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Somente a Bíblia

I) Introdução – A propósito da Reforma Protestante

Neste mês de outubro, vamos celebrar, mais uma vez, o dia da Reforma Protestante. Sim,
31 de outubro traz muitas recordações. Martinho Lutero enfrentou muitas dificuldades para
conseguir confrontar a Igreja com a própria Palavra de Deus, a Bíblia. A reforma luterana
teve no retorno à Bíblia um dos seus fundamentos. O princípio sola Scriptura = somente as
Escrituras Sagradas, significava que o ensinado, o pregado e crido pela Igreja tinha que ter
sua fundamentação claramente apoiada na Bíblia.

João Wesley explicitou isso nos 25 artigos de Religião do Metodismo histórico. Diz ele:
“As Santas Escrituras contêm tudo que é necessário para a salvação, de maneira que o que
nelas não se encontre, nem por elas se possa provar, não se deve exigir de pessoa alguma
para ser crido como um artigo de fé, nem se deve julgar necessário para a salvação.
Entende-se por Santas Escrituras os livros canônicos do Antigo e do Novo Testamentos de
cuja autoridade nunca se duvidou na Igreja, a saber, do Antigo Testamento, e do Novo
Testamento.”

Hoje, nos deparamos com pregações e práticas que nem de longe refletem qualquer ensino
bíblico, muito pelo contrário, são condenadas na Bíblia. Por exemplo, grupos realizam
encontros, retiros, e proíbem contar o que ocorreu, trata-se de prática de mistério, próxima
do esoterismo1. O argumento é que o ministério estimula a curiosidade e a participação,
mas é contrário à Bíblia.

II) Retornando à Palavra de Deus

Não quero ser muito extenso, mas, sem dúvida, há muita ignorância a respeitada Bíblia. As
pessoas sabem pouco da Palavra de Deus. Elas não têm tempo para ler. O que o pregador na
rádio ou na televisão disser, se ele for veemente e simpático, as pessoas aceitam como
verdade bíblica. Falta o senso crítico da igreja de Beréia (cf. At 17. 10-15). Enquanto Paulo
falava, eles consultavam a Bíblia para ver se procedia.

Quero passar à Igreja conceitos da Bíblia sobre ela mesma, princípios básicos para quem
deseja crescer no conhecimento da Palavra de Deus:

1) A Bíblia é um livro inspirado por Deus

Paulo, escrevendo a Timóteo, diz: “Toda Escritura é inspirada por Deus...” Ou seja, a Bíblia
não é um livro comum, pois cremos, com João Wesley, que ela tem como co-autor o
Espírito Santo. Aqui também os 25 artigos de Religião de João Wesley nos ajudam,
enfatizando o ensino de Paulo, pois João Wesley afirmou a natureza inspirada da Bíblia.
Mas não somente isso. Na carta de Pedro, está dito isso com outras palavras: “...porque
nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto homens [santos]
falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo.” (1Pe 1.21).

Tal convicção faz da Bíblia um livro que tem autoridade sobre a vida da Igreja, e sobre
todos os cristãos, assim como fora para Israel o Antigo Testamento.

A leitura e estudo diário da Bíblia é um instrumento vital para o crescimento na fé, para
alcançar a maturidade cristã, a estatura do varão perfeito em Cristo.

Em Hebreus 4.12, somos ensinados que a Palavra de Deus é viva e eficaz, mais cortante do
que espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e
medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração. “O ensino
prossegue, pois afirma: “E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; ...” (Hb
4.13). Por isso Paulo disse ser a Bíblia útil. Ela é um instrumento do Espírito de Deus, para
denunciar, lá no fundo do nosso coração, o pecado. Ela “vê se há em nós algum caminho
mau.”

A Bíblia como instrumento nas mãos de Deus, nos ensina, nos exorta, nos corrige, nos
educa, nos consola (cf. 2Tm 3.16-17).

2) A Bíblia como obra literária e instrumento de ensino

A Bíblia é um livro com uma diversidade muito grande de gêneros literários. O que eu
quero dizer com isso? Apenas que na História da Salvação os momentos da ação de Deus,
como descritos na Bíblia, são diferentes conforme o meio social e as circunstâncias que eles
descrevem.

Isso quer dizer que autores, em meios sociais e históricos diferentes entre si, tendem a
descrever personagens e fatos de modo diferente. Por exemplo, o batismo de Jesus em
Marcos, Mateus e Lucas, tem traços diferenciados que se explicam pelo meio ambiente e a
circunstância histórica de cada um, ainda que o gênero seja o mesmo, no caso dos
evangelhos sinóticos, dentro de um mesmo quadro um anota um fato, outro um detalhe,
junta-se tudo e temos o Evangelho nos evangelhos.

Essa diversidade aponta uma motivação de ensino. Na verdade, se descreve a revelação de


Deus em categorias e formas que o povo pudesse entender e aprender a mensagem de Deus.

No Antigo Testamento, no texto hebraico, havia três partes distintas, conforme organizavam
os mestres de Israel. A primeira parte era a Torah, a lei de Deus, também chamada,
posteriormente, de Pentateuco. Depois disso, temos os Profetas, divididos em anteriores:
Samuel, e profetas posteriores, como Isaías. Além desses, temos os Ketubim ou escritos
restantes, entre os quais se incluem os Salmos, Crônicas, Esdras, etc...

Na verdade, o que quero sublinhar é que em todos esses grupos, com suas riquezas
literárias, há uma motivação de ensino. Vejamos alguns exemplos: Nos livros da Lei
(Torah) vamos encontrar a tradição da Páscoa, tendo sua memória institucionalizada num
ritual: "Guardai, pois, isto por estatuto para vós outros e para vossos filhos, para sempre. E,
uma vez dentro na terra que o Senhor vos dará, como tem dito, observai este rito. Quando
vossos filhos vos perguntarem: Que rito é este? Respondereis: É o sacrifício da páscoa ao
Senhor que passou por cima das casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu os
egípcios e livrou as nossas casas. Então o povo se inclinou, e adorou." (Êx 12. 24-27). Aqui
o ato salvífico de Deus no Egito deveria ser celebrado e ensinado como lei e estatuto para
sempre. Ou seja, em toda a Lei se repetem as ordenanças que deveriam ser ensinadas pelos
pais, de geração a geração, e isso só era possível devido ao senso de dever de passar a
tradição de geração a geração. Não é à toa que um dos protagonistas da festa da Páscoa era
a criança, a qual devia perguntar: "Que rito é este? Ensejando ao pai o ensino das
ordenanças de Deus e da memória da sua salvação.

Quando vamos aos profetas, encontramos o sentido do ministério profético, e por


conseguinte, a razão principal dos livros proféticos. "Todo o povo disse a Samuel: Roga
pelos teus servos ao Senhor teu Deus, para que não venhamos a morrer; porque a todos os
nossos pecados acrescentamos o mal de pedir para nós um rei. Então, disse Samuel ao
povo: Não temais; tendes cometido todo este mal; no entanto, não vos desvieis de seguir ao
Senhor, mas servi ao Senhor de todo o vosso coração. Não vos desvieis; pois seguireis
cousas vãs, que nada aproveitam, e tampouco vos podem livrar, porque vaidade são. Pois o
Senhor, por causa do seu grande nome, não desamparará o seu povo, porque aprouve ao
Senhor fazer-vos o seu povo. Quanto a mim, longe de mim que eu peque contra o Senhor,
deixando de orar por vós; antes vos ensinarei o caminho bom e direito. Tão-somente, pois,
temei ao Senhor, e servi-o fielmente de todo o vosso coração; pois vêde quão grandiosas
cousas vos fez." (1Sm 12. 19-24)

Assim, os livros proféticos são relatos e mensagens que ilustram e transmitem o esforço de
Deus em trazer para si e suas ordenanças ao povo, e isso através do ofício do profeta, cuja
mensagem era ensino. É bom registrar que a maioria dos profetas teve em torno de si um
círculo de discípulos, a ponto de se formarem verdadeiras escolas de profetas.

O mesmo podemos dizer dos demais escritos, principalmente os Salmos, a começar do


primeiro, que diz: "Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se
detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, o seu
prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite."(Sl 1. 1-2) Trata-se de
uma volta permanente à Torah. O Salmo 11 diz: "Ora, destruídos os fundamentos, o que
poderá fazer o justo?" (Sl 11. 3) O mesmo se pode dizer de Jó, o qual é uma lição de
fidelidade a Deus e à sua lei. Jó é exemplo e símbolo do servo submisso e fiel à Torah.

Quando chegamos ao Novo Testamento, nós vamos encontrar os evangelhos, Atos, as


Epístolas e o Apocalipse. Todos foram escritos com o objetivo de ensino. A começar em
Mateus, onde a estrutura do Evangelho está montada em torno de cinco grandes sermões de
Jesus, ao que alguns exegetas têm chamado de a Torah do Evangelho. Os cinco discursos
são: 1) Mateus 5 a 7 ou Sermão do Monte, 2) Mateus 10. 5ss ou Sermão da Missão, 3)
Mateus 13 ou Sermão por Parábolas, 4) Mateus 18 ou Sermão Eclesiológico ou da Igreja,
5) Mateus 23 a 25 ou Sermão de Juízo.
O Evangelho termina com a grande comissão que demonstra a intenção de Jesus que os
ensinos do Evangelho fossem ensinados a todas as nações: "...ensinando-os a guardar todas
as cousas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até a consumação
do século." (Mt 28. 20).

III) Conclusão - A Bíblia como livro Devocional

a) Ela é um alimento básico, que nos nutre, é o leite da palavra

Não é possível crescimento na experiência com Deus sem nutrir-se da leitura e estudo da
Palavra de Deus. (1Pe 2.1-3).

b) Alcançamos a fé em Cristo, através da pregação da palavra de Cristo, isso aconteceu no


dia de Pentecostes, quando Pedro se levantou e pregou as Escrituras, o povo, confrontado
com a Palavra, creu (At 2.36-37; Rm 10.8-10, 17).

c) Pela Palavra, aprendemos a guardar puro o nosso caminho. O salmista diz que a única
maneira do jovem guardar pura a sua vida é: “...observando-o segundo a tua palavra.” (Sl
119.9). Junto a isso, guardar a Palavra é a maneira que retemos dentro de nós o seu ensino,
de modo que diante da tentação, a Palavra guardada, memorizada, é trazida à tona,
denunciando o pecado, e anunciando o caminho a ser seguido (cf. Sl 119.56-61). Lembrem
de Jesus no deserto, a todas as propostas de Satanás. Jesus Cristo respondeu com a Palavra
de Deus. Esse é o caminho para nós, também, vencermos a tentação.

d) A Palavra é também conselheira e esclarecedora, não é à toa que ela é luz para os nossos
caminhos (cf. Sl 119.105). Mas quem ainda não foi aconselhado pela Bíblia é porque a usa
pouco. Quem conhece a Bíblia, e a estuda com freqüência, encontra direção para muitos
assuntos do dia-a-dia, até mesmo como lidar com situações difíceis da vida familiar, dos
negócios. Por exemplo, ela ensina a importância de planejar antes de qualquer
empreendimento (cf. Lc 14.28-32).

e) A Palavra, segundo o Apóstolo Paulo, quando pregou aos presbíteros de Éfeso, tem poder
para edificar de tal forma que somos por ela capacitados a herdar as promessas de Deus
(Cf. At 20.32). Jesus colocou com clareza aos discípulos de Emaús que a dificuldade deles
de entender o ministério dEle como Messias era porque não conheciam as Escrituras. Eles
estavam desanimados, voltavam para Emaús, sem herdar as promessas, porque ignoravam
as Escrituras acerca do Messias. Tanto que após Jesus lhes anunciar a Palavra (cf. Lc
24.27), está dito que: “Então lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras.”

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1. Esoterismo – Vem do grego eiso = para dentro e terein = guardar, esconder. Classifica
seitas e grupos religiosos existentes no mundo grego-romano, que, como cultos mistéricos,
tinham atos que só eram revelados aos que deles participassem: os iniciados.

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