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Anais do V Congresso da ANPTECRE

“Religião, Direitos Humanos e Laicidade”


ISSN:2175-9685

Licenciado sob uma Licença


Creative Commons

DIDÁTICA DO ENSINO RELIGIOSO PARA SALA DE AULA DO ENSINO


FUNDAMENTAL II
José Carlos do Nascimento Santos
Aluno especial do mestrado de Ciências das Religiões UFPB
josecarloscuitegi@yahoo.com.br

GT 01 - RELIGIÃO E EDUCAÇÃO

Resumo: Este artigo objetiva identificar a importância da didática aplicada na disciplina do


Ensino Religioso, disciplina esta obrigatória para a escola e de cunho facultativo para o
alunado, conforme a nova LDB 9.475 de 22 de julho de 1997, onde o Ensino Religioso é
pensado como sendo uma disciplina curricular obrigatória das escolas públicas de ensino
fundamental, vedadas quaisquer formas de proselitismo. Iremos ressaltar a práxis pedagógica
do docente do ER, como e o que está sendo ensinado nas aulas de ER, pois como diz Paulo
freire: A teoria sem a prática vira 'verbalismo', assim como a prática sem teoria, vira ativismo.
No entanto, quando se une a prática com a teoria tem-se a práxis. Com esta tônica iremos
interagir teoria e prática na sala de aula do ensino fundamental II, sendo turmas do 6º ao 9º
ano. A questão em estudo será: Como está sendo ministradas as aulas de Ensino Religioso?
No decorrer deste trabalho iremos elencar temáticas acerca das metodologias, formação inicial
e continuada do docente de ER como também elencar o perfil dos profissionais desta área de
conhecimento. Didaticamente o ER tem um tratamento de acordo com os Parâmetros
Curriculares Nacionais( PCNER) baseados em três (3) eixos temáticos: Observação, reflexão e
informação. Como primeiro resultado do estudo foi possível registrar que os docentes
encontram dificuldades quanto ao material didático. A partir deste foco estaremos observando,
aplicando e analisando a relação teoria e prática do docente do ER da Escola Estadual “ Odilon
Nelson Dantas” no município de Cuitegi-PB.

Palavras-chave: Didática. Ensino Religioso. Práxis pedagógica.

Anais do Congresso ANPTECRE, v. 05, 2015, p. GT0115


1-INTRODUÇÃO

A didática do ER é algo que merece uma atenção toda especial, uma vez que
trata-se de uma disciplina que faz parte da grade curricular dos estabelecimentos de
ensino.

Falar da didática é falar de toda uma metodologia e estratégia que está em volta
desta disciplina. É também ter as noções básicas de teóricos que trabalham com esta
temática.

O ensino religioso é uma disciplina que , assim como as outras, merece toda
uma preparação e formação inicial e continuada da pessoa que irá lecionar esta
disciplina. Requer muita dedicação, esforços e entusiasmo para lidar no cotidiano esta
disciplina.

O profissional deve estar atualizado e sintonizado com os conteúdos que irá


desenvolver.

2-A PRÁTICA PEDAGÓGICA DO ENSINO RELIGIOSO

O ensino religioso é uma disciplina que tem uma didática específica e que
merece uma atenção, pois esta disciplina não pode ter um caráter mecânico e sim de
forma lúdica. Afirma-nos CANDAU:

A didática não poderá continuar sendo um apêndice de orientações mecânicas


e tecnológicas. Deverá ser sim, um modo crítico de desenvolver uma prática
educativa, forjadora de um projeto histórico, que não se fará tão-somente pelo
educador, mas pelo educador, conjuntamente, com o educando e outros
membros dos diversos setores da sociedade (CANDAU, 1984, p. 30).

Outro fator indispensável é uma metodologia voltada para uma visão


crítica/educativa. A metodologia de ensino voltada para a análise crítica da prática
educacional inter-relaciona algumas técnicas de ensino individual e coletivo, buscando
produzir a transformação da relação professor-aluno mediada pelo próprio trabalho
docente.

Na relação entre professor e aluno faz-se necessário levar em consideração o


conhecimento prévio do aluno, uma vez que o discente vem de um espaço familiar rico

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de cultura e tradições enraizadas. Daí a importância do docente escutar o aluno é o que
FREIRE (2002, p. 127-128) afirma:

Somente quem escuta paciente e criticamente o outro, fala com ele, mesmo
que, em certas condições, precise falar a ele. O que jamais faz quem aprende a
escutar para poder falar com é falar impositivamente [...] O educador que
escuta aprende a difícil lição de transformar o seu discurso, às vezes
necessário, ao aluno, em uma fala com ele.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Ensino Religioso, publicados no ano


de 1998, vieram a ser uma das fontes bibliográficas a servir de referência à elaboração
dos volumes didáticos de Ensino Religioso, particularmente ao que diz respeito à
proposição de temas para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental segundo cinco
eixos: Culturas e Religiões; Textos Sagrados e/ou Tradições Orais; Teologias e Ritos.

Didaticamente o ER tem um tratamento de acordo com os Parâmetros


Curriculares Nacionais baseado é: Observação, reflexão e informação.

A observação não é apenas uma experiência visual, mas diz respeito às


condições externas e internas do observador, tais como idade, formação, história de
vida, conhecimentos prévios etc. no caso do ER as observações feitas, por exemplo, a
propósito de um determinado símbolo serão tão variadas quanto forem os educando
observadores e sua matrizes religiosas. A observação feita de ambas as partes deve
acontecer de forma interativa. Diz-nos Freire.

“O fundamental é que o professor e alunos saibam que a postura deles, do


professor e dos alunos, é dialógica, aberta, curiosa, indagadora e não
apassivadora, enquanto fala ou enquanto ouve. O que importa é que professor
e alunos se assumam epistemologicamente curiosos.” ( FREIRE, 1996 P. 86).

A reflexão é um procedimento que acompanha todo o processo, desde a


observação até a informação. Na realidade não se trata de momentos isolados e
estanques, mas de passos que se entrelaçam, se interligam numa dinâmica, num
movimento constante. O professor pode encaminhar a reflexão com questionamentos,
diálogos, problematizações que promovam a conscientização, o entendimento e a
decodificação do objeto de estudo, no caso o fenômeno religioso. Essa decodificação
progressiva permitirá ao aluno abrir sua visão, desarmar – se de preconceitos, discernir,
perceber a unidade na diversidade das tradições religiosas, como por exemplo, a

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defesa da vida, a busca do sentido, a necessidade da transcendência. Estes reflexos
devem estar sempre aguçando o educando a ser um ser pensante como diz FREIRE
(1996) “Satisfeito uma curiosidade a capacidade de inquietar-se e buscar continua em
pé. Não haveria existência humana sem a abertura de nosso ser ao mundo, sem a
transitividade de nossa consciência”.

Pela informação, o professor ajuda o aluno a se apropriar do conhecimento


sistematizado, organizado, elaborado, para que possa passar de uma visão ingênua,
empírica, fechada, dogmatizada, desarticulada e muitas vezes incoerente para uma
nova visão decodificada e explicitadora da realidade.

OBJETIVOS DO ER

Os objetivos do ER, em nível nacional, estão definidos nos Parâmetros


Curriculares Nacionais, fruto de discussão e reflexão do Fórum Nacional Permanente
do Ensino Religioso. Constituem – se referencial para que se preserve uma “espinha
Dorsal” e se evite o proselitismo, conforme prevê a Lei.

Dessa maneira, o ER é o instrumento que auxilia na superação das contradições


de repostas isoladas (proselitismo) e na construção da cidadania. “O Ensino Religioso,
valorizando o pluralismo e a diversidade cultural presente na sociedade brasileira,
facilita a compreensão das formas que exprimam o processo histórico da humanidade.
Por isso necessita”:

• Proporcionar o conhecimento dos elementos básicos que compõem o fenômeno


religioso, a partir das experiências religiosas percebidas no contexto do educando.

• Subsidiar o educando na formação do questionário existencial, em profundidade,


para que ele possa dar sua resposta devidamente informada.

• Analisar o papel das tradições religiosas na estruturação e manuseio das


diferentes culturas e manifestações socioculturais.

• Facilitar a compreensão do significado das afirmações e verdades de fé das


traduções religiosas.

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• Refletir o sentido de atitude moral como consequência do fenômeno religioso e
expressão da consciência pessoal e comunidade do ser humano.

• Possibilitar esclarecimento sobre o direito à diferença na construção de


estruturas religiosas que têm na liberdade o seu valor inalienável.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS DO ER

Da mesma forma que nas outras disciplinas os conteúdos no ER assumem o


enfoque dado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais. Constituem – se em meio ao
invés de um fim em si mesmos. Esses conteúdos recebem um tratamento especial, pois
através deles é que são operacionalizados os objetivos de disciplina.

Os conteúdos se enquadram em grandes categorias: CONTEÚDOS;


CONCEITUAIS; CONTEÚDOS; PROCEDIMENTAIS; CONTEÚDOS ATITUDINAIS.

3- O FENÔMENO RELIGIOSO: OBJETO DE ESTUDO DO ER.

A experiência com o Sagrado está fora do normal, é algo que está além dos
acontecimentos diários da vida de um ser humano, é um momento que marca para
sempre, é algo separado do rotineiro. Acontece sem que homem faça acontecer, mas
essa experiência depende unicamente do Sagrado querer se manifestar. Para
compreender corretamente a natureza dessas crenças, é preciso analisar a distinção
entre o sagrado e o profano. O sagrado é uma dimensão da vida humana que se
manifesta em circunstâncias especiais, fora da rotina e do cotidiano, domínios da vida
profana.

“O sagrado é da ordem do maravilhoso, do que não se inscreve nas agruras do


dia-a-dia. O homem toma conhecimento do sagrado porque este se manifesta, se
mostra como qualquer coisa absolutamente diferente do profano”. (MACEDO, 1989, p.
15).

Ao tentar entender o sentimento da alma humana em relação ao Sagrado é


possível identificar um elemento que caracteriza esse sentimento o qual Otto chama de
numen. Ele leva a alma a um estado que manifesta um sentimento de dependência do

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Sagrado. Um sentimento que reconhece a soberania absoluta do Sagrado e se coloca
diante como uma criatura que depende inteiramente dele. Pode-se ter essa percepção
quando Otto analisa da seguinte forma:

Poderíamos facilitar a compreensão citando um exemplo bem conhecido no qual


se manifesta, de maneira mais evidente, o elemento de que falamos aqui. Quando
Abraão ousa falar com Deus para que os habitantes de Sodoma (Gênesis 18.27) sejam
poupados: “Certamente sou ousado em falar a meu Senhor, eu que sou pó e cinzas!”.
Esta frase de Abraão é a confissão de um sentimento de dependência que é algo mais
e algo diferente de todos os sentimentos de dependência. Busco um nome para esta
coisa que chamo “sentimento de ser criatura”, o sentimento que a criatura tem de seu
próprio nada e que desaparece na presença daquele que está além de, acima de toda
criatura (OTTO, 1985, p.14).

4 - PERFIL DO EDUCADOR DE ENSINO RELIGIOSO

O Ensino Religioso no Brasil, por lei (art.33 da Lei 9.394/06 e Resolução 02/98
do CNE Conselho Nacional de Educação, de 7 de abril de 1998), deve constar no rol
das disciplinas escolares. Os profissionais devem ser preparados, não somente para
respeitar a diversidade religiosa, bem como para estimular uma consciência antirracista.

A religião não pode continuar se apresentando no ambiente escolar de forma


inibidora de diversas experiências culturais. É comum assistirmos comemorações de
festas juninas nas escolas que, por possuírem um conteúdo doutrinário de homenagem
a santos católicos, terminam inibindo a participação de estudantes de outras matrizes
religiosas.

O profissional de ER deve estar capacitado para lecionar esta disciplina, uma vez
trata - se de estar abordando a religiosidade num sentido amplo e global.

Neste sentido faz-se necessário que o docente de er tenha um perfil que dê


respaldo ao ER, as características são:

1. Ter o espírito de pesquisa;

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2. Respeitar as demais tradições e manifestações religiosas;

3. Ter clareza quanto à sua própria convicção de fé;

4. Ter consciência;

5. Sensibilidade à pluralidade

6. Ser livre de todo e qualquer preconceito,

7. Amar incondicionalmente o ser humano.

A capacitação é algo indispensável ao docente, uma vez que todo o


conhecimento/capacitação está sendo sempre sendo atualizado. Percebemos que na
sociedade atual todas as áreas profissionais estão constantemente se reciclando da
melhor forma possível, a fim de estar apto a exercer a função da qual optou para
desempenhar na sua trajetória como profissional.

O profissional de ER deve estar capacitado para lecionar esta disciplina, uma vez
trata – se de estar abordando a religiosidade num sentido amplo e global.

O perfil do educador deve conter os seguintes requisitos:

1. Ter o espírito de pesquisa;

2. Respeitar as demais tradições e manifestações religiosas;

3. Ter clareza quanto à sua própria convicção de fé;

4. Ter consciência;

5. Sensibilidade à pluralidade

6. Ser livre de todo e qualquer preconceito,

7. Amar incondicionalmente o ser humano.

Vivemos numa realidade onde todas as áreas profissionais estão


constantemente se reciclando da melhor forma possível, a fim de estar apto a exercer a
função da qual optou para desempenhar na sua trajetória como profissional. Com

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relação ao ER não é diferente, pois o professor é chamado a participar de congressos,
simpósios e conferências para assim atualizarem sobre as inovações e evoluções do
ER na história educacional.

5-CONSIDERAÇÕES FINAIS

Percebe-se o trajeto do artigo ao quanto é necessário organizar as aulas de


ensino religioso, ou seja, ter uma metodologia de tudo aquilo que irá lecionar como
também as estratégias necessárias para desempenhar uma aula de ensino elogio da
melhor forma possível.

Ser professor de ensino religioso é um desafio enorme, pois deve ter o máximo
de cuidado para não estar realizando proselitismo em sala de aula. É bom atentar para
isto porque estamos vivendo uma realidade bem diferente de anos passados. Estamos
convivendo com inúmeras religiões nas salas de aula.

Infelizmente a nossa realidade hoje é bem diferente, pois muitos docentes estão
em sala de aula sem o mínimo de preparo para estar lecionando uma disciplina que
requer do profissional o conhecimento do fenômeno religioso presente nas religiões.

Referenciais

CANDAU, Vera Maria (Org.). A didática em questão. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1984.

FAZENDA, Ivani Catarina Arantes et al. Um desafio para a didática. São Paulo:
Loyola, 1991.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. 24. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2002.

____________. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática pedagógica/


Paulo Freire – São Paulo: Paz e Terra. 1996 (Coleção Leitura).
FONAPER. ENSINO RELIGIOSO, capacitação para um novo milênio. O ensino
Religioso na proposta pedagógica de escola caderno 11.
OTTO, Rudolf. O Sagrado: um estudo do elemento não-racional na ideia do divino e a
sua relação com o racional. Tradução de Prócoro Velasquez Filho. São Bernardo do
Campo: Imprensa Metodista, 1985.
ELIADE, Mircea. O sagrado e o profano. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

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MACEDO, Cármem Cinira. Imagem do eterno: religiões do Brasil. São Paulo:
Moderna, 1989.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1991.

ALVES, Luís Alberto Sousa, JUNQUEIRA, Sérgio Rogério Azevedo. (Org). Educação
Religiosa: construção de identidade do Ensino Religioso e da Pastoral Escolar.
Curitiba: Champagnat, 2002.
SENA, Luzia (Org.). Ensino religioso e formação docente. São Paulo: Paulinas,
2006.

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