazos
seguintes, quando outros não estiverem estabelecidos:
I – de dez dias, se a decisão for definitiva, ou interlocutória mista;
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Disposições Gerais CPP II
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Atenção!
Os prazos judiciais são prazos impróprios. A inobservância desses prazos não
traz consequências processuais para as partes. A consequência que pode
haver para o juiz é disciplinar.
§ 3º Em qualquer instância, declarando motivo justo, poderá o juiz exceder por igual
tempo os prazos a ele fixados neste Código.
§ 4º O escrivão que não enviar os autos ao juiz ou ao órgão do Ministério Público
no dia em que assinar termo de conclusão ou de vista estará sujeito à sanção es-
tabelecida no art. 799.
Observa-se no CPP:
Atenção!
Os artigos 801 e 802 não foram recepcionados pela Constituição Federal
de 1988. Não existe a possibilidade de redução de vencimento por parte de
magistrado.
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Disposições Gerais CPP II
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Observa-se no CPP:
Art. 803. Salvo nos casos expressos em lei, é proibida a retirada de autos do cartó-
rio, ainda que em confiança, sob pena de responsabilidade do escrivão.
Atenção!
O art. 803 também não foi recepcionado pela CF/1988, pois acaba com o direito
ao contraditório e à ampla defesa.
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Disposições Gerais CPP II
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Art. 804. A sentença ou o acórdão, que julgar a ação, qualquer incidente ou recur-
so, condenará nas custas o vencido.
Art. 805. As custas serão contadas e cobradas de acordo com os regulamentos
expedidos pela União e pelos Estados.
Art. 806. Salvo o caso do art. 32, nas ações intentadas mediante queixa, nenhum
ato ou diligência se realizará, sem que seja depositada em cartório a importância
das custas.
§ 1º Igualmente, nenhum ato requerido no interesse da defesa será realizado, sem
o prévio pagamento das custas, salvo se o acusado for pobre.
§ 2º A falta do pagamento das custas, nos prazos fixados em lei, ou marcados pelo
juiz, importará renúncia à diligência requerida ou deserção do recurso inter-
posto.
§ 3º A falta de qualquer prova ou diligência que deixe de realizar-se em virtude do
não-pagamento de custas não implicará a nulidade do processo, se a prova de po-
breza do acusado só posteriormente foi feita.
Art. 807. O disposto no artigo anterior não obstará à faculdade atribuída ao juiz de
determinar de ofício inquirição de testemunhas ou outras diligências.
Atenção!
O juiz e o delegado de polícia, na condição de inquérito policial, buscam a
chamada verdade dos fatos, também chamada de verdade material. Assim,
o juiz, por via de consequência, terá o poder de instrução, ou seja, poderá
determinar de ofício a inquirição de testemunhas.
Art. 808. Na falta ou impedimento do escrivão e seu substituto, servirá pessoa idô-
nea, nomeada pela autoridade, perante quem prestará compromisso, lavrando o
respectivo termo.
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