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Conceito de Substantivo na NGB

Ao nos debruçarmos sobre o trabalho de comparação das gramáticas, convém


assinalar alguns aspectos no que concerne a criação de um sistema que delimite ou tente
explicar o funcionamento da uma determinada língua. Dentre alguns processos históricos
podemos criar hipóteses baseadas nos estudos do campo das ciências da linguagem
contemporâneo, dentre eles a Análise de discurso de expressão francesa. A delimitação
de conceitos significa uma forma de relação de dominação através do poder simbólico da
língua . Ou seja sistematizar um sistema linguistico em consonância com as relações
sociais e históricas. Assim sendo, talvez fosse necessário que esse sistema atendesse a
necessidade de normatização para que tal processo escapasse da via popular e se
deslocasse para a via da tentativa de sistematização de regras de como dizer e como
classificar. Segundo Orlandi:

"não consideramos a linguagem como dado nem a

sociedade como produto; elas se constituem mutuamente.

Se assim é, o estudo da linguagem não pode estar apartado

da sociedade que a produz. Os processos que entramem jogo

na constituição da linguagem são processos histórico-

sociais.( ... ) Ou seja, o discurso é um objeto histórico-

social, cuja especificidade está em sua materialidade, que é

lingüística". (1988:17)

A NGB é uma sigla brasileira que significa Nomeclatura Gramatical Brasileira


que faz referencia a um conjunto de vocábulos pré estabelecidos para o uso da gramática.
Podemos dizer que ela estabelece conceitualmente e gramaticalmente o estudo
metalinguístico de língua portuguesa. Para todos os efeitos, é uma espécie de manual de
utilização e descrição da língua bem como uma terminologia gramatical unificada. A
relação de força que a NGB impulsiona é aquela de que a imposição reside numa língua
ideal e sem falhas assim como uma única maneira de conceitua-la . Todavia, quando
estudamos esse processo de gramaticalização, colocamos em cena uma abordagem
positivista da língua, ou seja, ocorre o apagamento do uso real dessa língua ;dos processos
históricos pelos quais ela passou e por fim a relação que o falante possui com a mesma.
Além disso, ao levar em conta o limiar teórico de análise de discurso, ocorre segundo
Baldini , um silenciamento e até mesmo uma espécie de autoritarismo no que diz respeito
da filiação téorica da NGB:

Desse modo, fica claro que a padronização imposta pela

NGB só poderia levar à manutenção do Positivismo

enquanto ideologia dominante nos estudos gramaticais, na

medida em que as diferentes filiações teóricas e a história

particular da gramatização brasileira ficam apagadas.(p.60)

No que concerne ao estudo sobre a NGB o ponto norteador será o conceito de


substantivo. Com efeito, tal estudo se ancora uma tentativa de estabelecimento da via
diacrônica. Isto é, estabelecer um diálogo entre a classificação latina e a NGB. A partir
da divisão estabelecida nela ,podemos delinear que o estudo do substantivo está presente
no fragmento a respeito da morfologia no subitem quatro intitulado a classificação das
palavras. De modo mais especifico : Os substantivos se classificam em comuns e
próprios; concretos e abstratos. A formação deles é primitivo , derivada, simples ou
composta. Após isso ocorre a divisão de gêneros gramaticais feminos e masculinos,
epiceno , comum de dois genereos e sobrecomum. Além disso, a NGB abarca também o
estudo em numero (singular plural) e por fim o grau (aumentativo e diminutivo.)

Nesse sentido, podemos apontar que de acordo com Mattoso Camara a NGB se
detem apenas no estudo morfológico dos substantivos e ocorre um apagamento em
relação ao estudo semântico e sintático. Houve a tentativa de simplificação do processo
de sistematização e descrição gramatical , no entanto, tal intuito reduziu outras
possiblidades de estudo. Rocha e Mescka afirmam que a classificação de substantivo de
acordo com uma só perspectiva pode dificultar o entendimento de outras funções que a
mesma classe de palavra possui. Isso pode ser observado quando nos deparamos com a
situação de ensino e prática docente. Sob essa ótica, evidenciamos que não podemos nos
esquivar do real da língua e recorrer apenas a instancia gramatical. É necessário,pois, a
consonância de uma abordagem deles com o sintático e o semântico.
Evidentemente, a importância do aspecto semântico para explicar ou

descrever ocorrências da língua não deve ser ignorada. Mesmo porque,

em muitos casos, a diferença de sentido entre uma palavra e outra só

pode ser explicado por um critério rigorosamente semântico, por

exemplo, a diferença entre as palavras “homem” e “mulher”.( P.5)

É característico da NGB não delimitar a definição de substantivo pois este é


apenas fragmentado. Aparentemente não possui em sua base um ponto de vista acerca da
especificação de cada conceito. São delineadas as nomenclaturas e classificadas de forma
que temos a tedencia a conjecturar uma inexistência de premissa téorica ou uma tentativa
de uniformização da língua através desse possível silenciamento. Na sua raiz de
constituição morfológica, temos uma descrição breve da língua portuguesa. Sabemos da
existência do conceito de substantivo, no entanto, não existe uma possibilidade de reter
como isso se dá na prática de linguagem. Nessa perspectiva, podemos apontar que a NGB
dentro dos preceitos teóricos da Ad de expressão pecheuxtiana, propõe uma tentativa de
tangenciar no real da língua, no entanto, ocorre um possível apagamento do real da língua
na história. Nesse ínterim , é necessário colocar em jogo que o que deveria ser salientado
são os discursos sobre a NGB. A partir disso, a aparente “simplicidade” leva ao
deslocamento de conceitos que por sua vez promove a tentativa de criação de outros,
assim sendo, um trabalho de interpretação.

“Ela é mais que isso porque se compõe de tudo o que se falou a respeito

dela, e que de fato era mais a própria NGB falando. Esse movimento

interpretativo indicava tomadas de posição do sujeito frente ao já-dito,

ao interdiscurso, e que construíam ao mesmo tempo o efeito de

literalidade de cada nome.”

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