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português escrito
Resumo:
O presente trabalho propõe uma discussão sobre as interferências das
tecnologias digitais na aquisição do português escrito; ao analisar como o uso
da linguagem digital pode intermediar as práticas de letramento infantil,
tornando-se um fator de diversidade linguística e causando interferências na
aquisição da escrita. Argumenta-se, através da análise realizada, que se, por
um lado, a especificidade linguística presente em textos virtuais influencia a
escrita empregada por crianças em gêneros de textos não-digitais; por outro
lado, a convivência com os gêneros de textos digitais favorece as práticas
interacionais, bem como o uso social da leitura e escrita, possibilitando a
ampliação destas habilidades pela criança.
Palavras-chave: tecnologias, letramento, diversidade.
Abstract:
This paper proposes a discussion about the influence of digital technologies
in the acquisition of the Portuguese writing, to analyze how the use of digital
language can mediate the literacy practices of children, becoming a factor of
linguistic diversity and causing interference on acquisition writing. It is
argued, through the analysis realized, which if on the one hand the specific
language present in virtual texts influence the writing used by children in
non-digital genres of texts; on the other hand, the contact with digital texts
favors interactional practices, as well as the social use of reading and
writing, enabling the expansion of these skills for the child.
Palavras-chave: technologies, literacy, diversity.
Introdução
O que está ocorrendo não é uma ‘neutralização das diferenças entre fala e
escrita’, mas sim estão se criando as condições materiais de uma tecnologia
que permitirá uma ‘maior interação entre ambas’, do que emergirão novas
formas de discurso.” (HALLIDAY apud MARCUSCHI. 2004, p. 64).
Essas características, certamente, não são comuns nos textos de crianças que
não têm contato com a linguagem digital. Entretanto, é preciso ressaltar, conforme
as investigações de Storto e Galembeck (2009) que os alunos sem grande contato
com o ciberespaço e que, portanto, não são influenciados pela linguagem utilizada
nas comunicações virtuais também escrevem de forma distinta àquela exigida pela
norma padrão da língua, apresentando falhas na pontuação, acentuação e grafia das
palavras.
Desse modo, observa-se que o erro, resultante de um processo no qual o
aluno reelabora o objeto linguístico, é indispensável e significativo no processo de
aprendizagem e, portanto, estará presente nos diversos textos produzidos pelas
crianças em fase de aquisição da escrita, sejam elas usuárias da linguagem digital ou
não. Mas, sem dúvida,
[...] a tela como espaço de escrita e de leitura traz não apenas novas
formas de acesso à informação, mas também novos processos cognitivos,
novas formas de conhecimento, novas maneiras de ler e de escrever, enfim,
um novo letramento, isto é, um novo estado ou condição para aqueles que
exercem práticas de escrita e de leitura na tela. (SOARES, 2002. p. 152).
Referências Bibliográficas
1
Fernanda SANTOS, Doutoranda em Letras
Universidade Federal da Bahia (UFBA)
E-mail: fernandasantos83@hotmail.com