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Garcia, A.L.

“A identidade capixaba em questão: uma análise psicossocial”

A IDENTIDADE CAPIXABA EM QUESTÃO:


UMA ANÁLISE PSICOSSOCIAL

Aldemir Luiz Garcia


Centro de Ensino Superior Anísio Teixeira (CESAT) e
Centro Universitário de Vila Velha (UVV).

RESUMO:Buscou-se o desenvolvimento de um estudo abarcando as representações sociais de professores


sobre o folclore, verificando-se as conexões destas com a construção da identidade social. A pesquisa
abarcou 32 docentes do ensino fundamental da rede pública municipal de Vitória. A coleta de dados
realizou-se por meio de um questionário semi-estruturado que versou sobre temas relativos à problemáti-
ca folclore capixaba e identidade. As questões estruturadas tiveram suas respostas tabuladas com o
intuito de fornecerem dados quantitativos, já as respostas livres foram organizadas tendo em vista a
construção de um corpus representacional que permitisse a aplicação de uma análise temática de con-
teúdo. Os resultados indicaram que os sujeitos associam o folclore à cultura espontânea e o caracterizam
como o principal indicador de uma identidade social local (capixaba), que se constrói por meio da
comunicação social, cotidianamente e constitui-se das tradições culturais em geral, tanto materiais
quanto imateriais.
PALAVRAS-CHAVE: Psicologia Social; Identidade (Psicologia); Espírito Santo (Estado) - Cultura Popu-
lar; Folclore.

THE CAPIXABA’S IDENTITY IN QUESTION: A PSYCHOSOCIAL STUDY.

ABSTRACT: Searched the development of a study on the social representations of teachers about the
folklore, verifying the connections of these with the construction of the social identity. The research
comprise 32 teachers of the basic education of the public municipal net of Vitória The collection of data
was carried through by a half-structuralized questionnaire that turned on the problematic of folklore and
identity. The structuralized questions had its answers tabulated with intention to supply quantitative
information, already the free answers had been organized in view of the construction of a corpus that
allowed the application of a thematic analysis of content. The results had indicated that teachers associate
the folklore to the spontaneous culture and they characterize it as the main pointer of a local social
identity (capixaba), that is constructed by means of the social communication, daily, and consists of the
cultural traditions in general, material as much as immaterial.
KEY-WORDS: Social Psychology;; Identity (Psychology); Espírito Santo (State) - Popular Culture; Folklore.

INTRODUÇÃO no campo das ciências sociais, mas também


reagrupa as preocupações, classicamente associa-
O interesse pela temática cultura popular das à cultura em torno do tema da identidade.
e identidade, liga-se à percepção de que o lugar do Essa orientação teórica, diz respeito à compreen-
indivíduo no mundo passa por investimentos sim- são de que a vivência social é sempre simbolica-
bólicos – comportamentos, atitudes, opiniões – mente mediada, seja pelo discurso, seja pelas ma-
pelos quais ele se afirma e negocia com os demais nifestações artísticas em sentido amplo, de modo
atores, sua forma de inserção na sociedade. Afi- que tanto se pode dizer que tal vivência é cultural-
nal, a cultura popular, à margem do ensino ofici- mente construída, como dizer que a cultura é uma
al, vem assegurando a constituição de uma base construção social, que interage de forma comple-
cultural comum nas diversas sociedades, onde sua xa com os diferentes lugares e práticas onde se
sobrevivência é garantida e decerto permanecerá, situam ou por onde circulam os agentes sociais,
pela transmissão de geração em geração. dando sentido e direção – ou questionando-os – a
Burity (2002) ressalta que a problemática seus pertencimentos e ações.
da cultura é hoje um veio de discussão consagra- Sob esse prisma, o folclore, entendido como
do, que não apenas retrata uma orientação teórica cultura popular, forma de saber e processo intelec-
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tual de criação ou renovação de valores, constitui- dade social localmente partilhada, e que os profes-
se objeto de investigação científica privilegiado sores, pela peculiaridade do seu ofício, são impor-
para a Psicologia Social, que, numa perspectiva re- tantes articuladores e difusores dessa cultura.
novadora – temática, teórica e metodológica – tem Pesquisamos no total trinta e dois (32) pro-
buscado considerar tanto os comportamentos in- fessores de cinco (05) escolas do ensino fundamen-
dividuais, como os fatos sociais em sua concretude tal. Em relação à caracterização dos sujeitos, apu-
e singularidade histórica. ramos os seguintes dados: a maioria é do sexo fe-
Portanto, tendo em vista a multiplicidade minino 87,5% dos entrevistados. Suas idades vari-
da utilização dessa cultura popular, acreditamos am entre 24 e 57 anos, sendo a média etária equi-
que a escola e seus atores podem e devem servir-se valente a 40,5 anos. Quanto ao estado civil 62,5%
do folclore como excelente meio de transmissão de são casados; 18,8% são solteiros; 15,6% divorcia-
conhecimentos, ao mesmo tempo em que revelador dos e 3,1% viúvos. Em relação à formação acadê-
da cultura do povo. Desta maneira, estaria utili- mica, todos se declararam licenciados: 18,8% for-
zando esta outra lógica, que não está nos livros ou mados em História, a mesma porcentagem (18,8%)
no conteúdo formal, onde quase sempre encontra- em Letras-Português; 15,5% em Geografia; 12,5%
mos a versão oficial, para conhecer e interagir com em Educação Física; 12,5% em Educação Artísti-
as facetas da consciência popular. ca; 9,4% em Matemática, o mesmo percentual
Partindo dessas premissas, esta pesquisa (9,4%) em Biologia e, finalmente 3,1% em Letras-
focalizou uma análise sobre as representações so- Inglês.
ciais de professores sobre o folclore, particularmente Quanto à questão do tempo de serviço pres-
o folclore capixaba e sua disseminação, procuran- tado na área do magistério, obtivemos uma média
do estabelecer conexões entre estas representações de 16,7 anos, sendo o tempo mínimo de 2 anos e o
com a construção da identidade social, à busca de máximo de 38 anos de serviço. Em relação às séri-
subsídios que indiquem objetivamente a relação es em que os professores lecionam, 65,7% traba-
dialética entre cultura e identidade. lham com turmas de 5ª à 8ª séries, enquanto 34,3%
dão aulas para alunos da 1ª à 4ª séries. Sobre as
MÉTODO disciplinas ministradas, elas obedecem à área na
Acreditando poder contribuir com o deba- qual o professor possui licenciatura, repetindo en-
te sobre o binômio cultura e identidade, propuse- tão os mesmos percentuais apresentados no pará-
mos uma análise psicossocial da questão, a partir grafo anterior quando nos referimos à área de for-
de uma investigação sobre as representações soci- mação dos sujeitos.
ais de professores do município de Vitória sobre o Os dados foram coletados por meio de ques-
folclore, com a intenção de verificar suas ligações tionário semi-estruturado, sendo mantidas sob si-
com a construção de uma identidade social. Para gilo quaisquer informações sobre a identidade pes-
tanto nos apoiamos no conceito de representação soal dos entrevistados. As questões propostas ver-
social, proposto inicialmente por Moscovici (1978) saram sobre temas relativos à problemática do fol-
e no conceito de identidade social, proposto por clore capixaba e identidade, tendo como matriz os
Tajfel (1982, 1983). seguintes temas: a) o folclore e suas característi-
A nossa posição partiu da concepção de cas, sua dinâmica e o uso das explicações basea-
que a formação de identidades ocorre num proces- das em fatos folclóricos, além de sua reprodução
so coletivo envolvendo os vários grupos que com- na atualidade; b) a relação entre o folclore e a
põem uma determinada sociedade com o objetivo identidade; c) homogeneização de comportamen-
de organizar a realidade dos indivíduos criando tos e atitudes derivadas do compartilhamento de
diferenciações entre o que é familiar, compartilha- elementos folclóricos comuns; d) a disseminação
do pelo grupo, e o que é estranho, ou extra-grupo. do folclore na educação e na sociedade em geral.
Tal fenômeno ocorre através das comunicações As questões objetivas (12) tiveram suas res-
interindividuais no dia-a-dia, onde fluem conjun- postas agrupadas e tabuladas com o intuito de nos
tos de conceitos, afirmações e explicações que cons- fornecerem dados quantitativos a respeito do seu
tituem as representações sociais, através das quais respectivo assunto. Já as respostas das questões
se procede a interpretação e mesmo a construção discursivas (4) foram organizadas tendo em vista
das realidades sociais. a construção de um corpus representacional que
Nessa perspectiva observamos que, o fol- permitisse a aplicação de uma análise temática de
clore, devido à pluralidade de seus elementos e conteúdo (1979). Buscou-se, portanto, categorizar
ampla circularidade, apresenta-se como um possí- as informações coletadas, para posterior
vel instrumento para o diagnóstico de uma identi- estruturação de resultados. Para tanto, utilizamos
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o seguinte procedimento para as questões com res- Tabela 2.


postas livres: a) análise das respostas destacando Tal situação parece indicar um baixo co-
o conteúdo relevante a partir dos temas indicados; nhecimento dos subsídios da cultura popular por
b) categorização da temática do conteúdo desta- parte de alguns professores, neste caso, parece-nos
cado; c) análise das categorias obtidas. pertinente refletir se o valor educativo do folclore
realmente tem sido suficientemente aproveitado
RESULTADOS E DISCUSSÃO pela escola, seja dentro do projeto pedagógico, seja
Na análise do material, verificamos uma no espaço da sala de aula, servindo como base
concordância entre os sujeitos que caracterizaram para a construção do conhecimento tanto de pro-
o folclore capixaba, como um conjunto de mani- fessores quanto de alunos.
festações culturais e artísticas oriundos do folclore TABELA 2
nacional adaptados à região, que pode ser enten- Características mais relacionadas ao folclore capixaba
dido como um indicador identitário, e associado à segundo os professores
cultura espontânea1 , pois se baseia na populari- RESPOSTAS %
dade e tradicionalidade e tem como principal fun- Popularidade 15,6
ção facilitar as soluções usuais, cotidianas, admi- Tradicionalidade 34,4
tidas como respostas aos problemas do dia-a-dia, Popularidade e Tradicionalidade 43,7
conduzindo os indivíduos a reapropriação e reor- Não responderam 6,3
ganização do seu meio social. TOTAL 100
A partir deste delineamento das represen-
tações dos professores destacamos alguns pontos É possível observar ainda na Tabela 2, que
iniciais que mereceram um detalhamento, são eles: a maioria dos professores consideram a tra-
a caracterização geral do folclore regional, sua li- dicionalidade (34,4%) e a popularidade (15,6%)
gação à cultura espontânea, à popularidade e a como as principais características do folclore, sen-
tradicionalidade, e sua função de facilitador na do que 43,7% deles associaram ambas as opções.
resolução dos problemas cotidianos.
Em primeiro lugar, serão apresentadas as
representações sociais dos professores em relação
ao folclore capixaba, suas características e quais
são as atividades pertinentes ao folclore brasileiro
que mais se destacam na cultura local (Tabelas 1,
2 e Figura 1).
TABELA 1
Como os professores caracterizam o folclore capixaba

RESPOSTAS %
Uma cultura erudita 6,3 FIGURA 1- Elementos característicos do folclore
O principal indicador da identidade cultural 37,4
capixaba segundo os professores
Uma cultura de massa 12,6
Uma cultura espontânea 37,4
Não responderam 6,3 A Figura 1 permite visualizar informações
TOTAL 100 acerca dos elementos característicos relacionados
ao folclore capixaba pela grandeza de sua predo-
Como é possível observar a partir da Tabe- minância na opinião dos professores. Temos então
la 1, 37,4% dos entrevistados consideram o folclo- que 66,8% indicaram o Artesanato como uma das
re como cultura espontânea, ao passo que outros principais características predominantes no folclo-
37,4% consideram-no o principal indicador da re capixaba, 66,6% indicaram Lendas e mitos bra-
identidade cultural. sileiros, 65,6% optaram pela Culinária, 43,8% pe-
É interessante observar que 6,3% dos pro- las Danças Regionais; 34,4% pelas Cantigas, cor-
fessores entrevistados não foram capazes de carac- del, poesia e teatro, 25% Medicina popular, 18,8%
terizar o folclore com base nas respostas oferecidas por Folguedos e brincadeiras infantis; e apenas
e também não optaram por descrever uma outra 9,4% indicaram a Indumentária.
possibilidade de resposta. Coincidentemente, o Neves (1978), um dos maiores estudiosos
questionamento sobre as características relaciona- do folclore capixaba, caracteriza-o como um varia-
das ao folclore também deixou de ser respondido do e opulento acervo de tradições populares, rece-
por 6,3% professores, como é possível observar na bidos e adaptados dos portugueses, negros, indí-
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genas e demais imigrantes e/ou migrantes que para categorias símbolo da nossa identidade social, como
o Espírito Santo vieram trazendo consigo sua cul- por exemplo, o caso da panela de barro e de dois
tura e acomodando-a ao ambiente social local. É, pratos nela confeccionados, a torta e moqueca
portanto, um conjunto de elementos culturais capixaba.
abrangentes que remonta a tradições de povos e Nas representações dos professores acerca
regiões diversas, de contínua transformação, sen- do folclore capixaba, vários elementos foram des-
do por isso atual. tacados, como o artesanato, mitologia e lendas,
A cultura folclórica é adquirida de manei- culinária típica, cantigas, cordel, medicina popu-
ra espontânea, sem obrigatoriedade de horário ou lar, brincadeiras, etc. Mas quando questionados a
dia. Em folclore aprendemos por necessidade, por indicar quais elementos representavam a vitalida-
vontade de participar de algo, porque percebemos de do folclore local, foram enfáticos os destaques
que somos parte do grupo, da sociedade em que feitos ao artesanato (panela de barro) e à culiná-
vivemos (GUIMARÃES, 2002). ria (torta e moqueca) típica. O mesmo destaque
Os elementos popularidade e foi observado quando os sujeitos se expressaram
tradicionalidade estão relacionados, respectivamen- sobre quais seriam os elementos constitutivos da
te à aceitação coletiva e à continuidade no tempo. identidade capixaba.
A cultura popular não é nem poderia ser estática, TABELA 3
visto que é capaz de assimilar novos conteúdos, e Onde tem sido mais expressiva
não sendo teórica, existe por uma prática constan- a vitalidade do folclore segundo os professores
te. Sua funcionalidade exige essa prática e, assim,
ela está sempre em processo de atualização. RESPOSTAS %
De acordo com Hobsbawm (1997), as tra- Comunicação popular 21,7
Tradições locais 24,8
dições são dinâmicas, estão sempre em atualiza-
Atividades artesanais e culinárias 78
ção sendo (re)inventadas. As tradições são um con-
junto de práticas, normalmente reguladas por re- * A soma total das porcentagens ultrapassa 100%, pois
gras tácitas ou abertamente aceitas, de natureza foram consideradas respostas múltiplas.
ritual e simbólica que visam inculcar certos valo- Quando questionados sobre os espaços
res e normas de comportamento através da repeti- onde têm sido mais expressiva a vitalidade do fol-
ção, o que implica uma continuidade em relação clore na atualidade, Tabela 3, podemos observar
ao passado. O seu principal objetivo e característi- que a maioria (78%) escolheu a alternativa relaci-
ca é a invariabilidade. onada às atividades artesanais e culinárias. Com-
As tradições são inventadas, como no caso parando tal escolha com a anterior (Tabela 2), ve-
de instituições políticas, movimentos ideológicos rificamos que ambas apresentaram pontos de vista
e grupos, inclusive o nacionalismo, sem confluentes, a vitalidade do folclore capixaba é con-
antecessores, que tornaram necessária a invenção dicionada à sua reprodução na cultura de massa2
de uma continuidade histórica, por exemplo, atra- (shows, feiras, restaurantes, etc.).
vés de um passado baseado em lendas ou simples- Podemos acreditar que alguns elementos
mente inventado. De acordo com o autor, as tradi- folclóricos foram transformados em símbolos
ções modernas podem se classificar em três cate- identitários num passado recente, por instituições
gorias superpostas: governamentais e empresas turísticas, com o obje-
a) aquelas que simbolizam a coesão tivo de criar uma imagem que definisse o estado
social ou as condições sociais de ad- frente às outras unidades da federação, indicando
missão de um grupo ou de comunida- seus pontos atrativos, riquezas naturais, produtos
des reais ou artificiais; b)aquelas que e serviços, como observamos na atualidade, por
estabelecem ou legitimam instituições, exemplo, o projeto da Rota do Sol e da Moqueca3,
status ou relação de autoridade, e c) organizado pelas prefeituras de Vitória, Serra, Vila
aquelas cujo propósito inicial é a so- Velha e Guarapari, com o apoio do ES Convention
cialização, a inclusão de idéias, siste- & Visitors Bureau e da EMBRATUR. O projeto tem
mas de valores e padrões de compor- como objetivo vender o turismo capixaba em nível
tamento (HOBSBAWM, 1997, P. 17). nacional e internacional, oferecendo roteiros
Para nossas análises, torna-se interessante praianos associados à culinária local. Empreendi-
à observação da primeira categoria (tradições que mentos como este, abarcam uma série de caracte-
simbolizam a coesão social ou as condições de ad- rísticas culturais que, destacadas pela mídia, aca-
missão a grupos), na qual podemos inserir o estu- bam por formar um imaginário sobre o que
do de alguns fatos folclóricos que são elevados a corresponderia a uma identidade local.
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A partir dessa observação ressaltamos mais É a industrialização, através das alte-


um ponto a ser discutido, referente à difusão do rações que cria no modo-de-produção
folclore. Quando analisamos as respostas dos pro- e na forma do trabalho humano, que
fessores sobre onde tem sido mais concentrada sua determina um tipo particular de in-
reprodução e (re)adaptação a maioria indicou que dústria (a cultural) e de cultura (a de
ela se dá na cultura de massa, transformando as massa), implantado numa e noutra os
manifestações folclóricas ou seus objetos em pro- mesmos princípios em vigor na pro-
dutos vendáveis. dução econômica em geral: o uso cres-
TABELA 4 cente da máquina e a submissão do
Onde têm sido mais concentradas a reprodução e ritmo humano de trabalho ao ritmo
(re)adaptação do folclore segundo os professores da máquina; a exploração do traba-
lhador; a divisão do trabalho. Estes
RESPOSTAS %
Na cultura de massa, transformadas em
são alguns dos traços marcantes da
objetos vendáveis 65,6 sociedade capitalista liberal, onde é
Na cultura erudita 18,6 nítida a oposição de classes e em cujo
Na cultura espontânea, sem necessidade de interior começa a surgir a cultura de
recursos da mídia para divulgação 43,6 massa (COELHO NETTO, 1987, p. 10).
Não responderam 3,1 De acordo com Guareschi (1999), os mei-
* A soma total das porcentagens ultrapassa 100%, pois os de comunicação de massa legitimam o
foram consideradas respostas múltiplas. consumismo e constroem a infra-estrutura de de-
pendência e ajuda às corporações capitalistas (prin-
Como é possível observar na Tabela 4,
cipalmente multinacionais) na venda de seus pro-
(65,6%) dos entrevistados acreditam que a repro-
dutos. A sofisticada tecnologia de comunicações
dução e (re)adaptação do folclore se dá na cultura
usa técnicas de persuasão, manipulação e pene-
de massa, onde são transformados em objetos ven-
tração cultural, introduzindo novas idéias, gostos
dáveis. Tal resultado toma contornos mais interes-
e crenças nas sociedades.
santes se observarmos que quando questionados
O autor ressalta que, em toda a parte, a
sobre as características do folclore (Tabela 1), ape-
cultura local está enfrentando o afogamento que
nas 6,3% professores o associaram à cultura de
os excedentes dos meios de comunicação de mas-
massa.
sa, produzidos com finalidade ideológica e comer-
Esta incongruência se resolve quando veri-
cial, estão causando. E como exemplo dessa pro-
ficamos que a justificativa, para a escolha da afir-
blemática, nos cita o caso da T.V., cuja programa-
mativa de que a reprodução e (re)adaptação do
ção está montada para atender aos interesses dos
folclore se dá na cultura de massa, argumenta em
patrocinadores que financiam a programação, “[...]
linhas gerais, sobre a impossibilidade de fugir às
ignorando-se as disparidades, em níveis econômi-
investidas da mídia e, portanto, o folclore acaba
cos, entre os estados e suas necessidades, conse-
explorado por esta. Porém, ainda assim, o que pre-
qüentemente, diferentes no campo das comunica-
valece é a espontaneidade restrita à região onde se
ções” (GUARESCHI, 1999, p. 76).
originou determinado fato folclórico.
Bosi (1996), complementando o debate,
As outras respostas sobre essa questão
acredita que com o avanço da industrialização co-
(reprodução do folclore), concentram-se na: cultura
meçou uma nova era para a cultura popular: per-
espontânea, sem necessidade de recursos da mídia
dendo suas características folclóricas, organizada
para divulgação (43,6%) e na cultura erudita1 (nos
por empresários da indústria do lazer, sendo forte-
círculos intelectuais, universidades e instituições
mente estruturada em função de um certo público-
de pesquisa), com 18,6% das escolhas.
massa, criando assim, distinções sócio-econômicas:
Coelho Netto (1987) explica que a criação
A cultura de massas, diferentemente
de uma cultura de massa antecede o desenvolvi-
do folclore, não tem raízes na vivência
mento de meios de comunicação de massa. Essa
cotidiana do homem da rua. Ela pro-
cultura, portanto, surgiu e se desenvolveu com os
duz modas (rock and roll, twist), mas
primeiros jornais, romances de folhetins e posteri-
não foi capaz de criar nada que se as-
ormente o rádio, a T.V. e a comunicação virtual. A
semelhasse ao jazz do negro america-
partir do século XIX, com o fenômeno da industri-
no: jazz que a cultura erudita admira
alização, a cultura massificada se incorpora como
enquanto rejeita aquelas modas
produto e se expande sem fronteiras junto à indús-
massivas (BOSI, 1996, p. 77).
tria fabril:
Entretanto, segundo Guimarães, a cultura
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popular, mesmo não necessitando de meios que verificamos nos materiais didáticos e nas ati-
(mídias) sofisticados para sua divulgação, visto que vidades desenvolvidas por seus professores.
faz parte do nosso cotidiano, pode utilizá-los. Os
fatos folclóricos podem também sofrer influência
tanto da cultura erudita, quanto da cultura de
massa, assim como influenciá-las. A constante tro-
ca de influências entre os três parâmetros da cul-
tura caracteriza o processo da dinâmica cultural:
“[...] a cultura informal está presente na vida de
todos nós, independentemente de nossa condição
econômica, de nosso status sociocultural. Todos
nós somos portadores do folclore!” (BOSI, 1996, p.
5).
O processo de difusão e circularidade do
folclore também ocorrem, segundo os professores, FIGURA 2- Atividades desenvolvidas na escola
na escola, através do desenvolvimento de atividades que utilizam o folclore
de pesquisa (pelos alunos), e da prática de projetos
Na Figura 2 podemos verificar quais são os
interdisciplinares pelos docentes, que enriquecem
elementos folclóricos utilizados nas atividades de-
o processo de ensino-aprendizagem.
senvolvidas na escola: 76% dos professores utili-
TABELA 5 zam-se das músicas, danças e festas; 56% artesa-
Formas de difusão do folclore na escola natos; 44% estórias; 32% culinária; 28% brinca-
RESPOSTAS deiras; 24% medicina popular, e 20% utilizam a
%
Através do incremento da poesia e a representação teatral.
interdisciplinaridade 75 Consideramos, pelo que foi dito, que a
Incorporado a alguma disciplina que cultura popular constitui-se em um instrumento
tematize a questão cultural 15,7 fecundo para a compreensão da vida social. O
Transformado em disciplina específica 9,3 folclore, entendido como “[...] todos elementos
Total 100 culturais que constituem soluções usuais e
Como é possível observar na Tabela 5, costumeiramente admitidas e esperadas dos
(75%) dos entrevistados consideram o incremento membros de uma sociedade transmitida de geração
da interdisciplinaridade como forma ideal de se em geração [...] (FERNANDES, 1978), pode agir
disseminar a importância do folclore dentro da es- como elemento de fomento à constituição de uma
cola, outros 15,7% preferem que o folclore seja in- identidade social ampla (devido à sua circu-
corporado a alguma disciplina que tematize a ques- laridade), que una os indivíduos a um grupo ou
tão cultural, e, 9,3% acreditam que seria ideal a grupos sociais.
criação de uma disciplina específica sobre o folclo- A maioria dos sujeitos pesquisados admitiu
re. a existência de uma identidade capixaba pautada
O estudo da cultura popular tem muito a num compartilhar cultural, que se constitui, a partir
contribuir para a democratização dos conteúdos da difusão e valorização do folclore, da trans-
apresentados pelo ensino formal, criando vários ca- ferência de geração em geração das tradições em
nais de ligação entre professor, material didático e geral, da vida cotidiana e da comunicação informal,
aluno. A prática da interdisciplinaridade (NOGUEI- da divulgação da história e geografia regionais e
RA, 2001) - trabalho conjunto de duas ou mais através dos meios de comunicação de massa.
TABELA 6
disciplinas em busca de objetivos comuns -, já tem
Como a identidade capixaba se constrói
possibilitado essa experiência, pois a maioria dos de acordo com os professores
professores pesquisados afirmaram que desenvol-
RESPOSTAS %
vem projetos nesse sentido, onde se destacam os
Divulgação/ valorização do folclore 52,7
temas: música, dança e festas, artesanato, estóri- Divulgação/ valorização da geografia e da história locais 15,5
as e lendas, e culinária. Quanto às disciplinas que Através dos meios de comunicação 15,5
mais se enquadram nesse trabalho, são elas: Lin- Tradição/ transmissão de geração em geração 24,8
guagem oral e escrita, Geografia, História e Edu- Resistência cultural 3,1
cação Artística. Possivelmente a ocorrência de tais Não responderam 18,6
disciplinas se deve a uma maior aproximação des- * A soma total das porcentagens ultrapassa 100%, pois foram considera-
tas com os temas da área histórico-cultural, fato das respostas múltiplas.
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A Tabela 6 nos apresenta dados que possi- históricos, festas religiosas); e alguns elementos
bilitam a seguinte interpretação sobre a constru- da cultura afro- brasileira 3,1% (música e dança,
ção da identidade capixaba: 52,7% dos professo- como o congo). Quanto aos 24,8% dos professores
res acreditam que a divulgação e a valorização do que não responderam a questão, podemos supor
folclore de uma forma geral (pela escola, governo, ao menos duas explicações: ou não concordaram
associações culturais, nas relações interindividuais com a idéia de uma identidade capixaba, ou
do dia-a-dia, etc.) é um dos seus principais subsí- concordando com tal idéia, não identificaram os
dios; 24,8% responderam que as tradições, sobre- seus elementos constitutivos.
tudo as familiares, transmitidas de geração em ge- De acordo com Moscovici (1984), as
ração são cruciais. Os outros professores resaltaram Representações Sociais podem ser entendidas como
também: a divulgação da geografia e da história um conhecimento do senso comum, socialmente
locais (15,5%); a utilização dos meios de comuni- construído e socialmente partilhado, que se vê nas
cação (15,5%) e a resistência cultural (3,1%). Já mentes das pessoas e na mídia, nos bares, nas
18,6% dos entrevistados não responderam a ques- esquinas, nos comentários das rádios e TVs. Pode-
tão, desconhecendo talvez os processos de cons- se dizer que as R.S. são realidades sociais e
trução de identidades. culturais, e não meras produções simbólicas de
Quanto às representações da identidade indivíduos isolados. Elas existem tanto na cultura
capixaba propriamente ditas, seus elementos como nas mentes das pessoas, são coletivamente
constitutivos, obtivemos uma diversidade de res- sentidas e percebidas. Expressam e estruturam tanto
postas, que variam, da combinação de elementos a identidade como as condições sociais dos atores
folclóricos (tais como: manifestações artístico-cul- que as produzem e as transformam.
turais, culinárias e artesanato típico), até referên- Portanto, as R.S. apresentam-se como fon-
cias à história local e ao meio-geográfico, entre te para a compreensão dos mecanismos que com-
outros. Vejamos as representações sociais de 75,2% põem o processo de constituição da identidade so-
dos professores que responderam a respeito de quais cial dos indivíduos (definida por Tajfel como o co-
seriam os principais elementos constitutivos da nhecimento que o sujeito tem, de pertencimento a
identidade capixaba: determinados grupos sociais e o valor emocional
TABELA 7 atribuído a essa pertença), visto que os grupos so-
Os principais elementos que constituem a ciais recorrem constantemente ao uso de represen-
identidade capixaba segundo os professores tações tanto para a promoção de uma consciência
OPÇÕES DE RESPOSTA % comum no âmbito interno (intra-grupo), quanto
Manifestações artístico-culturais (em geral) 34,1 para a defesa de interesses próprios no contexto
Tradição oral 12,4 externo (inter-grupo).
Culinária típica 34,1 As representações sociais dos professores
Elementos da cultura afro-brasileira 3,1 sobre o folclore capixaba, em todas as questões
O meio geográfico 12,4
propostas no instrumento de coleta de dados (desde
Artesanato típico 24,8
Religiosidade 12,4
suas características, como: aceitação coletiva,
A história local 15,5 tradicionalidade, dinamicidade e funcionalidade;
Não responderam 24,8 até as referências sobre sua utilização cotidiana e
na escola; e sua função homogeneizadora na
* A soma total das porcentagens ultrapassa 100%, pois
constituição de uma identidade local), nos parecem
foram consideradas respostas múltiplas.
positivas, o que pode ser interpretado como uma
De acordo com os dados apresentados na forma de valorização das características do grupo
Tabela 7, verificamos, que segundo os professores, social (capixaba), em contraposição aos de fora
a identidade capixaba é formada pelos seguintes (cariocas, baianos, paulistas, etc.).
elementos: manifestações artístico-culturais em Partilhar a identidade capixaba, na visão
geral, 34,1% (foram citadas festas tradicionais, dos sujeitos seria, portanto, participar de alguma
música e medicina popular, etc.); culinária típica forma das manifestações artístico-culturais (como
34,1% (destaques: torta e moqueca capixaba); as congadas, as puxadas de mastro, procissões
artesanato típico 24,8% (principalmente as panelas religiosas, etc.), mesmo que de fora, como curioso
de barro, artesanato de conchas, cerâmica, etc.); a ou simples espectador; perceber o valor da história
história local 15,5%; a tradição oral 12,4% (analisando nossos problemas sócio-econômicos
(receitas, costumes, simpatias,etc.); o meio objetivando solucioná-los e valorizando nossas
geográfico 12,4% (as praias, o mangue, as conquistas), e da geografia (sentindo-se em casa,
montanhas); a religiosidade 12,4% (templos num passeio por nossas praias e montanhas);
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Psicologia & Sociedade; 16 (3): 82-90; set/dez.2004

desfrutar das delícias de nossa culinária típica econômico e sotaque carregado nos erres), ou
(uma bela moqueca cozida numa panela de barro Minas, (com suas riquezas barrocas e seu pão de
confeccionada pelas tradicionais paneleiras); ir a queijo).
feirinhas de bairro e comprar um artesanato Este processo de constituição de
manufaturado pelo artesão local; escutar dos mais identidades está em constante gestão, tanto dentro,
idosos, receitas, aconselhamentos, superstições, quanto fora do estado, numa associação de
idéias que percorrem gerações, que possam nos elementos, valorativos e também depreciativos, que
ajudar a resolver problemas do cotidiano; ou seja, nos definem como pertencentes a determinado
para se identificar como capixaba, basta querer, grupo ou grupos sociais, nos caracterizando ou não
basta se sentir capixaba. como capixabas. Afinal, com o avanço do processo
Desta forma, preconizando o intercâmbio de globalização e todas as suas conseqüências
dialético entre representações e identidade social, transformadoras da realidade social, para ser
como proposto por Breakwell (1993), verificamos capixaba não basta, apenas, nascer no Espírito
no presente estudo, que a representação social pode Santo, faz-se necessário o partilhar da vida
decorrer tanto de uma afiliação grupal quanto a cotidiana e dos sentidos locais.
adoção de uma representação pode vir a definir
uma afiliação a um grupo social, ou seja, o NOTAS
conhecimento do senso comum, socialmente 1
A cultura popular ou espontânea, não necessita
construído e socialmente partilhado, os modos de de meios (mídias) sofisticadas para sua divulgação,
pensar e agir dos sujeitos podem se pautar numa mesmo podendo recorrer a eles. A cultura
afiliação desses sujeitos a um grupo, como também, espontânea faz parte do nosso dia-a-dia de maneira
as R.S. podem definir uma afiliação, constituindo tal, que se torna perene, duradoura, comum na
o conhecimento que o sujeito tem, de pertencimento vida de todos nós; tão comum que, muitas vezes,
a determinados grupos sociais e o valor emocional passa despercebida (GUIMARÃES, 2002, p.4).
atribuído a essa pertença. 2
A cultura de massa surge com o desenvolvimento
Tal intercâmbio fica demonstrado, quando de múltiplos fenômenos sociais, tais como a
observamos a crença dos sujeitos numa identidade urbanização, a industrialização e o desen-
capixaba pautada num conjunto de elementos volvimento econômico e social. Rádio, televisão,
culturais compartilhado pelos grupos sociais locais, cinema, jornal, Internet, etc. são seus principais
que se constrói no cotidiano e estrutura as veículos. A informação produzida é precária, porque
condições sociais dos atores que as produzem e as dura um curto espaço de tempo, o que interessa é
transformam. a novidade (GUIMARÃES, 2002, p. 4).
3
O debate sobre a identidade capixaba PROJETO ROTA DO SOL E DA MOQUECA. Dis-
nunca esteve tão vivo e sua divulgação tão ponível em: www.rotadosoledamoqueca.com.br.
intensificada na mídia em geral. Observamos que, Acesso em: 15 mai. 2003.)
com o desenvolvimento político-econômico do 4
A cultura erudita caracteriza-se pela informação
estado, articularam-se elementos (a instalação de sistemática, orientada ideologicamente por deter-
grandes indústrias e a ampliação dos portos, o minadas posturas intelectuais. É aprendida e
processo migratório, a consolidação de uma elite divulgada na escola ou por intermédio de
política e empresarial local), que possibilitaram a instituições por ela reconhecida como legítimas. É
criação de uma imagem que definisse o Espírito uma cultura perene, duradoura, capaz de perpetuar-
Santo, suas peculiaridades empreendedoras, e sua se no tempo e no espaço, porque cultiva o
população, uma identidade característica, que nos conhecimento teórico, científico e exercita-se
diferenciassem dos outros, dos nossos vizinhos, constantemente, a fim de manter suas idéias como
principalmente dos estados do sudeste. verdadeiras (GUIMARÃES, 2002, p. 3).
Desta forma o Espírito Santo pode
participar do imaginário nacional, simbolizado de REFERÊNCIAS
alguma forma, (pela panela de barro e a moqueca BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Ed. 70/
capixaba, pelo batuque do congo, pelo marlim-azul Persona, 1979.
do nosso litoral, pela religiosidade presente nas
festas populares, pelas montanhas de clima europeu BOSI, E. Cultura de massa e cultura popular: leitu-
ou pela receptividade dos seus habitantes), em ras operárias. 9.ed. Petrópolis: Vozes, 1996.
comparação com o Rio, (do Pão de Açúcar e do
Cristo, do samba e da malandragem), com São BREAKWELL, G.M. Integrating paradigms,
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Aldemir Luiz Garcia é Mestre em Psicologia pela


UFES, docente no Centro de
Ensino Superior Anísio Teixeira (CESAT) e
Centro Universitário de Vilha Velha (UVV).
O endereço eletrônico do autor é:
aldemir.garcia@terra.com.br

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