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PARTIPAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR NA GESTÃO ESCOLAR

DEMOCRÁTICA

SANTOS, Francelma da Conceição Brasil1

Sabe-se que a comunidade escolar é composta pelos profissionais que atuam na


escola, por alunos que estejam devidamente matriculados e por pais e/ou responsáveis dos
alunos. Atualmente percebe-se que essa comunidade ainda enfrenta um grande desafio no que
diz respeito à participação nas tomadas de decisões dentro do ambiente escolar para a
melhoria da qualidade do ensino. Quem participa da elaboração do Projeto Político
Pedagógico (PPP) da escola? Quem tem vez e voz nas reuniões para a tomada de decisões?
São questionamentos como esses que dão vida a diversos ensaios sobre o tema Gestão Escolar
democrática. Esta razão de ser da presente problematização.
A Gestão Escolar democrática e participativa nada mais é do que uma gestão onde
o principal foco é a participação de todos no processo de ensino da escola. Atualmente o que
se percebe quanto a isso é que na maioria das escolas o Gestor e o Coordenador Pedagógico
são quem ditam as ordens, o primeiro nos âmbito administrativo-financeiro enquanto o
segundo no âmbito pedagógico, como elaboração do PPP, do Regimento Interno, Projetos,
etc. Onde se encaixa a Comunidade Escolar nesses processos?
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação em consonância com a Constituição
Brasileira orienta que na Gestão Democrática é necessária a participação de todos os
segmentos que compõe o processo de educação: família, sociedade, governo, a fim de
alcançar os objetivos educacionais, dos quais a formação de cidadãos críticos e atuantes está
em primeiro lugar.
Nesse sentido, Luck (2002, p. 66), diz que:

“A participação significa, portanto, a intervenção dos profissionais da educação e


dos usuários (alunos e pais) na gestão da escola. Há dois sentidos de participação
articulados entre si: a) a de caráter mais interno, como meio de conquista da
autonomia da escola, dos professores, dos alunos, constituindo prática formativa,
isto é, elemento pedagógico, curricular, organizacional; b) a de caráter mais externo,
em que os profissionais da escola, alunos e pais compartilham, institucionalmente,
certos processos de tomada de decisão”.

O que na realidade se percebe em grande parte das escolas, por mais que
tenham constituídos seus Conselhos Escolares com a representação dos pais, alunos e
1
Graduada em Pedagogia pela FLATED – Faculdade Latino-americana de Educação.
profissionais da escola é que o Gestor Escolar assume o comando e, nas tomadas de decisão
não considera que os outros agentes podem contribuir para o bom desempenho do processo de
ensino com ideias advindas do conhecimento da realidade e do contexto em que estão
inseridos, sendo estes de certa forma impedidos de participarem de importantes decisões.
Por outro lado, o resultado que se espera com essa participação é a
democratização da gestão, que consequentemente resultará na melhoria da qualidade do
ensino, visto que:

“Todos os segmentos da comunidade podem compreender melhor o funcionamento


da escola, conhecer com mais profundidade os que nela estudam e trabalham,
intensificar seu envolvimento com ela e, assim, acompanhar melhor a educação ali
oferecida” Gadotti (1997, p. 16).

Em pesquisas realizadas com Gestores, Coordenadores, professores, zeladores,


merendeiras, vigias, alunos, pais e/ou responsáveis nas escolas C.E. Aldenor Leondidas
Siqueira, E.M. Artur Costa e Silva e E.M. Vila Manoel Ramalho nas quais existem os
Conselhos Escolares observou-se que ao perguntar sobre a participação nos processos
decisórios dessas escolas a maioria respondeu que não são consultados, o professor A.M.S.
disse que:

“Na maioria das vezes que tem reunião aqui na escola não é perguntado o que a
gente acha sobre isso ou aquilo, geralmente as reuniões são para nos passar alguma
informação da SEMED ou pra nos cobrar resultados de avaliações, ou mesmo pra
falar sobre o calendário escolar ou para a realização de algum projeto da escola. Sei
que é importante a participação do professor na Gestão e queria que fosse assim,
mas infelizmente não é”

Como visto, as reuniões são usadas como meros instrumentos de informação onde as
decisões já tomadas pelo corpo administrativo da escola são repassadas e não discutidas. Daí
se percebe a falta da participação dos professores nesse processo o que não caracteriza uma
Gestão Democrática e Participativa. Alguns pais ou responsáveis também foram questionados
sobre esse tema. A senhora M.C.S.S. respondeu que:

“Toda vez que tem reunião com os pais eu venho pra poder saber como tá meu filho
aqui na escola, cê sabe né? A gente como mãe sempre deve tá acompanhando.
Quando venho não falo nada porque ninguém pergunta, o diretor é quem manda na
escola eu vou fazer o que? Ele sabe mais do que eu. Ideia agente até que tem mas
ninguém pergunta pra nós.”
É perceptível também a falta de conhecimento da maioria dos pais e responsáveis
entrevistados quanto o papel da comunidade no processo escolar, o que de certa forma,
dificulta mais a participação dos mesmos nas próprias reuniões, pois sem entenderem que são
importantes para o processo de construção da Gestão Democrática da escola, eles se limitam
apenas a acatar as determinações dos gestores e coordenadores escolares, não intervindo desse
modo, nas tomadas de decisões.
Sabe-se que uma das atribuições do Gestor Escolar é promover a participação de toda
a comunidade no processo de ensino. Quando entrevistados, os Gestores das escolas
mencionadas citaram algumas dificuldades que encontram para efetivar a participação e foram
unanimes em dizer que falta comprometimento por parte de todos os outros agentes,
principalmente os pais ou responsáveis. O gestor E.D.N. quando perguntado sobre o que tem
feito para resolver o problema da participação respondeu que:

“Temos feito de tudo para garantir a participação de todos na escola, nas reuniões. Já
fizemos café da manhã para chamar a atenção dos pais para a escola, já fizemos
horta comunitária em que os próprios pais ou responsáveis de alunos tomavam conta
pra vê se eles aparecem na escola. Quando convidamos para uma reunião nem todos
vêm. Acredito que a falta de escolaridade da maioria deles e o fato de muitos ainda
trabalharem em roças que ficam distantes da casa deles contribui pra isso, por que
não entendem a importância deles para a escola e para o processo de ensino dos seus
filhos, acham que seu papel é só deixar o filho na escola aos cuidados do professor e
do Gestor. Quanto aos outros funcionários, temos feito reuniões periódicas e eles
sempre participam.”

Ao expor alguns alunos às perguntas do questionário da pesquisa eles ficaram


surpresos em saber que na escola existia o Conselho Escolar e que eles tinham representantes
nesse Conselho. O aluno R.F.S. disse:

“Tem aluno que representa a gente lá nesse conselho? Eu não sei quem é...me
lembro que teve uma eleição aqui faz tempo na sala pra escolher o líder e o vice-
líder e quem ganhou foi o L. e a G. mas, depois disso não sei se teve eleição pra esse
conselho, não me lembro. O que esse conselho faz mesmo? Eu não vejo nada e
ninguém pergunta nada pra nós aluno, eu mesmo nunca participei de nenhuma só
das gincanas e de alguns projetos como feira de ciência.”

Percebe-se com isso que é necessário um trabalho de informação e conscientização


para todos os segmentos da Comunidade Escolar enfatizando a importância da participação
deles na construção de uma Gestão Democrática em sua escola visto que isso ainda não está
bem esclarecido tanto para alguns profissionais, quanto para os alunos e pais e/ou
responsáveis de alunos, principalmente para este último segmento que, ao que parece, ainda
vê a escola como instituição isolada da comunidade que tem como finalidade manter os seus
filhos longe do trabalho e das ruas e não como uma instituição responsável em formar
cidadãos críticos e atuantes por meio da oferta de uma educação de qualidade.

CONCLUSÃO

A Gestão Democrática é tarefa de todos e para a comunidade de São João do Caru, um


processo em construção que, como visto na presente problematização, ainda anda a passos
lentos, entretanto a união e o comprometimento dos agentes responsáveis pela educação nas
escolas de nossa cidade poderá acelerar esse processo, sempre visando atender os alunos que
são protagonistas no processo ensino-aprendizagem, um processo que deve ser promovido de
forma a atender as demandas sociais, mas nunca perdendo o foco que é a qualidade do ensino.

REFERÊNCIAS

GADOTTI, Moacir. Autonomia da escola: princípios e preposições. São Paulo: Cortez,


1997.

LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola. Goiânia: Alternativa, 2002.

LUCK, Heloisa. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. São Paulo: Cortez,
2002.

TEIXEIRA, Anísio. Que é administração escolar? Revista Brasileira de Estudos


Pedagógicos. Rio de Janeiro, v.36, n.84, 1961.

TOMÉ, Marta Fresneda. A Educação Infantil foi para a escola, e agora?: ensaio de
uma teoria para a gestão institucional da educação infantil – Marília, 2011.Disponível em:
http://www.marilia.unesp.br/Home/Pos-
Graduacao/Educacao/Dissertacoes/tome_mf_do_mar.pdf
acesso em 10/12/2017.

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