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Alfonso Montuori3
California Institute of Integral Studies
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Grupo de Pesquisa PROSA – Mestrado em Psicologia/UFAL - 2016
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Participação da Comunidade
Uma revisão de literatura, por si só, é muitas coisas; mas talvez seja,
mais claramente, um levantamento acerca do campo em que escolhemos viajar
e um reconhecimento de seus principais pontos de referência, como
movimentos teóricos e personalidades importantes. Ela é também uma porta
de entrada para nossa participação nessa comunidade de discussão (Huff,
1999). Ela fala ao leitor qual é nossa avaliação do discurso, onde nos situamos
na comunidade e, até certo ponto, quem somos.
Minha experiência tem mostrado que estudantes abordando revisões
de literatura na perspectiva de pesquisa reprodutiva tendem a ver autores e
visões como "distantes", como se fossem posições e trabalhos sem relações,
ao invés de uma comunidade vivente com uma história, motivações, paixões,
conflitos, alianças, erros, caminhos sem saída e explosões criativas. Se
compreendermos a revisão de literatura como uma participação em certa
comunidade, podemos nos perguntar: quem são estas pessoas que
compartilham conosco dos mesmos interesses? O que as motiva? E o que nos
motiva a unir-se a elas? Visto pelo aspecto mais amplo da história dessa
comunidade, o que representa essa pesquisa em que estamos engajados? Por
que isso importa – para mim ou para qualquer outra pessoa?
Estudantes, pelo que pude perceber, têm achado útil começar as
revisões de literatura com uma reflexão acerca do porquê de eles estarem
revisando aquela literatura. Isso pode às vezes tomar a forma de uma história
pessoal-intelectual, que aborde as motivações, as questões e as paixões que
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os levaram àquele ponto – coisas que também podem, muitas vezes, se perder
no que parecem ser minúcias acadêmicas. Estou preparando uma edição de
ensaios autobiográficos, composta por importantes pensadores da área do
pensamento sistêmico, e descobri que a leitura destes ensaios pode servir de
inspiração para estudantes que frequentemente não fazem ideia das vidas e
das experiências daqueles cujos trabalhos são lidos, citados e internalizados.
Começamos com um interesse que pode ter sido provocado, por
exemplo, por nossas próprias experiências pessoais, interseccionadas com
nossa leitura do trabalho de um membro desta comunidade de pesquisa. Ao
começarmos a explorar uma visão, entramos em contato com outros membros
da comunidade. Rapidamente percebemos que, como em qualquer
comunidade ou família, há alianças, amizades, discussões, rixas de longa data
e assim por diante. Alguns dos membros de nossa comunidade talvez tenham
visões que consideremos profundamente equivocadas; outros, possivelmente,
tenham opiniões com as quais concordamos totalmente. É importante manter
em mente a potencial inspiração que uma visão da qual discordamos pode
trazer. Às vezes é exatamente um autor cujo trabalho detestamos e do qual
discordamos completamente que pode nos motivar a ir mais fundo em certa
questão, na escrita de um artigo ou na contestação de uma posição. Vejamos,
então, a revisão de literatura como nossa própria descrição da – e ponto de
entrada para – nossa comunidade, como o começo do nosso diálogo com
"nossa gente". É assim que as vemos e as descrevemos e relatamos a nós
mesmos e a nossa participação nessa comunidade.
A Construção do Conhecimento
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Indo Além
Nosso modo de conhecer e agir no mundo, reforçado de forma contínua por nossas condições
culturais, estabeleceu um sistema de entrelaçamento complexo. Tudo – linguagem, sistemas
educacionais, economias, comércio, política e instituições sociais – depende de todo o resto.
Na camada desta superestrutura estão nossos conceitos, credos, suposições, valores e
atitudes, que se conectam entre eles como uma rede subterrânea de dutos se conecta em um
vasto continente (Tulku, 1984, p. 66).
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FRAGMENTAÇÃO DISCIPLINAR
A revisão de literatura sobre nosso objeto de pesquisa pode ser
realizada por certa pluralidade de disciplinas e subdisciplinas. Podemos
escolher permanecer em uma disciplina ou subdisciplina ou reconhecer esta
pluralidade de perspectivas. No segundo caso, podemos usar desta exploração
como uma oportunidade para investigar as diferentes formas com que estas
(sub)disciplinas enquadram, conceituam e tratam nosso objeto de pesquisa.
Isto nos leva ao campo de pesquisas interdisciplinares, ou até mesmo
transdisciplinares, nos apresentando seus próprios e únicos desafios (Montuori,
2005). As recompensas de tamanha aposta podem ser consideráveis.
Quando comecei minha pesquisa sobre criatividade, já existiam
diversas abordagens subdisciplinárias na Psicologia, incluindo as psicologias
fenomenológica, cognitiva, social, de personalidade, experimental e a
neuropsicologia (Montuori & Purser, 1995; Runco & Pritzker, 1999; Sternberg &
Lubart, 1999). Cada uma possuía uma abordagem diferente e suas próprias
comunidades de pesquisa e discussão. Mesmo debaixo do grande leque da
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Psicologia, não era comum ver muito contato entre estas diferentes
abordagens sobre a criatividade.
Aliás, com algumas exceções (Barron, 1999), para psicólogos o
objeto fundamental de análise era o indivíduo (Sampson, 1977; 1988; 1989;
2000). Qualquer abordagem sem foco no individual seria vista como uma
disciplina essencialmente não-psicológica ou até anti-psicológica. O poder
destas camadas e divisões disciplinares não pode ser subestimado. Em 1988,
o psicólogo Csikszentmihalyi, à época já uma figura importante da pesquisa
criativa, apresentou um sistema de modelo de criatividade que dava ênfase à
importância do julgamento social. Ele ressaltou que "alguém ser criativo ou não
é uma ideia baseada em um julgamento, e este julgamento é feito por outro
alguém". Nas artes e nas ciências, há juízes da criatividade geralmente aceitos
– nobres, revisores, críticos e assim por diante. Em outras
palavras, Csikszentmihalyi argumentava, não era o suficiente estudar apenas a
pessoa criativa e o processo que acontecia dentro de sua cabeça. O contexto
social em que considerações e julgamentos são feitos também deve ser incluso
em uma visão mais abrangente e compreensiva da criatividade, focando
especificamente no campo e no domínio (música, engenharia, dança) deste
alguém – ou nos guardiões que fazem os julgamentos do que é ou não criativo.
Csikszentmihalyi tinha muita consciência de que esta visão ia de
encontro a algumas das hipóteses fundamentais de sua disciplina, e
rapidamente denotou que ela não era uma "traição" à Psicologia em
favorecimento da Sociologia (Csikszentmihalyi, 1988). Limites disciplinares
literalmente criam limites à própria pesquisa: o que não está dentro dos limites
não é uma área legítima de se estudar. Os limites disciplinares definem o que
deve ou não ser estudado. Certos objetos, como as dimensões sociais da
criatividade, podem claramente se perder e desaparecer numa terra de
ninguém, de desatenção a certas situações, por não "pertencerem" com muita
clareza a alguma disciplina em particular. O que se perde nesta terra pode
literalmente se tornar um "ponto cego".
Uma perspectiva multidisciplinar pode ajudar estudantes ao lhes
apresentar variados modos com que um assunto pode ser explorado,
possibilitando abrir a pesquisa e quebrar o que deve ter-se tornado uma lente
disciplinar fixa. Apesar do discurso acadêmico-cultural dominante acerca da
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DIFERENÇAS CULTURAIS
Fatores culturais têm papel importante na construção do
conhecimento em qualquer matéria particular. Os membros de comunidades de
pesquisa contribuem para os corpos de conhecimento das sociedades em que
participam. Comunidades tendem a ter suas próprias conferências e diários
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O NÍVEL (META)PARADIGMÁTICO
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Teorias Implícitas
Enquanto nos vemos como utilizadores do conhecimento, talvez seja mais apropriado dizer
que o que sabemos está nos usando: somos levados a responder a tudo que ocorre em nossa
volta (Tulku, 1984, p. 69).
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Psicodinâmicas da Pesquisa
O objeto a ser conhecido reflete a estrutura interpretativa que o conhece; o sujeito a conhecer o
objeto é modificado pelos objetos que conhece (Tulku, 1987, pp. 423-424).
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Conclusão
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Referências
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