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O ENSINO DE HISTÓRIA E A CONSTRUÇÃO DA NACIONALIDADE

NO ESTADO NOVO (1937-1945)

No Brasil, a década de 1930 foi vivenciada dentro de um quadro político em


ebulição. Num intervalo de sete anos, o país experimentou uma série de eventos que
remodelariam suas instituições; a saber, a promulgação de duas constituintes, três
rebeliões de facções distintas que tentavam chegar ao poder1, a derrubada das
oligarquias que dominaram a vida política do país desde sua independência e, por fim,
um “golpe silencioso”2: a instauração de um novo regime que produziu transformações
substanciais no cenário nacional. Diante de seu caráter centralizador, o Estado Novo,
como foi batizado o período entre 1937-1945, arquitetou um programa de construção do
sentimento e coesão nacional, o que foi refletido no aspecto econômico, social e político
da nova sociedade. Desta forma, este artigo analisará as consequências da política
varguista no campo da educação, buscando compreender a relação do ensino de História
com o projeto de construção do patriotismo brasileiro e da coesão nacional. Para isso,
apresentaremos as tranformações no programa de História, bem como a ênfase na
Historia do Brasil.

É importante sublinhar que embora a promoção da unidade nacional pensada


por Vargas atravessasse os cenários político, econômico e social, esta análise será
direcionada para o campo cultural; portanto, abordaremos as empreitadas do Estado
Novo para a transformação do imaginário social, usando o ensino de História como
ferrmaneta para essa construção. No entanto, para compreendermos o projeto nacional
varguista faz-se necessário uma breve reconstrução do contexto político desde a fase
imperial, tal como a análise das tranformações ideológicas que ocorreram a partir da
década de 20 no cenário internacional.

É possível verificar nas diversas revoltas, de caráter separatista, ocorridas de


norte a sul, que a história brasileira é marcada por um forte regionalismo desde sua fase

1
Constituição de 1934 3 de 1937; Revolução de 30, Revolução da constituinte e
intentona comunista.
2
Aspasia Camargo
colonial até meados do século XX. Após o processo de independência, o Império,
embora trabalhasse nesse sentido, não foi capaz de provocar em suas fronteiras uma
mentalidade de pertencimento mais ampla, transcendente ao localismo. Se por um lado,
através do sistema escravagista, o governo imperial pode preservar todos os seus
territórios; por outro esse domínio não excedeu a influência econômica, não penetrou na
mentalidade coletiva. Como defende Renato Lessa (LESSA. p.20)

Em outros termos, talvez porque a maior parte do país vivesse uma


situação de ausência de regime político e de qualquer arena
semelhante a um espaço público, a experiência brasileira, a despeito
das intenções de hipercentralização imperial, foi marcada por grande
dispersão e fragmentação. A hipercentralização política e
administrativa, na Monarquia, materializava-se no controle que o
Poder Moderador, via Poder Executivo, exercia sobre as
administrações provinciais.

Esta situação não foi superada com o advento da República, visto que a
principal reivindicação do movimento republicano era o sistema federalista visando a
autonomia econômica e política, pouco se fez para a promoção de um caráter nacional, e
o fortalecimento das oligarquias locais no cenário político contribuiu para a realçar os
conflitos decorrentes das diferenças. Com o esgotamento do sistema federalista,
decorrente da crise econômica mundial somada à manifestação de alguns grupos que
surgiram na década de 20, a Política dos Governadores foi suplantada por um regime
totalitário, centralizador e nacionalista. Esta não era uma política isolada, mas
influenciada pela tendência que abarcava alguns países europeus, como a Itália e a
Alemanha.

É neste cenário que Vargas assume o poder em 1930, e de imediato trabalha


para as oligarquis locais centralizando o poder no Executivo, mesmo a despeito de seus
aliados na Revolução de 30. Após alguns anos de incerteza*, Getúlio Vargas inaugura
uma ditadura que duraria por oito anos dando início ao processo de modernização do
aparelho estatal. Para um Estado totalitário, o nacionalismo é muito importante e, em
virtude do forte regionalismo que marcava a sociedade brasileira, a partir de 37 Vargas
dá início ao seu plano.

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