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Administração Pública

Aula 01
Prof. Marcelo Camacho

Aula 01
Administração Pública
Estado, Governo e Sociedade
Professor: Marcelo Camacho

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Aula 01 – AUDITOR TCU

Olá, pessoal!

Vamos à nossa primeira aula!

Trataremos dos seguintes assuntos:

Aula Conteúdo Programático Data


1 Administração Pública: do modelo racional-legal ao
01 paradigma pós- burocrático. 1.1 O Estado oligárquico
02/05
e patrimonial, o Estado autoritário e burocrático, o
Estado do bem estar, o Estado regulador

Sumário  
1.  Administração  Pública:  do  modelo  racional-­‐legal  ao  paradigma  pós-­‐burocrático.  ...................................  3  
1.1.   Paradigma  Pós-­‐burocrático  ou  Administração  Gerencial  ............................................................  15  
2.  Os  Três  Poderes  e  a  Teoria  da  Separação  Harmônica  (sistema  de  freios  e  contrapesos)  .......................  36  
3.  Estado  de  Bem-­‐Estar  Social  .....................................................................................................................  44  
4.  Lista  de  Questões  ....................................................................................................................................  53  
5.  Gabarito  ...................................................................................................................................................  61  
 

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1.  Administração  Pública:  do  modelo  racional-­‐legal  ao  paradigma  pós-­‐


burocrático.  

Segundo Bresser Pereira a administração pública em nosso país passou por três
modelos diferentes: a administração patrimonialista, a administração
burocrática e a administração gerencial.

Registre-se que o argumento de Bresser Pereira está fortemente influenciado


pela teoria weberiana (Max Weber), que também influenciou outro autor
brasileiro, Raimundo Faoro, que escreveu o livro “Os donos do poder”. Neste
livro, Faoro, na mesma perspectiva weberiana, demonstra as etapas de
administração patrimonialista e burocrática.

Essas modalidades surgiram sucessivamente ao longo do tempo, não


significando, porém, que alguma delas tenha sido definitivamente abandonada.

Na administração pública patrimonialista, própria dos Estados absolutistas


europeus do século XVIII, o aparelho do Estado é a extensão do próprio poder
do governante e os seus funcionários são considerados como membros da
nobreza. O patrimônio do Estado confunde-se com o patrimônio do soberano e
os cargos são tidos como prebendas (ocupações rendosas e de pouco trabalho).
A corrupção e o nepotismo são inerentes a esse tipo de administração. Segundo
o Plano Diretor da Reforma do Aparelho de Estado, de Bresser Pereira:

No patrimonialismo, o aparelho do Estado funciona como uma extensão do poder do


soberano, e os seus auxiliares, servidores, possuem status de nobreza real. Os cargos
são considerados prebendas. A res publica não é diferenciada das res principis. Em
conseqüência, a corrupção e o nepotismo são inerentes a esse tipo de administração.
No momento em que o capitalismo e a democracia se tornam dominantes, o mercado e

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a sociedade civil passam a se distinguir do Estado. Neste novo momento histórico, a


administração patrimonialista torna-se uma excrescência inaceitável.

A administração pública burocrática surge para combater a corrupção e o


nepotismo do modelo anterior, do Patrimonialismo. São princípios inerentes a
este tipo de administração a impessoalidade, o formalismo, a hierarquia
funcional, a idéia de carreira pública e a profissionalização do servidor,
consubstanciando a idéia de poder racional-legal.

Max Weber, sociólogo alemão, estudou a sociedade de classes oriunda da


Revolução Industrial e sua forma de organização, a burocracia. A burocracia, de
acordo com Weber, seria uma forma de dominação, possuindo um ethos
racional oriundo da cultura protestante, que teria causado uma influência
decisiva na evolução da sociedade moderna. Um conceito central no trabalho de
Weber é o de Dominação.

Segundo o autor, Dominação significa a probabilidade de encontrar obediência


para ordens específicas (ou todas) dentro de determinado grupo de pessoas
sendo definida, em seu aspecto sociológico, como:

uma situação de fato, em que uma vontade manifesta (‘mandado’) do ‘dominador’


ou dos ‘dominadores’ quer influenciar as ações de outras pessoas (do ‘dominado’ ou
dos ‘dominados’), e de fato as influencia de tal modo que estas ações, num grau
socialmente relevante, se realizam como se os dominados tivessem feito do próprio
conteúdo do mandado a máxima de suas ações (‘obediência’).

Weber fala que “há três tipos puros de dominação legítima”. Quando ele fala
em “puros”, ele se refere a “tipos-ideais”, ou seja, uma abstração teórica que
não existe no plano concreto, na realidade. Ideal não quer dizer que é bom,
mas que contém as características essenciais do conceito em análise.

Weber descreve os tipos puros de dominação com base na vigência de sua


legitimidade, que pode ser, primordialmente:

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a) dominação racional (legal): baseada na crença na legitimidade das ordens


estatuídas e do direito de mando daqueles que, em virtude dessas ordens,
estão nomeados para exercer a dominação;

b) dominação tradicional: baseada na crença cotidiana na santidade das


tradições vigentes desde sempre e na legitimidade daqueles que, em virtude
dessas tradições, representam a autoridade;

c) dominação carismática: baseada na veneração extracotidiana da


santidade, do poder heróico ou do caráter exemplar de uma pessoa e das
ordens por esta reveladas ou criadas.

Vejamos em detalhes cada um destes tipos de dominação

Dominação Tradicional: o critério para a aceitação da dominação é a


tradição, ou seja, os valores e crenças que se perpetuam ao longo de gerações.
O Rei governa o Estado porque seu pai era rei, assim como seu avô, seu bisavô,
etc. Fundamenta-se na crença da inviolabilidade daquilo que foi assim desde
sempre, a crença na rotina de todos os dias como uma inviolável norma de
conduta.

É um tipo de dominação extremamente conservador. Aquele que exerce a


dominação tradicional não é simplesmente um superior hierárquico, mas um
“senhor”, e seus subordinados, que constituem seu quadro administrativo, não
são “funcionários”, mas servidores, entre os quais encontramos os nobres, os
empregados domésticos, os escravos, os colonos, os servos, os vassalos, os
favoritos, etc.

Não se obedece a estatutos, mas à pessoa indicada pela tradição ou pelo


senhor tradicionalmente determinado. As ordens são legítimas de dois modos:

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1- em parte em virtude da tradição que determina inequivocamente o conteúdo


das ordens, e da crença no sentido e alcance destas, cujo abalo por
transgressão dos limites tradicionais poderia pôr em perigo a posição tradicional
do próprio senhor.

2- em parte em virtude do arbítrio do senhor, ao qual a tradição deixa espaço


correspondente.

Dominação Carismática: é a que tem por origem o “carisma”, uma qualidade


extraordinária e indefinível de uma pessoa. Weber define carisma como:

Uma qualidade pessoal considerada extracotidiana e em virtude da qual se atribuem a


uma pessoa poderes ou qualidades sobrenaturais, sobrehumanos ou, pelo menos,
extracotidianos específicos ou então se a toma como enviada por Deus, como exemplar
e, portanto, como líder.

O critério da legitimação é o da lealdade, uma devoção afetiva do grupo para


com o líder carismático. Há algo de misterioso e mágico na pessoa que lhe
confere poder. O grande líder político, o herói, o chefe de expedições pioneiras
são freqüentemente pessoas com poder carismático.

A dominação carismática é um poder sem base racional. É instável, arbitrário e


facilmente adquire características revolucionárias. Sua instabilidade deriva da
fluidez de suas bases. O líder carismático mantém seu poder enquanto seus
seguidores reconhecem nele forças extraordinárias e, naturalmente, este
reconhecimento pode desaparecer a qualquer momento. O carisma só pode ser
“despertado” e “provado”, e não “aprendido” ou “inculcado”.

O quadro administrativo do senhor carismático não é um grupo de funcionários


profissionais, e muito menos ainda têm formação profissional. Não é
selecionado segundo critérios de dependência doméstica ou pessoal, mas

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segundo qualidades carismáticas: ao “profeta” correspondem os “discípulos”; ao


“príncipe guerreiro”, o “séquito”; ao “líder” em geral, os “homens de confiança”.

Dominação Racional-Legal: o critério da dominação é a lei, o estatuto criado


com base na razão. Obedece-se às regras e não à pessoa. A burocracia
moderna, para Weber, é a forma de organização do Estado própria dos regimes
em que predomina a dominação racional-legal. Segundo Weber:

No caso da dominação baseada em estatutos, obedece-se à ordem impessoal, objetiva e


legalmente estatuída e aos superiores por ela determinados, em virtude da legalidade
formal de suas disposições e dentro do âmbito de vigência destas. No caso da dominação
tradicional, obedece-se à pessoa do senhor nomeada ela tradição e vinculada a esta.
(dentro do âmbito de vigência dela), em virtude de devoção aos hábitos costumeiros. No
caso da dominação carismática, obedece-se ao líder carismaticamente qualificado como
tal, em virtude da confiança pessoal em revelação, heroísmo ou exemplaridade dentro
do âmbito da crença nesse seu carisma.

As características fundamentais da dominação racional são:

1. um exercício contínuo, vinculado a determinadas regras, de funções


oficiais, dentro de
2. determinada competência, o que significa:

a. um âmbito objetivamente limitado, em virtude da distribuição dos


serviços, de serviços obrigatórios;

b. com atribuição dos poderes de mando eventualmente requeridos


e;

c. limitação fixa dos meios coercitivos eventualmente admissíveis e


das condições de sua aplicação.

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3. o princípio da hierarquia oficial, isto é, de organização de instâncias fixas


de controle e supervisão para cada autoridade institucional;

4. as regras segundo as quais se procede podem ser: regras técnicas e


normas. A um exercício organizado dessa forma, Weber dá o nome de
“autoridade institucional”.

A dominação racional-legal ou burocrática surgiu no século XIX, como uma


forma superior de dominação, legitimada pelo uso da lei, em contraposição ao
poder tradicional (divino) e arbitrário dos príncipes e ao afeto das lideranças
carismáticas. As teorias iniciais do modelo burocrático foram inspiradas a partir
da visão de Weber sobre o modo de estruturação da Igreja e do exército,
especificamente o exército prussiano.

Além disso, outro fator que teria motivado Weber a definir seu modelo de
dominação burocrático seria a necessidade de separação (1) entre o político e o
administrador e, fiel ao ethos liberal, (2) entre a política e a economia.

O modelo burocrático visava também a separação entre o interesse público e o


privado, numa sociedade democrática. O ethos do bureau - sua aderência
impessoal a regras, à especialização, à hierarquização das relações sociais; o
apego a procedimentos regularizados e rotineiros - estaria vinculado a
comportamentos capazes de garantirem a não-influência de interesses políticos
e compromissos particulares.

Weber sustentava que o tipo mais puro de dominação legal seria aquele
exercido por meio de um quadro administrativo burocrático, cujas
características básicas seriam:

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a) atribuições de funcionários fixadas oficialmente por regras ou disposições


administrativas;

b) hierarquia e funções integradas em um sistema de mando, de tal modo que,


em todos os níveis, haja uma supervisão dos inferiores pelos superiores;

c) atividades administrativas se manifestam e se baseiam em documentos


escritos;

d) as funções pressupõem aprendizado profissional, com treinamento


especializado;

e) o trabalho do funcionário exige que ele se consagre inteiramente ao cargo


que ocupa (dedicação plena e tarefas específicas);

f) acesso à profissão é ao mesmo tempo acesso a uma tecnologia particular.

Ao se falar em burocracia, deve-se ressaltar os princípios weberianos acerca da


resolução de conflitos por meio do uso do poder. No caso da burocracia,
entendida como o staff administrativo do Estado, ganha destaque a autoridade
legal, baseada na crença racional da legalidade dos padrões das regras
normativas e no direito de determinar o que deve ser feito por aqueles elevados
à condição de “autoridades” por meio dessas regras. Weber destaca que, no
caso da autoridade legal, em contraposição a outros tipos de autoridade por ele
definidos - como a tradicional e a carismática -, a obediência é devida à ordem
impessoal legalmente estabelecida.

Weber claramente definiu a burocracia como o tipo ideal de organização que


aplica, em sua forma mais pura, a autoridade racional-legal. O que define uma
burocracia enquanto tal, no sentido weberiano, seria a adoção de modos de
autoridade racional-legal. Burocracia seria igual a organização: um sistema
racional seria aquele em que a divisão de trabalho dar-se-ia racionalmente com

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vista a determinados fins. Seria a forma mais racional de exercício de


dominação, pois nela se alcançaria tecnicamente o máximo de rendimento em
virtude de precisão, continuidade, disciplina, rigor e confiabilidade. A burocracia
surgiria como uma expressão dessa racionalidade e se caracterizaria pelo
predomínio do formalismo.

   

Segundo Bresser Pereira, “Organização Burocrática” é:

Se adotarmos uma definição curta e perfeitamente enquadrada dentro dos


moldes da filosofia aristotélica, diremos que uma organização ou burocracia é um
sistema social racional, ou um sistema social em que a divisão do trabalho é
racionalmente realizada tendo em vista os fins visados.

Segundo a definição, o que diferencia o ato racional do irracional é sua


coerência em relação aos fins visados. Um ato será racional na medida em que
representar o meio mais adaptado para se atingir determinado objetivo, na
medida em que sua coerência em relação a seus objetivos se traduzir na
exigência de um mínimo de esforços para se chegar a esses objetivos. Isso
significa que a burocracia evoluiu como uma forma de se buscar maior
eficiência nas organizações.  

Isso mesmo! Apesar de considerarmos o termo “burocrático” quase como um


antônimo de eficiência, no seu cerne ele nasceu como a racionalização das
atividades com o objetivo de aumentar a eficiência.

A partir disto, Bresser elabora outra definição de burocracia:

É o sistema social em que a divisão do trabalho é sistemática e coerentemente


realizada, tendo em vista os fins visados; é o sistema social em que há procura
deliberada de economizar os meios para se atingir os objetivos.

Para Weber, do ponto de vista social, a dominação burocrática significa:

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• A tendência ao nivelamento no interesse da possibilidade de recrutamento


universal a partir dos profissionalmente mais qualificados;

• A tendência à plutocratização (elitização das posições profissionais mais


qualificadas) no interesse de um processo muito extenso de qualificação
profissional (freqüentemente quase até o fim da terceira década de vida);

• A dominação da impessoalidade formalista: sine ira et studio, sem ódio e


paixão, e portanto, sem amor e entusiasmo, sob a pressão de simples
conceitos de dever, sem considerações pessoais, de modo formalmente
igual para “cada qual”, isto é, cada qual dos interessados que
efetivamente se encontram em situação igual.
 

Bresser e Motta, procurando reduzir as organizações à sua expressão mais


simples, afirmam que:

São três as características básicas que traduzem o seu caráter racional: são sistemas
sociais (1) formais, (2) impessoais, (3) dirigidos por administradores profissionais, que
tendem a controlá-los cada vez mais completamente.

Vamos ver mais detalhadamente cada uma dessas características:

Formalidade

O formalismo da burocracia se expressa no fato de que a autoridade deriva de


um sistema de normas racionais, escritas e exaustivas, que definem com
precisão as relações de mando e subordinação, distribuindo as atividades a
serem executadas de forma sistemática, tendo em vista os fins visados. Sua
administração é formalmente planejada, organizada, e sua execução se realiza
por meio de documentos escritos. Apesar de a norma garantir tais meios
coercitivos, esta autoridade é estritamente limitada pela norma legal.

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Impessoalidade

O caráter impessoal das organizações é a segunda forma básica pela qual elas
expressam sua racionalidade. A administração burocrática é realizada sem
consideração a pessoas. Burocracia significa, etimologicamente, “governo de
escritório”. É, portanto, o sistema social em que, por uma abstração, os
escritórios ou os cargos governam.

Um aspecto essencial através do qual se expressa o caráter impessoal das


burocracias refere-se à forma de escolha dos funcionários. Nos sistemas sociais
não burocráticos, os administradores são escolhidos de acordo com critérios
eminentemente irracionais. Fatores como linhagem, prestígio social e relações
pessoais determinarão a escolha. Já nas organizações burocráticas, os
administradores são profissionais, que fazem uso do conhecimento técnico
especializado, obtido geralmente através de treinamento especial

Administradores Profissionais

As organizações são dirigidas por administradores profissionais. Administrar,


para o funcionário burocrata, é sua profissão. Existem alguns traços que
distinguem o administrador profissional.

Ele é, antes de tudo, um especialista. Esta é uma característica fundamental. As


burocracias são sistemas sociais geralmente de grandes dimensões, nos quais o
uso do conhecimento especializado é essencial para o funcionamento eficiente.
São necessários homens treinados para exercer as diversas funções criadas a
partir do processo de divisão do trabalho.

Em segundo lugar, o administrador profissional tem em seu cargo sua única ou


principal atividade. Ele não é administrador por acidente, subsidiariamente,
como o eram os nobres dentro da administração palaciana.

Em terceiro lugar, o administrador burocrático não possui os meios de


administração e produção. Ele administra em nome de terceiros: em nome de

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cidadãos, quando se trata de administrar o Estado, ou em nome dos acionistas,


quando se trata de administrar uma sociedade anônima.

ITEM 1. (ESAF/2014/MF/  ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO)

A dominação burocrática proposta por Weber estabeleceu os seguintes atributos da organização


racional-legal, exceto:

a) A concentração do trabalho

b) A hierarquia

c) A existência de regras gerais de funcionamento.

d) A separação entre propriedade pessoal e organizacional

e) A seleção de pessoal com base em qualificação técnica.

Analisemos as alternativas:

A) ERRADO. Weber não falou em concentração do trabalho, mas sim em


"especialização".

B) CERTO. A hierarquia é uma característica tipicamente burocrática.

C) CERTO. O "sistema de disciplina e controle" seriam as citadas "regras


gerais de funcionamento".

D) CERTO. Uma característica da burocracia é a separação entre bens


públicos e privados.

E) CERTO. As pessoas devem ser contratados, sobre a base da livre seleção


segundo critérios racionais, como qualificação e títulos.

Portanto, o gabarito é a alternativa A.

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Limitações e crises do modelo Burocrático

Deve-se relembrar que a burocracia surgiu no Século XIX conjuntamente com o


Estado liberal, como uma forma de defender a coisa pública contra o
patrimonialismo. Na medida, porém, que o Estado assumia a responsabilidade
pela defesa dos direitos sociais e crescia em dimensão, foi-se percebendo que
os custos dessa defesa poderiam ser mais altos que os benefícios do controle.

Numa conjuntura de freqüente ocorrência de transformações e mudanças, a


rigidez do modelo burocrático começou a provocar ineficiências. O modelo
burocrático passou a não atender, em sua totalidade, às demandas sociais de
um estado mais eficiente e voltado para o cidadão.

Tendo sido associada à ineficiência, ineficácia, atrasos, confusão, autoritarismo,


privilégios, além de outros atributos negativos, a burocracia assumiu, na grande
maioria das vezes, uma conotação pejorativa.

Com o passar do tempo, a implementação do modelo sofreu adaptações


históricas, dependendo do contexto econômico-social e do local de
implementação, bem como dos sistemas cultural e institucional da sociedade na
qual havia sido instalado. Essas adaptações do modelo inicialmente imaginado
por Weber levaram às chamadas disfunções do modelo burocrático, ou seja,
verificou-se que a burocracia possuía limitações que traziam prejuízos à gestão
das organizações públicas.

No momento em que o pequeno Estado liberal do século XIX deu


definitivamente lugar ao grande Estado social e econômico do século XX,
verificou-se que não garantia nem rapidez, nem boa qualidade nem custo baixo
para os serviços prestados ao público. Na verdade, a administração
burocrática é lenta, cara, auto-referida, pouco ou nada orientada para o
atendimento das demandas dos cidadãos.

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Com a crise do petróleo em 1973, foi posto em xeque o antigo modelo de


intervenção estatal, quando se abateu sobre o mundo uma grave crise
econômica, resultando na crise fiscal dos Estados. A maioria dos governos não
tinha mais como financiar seus déficits, e os problemas fiscais tendiam a se
agravar, na medida em que as sociedades se voltavam contra as altas cargas
tributárias, principalmente porque não enxergavam uma relação direta entre o
acréscimo de recursos governamentais e uma melhora nos serviços públicos.

Além disso, houve uma internacionalização e enfraquecimento do poder estatal.


A globalização do capital e a interdependência dos mercados financeiros
tornaram o Estado mais frágil perante o capital internacional. Além das
mudanças no papel do Estado, também ocorreram mudanças tecnológicas e
produtivas, que exigem um Estado mais ágil e eficiente. Também podemos
observar mudanças sociais e culturais, como o envelhecimento da população, a
maior inserção das mulheres no mercado de trabalho, aumento da escolaridade
média, a urbanização, entre outas, aumentaram as demandas por direitos e
novas políticas estatais, com melhor qualidade na provisão

1.1. Paradigma  Pós-­‐burocrático  ou  Administração  Gerencial  

Vimos que a burocracia entra em crise junto com o Estado de Bem-Estar Social,
principalmente em virtude da crise fiscal que se instalou no mundo após as
crises do petróleo da década de 1970.

Segundo Bresser Pereira,

A administração pública gerencial emergiu, na segunda metade deste século, como


resposta à crise do Estado; como modo de enfrentar a crise fiscal; como estratégia para
reduzir custos e tornar mais eficiente a administração dos imensos serviços que cabem
ao Estado; e como um instrumento para proteger o patrimônio público contra os
interesses do rent-seeking ou da corrupção aberta. Mais especificamente, desde os anos
60 ou, pelo menos, desde o início da década dos 70, crescia uma insatisfação,
amplamente disseminada, em relação à administração pública burocrática.

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Ao sentimento antiburocrático aliava-se a crença de que o setor privado possuía


o modelo ideal de gestão. Por isso o uso do termo gerencialismo, que tem uma
ligação estreita com a adoção de práticas da administração privada na gestão
das organizações públicas. É com esse espírito que o setor público assume o
discurso da modernização, da orientação para os clientes, da flexibilidade, da
estrutura enxuta e desburocratizada. As modernas ferramentas de gestão,
como qualidade total, planejamento estratégico, reengenharia downsizing,
benchmarking e terceirização, invadem as organizações públicas e os projetos
dos gestores públicos do momento.

No entanto a Administração Gerencial não significa a negação total dos


princípios do modelo burocrático. Veja o que diz Bresser Pereira, no Plano
Diretor da Reforma do Aparelho do Estado:

A administração pública gerencial constitui um avanço e até um certo ponto um


rompimento com a administração pública burocrática. Isto não significa, entretanto, que
negue todos os seus princípios. Pelo contrário, a administração pública gerencial está
apoiada na anterior, da qual conserva, embora flexibilizando, alguns dos seus princípios
fundamentais, como a admissão segundo rígidos critérios de mérito, a existência de um
sistema estruturado e universal de remuneração, as carreiras, a avaliação constante de
desempenho, o treinamento sistemático. A diferença fundamental está na forma de
controle, que deixa de basear-se nos processos para concentrar-se nos resultados, e não
na rigorosa profissionalização da administração pública, que continua um princípio
fundamental.

Assim, muitos dos princípios defendidos pela administração burocrática


permanecem na administração gerencial. Como afirma o PDRAE, a
administração gerencial pode até ser considerada um rompimento, mas
princípios como a impessoalidade, a divisão do trabalho, a avaliação de
desempenho são mantidos.

Vimos que a burocracia entra em crise juntamente com o Estado de Bem-Estar.


Como soluções, são apresentados ao mesmo tempo o gerencialismo e o

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neoliberalismo. As duas doutrinas nascem muito próximas uma da outra e são,


em muitos casos, confundidas.

A reforma gerencial foi adotada inicialmente na Grã-Bretanha, com Margareth


Tatcher, e nos Estados Unidos, com Ronald Reagan, e, depois, de forma
generalizada, em diversos outros países, principalmente da Commonwealth,
com ligação com o Reino Unido, e os países escandinavos, como a Suécia.
Contudo, foi na Grã-Bretanha que o gerencialismo foi aplicado ao serviço
público logo após a posse do novo governo e levou a uma reforma
administrativa profunda e bem-sucedida, recebendo o nome de Managerialism.
A reforma ficou conhecida como a Nova Gestão Pública, ou New Public
Management (NPM), que pode ser definida como um “conjunto de argumentos e
filosofias administrativas aceitas em determinados contextos e propostas como
novo paradigma de gestão pública a partir da emergência dos temas crise e
reforma do Estado, nos anos 80”.

Apesar de a Grã-Bretanha ter sido um dos primeiros países a aplicar este


enfoque, ele não foi criado por eles. Não há um pai da administração gerencial.
Ela surgiu em um processo longo, em que foram feitas contribuições de
diversos atores. Segundo Abrúcio:

Embora tenha surgido em governos de cunho neoliberal (Thatcher e Reagan), o modelo


gerencial e o debate em torno dele não podem ser circunscritos apenas a este contexto.
Pelo contrário, toda a discussão sobre a utilização do managerialism na administração
pública faz parte de um contexto maior, caracterizado pela prioridade dada ao tema da
reforma administrativa, seja na Europa ocidental, seja no Leste europeu ou ainda no
Terceiro Mundo. O modelo gerencial e suas aplicações foram e estão sendo discutidos em
toda parte.

Na década de 1980, as primeiras reformas gerenciais eram marcadas pelo


ideário neoliberal. Contudo, percebeu-se que o ajuste estrutural não era
suficiente para que houvesse a retomada do crescimento. Ocorreram ganhos

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positivos, como o fato da balança de pagamentos voltar a um relativo controle,


por toda a parte caíram as taxas de inflação, os países recuperaram pelo menos
alguma credibilidade. Mas não se retomou o crescimento. A partir daí as
reformas gerenciais entenderam que o Estado Mínimo não é algo concreto, a
ser buscado. Bresser Pereira considerava irrealista a idéia de um Estado
Mínimo. Vamos ver outra passagem do autor:

O pressuposto neoliberal que estava por trás das reformas – o pressuposto de que o
ideal era um Estado mínimo, ao qual caberia apenas garantir os direitos de propriedade,
deixando ao mercado a total coordenação da economia - provou ser irrealista. Em
primeiro lugar porque, apesar do predomínio ideológico alcançado pelo credo
neoconservador, em país algum - desenvolvido ou em desenvolvimento - este Estado
mínimo tem legitimidade política. Não há sequer apoio político para um Estado que
apenas acrescente às suas funções as de prover a educação, dar atenção à saúde e às
políticas sociais compensatórias: os cidadãos continuam a exigir mais do Estado.

Portanto, apesar de, no início, as reformas gerenciais estarem muito ligadas ao


neoliberalismo, não podemos defender que elas defendiam o Estado Mínimo.
Apesar de as reformas gerenciais não considerarem mais o Estado Mínimo,
também não podemos dizer que não haja relação delas com o neoliberalismo. A
redução do Estado ainda permanece nas reformas gerenciais. Segundo Bresser:

Ora, se a proposta de um Estado mínimo não é realista, e se o fator básico que subjaz à
crise econômica é a crise do Estado, a conclusão só pode ser uma: a solução não é
provocar o definhamento do Estado, mas o reconstruir, reformá-lo. A reforma
provavelmente significará reduzir o Estado, limitar suas funções como produtor de bens
e serviços e, em menor extensão, como regulador, mas

implicará provavelmente em ampliar suas funções no financiamento de atividades nas


quais externalidades ou direitos humanos básicos estejam envolvidos, e na promoção da
competitividade internacional das indústrias locais.

Portanto, as reformas gerenciais não defendem o Estado Mínimo, mas pregam


sim a redução do Estado, a sua retirada de atividades que podem ser
desempenhadas pela iniciativa privada.

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O motivo de citarmos muitas vezes o Bresser Pereira é que a maioria das


questões sobre reforma do Estado e modelos de gestão pública usam seus
textos. Sobre a estratégia da reforma ele diz:

Uma estratégia essencial ao se reformar o aparelho do Estado é reforçar o núcleo


estratégico e o fazer ocupar por servidores públicos altamente competentes, bem
treinados e bem pagos.

O neoliberalismo não defende o fortalecimento dos servidores, mas sim a


redução dos gastos com pessoal. Segundo Bresser Pereira:

A administração pública gerencial é freqüentemente identificada com as idéias


neoliberais por outra razão. As técnicas de gerenciamento são quase sempre
introduzidas ao mesmo tempo em que se implantam programas de ajuste estrutural que
visam enfrentar a crise fiscal do Estado.

Como as técnicas de gerenciamento são quase sempre introduzidas ao mesmo


temo em que se implantam programas de ajuste estrutural que visam enfrentar
a crise fiscal do Estado, em virtude da impossibilidade de se manter o modelo
burocrático de gestão, as reformas gerenciais estão intimamente associadas
com as reformas que buscavam a reestruturação do Estado, como as
neoliberais, inclusive porque a sua aplicação, no início, tinha um caráter quase
que somente de redução de custos, enxugamento de pessoal e aumento da
eficiência, com clara definição das responsabilidades dos funcionários, dos
objetivos organizacionais e maior consciência acerca do valor dos recursos
públicos. Este período ficou conhecido como gerencialismo puro.

Esses novos modelos, identificados como gerenciais, deveriam dar maior


agilidade às ações dos governos, tendo, como gênese, uma preocupação central

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com as crises fiscais que impuseram sérias limitações às ações das


administrações públicas. Osborne e Gaebler descreveram esses avanços
advindos da administração de empresas a partir de experiências em municípios
e condados americanos. Os relatos dos autores sobre as iniciativas de governos
locais dos Estados Unidos seriam o embrião de um novo paradigma na
condução das ações dos governos, ou, ainda, de uma nova forma de
governança. Assim, a denominação de gerencialismo na administração pública
seria referente ao desafio de realizar programas direcionados ao aumento da
eficiência e melhoria da qualidade dos serviços prestados pelo Estado. Para
Abrucio, o gerencialismo seria um “pluralismo organizacional sob bases pós-
burocráticas vinculadas aos padrões históricos (institucionais e culturais) de
cada nação”, não se constituindo num novo paradigma capaz de substituir por
completo o antigo padrão burocrático weberiano.

Ferlie e outros delinearam quatro modelos básicos da Nova Administração


Pública, representando um movimento evolutivo a partir da administração
pública tradicional:

a) NAP – Modelo 1: dirigido à eficiência, pois considerava o serviço público


tradicional lento, burocrático e ineficiente;

b) NAP – Modelo 2: voltado a movimentos de downsizing e descentralização,


buscando redução de gastos governamentais e formas mais flexíveis de gestão
(redes organizacionais);

c) NAP – Modelo 3: a busca da excelência seria o principal objetivo desse


modelo, com especial interesse na gestão da mudança e inovação na esfera
pública, além de considerar a cultura organizacional como um importante fator
a ser considerado;

d) NAP – Modelo 4: Orientação ao Serviço Público, nesse modelo, representa


uma fusão de idéias gerenciais advindas da administração privada para

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aplicação em organismos públicos, com preocupações como qualidade dos


serviços prestados, oportunidade de participação dos usuários nas decisões de
gestão pública e construção dos conceitos de cidadania e accountability.

Fernando Abrúcio, por outro lado, elaborou uma outra classificação da evolução
dos modelos da Administração Gerencial, conforme o quadro a seguir:

A constatação mais importante é que as classificações apresentam uma mesma


linha de raciocínio lógico, e que entre os tipos de cada uma das classificações,
há incorporações dos aspectos positivos de cada teoria

Com relação ao último modelo, o Serviço Orientado ao cidadão, uma noção


importante é a de accountability. Trata-se da relação da burocracia e das elites
políticas com a sociedade e o controle que esta deve exercer sobre os
administradores públicos. Sua tradução para o português englobaria as idéias
de transparência na condução das ações, efetiva prestação de contas na
utilização dos recursos públicos e responsabilização dos gestores públicos, tanto
por suas ações como omissões. O conceito “envolve a existência de
mecanismos que assegurem que os servidores públicos e os líderes políticos
sejam responsáveis por suas ações e pelo uso de recursos públicos, e que irão
requerer um governo transparente e uma imprensa livre”, segundo Minogue. O
modelo de administração pública gerencial implica, em suma, no entendimento

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de que o aparelho de Estado deve ser responsável pela formulação e regulação


de políticas públicas, não necessariamente por sua execução.

José Matias Pereira em artigo intitulado Reforma do Estado, Transparência e


Democracia no Brasil, estabelece a comparação e diferenças entre o modelo
burocrático e o gerencial, conforme segue:

1) Enquanto a administração pública burocrática é auto-referente, a administração


pública gerencial é orientada para o cidadão. A administração burocrática concentra-
se no processo, em suas próprias necessidades e perspectivas, sem considerar a alta
ineficiência envolvida. Administração gerencial, voltada para o consumidor,
concentra-se nas necessidades e perspectivas desse consumidor, o cliente-cidadão.
No gerencialismo, o administrador público preocupa-se em oferecer serviços, e não
em gerir programas; preocupa-se em atender aos cidadãos e não às necessidades
da burocracia.

2) Enquanto a administração pública burocrática acredita em uma racionalidade


absoluta, que a burocracia está encarregada de garantir, a administração pública
gerencial pensa na sociedade como um campo de conflito, cooperação e incerteza,
na qual os cidadãos defendem seus interesses e afirmam suas posições ideológicas.

3) A administração pública burocrática acredita que o modo mais seguro de evitar o


nepotismo e a corrupção seja pelo controle rígido dos processos, com o controle de
procedimentos. A administração pública gerencial parte do princípio de que é preciso
combater o nepotismo e a corrupção, mas que, para isso, não são necessários
procedimentos rígidos, e sim por outros meios: indicadores de desempenho, controle
de resultados etc.

4) Na administração gerencial, a confiança é limitada, permanentemente controlada


por resultados, mas ainda assim suficiente para permitir a delegação, para que o
gestor público possa ter liberdade de escolher os meios mais apropriados ao
cumprimento das metas prefixadas. Na administração burocrática essa confiança
não existe.

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5) A administração burocrática é centralizadora, autoritária. A administração


gerencial prega a descentralização, com delegação de poderes, atribuições e
responsabilidades para os escalões inferiores;

6) Enfim, a administração gerencial preza pelos princípios de confiança e


descentralização da decisão, exige formas flexíveis de gestão, horizontalização de
estruturas, descentralização de funções e incentivos à criatividade e inovação. Em
contraposição, a administração burocrática prega o formalismo, rigidez e o rigor
técnico

ITEM 2. (ESAF/2012/RECEITA FEDERAL/  AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL)

Sobre o modelo de Administração Pública Burocrática, é correto afirmar que:

a) pensa na sociedade como um campo de conflito, cooperação e incerteza, na qual os


cidadãos defendem seus interesses e afirmam suas posições ideológicas.

b) assume que o modo mais seguro de evitar o nepotismo e a corrupção é pelo controle rígido
dos processos, com o controle de procedimentos.

c) prega a descentralização, com delegação de poderes, atribuições e responsabilidades para


os escalões inferiores.

d) preza os princípios de confiança e descentralização da decisão, exige formas flexíveis de


gestão, horizontalização de estruturas e descentralização de funções.

e) o administrador público prega o formalismo, o rigor técnico e preocupa-se em oferecer


serviços, e não em gerir programas.

Pessoal, esta questão foi retirada do artigo de José Matias Pereira. Analisemos
as alternativas:

A) ERRADO. Esta é uma característica da Administração Pública Gerencial.


B) CERTO. Esta é uma característica da Administração Pública Burocrática,
conforme salientado no texto de José Matias Pereira.
C) ERRADO. Esta é uma característica da Administração Pública Gerencial.

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D) ERRADO. Esta é uma característica da Administração Pública Gerencial.


E) ERRADO. A preocupação da burocracia está nos processos, nos meios e
não no fim, na gestão do programa, portanto, e não na oferta do serviço.
A Administração Pública Gerencial é que preocupa-se em oferecer
serviços, e não em gerir programas.

Desta Forma, o gabarito da questão é a alternativa B.

ITEM 3. (ESAF /2015/ MPOG/ ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO )

Em relação aos modelos de gestão pública, é incorreto afirmar:

a) no sentido weberiano do termo, a burocracia nunca logrou ser reconhecida por sua
racionalidade. Antes, popularizou-se – negativamente – em face de suas disfunções.

b) a lógica do Governo Aberto, por si só, é suficiente para garantir uma maior e mais efetiva
participação social na avaliação e no controle da ação governamental.

c) embora declaradamente rejeitado por todos, o patrimonialismo remanesce em grau bastante


sensível, haja vista os recorrentes escândalos de corrupção havidos no decorrer da Nova
República.

d) a absorção do gerencialismo e suas variantes, no âmbito da gestão pública, não implica


delinear-se, como objetivo, a exclusão do modelo burocrático.

e) embora as ideias de reforma gerencial tenham surgido em países de governos neoliberais, é


possível afirmar que o modelo não se restringe apenas a esse contexto ideológico.

A) Pessoal, aqui temos um deslize da banca. A ESAF considerou esta afirmativa


como certa. De fato as disfunções burocráticas são mais notórias que sua
formulação inicial de eficiência. No entanto, em sentido weberiano, o objetivo
da burocracia era a racionalidade. O modelo de dominação weberiano inclusive
chama-se racional-legal. banca, contudo, não anulou esta questão.

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B) ERRADO. O simples fato do Estado estar acessível (através da transparência


e governo eletrônico), não garante que os cidadãos irão participar. É preciso
estimular essa participação, por meio de ações concretas

C) CERTO. O patrimonialismo é ainda praticado. O uso de cargos públicos para


atender interesses político demonstra isto.

D) CERTO. O objetivo do gerencialismo é tornar a administração mais eficiente,


utilizando os princípios basilares e funcionais da burocracia, como a
meritocracia, hierarquia, admissão por concurso público

E) CERTO. O Brasil tem contexto sócio-político completamente distinto dos EUA


e Reino Unido, primeiras nações a adotarem a administração gerencial, e
mesmo assim promoveu a reforma do Estado Gerencial em seu ordenamento
jurídico

Portanto, o gabarito é a alternativa B, mas eu teria entrado com recurso


para anular a questão!

ITEM 4. (ESAF /2014/ RECEITA FEDERAL/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL )

Considerando-se os modelos teóricos de administração pública: patrimonialista, burocrático e


gerencial, é correto afirmar que:

a) a Administração Pública burocrática acredita em uma racionalidade absoluta, pregando o


formalismo, rigidez e o rigor técnico.

b) a Administração Pública burocrática pensa na sociedade como um campo de conflito,


cooperação e incerteza, na qual os cidadãos defendem seus
interesses e afirmam suas posições ideológicas.

c) a Administração Pública burocrática prega a descentralização, com delegação


de poderes, atribuições e responsabilidades para os escalões inferiores.

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d) a Administração Pública Gerencial é autorreferente e se concentra no processo, em


suas próprias necessidades e perspectivas, sem considerar a alta
ineficiência envolvida.

e) a Administração Pública Gerencial assume que o modo mais


seguro de evitar o nepotismo e a corrupção é pelo controle
rígido dos processos com o controle de procedimentos.

Pessoal, vejam que a questão é semelhante à que foi cobrada no próprio


concurso da receita em 2012, baseada no artigo de José Pereira Matias. Vamos
analisar as alternativas:

A) CERTO. A Administração Pública burocrática acredita em uma


racionalidade absoluta, pregando o formalismo, rigidez e o rigor técnico.

B) ERRADO. Esta é uma característica da Administração Pública Gerencial.

C) ERRADO. Também é característica da Administração Pública Gerencial.

D) ERRADO. Esta é uma característica da Administração Pública Burocrática,


conforme vimos acima na aula, constituindo uma das críticas que se faz a este
modelo.

D) ERRADO. Esta é uma característica da Administração Pública Burocrática

Portanto, o gabarito é a alternativa A.

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ITEM 5. (ESAF /2014/ MTur/ ANALISTA TÉCNICO - ADMINISTRATIVO)

Correlacione as colunas acima atribuindo as características descritas na Coluna II à forma de


administração correspondente, constante da Coluna I.

Ao final, selecione a opção que contenha a sequência correta para a Coluna II.

a) 1, 2, 3

b) 3, 2, 1

c) 2, 3, 1

d) 2, 1, 3

e) 1, 3, 2

Pessoal, esta foi uma questão muito tranquila. Vejamos:

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É a administração baseada em um serviço civil profissional e no universalismo


de procedimentos, expresso em normas rígidas de procedimento
administrativo-

! Trata-se da Administração Burocrática. Portanto, primeira lacuna


devemos associar o número 2.

Prega que a melhor forma de combater o clientelismo é dar autonomia ao


administrador público, valorizando-o por sua capacidade de tomar decisões em
que o critério de êxito seja sempre o melhor atendimento ao cidadão-cliente.

! Trata-se da Administração Gerencial. Portanto, a segunda lacuna


devemos associar o número 3.

É uma administração do Estado, mas não é pública. Sobrevive nos regimes


democráticos imperfeitos através do clientelismo

! Trata-se da Administração Patrimonialista. Portanto, a terceira lacuna


devemos associar o número 1.

Sendo assim, o gabarito é a alternativa C.

Vejamos algumas questões da FCC para fixarmos este conteúdo:

ITEM 6. (FCC/2009/MPE-SE/Analista do Ministério Público/Administração)

NÃO constitui característica do modelo de Administração Pública Burocrática, que tem entre
seus principais expoentes Max Weber,

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a) utilização de critérios eminentemente políticos para contratação e promoção de funcionários,


em detrimento da avaliação por mérito.

b) ênfase na ideia de carreira e profissionalização do corpo funcional público.

c) estrutura hierárquica fortemente verticalizada, impessoalidade e formalismo.

d) rigidez do controle dos processos, com predominância do controle da legalidade como


critério de avaliação da ação administrativa (due process).

e) rotinas e procedimentos segundo regras definidas a priori, em detrimento da avaliação por


resultados.

Pessoal, o comando da questão pede assinalar qual das alternativas não é


característica da Burocracia, segundo Max Weber. Vimos que as características
da administração burocrática de Max Weber são a competência técnica e a
meritocracia . A burocracia é uma organização na qual a escolha das pessoas é
baseada no mérito e na competência técnica e não em preferências pessoais .
Alternativa B correta.

A burocracia também se caracteriza pela hierarquia, impessoalidade e


formalismo. Alternativa C correta.

Forte controle dos procedimentos ( a priori), através do estabelecimentos de


regras e normas a serem seguidos por todos. Alternativas D e E corretas.

A seleção, a admissão, a transferência e a promoção dos funcionários são


baseadas em critérios de avaliação e classificação válidos para toda a
organização e não em critérios particulares e arbitrários . Esses critérios
universais são racionais e levam em conta a competência, o mérito e a
capacidade do funcionário em relação ao cargo . Daí a necessidade de exames,
concursos, testes e títulos para a admissão e promoção dos funcionários .
Portanto, a alternativa A está ERRADA e é o gabarito.

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ITEM 7. (FCC/ 2010/ AL-SP/AGENTE TÉCNICO LEGISLATIVO/ GESTÃO DE PROJETOS)  

Com relação à administração pública burocrática considere.

I. Surge na segunda metade do século XIX, na época do Estado liberal, com o objetivo de
combater a corrupção e o nepotismo patrimonialista.

II. Esse modelo de gestão possui como princípios orientadores a profissionalização, ou seja, a
ideia de carreira e hierarquia funcional, a impessoalidade e o formalismo.

III. Os pressupostos da administração burocrática são a confiança prévia nos administradores


públicos e nos cidadãos que a eles, administradores públicos, dirigem demandas.

IV. O controle pode transformar-se na própria razão de ser do funcionário; voltando-se para si
mesmo, perdendo a noção de sua missão básica, que é servir à sociedade.

V. A administração burocrática tem como principal qualidade a efetividade no alcance dos


resultados; seu foco central é a eficiência do Estado.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) I, II, III e V.

c) II, III e IV.

d) II e V.

e) III, IV e V.

Pessoal, vamos analisar as afirmativas.

I. CERTO. O modelo de administração burocrático, de fato, surge no


século XIX, para combater os males do modelo patrimonialista.
II. CERTO. São características do modelo burocrático a impessoalidade e
a formalidade.

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III. ERRADO. A burocracia parte da desconfiança a priori. Quem deposita


confiança limitada é o modelo da Administração Gerencial, que
veremos a seguir.
IV. ERRADO. Cuidado. Esta é uma disfunção da Burocracia, não uma
característica deste modelo de administração pública.
V. ERRADO. A administração burocrática tem como qualidade a
efetividade no controle dos abusos

Desta Forma, o gabarito da questão é a alternativa A.

ITEM 8. (FCC/2012/PREFEITURA DE SÃO PAULO/ SP/ AUDITOR FISCAL)

Com relação à introdução do paradigma pós-burocrático na administração pública brasileira,


considere:

I. A partir de meados dos anos 1990 houve flexibilização e, posteriormente, ruptura do modelo
burocrático, tendo em vista que as organizações públicas abandonaram a racionalidade formal
como paradigma de ação.

II. Apesar de todas as mudanças recentes, as organizações ditas pós-burocráticas ainda estão
vinculadas à lógica racional-legal, base do modelo criado por Max Weber.

III. A organização pós-burocrática teria como principais características a centralização e a


estruturação em redes hierarquizadas articuladas por fluxos verticais de informação.

IV. As organizações pós-burocráticas podem ser caracterizadas como orientadas para a solução
de conflitos e problemas, e estão baseadas na participação, confiança e compromisso de todos
em torno de resultados.

V. O tipo organizacional pós-burocrático é construído em torno de processos tecnologicamente


intensivos, fortemente preocupados pela formação de consensos baseados no personalismo.

Está correto o que se afirma APENAS em

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a) II e IV.

b) III e V.

c) I, II e III.

d) III, IV e V.

e) I, II, III e IV.

Analisemos as afirmativas

I. ERRADO. O modelo gerencial foi implementado em meados de 1995,e


veio para se apoiar nos pilares da burocracia, quais sejam os de formalismo,
profissionalismo e impessoalidade, então não se pode falar que a administração
publica abandonou a racionalidade formal.
II. CERTO. Como dito, o nosso sistema ainda retem muitos traços
caracteristicos da burocracia.

III. ERRADO. O Gerencialismo e marcado por sua descentralização, delegando


mais responsabilidade e autonomia.

IV. CERTO: Traço marcante, buscar eficiencia sem perder qualidade, solução
para conflitos e mais participação do cidadão, essas qualidades só surgirão na
3° fase do gerencialismo o qual e chamado de public service orientation.

V. ERRADO: A grande diferença e que o gerencialismo se preocupa com os


resultados, voltados para o cidadão, de forma que este possa a vir a ajudar na
forma de administrar, nada tem a ver com processos tecnologicos intensivos
voltados para o personalismo.

Portanto, o gabarito é a alternativa A.

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ITEM 9. (FCC /2010/ TCE-RO/ AUDITOR )

Na gestão do setor público, a incorporação do paradigma do cidadão como cliente

a) foi rejeitada, pois as burocracias públicas não têm como missão atender clientelas, mas
alcançar resultados orientados pelo princípio da razão de Estado.

b) deve ser compatibilizada com o dever de atender a todos os cidadãos, independentemente


de sua condição financeira, e com as limitações de recursos orçamentários públicos.

c) é incompatível com o princípio da universalização dos serviços públicos, que impõe o


atendimento prioritário a todos, independentemente da sua qualidade.

d) será alcançada à medida que avançar o processo de privatização do setor público, pois seu
sucesso depende da eliminação do modelo burocrático de gestão.

e) é de difícil implementação, pois depende da retirada de princípios constitucionais da


administração pública, como a impessoalidade, a equidade e a universalidade

Pessoal , a incorporação do paradigma do cidadão como cliente acontece num


segundo momento da Administração Pública Gerencial. Nesta perspectiva cada
cidadão deve ser atendido em suas demandas, pois é um contribuinte. O PSO
avança neste conceito pois adiciona o conceito de equidade e acountabillity.
Naturalmente todos serão atendidos, mas dentro das limitações de recursos
públicos. Lembrem-se que o surgimento da administração pública gerencial se
deu em um momento de crise fiscal do Estado e crise de financiamento do
Estado de Bem-Estar social. Portanto o gabarito é a alternativa B.

ITEM 10. (FCC/ 2010/ BAHIAGÁS/ANALISTA DE PROCESSOS / ADMINISTRAÇÃO)

Na administração do Estado moderno, reforma administrativa burocrática trata-se

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a) da orientação da transição do Estado burocrático para o Estado gerencial.

b) do processo de transição do Estado patrimonial para o Estado burocrático weberiano.

c) da gestão do processo de transição da Administração Pública tradicionalista para o Estado


gerencial patrimonial.

d) do processo de transição do Estado burocrático weberiano para o Estado patrimonial.

e) da reforma da gestão pública orientando o conjunto de atividades destinadas à execução de


obras e serviços, comissionados ao governo para o interesse da sociedade.

Pessoal, cuidado com o enunciado das questões. O modelo de administração


burocrático foi implantado para substituir o modelo patrimonialista, pois este
não servia ao capitalismo moderno, ao Estado Moderno. Portanto trata-se da
substituição do modelo patrimonialista pelo modelo burocrátivo Weberiano.
Assim, o gabarito é a alternativa B.

ITEM 11. (FCC/2010/ AL-SP/AGENTE TÉCNICO LEGISLATIVO/GESTÃO DE PROJETOS)

O modelo de administração pública gerencial

a) prioriza o atendimento das demandas do cidadão.

b) identifica o interesse público com a afirmação do poder do Estado.

c) identifica o interesse da coletividade com o do Mercado.

d) baseia-se na competência técnica dos servidores e na centralização da decisão.

e) enfatiza o controle dos processos formais, visando à punição exemplar dos incompetentes.

Analisemos as alternativas:

 
A) CERTO. A administração pública gerencial vê o cidadão como contribuinte
de impostos e como cliente dos seus serviços.Os resultados da ação do Estado
são considerados bons não porque os processos administrativos estão sob
controle e são seguros, como quer a administração pública burocrática, mas
porque as necessidades do cidadão-cliente estão sendo atendidas.

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B) ERRADO. Para a administração pública burocrática, o interesse público é


freqüentemente identificado com a afirmação do poder do Estado. Ao atuarem
sob esse princípio, os administradores públicos terminam por direcionar uma
parte substancial das atividades e dos recursos do Estado para o atendimento
das necessidades da própria burocracia, identificada com o poder do Estado.

C) ERRADO. A administração pública gerencial está explícita e diretamente


voltada para o interesse público.

D) ERRADO. O modelo gerencial tornou-se realidade no mundo desenvolvido


quando, através da definição clara de objetivos para cada unidade da
administração, da descentralização, da mudança de estruturas organizacionais
e da adoção de valores e de comportamentos modernos no interior do Estado. A
reforma do aparelho do Estado no Brasil significará, fundamentalmente, a
introdução na administração pública da cultura e das técnicas gerenciais
modernas.

E) ERRADO. A administração pública gerencial está fundamentada na forma


de controle, que deixa de basear-se nos processos ( a priori) para concentrar-se
nos resultados (a posteriore). A profissionalização da administração pública
continua sendo um princípio fundamental.

Portanto, o gabarito é a alternativa A.

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2.  Os  Três  Poderes  e  a  Teoria  da  Separação  Harmônica  (sistema  de  freios  e  
contrapesos)  

Charles-Louis de Secondat (1689-1755), Barao de Montesquieu, formou sua


visao de mundo quando desmoronava o reinado de Luis XIV, o mesmo que
disse “O Estado sou eu”, maior simbolo do absolutismo. O advento da
monarquia absolutista e a sua crise marcam-no decisivamente.

Motesquieu procurou seguir um caminho que negasse os extremos. Sua


intencão era fazer:

com que os que comandam aumentassem seu conhecimento com o que devem
prescrever e os que obedecem encontrassem um novo prazer em obedecer, com que
os homens se pudessem curar dos seus preconceitos.

Em Do espírito das leis, sua obra maior, tinha a pretensão de analisar extensa e
profundamente a estrutura dos fatos humanos e formular um esquema
interpretativo do mundo histórico político e social. Ele fica um objetivo preciso:
compreender quais as relações que existem entre o direito – as leis positivas –
e as varias instancias da vida humana. Ele pretende, por exemplo, analisar
como o clima de um país, a geografia, a economia ou a religião interferem na
formação do direito.

Assim, o direito é algo dinâmico, que tende a mudar, segundo mudam as


variáveis da equação. O direito sofre múltiplas interferências de diversos
fatores, que inclusive podem não ter qualquer relação com a vontade humana.
Para Montesquieu, o homem nao e senhor pleno de seu próprio destino, pois
muitos fatores alheios a sua vontade interferem na vida humana; e o homem
não e absolutamente livre para organizar a sociedade e para criar o direito
como lhe aprouver. Contudo, isso não significa que o autor considere que a vida
em sociedade seja totalmente definida por uma inteligência completamente

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alheia ao homem. O homem e relativamente indeterminado, ou seja, a


capacidade do homem em conformar a realidade e apenas parcial.

Alem disso, não são apenas os elementos naturais externos a vida humana –
como clima e topografia – que interferem nas nossas possibilidades de atuar
inteligentemente. A própria maneira como a sociedade se encontra organizada
em um dado momento histórico é também um fator que influencia a maneira de
ser do homem e interfere nas suas decisões.

As teorias imediatamente anteriores a Montesquieu que tentavam explicar o


Estado, a Sociedade e o Direito partiam de premissas diferentes, chegando
também a conclusões diferentes. Os contratualistas caracterizavam-se pela
ideia de que o homem pré-existe a sociedade e ao Estado, e pela crença de que
é por um ato de vontade que eles instituem a vida em comunidade.

Montesquieu não entra nessa discussão ( se o homem pré-existe a sociedade ou


não) e parte de um ponto de vista pragmático: o de considerar a própria
sociedade como um dado da realidade sobre o qual o homem terá que atuar.

Enquanto os contratualistas concebem que o homem, no momento de instituir a


sociedade, atua quase que ilimitadamente, podendo organizar a vida em
comum quase que de todas as formas imagináveis no plano lógico, Montesquieu
concebe o ser humano sujeito a uma serie de influências externas e limita
nossas possibilidades de agir, ao mesmo tempo em que revela certas
propensões no nosso comportamento.

Outra diferença em relação aos contratualistas esta no fato de que esses


consideravam os conflitos entre os seres humanos como algo anterior a vida em

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sociedade, sendo uma das causas da formação do contrato; enquanto


Montesquieu parte da ideia de que os conflitos so existem justamente por conta
da convivência em sociedade. Enquanto os contratualistas percebem o contrato
como a solução dos conflitos, Montesquieu aceita que os conflitos são o dia-a-
dia da humanidade e deve-se buscar uma forma de administrá-los.

Montesquieu também estuda as formas de governo. A república e o governo de


uma coletividade. Pode ser o governo de todos os que compõem o povo, caso
em que a republica assume a forma de democracia; ou pode ser o governo de
um grupo hegemônico dentro da coletividade, caso em que assume a forma de
aristocracia. Já a monarquia e o despotismo tem em comum o fato de serem
um governo de um só. Na monarquia o rei governa segundo as leis, ao passo
que no despotismo o déspota só obedece aos seus caprichos e vontades.

A teoria da divisão de poderes de Montesquieu tem como base o conceito de


liberdade. Esta consiste na segurança pessoal que o cidadão experimenta ao
abrigo das leis e de uma Constituição que aponte limites precisos a ação do
governo. Para ele:

Num Estado, isto é, numa sociedade em que há leis, a liberdade não pode consistir
senão em poder fazer o que se deve querer e em não ser constrangido a fazer o que
não se deve desejar. A liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem; se
um cidadão pudesse fazer o que as leis proibissem, não teria mais liberdade, porque
os outros também teriam tal poder.

Se todos pudessem agir contra a lei, a liberdade desapareceria. Se qualquer


pessoa pudesse violar a lei, em algum momento a vontade de um homem se
imporia unilateralmente a de outro. Se todos pudessem violar as leis, nenhum
dos homens teria garantia de que não haveria unilateralismo, porque a lei limita
a vontade de uns homens para que as de outros possa realizar-se.

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Somente em governos moderados e que há liberdade. “Para que seja


impossível abusar do poder, e preciso que, pela disposição das coisas, o poder
freie o poder”. Tendo em mente a constituição da Inglaterra, ele tentou
harmonizar a visão democrática de representação política com o ideal de
limitação do poder do Estado, afirmando que esse resultado e conseguido
primordialmente com a construção de diversas salvaguardas institucionais e
constitucionais no sistema político, ou seja, a atribuição de três funções do
Estado a orgãos diferentes, equilibrando os poderes desse Estado pela
tripartição em Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário.

Há, em cada Estado, três espécies de poderes: o poder legislativo, o poder


executivo das coisas que dependem do direito das gentes, e o executivo das que
dependem do direito civil.

Este último se refere ao poder de julgar, dando origem ao Poder Judiciário. O


poder na realidade e uno, e tem titular único – o povo. A separação de poderes
estabelece uma divisão de caráter funcional e orgânico quanto ao exercício das
três funções estatais: a legislativa, a jurisdicional e a administrativa.

A ideia central da divisão dos poderes e a de que uma mesma unidade não
pode exercer mais de uma função estatal. O Executivo e o Legislativo não
podem ser exercidos por uma mesma unidade porque esta poderia instituir leis
tirânicas para executá-las tiranicamente. Se o Judiciário estivesse ligado ao
Legislativo, o poder sobre a vida e a liberdade dos cidadãos seria arbitrário,
pois o juiz seria legislador. Estando ligado ao Executivo, o juiz poderia ter a
forca de um opressor.

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Tudo isso corresponde a primeira dimensão da divisão dos poderes de


Montesquieu: atribuir as distintas funções estatais a distintas unidades
decisórias. Mas, logo Montesquieu se da conta da limitação dessa formulação,
porque simplesmente mantendo a exclusividade das distintas funções estatais
em favor de distintas unidades decisórias, logo haverá a possibilidade de que
uma das unidades se imponha as demais.

A solução que ele oferece é a criação de mecanismos que forneçam uma


necessária relação entre as unidades estatais no desempenho de suas funções.
Assim, por exemplo, o controle do Legislativo sobre a execução das leis, as
interferências do Executivo na duração e no momento da reunião da unidade
legislativa, a realização de certos julgamentos por parte do legislativo, e o
poder, em favor do executivo, de vetar as leis aprovadas no legislativo. Temos
aqui o sistema de “freios e contrapesos”, que visa a assegurar um equilíbrio na
atuação dos três Poderes, sem sobreposição de qualquer deles em relação aos
demais. Nossa Constituição Federal prevê a separação de poderes:

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o


Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Também prevê o sistema de “freios e contrapesos” quando fala que eles são
harmônicos entre si. Forma-se um intrincado mecanismo de controles
recíprocos entre os Poderes, de forma que um Poder controle os demais, ao
mesmo tempo em que e por eles controlado, nas hipóteses nela expressamente
previstas.

O Poder Legislativo controla o Executivo quando, exemplificativamente, autoriza


o Presidente da Republica a declarar a guerra e a celebrar a paz (CF, art. 48, X
e XI); susta os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder

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regulamentar ou dos limites da delegação legislativa (CF, art. 49, V) ou


fiscaliza, com o auxilio do Tribunal de Contas, a execução do orçamento pelos
orgãos e entidades do Poder Executivo (CF, art. 49, IX). E o Executivo também
controla o Legislativo, a exemplo de quando nomeia membros do Tribunal de
Contas, orgao vinculado ao Poder Legislativo (CF, art. 61 e 73, § 2o, I), ou veta
os projetos de lei por ele aprovados (CF, art. 66).

O Legislativo fiscaliza o Judiciário, quando legisla sobre organização judiciária


(CF, art. 48, IV), aprova ou não a nomeação pelo Presidente da Republica de
membros do Poder Judiciário (CF, art. 48, VIII) ou, ate mesmo, instaura uma
Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar atos relacionados ao Poder
Judiciário (CF, art. 58, § 3o), entre outras hipóteses. Reciprocamente, e o
Legislativo fiscalizado pelo Judiciário, quando este decide acerca da
constitucionalidade ou não dos atos normativos por ele editados (CF, art. 102,
I, a, e art. 5o, XXXV) ou julga seus membros nas infrações penais comuns (CF,
art. 102, I, b).

E o Executivo fiscaliza o Judiciário quando nomeia os Ministros do STF e do STJ


(CF, art. 101 e 104), entre outros Tribunais, ou quando concede indulto e
comuta penas (CF, art. 84, XII), entre outras hipóteses. E é por ele controlado
quando, exemplificativamente, o Judiciário aprecia, no controle difuso ou
concentrado, a constitucionalidade de atos normativos editados pelo Poder
Executivo (CF, art. 102, I, a, e art. 5o, XXXV) ou julga o Presidente da
Republica nas infrações penais comuns (CF, art. 102, b).

Além de estabelecer a possibilidade do veto executivo a legislação, Montesquieu


pressupõe a possibilidade de cisão da função legislativa do Estado. O autor
estudou o bicameralismo inglês, em que o legislativo era conferido tanto a
nobreza quanto ao corpo escolhido para representar o povo, cada qual com

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suas leis, assembleias e deliberações à parte e objetivos e interesses


separados: a Câmara dos Lordes, que representa a nobreza, e a Câmara dos
Comuns, que representa o povo.

A necessidade de interação ente as diferentes unidades decisórias do Estado e a


cisão de uma dada função estatal, para que seja entregue a outra unidade
decisória alheia a função cindida ou para que seja entregue a distintas partes
da unidade decisória própria da função cindida correspondem a segunda
dimensão da divisão de poderes.

ITEM 12. (CESPE/2006/TSE/ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA)

Com relação às diferentes abordagens acerca da formação e conceituação do Estado moderno,


assinale a opção incorreta.

A) A leitura weberiana do Estado como monopolizador legítimo e legal da violência não alcança
mais eficácia no mundo da globalização.

B) O Estado, segundo Locke e Montesquieu, deve cuidar para que o chefe de Estado não
concentre poder político

Analisemos as alternativas:

A) ERRADO. O conceito weberiano de Estado é absolutamente moderno.


Continua existindo com potência conceitual.

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B) CERTO. Ao elaborar sua teoria da separação haromônica dos três poderes


Montesquieu, assim como Locke, pensava em uma forma de governo que
não concentrasse poder político.

Portanto, o gabarito é a alternativa B.

ITEM 13. (ESAF/2009/RECEITA FEDERAL/TÉCNICO ADMINISTRATIVO)

Marque a opção incorreta.

a) A limitação do poder estatal foi um dos grandes desideratos do liberalismo, o qual exalta a
garantia dos direitos do homem como razão de ser do Estado.

b) A divisão do poder, segundo o critério geográfico, é a descentralização, e a divisão funcional


do poder é a base da organização do governo nas democracias ocidentais.

c) A divisão funcional do poder é, mais precisamente, o próprio federalismo.

d) Montesquieu abria exceção ao princípio da separação dos poderes ao admitir a intervenção


do chefe de Estado, pelo veto, no processo legislativo.

Analisemos as alternativas:

a) CERTO. Todos os teóricos liberais (Locke, Rousseau, Monstesquieu)


preocuparam-se em limitar o poder estatal, como garantia da liberdade
do homem.
b) CERTO. Perfeito: divisão geográfica do poder é descentralização, divisão
funcional do poder é o princípio da separação harmônica dos poderes.

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c) ERRADO. Como vimos acima, divisão funcional não se relaciona com


federalismo. Federalismo é descentralização geográfica do poder. Divisão
funcional é a separação em três poderes da atuação estatal.

d) CERTO. Montesquieu elaborou um sistema de freios e contra-freios em


que um poder regula o outro, para não haver desequilíbrio. Uma forma do
executivo regular o legislativo é através do veto à propostas legislativas.

Portanto, o gabarito é a alternativa C.

3.  Estado  de  Bem-­‐Estar  Social  

Em fins do século XIX, são criados os primeiros seguros sociais compulsórios. O


primeiro seguro social de que se tem notícia foi instituído por Bismarck, na
Alemanha, nos anos 1880. A política social de Bismarck tinha por objetivo o
enfrentamento do movimento operário e conformava uma proposta intencional
de organização do universo do trabalho – o corporativismo submetido ao Estado
– e de controle social. Buscava conter o avanço da social-democracia e, assim
trocou benefícios (a cobertura dos riscos, para os assalariados, decorrentes de
doenças, acidentes de trabalho e incapacidade laborativa devida à idade) pelo
cerceamento da atividade sindical. Os propósitos e os efeitos da legislação
social bismarckiana foram, de fato, muito mais políticos do que sociais. Os
problemas de maior urgência para os assalariados alemães, naquela
oportunidade (inspeção das condições de trabalho, regulamentação da jornada
de trabalho, fiscalização dos contratos de trabalho), não foram tocados.
Bismarck compartilhava com os liberais (e com os empresários) a firme opinião
de que qualquer interferência nos negócios privados seria nociva ao sistema.
Mas, reprimindo reivindicações mais vigorosas, por um lado, e, por outro,
oferecendo concessões em termos de política social, infringiu uma derrota ao
movimento sindical e consolidou o recém-unificado Reich.

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O seguro social, difundiu-se rapidamente pela Europa. Na medida em que a


democracia avançava, com a ampliação do direito ao voto, a legalização das
centrais sindicais e a chegada dos partidos trabalhistas e social-democratas ao
Parlamento, os seguros passaram a cobrir parcelas cada vez mais significativas
de trabalhadores. A forma seguro, implicando um contrato entre partes (sendo
o Estado, na grande maioria dos casos, uma destas partes), retirava da política
social seu caráter meramente assistencialista. Por sua natureza meritocrática –
faz jus a um certo benefício aquele que por sua inserção na estrutura
ocupacional efetuou preteritamente a contribuição correspondente – o seguro
social destituía a política social de estigma.

Deslocando seu alvo principal, da pobreza para o trabalho assalariado, a política


social ganha papel pró-ativo no sistema: assegura direitos sociais aos que dele
participam, hierarquiza o universo dos merecedores de tais direitos segundo as
suas (dele) conveniências, e provê mecanismos de controle sobre os que dele
se afastam. Configura-se assim um Estado social.

A crise dos anos 20 começa a desenhar uma nova etapa no processo de


aquisição de direitos na Europa. Nesta fase, a idéia de seguro é substituída pela
de seguridade social, a natureza da política passa a ser universalista e seu alvo,
a cidadania. Sistemas públicos, estatais ou estatalmente regulados, se tornam
os produtores de políticas destinadas a garantir amplos direitos sociais a todos
os cidadãos, configurando o que se convencionou chamar Estados de bem-estar
social.

Após a II guerra mundial, praticamente todos os países desenvolvidos


realizaram reformas em seus sistemas de proteção social. O marco reformista
foi o relatório Beveridge apresentado ao parlamento inglês em 1942 e
transformado em lei em 1946. A proposta estava fundamentada em dois
grandes princípios, identificados com a nova concepção de proteção social. O
princípio da unidade tinha por metas a unificação das múltiplas instâncias de
gestão dos seguros sociais existentes e a homogeneização das prestações
básicas. Universalidade, o outro grande princípio, dizia respeito à cobertura –

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todos os indivíduos – e aos escopos da proteção (todas as necessidades


essenciais)

NO estado de Bem Estar Social entende-se que o homem, quer esteja “incluído”
ou “excluído” do trabalho formal, faz parte do conjunto do Mundo do Trabalho.
Ou seja, a exclusão ou “invalidação” – conforme salienta Castel - está na raiz
do próprio sistema capitalista. Há uma estrutura que exclui. É o próprio sistema
do Capital que, ao se reproduzir, ao mesmo tempo em que acumula mais
capital, se encarrega de produzir pobreza e exclusão.

Aqui cabe enfatizar os três modelos institucionais de politica social:

1- Assistencialista – baseados na filantropia e na ideia de assistência por


questões meramente humanitárias.
2- Bismarckiano – Os benefícios sociais são tutelados pelo Estado, mas
limitados ainda pela ação econômica/liberal.

3- Beveridgiano – É o Estado de Bem Estar Social (Welfare State), em que


a política social é universal, como ideia de direito amplo de todos os cidadãos.

O Estado do Bem-estar também é conhecido por sua denominação em inglês,


Welfare State. Os termos servem basicamente para designar o Estado
assistencial que garante padrões mínimos de educação, saúde, habitação, renda
e seguridade social a todos os cidadãos.

É preciso esclarecer, no entanto, que todos estes tipos de serviços assistenciais


são de caráter público e reconhecidos como direitos sociais. A partir dessa
premissa, pode-se afirmar que o que distingue o Estado do Bem-estar de outros
tipos de Estado assistencial não é tanto a intervenção estatal na economia e
nas condições sociais com o objetivo de melhorar os padrões de qualidade de

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vida da população, mas o fato dos serviços prestados serem considerados


direitos dos cidadãos.

Origens do Estado do Bem-estar


O "Welfare state" teve a origem no pensamento keynesiano e surgiu como
resposta para o que se vivia na Europa.
Entre os seus objetivos há dois essenciais: a garantia do bom funcionamento do
mercado segundo o pensamento de Adam Smith e a defesa dos direitos dos
cidadãos na saúde, educação e alimentação. Uma das ideias fundamentais
deste pensamento é a igualdade de oportunidades.

O Estado do Bem-estar, tal como foi definido, surgiu após a Segunda Guerra
Mundial. Seu desenvolvimento está intimamente relacionado ao processo de
industrialização e os problemas sociais gerados a partir dele. A Grã-Bretanha foi
o país que se destacou na construção do Estado de Bem-estar com a
aprovação, em 1942, de uma série de providências nas áreas da saúde e
escolarização. Nas décadas seguintes, outros países seguiriam essa direção.

Ocorreu também uma vertiginosa ampliação dos serviços assistenciais públicos,


abarcando as áreas de renda, habitação e previdência social, entre outras.
Paralelamente à prestação de serviços sociais, o Estado do Bem-estar passou a
intervir fortemente na área econômica, de modo a regulamentar praticamente
todas as atividades produtivas a fim de assegurar a geração de riquezas
materiais junto com a diminuição das desigualdades sociais.

Capitalismo e democracia
Com base nessas considerações, é possível afirmarmos, portanto, que numa
perspectiva mais ampla as origens do Estado do Bem-estar estão vinculadas à
crescente tensão e conflitos sociais gerados pela economia capitalista de caráter

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"liberal", que propugnava a não-intervenção do Estado nas atividades


produtivas.

As crises econômicas mundiais presenciadas nas primeiras décadas do século


20 (da qual a crise de 1929 é o caso mais conhecido) provaram que a economia
capitalista livre de qualquer controle ou regulamentação estatal gerava
profundas desigualdades sociais. Essas desigualdades provocavam tensões e
conflitos, capazes de ameaçar a estabilidade política.

Direitos sociais
Os direitos sociais surgem, por sua vez, para assegurar que as desigualdades
de classe social não comprometam o exercício pleno dos direitos civis e
políticos. Assim, o reformismo do Estado do Bem-estar tornou possível
compatibilizar capitalismo e democracia. No âmbito do Estado do Bem-estar, o
conflito de classes não desapareceu, mas se institucionalizou. A extensão dos
direitos políticos e o sufrágio universal possibilitaram canalizar os conflitos de
classe para as instituições políticas, transformando demandas sociais em
direitos.

O grau e a extensão do intervencionismo estatal na economia e a oferta de


serviços sociais variou enormemente de país para país. Os países
industrializados do Primeiro Mundo construíram Estados de Bem-estar mais
extensos do que os países de economia socialista e os países subdesenvolvidos.
Porém, entre os países de Primeiro Mundo também há variações. Certamente, o
Estado de Bem-estar francês é mais extenso do que o inglês; e este último é
mais extenso do que o americano.

Auge do Estado do Bem-estar


O modelo de Estado do Bem-estar que emergiu na segunda metade do século
20 na Europa Ocidental e se estendeu para outras regiões e países chegou ao

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auge na década de 1960. No transcurso dos anos 70, porém, esse modelo de
Estado entrou em crise.

Uma tese amplamente comprovada é a correlação que existe entre o


crescimento econômico e a extensão das ofertas de serviços sociais à
população. Com base nessa tese, torna-se irrelevante o fato de a economia ser
socialista ou capitalista e se o regime é democrático ou ditatorial, pois as
estruturas do Estado de Bem-estar estão relacionadas ao grau de
desenvolvimento econômico de um determinado país.

Crise
Este Estado de Bem Estar Social, no entanto, entra em crise na década de
1970. A crise da década de 70 e 80 rompe com o compromisso do Welfare
State que por um período garantiu certa “paz entre as classes” a partir de
políticas compensatórias e segundo a tese dos neoliberais, a supervalorização
do trabalho.

Para fazer frente a isso “o capitalismo articula e põe em cena uma dupla
solução: o neoliberalismo e a reestruturação produtiva”. A crise recoloca a
questão dos direitos sociais, que têm como conseqüência a transformação das
relações de trabalho, causando perdas nos padrões da proteção social e maior
vulnerabilidade em geral para os setores da sociedade. E o “Estado, que sempre
foi um instrumento de construção das condições de desenvolvimento máximo
da classe capitalista é, agora, apontado como responsável de todas as crises”.
Se entende para o momento que “é preciso, pois, restaurar o mercado como
fonte última e única de qualquer sociabilidade possível.

A crise do Estado de Bem-estar é um tema complexo para o qual não há


consenso entre os estudiosos. Nos países industrializados ocidentais, os
primeiros sinais da crise do Welfare State estão relacionados à crise fiscal
provocada pela dificuldade cada vez maior de harmonizar os gastos públicos

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com o crescimento da economia capitalista. Nessas condições, ocorre a


desunião entre "capital e trabalho". As grandes organizações e empresas
capitalistas e as massas trabalhadoras já não se entendem e entram em conflito
na tentativa de assegurar seus próprios interesses.

Na Grã-Bretanha, a eleição da primeira-ministra Margareth Thatcher (do Partido


Conservador; que governou de 1979 a 1990) representou o marco histórico do
desmonte gradual do Estado de Bem-estar inglês a partir da política de
privatização das empresas públicas. Outros países adotaram a mesma política.

E o Brasil?

O Brasil nunca chegou a estruturar um Estado de Bem-estar semelhante aos


dos países de Primeiro Mundo. Não obstante, o grau de intervenção estatal na
economia nacional teve início na Era Vargas (1930-1945) e chegou ao auge
durante o período da ditadura militar (1964-1985). Paradoxalmente, os mais
beneficiados com os gastos públicos em infra-estrutura (nas áreas de
telecomunicações, energia elétrica, auto-estradas etc) e construção de grandes
empresas públicas foram, justamente, os empresários brasileiros e
estrangeiros.

Na década de 1970, porém, setores mais influentes da classe empresarial


começaram a dirigir críticas ao intervencionismo estatal. Na época, a palavra
mais usada pelos empresários paulistas em sua campanha contra o
intervencionismo estatal na economia era "desestatização". Quando ocorreu a
transição para a democracia, os partidos políticos de esquerda e os movimentos
populares acreditavam que tinha chegado o momento do Estado brasileiro
saldar a imensa dívida social diante das profundas desigualdades sociais e
pobreza extrema reinantes no país. Não obstante, todos estes anseios foram
frustrados.

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ITEM 14. ( CESGRANRIO/2010/PETROBRÁS/ASSISTENTE SOCIAL JÚNIOR) -


Um estudo sobre Estado de Bem-Estar Social (Welfare State) apresenta uma série de
informações corretas, EXCETO que

a) o papel do Estado capitalista foi decisivo e central em todas as experiências de Welfare


State
b) o paradigma mais importante de Welfare State constituiu-se nos Estados Unidos, a partir do
New Deal, de Roosevelt.
c) a partir da análise das suas experiências históricas, conclui- se não ter havido um único
modelo de Welfare State.
d) as concepções econômicas de J. M. Keynes, enunciadas nos anos 1930, constituíram-se em
um dos fundamentos teóricos do Welfare State.
e) no Welfare State inglês, adotou-se um conceito ampliado de seguridade social, contido no
Plano Beveridge.

Analisemos as alternativas:

A) CERTO. Como vimos a implantação do Estado de Bem-Estar social é


função da tensão entre capital e aspirações sociais e foi implantado nos
Estados capitalistas.
B) ERRADO. O paradigma mais importante do Estado de Bem-Estar Social
foi a Lei Beveridge de 1942, na Inglaterra.
C) CERTO. Como vimos houve vários modelos de Estado de Bem-Estar
Social.
D) CERTO. Perfeito, como vimos, Keynes foi o idealizador da concepção
econômica do Estado de Bem-Estar Social.
E) CERTO. O Plano Beveridge foi concebdo como um plano ampliado de
seguridade social, para além do assistencialismo.

Portanto, o gabarito é a alternativa B.

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Bem, pessoal, encerro por aqui esta primeira aula!

Até a próxima!

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4.  Lista  de  Questões  

ITEM 1. (ESAF/2014/MF/  ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO)

A dominação burocrática proposta por Weber estabeleceu os seguintes atributos da organização


racional-legal, exceto:

a) A concentração do trabalho

b) A hierarquia

c) A existência de regras gerais de funcionamento.

d) A separação entre propriedade pessoal e organizacional

e) A seleção de pessoal com base em qualificação técnica.

ITEM 2. (ESAF/2012/RECEITA FEDERAL/  AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL)

Sobre o modelo de Administração Pública Burocrática, é correto afirmar que:

a) pensa na sociedade como um campo de conflito, cooperação e incerteza, na qual os


cidadãos defendem seus interesses e afirmam suas posições ideológicas.

b) assume que o modo mais seguro de evitar o nepotismo e a corrupção é pelo controle rígido
dos processos, com o controle de procedimentos.

c) prega a descentralização, com delegação de poderes, atribuições e responsabilidades para


os escalões inferiores.

d) preza os princípios de confiança e descentralização da decisão, exige formas flexíveis de


gestão, horizontalização de estruturas e descentralização de funções.

e) o administrador público prega o formalismo, o rigor técnico e preocupa-se em oferecer


serviços, e não em gerir programas

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ITEM 3. (ESAF /2015/ MPOG/ ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO )

Em relação aos modelos de gestão pública, é incorreto afirmar:

a) no sentido weberiano do termo, a burocracia nunca logrou ser reconhecida por sua
racionalidade. Antes, popularizou-se – negativamente – em face de suas disfunções.

b) a lógica do Governo Aberto, por si só, é suficiente para garantir uma maior e mais efetiva
participação social na avaliação e no controle da ação governamental.

c) embora declaradamente rejeitado por todos, o patrimonialismo remanesce em grau bastante


sensível, haja vista os recorrentes escândalos de corrupção havidos no decorrer da Nova
República.

d) a absorção do gerencialismo e suas variantes, no âmbito da gestão pública, não implica


delinear-se, como objetivo, a exclusão do modelo burocrático.

e) embora as ideias de reforma gerencial tenham surgido em países de governos neoliberais, é


possível afirmar que o modelo não se restringe apenas a esse contexto ideológico

ITEM 4. (ESAF /2014/ RECEITA FEDERAL/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL )

Considerando-se os modelos teóricos de administração pública: patrimonialista, burocrático e


gerencial, é correto afirmar que:

a) a Administração Pública burocrática acredita em uma racionalidade absoluta, pregando o


formalismo, rigidez e o rigor técnico.

b) a Administração Pública burocrática pensa na sociedade como um campo de conflito,


cooperação e incerteza, na qual os cidadãos defendem seus
interesses e afirmam suas posições ideológicas.

c) a Administração Pública burocrática prega a descentralização, com delegação


de poderes, atribuições e responsabilidades para os escalões inferiores.

d) a Administração Pública Gerencial é autorreferente e se concentra no processo, em


suas próprias necessidades e perspectivas, sem considerar a alta
ineficiência envolvida.

e) a Administração Pública Gerencial assume que o modo mais


seguro de evitar o nepotismo e a corrupção é pelo controle
rígido dos processos com o controle de procedimentos.

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ITEM 5. (ESAF /2014/ MTur/ ANALISTA TÉCNICO - ADMINISTRATIVO)

Correlacione as colunas acima atribuindo as características descritas na Coluna II à forma de


administração correspondente, constante da Coluna I.

Ao final, selecione a opção que contenha a sequência correta para a Coluna II.

a) 1, 2, 3

b) 3, 2, 1

c) 2, 3, 1

d) 2, 1, 3

e) 1, 3, 2

 
 

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ITEM 6. (FCC/2009/MPE-SE/Analista do Ministério Público/Administração)

NÃO constitui característica do modelo de Administração Pública Burocrática, que tem entre
seus principais expoentes Max Weber,

a) utilização de critérios eminentemente políticos para contratação e promoção de funcionários,


em detrimento da avaliação por mérito.

b) ênfase na ideia de carreira e profissionalização do corpo funcional público.

c) estrutura hierárquica fortemente verticalizada, impessoalidade e formalismo.

d) rigidez do controle dos processos, com predominância do controle da legalidade como


critério de avaliação da ação administrativa (due process).

e) rotinas e procedimentos segundo regras definidas a priori, em detrimento da avaliação por


resultados.

ITEM 7. (FCC/ 2010/ AL-SP/AGENTE TÉCNICO LEGISLATIVO/ GESTÃO DE PROJETOS)  

Com relação à administração pública burocrática considere.

I. Surge na segunda metade do século XIX, na época do Estado liberal, com o objetivo de
combater a corrupção e o nepotismo patrimonialista.

II. Esse modelo de gestão possui como princípios orientadores a profissionalização, ou seja, a
ideia de carreira e hierarquia funcional, a impessoalidade e o formalismo.

III. Os pressupostos da administração burocrática são a confiança prévia nos administradores


públicos e nos cidadãos que a eles, administradores públicos, dirigem demandas.

IV. O controle pode transformar-se na própria razão de ser do funcionário; voltando-se para si
mesmo, perdendo a noção de sua missão básica, que é servir à sociedade.

V. A administração burocrática tem como principal qualidade a efetividade no alcance dos


resultados; seu foco central é a eficiência do Estado.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) I, II, III e V.

c) II, III e IV.

d) II e V.

e) III, IV e V.

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ITEM 8. (FCC/2012/PREFEITURA DE SÃO PAULO/ SP/ AUDITOR FISCAL)

Com relação à introdução do paradigma pós-burocrático na administração pública brasileira,


considere:

I. A partir de meados dos anos 1990 houve flexibilização e, posteriormente, ruptura do modelo
burocrático, tendo em vista que as organizações públicas abandonaram a racionalidade formal
como paradigma de ação.

II. Apesar de todas as mudanças recentes, as organizações ditas pós-burocráticas ainda estão
vinculadas à lógica racional-legal, base do modelo criado por Max Weber.

III. A organização pós-burocrática teria como principais características a centralização e a


estruturação em redes hierarquizadas articuladas por fluxos verticais de informação.

IV. As organizações pós-burocráticas podem ser caracterizadas como orientadas para a solução
de conflitos e problemas, e estão baseadas na participação, confiança e compromisso de todos
em torno de resultados.

V. O tipo organizacional pós-burocrático é construído em torno de processos tecnologicamente


intensivos, fortemente preocupados pela formação de consensos baseados no personalismo.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) II e IV.

b) III e V.

c) I, II e III.

d) III, IV e V.

e) I, II, III e IV.

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ITEM 9. (FCC /2010/ TCE-RO/ AUDITOR )

Na gestão do setor público, a incorporação do paradigma do cidadão como cliente

a) foi rejeitada, pois as burocracias públicas não têm como missão atender clientelas, mas
alcançar resultados orientados pelo princípio da razão de Estado.

b) deve ser compatibilizada com o dever de atender a todos os cidadãos, independentemente


de sua condição financeira, e com as limitações de recursos orçamentários públicos.

c) é incompatível com o princípio da universalização dos serviços públicos, que impõe o


atendimento prioritário a todos, independentemente da sua qualidade.

d) será alcançada à medida que avançar o processo de privatização do setor público, pois seu
sucesso depende da eliminação do modelo burocrático de gestão.

e) é de difícil implementação, pois depende da retirada de princípios constitucionais da


administração pública, como a impessoalidade, a equidade e a universalidade

ITEM 10. (FCC/ 2010/ BAHIAGÁS/ANALISTA DE PROCESSOS / ADMINISTRAÇÃO)

Na administração do Estado moderno, reforma administrativa burocrática trata-se

a) da orientação da transição do Estado burocrático para o Estado gerencial.

b) do processo de transição do Estado patrimonial para o Estado burocrático weberiano.

c) da gestão do processo de transição da Administração Pública tradicionalista para o Estado


gerencial patrimonial.

d) do processo de transição do Estado burocrático weberiano para o Estado patrimonial.

e) da reforma da gestão pública orientando o conjunto de atividades destinadas à execução de


obras e serviços, comissionados ao governo para o interesse da sociedade.

ITEM 11. (FCC/2010/ AL-SP/AGENTE TÉCNICO LEGISLATIVO/GESTÃO DE PROJETOS)

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O modelo de administração pública gerencial

a) prioriza o atendimento das demandas do cidadão.

b) identifica o interesse público com a afirmação do poder do Estado.

c) identifica o interesse da coletividade com o do Mercado.

d) baseia-se na competência técnica dos servidores e na centralização da decisão.

e) enfatiza o controle dos processos formais, visando à punição exemplar dos incompetentes.

ITEM 12. (CESPE/2006/TSE/ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA)

Com relação às diferentes abordagens acerca da formação e conceituação do Estado moderno,


assinale a opção incorreta.

A) A leitura weberiana do Estado como monopolizador legítimo e legal da violência não alcança
mais eficácia no mundo da globalização.

B) O Estado, segundo Locke e Montesquieu, deve cuidar para que o chefe de Estado não
concentre poder político

ITEM 13. (ESAF/2009/RECEITA FEDERAL/TÉCNICO ADMINISTRATIVO)

Marque a opção incorreta.

a) A limitação do poder estatal foi um dos grandes desideratos do liberalismo, o qual exalta a
garantia dos direitos do homem como razão de ser do Estado.

b) A divisão do poder, segundo o critério geográfico, é a descentralização, e a divisão funcional


do poder é a base da organização do governo nas democracias ocidentais.

c) A divisão funcional do poder é, mais precisamente, o próprio federalismo.

d) Montesquieu abria exceção ao princípio da separação dos poderes ao admitir a intervenção


do chefe de Estado, pelo veto, no processo legislativo.

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ITEM 14. ( CESGRANRIO/2010/PETROBRÁS/ASSISTENTE SOCIAL JÚNIOR) -


Um estudo sobre Estado de Bem-Estar Social (Welfare State) apresenta uma série de
informações corretas, EXCETO que

a) o papel do Estado capitalista foi decisivo e central em todas as experiências de Welfare


State
b) o paradigma mais importante de Welfare State constituiu-se nos Estados Unidos, a partir do
New Deal, de Roosevelt.
c) a partir da análise das suas experiências históricas, conclui- se não ter havido um único
modelo de Welfare State.
d) as concepções econômicas de J. M. Keynes, enunciadas nos anos 1930, constituíram-se em
um dos fundamentos teóricos do Welfare State.
e) no Welfare State inglês, adotou-se um conceito ampliado de seguridade social, contido no
Plano Beveridge.

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5.  Gabarito  
 

1   2   3   4   5   6   7   8   9   10  

A   B   B   A   C   A   A   A   B   B  

11   12   13   14              

A   B   C   B              

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