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Curso de Graduação
Versão 2010
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
SUMÁRIO i
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO GERAL iii
FORMULÁRIO GERAL v
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 99
INTRODUÇÃO GERAL
Metodologia Adotada
• O curso foi esquematizado da forma mais simples possível para ser ministrado através de
aulas expositivas, com diálogos, discussões, demonstrações, incluindo soluções de exercícios,
e, sempre que possível, com interpretação e aplicação prática de cada resultado.
• O conteúdo programático do curso é disposto de tal maneira que os assuntos mais difíceis são
abordados no seu final, sendo os capítulos colocados numa forma seqüencial e lógica para
auxiliar a aprendizagem.
• Além dos livros indicados abaixo foi preparada esta apostila, intitulada Conceitos Teóricos e
Exercícios Propostos de Eletromagnetismo, a qual tem o objetivo de servir de roteiro de
aulas teóricas e fonte suplementar de exercícios, reduzindo o tempo utilizado na exposição de
assuntos e transcrição de enunciados de exercícios no quadro, permitindo assim que mais
tempo seja dedicado a explicação e aplicação prática de conceitos da disciplina.
• Uma outra apostila de Exercícios Resolvidos de Eletromagnetismo também foi preparada,
contendo numerosos exemplos numéricos e literais de cada capítulo do programa, visando
com isto facilitar o entendimento e a auto-aprendizagem do aluno.
• Vários recursos didáticos poderão ser empregados no curso como: quadro e giz,
equipamentos audio-visuais, microcomputador e datashow.
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
INTRODUÇÃO GERAL iv
Formas de Avaliação
• São realizadas 3 provas do tipo sem consulta, com questões abertas ou dissertativas, isto é,
não são incluídas questões do tipo teste de múltipla escolha.
• São também aplicados 3 testes rápidos (30 minutos no máximo), distribuídos ao longo do
período, podendo estes ocorrem de surpresa, a critério do professor.
• É preparado um total de 9 listas de exercícios, relativas aos 9 capítulos, com 4 exercícios
cada uma, indicados previamente para cada aluno de acordo com a matéria lecionada nestes
capítulos, tomando como base o livro texto (referência [1]) e o livro de exercícios adotado
(referência [2]). Os exercícios são definidos pelo professor de tal maneira que nenhum aluno
tenha os mesmos quatro exercícios de seu colega. Cada lista deverá ser entregue até no
máximo uma semana após o encerramento das aulas correspondentes ao capítulo da lista.
• Para ser aprovado na disciplina, cada aluno deverá cumprir os seguintes requisitos:
Freqüência mínima de 75% nas aulas ministradas, a qual é verificada através de
chamada oral e/ou assinatura de lista de presença em sala de aula;
Soma total das notas obtidas nas diversas avaliações igual ou superior a 60 pontos de
um total de 100 pontos, os quais são distribuídos segundo o quadro abaixo.
FORMULÁRIO GERAL
1. DIVERGÊNCIA
∂D x ∂D y ∂D z
CARTESIANAS: ∇•D = + +
∂x ∂y ∂z
1 ∂ (ρDρ ) 1 ∂D φ ∂D z
CILÍNDRICAS: ∇•D = + +
ρ ∂ρ ρ ∂φ ∂z
2
1 ∂ (r D r ) 1 ∂ (sen θ D θ ) 1 ∂D φ
ESFÉRICAS: ∇•D = + +
r2 ∂r r sen θ ∂θ r sen θ ∂φ
2. GRADIENTE
∂V ∂V ∂V
ax + ay + az
CARTESIANAS: ∇V =
∂x ∂y ∂z
∂V 1 ∂V ∂V
aρ + aφ + az
CILÍNDRICAS: ∇V =
∂ρ ρ ∂φ ∂z
∂V 1 ∂V 1 ∂V
ar + aθ + aφ
ESFÉRICAS: ∇V =
∂r r ∂θ r sen θ ∂φ
3. LAPLACIANO
4. ROTACIONAL
∂H ∂H y ∂H ∂H z ∂H y ∂H x
CARTESIANAS: ∇ × H = z − a x + x − a y + − az
∂y
∂y ∂z ∂z ∂x ∂x
CILÍNDRICAS:
1 ∂H z ∂H φ
∇ × H = −
∂H
aρ + ρ −
∂H z
aφ +
( )
1 ∂ ρH φ ∂H ρ
− az
ρ ∂φ ∂z ∂z
∂ρ ρ ∂ρ ∂φ
ESFÉRICAS:
(
)
1 ∂ H φ senθ ∂H θ 1 1 ∂H r ∂ rH φ
ar +
( ) 1 ∂ (rH θ ) ∂H r
a θ +
∇×H = − − − aφ
rsenθ ∂θ ∂φ r rsenθ ∂φ ∂r r ∂r ∂θ
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
FORMULÁRIO GERAL vi
5. EQUAÇÕES DE MAXWELL
∫S B • dS = 0
∇•B = 0
−12 10 −9
Permissividade elétrica do vácuo: ε o = 8,854 × 10 ≅ [F/m]
36 π
−7
Permeabilidade magnética do vácuo: µ o = 4π × 10 [H/m]
Lei de Gauss: ∫S D • dS = Qinterna
∫S D • dS = ∫vol (∇ • D) dv
Teorema da Divergência:
ρ
∇2V = − v
Equação de Poisson:
ε
2
Equação de Laplace: ∇ V=0
I dL × a R
Lei de Biot-Savart: H=∫ onde IdL = K dS = J dv
4πR 2
Lei Circuital de Ampère: ∫ H • dL = I enlacada
∫ H • dL = ∫S (∇ × H ) • dS
Teorema de Stokes:
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
FORMULÁRIO GERAL vii
D = εoE + P
(
B = µo H + M )
P = χeεo E M = χmH
B = µH
D = εE
ε = εrεo µ = µ rµo
1 1
∫ D • Edv
WE =
2 ∫vol
B • Hdv
WH =
2 vol
∂Φ FE = QE
fem = − N
∂t
(
FM = Q v × B )
fem = ∫ E • d L
(
F = FE + FM = Q E + v × B )
∂B
fem = ∫ (
)
v × B • dL − ∫
S∂ t
• dS
dF = IdL × B
Φ = ∫ B • dS
dT = r × dF = IdS × B
S
NΦ dm = I dS
L=
I
d T = dm × B
2 WH
L=
I2
B = ∇×A
N 2Φ12
M12 = (J = 0)
H = −∇Vm
I1
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
FORMULÁRIO GERAL viii
#
10. FÓRMULAS DE DERIVADAS
d d
1. [a ] = 0 17. [cos u ] = − sen u du
dx dx dx
d d
2. [c x ] = c 18. [tgu ] = sec 2 u du
dx dx dx
d d
3. [ ]
c x n = c n x n −1 19. [cotgu ] = −cosec 2 u du
dx dx dx
d
4.
dx
[ x ] = 2 1x 20.
d
dx
[sec u ] = sec u tgu du
dx
d
5.
d
[n u ] = 1 du 21. [cosecu ] = −cosecu cotgu du
dx dx dx dx
n n u n −1
d
6.
d
[u + v] = du + dv 22. [arcsenu ] = 1 du
dx 1 − u 2 dx
dx dx dx
d
7.
d
[c u ] = c du 23. [arccosu ] = − 1 du
dx dx dx 1 − u 2 dx
d
8. [u v] = u dv + v du 24.
d
[arctgu ] = 1 2 du
dx dx dx dx 1 + u dx
du dv d
d u dx
v−
dx
u 25. [arccotgu ] = − 1 2 du
9. = dx 1 + u dx
dx v v2
d 1 du
d n du 26. [arcsecu ] =
10.
dx
[ ]
u = n u n −1
dx
dx u u 2 − 1 dx
d
11.
d u
[ ]
a = a u lna
du 27. [arccosecu ] = − 1 du
dx dx dx u u 2 − 1 dx
d v du dv
12.
dx
[ ]
u = v u v−1
dx
+ u v lnu
dx 28.
dy dy du
= (Regra de Chain)
dx du dx
d
13. [f (u )] = df du 29. dF =
∂F
dx +
∂F
dy +
∂F
dz
dx du dx
∂x ∂y ∂z
14.
d
[log a u ] = log a e du (a ≠ 0, a ≠ 1) (Diferencial total de F( x , y, z) )
dx u dx
dy ∂F ∂x
d 30. F( x , y) = 0 ⇒
15. [lnu ] = 1 du dx
=−
∂F ∂y
dx u dx
d
16. [sen u ] = cos u du
dx dx
#
u e v são funções de x; c, a e n são constantes arbitrárias.
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
FORMULÁRIO GERAL ix
#
11. FÓRMULAS DE INTEGRAIS
9. ∫ cos u du = sen u + C du
= ln u + u 2 − a 2 + C
27. ∫ 2 2
10. ∫ tg u du = −ln cos u + C = ln sec u + C u −a
du 1 u
11. ∫ cotg u du = ln sen u + C = −ln cosec u + C 28. ∫ =
a
arcsec + C
a
u u2 − a2
12. ∫ sec u du = ln sec u + tg u + C
du 1 a + u2 + a2
u π
= ln tg + + C
29. ∫ = − ln
a u
+C
2 4 u u2 + a2
u 2
u sen 2u
2 32. ∫ a 2 − u 2 du = a − u2
15. ∫ cos u du = + +C 2
2 4
2 a2 u
16. ∫ sec u du = tg u + C + arcsen + C
2 a
17. ∫ cosec 2 u du = −cotg u + C u
33. ∫ u 2 ± a 2 du = u2 ± a2
2
18. ∫ tg 2 u du = tg u − u + C
2
± ln u + u 2 ± a 2 + C
19. ∫ cotg u du = −cotg u − u + C
34. ∫ u dv = u v − ∫ v du (Integração por partes)
#
u e v são funções de x; C, a e n são constantes arbitrárias.
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo I: ÁNÁLISE VETORIAL 1
Capítulo I
ANÁLISE VETORIAL
1.1 – CONCEITOS GERAIS
B x = B x a x = (B.a x )a x
A.B
O ângulo θ compreendido entre 2 vetores A e B é obtido por: cos θ =
A B
onde a n = vetor unitário (versor) normal ao plano formado pelos vetores A e B , cuja direção
Exercício: Demonstrar que o volume de um paralelepípedo pode ser obtido através do produto
misto:
( )
vol = A × B • C
sendo A , B e C , respectivamente, o comprimento, a largura e a altura do
paralelepípedo.
aρ aφ az ar aθ aφ
az • 0 0 1 az • cosθ - senθ 0
Nota: O produto escalar entre o vetor unitário a x (ou a y ) e o vetor unitário a r (ou a θ ) do sistema
de coordenadas esféricas, é dado pelo coseno do ângulo formado entre o vetor unitário
esférico a r (ou a θ ) e sua projeção no plano xy, multiplicado pelo coseno do ângulo formado
Exercício: Completar o quadro abaixo relativo ao produto escalar entre vetores unitários dos
sistemas de coordenadas cilíndricas e esféricas
ar aθ aφ
aρ •
aφ •
az •
1.1) As superfícies que delimitam um volume são definidas por: ρ = 5 e ρ = 10, φ = 2π/9 e φ =
7π/9,
/9, z = 2 e z = 20. Determinar:
a) O volume determinado pelas
pela superfícies em questão, utilizando integração;
b) O comprimento de um segmento linear que une dois vértices opostos do volume.
Respostas: a) Volume = 375π;
375 b) PQ = 21,59 .
plana x + y + z = 2 . Determinar:
a) o vetor E no sistema de coordenadas cartesianas;
b) o ângulo θ que o vetor E faz com o vetor normal à superfície plana;
c) as duas componentes vetoriais de E normal e tangencial à superfície plana.
Respostas: a) E = −a x + a y + a z ; b) θ =70,53o;
1 1
( ) ( )
c) E N = a x + a y + a z e E T = − 4a x + 2a y + 2a z .
3 3
1.3) Um vetor A , com módulo igual a 10, está orientado do ponto P(r = 5; θ = π/4; φ = π/4) à
origem de um sistema de coordenadas cartesianas.. Expressar este vetor em:
a) coordenadas esféricas no ponto P.
b) coordenadas cartesianas no ponto P.
Respostas: a) A = −10 a r ; b) A = −5 a x − 5 a y − 5 2 a z .
1.7) Sejam dados os pontos A(r = 1, θ = π/3, φ = π/6) e B(r = 3, θ = π/2, /2, φ = π/4), os quais
representam 2 vértices extremos da porção de um volume esférico formado com estes pontos.
Determinar, usando integração quando possível, o seguinte:
a) O volume total (vol) da porção de volume esférico formado;
b) Os vetores normais de área, S r , Sθ S φ , que saem da superfície da porção de volume
esférico nas direções dos vetores unitários a r , aθ e aφ , respectivamente ;
1.8) Sejam dados os dois pontos A(r = 10, θ = 45o, φ = 0o) e B(r = 10, θ = 60o, φ = 90o).
Determinar:
a) A distância d entre os dois pontos medida em linha reta;
b) A distância d’ entre os dois pontos medida ao longo da superfície esférica r = 10.
Respostas: a) d = 11,37 unidades de comprimento.
b) d’ = 12,09 unidades de comprimento.
comprimento
1.9) a) Se os vetores A = xa x + 3a y + 3a z , B = 2a x + ya y + 2a z , e C = a x + a y + za z ,
representam os lados de um paralelepípedo retângulo, quais os valores de x, y e z?
b) Determinar o volume do paralelepípedo retângulo formado acima.
Respostas: a) x = –1,5,
1,5, y = –1,0, z = –0,5 unidades de comprimento;
b) vol. = 20,25 unidades de volume
( ) (
1.10) Sejam 2 pontos em coordenadas esféricas r = 5, θ = 60 o , φ = 30 o e r = 5, θ = 30 o , φ = 120 o . )
Determinar:
a) A distância entre os 2 pontos medida em linha reta;
b) A distância entre os 2 pontos medida ao longo da superfície esférica r = 5;
c) O ângulo entre as 2 linhas que se estendem da origem até os 2 pontos;
d) A área compreendida entre estas 2 linhas e o círculo de raio r = 5.
Respostas: a) AB = 5,32 unidades
unidades de comprimento; b) AB = 5,61 unidades de comprimento;
o
c) 64,34 = 1,123 rad, d) área = 14,04 unidades de área.
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo I: ÁNÁLISE VETORIAL 8
1.11) Um círculo, centrado na origem, com raio de 2 unidades, situa-se situa se sobre o plano xy.
Determinar o vetor unitário, situado sobre o plano
plan xy, que é tangente ao círculo no ponto P
( )
3 , 1, 0 e está apontado no sentido de crescimento do eixo y:
(a) Em coordenadas cartesianas; (b) Em coordenadas esféricas.
1 3
Respostas: a) a = − a x + ay ; b) a = a φ
2 2
1.12) Determinar uma expressão para calcular a distância entre dois pontos P (ρ1, φ1, z1 ) e
Q (ρ2 , φ2 , z 2 ) em função das coordenadas cilíndricas dos pontos.
1.13) Demonstrar que cos α = sen θ cos φ , usando produtos escalares, sendo:
α = ângulo entre o versor a r (coord. esférica) e o versor a x (coord. cartesiana)
a ρ • a x = cos φ e a z • a x = 0
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo II: LEI DE COULOMB E INTENSIDADE DE CAMPO ELÉTRICO 9
Capítulo II
Q1Q 2
F2 = 2
a12 [N]
4πε o R 12
onde:
R 12 = vetor orientado de Q1 a Q2
a 12 = versor orientado de Q1 a Q2
Notas: O módulo de F2 depende dos valores das cargas pontuais, da distância entre elas e do meio.
Adota-se vácuo como o meio neste caso, e em todas as análises posteriores até o capítulo 5.
A orientação de F2 (ou sentido de F2 ) depende apenas dos sinais das 2 cargas pontuais.
Força de uma carga pontual Q1 sobre uma carga de prova positiva QP situada num ponto P:
Q1Q P
FP = a1P
4πε o R 12P
F Q1
E = P = a1P (Unidade: N/C ou V/m)
Q P 4πε o R 12P
Nota: A orientação do campo elétrico E depende apenas do sinal da carga que o produz (Q1).
Assim, as linhas de força do campo elétrico saem (ou divergem) das cargas positivas e
entram (ou convergem) para as cargas negativas.
n Qm
E (r ) = ∑ a
2 m
[V/m]
m =1 4πε o r − rm
dQ
Definindo ρ v = = densidade volumétrica de carga (em C/m3), temos que dQ = ρvdv.
dv
Assim a fórmula para calcular o campo elétrico num ponto P, no vácuo, de um volume de cargas é:
dQ
E=∫ aR [V/m] (FÓRMULA GERAL)
4πε o R 2
sendo:
a R = versor orientado de dQ ao ponto P (saindo)
R = distância de dQ ao ponto P
εo = permissividade elétrica do vácuo [F/m]
dQ
Definindo ρ L = = densidade linear de carga (em C/m), temos que dQ = ρLdL.
dL
Demonstrar que a fórmula que fornece o campo elétrico num ponto P, no vácuo, devido a uma
filamento retilíneo ∞ com carga uniformemente distribuída (ver figura), é expressa por:
ρL
E= aρ
2πεoρ
sendo:
ρL = densidade linear de carga [C/m] (valor constante)
ρ = menor distância (direção normal) da linha ao ponto P [m]
a ρ = versor normal à linha orientado para o ponto P
E=∫
+∞ ρ L dz − z a z + ρa ρ +∞ (
ρ L dz − za z + ρa ρ)
(
z = −∞ 4πε z 2 + ρ 2 ) = ∫z = −∞ 3/ 2
= E z + Eρ
o
2
z +ρ 2
( 2
4πε o z + ρ 2
)
Por simetria E z = 0 .
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo II: LEI DE COULOMB E INTENSIDADE DE CAMPO ELÉTRICO 11
ρ ρ
E = E ρ = L [senα ]απ =/ 2− π / 2 a ρ = L [1 + 1]απ =/ 2− π / 2 a ρ
4πε o 4πε o
ρL
Daí chegamos finalmente a: E = E ρ = aρ
2πε o ρ
dQ
Definindo ρ S= = densidade superficial de carga (em C/m2 ), temos que dQ = ρS dS.
dS
Demonstrar que a fórmula que fornece o campo elétrico num ponto P, no vácuo, devido a uma
superfície plana ∞ com carga uniformemente distribuída (ver figura), é expressa por:
ρs
E= an
2ε o
sendo:
ρS = densidade superficial de
carga [C/m2] (constante)
a n = versor normal ao plano
orientado para o ponto P
Solução:
Observando a figura temos:
dQ = ρ s dS = ρ s ρdρdφ
R − ρa ρ + za z
R = −ρa ρ + za z e R = ρ2 + z 2 ⇒ aR = =
R ρ2 + z 2
Substituindo na fórmula geral acima obtemos:
2π +∞ ρ s ρdρdφ − ρa ρ + za z
E=∫ ∫ (
φ = 0 ρ = 0 4πε ρ 2 + z 2
o ρ2 + z 2 )
E=∫
2π +∞ (− ρ ρ a
s
2
ρ )
+ ρ s ρza z dρdφ
φ = 0 ∫ρ = 0
= Eρ + E z
2 3/ 2
4πε o ρ + z ( 2
)
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo II: LEI DE COULOMB E INTENSIDADE DE CAMPO ELÉTRICO 12
Por simetria E ρ = 0 .
ρ s za z 2 π +∞ ρ dρ ρ s za z + ∞ ρ dρ
E = Ez = ∫
4πε o φ = 0
dφ ∫
ρ=0 3/ 2
= ∫
2ε o ρ = 0 ρ 2 + z 2 3/ 2
(
ρ2 + z 2 ) ( )
Fazendo a substituição trigonométrica (ver triângulo ao lado):
ρ = z tgα
dρ = z sec 2 α dα ,
ρs
De uma forma mais geral, fazendo a z = a n ⇒ E = En = an
2ε o
Logo, para o plano ∞ com carga uniformemente distribuída, a magnitude de E é
independente da distância (z) do plano a P, e a direção de E é normal ao plano.
Fazendo ∆L → dL , obtemos:
dL = dx a x + dy a y
Como, E ∝ dL , obtemos:
Ex Ey
=
dx dy
Logo, basta resolver esta equação diferencial para obter a equação da linha de força no plano xy.
Ex Ey Ez
= = (Atenção: Resolve-se duas a duas, segundo as projeções em xy, yz e zx)
dx dy dz
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo II: LEI DE COULOMB E INTENSIDADE DE CAMPO ELÉTRICO 13
2.1) Uma linha infinita possui uma distribuição de carga com densidade ρL = -100 [ηC/m] e está
situada no vácuo sobre a reta y = –5 [m] e z=0. Uma superfície plana infinita possui uma
distribuição de carga com densidade ρS = α/π [ηC/m2] e está situada no vácuo sobre o plano
z = 5 [m]. Determinar o valor da constante α para que o campo elétrico resultante no ponto
P(5,5,-5) não possua componente no eixo z.
Resposta: α = 4.
2.2) Dado um campo E(ρ, φ ) = E ρ (ρ, φ )aρ + E φ (ρ, φ)a φ em coordenadas cilíndricas, as equações
das linhas de força em um plano z = constante são obtidas resolvendo a equação diferencial:
Eρ Eφ = d ρ ρ d φ
a) Determinar a equação da linha de força que passa pelo ponto P(ρ = 2, φ = 30o, z = 0) para o
campo E = ρ sen 2φ aρ − ρ cos 2φ a φ .
b) Determinar um vetor unitário passando pelo ponto P(ρ = 2, φ = 30o, z = 0), que seja
paralelo ao plano z = 0 e normal a linha de força obtida no item anterior.
1 3
Respostas: a) ρ 2 = 8 cos 2φ ; b) a = ± aρ + aφ .
2 2
2.3) Duas linhas infinitas de carga com mesmas densidades lineares uniformes ρL = k [ηC/m]
estão colocadas sobre o plano z = 0. As duas linhas se cruzam no ponto (-2, 1, 0), sendo que
uma é paralela ao eixo x e a outra paralela ao eixo y. Determinar exatamente em que posição
no plano z = 0 deverá ser colocada uma carga pontual Q = k [ηC] para que o campo elétrico
resultante na origem se anule.
4 5 − 24 5
Resposta: P ; ;0 .
5 5
2.4) Determinar a força que atua sobre uma carga pontual Q1 em P(0,0,a) devido à presença de
uma outra carga Q2, a qual está uniformemente distribuída sobre um disco circular de raio a
situado sobre o plano z=0.
Q 1Q 2
Resposta: F = ( )
⋅ 2 − 2 az
4πε o a 2
(
2.5) Seja um campo elétrico dado por E = 5e − 2 x sen 2 y a x − cos 2 y a y )
[V m] . Determinar:
a) A equação da linha de força que passa pelo ponto P(x=0,5; y=π/10; z=0);
b) Um vetor unitário tangente a linha de força no ponto P.
2.7) Duas bolas dielétricas iguais de diâmetro bem pequeno, pesando 10 g cada uma, podem
deslizar livremente numa linha plástica vertical. Cada bola é carregada com uma carga
negativa de 1 µC. Qual é a distância entre elas, se a bola inferior for impedida de se mover?
Resposta: d = 300 [mm]
2.8) Duas cargas pontuais de +2 C cada uma estão situadas em (1, 0, 0) m e (-1, 0, 0) m. Onde
deveria ser colocada uma carga de –1 C de modo que o campo elétrico se anule no ponto (0,
1, 0)?
Resposta: Em (x = 0, y = 0,16 m, z = 0)
2.10) Uma carga é distribuída uniformemente, com densidade ρ s = 10 −9 (18π ) C/m2, sobre uma
lâmina retangular finita de 1 mm × 1 m, estando centrada na origem, sobre o plano z = 0, e
com os lados paralelos aos eixos x e y. Usando aproximações de senso comum, estimar o
valor do campo elétrico E nos seguintes pontos do eixo z:
(a) z = 0,001 mm; (b) z = 1 cm; (c) z = 100 m
0,1 10 −7
Respostas: a) E = 1a z [V/m]; b) E = a z [V/m]; c) E = a z [V/m]
π 2π
2.11) Quatro cargas pontuais, iguais a 3 µC localizam-se, no vácuo, nos quatro vértices de um
quadrado de 5 cm de lado. Determine o módulo da força que age em cada carga.
Resposta: 61,9 N
2.12) Uma carga pontual de 1 nC localiza-se na origem, no vácuo. Determine a equação da curva no
plano z = 0, para o qual Ex = 1 V/m.
3
(
Resposta: 80,8x 2 = x 2 + y 2 ) ou ρ = 2,998 cos φ
Capítulo III
É o fluxo por área produzido por cargas livres e é independente do meio onde estas estão situadas.
dQ
Fórmula geral: D = εo E = ∫ aR (Unidade: C/m2)
2
4πR
“O fluxo elétrico (líquido) que atravessa qualquer superfície fechada é igual a carga total interna
envolvida por esta superfície”.
A expressão matemática é dada por:
Ψtotal = ∫ D.d S = Qinterna (Unidade: C)
S
onde,
Qinterna = ∫ ρ vdv (Nota: No SI: Ψtotal = Q int )
vol.
a) Carga pontual Q
Em forma vetorial:
Q
D= aR ( D é inversamente proporcional ao quadrado da distância)
4πR 2
Em forma vetorial:
ρL
D= aρ ( D é inversamente proporcional à distância)
2πρ
c) Cabo coaxial ∞ com os condutores central (+Q) e externo (–Q) com ρs constante
Aplicando a lei de Gauss para uma gaussiana cilíndrica de raio ρ (ver figura),
∫ D • d S = Q int
Sgaussiana
temos as seguintes situações:
i) Se ρ < a ⇒ D = 0, pois a carga interna é nula
ii) Se ρ > b ⇒ D = 0, pois a carga interna líquida é nula (blindagem eletrostática)
iii) Se a < ρ < b (gaussiana tracejada) ⇒ D 2π ρ L = +Q
Q
Daí obtemos: D =
2πρL
ρs a ρ L dQ Q Q ρ
D= = onde ρ s = = = = L
ρ 2πρ dS S 2πa L 2πa
Em forma vetorial:
ρ a ρ
D = s a ρ = L a ρ ( D é inversamente proporcional à distância)
ρ 2πρ
3.4 – DIVERGÊNCIA
aplicado ao vértice A(x,y,z) do pequeno volume retangular da figura acima dado por:
∆v = ∆x ∆y ∆z
∇ • A = lim S
∫ A • dS
(Nota: O resultado desta operação é um escalar.)
∆v → 0 ∆v
Para a superfície que envolve o pequeno volume retangular da figura acima temos:
∫ A • dS = ∫ + ∫ + ∫ + ∫ + ∫ + ∫ A • dS
S S ABCD S EFGH S ADHE S BCGF S ABFE S DCGH
Similarmente a estas duas integrais, obtemos os fluxos líquidos de A nas direções y e z como:
∂A y
∫ + ∫ A • d S ≅
∂y
∆x ∆y ∆z
SADHE S BCGF
∂A z
∫ + ∫ A • dS ≅
∂z
∆x ∆y ∆z
S ABFE S DCGH
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo III: DENSIDADE DE FLUXO ELÉTRICO, LEI DE GAUSS E DIVERGÊNCIA 18
Somando as 3 expressões anteriores, obtemos o fluxo total líquido que sai do pequeno volume:
∂A x ∂A y ∂A z
∫ A • d S ≅ ∂x + ∂y + ∂z ∆x ∆y ∆z
S
Substituindo esta última expressão na equação que define a divergência e simplificando, obtemos:
∂A x ∂A y ∂A z
∇•A = + +
∂x ∂y ∂z
∇ • D = lim S
∫ D • d S = lim ∆Q = dQ = ρ
v
∆v → 0 ∆v ∆v → 0 ∆v dv
Notas:
∇ • D > 0 ⇒ A região é fonte de fluxo ou a carga líquida da região é positiva.
∇ • D < 0 ⇒ A região é sorvedoura de fluxo ou a carga líquida da região é negativa.
∇ • D = 0 ⇒ A região não é fonte nem sorvedoura de fluxo ou a carga líquida é nula.
∫
Da lei de Gauss, temos que: S D • d S = Qint
Notas:
1. O teorema da divergência pode ser aplicado a qualquer campo vetorial.
2. O operador vetorial ∇ é somente definido em coordenadas cartesianas pela expressão:
∂ ∂ ∂
∇= ax + ay + az
∂x ∂y ∂z
Logo, não existe uma expressão para ∇ em coordenadas cilíndricas, nem em esféricas.
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo III: DENSIDADE DE FLUXO ELÉTRICO, LEI DE GAUSS E DIVERGÊNCIA 19
2α r 2 2α R 2 R
Resposta: D = a r [C/m ] para 0 < r < R e D = a r [C/m2] para r ≥ R .
5 2
5r
3.2) Uma carga com densidade linear uniforme ρL = k [ηC/m] está distribuída sobre o semi-eixo
positivo de z. No plano z = 0, uma outra carga com densidade superficial ρS = k/(2πρ)
[ηC/m2] é distribuída. Determinar o fluxo elétrico total que atravessa o cilindro ρ = a [m],
cujas bases estão situadas sobre os planos z = a e z = – a (a > 0).
Resposta: ΨT = 2k a [ηC ].
3.3) O plano z=0 contém uma distribuição superficial uniforme de carga com ρS = 10 [ηC/m2].
Determinar a quantidade de linhas de fluxo que atravessa o triângulo formado pelos pontos A
(0,2,0), B (2,0,2) e C (–2,0,2).
Resposta: Ψ = 20 [ηC ].
3.4) Determinar o fluxo elétrico líquido total que sai da porção de um cilindro definido por:
0 ≤ ρ ≤ 2, 0 ≤ φ ≤ π/2, 0 ≤ z ≤ 3, devido as seguintes condições:
a) uma carga distribuída no interior da porção do cilindro com densidade volumétrica de
carga dada por ρv = 4xyz2 [C/m3], sendo que ρv = 0 no exterior da porção de cilindro.
b) a mesma quantidade de carga do item anterior, porém sendo toda ela concentrada na
origem.
Respostas: a) 72 [C]; b) 9 [C].
3.6) Determinar o fluxo total que atravessa um cubo de lado a = 1 [m], centrado na origem e
arestas paralelas aos eixos coordenados para cada uma das seguintes situações:
a) Uma carga pontual Q = 20 [ηC] situada na origem;
b) Uma linha infinita de cargas com densidade ρL = 20 [ηC/m] situada sobre o eixo x.
Repetir a questão e calcular o fluxo que atravessa a face superior do cubo nas duas situações.
10
Respostas: a) ΨT = 20 [ηC ]; b) ΨT = 20 [ηC ] e a) ΨT = [ηC ]; b) ΨT = 5 [ηC ].
3
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo III: DENSIDADE DE FLUXO ELÉTRICO, LEI DE GAUSS E DIVERGÊNCIA 20
3.7) Seja ρ v = 8z(1 − z ) [C/m3] para 0 < z < 1, ρ v = 8z(1 + z ) [C/m3] para – 1 < z < 0 e
ρ v = 0 para o restante do espaço. Determinar D em todo o espaço usando a Lei de Gauss.
D=
4
3
( )
⋅ − 2z 3 + 3z 2 − 1 a z [C/m3] para 0 < z < 1, D = 0 para z ≥ 1.
3.8) Determinar o quantidade de fluxo elétrico devido a uma carga pontual Q na origem que passa
através das superfícies esféricas definidas por:
a) raio = r, estendendo de θ = 30o a θ = 60o, e de φ = 0o a φ = 360o;
b) raio = 2r, estendendo de θ = 0o a θ = 90o, e de φ = 0o a φ = 90o.
Respostas: a) ψ = [( ) ]
3 − 1 / 4 Q = 0,183 Q ; b) ψ = Q/8
3.9) Seja uma distribuição de carga no espaço onde ρV = K/r C/m3 para r < 2R e ρV = 0 para
r > 2R, sendo K uma constante positiva.
a) Determinar a carga total contida dentro da esfera de raio r = R;
b) Determinar a densidade de fluxo elétrico que sai da superfície esférica r = R.
K
Respostas: a) Qint . = 2πKR 2 ; b) D = ar
2
3.10) Uma carga pontual Q =24π µC está localizada na origem, uma carga de densidade ρs1 = −24
µC/m2 está distribuída na superfície esférica r = a = 0,5 m, e uma carga de densidade
ρs 2 = 24 µC/m2 está distribuída na superfície esférica r = b = 1 m.
Determinar D em todas as regiões.
6
Resposta: D= 2
a r µC/m2 para r < 0,5 m; D = 0 para 0,5 ≤ r < 1 m;
r
24
D= 2
a r µC/m2 para r ≥ 1 m
r
3.11) Uma linha infinita de carga uniformemente distribuída com densidade ρ L = 1 C / m está
colocada sobre o eixo y. Determinar o fluxo elétrico total que atravessa as seguintes
superfícies:
(a) a porção do plano z = 1 m, limitada por –1 < x < 1 m e –1 < y < 1 m;
(b) a esfera de raio r = 1 m, centrada na origem.
Respostas: a) ψ = 0,5 C; b) ψ = 2 C.
3.12) a) Calcular a carga total em todo o espaço se a densidade volumétrica de carga é expressa em
coordenadas esféricas como ρ v = 1 /( r 3 + a 3 ) 2 , sendo a uma constante.
b) Qual é o raio da esfera, centrada na origem, com densidade volumétrica de carga constante,
ρ v = 8 , que contém a mesma carga total do item anterior.
4π 1
Respostas: a) Q T = ; b) r = .
3a 3 2a
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo IV: ENERGIA E POTENCIAL 21
Capítulo IV
ENERGIA E POTENCIAL
4.1 – ENERGIA (TRABALHO) PARA MOVER UMA CARGA PONTUAL EM UM
CAMPO ELÉTRICO
Substituindo FE = QE , chega-se a:
dW = −QE .dL
Integrando, obtém-se o trabalho (energia) necessário para mover uma carga Q desde o início (ponto
B) até o final (ponto A) de uma trajetória, sob a ação do campo elétrico E , dado por:
Final ( A )
W = −Q ∫ E .d L
Início ( B)
A diferença de potencial VAB entre 2 pontos A e B é definida como sendo o trabalho necessário
para movimentar uma carga pontual unitária positiva desde B (tomado como referência) até A.
VAB =
W
⇒ VAB = −∫BAE.dL (FÓRMULA GERAL)
Q
Q 1 1
VAB = − = VA − VB
4πε0 rA rB
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo IV: ENERGIA E POTENCIAL 22
Q
Se B → ∞ ⇒ VB → 0 ⇒ VA = (potencial absoluto)
4πε0 rA
Q
V=
4πε0 R
dQ
V=∫ 4πε0R
ρ A ρL
VAB = − ∫ a .dρ aρ
ρB 2πε ρ ρ
0
ρL ρ
VAB = ln B
2πε0 ρA
z A ρs
VAB = − ∫ a z .dz a z
z B 2ε
0
ρs
VAB = ( zB − zA )
2ε 0
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo IV: ENERGIA E POTENCIAL 23
dV
∇V = aN (resultado = vetor)
dN
dV dV
∇V = aN = a N = Ga N = G
dN dL cos θ
Daí, GdL cos θ = dV ⇒ G • dL = dV
onde:
G = G x a x + G ya y + G za z = G a N
dL = dx a x + dy a y + dz a z = dL a L
∂V ∂V ∂V
dV = dx + dy + dz
∂x ∂y ∂z
sendo:
dL = vetor comprimento diferencial medido numa direção qualquer,
dN = dLcosθ = menor distância entre as 2 superfícies equipotenciais V1 e V2.
a) ∇ V é normal a V
b) ∇ V aponta no sentido do crescimento de V
Logo ∇ V é um vetor que dá a máxima variação no espaço de uma quantidade escalar (módulo do
vetor) e a direção em que este máximo ocorre (sentido do vetor).
Exemplo: Utilizando gradiente, determinar a expressão de E para uma carga pontual na origem.
Q
Solução: O potencial de uma carga pontual na origem (no vácuo) é: V =
4πε 0 r
Tomando o gradiente de V, em coordenadas esféricas, sabendo-se que V = f(r):
∂V Q −1 Q
E ar
e fazendo E = −∇V ⇒ E = − a = − a
2 r ⇒ =
4πε0r 2
r
∂r 4πε0 r
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo IV: ENERGIA E POTENCIAL 24
É um sistema com 2 cargas pontuais iguais e simétricas (figura c) bem próximas tal que d < < r,
sendo d a distância (separação) entre as cargas e r a distância do centro do dipolo a um ponto P
desejado.
Qd
E= ( 2 cos θar + sen θaθ ) (obtido de E = − ∇ V )
4πε0 r 3
p . ar
Vp =
4πε0 r 2
Notas:
a) Com o aumento da distância, o potencial e o campo elétrico
caem mais rápidos para o dipolo elétrico do que para a carga
pontual.
b) Para o dipolo elétrico fora da origem, o potencial é dado por:
p . aR
Vp =
4πε0 R 2
onde:
a R = versor orientado do centro do dipolo ao ponto desejado;
R = distância do centro do dipolo ao ponto desejado.
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo IV: ENERGIA E POTENCIAL 25
WE = trabalho total para trazer 3 cargas Q1, Q2, Q3 do ∞ e fixá-las nos pontos 1, 2, 3, nesta ordem:
WE =W1 + W2 + W3
WE = 0 + Q2 V2,1 + Q3 V3,1 + Q3 V3,2 (i)
Se as 3 cargas forem fixadas na ordem inversa, isto é, fixando Q3, Q2, Q1, nos pontos 3, 2, 1, temos:
W E = W3 ’ + W 2 ’ + W1 ’
WE = 0 + Q2 V2,3 + Q1 V1,2 + Q1 V1,3 (ii)
1 N
Para N cargas: WE = ∑ Q i Vi
2 i =1
[J]
Para uma região com distribuição contínua de carga, substituímos Qi da fórmula acima pela carga
diferencial dQ = ρvdv e a somatória se transforma numa integral em todo o volume de cargas.
1
WE = ∫ ρ v Vdv [J]
2 vol
Pode-se demonstrar que o trabalho pode ser também expresso em função de D e/ou E como:
1 1 2 1 D2
WE = ∫ D • E dv
2 vol
ou WE = ∫ ε0E dv
2 vol
ou WE = ∫ ε0 dv
2 vol
Nota: A densidade de energia do campo elétrico no vácuo pode ser obtida pelas expressões:
dWE 1 1 2 1 D2
= D • E = ε0 E = [J/m3]
dv 2 2 2 ε0
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo IV: ENERGIA E POTENCIAL 26
Supondo uma gaussiana cilíndrica no interior do dielétrico (vácuo) de raio a < ρ < b, e
aplicando a lei de Gauss ( ∫ D • d S = Q int ), obtemos:
S
ρ a
D 2πρL = ρ s 2πaL ⇒ D = s
ρ
Substituindo na equação de energia obtida acima:
1 D2
WE = ∫
1
dv = ∫
L 2π b
( ρs a / ρ )2 ρdρdφdz
2 vol ε0 2 z =0 ∫ ∫ ε0
φ=0 ρ=a
1 ρs2 a 2
WE = [lnρ]ba 2πL
2 ε0
Ex. 2 Calcular a energia WE armazenada num capacitor de placas paralelas no vácuo, sendo V a
diferença de potencial entre as placas iguais de área S e separadas por uma distância d.
Supor o campo elétrico entre as placas uniforme desprezando os efeitos de bordas.
4.1) Três cargas pontuais idênticas de carga Q são colocadas, uma a uma, nos vértices de um
quadrado de lado a. Determinar a energia armazenada no sistema após todas as cargas serem
posicionadas.
Q2
Resposta: WE =
8πε o a
(
⋅ 4 + 2 [J]. )
4.2) Seja uma carga distribuída ao longo da porção |z| < 1 m do eixo z, com densidade linear de
carga ρL = kz [ηC/m]. Determinar:
a) O potencial em um ponto qualquer sobre o plano z = 0;
b) O potencial em um ponto do eixo z situado a uma altura h = 2 m do plano z = 0.
Respostas: a) VA = 0; b) VB = 1,775 [kV].
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo IV: ENERGIA E POTENCIAL 27
4.3) Um quadrado de vértices A(0,0,0), B(0,1,0), C(1,1,0) e D(1,0,0), possui uma distribuição
linear uniforme de carga com densidade ρL = 10 [pC/m] ao longo do lado AB, uma carga
pontual Q1 = 1 [pC] no vértice C, uma carga pontual Q2 = -10 [pC] no vértice D. Determinar,
no centro P do quadrado:
a) O potencial elétrico devido a cada uma das três cargas;
b) O potencial elétrico total devido às três cargas.
Respostas: a) VP1 = 0,0127 [V], VP2 = – 0,127 [V], VL = 0,1584 [V]; b) VPT = 0,044 [V].
Respostas: a) VAB = 26,15 [V]; b) VA = 26,15 [V]; c) VA = 27,14 [V]; d) VA = 33,33 [V].
4.5) Uma superfície esférica no espaço livre, definida por r = 4 cm, contém uma densidade
superficial de carga de 20 [µC/m2]. Determinar o valor do raio rA,, em centímetros, se a região
compreendida entre as esferas de raios r = 6 cm e r = rA contém exatamente 1 mJ de energia.
1 1 1 1 1
Respostas: a) Q = 2πε o k ⋅ − ; b) WE = πε o k 2 ⋅ − .
b a 2 2 2
a b
4.7) Uma linha de cargas uniforme de 2 m de comprimento com carga total de 3 nC está situada
sobre o eixo z com o ponto central da linha localizado a +2 m da origem. Num ponto P sobre
o eixo x, distante +2 m da origem, pede-se:
a) Determinar o potencial elétrico devido a linha de cargas;
b) Determinar o potencial elétrico se a carga total for agora concentrada no ponto central da
linha;
c) Calcular e comentar sobre a diferença percentual entre os dois valores de potencial obtidos.
Respostas: a) VPL = 9,63 V;
b) VPQ = 9,55 V;
c) (VPQ – VPL)x100%/VPQ = -0,83 %
Uma carga concentrada produz um potencial menor do que esta mesma carga
distribuída, caso sejam iguais as distâncias dos centros destas cargas ao ponto
desejado.
4.8) Uma carga Q0 = +10 µC está colocada no centro de um quadrado de lado 1 m e vértices A, B,
C, D. Supondo o meio o vácuo, determinar o trabalho necessário para:
a) Mover a carga QA = +10 µC do infinito até fixá-la no vértice A do quadrado;
b) Mover também a carga QB = –20 µC do infinito até fixá-la no vértice B do quadrado;
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo IV: ENERGIA E POTENCIAL 28
4.10) a) Determinar a fórmula para o cálculo da diferença de potencial entre 2 pontos quaisquer A
e B devido a uma carga pontual Q, no vácuo. (Supor a carga na origem.)
b) Determinar a fórmula para o cálculo da diferença de potencial entre 2 pontos quaisquer A
e B devido a uma carga distribuída uniformemente numa linha infinita com densidade ρL,
no vácuo.
c) Uma carga com densidade linear constante ρL está distribuída sobre todo o eixo z e uma
carga pontual Q está localizada no ponto (1, 0, 0). Sejam os pontos A(4, 0, 0), B(5, 0, 0)
e C(8, 0, 0). Se VAB = VBC = 1 volt, determinar os valores numérico de ρL e de Q. O
meio é o vácuo.
Q 1 1
Respostas: a) VAB = − ;
4πε o rA rB
ρ ρ
b) V AB = L ln B ;
2πε o ρ A
c) ρ L = −86,81 pC/m; Q = 1800,04 pC
( )
4.11) Sabendo-se que V = 2x 2 y + 20z − 4 ln x 2 + y 2 V, no vácuo, determine o valor das seguintes
grandezas no ponto P(6; -2,5; 3):
a) V; b) E ; c) D ; d) ρv.
Capítulo V
Para um condutor com m densidade de carga dos elétrons ρv = ρe, onde os elétrons se deslocam com
velocidade de arrastamento (“drift speed”) v = v d = −µ e E (µe = mobilidade dos elétrons), tem-se:
tem
J = ρ e v d = ρ e (− µ e E ) = (− ρ e µ e ) E
A tabela a seguir mostra as expressões para cálculo da condutividade σ de vários meios. Observe
O
que o sinal menos é compensado pelo valor negativo da densidade volumétrica de carga negativa.
Daí, I = ∫s J • d S
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo V: CONDUTORES, DIELÉTRICOS E CAPACITÂNCIA 30
A corrente através de uma superfície fechada (fluxo de cargas positivas para fora da superfície) é
igual a razão do decréscimo de cargas positivas (ou acréscimo de cargas negativas) no interior da
região – princípio da continuidade. Matematicamente, expressamos como:
dQi
I = ∫s J • d S = − (Forma integral da equação da continuidade)
dt
dQ i
onde + = razão (taxa) de acréscimo (incremento) de cargas no tempo dentro da superfície.
dt
∂ρ v
∇•J =− (Forma pontual da equação da continuidade)
∂t
“A corrente ou carga por segundo que sai (diverge) de um pequeno volume é igual a razão
de decréscimo de carga por
p unidade de volume em cada ponto.”
a
Vab − ∫b E • dL
R= = [Ω] (parâmetro positivo)
I ∫sσE • d S
Exemplo: Calcular R para o condutor em forma de cunha da figura, para J (ou I) no sentido radial.
I I k J k
J= = = ⇒E= = aρ
S ρφh ρ σ σρ
ρ
k k b ρ
ρ
∫ρab dρ σ ln ρ ln b
ρ
= a
σρ ρa
R= =
h φ k kφh σφh
∫0 ∫0 ρdφdz
ρ
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo V: CONDUTORES, DIELÉTRICOS E CAPACITÂNCIA 31
Exemplo: Calcular o campo elétrico E no ponto P(0,1,1) m, para a configuração mostrada abaixo.
Q1 Q2
E= a R1 + a R2
4πε o R 12 4πε o R 22
onde:
a R1 = R 1 / R 1 , sendo R 1 = a y − a z o vetor distância orientado de Q1 = Q a P,
a R 2 = R 2 / R 2 , sendo R 2 = a y + 3a z o vetor distância orientado de Q2 = –Q a P.
Polarização P é definido como sendo o momento elétrico total por unidade de volume, isto é:
1 n∆v p
P = lim ∑ pi = lim total (Unidade: C/m2 – mesma unidade de D )
∆v → 0 ∆v i =1 ∆v → 0 ∆v
Q = ∫ D • dS (
(Nota: D sai ou diverge da carga livre positiva)
positiva
QP = − ∫ P • dS (
(Nota: P sai ou diverge da carga de polarização negativa)
A lei Gauss em termos da carga total, QT, (lei de Gauss generalizada) é expressa
ressa por:
QT = ∫ εo E • dS
onde:
QT = Q + QP = soma da carga livre com a carga de polarização
εo = 8,854×10-12 = permissividade elétrica do vácuo (unidade: F/m)
Substituindo as cargas pelas suas expressões com integrais, obtemos a seguinte expressão geral que
relaciona os 3 campos D , E e P , para qualquer tipo de meio:
D = εo E + P (Nota: No vácuo P = 0 )
Para um material linear, homogêneo e isotrópico (mesma propriedade em todas as direções) tem-se:
tem
P = χeεo E [C/m2]
D = εE
onde:
ε = εR εo
Relações usando as densidades volumétricas de carga livre, ρv (ou simplesmente ρ), de carga de
polarização, ρP, e de carga total, ρT:
Q = ∫v ρ v dv ∇ • D =ρv
Q P = ∫v ρ P dv ∇ • P = −ρ P
Q T = ∫v ρ T dv ∇ • ε o E = ρT
5.7 – CAPACITÂNCIA
Q ∫ εE • d S
C= = s [F] (parâmetro positivo)
Vo − ∫ + E • dL
−
Ex. 1: Carrega-se
se um capacitor de placas planas
planas paralelas no espaço livre com uma fonte de tensão
constante. Desconsiderando os efeitos de bordas (capacitor ideal), determinar as variações
instantâneas sofridas por: WE, D, E, C, Q, V, e ρs, quando:
a) O espaço livre entre as placas é substituído por um dielétrico com εR = 3;
b) A fonte de tensão é removida com as placas afastadas tal que d2 = 3d1.
∫ D • d S = Q int erna
Q
D 2πρL = + Q ⇒ D =
2πρL
D Q
E= = aρ
ε 2περL
a Q
Vo = Vab = − ∫ρ= b a ρ • dρ a ρ
2περL
a
−Q Q b
Vo = ln ρ ⇒ Vo = ln
2πεL b 2πεL a
Q 2πεL
C= =
Vo ln(b / a )
∫ D • d S = Q int erna
Q
D 4πr 2 = Q ⇒ D =
4πr 2
D Q
E= = ar
ε 4πε r 2
a Q
Vo = Vab = − ∫r = b a r • dr a r
4πεr 2
a
− Q − 1 Q 1 1
Vo = ⇒ Vo = −
4πε r b 4πε o a b
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo V: CONDUTORES, DIELÉTRICOS E CAPACITÂNCIA 36
Q 4πε
C= = Se b → ∞ ⇒ C = 4πε a = capacitância
(Se apacitância do capacitor esférico isolado)
Vo 1 1
−
a b
Ex. 4: Determinar C de uma linha de transmissão com dois fios infinitos paralelos
Seja uma configuração condutora constituída por 2 fios (infinitos) paralelos, situados em um meio
de permissividade ε,, conforme mostrado na figura abaixo.
Foi visto no capítulo 4 que a diferença de potencial entre 2 pontos A e B devido a um fio infinito
com carga uniformemente distribuída é dada por:
ρ ρ
VAB = L ln B ( A e ρB são as menores distâncias do fio aos pontos A e B)
(ρ (01)
2πε ρA
Para os 2 fios infinitos paralelos da figura, com cargas simétricas com densidade linear uniforme, o
potencial do ponto P(x, y, 0) em relação a um ponto qualquer O (referência) no plano x = 0, é:
ρ ρ ρ ρ ρ ρ
VPO = L ln 0 − L ln 0 = L ln 2 (02)
2πε ρ1 2πε ρ 2 2πε ρ1
onde: ρ1 e ρ10 = ρ0 são as menores distâncias do fio 1 (carga +) aos pontos P e O, respectivamente;
ρ2 e ρ20 = ρ0 são as menores distâncias do fio 2 (carga –)) aos pontos P e O, respectivamente.
Da figura tem-se:
ρ1 = (x − a )2 + y 2 (03)
ρ2 = (x + a )2 + y 2 (04)
Substituindo
stituindo (03) e (04) em (02) e fazendo VPO = V (com a referência V0 = 0 implícita), obtém-se:
obtém
ρ
V = L ln
(x + a )2 + y2 =
ρL
ln
( x + a )2 + y 2
(05)
2πε (x − a )2 + y 2 4πε (x − a )2 + y 2
Seja V = V1 = constante, uma superfície equipotencial. Então, o lugar geométrico dos pontos no
espaço em que V = V1 é obtido fazendo:
fazend
(x + a )2 + y 2 = e 4 πεV1 / ρ L = k1 (06)
(x − a )2 + y2
onde k1 é uma constante arbitrária dependente de V1 e expressa por:
ρ
V1 = L ln k1 (07)
4πε
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo V: CONDUTORES, DIELÉTRICOS E CAPACITÂNCIA 37
ou
2
h + h 2 − b2
k1 = (13)
b
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo V: CONDUTORES, DIELÉTRICOS E CAPACITÂNCIA 38
Q ρ L 2πεL
C= = L ⇒ C= (15)
Vo V1 − 0 ln h + h 2 − b 2 b
Para b << h, obtém se a capacitância de um capacitor formado por um fio condutor (de raio muito
pequeno e igual a b) e um plano condutor, separados por uma distância h:
2πεL
C= (16)
ln (2h b )
A expressão (15) também permite obter a capacitância do capacitor formado por 2 condutores
cilíndricos nos potenciais V1 e –V
– 1 (cargas simétricas), separados um do outro por uma distância
2h (ver figura abaixo).
Q ρL L ρ L C πεL
C' = = = L = ⇒ C' = (17)
Vo V1 − (− V1 ) 2V1 2 ln h + h 2 − b 2 b
Para b << h, obtém se a capacitância de um capacitor formado por 2 fios condutores (de raios
muito pequenos e iguais a b), separados por uma distância 2h – configuração de uma linha de
transmissão:
πεL
C' = (18)
ln (2h b )
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo V: CONDUTORES, DIELÉTRICOS E CAPACITÂNCIA 39
5.1) Uma carga está distribuída. com densidade linear de carga ρL = π/z /z [ηC/m],
[ ao longo do
segmento que se estende do ponto (0,0,a) ao ponto (0,0,3a), sendo a > 0. Sabendo que sobre o
plano z = 0 existe um plano condutor bastante grande, pede-se:
pede
a) Determinar a densidade superficial de carga na origem;
b) Se esta carga linearmente distribuída fosse concentrada em um ponto, determinar a posição
no eixo z que ela deveria ser colocada para obter a mesma solução de (a).
−2 2 3
Respostas: a) ρS = 2 [ηC/m [ ]; b) z = ln3 a = 1,5722a [m].
9a 2
5.2) Suponha que o plano z = 1 m separa o espaço em duas regiões com dielétricos de
permeabilidades relativas εR1 = 2 e εR2 = 4. A região 1 contém uma carga pontual de 10
[ηC]
C] situada na origem. Determinar, a partir das condições de contorno para materiais
dielétricos perfeitos (Dn1 = Dn2 e Et1 = Et2), o seguinte:
a) O campo elétrico na região 1, aplicado ao ponto (0, 2, 1);
b) O campo elétrico na região 2, aplicado ao ponto (0, 2, 1);
c) O ângulos
los formados pelos dois campos com a direção normal ao plano z = 1.
9 5 9 5
Respostas: a) E 1 = ⋅ (2a y + a z ) [V/m]; b) E 2 = ⋅ (4a y + a z ) [V/m];
5 10
o o
c) θ1 = 63,44 e θ2 = 75,96 .
5.3) A região 1, definida por 0 < φ < π/4 /4 rad, contém um material dielétrico de permissividade
relativa εR1 = 2, enquanto que a região 2, definida por π/4 < φ < π/2 π rad, contém outro
material dielétrico de permissividade relativa εR2 = 4. Sabendo-se se que a densidade de fluxo
elétrico na região 1 é dada por D1 = 3a ρ + 4a φ + 5a z [ηC/m2], determinar, na região 2:
a) D n 2 ; b) D t 2 ; c) D 2 ; d) P2 ;
Respostas: a) D n 2 = 4a φ ; b) D t 2 = 6a ρ + 10a z ; c) D 2 = 6a ρ + 4a φ + 10a z ;
d) P2 = 4,5a ρ + 3a φ + 7,5a z .
5.4) A superfície de separação entre dois dielétricos é expressa pela equação do plano dada por:
x y
+ + z = 1 . O dielétrico 1 contém a origem e possui permissividade relativa εR1 = 2 e o
3 4
dielétrico 2 possui pemissividade relativa εR2 = 4. Na região do dielétrico 2 existe um campo
elétrico uniforme expresso por E 2 = a x + 3a y . Determinar os seguintes parâmetros (usando as
condições de contorno, quando necessário):
a) a n 2 (versor normal ao plano do lado da região 2); b) E 2n ; c) E 2 t ; d) E1n ; e) E1t .
1 1
Respostas: a) a n 2 = ⋅ (4a x + 3a y + 12a z ) ; b) E 2 n = ⋅ (4a x + 3a y + 12a z ) ;
13 13
1 2
c) E 2 t = ⋅ (9a x + 36a y − 12a z ) ; d) E1n = ⋅ (4a x + 3a y + 12a z ) ;
13 13
1
e) E1t = ⋅ (9a x + 36a y − 12a z ) .
13
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo V: CONDUTORES, DIELÉTRICOS E CAPACITÂNCIA 40
5.5) Seja um condutor plano no potencial zero situado uma distância h do eixo de um condutor
ρL h + h2 − b2
cilíndrico, de raio b, no potencial V1, expresso por: V1 = ln [V], sendo ρL
2πε b
o módulo da densidade de carga (em C/m) no cilindro, no plano, ou na linha equivalente de
cargas (supondo uniforme) e ε a permissividade elétrica do meio. Determinar:
a) A capacitância (a partir da definição) entre o condutor plano e o condutor cilíndrico acima;
b) A capacitância entre dois condutores cilíndricos paralelos, mesmo raio b e potenciais
simétricos ±V1, com seus eixos separados por uma distância 2h;
c) Repetir os itens (a) e (b) supondo b << h.
2πε L πε L
Respostas: a) C1 = ; b) C 2 = ;
ln h + h 2 − b 2 b ln h + h 2 − b 2 b
2πε L πε L
c) C1 = e C2 = .
ln (2h b ) ln(2h b )
5.6) a) Determinar a expressão que fornece a diferença de potencial VAB entre 2 pontos A e B
no espaço livre devido a uma linha infinita de carga com densidade linear constante ρL.
b) Uma linha infinita de carga está paralela a um plano condutor. Determinar o potencial V
no ponto P eqüidistante entre o plano condutor (com V = 0) e a linha com ρ L = 100πε o
[C/m].
c) Para a mesma configuração do item (b) determinar a magnitude do campo elétrico
resultante E neste mesmo ponto P.
ρL ρ 400
Respostas: a) VAB = ln B ; b) VP = 50 ln3 = 54,93 [V]; c) E = [V/m].
2πε o ρ A 3h
(Nota:: h = distância da linha infinita ao plano condutor.)
5.7) Uma configuração de carga é constituída por duas cargas pontuais Q1 = +Q e Q2 = −Q,
situadas em (0, a, 0) e (2a, a, 0), respectivamente, e um plano condutor aterrado (V = 0) em y
= 0. Determinar (em função de Q, a e εo):
a) O potencial elétrico no ponto P(a, a, 0);
b) O vetor campo elétrico no ponto P(a, a, 0);
c) O vetor força resultante sobre a carga Q2.
Q ⋅ (25 − 5 ) Q 2 ⋅ ( 2 − 4)
Respostas: a) VP = 0; b) E P = a x ; c) F 2 = (a x + a y ) .
50πε o a 2 64πε o a 2
5.8) Um condutor de cobre (condutividade σ = 5,8 ⋅ 10 7 [S/m]) tem a forma de uma cunha
truncada, de dimensões 2 < ρ < 12 [cm], 0 < φ < 30o, 0 < z < 4 [cm].
10 − 4
Se E = a ρ [V/m], no interior do condutor, determinar:
ρ
a) A corrente total que atravessa o condutor;
b) A resistência do condutor,
c) O valor do potencial no centro do condutor em relação a uma de suas extremidades.
Respostas: a) I = 121,47 [A]; b) R = 1,475 [µΩ];
[
c) VPb = 0,54 ⋅ 10 − 4 [V] ou VPa = −1,25 ⋅ 10 − 4 [V].
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo V: CONDUTORES, DIELÉTRICOS E CAPACITÂNCIA 41
5.9) A região entre as placas planas de um capacitor de placas paralelas é constituída por 3
camadas diferentes de dielétricos, dispostas como na figura abaixo (ε (ε = permissividade do
dielétrico, S = área, a = comprimento). Determinar:
a) As capacitâncias
acitâncias individuais dos três capacitores formados (C1, C2 e C3) e a capacitância
total resultante (CT);
b) As diferenças de potencial existentes nos dielétricos 1 e 2, isto é V1 e V2;
c) As magnitudes dos campos elétricos nos três dielétricos, isto é E1, E2 e E3;
d) As magnitudes das densidades de fluxo nos três dielétricos, isto é D1, D2 e D3.
ε S ε S ε S
Respostas: a) C1 = C 2 = 2 o , C 3 = o e C T = 2 o ;
a a a
V V V V
b) V1 = V2 = ; c) E1 = , E2 = e E3 = ;
2 2a 4a 3a
ε V ε V
d) D1 = D 2 = o e D 3 = o .
2a a
5.10) Um arco, carregado com carga distribuída com densidade constante ρL representa a metade de
um círculo de raio a. Sabendo-se
Sabendo que este arco está em pé, com apenas suas extremidades
apoiadas sobre um plano condutor, porém isoladas deste, determinar o campo elétrico ( E )
obtido no centro do círculo formado pelo arco.
− ρL
Resposta: E = ay . (Nota: Adotou-se o plano condutor situado sobre y = 0)
πε o a
5.13) A figura mostra dois blocos infinitos de dielétricos perfeitos e paralelos, rodeados pelo espaço
livre, onde na região 3, E 3 = 6 a z V/m e P3 = 18 a z pC/m2. Se P2 = 24 a z pC/m2.
Determinar:
a) εR3
b) εR2
c) E 1
d) a diferença de potencial através das regiões 2 e
3.
Respostas: a) εR3 = 1,339; b) εR2 = 1,512;
c) E1 = 8,004a z [V/m];
d) V = V2 + V3 = 0,106 + 0,300 = 0,406 [V]
5.14) Uma esfera de raio a é feita de um dielétrico homogêneo com permissividade elétrica
εR constante. A esfera está centrada na origem no espaço livre. Os campos de potencial no
interior e exterior da esfera são expressos, respectivamente, por:
3 r E o cos θ a3 Eo εR − 1
Vint = − e Vext = −r E o cos θ + cos θ (Eo = constante)
εR + 2 r2 εR + 2
a) Mostrar que E int é uniforme (isto é, possui módulo constante).
b) Mostrar que E ext = E o a z para r >> a.
c) Mostrar que estes campos obedecem a todas as condições de fronteira do dielétrico
em r = a.
Atenção:: Cuidado para não esquecer o sinal negativo das expressões acima.
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo V: CONDUTORES, DIELÉTRICOS E CAPACITÂNCIA 43
3E o
Respostas: a) E int = (cos θa r − sen θa θ ) , portanto Eint = 3E o = constante ;
εR + 2 εR + 2
b) E ext = E o (cos θa r − sen θa θ ) = E o a z , pois a z • a r = cos θ e a z • a θ = − sen θ ;
3E o
c) De E ext = − ∇ Vext e r=a, E ext = (ε R cos θa r − sen θa θ ) = E ext N + Eext T
εR + 2
3E o
De Eint = − ∇ Vint e r=a, Eint = (cos θa r − sen θa θ ) = Eint N + Eint T
εR + 2
Logo, de D N1 = D N 2 ⇒ Eext N = ε R Eint N e de E T1 = ET 2 ⇒ Eext T = Eint T
(
5.16) Dado a J = −10 4 ρ sen 2φ a ρ + cos 2φ a φ ) [A/m2], determinar a corrente que cruza:
(a) a região do plano x = 0, limitada por 0 < y < 2 cm e 0 < z < 1 cm, na direção − a x ;
(b) a região do plano y = 0, limitada por 0 < x < 2 cm e 0 < z < 1 cm, na direção − a y .
Atenção: O problema é mais fácil de resolver em coordenadas
co cilíndricas
cilíndricas.
Fazer uma figura ilustrativa para facilitar a visualização.
Respostas: a) I = 20 mA; b) I = 20 mA.
Anotações do Capítulo V
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo VI: EQUAÇÕES DE POISSON E DE LAPLACE 45
Capítulo VI
(iv) A Q = ∫S ρ S dS
V0 = VAB = − ∫ E • dL
B
Calcula-se, finalmente, a capacitância do capacitor: Calcula-se, finalmente, a capacitância do capacitor:
(v) Q Q
C= C=
V0 V0
∇ • D = ρv
D = εE
[(
)]
⇒ ∇ • ε − ∇V = ρ v ⇒ ∇ • ε ∇V = −ρ v[ ( )]
E = −∇ V
ρv ρv
Se a permissividade ε for constante, obtemos: ∇.∇ V = − ou ∇ 2 V = − Poisson
ε ε
6.1.2 – Equação de Laplace
Se ainda a densidade volumétrica ρv for nula (dielétrico perfeito), obtemos: ∇ 2 V = 0 Laplace
A seguir serão mostrados vários exemplos de solução da Equação de Laplace para problemas
unidimensionais, isto é, onde V é função somente de uma única variável. Os tipos de exemplos
possíveis são:
1. V = f(x), sendo x coordenada cartesiana (válido também para V = f(y) e V = f(z))
2. V = f(ρ), sendo ρ coordenada cilíndrica
3. V = f(φ), sendo φ coordenada cilíndrica (válido também se φ é coordenada esférica)
4. V = f(r), sendo r coordenada esférica
5. V = f(θ), sendo θ coordenada esférica
∂ 2V d 2V
∇ 2V = 0 ⇒ =0 ⇒ =0
∂x 2 dx 2
dV
Integrando 1a vez: =A
dx
Integrando 2a vez: V = Ax + B
onde A e B são as constantes de integração que são determinadas a partir de condições de
contorno (ou de fronteira) estabelecidas para a região em análise.
1 d dV
∇ 2V = 0 ⇒ ρ =0 (ρ ≠ 0)
ρ dρ dρ
dV
Integrando 1a vez: ρ =A
dρ
ln (b / ρ)
V = Vo (a < ρ < b)
ln (b / a )
1 d 2V
∇ 2V = 0 ⇒ =0 (ρ ≠ 0)
ρ 2 dφ2
d 2V
Fazendo ρ ≠ 0 ⇒ =0
dφ 2
dV
Integrando 1a vez: =A
dφ
Nota: Calcular a capacitância do capacitor formado por dois planos finitos definidos por:
φ = 0, a < ρ < b, 0 < z < h (Adotar V = 0)
φ = α, a < ρ < b, 0 < z < h (Adotar V = Vo)
εh b
Desprezar os efeitos das bordas. (Resposta: C = ln )
α a
1 d 2 dV
∇ 2V = 0 ⇒ r = 0 (r ≠ 0)
r 2 dr dr
dV
Integrando 1a vez: r 2 =A
dr
1 d dV
∇ 2V = 0 ⇒ 2
sen θ =0 (r ≠ 0, θ ≠ 0, θ ≠ π)
r sen θ dθ dθ
Fazendo r ≠ 0, θ ≠ 0 e θ ≠ π:
d dV
sen θ =0
dθ dθ
dV
Integrando 1a vez: sen θ =A
dθ
Vo ln[tg (θ / 2 )]
V=
ln[tg (α / 2 )]
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo VI: EQUAÇÕES DE POISSON E DE LAPLACE 50
Nota: Calcular a capacitância do capacitor formado por dois cones finitos definidos por:
θ = π/2, 0 < r < r1, 0 < φ < 2π (Adotar V = 0)
θ = α, 0 < r < r1, 0 < φ < 2π (Adotar V = Vo)
− 2πε r1
Desprezar os efeitos das bordas. (Resposta: C = )
ln[tg (α 2 )]
Exemplo: A região entre dois cilindros condutores coaxiais com raios a e b, conforme mostrado na
figura abaixo, contém uma densidade volumétrica de carga uniforme ρV . Se o campo
elétrico E e o potencial V são ambos nulos no cilindro
interno, determinar a expressão matemática que fornece o
potencial V na região, entre os condutores assumindo que
sua permissividade seja igual à do vácuo.
Solução:
2 1 ∂ ∂V ρ
Equação de Poisson: ∇ V = ⋅ ρ = − v
ρ ∂ρ ∂ρ εo
ρv A ρ
0= ⋅ a − ⇒ A = v ⋅ a2 (05)
2ε o a 2ε o
∂V ρv ρv a2
=− ⋅ρ+ ⋅ (06)
∂ρ 2ε o 2ε o ρ
ρv ρ 2 ρv
V=− ⋅ + ⋅ a 2 ln ρ + B (07)
2ε o 2 2ε o
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo VI: EQUAÇÕES DE POISSON E DE LAPLACE 51
ρv a2 ρv ρ ρ
0=− ⋅ + ⋅ a 2 ln a + B ⇒ B = v ⋅ a 2 − v ⋅ a 2 ln a (09)
2ε o 2 2ε o 4ε o 2ε o
V=
ρv
4ε o
( ) ρ
2ε o
ρ
⋅ a 2 − ρ 2 + v ⋅ a 2 ln
a
[V] (10)
Suponha o potencial seja função das variáveis x e y de acordo com a seguinte expressão:
V = f ( x )f ( y) = XY onde X = f ( x ) e Y = f ( y) (01)
(01) → (02):
∂ 2X ∂ 2Y
Y 2 +X 2 =0 (03)
∂x ∂y
Como X = f ( x ) e Y = f ( y) , então para que a equação (04) seja verdadeira, cada um dos membros
de (04) deve resultar em uma mesma constante. Chamando esta constante de α2, temos:
1 d 2X
2
= α2 (05)
X dx
1 d 2Y
2
= −α 2 (06)
Y dy
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo VI: EQUAÇÕES DE POISSON E DE LAPLACE 52
d 2X
2
= α2X (07)
dx
d 2Y
2
= −α 2 Y (08)
dy
Solução da equação (07) pelo Método de Dedução Lógica: Basta responder a seguinte pergunta:
“Qual é a função cuja segunda derivada é igual a própria função multiplicada por uma
constante positiva?”
Solução da equação (08) pelo Método de Dedução Lógica: Basta responder a seguinte pergunta:
“Qual é a função cuja segunda derivada é igual a própria função multiplicada por uma
constante negativa?”
Nota: Veja no Anexo I a solução da equação diferencial (07) por série infinita de potências.
∞
nπx nπy
V = ∑ V1n sen h sen 0<y<d (17)
n =0 d d
∞
nπc nπy
Vo = ∑ V1n sen h sen 0<y<d (18)
n =0 d d
ou
∞
nπy
Vo = ∑ b n sen 0<y<d (19)
n =0 d
onde,
nπc
b n = V1n sen h (20)
d
A equação (19) pode representar uma série de Fourier em seno para f(y) = V(y) = Vo em 0 < y < d
(região de interesse) e f(y) = V(y) = –Vo em d < y < 2d, repetindo a cada período T = 2d. O gráfico
desta função é mostrado na figura abaixo.
2 T nπy
bn = ∫ f ( y) sen dy n=0,1,2,3,...
T y =0 d
ou
1 d nπy 1 2d nπy
bn = ∫ oV sen dy + ∫ (− Vo ) sen dy
d y =0 d d y =d d
ou,
nπx nπy
sen h sen
4Vo ∞
d d
V= ∑ 0 < x < c, 0 < y < d (24)
π n =1 nπc
ímpar n sen h
d
6.1) Num meio uniforme de permissividade ε existe uma distribuição de cargas com densidade
volumétrica ρv(r) = k, ocupando uma região esférica oca definida, em coordenadas esféricas,
por a ≤ r ≤ b. Assumindo que o potencial seja zero em r = a, determinar pela equação de
Laplace/Poisson, o campo elétrico E(r ) e o potencial V(r) dentro das regiões:
a) 0 ≤ r ≤ a; b) a ≤ r ≤ b; c) r ≥ b.
Nota: Pode-se usar a Lei de Gauss para obter a segunda condição de contorno para E .
Respostas: a) E(r ) = 0 e V(r) = 0;
k a 3 − k r 2 a 3 3a 2
b) E(r ) = a r e V(r ) =
⋅ r− ⋅ + − ;
3ε 2
r 3ε
2 r 2
k b 3 − a 3 k b 3 − a 3 3b 2 3a 2
c) E(r ) = a r e V(r ) = ⋅ .
⋅ − +
3ε r 2 3ε r 2 2
6.2) Na região interna entre os planos z = 0 e z = 2a foi colocada uma carga uniformemente
distribuída com densidade volumétrica ρv. Na região externa aos planos, o meio é somente o
vácuo. Determinar a distribuição de potenciais para:
a) A região interna entre os planos definida por 0 ≤ z ≤ 2a ;
Nota: A primeira condição de contorno é obtida fixando a referência de potencial zero em
z = 0. A segunda condição de contorno é obtida verificando onde o campo elétrico
é nulo, baseando-se na simetria da configuração de cargas.
b) A região externa entre os planos definida por z ≥ 2a .
Nota: As condições de contorno devem ser obtidas partindo dos resultados do item
anterior.
− zρ v z − aρ v
Respostas: a) V = ⋅ − a ; b) V = ⋅ (z − 2a )
εo 2 εo
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo VI: EQUAÇÕES DE POISSON E DE LAPLACE 55
6.3) ( )
Dados os campos de potencial V′ = 3x − y [V] e V′′ = 5 2r 2 − 7 cos θ [V] , pede-se:
a) Verificar se estes campos de potencial satisfazem a Equação de Laplace;
b) Determinar, para cada campo de potencial acima, a densidade volumétrica de carga no
ponto P(0,5 ; 1,5 ; 1,0) no espaço livre.
Respostas: a) V′ satisfaz (dielétrico perfeito) e V′′ não satisfaz a Equação de Laplace;
b) ρv = 0 (dielétrico perfeito) para V′ e ρv = –283,97 [pC/m3] para V′′ .
Determinar:
a) O valor do potencial V no ponto Q;
b) A diferença de potencial Vo entre os dois cones;
c) O ângulo θ no qual o potencial elétrico é nulo.
Respostas: a) VQ = – 4,93 [V]; b) Vo = 109,86 [V]; c) θ = 87,18o.
6.5) Suponha que o espaço livre seja preenchido com uma carga distribuída com densidade
volumétrica de carga ρV = kεox [C/m3]. Sejam os valores do quadro abaixo e k = 6 ⋅ 106 .
Pede-se: x [mm] V(x) [V] E(x) [V/m]
a) Determinar as expressões matemáticas de 0 0
V(x) e E(x); 5
b) Completar os valores de V(x) e E(x) no 10 – 1200
quadro. 15
− kx 3 kx 2
Respostas: a) V( x ) = + 1500 x e E ( x ) = − 1500 ;
6 2
b)
x [mm] V(x) [V] E(x) [V/m]
0 0 –1500
5 7,375 –1425
10 14,0 –1200
15 13,125 –825
6.8) Num dispositivo o potencial elétrico é função somente da variável z, possuindo uma região
com densidade volumétrica de carga ρv = ρo(z/z1) e condições de fronteira dadas por E = 0
em z = 0 e V = 0 em z = z1. Determinar para qualquer ponto nesta região:
a) O potencial elétrico V,
b) O campo elétrico E .
Respostas: a) V =
6ε z1
(
− ρo 3
)
z − z13 ; b) E =
ρo 2
2ε z1
z az
6.11) Dada a equação diferencial de segunda ordem X" + 2 xX' − X = 0 , considere uma solução na
forma de série infinita de potências, e calcule os valores numéricos dos coeficientes a2 até a6
desta série, sendo a0 = 1 e a1 = –2.
∞
Atenção: Como X é função somente de x, fazer X = ∑ a n x n .
n =0
6.12) Sabendo-se que uma solução produto para a Equação de Laplace em duas dimensões é dada
por V1 = X1Y1 , onde X1 e Y1 são funções somente de x e y, respectivamente, verificar se
cada uma das 5 funções dadas a seguir satisfaz ou não à equação de Laplace, justificando sua
resposta.
a) Va = X1 − Y1 ;
b) Vb = Y1 ;
c) Vc = X1Y1 + y ;
d) Vd = 2X1Y1 ;
e) Ve = X1Y1 + x 2 − y 2
Respostas: (a) e (b) não satisfazem a Equação de Laplace. Observe que ∇ 2X1 e ∇ 2 Y1 não
são solucionáveis, já que não se sabe suas expressões matemáticas. Assim, não se
pode afirmar que ∇ 2 (X1 − Y1 ) = 0 para (a), e nem que ∇ 2 Y1 = 0 para (b);
(c), (d) e (e) satisfazem a Equação de Laplace, já que ∇ 2 (X1Y1 ) = 0 (dado) e
( )
também ∇ 2 (y ) = 0 e ∇ 2 x 2 − y 2 = 2 − 2 = 0 .
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo VI: EQUAÇÕES DE POISSON E DE LAPLACE 58
Anotações do Capítulo VI
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo VII: CAMPO MAGNÉTICO ESTACIONÁRIO 59
Capítulo VII
+∞
Iρ +∞ dz a φ Iρ zaφ
H= ∫ =
4 π −∞ ρ 2 + z 2 3 / 2 4 π ρ 2 ρ 2 + z 2 1 / 2
( ) ( )
−∞
I
H= aφ
2 πρ
b) Película plana ∞ com corrente com densidade superficial uniforme K = K x a x
∫ H . dL = I enlaçada
B C D A L
∫ + ∫ + ∫ + ∫ H . dL = ∫ K x dy
A B C D 0
H yL + 0 + HyL + 0 = K x L ⇒ H y = K x 2
Nota: Forma geral para obtenção do campo H devido a
uma película plana ∞ com corrente uniforme:
1
H = K ×an ( H independe da distância)
2
onde a n é versor normal ao plano orientado para o lado que se deseja obter H .
1 1 1
2 2
( )
Ex.: Acima do plano da figura anterior: H = K x a x × a z = K x − a y = − K x a y = H y
2
Atenção: Provar que o campo magnético H na região entre 2 superfícies infinitas condutoras e
paralelas com densidades de corrente uniformes iguais e de sentidos opostos é dado por:
H = K ×an ( H = 0 nas regiões externas às 2 superfícies)
Se o solenóide for de comprimento finito d com N espiras nas quais flui uma corrente I,
temos:
NI NI
Ka = ⇒ H= az (Bem dentro do solenóide)
d d
e) Toróide ideal com distribuição superficial de corrente K = K a a z em ρ = ρ o − a, z = 0 ,
sendo ρo o raio médio e a o raio da seção transversal do anel toroidal
∫ H . dL = I enlaçada (Lei circuital de Ampère)
Se este toróide possuir N espiras nos quais flui uma corrente I, temos:
NI NI
Ka = ⇒ H= aφ (Bem dentro do toróide)
2π(ρ o − a ) 2πρ
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo VII: CAMPO MAGNÉTICO ESTACIONÁRIO 62
7.3 – ROTACIONAL
Seja um vetor (ou campo vetorial) qualquer expresso por: A = A x a x + A y a y + A z a z
Definição: A componente do rotacional de A na direção da normal (versor a n ) de uma área ∆S é
dado por:
∫ A • dL
( )
rot.A • a n = lim
∆S
∆S→0
onde dL representa o vetor diferencial de comprimento integrado ao longo do perímetro da área ∆S
Desenvolvendo separadamente ∫ A • dL , temos:
12341
2 3 4 1
∫ A • dL = ∫ + ∫ + ∫ + ∫ A • dL
12341 1 2 3 4
∂A z ∂A y
∫ A • dL ≅ A y ∆y + A z + ∆y ∆z − A y + ∆z ∆y − A z ∆z
12341 ∂y ∂z
∂A z ∂A y
∫ A • dL ≅ − ∆y∆z
12341 ∂y ∂z
∂A ∂A y ∂A ∂A z ∂A y ∂A x
rot.A = z − a x + x − a y + − a z
∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y
Para o vetor campo magnético H = H x a x + H y a y + H z a z e usando a notação de rotacional com o
vetor nabla, pode-se escrever:
rot.H = ∇ × H
onde ∆Ix = corrente envolvida pelo percurso 12341, ou corrente que atravessa a área ∆Sx = ∆y∆z.
Daí, concluímos que o rotacional do vetor campo magnético resulta (na magnetostática) no vetor
densidade de corrente, ou seja:
∇×H = J (Forma pontual da lei circuital de Ampère)
Notas: 1 - O contorno C envolve a superfície S. Os vetores dL (de C) e dS devem satisfazer a
“regra da mão direita” (com o polegar apontando dS e os outros dedos apontando dL );
2 - O teorema de Stokes é válido para qualquer campo vetorial, e não somente o campo H .
7.5 – FLUXO MAGNÉTICO (Φ ) E DENSIDADE DE FLUXO MAGNÉTICO ( B )
A densidade de fluxo magnético B é definida para o vácuo de permeabilidade magnética µo (sendo
µo = 4π ×10-7 H/m ) e o campo magnético H , como:
B = µoH (Unidade: Wb/m2)
Nota: B é definido em outros meios somente a partir da seção 8.6 desta apostila.
O fluxo magnético Φ que atravessa uma área S é obtido integrando B sobre a área S, isto é:
Φ = ∫S B • dS (Unidade: Wb)
Exemplo: Calcular o fluxo magnético Φ entre o condutor interno (raio ρ = a) e o condutor externo
(raio ρ = b) de uma linha coaxial de comprimento L no vácuo.
I
Solução: H = a φ na região a < ρ < b
2 πρ
µI
B = µH = aφ
2 πρ
µI
Φ = ∫ B . dS = ∫0L ∫ab a φ . dρ dza φ
S 2 πρ
µIL b
Φ= ln [Wb]
2π a
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo VII: CAMPO MAGNÉTICO ESTACIONÁRIO 65
a
Vm,ab = − ∫ H • dL (Depende de percurso específico para ir de “b” até “a”)
b
O potencial vetor magnético A é um campo vetorial tal que:
B=∇× A que satisfaz ∇•B= 0 (Unidade de A : Wb/m)
ρ
∇ 2 A = −µ J (Comparar com a Equação de Poisson ∇ 2 V = − v )
ε
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo VII: CAMPO MAGNÉTICO ESTACIONÁRIO 66
I
Adotando Vm = 0 em φ = 0 (referência), obtemos C = 0 ⇒ Vm = − φ
2π
Seja um ponto P(a < ρ <b, φ = π/4, z) situado na região entre os condutores (dielétrico) do
cabo coaxial. Este pode ser atingido de várias maneiras, partindo da referência, mantendo os
mesmos valores de ρ e z, e deslocando-se de um ângulo φ = ±2nπ+π/4, isto é, φ = π/4,
9π/4, 17π/4, ..., no sentido anti-horário, ou, φ = -7π/4, -15π/4, ... no sentido horário.
Daí, pode-se concluir que o potencial escalar magnético representa um campo não-
conservativo. Lembre-se que o potencial eletrostático entre 2 pontos não depende do
percurso ou caminho entre estes, representando assim um campo conservativo.
(b) Adotando Vm = 0 em φ = 0 (referência), o potencial no ponto P(a < ρ <b, φ, z) é:
P φ I I φ I
VmP = − ∫ H • dL ⇒ VmP = − ∫ a φ • ρdφa φ = − ∫ dφ ⇒ VmP = − φ
Re f φ=0 2πρ 2 π φ =0 2π
∂A ρ ∂A z I ∂A z I
(c) ∇ × A = B ⇒ − a φ = µ
aφ ⇒ − =µ
∂z ∂ρ 2πρ ∂ρ 2πρ
I ∂ρ µI
Integrando: ∫ ∂A z = −µ ∫ ⇒ A z = − lnρ + C
2π ρ 2π
µI µI b
Tomando Az = 0 em ρ = b (referência), obtemos: C = lnb ⇒ A z = ln
2π 2π ρ
µI b
Vetorialmente: A = A z a z = ln a z
2π ρ
Atenção: Note que A tem o mesmo sentido de a z (sentido da corrente no condutor central
pois ρ < b). Também A decresce com o aumento de ρ desde ρ = a até ρ = b.
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo VII: CAMPO MAGNÉTICO ESTACIONÁRIO 67
7.3) Uma corrente filamentar I, no vácuo, sobre o eixo z, flui no sentido positivo do eixo. Seja um
percurso retangular ABCDA sobre o plano z = 0, com vértices nos pontos A(a,a,0), B(-a,a,0),
C(-a,-a,0) e D(a,-a,0). Determinar, para este percurso e utilizando o menor caminho, os
seguintes valores:
a) VmAB ; b) VmBC ; c) VmCD ; d) VmDA ;
e) VmAB + VmBC + VmCD + VmDA → Concluir a respeito do valor obtido;
f) VmAC por 2 caminhos (via B e depois via D) → Comparar os valores e concluir a respeito.
I I I I
Respostas: a) VmAB = ; b) VmBC = ; c) VmCD = ; d) VmDA = ;
4 4 4 4
e) VmAB + VmBC + VmCD + VmDA = I = corrente enlaçada;
I I
f) VmAC1 = ≠ VmAC 2 = − ⇒ Logo o sistema não é conservativo.
2 2
7.4) Encontre a indução magnética no centro de um triângulo equilátero de lado a, conduzindo
uma corrente I.
9Iµ o
Resposta: B = .
2π a
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Capítulo VII: CAMPO MAGNÉTICO ESTACIONÁRIO 68
7.5) Um toróide no espaço livre com seção transversal retangular é formado pela interseção dos
planos z=0 e z=3 [cm] e os cilindros ρ=5 [cm] e ρ=7,5 [cm]. Uma densidade superficial de
corrente flui na superfície interna do toróide sendo dada por K int = 300a z [A/m].
Determinar:
a) O valor total da corrente Itotal na superfície interna do toróide;
b) As densidades superficiais de corrente (forma vetorial) nas outras 3 superfícies do toróide,
identificando-as por K ext , K topo e K base ;
c) O campo magnético H dentro do toróide;
d) O fluxo magnético total Φ total que circula dentro do toróide.
15
Respostas: a) Itotal = 30π [A]; b) K ext = −200a z [A/m], K topo = a ρ [A/m],
ρ
15 15
K base = − a ρ [A/m]; c) H = a φ [A/m]; d) Φ total = 0,23 [µWb].
ρ ρ
7.6) Calcular o campo magnético H no ponto P
da figura, admitindo que os fios são muito
longos.
I 1 1
Resposta: H = ⋅ + a z
2a 2 π
7.7) Dado H = yz 2 a x + 2(x + 1)y 2 za y − (x + 1)z 2 a z
a) Determinar ∫ H • dL ao longo do contorno quadrado indo de P(0, 2, 0) a A(0, 2+b, 0) a
B(0, 2+b, b) a C(0, 2, b) a P(0, 2, 0);
b) Determinar ∇ × H ;
H • dL
(
c) Mostrar que ∇ × H ) = lim
∫ em P.
x
∆S → 0 ∆S
2 3 2b 4
Respostas: a) ∫ H • dL = −8b − 4b − 3
;
b) ∇ × H = (−2( x + 1) y 2 ) a x + (2 yz + z 2 ) a y + (2 y 2 z − z 2 ) a z ;
c) Demonstração (Notar que ∆S = b2 e que em P, x = 0, y = 2, z = 0).
7.8) Seja uma espira circular de raio ρ = a, situada no plano z = 0, na qual circula uma corrente I
no sentido anti-horário. Determinar no ponto P(0,0,h):
a) O campo magnético H ;
b) O potencial magnético Vm, supondo a referência de potencial zero no infinito.
I a2 I a2 I h
Respostas: a) H = a z = a z ; b) V = 1 −
m 2
(
2
2z +a 2 3/ 2
) 2
(
2h +a )
2 3/ 2 2
2
h +a
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo VII: CAMPO MAGNÉTICO ESTACIONÁRIO 69
10 r 2
7.10) Dado H = a θ + 180 r cosθ a φ , no espaço livre, determinar:
senθ
a) ∇ × H ;
b) a corrente que sai da superfície cônica θ = 30o, 0 ≤ φ ≤ 2π,
0 ≤ r ≤ 2, usando um dos lados do teorema de Stokes;
c) usando o outro lado do teorema de Stokes, verificar o resultado
anterior.
180 cos2θ 30 r
Respostas: a) ∇ × H = a r − 360 cosθ a θ + aφ ;
senθ senθ
b) 1o lado: ∫ ∇ × H • dS = I = −360 3π = −1959 A ;
S
o
c) 2 lado: ∫ H • dL = I = −360 3π = −1959 A
7.11) Três superfícies infinitas de corrente localizam-se, no vácuo, da seguinte maneira: 100a x A/m
em z = 0, − 50a x A/m em z = 4 m, e − 50a x A/m em z = –4 m.
a) Sendo Vm = 0 em P(1, 2, 3), ache Vm em Q(1,5; 2,6; 3,7).
b) Sendo A = 0 em P(1, 2, 3), ache A em Q(1,5; 2,6; 3,7).
Sugestão: Use a componente apropriada de B = ∇ × A e o seu conhecimento acerca da
direção do vetor A .
Respostas: a) Vm = 50 y − 100 ⇒ VmQ = 30 A ;
b) A = (− 50µ o z + 150µ o )a x ⇒ A Q = −44,0a x µWb / m
7.13) Demonstre que o potencial vetor magnético para dois fios compridos, retos e paralelos, que
µ I r
conduzem a mesma corrente I, em sentidos opostos, é: A = o ln 2 a L , onde r2 e r1 são
2π r1
as distâncias dos fios ao ponto desejado e a L é o vetor unitário paralelo aos fios.
Resposta: Demonstração.
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo VII: CAMPO MAGNÉTICO ESTACIONÁRIO 70
Capítulo VIII
Solução:
Os sentidos das forças estão indicados na figura.
As duas forças possuem mesmo módulo, o qual é obtido do
seguinte modo (no vácuo):
I
F = B I L onde B = µo H = µo
2πd
I F µo I 2
Logo: F = µo IL ⇒ = [N/m]
2πd L 2πd
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo VIII: FORÇAS E CIRCUITOS MAGNÉTICOS, MATERIAIS E INDUTÂNCIA 72
Nota: A segunda integral é necessária para obter o campo magnético em 2 devido à corrente no
ponto 1. Pelo demonstrado, é melhor dividir o problema de calcular a força magnética em
duas partes: primeiro calcula-se o vetor campo magnético, e depois calculamos a força.
Notas:
• As equações acima são também válidas para qualquer forma de
espira de corrente, como por exemplo a espira circular.
• O torque na espira ( T ) atua de tal maneira a alinhar o momento
magnético ( m ) produzido pela espira com o campo magnético externo ( B ).
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo VIII: FORÇAS E CIRCUITOS MAGNÉTICOS, MATERIAIS E INDUTÂNCIA 73
3 – Ferromagnético Bint >> Bapl µR >> 1 Fe, Co, Ni, ligas. Domínios
m spin >> m orb
10 <µR <10 magnéticos fortes
3 6
1 n∆v m total
M = lim ∑ m i = lim (Unidade: A/m – mesma unidade de H)
∆v→0 ∆v i =1 ∆v→0 ∆v
Substituindo as correntes pelas suas expressões com integrais, obtemos a seguinte expressão geral
que relaciona os 3 campos B , H e M em qualquer tipo de meio:
B
µo
= H + M ⇒ B = µo H + M( ) (Análoga a D = ε o E + P )
Para um meio linear e isotrópico, pode-se relacionar M linearmente com H por:
M = χmH (Análoga a P = χ e ε o E )
onde:
µ = µ R µ o = permeabilidade magnética absoluta (unidade: H/m)
µ R = 1 + χ m = permeabilidade magnética relativa (constante adimensional)
( )
Nota: Por analogia com ∇ × H = J , pode-se chegar a: ∇ × M = J m e ∇ × B µ o = J T .
Aplicando a lei de Gauss do campo magnético ao pequeno cilindro da figura e fazendo ∆h→0:
∫ • dS = 0 ⇒ B n1∆S − B n 2 ∆S = 0 ⇒ B n1 = B n 2
S
B
Logo, a componente normal da densidade de fluxo magnético é contínua, isto é, não se altera.
Aplicando a lei circuital de Ampère ao pequeno circuito fechado da figura, fazendo ∆h→0, temos:
∫ H • dL = I enlaçada ⇒ H t1∆L − H t 2 ∆L = K∆L ⇒ H t1 − H t 2 = K
Logo, a componente tangencial do campo magnético sofre uma descontinuidade de K, isto é, altera-
se de K quando existe uma distribuição superficial de corrente na fronteira entre os 2 meios. Em
forma vetorial, a expressão para o campo magnético acima é dada por:
( )
H1 − H 2 × a n12 = K (Nota: a n12 = versor normal à fronteira dirigido da região 1 para a 2)
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo VIII: FORÇAS E CIRCUITOS MAGNÉTICOS, MATERIAIS E INDUTÂNCIA 75
Logo, a componente tangencial do campo magnético é contínua, isto é, não se altera quando não
existe uma distribuição superficial de corrente (K) na fronteira entre os 2 meios.
A análise de circuitos magnéticos é feita por analogia com circuitos elétricos de corrente contínua
constante. O quadro abaixo indica a analogia entre as equações desses circuitos.
Fmm NI 500 × 4
Φ= = = 9
= 1,6 × 10 −6 Wb
ℜ ℜ 1,25 × 10
Φ 1,6 × 10 −6
B= = 4
= 2,67 × 10 −3 Wb / m 2
S 6 × 10 −
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo VIII: FORÇAS E CIRCUITOS MAGNÉTICOS, MATERIAIS E INDUTÂNCIA 76
B 2,67 × 10 −3
H= = = 2120 Aesp / m
µo 4π × 10 −7
Exemplo: Seja um toróide de núcleo de aço-silício (figura abaixo) de área de seção reta S = 6 cm2,
raio médio rm = 15 cm, com um entreferro ar = 2 mm, o qual está envolvido por um
enrolamento com N = 500 espiras. Calcular a corrente I que deve circular no enrolamento
para que a densidade de fluxo magnético em todo o núcleo seja B = 1 Wb/m2.
Solução:
Escrevendo a equação do circuito elétrico análogo:
Fmm = NI = ℜ aço Φ + ℜ ar Φ
ou,
Fmm = NI = Vm,aço + Vm,ar
ou,
Fmm = NI = H aço L aço + H ar L ar
Daí,
H aço L aço + H ar L ar
I=
N
Fazendo Baço = B = 1 Wb/m2 e levando na curva do aço-silício (ver figura acima) obtemos:
H aço = 200 Aesp/m
B ar 1
H ar = = − 7
= 7,9577 × 10 5 Aesp/m
µo 4π × 10
Logo,
200 × (2π × 0,15 − 0,002 ) + 7,9577 × 10 5 × 0,002
I= = 3,56 A
500
Nota: Se desejarmos considerar o aumento da área da seção transversal por onde passa o fluxo no
ar (devido ao espalhamento de fluxo quando o mesmo passa do ferro para o ar), utiliza-se o
fator de espraiamento k, fazendo S ar = kS ferro , sendo k > 1.
1 1
WH = ∫ B • H dv [J] (Análoga a: WE = ∫vol D • E dv )
2 vol 2
B
Notas: a) Fazendo B = µH , ou H = obtemos:
µ
1 2 1 B2
WH = ∫vol µH dv ou WH = ∫vol dv
2 2 µ
dWH 1 1 1 B2
= B • H = µH 2 =
dv 2 2 2 µ
Λ NΦ
L= = (Unidade: Henry, H)
I I
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo VIII: FORÇAS E CIRCUITOS MAGNÉTICOS, MATERIAIS E INDUTÂNCIA 78
Nota: A equação da indutância pode também ser obtida a partir da energia no campo magnético
(WH) devido a corrente I que flui no circuito fechado. Assim, temos:
2 WH 1 2
L= ⇒ WH = LI
I 2 2
Indutância mútua, M, entre 2 circuitos fechados é definida como a razão entre o fluxo total
enlaçado pelos 2 circuitos e a corrente que produz este fluxo. (Ver figura).
Λ12 N 2 Φ12
M12 = = (Unidade: Henry, H)
I1 I1
onde:
B1 , H1 = campo que resulta de I1 (com I2 = 0)
H 2 = campo que resulta de I2 (com I1 = 0)
M12 = M 21
Exemplo: A figura mostra 2 solenóides coaxiais de raios r1 e r2, r1 < r2, com n1 e n2 espiras/m.
Determinar (em H/m) as auto-indutâncias L1 e L2 e as indutâncias mútuas M12 e M21.
Λ 1 N 1Φ 1 n 1Φ 1
L1 = = = onde Φ1 = B1S1 = µ 0 H1S1 = µ 0 n 1 I 1 πr12
I1 I1 I1
L1
Logo: = µ 0 n 12 πr12 [H/m]
Λ12 N Φ n Φ
M12 = = 2 12 = 2 12 onde Φ12 = Φ1 = B1S1 = µ 0 H1S1 = µ 0 n 1 I 1 πr12
I1 I1 I1
M12
Logo: = µ 0 n 1n 2 πr12 [H/m]
Λ 2 N 2 Φ 2 n 2 Φ 2
L2 = = = onde Φ 2 = B 2S 2 = µ 0 H 2 S 2 = µ 0 n 2 I 2 πr22
I2 I2 I2
L2
Logo: = µ 0 n 22 πr22 [H/m]
Λ NΦ n Φ
M 21 = 21 = 1 21 = 1 21 onde Φ 21 = B 2S1 = µ 0 H 2S1 = µ 0 n 2 I 2 πr12
I2 I2 I2
M 21 M
Logo: = µ0n1n 2πr12 = 12 [H/m]
N 22 µ S N1 N 2 µ S
Respostas: a) L 2 = ; b) M 21 = .
2 4
8.3) Duas placas infinitas, formadas de materiais magnéticos homogêneos, lineares e isotrópicos,
de espessuras 3 e 4 [mm], localizam-se no vácuo conforme a figura abaixo. Se a z tem a
direção indicada e H 1 = a x + 2 a y + 3a z [kA/m] na região (1), ache o ângulo entre o campo
vetorial H e o vetor unitário a z nas regiões (1), (2), (3) e (4).
Respostas:
θ1 = θ4 = 36,70o,
θ2 = 56,14o;
θ3 = 65,91o.
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo VIII: FORÇAS E CIRCUITOS MAGNÉTICOS, MATERIAIS E INDUTÂNCIA 81
8.4) Um condutor filamentar infinito situa-se sobre o eixo z e conduz uma corrente I1 no sentido
+ a z . Um segmento reto de condutor sólido se estende de PA(–, l, 0) a PB(+, 1, 0).
Determinar:
a) O campo magnético H gerado pelo condutor infinito em um ponto genérico sobre o
segmento condutor;
b) O valor diferencial de força dF que surge devido ao campo magnético H do item (a)
atuando em um ponto genérico no segmento condutor quando este conduz uma corrente I2
no sentido + a x ;
c) O torque resultante Ttotal sobre o segmento condutor em relação ao ponto P0 (0, 1, 0).
I (x a y − a x )
Respostas: a) H = 1 ;
2π (x 2 + 1)
µ I I xdx
b) dF = o 1 2 az ;
2π (x 2 + 1)
− µ o I1 I 2
c) T total = ( − arctg ) a y .
π
8.6) Uma espira condutora circular de raio a está localizada sobre o plano z = 0 e nela circula
(
uma corrente I na direção + aφ . Para um campo uniforme B = Bo a x + a y )2 , calcular a
magnitude (módulo) e a direção (vetor unitário) do torque na espira.
(
Respostas: T = πa 2Bo I ; a T = − a x + a y 2. )
8.7) Seja uma bobina solenoidal (solenóide) de N espiras, com núcleo de ar, raio da seção reta
igual a a e comprimento do núcleo igual a .
a) Determinar, usando a Lei Circuital de Ampère, a expressão que fornece o campo
magnético resultante no interior do solenóide;
b) Determinar, utilizando a definição de indutância, a expressão que fornece a indutância
própria da bobina solenoidal.
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo VIII: FORÇAS E CIRCUITOS MAGNÉTICOS, MATERIAIS E INDUTÂNCIA 82
NI µ N 2π a 2
Respostas: a) H = a z ; b) L = o .
8.8) Um toróide, que possui seção transversal quadrada, é limitado pelas superfícies z = 0, z=
20 [mm], ρ = 30 [mm] e ρ = 50 [mm].A superfície em ρ = 30 [mm] conduz uma corrente
distribuída cuja densidade superficial é K = −10a z [kA/m]. Determinar:
a) As
densidades superficiais
de correntes correspondentes às outras três superfícies, isto é
K ( ρ =50) , K ( z=0) e K ( z=20) ;
b) O campo magnético H no interior do toróide;
c) A energia total armazenada (WH) no interior do toróide, cuja permeabilidade relativa é µR
= 20.
300 300
Respostas: a) K (ρ=50 ) = 6a z [kA/m], K (z =0 ) = a ρ [A/m] e K (z = 20 ) = − a ρ [A/m];
ρ ρ
300
b) H = − a φ [A/m]; c) WH = 72,6 [mJ].
ρ
Resposta: I = 2,41 A
sendo:
a N = versor normal à lâmina orientado para o lado desejado
Respostas: a) Demonstração;
b.1) B = 200µ o a y + 150µ o a x
b.2) F = 0 , FAB = 400µo I a z = −FCD , FDA = 600µo I a z = −FBC ;
b.3) T = −1600µ o I a x + 1200µ o I a y ;
b.4) T = −1600µ o I a x + 1200µ o I a y (igual ao obtido no item anterior)
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo VIII: FORÇAS E CIRCUITOS MAGNÉTICOS, MATERIAIS E INDUTÂNCIA 85
Capítulo IX
Haverá uma força eletromotriz, fem, ou tensão induzida, em qualquer uma das seguintes situações:
1. Um caminho fechado estacionário é enlaçado por um fluxo magnético variável no tempo;
2. Um caminho (fechado) se movimenta com relação a um fluxo magnético estacionário;
3. Um caminho (fechado) móvel enlaçado por um fluxo magnético variável no tempo (1 + 2).
A lei de Faraday quantifica esta fem estabelecendo que ela é proporcional a taxa de variação de
fluxo que atravessa o caminho fechado (que não precisa ser condutor), sendo expressa por:
dΦ
fem = − [V] (para um caminho fechado) (01)
dt
ou,
dΦ
fem = − N [V] (para um caminho fechado com N espiras - bobina) (02)
dt
Nota: O sinal menos das equações acima provém da lei de Lenz a qual indica que a fem está numa
direção (ou possui uma polaridade) tal a produzir um fluxo magnético de oposição à
variação do fluxo original.
A fem induzida é definida como uma tensão induzida num caminho fechado, sendo expressa por:
fem = ∫ E • dL (03)
Substituindo Φ = ∫ B • dS em (01) e igualando com (03):
S
d
fem = ∫ E • dL = − ∫ B • dS (04)
C dt S
onde
C = contorno da área S ao redor do qual a integral de linha é calculada,
S = área limitada pelo contorno C onde a integral de superfície é calculada.
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo IX: CAMPOS VARIÁVEIS NO TEMPO E AS EQUAÇÕES DE MAXWELL 86
Nota: Na equação (04), o sentido de dL deve sempre
concordar com o sentido de dS de acordo com a regra da
mão direita ou do saca-rolhas (ver figura ao lado). Os dedos
indicam a direção do caminho fechado, ou de dL , e o
polegar indica a direção de dS . Adota-se para a fem o
mesmo sentido de dL . Se o valor da fem for negativo, então
seu sentido real (ver figura) é o contrário daquele de dL .
9.1.1 – Fem devido a um campo que varia dentro de um caminho fechado estacionário
Passando a derivada para dentro da integral de superfície do lado direito de (04), obtemos:
∂B
fem = ∫ E • dL = − ∫ • dS (Equação de Maxwell, forma integral) (05)
S ∂t
Notas:
(a) As equações (05) e (06), chamadas de equações de Maxwell nas formas integral e pontual,
respectivamente, são obtidas da lei de Faraday aplicada a um caminho ou circuito fechado.
(b) Se B não é função do tempo, as equações (05) e (06) reduzem as equações eletrostáticas:
∫ E • dL = 0
∇×E = 0
Exemplo: Seja um campo magnético simples o qual aumenta exponencialmente com o tempo
dentro de uma região cilíndrica ρ < b e expresso por B = B o e kt a z , sendo Bo uma
constante. Determinar a fem e o campo elétrico E induzidos num contorno circular
(espira) de raio ρ = a, a < b (ver figura abaixo), situado no plano z = 0.
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo IX: CAMPOS VARIÁVEIS NO TEMPO E AS EQUAÇÕES DE MAXWELL 87
Solução: Tomando E = E φ a φ (adotando o sentido anti-horário)
na espira, e aplicando a equação (05) obtemos:
fem = 2πaE φ = − kB o e kt πa 2
Assim, temos:
( )
fem = ∫ E m • dL = ∫ v × B • dL (09)
No caso do condutor que se move sob a ação do campo magnético (figura acima), obtemos:
d
( )
fem = ∫ E m • dL = ∫ v × B • (− dx a x ) = − ∫ v B dx ⇒ fem = − Bvd (= equação (07) acima)
0
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo IX: CAMPOS VARIÁVEIS NO TEMPO E AS EQUAÇÕES DE MAXWELL 88
Se a densidade de fluxo magnético está também variando com o tempo, então nós devemos incluir
ambas as contribuições, a fem de transformador (05) e a fem de movimento (09), resultando em:
∂B
fem = ∫ E • dL = − ∫ ( )
• dS + ∫ v × B • dL (10)
S ∂t
Nota: Tanto a expressão (10) acima pode ser usada em qualquer situação para calcular a fem, como
também pode-se usar a expressão (01). Se o circuito envolver N espiras, sob a ação do fluxo
Φ, o valor final da fem deve ser multiplicado por N.
Daí, chegamos a:
∂D
G= (15)
∂t
Substituindo (15) em (14), chegamos finalmente a:
∂D
∇×H = J + (Lei circuital de Ampère, forma pontual) (16)
∂t
Fazendo
∂D
Jd = (17)
∂t
sendo J d chamada de densidade de corrente de deslocamento.
Integrando (16) sobre uma superfície S, para obtenção da forma integral da lei circuital de Ampère:
∂D
∫ ∇ × H • dS = ∫ J • dS + ∫ • dS
S S ∂t
Equações auxiliares:
(5) D = εE (25)
(6) B = µH (26)
(7) J = σE (27)
(8) J = ρv (28)
Componentes tangenciais:
(5) Et1 = Et2 (37)
(6) Ht1 – Ht2 = k (Se k = 0, então: Ht1 = Ht2) (38)
Componentes normais:
(7) Dn1 – Dn2 = ρS (Se ρS = 0, então: Dn1 = Dn2) (39)
(8) Bn1 = Bn2 (40)
Componentes tangenciais:
(9) Et1 = 0 (41)
(10) Ht1 = k (42)
Componentes normais:
(11) Dn1 = ρS (43)
(12) Bn1 = 0 (44)
Como visto na seção 9.1, quando um circuito se movimenta ( v ≠ 0 ) e B varia com o tempo
( ∂B ∂t ≠ 0 ), a fem induzida total (representada nas figuras pelo símbolo ν) no circuito é dada por:
∂B
fem = femm + femt = ∫ (v × B)• d − ∫ • dS (caso geral) (45)
s ∂t
A equação (45) será usada nos exemplos a seguir que apresentam grau de dificuldade crescente.
∂B
Se B = constante ⇒ =0.
∂t
Substituindo em (45), obtemos:
Como θ = ωt e v = ωR
femm = 2ωRB sen ωt
Seja B = B 0 sen ωt na figura anterior (sendo a freqüência ω de oscilação deste campo igual a
velocidade angular ω de rotação da espira).
EXERCÍCIOS PROPOSTOS:
[cos (ωt − ny) − cos (ny)] a z = − ε o Aω [cos (ωt − ny) − cos (ωt )]a z ;
An
Respostas: a) H = −
µoω n
ny
b) E = [cos (ωt − nz) − cos (nz)] a x = yω [cos (ωt − nz) − cos (ωt )] a x .
µoεoω n
9.2) a) Uma espira quadrada de lado = 1 [m] tem seu plano normal a um campo magnético B .
Determinar a fem máxima induzida na espira nas seguintes condições:
a.1) A espira é mantida estacionária enquanto o campo magnético varia de acordo com B
= B0cos2πft sendo f = 159 [Hz] e B0 = 3 [mT];
a.2) O campo é mantido fixo em B = B0 = 3 [mT] enquanto a espira gira a uma rotação
constante f = 159 [rot./s], cortando o fluxo magnético devido a B.
b) Na figura ao lado, a corrente induzida no circuito II, à
direita, será no sentido horário ou anti-horário, quando
a chave do circuito I é fechada? Justificar sua resposta
com os conceitos já estudados.
Respostas: a.1) femmax ≈ 3 [V];
a.2) femmax ≈ 3 [V];
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo IX: CAMPOS VARIÁVEIS NO TEMPO E AS EQUAÇÕES DE MAXWELL 95
9.3) a) Junto a uma superfície condutora perfeita temos os campos de uma onda eletromagnética
expressos por: E = 8 [V/m] e H = 2,8 ⋅10 −3 [A/m]. Determinar os valores das densidades
de carga e de corrente na superfície do condutor.
b) Em uma certa região do espaço livre o campo elétrico vale E( t ) = E o sen β z cos ωt a x
sendo Eo o valor máximo do campo elétrico, ω a frequência [rad/s], t o tempo [s], β um
parâmetro [rad/m] e z a distância [m].
b.1) Determinar 2 expressões para H( t ) nesta região partindo das equações de Maxwell;
b.2) A partir destas 2 expressões de H( t ) calcular também o valor numérico de ω .
β
Respostas: a) ρS = 8εo [C/m2] e K = 2,8 ⋅10 −3 [A/m];
β Eo ε ω Eo
b.1) H = − cos β z ⋅ sen ωt a y e H = − o cos β z ⋅ sen ωt a y ;
µoω β
ω 1
b.2) = = c = 3 × 108 [m/s] = velocidade da luz.
β µ oε o
9.4) Duas bobinas A e B, de 300 e 600 espiras respectivamente, são colocadas lado a lado. Pela
bobina A, faz-se circular uma corrente de 1,5 [A], produzindo um fluxo de 0,12 [mWb]
nesta bobina e um fluxo de 0,09 [mWb] na bobina B. Calcular:
a) A auto-indutância da bobina A;
b) A indutância mútua entre as bobinas A e B;
c) O valor médio da fem induzida em B quando se interrompe a corrente de A num tempo de
0,2 [s].
fem
Resposta:
[
= −2,77 cos 400t mV m . ]
9.6) Uma bobina (primário) de 2000 espiras está enrolada sobre um núcleo de ar de 100 [cm] de
comprimento e 2 [cm] de diâmetro. Outra bobina (secundário) está enrolada sobre a bobina
primária. Admitindo que a corrente na bobina primária varia de 0 a 10 [A] em 0,01 segundo e
que não haja fluxo disperso, determine:
a) O número de espiras que a bobina secundária deve possuir para que a fem induzida nesta
seja de 2 [V];
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo IX: CAMPOS VARIÁVEIS NO TEMPO E AS EQUAÇÕES DE MAXWELL 96
b) O valor médio da fem induzida na bobina secundária, admitindo que ela possui 1100
espiras e o núcleo é de ferro, apresentando uma permeabilidade relativa constante e igual a
115.
9.7) Uma espira quadrada possui os vértices em (0; 0; 0), (0,2; 0; 0), (0,2; 0,2; 0) e (0; 0,2; 0) em t
= 0. A espira é um condutor perfeito exceto em um de seus lados, onde existe um pequeno
[ ( )]
resistor de 100 [Ω] e está se movendo através do campo B = 5 cos 6 ⋅ 10 8 t − 2 y a z [µT]
com uma velocidade constante de 40 a x [m/s]. Calcular:
a) A tensão induzida (fem) na espira em função do tempo;
b) A potência dissipada (PR) no resistor em função do tempo;
c) O torque (T) produzido na espira em função do tempo.
Respostas:
a) fem = −3 ⋅ 10 8 [cos(6 ⋅ 10 8 t − 0,4 ) − cos(6 ⋅ 10 8 t )] [µV];
( )
b) PR = 142,1 cos 2 6 ⋅10 8 t − 78,5° [W]; c) T = 0.
9.8) Num fio infinito, situado sobre o eixo y, circula uma corrente I no sentido + a y . Uma espira
quadrada de lado a, situa-se no plano xy, com seu lado paralelo e próximo do fio, mantido
inicialmente a uma distância h do fio. Calcular a fem induzida na espira, se:
a) A espira permanece imóvel e a corrente do fio é I = Imsenωt;
b) A espira se afasta do fio com velocidade constante e igual a v e a corrente do fio é
I = I m = constante .
µ o I m ω a cos ω t h + a µ I va 2
Respostas: a) fem = − ln ; b) fem = o m .
2π h 2π h(h + a )
9.9) Um anel de 3 voltas, com 0,5 [m2] de área, situado no ar, tem um campo magnético uniforme
normal ao plano do anel.
a) Se a densidade de fluxo variar de 5 [mT/s] qual é a fem que aparece nos terminais do anel?
b) Se a fem nos terminais do anel for de 100 [mV], qual será a taxa de variação do campo
magnético?
dB
Respostas: a) fem = –7,5 [mV]; b) = −66,6 [mT/s].
dt
9.11) A figura abaixo mostra um condutor retilíneo, longo e estreito, de comprimento , conectado
através de fios condutores flexíveis a um voltímetro e executando um movimento harmônico
simples no plano yz, sendo submetido a um campo magnético variável dado por
B = B max cos ωt a x . O eixo z é uma posição de equilíbrio do condutor o qual vibra no plano
yz (entre y = –b e y = +b), com uma velocidade dada por v = v max cos ωt a y .
a) Determinar a fem induzida no condutor, desprezando a contribuição dos fios flexíveis.
π
b) Indicar, na figura, o sentido da corrente resultante no instante t = segundos.
2ω
Respostas: a) fem = − v max Bmax lcos 2ωt + ωBmax senωt ; b) Sentido anti-horário.
9.13) A figura ao lado mostra uma barra condutora (formada por três segmentos) situada sobre
dois trilhos condutores paralelos conectados a um voltímetro. Toda a configuração está submetida a
uma densidade de fluxo magnético B .
Calcular a fem induzida em cada uma das seguintes situações:
a) B = 2 a z µT, v = 6 a x m/s;
b) B = 2 e −60 t a z µT, v = 0 m/s;
c) B = 2 e −60 t a z µT, v = 6 a x m/s.
Dizer também qual é o sentido da corrente induzida em cada situação justificando sua
resposta.
Respostas: Para concordar com o vetor B , adota-se o sentido anti-horário para a fem (e,
portanto, para a corrente resultante). Após o cálculo da fem, chega-se a:
a) fem = −1,2 µV. Logo a corrente será no sentido horário.
b) fem = 0,9 e−60 t µV. Logo a corrente será no sentido anti-horário.
c) fem = −0,3 e−60 t µV. Logo a corrente será no sentido horário.
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 99
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
11. SHADOWITZ, A., “The Electromagnetic Field”, Dover Publications, Inc., New York,
1975.
12. MACEDO, A., “Eletromagnetismo”, Editora Guanabara S.A., Rio de Janeiro, 1988.
14. PAUL, Clayton R., “Eletromagnetismo para Engenheiros”, Editora LTC, 2006.
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 100
Anotações Gerais
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Anexo I: SOLUÇÃO DE EQUAÇÃO DIFERENCIAL POR SÉRIE INFINITA DE POTÊNCIAS 101
Anexo I
Este anexo pretende mostrar que a solução da equação diferencial (01) abaixo, ou da equação (07)
da seção 6.5 (resolvida naquele lugar pelo Método da Dedução Lógica), pode ser feita por um
método mais longo, porém mais potente e abrangente: a Substituição por Série Infinita de Potências.
d 2X
2
= α2X (01)
dx
Supondo que a solução procurada X seja representada por uma série infinita de potências de x:
∞
X= ∑ anxn (02)
n =0
∞ ∞
∑ n (n − 1)a n x n − 2 = α 2 ∑ a n x n (03)
n =0 n =0
Se as duas séries infinitas de potências são iguais, estão os coeficientes correspondentes de mesma
potência de x das duas séries devem ser iguais, termo a termo. Assim,
αn α n a1
an = a0 (n par) an = (n ímpar)
n! n! α
∞ α n n a1 ∞ αn n
X = a0 ∑ x + ∑ x
n =0 n! α n =1 n!
n par n ímpar
ou,
X = a0
∞ (αx )n + a1 ∞ (αx )n (05)
∑ n! α
∑ n!
n =0 n =1
n par n ímpar
Reconhecendo que a primeira e a segunda série do segundo membro de (05) são, respectivamente, o
co-seno hiperbólico e o seno hiperbólico, expressos por (06) e (07),
cosh αx =
∞ (αx )n = 1+
(αx )2 + (αx )4 + ⋅ ⋅ ⋅ (06)
∑ n! 2! 4!
n =0
n par
senh αx =
∞ (αx )n = αx +
(αx )3 (αx )5
(07)
∑ n!
+
3!
+ ⋅⋅⋅
5!
n =1
n ímpar
Deve-se observar que as constantes A e B são calculadas em termos das condições de contorno
estabelecidas para o problema.
e αx + e − αx
cosh αx = (10)
2
e − e − αx
αx
senh αx = (11)
2
Assim, substituindo (10) e (11) em (09), obtém-se a expressão final (12) em termos de
exponenciais, onde foram selecionadas novas constantes arbitrárias A ' e B' .
Atenção: O aluno deve exercitar a utilização do método aqui apresentado (Substituição por Série
Infinita de Potências), resolvendo agora a equação diferencial (08) da seção 6.5,
mostrada novamente em (13).
d 2Y
2
= −α 2 Y (13)
dy
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Anexo II: CURVAS B-H DE VÁRIOS MATERIAIS FERROMAGNÉTICOS 103
Anexo II
B
C
D D
C
B