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RESPONSABILIDADE CIVIL

AULA 01: 08/02


• INTRODUÇÃO:
• Teremos a responsabilidade civil de várias formas. Há varias espécies de responsabilidade
civil que acaba tendo um tratamento diferenciado. Ex. Quando eu quebro um contrato e isso causa perdas e danos,
quando nós falamos que da quebra de contrato pode gerar perdas e danos, isso é responsabilidade civil decorrente
do inadimplemento do contrato, que pode gerar um dano maior do que apenas o não cumprimento da obrigação.
• Ex. Pessoa faz um contrato para residir no imóvel, e a construtora demora dois anos mais do
que tinha previsto incialmente, e aí ele já tinha comprado moveis para colocar no local. Ele pode provar que ali
naquele inadimplemento na obrigação de entregar que tinha um prazo fixado, para além do inadimplemento do
contrato, poderia gerar outras consequências, isso seria responsabilidade civil.
• Obs. O inadimplemento do contrato (o não cumprimento) pode ser cobrado além de perdas e
danos, eu posso exigir o cumprimento da obrigação, além de perdas e danos. Isso é responsabilidade civil
decorrente de inadimplemento contratual.
• Nem sempre eu vou ter responsabilidade civil só por conta de um contrato, pode ser
decorrente de outros danos. O que também pode gerar responsabilidade civil?
• Sempre que eu tenho responsabilidade civil, eu tenho que especificar o dano que foi me
gerado, qual dano que estamos requerendo.
• A responsabilidade civil pode ser decorrente de contrato, como falado anteriormente, mas há
casos em que o sujeito nem tem contrato, e mesmo assim com quem ele não tem contrato, pode gerar dano a ele,
e aí cabe responsabilidade civil? SIM! Por isso, se divide responsabilidade civil em contratual e extracontratual (sem
relação contratual).
• Obs. Nos casos de difamação, injuria, os das pessoas que se sentem prejudicados, pode-se
buscar uma ação de dano moral contra uma pessoa que não tem contrato algum. O dano moral gera a
responsabilidade civil.
• Obs. Dano material também gera responsabilidade civil. Ex. Acidentes automotivos que gera
dano material, e responsabilidade civil, e o direito a indenização. Isso é uma relação extracontratual, eu não tenho
vínculo jurídico nenhum com ele, mesmo assim, naquele momento ali surgiu o dever de um indenizar o outro, por
conta de uma situação fática, que nós se envolvemos em um acidente.
• Uma característica da responsabilidade civil é que ela se enquadra dentro do direito privado,
seria aquela ideia daquela reparação civil do dano. Muitos casos de responsabilidade civil podem ser caracterizar
também como um crime, mas um sujeito responder por um crime, não isenta dele de responder civilmente pelo
dano causado. Responde de várias formas diferentes sobre o mesmo ato/ fato.
• Ex. Vinícius está querendo vender o celular dele, aí ele vende para alguém, e o celular dá
feito, ele tem responsabilidade quanto a isso? Vício redibitório (aqueles que são visíveis ao olho). Se ele vendeu o
celular com defeito, ele tem responsabilidade pelo celular, mas isso não é responsabilidade civil. Diferente da
empresa, ele não tem obrigação de trocar, mas ele tem a obrigação ou de dar o abatimento ou de resolver o
negócio (pegar o celular de volta, e devolver o dinheiro). Isso não é responsabilidade civil, é uma regra de vício
redibitório. Mas diferente disso, é se ele sabe que o celular tinha problema, omite o vício para vender, e enganar o
cara, aí ele vende de má-fé, nesse caso, vai ter responsabilidade civil, pode exigir perdas e danos, se aquele celular
pode algum motivo causar prejuízo para ele, além de exigir o dinheiro de volta, e devolver o celular, ele pode exigir
perdas e danos, perdas e danos também vão ser responsabilidade civil.
• Obs. O consumidor (vulnerável; não tem a capacidade técnica) deve ser indenizado caso ele
sofra um dano independentemente da empresa saber ou não do defeito, mesmo que a empresa saiba ou não do
defeito, ela tem que pagar indenização.
• Obs. Transforma-se em dinheiro desde que nós transformamos o direito privado em direito
patrimonial. Mesmo as relações não patrimoniais, eu converto em patrimonialidade para efeito de reparação, não
cabe mais reparação de outra forma, exceto, a única hipótese em que eu posso fugir da regra patrimonial no direito
civil é no caso de alimentos, tenho direito a pensão, e eu posso prender o cara (prisão civil).
• Obs. Temos até hoje uma dificuldade de perceber quem que faz o ato, se é a empresa ou se o
dirigente, nesse caso, para quem acha que é o dirigente, a empresa não tem essa subjetividade, aí se a empresa
nãoaqu tem a subjetividade de esconder alguma coisa, o que paramos para pensar? Vamos deixar a questão
subjetiva de lado, qual o oposto de subjetivo? Objetivo! Já existia a era responsabilidade subjetiva, e aí se criou a
responsabilidade objetiva, para dizer que agora nesses casos especiais em que há a responsabilidade objetiva, a
intenção da empresa de esconder ou não, o animus dela nao importa, se ele causou o dano com dolo ou não, se ele
casou o dano com imprudência, negligencia ou imperícia, não queremos mais saber se teve dolo ou culpa, tendo um
dano, ele sendo o causador do dano, porque ele que praticou a conduta, e havendo nexo entre a conduta e o dano,
vai se obrigar ele a indenizar. Se fez isso para beneficiar os consumidores com relação aos fornecedores no direito do
consumidor, se faz isso em relações trabalhistas para beneficiar o vulnerável (o trabalho) se coloca a
responsabilidade como objetiva. Há uma dificuldade de averiguar o animus, e muitas vezes essa discussão sobre o
animus independia a reparação.
• Pressupostos do dever de indenizar: para quem toma responsabilidade objetiva como a regra,
para existir o dever de reparar tem que existir a conduta, o dano, e o nexo de causalidade entre o dano e a conduta,
havendo esses três isso aqui já existe o dever de indenizar. Existem hipóteses em que para que tenha o dever de
indenizar, eu também tenho que ver o que se chama de elementos acidentais, que é a culpa, aí ele coloca a culpa não
como pressuposto, mas como elemento acidental para algumas hipóteses, mas para muitos autores seria o contrário,
eu tenho quatro pressupostos, eu tenho que ter a conduta, o dano, e o nexo com a conduta, e eu tenho que ver essa
questão subjetiva, se havia ali uma culpa, para esses autores, a responsabilidade objetiva é uma exceção.
• Obs. A subjetiva era a regra no passado, hoje temos muitas hipóteses de objetiva. Inclusive, o
código civil ele trata ainda a subjetiva como o padrão, como a regra, no art. 927, PU.

• O QUE VEM A SER RESPONSABILIDADE CIVIL?


• Nós temos uma regra dentro da maioria das áreas do direito de civil de dizer que eles são
direitos patrimoniais, são direitos relativos a patrimônios, e não deveriam cuidar de outras áreas, então, que eu possa
transferir para números, para alguma coisa aferível economicamente.
• Temos duas esferas, duas áreas que nós dizemos que são não patrimoniais, que seria lá o
direito de personalidade e o direito de família.
• Responsabilidade civil pode decorrer de violação de dever obrigacional, ela pode surgir de
violação de direito real, mas ela também pode surgir de violação de direito de personalidade, e atualmente de
violação de direito de família (c/ p. ex., no caso, do abandono afetivo), e agora começaram a contatar também as
relações familiares como passíveis de gerar reparação civil.

DIREITO NÃO PATRIMONIAIS

DIREITO PATRIMONIAIS

• As relações familiares, em teoria, não teriam o aspecto patrimonial, mas agora se está
trazendo essa questão também de violação de deveres, que não eram deveres patrimoniais, a família tem um dever
de solidariedade, dever de afetuosidade, aí o pai foi condenado, porque tinha passado a vida, e ele só dava o dinheiro
para a filha para sobreviver, para os alimentos, mas ela se sentia abandonada já que não tinha convivência do pai.
• Obs. Há uma regra legal em que a criança adotada perde o vínculo familiar anterior, então, os
pais biológicos legalmente não é mais familiar dela.
• As obrigações elas têm a característica de patrimonialidade, dano civil, são relações que vão
está cingidas pela patrimonialidade.

• RESPONSABILIDADE CIVIL COMO FONTE DE OBRIGAÇÕES:


• Como surgem as obrigações elas vão surgir dos negócios jurídicos (que podem ser contratos
unilateral, de fato jurídico ou de ato ilícito- quando falamos de atos ilícitos é aqui que vai rescindir a nossa
responsabilidade civil).

OBRIGAÇÃO CIVIL

*obs. dizer que eu vou pagar se a pessoa fizer alguma coisa, e aí não tem contrato, porque vale
independentemente da vontade, porque sempre tem que contrato, eu tenho que ter pelo menos duas
vontades, o ato unilateral só precisa de uma vontade, e ele já existe. Ex. No momento em que eu boto
que eu vou entregar 500 reais para quem devolver o meu cachorro, a promessa de recompensa já existe
juridicamente independente de alguém entregar o cachorro ou não, já o contrato só existe
juridicamente depois que eu tenho duas ou mais vontades concordantes (princípio da consensualidade).

AULA 02: 15/02


• ORIGENS:
• Alguns exemplo de como legislações antigas que tratavam de hipóteses de reparação que nós
dizemos que seriam os precursores da responsabilidade civil, a ideia de responsabilidade civil é tentar reparar o dano
causado, então, nós já tínhamos algumas hipóteses muitos antigas, que não tinha esse mínimo de controle, de
verificação de nexo, mas já eram hipóteses de reparação de dano.

Egito: médicos e o livro sagrado (pena de morte por não obediência)


• No Egito – tinha um código, um livro sagrado, e eles tinham uns caras que lhes eram uma
figura semirreligiosa e semiprofissional liberal como seriam os nossos médicos, e eles tinham a atribuição de tentar
curar as pessoas que estavam doentes, de cuidado da saúde das pessoas. Então, se tinha alguém com alguma doença,
eles tinham lá que tentar restaurar a saúde da pessoa, eles faziam rituais para tentar tratar a pessoa. Dentro das
recomendações desse livro que deveria fazer para cuidar de uma pessoa, tinham recomendações que depois vemos,
quando os historiadores se deparam com isso, que eles utilizavam alguns incensos, alguns extratos de plantas que
tinham função antibacterizida, então, no momento que o cara passava aquele incenso, que em teoria seria uma coisa
mística, ele tinha uma função biológica, tinha uma função de assepsia real. Era um tipo de questão religioso com
algum tipo de técnica que eles deveriam ter percebido.
• Dentro dessas recomendações que eles tinha que seguir, tinham recomendações que tinham
alguma função de assepsia. E por conta disso, eles criaram um regramento de que esses sacerdotes lá que tinha essa
função meio médica se ele não se seguisse o ritual conforme o livre sagrado, e a pessoa piorasse ou morresse, ele era
responsabilizado, e podia, inclusive, ser por morto por não seguido a recomendação médica. Aí se diz que isso era o
início da responsabilidade civil. Era uma ideia de responsabilizar o agente por um ato ilícito, e o ato ilícito era não
seguir a recomendação do livro sagrado.

Grécia: lei geral da reparação de Atenas


• Os gregos criam alguns regramentos, como a lei de reparação.
• Em Atenas, eles criaram uma lei de reparação que o sujeito era obrigado a indenizar ou não o
que ele causava conforme o animus dele em causar o dano ou não. O agente se ele tivesse causado um dano
voluntariamente (DOLO), ele pagava em dobro o dano que ele causou voluntariamente. E se fosse culposo, ou seja, o
cara causou um dano para o outro sem intenção, ele era obrigado a indenizar exatamente o outro cara perdeu,
então, esse era mais parecido com o nosso, muito mais vinculado ao patrimônio, só que a diferença que os gregos
permitiam que se o cara não tivesse patrimônio para pagar, poderia escravizar o cara para ele me pagar, aí o que nós
não permitimos mais, só ficamos no patrimônio mesmo.
• Outra questão que os gregos já tinham também era a possibilidade do cara se obrigado a pagar
por um dano estético. Dentro da lei de reparação, o sujeito podia exigir a reparação no caso de um dano ter sido
estético, no caso da pessoa ter alguma cicatriz, alguma marca permanente por conta do dano causado pelo outro.

Roma: vingança coletiva, privada e estado


• Obs. Responsabilidade civil extracontratual: conhecida como responsabilidade civil aquiliana
quando eu não tenho um contrato com o cara. Isso vem de uma legislação romana, que era um códex, eles faziam
umas codificações que é a lex aquilia. E essa lei era que falava de reparação por danos causados, que deveria ser
reparado, então, quando eu tinha direito a reparar era essa lei que tratava disso, ela tratava dessa hipótese de
reparação. Eles separam questões contratuais de extracontratuais, então, a lex aquilia trata de danos causados por
pessoas que não tem nenhum tipo de relação contratual. Ex. cara está dirigindo e bate no carro do outro, não tem
contrato nenhum entre eles, mas mesmo sem ter nenhuma relação jurídica pré-existente, por aquela situação fática
vai ter uma consequência jurídica que é o dever de reparar. E esse deve de reparar pensado dessa forma começa com
os romanos.
• Esses é um dos institutos jurídicos que nós trouxemos do direito romano: pensar separado a
responsabilidade civil extracontratual, o que muitos autores hoje vao chamar de responsabilidade civil aquiliana, isso
era por conta da lex aquilia.
• A partir daqui, o Império Romano não permitia mais que se alguém me causasse dano, eu usar
da própria força como meio de resposta, agora eu tinha que pedir para o estado obrigar ele a me indenizar. A partir
dessa lei não vai se permitir mais a vingança privada. Antigamente, se o cara me causasse dano, e não me pagasse, eu
podia ir lá e matava ele. A partir daqui, tinha que usar o estado, para o estado obrigar o cara a reparar o meu
patrimônio.
• O estado começasse a ter o domínio da força, o monopólio da força.

BRASIL:
• No direito civil brasileiro, a responsabilidade civil é regulada, é prevista, mas de forma esparsa,
e muitas vezes sintética.
• Nas questões da responsabilidade civil, o legislador do código civil foi breve.
• Há legislações esparsas de outras áreas, que não é de direito civil, que tratam da
responsabilidade civil, como a responsabilidade de relação administrativa, de relação ambiental, de relação de
trabalho.
• O que nós vamos ter no código como principal são esses três artigos: art. 186, art. 187 e art.
927. Que trazem a base da ideia de dever de reparar, da ideia da responsabilidade civil. E o primeiro que diz o que é
ato ilícito.
• Obs. Nós temos uma característica hoje de ter dado uma grande prevalência para o dano
moral, cada vez mais nós reconhecemos que eventos causam dano moral. E durante muito tempo ficava aquele
debate de como provar o dano moral, e nós temos consolidado na jurisprudência que alguns fatos são tão relevantes
e socialmente relevantes e não aceitos que a simples prática do ato independentemente de se provar que houve ou
não prejuízo psicológico, reconhecemos o dano moral pelo próprio fato, e só de ter ocorrido o fato, nós já
reconhecemos que existiu dano. Ex. matam alguém da tua família, o próprio fato já é prova de que existiu um dano
moral. Mas durante muito tempo se tinha um debate muito grande, inclusive se o dano moral existia, e se poderia ser
tutelado, se eu poderia tutelar a ideia de uma coisa que não era material. A constituição de 88 foi lá e colocou a
previsão de dano moral, dizendo que o dano moral poderia ser tutelado, e o código civil de 2002 quando veio, já se
tinha varias decisões judicias defendendo dano moral, e código veio para tentar retirar essa dúvida.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência (aqui pode se acrescentar
imperícia também. A imperícia enquanto elemento culposo também pode ensejar responsabilidade civil), violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
• Antes se tinha esse debate se dano moral poderia ou não ser deferido, se poderia ou não
tutelar uma coisa que não é objetiva, que não tinha como aferir objetivamente, eu não tenho calcular o dano moral
de cada um, de como quanto ficou transtornado com determinado fato no seu psicológico. Mas o CC foi lá e tirou
essa dúvida, e disse que o dano tem que ser reparado ainda exclusivamente moral.

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites
impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
• Qual é o instituto jurídico que está positivado no art. 187? Abuso de direito. Todo mundo tem
direitos e garantias, e eu posso me excede na hora de exercer o meu direito. Nós tipificamos um outro instituto
jurídico que era bastante debatido que era a questão do abuso de direito, se eu tenho direito a praticar um
determinado ato, mas pratico esse determinado ato com vistas não na garantia a preservar o meu direito, mas com
vistas a prejudicar alguém, com vistas a extrapolar isso aqui agindo de má-fé. Nesse caso aqui também cabe
indenização, também é passível de responsabilidade civil.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
• Aquele que comete atos ilícitos, os arts. 186 e 187 dizem o que são os atos ilícitos, vai ficar
obrigado a reparar o dano. Ele é o fundamento principal para responsabilidade civil. Aqui diz que o dano tem que ser
reparado.

• PRESSUPOSTOS:
1) CONDUTA: um ato ilícito ou por responsabilidade por determinação legal
• O primeiro pressuposto para muitos é um ato ilícito, e outros vão chamar o mais genérico, que
é de conduta, porque as vezes o ato ilícito não quer dizer que teve algum tipo de ilícito penal, nem de direito civil, as
vezes é só uma quebra, um descumprimento contratual, o descumprimento contratual é uma conduta, mas que não
tinha ali um ilícito. Então para não ficar esse debate, alguns autores colocam como pressuposto conduta, e outros
preferem utilizar como pressuposto sempre o ato ilícito.
• É uma conduta que gera dano, e se essa conduta que gera dano tiver um nexo da conduta
entre o dano, eu tenho o dever de indenizar.
• Então, o nosso pressuposto da reponsabilidade civil é a conduta, que essa ideia do ato ilícito
que fere o direito positivado. Ou também vamos ter a hipótese que mesmo eu não quebrando nenhuma regra de
direito, eu vou ser obrigado a indenizar, porque eu tenho uma responsabilidade legal por aquilo.
• A responsabilidade tem a objetiva, onde eu não considero a culpa, se ele tinha intenção ou
não, nada disso eu vou entrar nesses mérito. E a responsabilidade subjetiva, que para muitos ainda é a geral, que eu
tenho que analisar aquilo que é o está previsto no art. 927, PU, onde há culpa.

2) DANO:
• Também é um pressuposto para responsabilidade civil.
• Tirando o dano moral, os outros danos têm que ser provados, eu vou ter que aferir-los
objetivamente, eu tenho que demonstrar como é que esse dano ocorreu, qual é a extensão dele.
• Dividimos o dano em material, moral, e estético.
• Obs. No dano estético- fica o debate também antigo sobre se o dano estético deveria ou não
ser previsto em separado. Começaram a se discutir o dano estético em casos de pessoas em que a sua remuneração
era com base na utilização da sua imagem. Posso dispor da minha imagem comercialmente, como fazem os atores,
jogadores de futebol. Aí o que acontecia... o cara por algum motivo fazia uma cirurgia, e ficava deformado, ou um
acidente que alguém tivesse causado, e aí falava para o judiciário que quando eu ele perdi a sua característica
estética, ele não teve um dano emergente mediato, mas ele não vai mais poder trabalhar com isso, então, isso o gera
o dano, porque ele trabalhava com isso. Mas nós separamos o dano material em dois tipos: lucro cessante e dano
emergente. Então, dano material já inclui lucro cessante, então, quando eu digo que iria ganhar o dinheiro, e não vou
mais ganhar, isso se parece muito com dano material nessa faceta do lucro cessante, aí se dizia lá que isso não é um
dano estético, o que ele está pedindo é um lucro cessante, porque ele vivia da sua imagem, e agora ele vai perder
esse dinheiro que ele iria ganhar com a utilização da sua imagem. Mas também o caso da pessoa que não vendia o
seu direito de imagem, p. ex., o cara era um estudante, ele nunca fez um trabalho publicitário ou assinou um acordo
comercial que utilize a imagem dele, nunca ganhou um centavo com direito de imagem, aí ele vai e sofre um acidente
de consumo que deixa ele deformado, aí ele pedia, além do dano moral pelo acidente, do dano material para custear
os danos emergentes que foram dos tratamentos que ele teve que fazer, e no final do tratamento, ele não consegue
ficar recuperado, ficou deformado esteticamente, e pedia dano moral e dano estético, aí as pessoas que isso não era
dano estético, que o que ele estava pedindo era um dano moral pelo transtorno que ele estava sofrendo de ter ficado
com essa sequela. Então, o cara que não vive com o direito de imagem, o dano causado por ele ter ficado deformado
parece muito com o dano moral, com aquele ideia de que isso é um transtorno psicológico, etc. Assim, ora se
comparava o dano estético com o dano moral, e ora comparava ele com o lucro cessante, que seria o dano material.
Só que o STJ depois de alguns processos, que ele deferiu o lucro cessante, deferiu dano emergente, deferiu dano
moral, e em separado dano estético, ele acabou editando uma súmula, e hoje em dia está sumulado pelo STJ de que
eu posso exigir esses três tipos de dano independentes. Dano moral, material e estético seriam coisas independentes.
• O dano material seria lucro cessante (o que a vitima deixou de lucrar com o dano) e o dano
emergente (prejuízo que emerge do dano, que advém diretamente do dano), seria essa questão de quanto eu tenho
parâmetro objetivo para aferição, eu tenho que dar parâmetros/formas para calcular esse lucro cessante e dano
emergente.
• O dano estético tem sido entendido como possível de indenizar quando eu tenho um dano que
prejudica a imagem, ou seja, tem que ser um dano que seja visível, e que ele seja não reparável, porque senão eu
posso exigir a reparação, e enquadraria em um dano emergente, queria seria o valor da cirurgia. Dano corporal,
visível, que seria perene ou que vai perdurar muito tempo, e seria passível de indenização separado do transtorno do
ato.

3) NEXO CAUSAL:
• Relação entre a conduta (ato) e o dano gerado.
• Como em algumas hipóteses eu considero que esse nexo não existe, porque a ideia de quanto
o nexo existe ela basicamente departe de lógica.
• Excludentes: culpa exclusiva da vítima (ex. o cara está dirigindo no limite de velocidade da
pista, e não está infringindo nenhuma lei de trânsito, e aí tem um cara parado na beira olhando a rodovia, e na hora
que ele chega perto, ele pula na frente do carro, o carro bate nele, e ele morre. Aqui não importa se o cara está
cometendo um ilícito ou não, o que importa é se esse ilícito dele foi o ocasionamento/ o que ocasionou o- do dano,
ou seja, se aquele ato é um fato determinante para que o dano ocorra. Nesse exemplo não teria um nexo de
causalidade, porque a conduta e o dano existem, mas o dano não se liga a conduta, gerando a responsabilidade,
porque quando ela se ligou, ela se ligou dessa forma, pela culpa exclusiva da vitima, que praticou uma conduta
também que determinou que o dano ocorresse, a conduta que foi determinante para o dano foi da vitima, e não a
conduta praticada pelo motorista, então, ele não vai dever de indenizar); fato de terceiro (ex. o caminhão ia
passando, e o colega empurra o outro na frente do caminhão. Nesse caso, eu tenho a conduta e o dano, mas da
conduta não decorre o dano, a conduta que leva ao dano é a conduta do terceiro); caso fortuito e força maior.
• São excludentes por quebrar o nexo de causalidade.
• Caso fortuito ou força maior: não sabe se distinguir os conceitos. A corrente majoritária atribui
a força maior a questões naturais, que eu possa até prever que vão acontecer, mas eu não consigo controlar. Caso
fortuito: eu não tenho como prever quando isso vai acontecer. Ex. uma empresa de ônibus faz uma rota em uma
estrada que é acidentada, como na serra do ceara que tem uma linha de ônibus do dia de uma certa empresa, mas
certo dia, tem lá 20 pessoas no ônibus, o motorista perde o controle do ônibus, desce a ribanceira, e morre todo
mundo. Faz uma pericia e descobre que a barra de direção do ônibus se rompeu, aí nesse caso, a empresa de ônibus
é obrigada a indenizar ou não? O ônibus estava com manutenção em dia na própria concessionária fabricante. A
barra de direção estava nova, no período de utilização regular, e que tudo estava com manutenção em dia. Tem que
indenizar! Se eu conseguisse provar que a minha empresa ônibus não era a responsável pela falha, porque era uma
falha de construção, de projeto, aí, em teoria, o fabricante também é responsável, mas tem uma regra de direito do
consumidor que o fornecedor direto é obrigado a reparar e a exigir regresso. Mas por que o cara da empresa de
ônibus é obrigado mesmo que não tenha prova de que tenha qualquer tipo falha na construção? Devido ao caso
fortuito interno e externo. Caso fortuito seria uma questão que eu não tenha como prever, logo, se eu não tenho
como prever, é muito difícil de me resguardar contra isso, aí ele afasta/ quebra o nexo, e não há o dever de reparar.
Só que se começou a perceber de que quanto eu estou no mercado praticando aquele ato, eu consigo ter uma
responsabilidade muito maior, e que algumas coisas seriam inerentes a atividade que eu pratico, c. p. ex., o cara que
trabalha com ônibus saber que peça de ônibus pode quebrar por estrada ruim, ou por falta de manutenção, ninguém
sabe o que foi que aconteceu, mas rompeu, e morreram, e aí começou a se separar o caso fortuito interno e externo.
O caso fortuito interno que seria aquele que faz parte da atividade, ele não quebra o nexo de causalidade.
• Obs. A empresa de transporte responde por caso fortuito interno se há algum prejuízo durante
o transporte, algum erro, mesmo que não se prove qual foi o erro, se há algum prejuízo no produto, ela vai ter que
indenizar! Dever de incolumidade no transporte.
• Alguns julgados antigos do STJ chamava o acidente natural de caso fortuito, e o que eu não
conseguia prever de força maior. Mas o STJ nesse julgado de 2008, ele colocou que a corrente majoritária era o que
chamava caso fortuito o que eu não conseguia prever, e força maior o que eu não conseguia controlar, que seriam os
eventos naturais. Mas na doutrina até hoje que defendem o contrário, mas o STJ já pacificou.
• Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior,
se expressamente não se houver por eles responsabilizado. Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior
verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.

• DISTINÇÕES:
• Hoje, não se pode mais atacar a liberdade do sujeito, e muito menos o próprio sujeito, não
pode mais torna-la escravo para pagar indenização, então, nós criamos uma regra da patrimonialidade, e o judiciário
se atem muito a isso. Só a uma exceção a essa regra de patrimonalidade: que é o caso de alimentos. Então, em regra,
nós não vamos mais privar a liberdade de ninguém por conta de débito civil, vai só se atacar o patrimônio do sujeito.
• Tem-se a preocupação em separar em que seria a esfera abrangida pela responsabilidade civil,
e o que não é. E até porque nós separamos as coisas muito bem dentro do direito, nós temos uma necessidade, uma
intenção de separar essas coisas.
• Quando nós estamos tratando de responsabilidade civil, nós temos que ter em mente, que nós
estamos tratando de responsabilidade que são jurídicas, e não decorrentes de questões morais, apesar do direito civil
mais moderno tem uma problemática de alguns institutos abertos, ‘’ato ilícito contra os bons costumes’’, gera uma
preocupação do seria que esses bons costumes, e como seriam violados juridicamente, mas é difícil nós vemos algum
tipo de processo baseado em ato ilícito por conta de violação de bons costumes, geralmente se vai se ater muito mais
as questões que violam regras mais explicitas do que essa, essa uma regra que fica meio na moita (meio sóbrio).
• Há atos que tinham tipificação legal, e hoje em dia, e nós ainda continuamos dando
indenização.
• A nossa responsabilidade civil é jurídica, ela não é baseada em questões morais, salvo essas
exceções em que direito internalizou alguma questão moral, como essa questão dos bons costumes.
• Diferenças das responsabilidades jurídicas para a responsabilidade civil X da responsabilidade
penal: nós também separamos isso, e separamos em várias esferas de responsabilidade. Nós separamos muito bem o
que é um ilícito civil do que é um ilícito penal. Inclusive, algumas vezes o ilícito penal vai me gerar também um ilícito
civil que merece reparação. Um delito pode gerar dano, se ele gera dano, eu vou ter também a possibilidade de pedir
responsabilidade civil, mas elas são independentes.
• Obs. porém há prevalência do penal, nós temos a noção de que o juízo penal deveria ter uma
produção de prova mais precisa, já que trata da liberdade das pessoas. Então, por entender que o direito penal tem
essa preocupação maior com a prova, o que muitos chamam de busca da verdade real, por mais que nós acreditamos
que não exista verdade real, nós reconhecemos que o processo penal tem uma preocupação maior com a produção
de provas, então, nós vamos ter alguma interferência do penal no civil, que seria a que está no art. 935 que vai dizer
lá que a responsabilidade civil é independente, mas em contraponto ele dar essa prevalência para o penal em alguns
aspectos. Eu não posso questionar sobre a existência ou quem seja o autor se isso for decidido no juízo criminal,
então, nós damos essa credibilidade para o juízo criminal, e isso vai ter consequências na esfera civil. Nao quer dizer
que se não tem crime, não pode ter responsabilidade civil, são coisas totalmente diferentes, algumas vezes possa ser
que o sujeito não seja condenando criminalmente, porque se entendeu que não teve dolo, e os tipos penais, quando
não tem previsão de forma culposa, não é crime, mesmo assim vai constituir ilícito civil. E algumas situações que se
tira a possibilidade de percepção criminal por presença de uma excludente de ilicitude, como p. ex,., a legitima
defesa, isso retira a ilicitude do penal se ele acertar o outro, e vier a matar, mas se ele acertar um terceiro, ele não
pode alegar para o terceiro de que ele não vai indenizar, já que não houve crime, porque ele atirou no outro, mas ele
está atirando em legítima defesa. Ele vai indenizar aquele terceiro que foi alvo daquele ação dele, a ação dele retira a
ilicitude na esfera penal, mas não vai tirar a responsabilidade civil, ele vai ter que reparar o dano que ele tiver
causado a terceiros.
• Só vai ter essa interferência do penal no civil quando no juízo criminal ficar assentado que o
sujeito é o autor ou não autor, foi um terceiro OU que o fato não existe, aí a gente não consegue mais transportar
isso para o civil. Ex. se eu tentar uma ação civil por dano moral, porque fulano de tal matou alguém da família do meu
cliente, e no juízo criminal ficar assentado não matou o familiar do meu cliente, que foi uma terceira, aí não tenho
como eu prosperar no juízo civil. Não adianta nenhum eu trazer outras provas, isso vai ser imutável, não vai ser
possível de alterar no juízo civil, tinha que tentar fazer isso penal, e aí eventualmente no civil.
• Agora, se eu tenho a condenação no criminal, eu posso transportar isso para o civil para eu
pegar a indenização, inclusive, essa intercepção é tão comum que tem até uma ação civil ex delicto, e se eu tenho
uma condenação criminal, ele me gerou um dano, eu posso pegar aquela condenação criminal, e ir no juízo civil, eu
não vou mais discutir a necessidade de indenização, eu vou discutir no juízo civil só o quanto vai ser pago de
indenização. Ex. um assassino matou alguém, a família do morto vai pegar aquela condenação criminal, e vai
ingressar no juízo civil apenas para discutir o quanto de dano moral e dano material é para ser pago, mas o dever de
indenizar já está assentado, porque se entende quando mata um família gera um dano moral e material, e não se
pode mais discutir a autoria e nem a existência, porque já assentado no juízo criminal.
• Quando o agente é culpado no penal, no civil, discutimos basicamente as quantificações do
dano, pois o dever de reparar já está afirmado, o que nós vamos discutir, quando já tem uma condenação criminal, é
o quanto que se deve.
• As esferas de responsabilidade são totalmente diferentes, distintas. Posso entrar uma ação
civil, e penal ao mesmo tempo pelo mesmo fato.
• Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais
sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo
criminal. (CC2002)

• Ex. dano ambiental- uma empresa que tenha descumprido alguma regra administrativa, ela vai
ser mutada administrativamente, e pode ser que aquele descumprimento tenha enquadrado também em um ilícito,
então, ela vai responder criminalmente, e mesmo assim ela vai ter que pagar indenização por responsabilidade civil.
Pode ser responsabilizado em várias esferas.
• Por mais que não tenha uma necessária vinculação, é muito difícil em algumas situações,
depois de passado pelo criminal, onde não há assentado a possiblidade de ter havido um crime, quanto o próprio fato
fica dificilmente provado. Pode ser que eu não tenha provas suficientes de que ele aconteceu, aí nesse caso é muito
difícil eu conseguir uma reparação civil, porque se eu não conseguir provar isso no penal, eu tenho poucas chances de
conseguir provar isso no civil, mas ela é possível.
• Obs. como o juiz penal tem prevalência, se a ação civil indeniza o agente pagar, e na ação penal
ele não é condenado, caberia aí uma ação rescisória.
• Se executa direto a reparação civil? Em regra, não, se entrar com ação de conhecimento
novamente para liquidar o quanto se deve pagar. Mas no caso, pode se executar direto é quando eu tenho crimes de
menor potencial ofensivo, o juiz criminal quando ele faz a transação ele tem que também, dentro da transação incluir
a reparação civil, aí essa executa direto, porque ele já fixou a reparação civil, ele já disse qual dano casou o crime, e já
fixa que se não for paga a transação, execução direto, já tem um valor a ser executado.
• A responsabilidade civil e a administrativa também são distintas. Posso ser indenizado
civilmente pelo dano, e não ser obrigado a pagar multa administrativa, ou vice-versa, ou posso ser indenizada em
ambas esferas.
• Discussão: a reparação civil se constitui uma sanção ou não? Alguns autores colocam o
seguinte: a ideia de sanção seria gênero do qual a pena é uma espécie, a pena não deixa de ser uma sanção, mas
nem toda sanção vai ser uma pena. E mesmo para quem vê essa sanção como uma coisa genérica, tem alguns
autores que tem resistência, que diz o seguinte: a sanção seria uma imposição em decorrência da conduta errada,
uma coisa que sanciona é uma coisa que visa que ofensor não faça mais aquele ato. E para muitos autores a
responsabilidade civil seria meramente reparatória, ela não teria função de sanção, mas ela teria função apenas de
reparar o dano causado. Para alguns autores mais modernos, como Stolzen, vai dizer que a responsabilidade civil tem
três funções: reparadora (compensa a vítima pelo dano que ela sofreu), sancionatória (sancionar o causador do dano)
e ainda teria uma função pedagógica (para a sociedade percebesse que aquela conduta era reprovável, e deixasse de
praticá-la. Influência do direito americano, lá a ideia da função pedagógica é muito forte).
• Obs. há essa dificuldade de firmar valores, de codificar os valores da responsabilidade civil
decorrente do dano, dificuldade de como fixar a indenização. Judiciário não consegue ter parâmetro para fixar a
indenização.
• Temos totalmente, salvo algumas exceções, independência entre as esferas de
responsabilidade. Uma empresa pode ser multada administrativamente, multa tributária, responsabilidade civil e
criminal concomitantemente, por cada uma são esferas distintas de responsabilidade.

• NOÇÕES GERAIS:
• Natureza da sanção civil: a condenação e indenização, ela é reparadora ou não? Stolzen diz que
ela vai ter as três funções: a função principal que é de reparação, ou seja, compensar o dano da vítima, mas que
também teria outras duas funções, que era, punitiva do ofensor, e desmotivação social da conduta lesiva. E vai ter
outras autores que não aceitam isso, inclusive, o judiciário, como regra, não aceita, segundo este a responsabilidade
civil deve ter função pedagógica, e ele demonstra muitas vezes isso explicitamente nas suas decisões. Ter uma função
pedagógica me faz eu ter uma melhoria social, porque as pessoas vão deixar de praticar a conduta para não serem
obrigadas a indenizar.
• A responsabilidade civil decorre de uma situação anterior, uma situação contratual ou não,
mas ela, geralmente, vai decorrer de um outro fato jurídico (fato que tem relevância jurídica), ou de uma outra
relação jurídica anterior, como contratual, ou trabalhista. Então, dentro de responsabilidade civil, nós estudamos o
direito civil, mas veremos depois o direito do trabalho na responsabilidade civil, porque há coisas aqui que tem
relação com o direito do trabalho; obs. inclusive, o direito do trabalho criou o dano existência, não é dano moral, é
pior, é a empresa ter prejudicado o sujeito a progredir na sua vida, é como se prejudicasse a sua própria existência.
• Função principal e funções acessórias: “três funções podem ser facilmente visualizadas no
instituto da reparação civil: compensatória do dano à vítima; punitiva do ofensor; e desmotivação social da conduta
lesiva” (Stolze)
• Relação interdisciplinar (interdisciplinaridade da responsabilidade civil com outras áreas)-
sempre estar tirando de outras áreas. Vai ter sempre essa relação da responsabilidade civil com outras áreas do
direito, e as vezes até uma área bem diferente do que o meio jurídico, como essas questões de saúde onde cada área
da saúde tem suas especificidades que acaba influenciando na responsabilidade civil, porque cada área tem suas
regras específicas. Teremos responsabilidade civil decorrente de quebra de contrato, o fundamento ali vai ser a
discussão de relação contratual.
• Culpa na responsabilidade civil: alguns autores dizem que ela é pressuposto, e outros dizem
que ela não é mais, que ela é um elemento acidental. Um dos autores que dizem que ela é um elemento acidental, é
Stolzen, ele diz que a culpa não é mais um pressuposto (elemento essencial), mas que ela é agora um elemento
acidental, porque ele reitera o entendimento de que os pressupostos são apenas os três: a conduta humana, o dano,
e o nexo de causalidade. Então, a regra na responsabilidade civil é responsabilidade objetiva, e não mais subjetiva, a
subjetiva é exceção.
• A culpa, portanto, não é um elemento essencial, mas sim acidental, pelo que reiteramos nosso
entendimento de que os elementos básicos ou pressupostos gerais da responsabilidade civil são apenas três: a
conduta humana (positiva ou negativa), o dano ou prejuízo, e o nexo de causalidade. (Stolze)
• O código civil trata a responsabilidade subjetiva como se fosse regra, já que ele coloca que só
quem pratica atividade perigosa é quem tem responsabilidade objetiva. Mas temos tanta legislação com a
responsabilidade objetiva, que na prática, acabamos vendo mais hipóteses de responsabilidade objetiva do que
subjetiva, mas no CC trata como regra a responsabilidade subjetiva.

• FUNDAMENTO LEGAL PARA A RESPONSABILIDADE CIVIL:


• Extracontratual: Ex. quando tratamos da responsabilidade civil extracontratual, vamos ter
hipóteses de responsabilidade objetiva, com regras especificas, como p. ex., responsabilidade civil por acidente
automobilístico. Ex. o cara que desvia de alguma coisa, e acaba batendo em outro, e aquele outro que foi atingido,
tem que entrar contra quem causou o acidente ou quem pegou ele direto? Para quem bateu, e este poderia fazer
regressiva contra o outro, se quiser. Ou na situação, os carros estavam parados, e vem outro, e bate, o carro dele é
arremessado, e bate em um da frente, o da frente tem que processar quem? Nesse caso, o judiciário disse que não
tinha nexo de causalidade entre quem bateu e o dano, porque ele bateu, porque ele foi arremessado. E aí não teria
possibilidade de pedir do cara do meio que reparasse. O judiciário já decidiu que dirigir carro é uma atividade
perigosa. Mas regra, quando se trata de responsabilidade extracontratual, ainda seria ela ser subjetiva, que é o que
está no art. 927. ‘’Aquele que por ato ilícito causar dano, fica obrigado a repará-lo’’. Aplicação geral: responsabilidade
subjetiva.
• No PU do art. 927 vai dizer que quem praticar atividade perigosa, responde objetivamente. E
os tribunais acabaram dizendo que dirigir carro é uma atividade perigosa.
• Temos algumas regras especificas de responsabilidade objetiva. Ex. temos costumes de fazer
criação de ser movente, de animas para porte, de maneira ostensiva, e muitas vezes sem nem delimitar a área em
que esse animal deve ficar. O legislador se preocupou com essa situação especifica, criou para ele uma ideia de
responsabilidade objetiva, colocou lá que o dono ou detentor do animal ressarcirá o dano por este causado, se não
provar a culpa da vítima ou forca maior, então, fora dessas hipóteses de culpa da vítima ou força maior, ele tem o
dever indenizar, aqui não há elemento subjetivo, para maioria dos autores isso aqui foi uma hipótese de
responsabilidade objetiva que o legislador criou em específico para esses casos. Um animal desse, se eu comprovar
quem é o proprietário, e ele me causar dano por conta dele, o proprietário pode ser responsabilizado.
• Obs. culpa concorrente- duas pessoas ou mais dão causar aquele dano, equalizo até onde está
a responsabilidade de cada um, e indenizo.
• Contratual: Também temos as hipóteses em que eu tenho uma relação contratual pré-
existente, a responsabilidade civil também pode ser decorrente dessa relação contratual. Todos os artigos de
contratos que falam ‘’pode ser converter, ou pode levar a perdas danos’’, isso é responsabilidade civil contratual. Ex.
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária
segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado + Art. 400. A mora do credor subtrai o
devedor isento de dolo à responsabilidade pela conservação da coisa, obriga o credor a ressarcir as despesas
empregadas em conservá-la, e sujeita-o a recebê-la pela estimação mais favorável ao devedor, se o seu valor oscilar
entre o dia estabelecido para o pagamento e o da sua efetivação (o devedor responde, além pelo prejuízo da mora,
ele responde também com perdas e danos se eu não tiver mais utilidade na prestação, posso pedir a conversão em
perdas e danos. O agente tem que me prestar uma obrigação, não faz no prazo, ela demora tanto que agora ela não
serve mais, eu posso enjeitá-la, e exigir perdas e danos). Ou caso, o cara não cumpre a obrigação, aó aquela mora já
me dar um prejuízo, e eu ainda tenho um interesse dela ser prestada, mas pela demora, ela já me casou um prejuízo,
posso receber, e mesmo assim cobrar perdas e danos. Isso aqui é responsabilidade civil decorrente de um relação
contratual.
• Obs. se eu tenho uma cláusula penal em um contrato, e não faço a ressalva de que é possível
as perdas e danos (ressalva de indenização suplementar), ela não é mais possível, mas se tiver ressalva, ela ainda é
possível. Quando eu vou instituir uma cláusula penal, eu tenho que deixar bem claro que além da cláusula penal,
cabe perdas e danos. Diferente das arras, nas arras cabe indenização complementar como regra, a não ser que eu
diga que não cabe, na cláusula penal, só cabe indenização suplementar, se eu aponta que vamos possibilitar, se não
tiver ressalva, a cláusula penal limitou ali, pré-estabeleci o máximo de indenização que eu iria ter por
descumprimento do contrato.

• INIMPUTÁVEIS:
• Como a responsabilidade funciona em relação aos incapazes.
• A responsabilidade civil tem muita relação historicamente com a questão da subjetividade,
quando nós tínhamos a responsabilidade civil basicamente subjetiva, se tinha grande dificuldade de se
responsabilizar os inimputáveis, porque o inimputável não tinha ali nem condição de entender a lesividade da sua
conduta, logo ele estava retirado dele a questão da culpa. Então, nós tínhamos esse problema, e o código anterior
trata isso com um termo que se evita utilizar, se chamava de os ‘’amentais’’ (incapazes mentalmente), e a ideia é que
eles não poderiam manifestar vontade, logo, não teriam obrigação de indenizar já que eles não teriam o elemento
subjetivo, o elemento subjetivo não estaria configurado, não haveria como caracterizar culpa de uma pessoa que a
grosso modo não entende a gravidade dos seus atos, o que os seus atos podem representar de lesão para outros.
• Pessoas que eram caracterizados como portadores de alguma patologia, que caracterizavam
eles como amentais, ou então, as próprias crianças sempre foram configuradas como não possuidoras de vontade
própria. Mas eles estão convivendo em sociedade, e acabam, por ventura, causando um dano a outrem, esse dano
iria ficar inressarcido? O judiciário começou a construir uma ideia de que os pais tinham responsabilidade não pelo
ato direto do filho, mas pelo ato de não vigiar, seria uma quebra do dever de vigilância dos pais pelos filhos. E se for
um tutor, em relação ao tutelado, e o curador em relação ao curatelado. A ideia, no começo, é de que eles seriam
responsáveis não pelo ato específico da criança ou de qualquer outro que fosse incapaz, não seria ali culpável no
sentido legal, mas como aquele ato tinha gerado um dano, a culpa era caracterizada pela falta de vigilância dos pais,
ou de tutores, ou curadores. Eles teriam que pagar quando houvesse a falha no dever de vigilância. Só que mesmo
assim se ficava com um problema, é muito difícil se dizer até onde vai o dever de vigilância do pai, do curador, ou do
tutor. Ex. o pai trancou o filho em caso, algemado, mesmo assim ele saiu, e quebrou alguma coisa de outra pessoa.
• O responsável podia provar que não houve falha no dever de vigilância; neste caso a vítima
ficaria sem reparação dos danos.
• Para não ficar sem reparação, esses atos da criança, o pai era responsável por essa falha do
dever de vigilância.
• Isso começou a ser codificado em vários outros países bem antes do nosso. Isso era tão forte
na codificação alienígena, nos outros países, no direito comparado, que o Brasil acabou sendo influenciado para
aceitar, ainda que não tivesse codificação, nós aceitávamos que os países eram responsáveis, então, ex. A Rússia já
tinha codificação nesse sentido 23 (época de união soviética); Portugal em 66. Todos já trazendo títulos que
trouxessem a responsabilidade para os pais e para os responsáveis legais em relação as pessoas que teriam
incapacidade, que não teriam, por alguma questão fática, a condição de expressar a sua vontade, não teriam as
faculdades mentais completas.
• Por conta dessa necessidade, o judiciário já vinha aplicando em relação a isso.
• O código de 16 era silente em relação a isso, mas a doutrina e a jurisprudência acabaram
criando essa ideia de responsabilidade com falha no dever de vigilância, que levaria a obrigação de indenizar, então,
se o meu filho causa dano, eu terei que pagar, não porque tenho obrigação legal do pai responder pelo filho, mas
porque eu, enquanto pai, tinha falhado no dever de vigilância, teria que vigar o filho para que ele não causasse dano
para ninguém.
• Como a doutrina falava do incapaz, do amental “a atividade da pessoa privada de
discernimento é uma força cega, comparável às forças naturais, assimilável ao caso fortuito, e, assim, a ninguém
vincula se, porventura, não ocorre infração do dever de vigilância”. Seria essa a ideia geral, que os pais teriam o dever
de vigilância, por isso, eles são obrigados a pagar.
• Só que o código de 2002 trouxe uma inovação com base no que nós já fazíamos através da
jurisprudência, e influenciado pelo que víamos no direito comparado os outros países, então, nós começamos a
trazer a possibilidade de indenização, e nós temos o art. 932 que é o que trata da responsabilidade por ato de
terceiro, e ele já fala que o pai é responsável pelos atos dos filhos. Mas nós continuamos tendo outro problema que
era o problema que as vezes o incapaz tinha patrimônio, e o responsável legal não tinha patrimônio, e aí o Código já
colocou lá que eu poderia eventualmente, nessa situação excepcional, pegar o patrimônio do incapaz. Essa é a
disposição do art. 928 que diz que o incapaz responde pelo prejuízo causado se as pessoas por eles responsáveis não
tiverem a obrigação de fazê-lo ou não dispuser de meios suficientes, então, tem a possibilidade atualmente de tanto
responsabilizar os pais, tutores, ou curadores, como se responsáveis legais não tiverem patrimônio e o menor ou
incapaz tiver, ou seja, se esses responsáveis não tiver dinheiro, e o incapaz tiver, eu posso conseguir atingir o
patrimônio do incapaz. Agora, nós teremos uma quebra da regra de reparação geral, porque o próprio código no PU
diz nesse tipo de caso quando eu tento atingir um patrimônio de um incapaz, eu vou quebrar a regra da reparação
geral da responsabilidade civil, que diz que se alguém causa dano, ele tem que reparar a integralidade do dano, há
vários dispositivos legais que dizem que tem que pagar o dano com juros, correção monetária, e honorário (tudo que
foi em decorrência do dano, e que ele necessitou para conseguir ser ressarcido), mas quando vou atingir o dinheiro/
patrimônio do incapaz, NÃO, a regra da reparação integral é mitigada, porque o próprio código diz que essa
indenização vai ser de forma equitativa. Equitativa- refere a questão do senso de justiça. E essa equitatividade seria
medida de forma que eu não posso tirar do incapaz ou das pessoas que dele dependem o que necessário para a vida
dele. O que é bastante vago, o que é necessário?
• Ex. o incapaz de um patrimônio de um milhão, eu posso pegar quanto do patrimônio dele para
indenizar? É muito vago. Ex 2. O cara tem 500 mil de patrimônio, e ele causou um dano de 2 milhões, quanto se
pegaria de patrimônio? Ele é incapaz, mas ele tem um filho que depende dele, menor de idade. E ele é incapaz por
algum tipo de doença mental que ele teve já depois de ter constituído família. O que é deixar o necessário? É muito
difícil de se quantificar no caso concreto. É muito vago!
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem
obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes.Parágrafo único. A indenização prevista neste
artigo, que deverá ser eqüitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele
dependem.

• Obs. o código limita pela necessidade dele incapaz, e não pela necessidade do outro que sofreu
o dano.
• Os responsáveis legais tem obrigação de indenizar os danos causados pelos seus tutelados,
curatelados. Não é mais pela questão da vigilância, é porque a responsabilidade objetiva pelo ato de terceiro.
• No novo código civil de 2002 não há previsão de exoneração de responsabilidade, assim não
adianta o pai tentar provar que ele não violou o dever de vigilância, ele vai ter que pagar indenização civil. Não existe
mais essa discussão, apesar de ter outra: se um pai tem um filho problemático, um menor de idade que é usuário de
drogas, e vem dando problemas para ele, ele assalta, e o pai acaba sendo responsável, ele pratica infrações, e o pai
pode ser obrigado a reparar o dano pela infração se tiver patrimônio, ou se ele causa pequenos acidentes, o pai vai
responsável, aí se um pai levar essa criança para uma clinica, até onde está a responsabilidade da clínica se ele foge
da clínica e causar dano? Discussão mais atual! Eu consigo transferir minha responsabilidade ou não... esse pai vai ser
responsável até o menino fazer 18 anos, ele vai continuar tendo que pagar por todos os atos dele. É bem
problemático tirar a responsabilidade dos pais, por conta da vinculação muito mais direta que o pai tem com o filho
do que essas instituições. Temos uma tendência de tirar as responsabilidades, e tentar passar para outro tipo de
instituição.
• Aquela regra que nós vimos, que é uma exceção de pode pegar o patrimônio daquele incapaz,
ela só vai ter sentido quando os responsáveis legais do incapaz tiverem uma impossibilidade financeira- material de
ressarcir o dano. E pode ser acontecer do responsável legal ter algum patrimônio penhorável, pode pegar, mas se o
dano for muito alto, o dano pode ser compartilhado.
• Se os pais forem incapazes? Designa alguém como tutor, ou passa a guarda para os avós.
• O menor ou incapaz se causar prejuízo para alguém, e o responsável não tiver capacidade
financeira, o patrimônio desse menor poderia ser atingido. Incapaz só responde em caso de impossibilidade por
partes dos responsáveis.
• A indenização nesse casos dos inimputáveis vai se quebrar a regra da reparação integral, ela vai
ser equitativa, já que, ela não pode prejudicar a subsistência do incapaz e das pessoas que deles dependem (no caso
aqui ele teria um dependente que seria, p. ex., o filho menor, e por mais que não seja ele, por ser incapaz, o
representante legal, o filho necessita do dinheiro dele para subsistir, então, isso também deveria ser levado em
consideração pelo juiz na hora de fixar o quanto de indenização ele poderia suportar, ele seria obrigado a pagar).
• Menores e emancipação: “Se os pais emancipam o filho, voluntariamente, a emancipação
produz todos os efeitos naturais do ato, menos o de isentar os primeiros da responsabilidade pelos atos ilícitos
praticados pelo segundo, consoante proclama a jurisprudência. Tal não acontece quando a emancipação decorre do
casamento ou das outras causas previstas no art. 5º, parágrafo único, do Código Civil” (Carlos Roberto Gonçalves). A
emancipação: tem alguns disposições legais que tornam a pessoa emancipada, o que leva a emancipação?
Casamento, concurso público, colação de grau, quando a pessoa completa 18 anos (pela maioridade). O mais comum
e regular é pela maioridade, é a regra. E também a emancipação voluntária, quando o sujeito entre 16-18, os pais
podem conceder a emancipação aquele adolescente, e ela vai ser legalmente maduro, que vai ser tratado como
capaz. Tem que ser dado pelos dois pais, ou se um se recusar infundadamente, pode ser feito com autorização
judicial. Ex. os pais tem um filho problemático, e já tinha dado um monte de prejuízo para eles, e ele descobriu lá com
um advogado se o filho fosse emancipado, ele não era mais obrigado a pagar pelos danos que o filho causa, aí ele
chegava para mulher, e diz que tinha a solução para se livrar desse menino mais cedo, nós vamos emancipar ele. Aí
vão lá, pai e mãe, e emancipam o rapaz, e ele causa dano, os pais continuam responsáveis ou não? A emancipação é
voluntária, os pais emancipam os filhos com 16 anos, voluntariamente, e ele causa dano, os pais respondem? A
emancipação voluntária não gera a exoneração do dever de responsabilidade dos pais, porque seria contrária a
disposição legal. Tem-se esse entendimento de que se os pais emancipam os filhos voluntariamente, a emancipação
produz todos os efeitos naturais do ato, menos os de responsabilidade civil. Isso não tem previsão legal, mas é
consolidado no STJ a bastante tempo.
• A emancipação voluntária, quantos os pais, por ato voluntário tenta tornar o filho capaz, o filho
se torna capaz para todos os efeitos, menos o de tirar a responsabilidade dos pais. Para evitar a má-fé dos pais de
tentar se exonerar da responsabilidade. Então, essa emancipação voluntária não quebraria a responsabilidade dos
pais, os pais continuam responsáveis. Só no caso da voluntária!
• Isso também não quer dizer que não possa pegar o patrimônio dele, se esse cara que foi
emancipado voluntariamente, tiver patrimônio, ele é capaz, então, eu posso pegar o patrimônio dele, mas ele não
tiver patrimônio, eu continuo pode pegar o patrimônio dos pais, se ele tiver causado antes de completar os 18.
• Ele é emancipado, eu posso pegar o patrimônio dele, embora os pais continuam responsável.
Posso utilizar os dois como polo passivo.
• RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA:
- CASOS ESPECIAIS DE RESPONSABILIDADE POR ATO PRÓPRIO:
• Algumas hipóteses que a doutrina trata como responsabilidade civil por ato próprio, onde o
critério aí seria da responsabilidade civil subjetiva.
• É necessário que tenha uma ação ou omissão, que caracterize uma infração a um dever legal, e
por outro lado, é essencial que a ação ou omissão seja controlável, dominável pela vontade do homem, tem que ter o
caráter da subjetividade, não pode ser uma coisa tão difícil de prever que não me caracterize uma culpa por uma
imprudência, tem essa característica, quando nós trabalhamos responsabilidade civil, de ter que olhar o elemento da
culpa.
• Fato voluntário equivale a fato controlável ou dominável pela vontade do homem.
• Tinha algumas hipóteses que eram tuteladas no código de 16 que não são mais, mas nós
continuamos dizendo que elas podem gerar responsabilidade.
• A ação ou omissão do agente, que dá origem à indenização, geralmente decorre da infração de
um dever, que pode ser legal (disparo de arma em local proibido), contratual (venda de mercadoria defeituosa, no
prazo da garantia) e social (com abuso de direito: denunciação caluniosa)
• Ex. motorista que atropela alguém, se ele se omite a prestar o socorro, se o socorro for a causa
da morte, ele pode ser culpado pelo evento mesmo que o acidente seja culpa exclusiva da vítima. Ex. se eu estou
dirigindo regularmente a 60 km/h, que é o limite da via, eu estou na linha correta, mas o cara pulou na frente do meu
carro, eu não sou responsável pelo acidente, não tem nexo de causalidade, seria culpa exclusiva da vítima, mas o
código determina que sempre que eu me envolva em um acidente, eu tenho que tentar prestar socorro. Sempre que
eu me envolva ou tenha ciência de algum acidente, tenho que prestar socorro. E as pessoas muitas vezes com medo
de violência, mesmo assim ele tem que prestar socorro ligando para autoridade. Ele tem que prestar socorro, se ele
não prestar socorro, e ficar caracterizado que a vítima morreu, por conta da omissão dele em prestar socorro, se
conseguir comprovar esse nexo ali, ele vai por conta de uma conduta omissiva, que ele deveria agido por
determinação legal, e houve dano, vai ter o dever de indenizar.
• Vamos ver várias espécies que são decorrentes de questões legais ou que a jurisprudência
firmou de deveres que a pessoa tinha que observar na vida em sociedade, se não observa, aquela conduta,
eventualmente, pode ter gerado um dano.
• Vamos ver algumas hipóteses que são tratadas como de ato próprio. Ex. infração de dever
legal, como disparo de arma de fogo, tem um dispositivo lá na lei de desarmamento que eu não posso sacar arma, é
um tipo legal, e disparar arma em local público, é outro tipo, e se aquilo causar dano, eu vou ter responsabilidade
pelo ato do próprio sujeito. Contratual: se o cara vende mercadoria defeituosa, ou fora do prazo de garantia, seria
uma responsabilidade recorrente do próprio ato. O abuso de direito, e a denunciação caluniosa, a difamação, a
injuria, também são elementos que podem levar a responsabilidade civil.

- AÇÃO OU OMISSÃO: INFRAÇÃO A UM DEVER


• Para que se configure a responsabilidade por omissão é necessário que exista o dever jurídico
de praticar determinado fato (de não se omitir) e que se demonstre que, com a sua prática, o dano poderia ter sido
evitado.
• Dever jurídico de agir: por imposição legal (prestar socorro em acidente automobilístico- CTB) ,
ou por convenção (como foi antes do código determina a responsabilidade dos pais, se convencionou que o dever de
guarda, de vigilância, o geraria responsabilidade) ou até mesmo quando eu mesmo criei uma situação especial de
perigo, eu também tenho o dever de agir para retirar aquele perigo, para tentar que com que o dano não ocorra.
• Além dessas questões das omissões, temos a questão de algumas atitudes que seriam
comissivas, que seriam maiores. Temos omissão como exceção, a maioria dos danos são causados por atitudes
comissivas.
- CASOS ESPECIAIS DE RESPONSABILIDADE POR ATO PRÓPRIO:
• No código civil de 16, era uma sociedade mais patriarcal, preocupada com essa questão da
honra. No código civil de 16 tinha previsão de responsabilidade civil em específico para violação da honra da mulher.
Estuda essas coisas do passado, porque por mais que não tenha previsão legal, ainda se tem indenização com base
nesse tipo de argumentação. O SUJEITO TINHA A RESPONSABILIDADE DE INDENIZAR: Art. 1.548. A mulher agravada
em sua honra tem direito a exigir do ofensor, se este não puder ou não quiser reparar o mal pelo casamento (reparar
o mal= casar), um dote correspondente à sua própria condição e estado: I — se, virgem e menor, for deflorada; II —
se, mulher honesta, for violentada, ou aterrada por ameaças; III — se for seduzida com promessas de casamento, e
depois não casasse (ele tinha opção, casava, ou tinha que pagar a indenização); IV — se for raptada (a mulher que
fugia como cara, p. ex., mas mesmo assim era rapto, porque não tinha a autorização do pai, pois mesmo se a mulher
quisesse ir com o cara, se não tivesse autorização da família, seria rapto). E aí a indenização seria fixada com base na
circunstância com que houve lá a relação sexual. Esse dote, que era tratado no código de 16, aí tinha uma espécie ali,
eles misturavam a indenização de dano material e moral, ele meio que tratava as duas coisas como o dote. Para
alguns autores, ele englobaria as duas espécies de dano.
Ato praticado contra a honra da mulher:
• Tem alguns autores que fazem a ressalva de que nós entendíamos desde aquele momento que
não se discutia a responsabilidade objetiva, que no caso da mulher ser menor e virgem deveria sempre ter o dever de
indenizar, então, para muitos ali foi um dos primeiros inicios de uma responsabilidade objetiva na legislação, já que
eu não teria um elemento subjetivo, eu não analisaria a culpa, se ele praticou o ato, e havia aquelas circunstancias,
ele deveria indenizar. No art. 1548, I, do CC/2002, a responsabilidade era objetiva; bastava prova que a mulher era
menor e virgem.
• Esses termos que eram isógenos, como mulher honesta, e similares, foram retirados da
legislação, do código penal, e do código civil (foi retirado com o novo código civil que revogou o passado quase que
inteiro, alguns institutos ele copiou, e nesse sentido, ele não copiou nenhum, nesses casos dos crimes contra da
mulher, mas nós ainda temos casos que se entendeu que havia ali uma ofensa a honra da mulher). A discussão hoje
em dia é que se aí também não poderia ser estendido ao homem, hoje em dia a ideia é de que valeria para cada um
dos dois, tanto homem e mulher, independente disso, poderia ser indenizado quando houvesse essa violação da
honra.
• Ofensa a honra da mulher pode ser garantida pela regra geral; tem de comprovar o dano
(dificuldade de contrair matrimônio);
• Ex. casos de homens e mulheres que buscam indenização por conta de um parceiro ter
passado doenças sexualmente transmissível, de maneira voluntária, a pessoa sabia que tinha a doença, e optou por
não alertar o companheiro, e isso poderia eventualmente ser indenizável. Mulheres (e homens) podem buscar
indenização com base em responsabilidade civil em decorrência de contágio de doenças, violência sexual, corrupção
de menores;
• Deveria se afastar essa concepção machista, patriarcal, mas que ainda poderia haver
circunstancias como essa que geraria indenização. Novo paradigma social, que afasta concepções machista, sexista
ou religiosas;
• Questão da calúnia, injúria e difamação: são atos próprios que causam dano. Tem
recomendação de um organismo internacional para que a injuria, difamação e a calunia não sejam mais consideradas
crime, recomendam para que se tire essas circunstâncias do âmbito do direito penal, e fique no âmbito do direito
civil, essa que é a tendência, cada vez mais abolir ou dar menos importância para o aspecto criminal dessas
circunstancias, e tratar isso mais como uma questão civil. Em penal, isso são chamados de crimes contra honra, esses
crimes contra honra no Brasil ainda são crimes, e ensejariam a responsabilidade civil quando cometidos, tanto a
injúria, difamação como a calúnia vão gerar reflexo dentro da patrimonalidade, eu vou ter um prejuízo material,
moral, quanto de um transtorno.
• Aquela comunicação com intuito de lesar a pessoa, p. ex., divulgar fotos intimas, isso pode gera
responsabilidade civil, vai ter o dever de indenizar.
• Injúria: afronta a dignidade da sujeito; Difamação: Comunicação de fatos com intuito de lesar a
honra; Calúnia: imputação falsa a alguém de fatos tipificados no Código Penal (crimes);
• Todos esses são passiveis de indenização, geram responsabilidade civil.
• Tem-se a tendência no âmbito internacional de tentar retirar esse tipo de tutela da honra da
esfera penal, e passar isso cada vez mais para esfera civil. No Brasil ainda mantemos os dispositivos penais que
tratam dessa questão de honra, ainda tem o tipo penal da injuria, calunia e difamação, mas cada vez isso é mais
tentado ser trazido para o juízo civil, no Brasil esse processo começou lá na transação penal lá na lei 9099, os crimes
de menor potencial ofensivo geram um termo circunstanciado de ocorrência, e esse TCO vai para um juizado
criminal, e aquele juizado criminal tem uma atribuição de tentar fazer a transação penal, e a lei diz que a transação
penal no juizado especial deve englobar também a reparação civil. Tem uma tentativa de transferir para o civil, mas
no Brasil começou isso de uma maneira meio pouca, o juízo criminal já faz a transação, já aceita a transação de
relação a reparação civil, as partes entram em um acordo, e o juiz criminal homologa a reparação civil, e gera até o
problema, porque muitos entendem que o juízo criminal não pode executar multa civil, então, o juiz dá a decisão
homologando um acordo, mas aí depois o cara tem que executar o acordo no juízo civil, porque se diz que aquilo é
um título executivo, a indenização civil.
• Tem um indicativo internacional de cada vez mais tentar isso da esfera penal para trazer para
civil. No Brasil, tentaram convergir, só convergiram para o outro lado, na transação que ficou para o juiz criminal
fazer, não seria a ideia do cara fazer um acordo civil, e não ter mais possibilidade de condenação criminal, que seria
uma solução mais parecida com o direito criminal.
• Não havendo a transação, ninguém é obrigado a fazer acordo, é uma coisa consensual, tem
que ter autonomia privada expressada para fazer acordo, e o cara sendo condenado por algum desses crimes contra
honra, aí eu posso pegar aquela condenação penal, e fazer a ação civil ex delicto, e pedir a reparação civil onde o juiz
civil vai lá discutir qual é o valor adequado para tutelar aquela imagem que foi prejudicada. Não há um parâmetro
para aferir esse valor, é algo muito subjetivo, geralmente os juízes dizem que levam em consideração a capacidade
econômica das partes.
• Obs. para muitos autores e magistrados brasileiros a indenização por dano moral não deve ter
caráter punitivo e nem pedagógico, e sim de reparação.
• Art. 953. A indenização por injúria, difamação ou calúnia consistirá na reparação do dano que
delas resulte ao ofendido. Parágrafo único. Se o ofendido não puder provar prejuízo material, caberá ao juiz fixar,
eqüitativamente, o valor da indenização, na conformidade das circunstâncias do caso.
• Danos patrimoniais podem ser provados; (ex: perdeu emprego, não fechamento de um
contrato).
• A possibilidade de responsabilidade civil por conta desses crimes contra a honra também
podem ter aspectos patrimoniais. É possível no caso em que a ofensa a honra gera prejuízo patrimonial, ela possa ser
tutelada desde que aquele prejuízo seja direto, tinha que comprovar que, p. ex., o cara perdeu o emprego, deixou de
fechar um contrato, perdeu um patrocinador, porque tinha sido caluniado. Ex. se depois descobrisse que era mentira
que o Ryan Lotte, que ele não tinha inventado aquela história, e ele perdeu um monte patrocinador, então,
eventualmente caberia uma ação para reparar o dano, porque ali ele tinha um nexo de causalidade direto entre a
ofensa a honra dele e o prejuízo patrimonial, gerou um prejuízo direto para ele, então, poderia seria possível ser
tutelado. Mas tem que provar que essa ofensa gerou um dano, tem que demostrar a relação direta da ofensa a hora
com o dano gerado.
• Se eu tenho uma relação direta entre essa ofensa e a honra, porque ela me gerou uma
externalidade que me prejudicou patrimonialmente, profissionalmente, aí cabe indenização, apesar de se falar que a
honra é um aspecto subjetivo, o judiciário entende que mesmo que eu ser difamado é uma questão que me fere
muito mais internamente, pode gerar me consequências externas.
• Demostrar esse nexo entre a difamação, a calunia e essa consequência externa.

Demanda de pagamento de dívida não vencida ou já paga:


• Temos pouca legislação falando de responsabilidade civil de forma mais direta, geralmente é
quando se cuidando de outra coisa, p. ex., quando se está falando de contrato, se fala da responsabilidade civil
decorrente do inadimplemento do contrato. Temos poucos artigos que são específicos mesmo no código sobre
responsabilidade civil, e dois deles são esses aqui, que trata da ideia de demandar por divida vencida ou já paga.
• Vamos ter esses dois dispositivos que vão tratar do que nós chamamos de responsabilidade
por repetição do in debito, ou responsabilidade de demandar dívida já paga.
• O código civil tem uma repetição do in debito, que é outro dispositivo que trata do
responsabilidade civil, gerador de obrigação. A repetição do in debito é uma obrigação gerada por um pagamento
indevido, se o cara recebe um valor que ele não tinha aquele crédito, gera, no mesmo momento, uma obrigação dele
restituir, essa aqui é um pouco diferente, porque ela vai ter um outro contorno. O cara, no primeiro caso, ele
demanda por uma dívida antes de vencida, demanda por uma divida que não foi vencida, e ele não poderia cobrar,
ou, então, que ela já foi paga, aqui, não se é exigido o pagamento, diferente do CDC, o CDC, de certa forma, é mais
amplo, porque ele não exige demanda, quando se fala demanda entende-se como demanda judicial. Então, para se
incidir esse artigo, eu tenho que demandar, eu tenho que entrar com ação cobrando esse valor, no CDC não precisa a
empresa ter cobrado judicialmente o valor, ele incide desde que tenha tido a cobrança mesmo que por uma carta,
um boleto, p. ex., a empresa mandou um boleto, você pagou o boleto, e ele era indevido, eles têm que restituir em
dobro, ou seja, não teve demanda, teve cobrança, e aqui tem que ter demanda, tem que ser um acionamento
judicial, mas no caso aqui tendo o acionamento judicial, eu vou ter que pagar o valor, no 1º caso, eu vou ter que ficar
obrigado a esperar o tempo, e eu vou pagar as custas em dobro. E no 2ª caso, quando eu demandar uma divida já
paga, eu tenho que devolver o valor em dobro, eu não preciso fazer esse segundo pagamento para receber isso em
dobro, eu já recebo ele em dobro, eu não pago. O CDC incide sobre cobrança quando for paga, ex. paguei aqueles
200, e eu vou receber 200 + 200. Se o valor é igual ao dobro que ele pagou em excesso, ele tem que ter pago. Não dá
para repetir o que não foi pago.
• Aqui no caso da responsabilidade civil, eu provo que a divida já tinha sido paga, e aí o cara está
me cobrando de novo, aí cabe uma indenização por demanda indevida, cobrança judicial sem cunho de crédito, eu
não tenho crédito, porque o cara já me pagou, e eu mesmo ajuízo uma ação contra ele. Aí cabe, ele ganhar o dinheiro
em dobro sem ter pago nada.
• O código de 16 já tinha essa regra igual, quando o CDC veio, o pessoal queria utilizar a regra do
CDC como se fosse a regra do código civil de 16, mas a regra do CDC era de repetição indébita, ou seja, ela é mais
restrita, tem que ter tido um pagamento. Ela em um aspecto é mais ampla, porque não depende de demanda
judicial, e em um aspecto é mais restrita, porque ela exige o pagamento. É repetição do indébito. E aqui não, aqui é o
dever de reparar por eu ter acionado o cara judicialmente por uma dívida já paga, não precisa pagar agora, e já vai
receber ela em dobro.
• Hoje em dia a repetição em dobro é muito difícil do que foi antes, porque o STJ diz que eu
tenho que comprovar a má-fé da empresa para receber em dobro, senão cabe repetição simples. ‘’Salvo em hipótese
de engano justificável’’, e o STJ disse que invés do cara justificar o engano, era como se nós tivéssemos que provar
que a empresa estava cobrando de forma errada.

Art. 42, Parágrafo único, CDC- O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por
valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de
engano justificável.
Art. 939. O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida, fora dos casos em que a lei o permita, ficará
obrigado a esperar o tempo que faltava para o vencimento, a descontar os juros correspondentes, embora
estipulados, e a pagar as custas em dobro. (exceção prevista no art. 333, CC/2002
Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir
mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no
segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição. Ex., duas empresas que tinham contrato de
parceira de uma coisa, aí ficou um saldo devedor muito grande para um delas, e esta disse ‘’me paga esse saldo
devedor de 1 milhão em 20 vezes’’, termina a 20 x e a outra empresa diz que não foi pago uma parcela, um valor
ainda que não identificou o pago, e ela sem buscar os registros para saber se ela recebeu ou não, ela vai cobrar a
outra empresa judicialmente, e esta prova que esse valor já tinha sido pago e mesmo assim ela acionou no judiciário,
em teoria, pela interpretação antiga desse dispositivo, deveria ser pago a indenização direta, cabe a indenização
equivalente ao dobro, mas o judiciário entendia que esse dispositivo era prejudicial para as empresas.
O próprio CC dizia quando não iria incidir essa multa, que seria essa responsabilidade civil objetiva. Quando eu
desistisse da ação, e antes de completada a lide, então, se o cara se defender, contestou, e o depois o juiz já viu que
essa demanda já tinha sido paga, eu tinha o direito a exigir a reparação em dobro.
Não parece pelo dispositivo legal nenhuma referencia a dolo, nenhuma intenção de lesar, e nem de violação a boa-fé,
ele não fala desses critérios para eu poder aplicar os 940, mas o STF criou a súmula 159 dizendo que a cobrança
excessiva, mas de boa-fé não dar lugar as sanções do art. 1531, o 1531 tem a mesma redação do art. 940, então, a
súmula seria aplicável ao código civil atual, então, o cara que demanda o outro judicialmente, e eles não conseguirem
demonstrar que ele agiu de má-fé, e ele sempre vai dizer que agiu de boa-fé. Sabe-se que má-fé não se presume, é
provado. Então, eu que fui demandado, tenho que me defender, e depois cobrar que o cara me cobrou de má-fé. Se
presume só a boa-fé.
Na hora que o STF produziu essa sumula, ele criou a dificuldade de aplicar esse dispositivo, porque ele disse que se
for boa-fé não pode ganhar a indenização em dobro, se não pode ser for de boa-fé, eu tinha que provar que ele agiu
de má-fé, e é muito difícil de provar que ele agiu de má-fé.
Segundo a súmula do STF, “a cobrança excessiva, mas de boa-fé, não dá lugar às sanções do art. 1.531”. Isso é
hipótese de responsabilidade civil objetiva decorrente de disposição legal. Tem que provar que ele não fez a cobrança
de boa-fé, tem que provar que ele fez aquela cobrança de má-fé para aplica-se esse art. 940.

Art. 941. As penas previstas nos arts. 939 e 940 não se aplicarão quando o autor desistir da ação antes de contestada
a lide, salvo ao réu o direito de haver indenização por algum prejuízo que prove ter sofrido.
• Obs. se ele cobra a mais, ele ficar só pelo excesso, não pelo todo. E pelo excesso, quando ele
cobrar fora do que é permitido, ele só fica pagando custas em dobro, p. ex., eu tinha uma dívida de 50 mil, e ele
cobrou 60, se eu tivesse pago o 50, e ele demandasse pelos 50, eu iria receber 100, mas se ele cobrasse a mais, p.
e.x., você devia 50, e ele te cobrava 60, você só tinha direito a 10, que é esse segundo caso, o equivalente do que dele
exigir, aí eu só tenho direito ao que me foi exigido.
• Diferença entre cobrar dívida já paga ou cobrar dívida superior ao que era devido: o superior
ao que era devido, gera indenização equivalente ao que foi exigido, e a cobrança de dívida já paga, gera a indenização
equivalente ao dobro.
• E na cobrança de dívida vencida: suspensão dos juros, e ele tem que esperar o tempo que
faltava para o vencimento e descontar os juros correspondentes aquele período, o prejuízo para quem faz isso é
perder os juros, e ele perde o direito a custas em dobro.

Abuso de direito:
• O abuso de direito também é um ato próprio que vai gerar responsabilidade civil. O art. 187 já
disciplina a questão do abuso de direito.
• “o abuso de direito ocorre quando o agente, atuando dentro das prerrogativas que o
ordenamento jurídico lhe concede, deixa de considerar a finalidade social do direito subjetivo e, ao utilizá-lo
desconsideradamente, causa dano a outrem. Aquele que exorbita no exercício de seu direito, causando prejuízo a
outrem, pratica ato ilícito, ficando obrigado a reparar. Ele não viola os limites objetivos da lei, mas, embora os
obedeça, desvia-se dos fins sociais a que esta se destina, do espírito que a norteia” (Silvio Rodrigues)
• Silvio Rodrigues é um autor de clássico do direito civil, e tido como um dos primeiros que
tentavam trazer para o direito a necessidade de refletir sobre quando eu exerço o meu direito, mas eu exerço o meu
direito de forma abusiva, eu exagero no exercício do meu direito na intenção de lesar a minha contraparte, o meu
vizinho, o meu inquilino. Aí ele começa a exercer o seu direito, e ele pensa que se ele está dentro da legalidade, eu
não vou está sujeito a nenhum tipo de sanção, só que se institui que as medidas legais que você pode tomar elas tem
limites, então, mesmo uma medida legal, se você legar ela a uma certa consequência, se você pratica ela de uma
determinada forma tentando causar dano, isso vai ser caracterizado como abuso de direito, com uma possibilidade
de reparação, de aplicação de responsabilidade civil.

“Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites
impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes” esse artigo tem um problema que é
muito difícil caracterizar, dar um conceito fechado sobre o que é abuso de direito. Muitas clausulas abertas nesse
dispositivo.
• Tudo isso limita o exercício do meu direito.
• Ex. tenho um direito a repelir a utilização da minha propriedade por terceiro, e inclusive
semoventes, o cara que afugenta o boi do vizinho que está no pasto dele dando tiros no cara, ou machucando o
animal. Ele tem o direito de tirar, mas ele não tinha o direito de tirar daquela forma, ele está abusando do seu direito.
• O abuso de direito é uma coisa relativamente ampla que vai depender da analise no caso
concreto, já que, vai bem para o legislador e para o interprete do direito na hora de analisar aquele caso, se houve ou
não abuso de direito. Há relações que vão ser abusivas, e que vão ser ato ilícito por conta disso, e que é mais difícil de
provar.
• Ex: Retirar o gado de outrem da minha propriedade com tiros;
• Requerimento sem necessidade (como de busca e apreensão, de arresto de bens, de falência).
Medidas processuais podem gerar responsabilidade civil, e são consideradas de certa forma abuso de direito, como
exigir uma busca e apreensão que eu não necessitava, eu só tinha interesse de prejudicar a outra parte; como o cara
que pede uma tutela antecipada da qual, ele não necessitava, ele só tinha o interesse de lesar a outra parte, e essas
medidas podem então ser comprovadas de que eu estava agindo para tentar lesar, pode caracterizar um abuso de
direito que poderia ser indenizável. Ex. se eu entrar com um processo de falência contra o cara, e eu não tiver como
comprovar de que eu tinha necessidade de dar falência para receber meu crédito, cabe indenização, ou seja, se eu
ingresso com ação pedindo a decretação de falência de uma determinada empresa, e ficar comprovado de que eu
estava agindo daquela forma para tentar prejudicar a empresa, isso é um abuso de direito, eu tenho direito a exigir
meu crédito, mas não posso fazer isso só com intuito de prejudicar , ou seja, um abuso do meu direito de exigir
falência..
• O abuso do direito na legislação: Exercício arbitrário do poder de propriedade, violando
direitos dos vizinhos; Abusos no exercício do poder familiar, com sanções na área de família.

Responsabilidade decorrente do rompimento do noivado:


• A questão de que agora nós não temos mais aquela ideia de proteção da honra em relação a
conjunção carnal como tinha no código passado, mas nós mantemos uma ideia de que obrigações que você assume
perante a sociedade podem gerar uma consequência para o seu parceiro, e aí nesse caso isso poderia ser tutelado
pelo direito. Não tem previsão legal expressa, mas vamos ver vários manuais colocando isso como uma hipótese de
responsabilidade civil.
• Rompimento de noivado, onde vários julgados que já garantiram a indenização por conta de
rompimento de noivado, e a ideia não é que você é obrigado a casar, mas que a forma como você desiste daquela
compromisso pode vir a gerar dano para o seu parceiro, e aí isso não poderia ficar de fora do judiciário.
• Segundo os autores brasileiros, fazendo esse resgate histórico para tentar ver de onde é que
vem esse instituto, e eles dizem que no direito romano quando se comprometia com o casamento era mais do que
uma mera expectativa, era como fosse uma certa certeza, era uma ofensa para a outra família e para a sociedade o
cara que se recusava a casar, inclusive, tinha esse pagamento das esponsais que seria como no sinal contrato de
compra e venda tem uma função para garantir, uma função confirmatória do contrato, as esponsais tem essa mesma
função, porque se o cara desistisse, ele perdia aquele valor, então, desistir do casamento era um prejuízo financeiro
para a família. E comparam isso com o noivado, no qual a desistência gera um prejuízo financeiro para os envolvidos,
o que não deixa de verdade, porque o costume de quando começa o noivado começa-se a comprar o imóvel para
residir no casamento, começar a pagar a festa do casamento, e aí desistir não envolve só a questão moral, tem muita
questão patrimonial que acaba ficando envolvida com isso.
• Essa promessa era conhecida dos romanos pelo nome de sponsalia (esponsais), e, além de
solene, gerava efeitos. Havia uma espécie de sinal ou arras esponsalícias, que o noivo perdia, ou até as pagava em
triplo ou em quádruplo, se desmanchasse o noivado injustificadamente (Gonçalves).
• Inclusive nos casos que já tiveram decisão judicial, eles deferiram o dano material, mas
também deferiam em alguns casos o dano moral, e disseram que ali a forma como houve o rompimento gerou uma
ofensa a honra da pessoa, ex. teve um cara que desistiu do casamento já com a mulher na igreja.
• Obs. a omissa só pode existir com um dever legal, a comissiva não é a ideia de uma violação de
um dever, é praticar um ato ilícito, o dano advém do ato ilícito, de uma conduta, e a conduta que gerou dano foi dizer
para pessoa já dentro da igreja que não iria querer casar, você não tem dever legal de casar, mas a ideia é que essa
conduta foi de certa forma um abuso de direito, você pode desistir do casamento, mas não daquele jeito, você
abusou do seu direito de desistir, porque você estava fazendo aquilo já de uma maneira que estava prejudicando a
outra pessoa, e aí isso causa dano, e é indenizável.
• Ato ilícito, no sentido de que tem nubente que adquire imóvel em conjunto, abandona
emprego, abandona proposta de emprego, se muda para ficar perto do futuro do cônjuge. Isso gera um dano.
• Obs. até no direito contratual, algumas quebras de expectativa de contraparte já são
indenizáveis, imagina esse aqui que não é nenhum contrato totalmente patrimonial. O prof. Acha que não é para ser
indiscriminado, ou seja, todo mundo que noivou merece indenização se for desistir, mas tentando caracterizando
algum tipo desistência que gerou um abalo na imagem da pessoa perante a sociedade, ou então, gerou algum
prejuízo econômico, pode ser indenizado.
• Atualmente sujeito à regra geral do ato ilícito;
• A indenização deve ser ampla e abranger todos os danos advindos do rompimento imotivado
do compromisso, como os decorrentes de despesas de toda ordem, de abandono de emprego ou de suspensão de
estudos por determinação do noivo, de aquisição de bens móveis ou imóveis etc.
• Em caso de ruptura bruscas e imotivadas, pode haver lesão aos direitos de personalidade,
cabendo indenização por dano moral.
• Ex. recusa na igreja. Decisão do TJ: “Essa menina, não resta dúvida, sofreu o que talvez
nenhuma outra noiva terá sofrido: além da perda do noivo, a suprema injúria de uma humilhação pública. O noivo
não seria punido civilmente pela ruptura da promessa, nem em nome de princípios jurídicos aplicáveis aos esponsais,
mas pela humilhação, pelo escândalo infligido e pelo dano moral quando se converte em prejuízos materiais. É direito
seu reconsiderar a escolha da esposa, mas é obrigação fazê-lo de forma discreta, sem ofensa, nem injúria, e com o
mínimo de impiedade. Por agir de modo cruel e abusivo, por isso e não pelo arrependimento, é que deverá pagar”.
Nesse caso não era só um dano material, mas que tinha sim um dano moral. Foi condenado a pagar tanto dano
material como moral.
• Obs. fazendo uma analogia dessa desistência com o parceiro comercial, já teve caso em que o
cara não chegou a assinar um contrato, mas ele já tinha expectativa da parceria e começou a adaptar a loja para um
cara que ia vender produtos, começa a adaptar alguma estrutura para alguém que ele iria alugar, e o judiciário já
disse que só aquela tratativa inicial já gerava um dever decorrente da boa-fé que era um dever de não gerar
expectativa danosa na contraparte, mas antes de eles firmarem o contrato é como se eles já tivesse uma relação
jurídica a ser tutelada, mais frágil, mas ainda assim podia ser tutelada. Eles não estão casados ainda, mas já tinham o
dever de não tomar uma medida como essa que visava levar ao escárnio, humilhação a pessoa.
• Obs. o nubente tem que motivar a sua recusa ou sua desistência. No caso de recusa
desmotivada e brusca geraria a indenização. O problema aqui é a forma como foi feito.

Responsabilidade decorrente da ruptura de concubinato e de união estável:


• No código de 16 tínhamos a figura do concubinato, concubinato era aquela relação que não
era o próprio casamento, e nós não tinha ainda o instituto da união estável, e nós vamos ter agora uma diferenciação
sobre o concubinato, a ideia do concubinato agora é só quando é uma relação que não levar ao casamento, porque o
sujeito já tem uma união estável ou um casamento. Mas já tem decisão judicial do TJ aqui do MA que reconheceu
mais de uma convívio familiar, o cara já era casado, e o TJ reconheceu que mesmo casado, ele conseguia adquirir
uma união estável.
• O concubinato era essa relação conjugal sem ser casamento, não tinha a ideia da união estável,
quando criou a união estável, as relações que nós chamávamos de concubino antigamente, é o que nós chamamos de
união estável, claro que tinha também o concubino impuro, que aquela que era casado, e tinha uma relação paralela,
e nós não chamamos mais agora concubino impuro, e ficou agora concubinado, que é quando eu tenho uma relação
que não pode gerar uma união estável, então, o cara que tem uma união estável não adquire outra, e o cara que é
casada não adquire união estável.
• Concubinato era similar ao que hoje é denominado União Estável. Porém com menos direitos.
• Obs. o concubinato no código de 16 não tinha todos os direitos que a companheira, p. ex., em
relação a divisão de herança, era diferente; tinha direito a alimentos, mas não era herdeiro nos termos que a
companheira é atualmente; não tinha o direito a habitação, que a companheira tem agora, o direito de habitação foi
constituído pelo CC de 2002 que serve tanto para a companheira como a esposa, que é o imóvel que a mulher residia
ou marido, havendo a separação, ele tem direito a residência até mesmo em relação aos outros herdeiros, p. ex., a
companheira morava em um imóvel, esse imóvel era para entrar na colação e ia dividir para os outros filhos do cara,
mas o imóvel que ela morava, enquanto ela tiver viver, ela tem direito de habitação, eles não podem vender, não
podem tirar ela de lá ir. Não tinha no código de 16, criou mais direitos para relações conjugais. E a concubina só tinha
direito material, o que ela participou, e alimentos, fora isso ela não tinha mais direitos.
• Conceito de concubinato: união prolongada daqueles que, embora mantenham vida marital,
não se acham vinculados por matrimônio válido ou putativo. Era união prolongada, que mesmo tento vida em
conjunto, não se achava vinculados por um casamento válido. Concubinato antigo, agora, o concubinato é o cara que
tem relacionamento, e não pode ter união estável, porque ele já tem uma, ou não pode, porque ele já é casado, ou
tem uma união estável anterior. Concubinato AGORA é o sujeito que tem um relacionamento paralelo, esse
relacionamento não pode ser convertido em casamento, ou seja, é quando tem uma relação que não pode ser
convertida em casamento. Ex. o cara que é casado, e ele tem uma outra união permanente.
• E também tinha o casamento putativo, que era o sujeito que tinha uma relação, mas aquela
relação não poderia gerar uma casamento válido, porque tinha um casamento anterior. Esse segundo casamento
com uma pessoa já casada, não é válido, então, esse 2º casamento é um casamento putativo. Putativo é a ideia do
crer, do imaginário, ele imaginava que poderia casar, ele achou que está contraindo um matrimonio válido.
• "Putativo é o casamento nulo contraído de boa-fé por ambos os cônjuges ou por um deles.“
(Orlando Gomes). Termo putativo advém do latim, putativus (imaginário), putare (crer, imaginar)
• Uma outra questão é a possibilidade de indenização por violação de dever inerente ao
casamento: isso também é debatido, e nos EUA eles são tão preocupados com isso, que algumas pessoas botam no
pacto antenupcial que havendo um caso de infidelidade vai ter indenização.
• Se tinha uma visão de que o concubinato não tinha o dever inerente ao casamento, não
deveria ter os deveres que nós entendemos que é dever do casamento, como a fidelidade, dever de solidariedade, de
cuidado, alimentos. União Livre, sem os deveres inerentes ao casamento;
• A união livre difere do casamento sobretudo pela liberdade de descumprir os deveres a este
inerentes. Por isso, a doutrina clássica esclarece que o estado de concubinato pode ser rompido a qualquer instante,
qualquer que seja o tempo de sua duração, sem que ao concubino abandonado assista direito a indenização pelo
simples fato da ruptura.
• Responsabilidade decorrente de “culpa, malícia ou abuso”. Se entendia que era possível a
responsabilidade quando tivesse havido ali uma culpa, uma malícia ou abuso no rompimento desse concubinato, aí
eles criaram uma ideia que era a da sociedade de fato. O judiciário trata as relações de concubinato como sociedade
de fato, então, a indenização seria decorrente da violação daquela sociedade de fato, p. ex., o cara é casado, ele tem
uma casa com a sua mulher, e ele tem a casa com outra pessoa que não poderia ter status de união estável, porque
ele já era casado, e ele comprou essa casa, essa casa está no nome dele, para quando estivesse total prejuízo, se
entendia de que esse patrimônio aqui, que está nessa casa e naquela casa, ele construiu em sociedade de fato com
essa pessoa, então, para não prejudicar que contribuiu com o desenvolvimento desse imóvel, para a valorização, com
o cuidado, essa aqui recebia metade desse imóvel, como se dividisse para uma sociedade de fato, mas ela não
entrava no direito do patrimônio total. A ideia era que o sujeito que construí isso aqui, tinha o esforço comum, então,
deveria ser indenizável. Mas aí no caso de rompimento desse tipo de relação poderia caber indenização se fosse de
forma abusiva.
• Modificação da visão dos julgadores em decorrência da realidade social;
• Lesão à concubina que contribuiu para a construção do patrimônio;
• “A realidade é que o julgador brasileiro passou a compreender que a ruptura de longo
concubinato, de forma unilateral ou por mútuo consentimento, acabava criando uma situação extremamente injusta
para um dos concubinos, porque em alguns casos, por exemplo, os bens amealhados com o esforço comum haviam
sido adquiridos somente em nome do varão.” (Gonçalves)
• Modificações da responsabilidade civil por concubinato e união estável levaram à uma
humanização e garantia de direitos patrimoniais inicialmente;
• Súm. 380, STF: Comprovada a existência de sociedade de fato entre os concubinos, é cabível a
sua dissolução judicial, com a partilha do patrimônio adquirido pelo esforço comum. E essa regra é utilizado quando o
sujeito é casado e tem uma relação paralela, mas já há decisões que diz que as duas têm direitos como se fossem
casamento e uma união estável.
• Para caracterizar esforço comum não é necessário trabalho externo, considerando o cuidado
com o lar contribuição para o esforço comum tinham algumas decisões que diziam que essa mulher na qual ele
mantinha uma relação paralela que tentavam justificar de que essa mulher não deveria receber indenização, porque
ela não trabalhava, e aí depois começaram vir outras decisões que diziam que ela merece indenização, porque ela
não trabalhava externo, mas ela limpava a casa, cuidava dos filhos, lavava a roupa dele, é quase como se fosse uma
indenização pelo trabalho doméstico que a mulher fazia, e aí depois de um tempo os julgamentos começaram a dizer
que não importa se ela não trabalha ou não, de qualquer forma, esse patrimônio que é conjunto, ela tem direito,
independente se ela trabalhava externo ou se contribuía com dinheiro ou não, seria patrimônio conjunto, ela usufruía
aquilo como se fosse dela, não teria mais que comprovar essa esforço comum, o esforço comum era presumido,
quem morou junto, e tinha uma vida em conjunto, presume-se que eles tinham um esforço comum para construir
aquilo
• A constituição garantiu a proteção a companheira no concubinato puro. O concubinato puro
era aquele que podia virar casamento, a constituição passa a instituir a união estável. E temos no art. Art. 226. A
família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. § 3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida
a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em
casamento. O que seria o concubinato puro
• E temos também o concubinato impuro. Mas o concubinato ficou chamado agora só para
quando tem uma relação que impede aquela outra de virar casamento, e utiliza-se a ideia que eles tem uma
sociedade de fato.
• Puro – é o cara que podia casar, mas não casou. Agora não importa mais isso, porque se ele
tem uma relação estável, duradoura, aparente é união estável, não importa se assinou papel ou não. Mas o cara que
já casou no civil, mas ele tem uma outra relação estável, duradora com uma outra pessoa, aí se aplicou para essa
segunda as regras que se aplicava anteriormente para o concubinato.
• “Concubinato puro” ou companheirismo seria a convivência duradoura, como marido e
mulher, sem impedimentos decorrentes de outra união (casos dos solteiros, viúvos, separados judicialmente,
divorciados ou que tiveram o casamento anulado). O cara que adquire uma união estável hoje, anteriormente ele
tinha o concubinato puro, ele podia adquirir o matrimônio, mas ele optava por não adquirir matrimônio.
• A expressão “concubinato” é hoje reservada para designar o relacionamento amoroso com
infração ao dever de fidelidade. (concubinado impuro)
• Com a proteção da união estável e sua caracterização como vinculo familiar, se aplicam as
regras do direito das relações familiares;
• O concubinato (impuro) se manteve nas seara da responsabilidade civil:
• Como o judiciário via as relações concubinárias, e nós vimos que o judiciário até entendia
aquela relação como uma relação civil que tinha uma violação ao direito que ele via como eminentemente
patrimonial, tem uma tendência de tentar trazer essas relações para as relações familiares. Inclusive, o judiciário
entende que o concubinato impuro, a pessoa que tem um casamento e tem uma união estável, que não pode se
perfeccionar exatamente como uma união estável, como um relacionamento durado e paralelo, e o judiciário muitas
vezes ainda trata isso como concubinato, o que se chamava de concubinato impuro, e agora simples concubinato, eu
não tenho, na visão de muitos juristas, eu não teria como ter dois grupos familiares, isso não é condizente com o
nosso direito pátrio possibilitar ter dois núcleos paralelos. Mas fica ressalva, já tem que conteste essa visão, como o
Paulo Iotti, o TJ do MA foi um dos primeiros TJ, em 2014, em considerar duas relações familiares paralelas, uma
decorrente do casamento, e outra decorrente da união estável. A decisão autorizava o cara casado poderia ter uma
união estável ao mesmo tempo, mesmo não separado de fato. Tem muito forte essa tendência de tentar reconhecer
isso como possível juridicamente, a possibilidade da existência de uniões paralelas.
• Obs. a ideia de proteger o casamento era proteger a unidade familiar, eu não permitia ter mais
um casamento.
• Iotti: como não tem vedação expressa dizendo que não pode o casamento e união estável,
posso ter mais de um casamento e união estável.
• Artigo do Lênio: essas uniões paralelas não são condizentes com o ordenamento jurídico ainda.
Um dia pode-se mudar a regra para permitir, mas não tem-se essa permissão. O regime de casamento sempre se
remete a duas pessoas, a constituição falava em homem e mulher, e para quem tiver uma interpretação muito
restrita, literal, não poderia nem ter união de pessoas do mesmo sexo.
• A tutela de relações familiares e semifamiliares- o casamento como tem regime legal, nós
falamos de responsabilidade civil, que vai ser tratada lá no direito de família, com vara especifica, com regramentos
específicos. O cara tem um casamento, e a lei diz que o cara casado pode adquirir uma união estável se houver
separação de fato, cabe união estável se tiver separação de fato, a lei está dizendo que se não tiver separação de
fato, não cabe. Mas muitos entendem que não, que não vedação expressa, que o que importa é afetividade, e que
uma pessoa pode ter mais de um núcleo familiar, é a poliafetividade, e aí se considerar que aquilo é uma relação
familiar, vai do direito civil, e vai cair na seara do direito de família. Se eu considerar que um cara casado pode ter
uma união estável, são dois núcleos familiares.
• Segundo o prof. Tem vários dispositivos legais que dão a indicar que não é possível no nosso
ordenamento jurídico ter mais de um casamento ou mais de uma união estável, como o art. 1723, §1 o (união estável)
e o art. 1521 (impedimentos a casar). O código diz quem é casado não pode adquirir uma união estável, salvo se
estiver separado de fato. O código diz que é união estável, o próprio §1o afasta o impedimento do VI se a pessoa
tiver separada de fato ou judicialmente, então, se ele só exclui nessa hipótese, proíbe no resto.
• “A sociedade de fato mantida com a concubina rege-se pelo Direito das Obrigações e não pelo
de Família. Inexiste impedimento a que o homem casado, além da sociedade conjugal, mantenha outra, de fato ou de
direito, com terceiro. Não há cogitar de pretensa dupla meação. A censurabilidade do adultério não haverá de
conduzir a que se locuplete, com o esforço alheio, exatamente aquele que o pratica” (STJ)
• Discussão atual: possibilidade de famílias paralelas poliafetivas
(http://www.conjur.com.br/2014-ago-05/paulo-iotti-familias-paralelas-poliafetivas-reconhecidas). Contra
(http://www.conjur.com.br/2014-jul-31/senso-incomum-ativismo-justo-legal-lesao-esforco-epistemico-repetitivo)

Responsabilidade civil entre cônjuges:


• A indenização, responsabilidade civil, não se dá mais pelo simples rompimento, até porque a
pessoa pode terminar, ninguém é obrigado a ficar casado. Mas tendo situações como essa que motivaram o
rompimento, como a violência domestica, isso trazendo um dano, pode ensejar a indenização.
• Até 2013 era tratada de responsabilidade civil quando tinha o desfazimento de uma união
homoafetiva, porque lá naquela época o judiciário não tratava essa relação como união estável como vínculo civil de
gerar casamento, porque a constituição e o código civil falava homem e mulher, mas o STF já decidiu nessa ADIN
4277 e na ADPF 132, que a união homoafetiva era possível de gerar a união estável, e depois o CNJ editou uma
resolução dizendo que se podia a união estável, também podia casamento, porque eram equivalentes, então, já não
tem muito mais tutela desse tipo de relacionamento dentro de responsabilidade civil. Até eu não tratar como relação
familiar, a tutela estava em responsabilidade civil, e tentava fazer a dissolução do que eles chamavam que era uma
sociedade de fato, e para dissolver a sociedade de fato, tentaria ver a contribuição que cada um deu, o patrimônio
que foi constituído em junto, para dividir. E agora a união homoafetiva passa a ser tutelada pelo direito de família, e
todas as regras validas do casamento e da união estável valem para essas relações.
• As relações homoafetivas eram tratadas como sociedade de fato; STF julgou a Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADIn) 4.277 e a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 132, e
reconheceu a união homoafetiva como entidade familiar, regida pelas mesmas regras que se aplicam à união estável
dos casais heterossexuais. Hoje, a relação homoafetiva é tratada pelas regras do direto das relações familiares;
• Questão do cônjuge inocente (aquele que não deu causa a separação): não tem mais agora
aquela noção de cônjuge inocente como o cara que sofreu o adultério, tudo isso acabou sendo não condizente mais
com a realidade atual, e nós prezamos mais pela liberdade, então, a indenização não é mais proveniente do mero
rompimento. O cônjuge inocente pode pedir indenização.
• Ela não tem previsão legal expressa, tem-se que utilizar a regra geral de quem comete ato
ilícito gera dano. Mas há algumas limitações do que poderia fazer relação ao cônjuge dentro do direito, p. ex.,
cônjuge não pode pedir o usucapião contra o outro. Durante muito tempo a visão de uma delas era que o cônjuge
não pode exigir reparação do outro, porque era um matrimônio conjunto. E agora mudou, e mesmo que o
rompimento não gere possibilidade de indenização, pode ser que eu tenha uma relação, que era uma relação marital
formalmente, mas que ela tinha ali circunstancias de algum tipo de situação que se caracterize como um ato ilícito, e
aí não é muito incomum o homem aceitar que a mulher vai pedir um divórcio, e praticar uma violência sexual, física,
então, isso dentro do direito de família, na hora lá de pedir o divorcio, cabe reparação civil. Dentro, do divorcio,
mesmo dentro da tutela da relação familiar, cabe a reparação civil, porque esse ato dele é um ato ilícito.
• Dependem de prova do dano, como exemplos, prejuízos materiais ou morais resultantes de
sevícia, de lesão corporal de natureza grave e de difamação.
• Essa possibilidade de indenização na tutela da relação familiar, vai caber responsabilidade civil,
só que vai poder ficar na vara cível, porque o conteúdo se misturou, ficou tanto de relação familiar quanto
patrimonial, de indenização por um ato ilícito, mas se entende que isso vai para uma vara civil.
• Exemplos: dano moral por ato processual é possível, porque não tinha nenhum sentido de
juntar aquelas fotos para o processo, ele estava juntando ali para que as pessoas que olhassem o processo, olharem
aquilo, e prejudicar ela, é uma exposição desnecessária, então, ela poderia pedir na reconvenção pedir indenização;
pode pedir na própria ação, se ela que está pedindo o divórcio; pode pedir em uma ação posterior a essa relação; e
pode ser um relação familiar se entende que seria competente um juiz de família.
• A ação de divórcio a ação de indenização são independentes; podendo ser requerida em
processo autônomo, até mesmo antes da ação de divórcio; É possível pedir a indenização cumulativamente na ação
de divórcio; É possível pedir a indenização em reconvenção; É possível pedir a indenização em ação posterior;
• Juízo de família vai ser sempre o competente.

Responsabilidade civil por dano ecológico ou ambiental:


• O legislador optou por em algumas situações dar mais responsabilidade para as pessoas no
sentido de que elas tinham que tomar mais cuidado, isso foi influenciado pelo que se chama de teoria do risco, a
ideia de que quando eu vou empreender, seja na área ambiental, seja no comércio, ele vai está correndo risco, mas é
o que ficou conhecido como risco proveito, ou seja, ele corre o risco no mercado para ter um proveito econômico, ele
vai ganhar dinheiro com aquilo. E aí, esse cara que tem esse risco proveito, ele tem mais responsabilidade perante a
sociedade, essa maior responsabilidade é porque o estado agora para facilitar no caso de ter gerado um dano, pois
para ter responsabilidade civil tem que ter um ato ilícito, um dano, e um nexo causal. Até pouco tempo, todos iriam
falar da culpa, mas hoje criaram tantas hipóteses de responsabilidade objetiva, que alguns doutrinadores já dizem
que a culpa não é mais um elemento essencial, ela é um elemento acessório em alguns hipóteses.
• Ex. o cara tem uma empresa, e a empresa começa a gerar um passivo ambiental em uma
determinada área, ele tem autorização de usar a água do rio para passar pela fábrica e limpar material, e ele gosta de
jogar a reserva do que ele produziu no rio, e o estado autoriza, mas isso era para ser feito com calculo de um jeito
ambiental para ver o quanto ele pode jogar de dejeto sem prejudicar a balneabilidade do rio. E era muito difícil
provar que aquele empresário tinha agido com algum tipo de culpa. Muito difícil de se provar que uma determinada
empresa em que o cara tem autorização para passar a agua do rio por dentro da fábrica, ele pode jogar dejeto no rio,
e depois morre peixe, e como sabe se ele jogou no nível correto? E a pericia não consegue mostrar que ele jogou no
nível acima do que era permitido, que era mostrar lá que ele foi negligente, ou agiu com culpa. Não é um ato único, é
uma coisa grande que vai gerar um dano por determinado tempo.
• Para o dano ambiental é muito difícil se provar a culpa do agente, porque são ações que vão
se diluir no tempo, vão gerar o resultado muito lá na frente. Então, o legislador optou por este ser responsabilizado
objetivamente.
• Obs. princípio do poluidor pagador: o cara que poluiu que vai ter que pagar. Começamos a
criar internacionalmente, e o Brasil participou disso, regramentos de responsabilidade objetiva, não teria mais que
analisar se houve culpa, se foi intencional, se foi por um erro, se foi por imprudência, imperícia, não se quer saber de
mais nada disso. Se você foi que jogou dejeto no rio, e gerou dano ambiental no rio, você vai pagar.
• Obs (!) – alguns autores vão dizer que essa a primeira hipótese de responsabilidade objetiva no
direito brasileiro. Em 81.
• A legislação ambiental de 81 já disciplinou a separação das esferas de responsabilidade, que
não importa se ele foi já penalizado no âmbito administrativo, mesmo assim vai caber responsabilidade civil, pois as
esferas de responsabilidade são separadas.
Art 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o não
cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela
degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores: § 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades
previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou
reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da
União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos
causados ao meio ambiente.
• Independe das outras esferas de responsabilidade. Ele não só diz que ele é obrigado a pagar,
mas ainda falou lá impendentemente de culpa, para não ter dúvida de que era o elemento que eles queriam retirar
da equação do que seria caracterizadora da responsabilidade civil.
• Agora se tem o entendimento de que se vai ter a responsabilidade objetiva para qualquer tipo
de dano ambiental.
• A questão do dano ambiental, nós demos tanta importância que fomos criando hipóteses de
aplicação diferente, o dano ambiental é tão relevante socialmente que nós fomos levando ela ao extremo de
responsabilidade.
• Carlos roberto Gonçalves é um dos que acharam que teria um certo exagero. Para ele, a
responsabilidade civil para ambiental independe da existência de culpa, porque criou-se a ideia de que ela vem do
risco do empreendimento ambiental, e que bastaria a prova da ação ou omissão do réu, o dano, e a relação de
causalidade, não precisa mais analisar o elemento da culpa, se eu tiver a conduta comissiva ou omissiva, o dano, e o
nexo, vou ser obrigado a reparar. A responsabilidade civil independe, pois, da existência de culpa e se funda na ideia
de que a pessoa que cria o risco deve reparar os danos advindos de seu empreendimento. Basta, portanto, a prova da
ação ou omissão do réu, do dano e da relação de causalidade. (Gonçalves)
• O cara que empreende em uma área que possa causar dano ambiental, eu não importo se o
serviço público autorizou ou não, ele pode ter autorização do IBAMA, secretária do meio ambiente, seguindo o
parâmetro internacional de fiscalização, seguindo o parâmetro de controle, mas ele causar dano, ele vai ser obrigado
indenizar.
• A responsabilidade independe de autorização do poder público para a atividade: “ainda que
haja autorização da autoridade competente, ainda que a emissão esteja dentro dos padrões estabelecidos pelas
normas de segurança, ainda que a indústria tenha tomado todos os cuidados para evitar o dano, se ele ocorreu em
virtude da atividade do poluidor, há o nexo causal que faz nascer o dever de indenizar” (Nelson Nery Jr) não importa
se autorização, se está dentro dos parâmetros que o poder público autorizou, é como se o particular tivesse o dever,
por conta dele ter criado aquele risco, de ter certeza de que aquela atividade não vai gerar nenhum tipo de dano
ambiental. Mesmo que ele siga o regramento do poder público, se entender depois que aquilo gerou dano, ele vai ser
obrigado a pagar da mesma forma. Ele está dentro dos parâmetros que o poder público autorizou não é isenção de
responsabilidade.
• Para a responsabilidade civil por dano ambiental, se o cara tentou empreender naquela área,
ele gerou um risco, e ele é responsável por aquele risco.
• No direito ambiental, a teoria risco proveito é superada pela teoria do risco integral, assim, por
empreender naquela área, você pode integralmente correr risco qualquer dano dali advindo, mesmo que você estava
acanhando que estava fazendo tudo certo, você pode ser obrigado a indenizar. Então, o dano ambiental seria a teoria
do risco integral, mesmo que você achava que você estava fazendo tudo certo, dentro dos parâmetros, se causou um
dano, mesmo assim vai ter que indenizar.
• Legitimidade ativa ampla: Por conta dessa necessidade de tutelar essa relação ambiental, se
ampliou também a legitimidade, então, para relações de responsabilidade civil ambiental se ampliou a legitimidade
para várias instituições. Vai ter legitimidade para pedir a indenização tanto as pessoas que sofreram dano
diretamente, quando o MP, a defensoria pública, e as associações que tenham sido criadas com intuito de proteção
ambiental. Discussão de até onde tinha legitimidade a defensoria, o MP entrou com uma ação para dizer que a
defensoria não tinha prerrogativa constitucional para tutelar dano ambiental, a DF só poderia tutelar o cidadão de
maneira individual, mas grande parte da doutrina entende que mais uma instituição que promova melhor relação
ambiental não seria má ideia, então, a maioria defende que a DF pode fazer, mas o MP diz que não é condizente com
a finalidade constitucional da defensoria ela entrar com essa ação civil pública, ela só poderia tutelar o cara
individualmente.
• Há também uma dificuldade de caracterizar quem causa o dano, além da dificuldade de
analisar como eu causei o dano, se foi intencional ou não. A outra dificuldade do dano ambiental é saber quem
causou o dano.
• Responsabilidade solidária dos causadores do dano: Ex. várias fabricas uma perto da outra, e
todas elas descartando produtos com potencial lesivo. Quem eu mando pagar? Não sendo possível identificar quem é
o responsável pela causa do dano, a responsabilidade será de todos, porque se eu não consigo identificar, ele iria
ficar sem reparação. Nesses casos, se eu não consigo identificação de quem é o poluidor, a legislação, a doutrina e a
jurisprudência defendem que eu poderia exigir de todos, inclusive, o CC no art. 942 diz que ‘’Os bens do responsável
pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de
um autor, todos responderão solidariamente pela reparação’’. O problema é que o dispositivo diz em quem tiver
causado dano, a questão é que aqui eu não sei quem causou o dano, mas mesmo assim a maioria da doutrina vai
dizer que esse dispositivo é aplicado na relação como essa.
• Ex. se eu tenho várias empresas que estavam lançando produtos com potencial lesivo no meio
ambiente, não consigo identificar que um delas jogou um produto especifico que foi esse que levou ao dano
ambiental, todas aquelas que estão naquela atividade, atividade que era de risco, porque gera um passivo ambiental,
se gerou dano, elas todas vão pagar.
• Ex. tinha uma fábrica têxtil na beira do rio, essa fábrica quebrou, e aí veio uma outra empresa
de um outro proprietário, colocou uma outra fábrica têxtil há 1 km, e continua na mesma atividade. O cara começou
agora a praticar a atividade dele, se for constado que aquela atividade anterior gerou um dano ambiental, esse cara é
obrigado a pagar tudo. Se ele continua na atividade que era risco, o principio do poluidor pagador autoriza a
responsabilidade solidária do atual poluidor. O poluidor atual pode ser responsável pelos danos causados no passado,
se ele tiver continuado com a atividade poluidora, ou seja, em caso de continuidade da atividade poluidora.
• Teoria do risco integral, que impossibilita a utilização de excludente como caso fortuito e
força maior: Pela teoria do risco integral, mesmo no casos de força maior e caso fortuito, como p. ex., uma tsunami,
ele vai ter que assumir o prejuízo. A doutrina majoritária entende que a teoria do risco integral obriga o agente a
assumir mesmo no caso de forca maior, p. ex. terremoto que rompe a barragem, e mesmo assim a empresa teria que
pagar a indenização, teria que pagar o dano, não romperia o nexo de causalidade do dano ambiental mesmo que
advindo de força maior. Só é retirado o risco integral se o dano for causado por fato de terceiro, e não dentro da
minha atividade, porque se tivesse dentro da atividade, era responsável.
• Mas não só a população deve pagar esse alto preço pela chegada do progresso. O
poluidor tem também a sua parcela de sacrifício, que é, justamente, a submissão à
teoria do risco integral, subsistindo o dever de indenizar ainda quando o dano seja
oriundo de caso fortuito ou força maior (Nelson Nery Jr)
• Para Gonçalves excludentes devem ser admitidos, uma vez que não afastam eventual
culpa do poluidor, mas afetam o nexo causal, rompendo-o. (Entendimento
minoritário)

Violação do direito a própria imagem:


• Violação do direito a imagem gera dano. Como calcular esse dano? Como caracterizar que
houve o dano? Porque todos também temos o direito de informação, então, como compatibilizar essa ideia de direito
a imagem e a questão da informação?
• Temos a determinação constitucional de que violação a imagem pode gerar dano, a imagem é
protegida constitucionalmente no art. 5, X, e faz parte do patrimônio individual do sujeito, o sujeito tem direito a sua
própria imagem, tem o direito a preservar a sua imagem.
• Indenização pode ser liquidada na execução por profissional do ramo;
• Hipótese de responsabilidade civil decorrente de violação aos direitos da personalidade (arts.
11 a 21, CC/2002).
• Decidiu o Superior Tribunal de Justiça que “o uso de imagem para fins publicitários, sem
autorização, pode caracterizar dano moral se a exposição é feita de forma vexatória, ridícula ou ofensiva ao decoro
da pessoa retratada. A publicação das fotografias depois do prazo contratado e a vinculação em encartes publicitários
e em revistas estrangeiras sem autorização não enseja danos morais, mas danos materiais” (Gonçalves)
• Ninguém pode usar a imagem de outro sem a autorização. E os atores e políticos que vivem da
própria imagem dele sendo divulgada? Quem ganha dinheiro utilizando a sua imagem, precisa da sua imagem sendo
vinculada de uma certa regularidade para ter um rosto conhecido. Eles são figuras públicas. Ex. mas eventos
particulares não poderiam ser fotografados, p. ex. fotografo que tira escondida no casamento de famoso, a não ser
que os famosos vendam o direito para uma revista exclusiva de tirar fotos do casamento, aí nesse caso o STJ
entendeu que se o cara estava rentabilizando a atividade privada, ele estava retirando o caráter privado daquilo.
• Todo mundo tem o direito a imagem, é um direito indisponível, mas pode-se negociar o direito
a imagem esporadicamente, em um determinado momento, para uma determinada imagem. Pode-se negociar e
comercializar o direito de imagem, como no caso da modelo, atriz. Ex. os autores quando interpretam estão
vendendo o direito deles de imagem, junto com aquela atuação, eles vendem a utilização da imagem deles. Mas o
que já aconteceu: um cara vez a novela da globo, então, ele vendeu o direito de imagem dele de ser veiculado na
novela, mas depois de 10 anos, a globo decidiu lançar em DVD, e o cara entrou com a ação, e ganhou, porque o
judiciário entendeu que ele tinha disponibilizado para globo de utilizar da imagem dele por um determinado veículo,
se a globo utilizava para uma outra mídia para veicular a imagem dele, ela tinha que haver uma nova autorização.
• Obs. se entende que figuras públicas em ambientes públicos não teriam o direito a pedir tutela
do direito de imagem. Agora, uma figura privada se ela estiver em uma praia de biquíni, e um cara tirar uma foto tua,
e botar na internet, ela pode pedir indenização. Mas uma pessoa que vive da imagem dela constantemente, não teria
esse direito, é como se o direito a imagem dela ficasse menor, porque ela vende o direito de imagem dela
constantemente, ela vive de remunerar a utilização da imagem dela.
• Obs. já foi decidido em um parecer que pessoas que estejam praticando ilícitos, se a utilização
da imagem dela for para comprovar o ilícito sendo cometido, não teria a proteção do direito a imagem. Na hora que
ela está cometendo aquele ilícito, ela está perdendo o direito dela a imagem, e quem gravar, filmar, pode utilizar
para comprovar aquela ilícito. Cessa o direito a imagem.
• Caráter informativo: se entende que quando é para questão informativa, eu posso usar a
imagem. A utilização da imagem em caráter informativo, de demonstrar o que está ocorrendo, não há o intuito de
violar o direito de imagem de ninguém, mesmo que a pessoa não tenha autorizado.
• Obs. entende-se que eu tenho o direito de gravar áreas públicas, eu não posso é tentar focar
em uma pessoa especifica. Ex. se eu for na praia, e tirar foto da praia com todo mundo, tudo bem, é diferente de eu ir
na praia, olhar uma pessoa especifica em traje de banho, e ficar lá tirando foto dessa pessoa, aí eu posso violar o
direito a imagem dessa pessoa de duas formas, tanto só pela veiculação, quando eu tento receber dinheiro por isso,
que é a questão da exploração comercial não autorizada. O código civil só aceita a presunção tácita de consentimento
em hipóteses bem restritas, p. ex. doação, eu posso entregar o bem, e se ele tiver utilizando, presume-se de que ele
aceitou o bem. Para utilização do direito de imagem, não cabe tácito, então, é preciso do consentimento da pessoa. E
essa manifestação do consentimento não precisa ser necessariamente expressa, escrita, pode ser verbal. A
manifestação do consentimento pode ser de várias formas, não precisa ser um instrumento escrito.
• A exploração comercial de imagem não autorizada gera dano; não se presume autorização
para utilização: a utilização da imagem indevida não autorizada para fins comercial gera dano. Se eu utilizo a imagem
de alguém indevidamente, seja uma violação só para denegrir, seja uma violação para uso comercial, cabe
indenização, o que vai diferenciar é o valor do dano, p. ex., se eu tiro fotos de uma pessoa só para publicar na
internet, e ela se sentir ofendida, ela pode pedir dano moral, agora, no caso de utilização da imagem de forma
comercial, ele pode pedir dano moral, como eventual dano material, que ele tinha de expectativa de ser utilizado
como modelo, tema da publicidade.
• O judiciário e a doutrina entendem que essas regras são mitigadas quando eu tenho uma
publicação de uma figura pública, p. ex., os famosos que vivem da imagem, é como se entende que eles tem menos
direitos de privacidade. Nesse caso, se tiram foto dele dentro de um local privado, como na sua, cabe indenização,
mas se ele vai para um local público, o judiciário entende que aquilo não é violação da imagem, porque ele está em
local público.

Responsabilidade civil na internet:


• O mundo virtual é regido pelas mesmas legislações e regras que nós temos para um mundo
físico. Não teria diferença, inclusive, os tipos penais que são utilizados pelos meios cibernéticos quando utilizados lá
são utilizados de maneira impropria, porque não se tem tipos específicos para isso, quer dizer, não tinha, o primeiro
que criou foi a lei Carolina Dickman, e lá é crime e teria indenização só pela violação da máquina, do sistema
informativo, p. ex., o cara que conseguiu invadiu um computador para roubar imagens, arquivos, só aquilo já é ilícito,
mesmo que ele não utilize, e era uma problema que se tinha antes, porque tinha alguém que invadia o computador,
conseguir a imagem, mas não tinha um tipo penal para penalizar isso, então, se o cara não utilizasse a imagem, ficava
meio de mão atadas, mas hoje só a invasão já é ilícita, mesmo que não se chegue a veicular as imagens.
• Os atos que forem praticados na internet não podem e não devem não serem
responsabilizados.
• Atualmente só a invasão da conta para obtenção de arquivo de alguém, já é crime cibernético,
foi criado pensando na internet. Mas antes se alguém conseguisse a imagens através de um mecanismo desse, seria
enquadrado em estelionato, ou difamação, mas tentam sempre dar um tratamento penal, e a utilização da imagem
iria ter uma responsabilidade civil decorrente do uso da imagem.
• Outra questão que foi já levado para o judiciário: se a infecção por um vírus seria possível a
responsabilidade civil? O problema é provar que houver ali a culpa, mas havendo culpa, quando ela foi voluntária,
cabe responsabilidade civil.
• Havendo ofensa (violação) a intimidade, a vida privada, a honra, e a imagem da pessoa cabe
indenização.
• Havendo ofensa à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das pessoas, podem ser
responsabilizados não somente os autores da ofensa como também os que contribuíram para a sua divulgação.

Responsabilidade por ato ou fato de terceiro:


• A ideia de responsabilidade civil pode para qualquer tipo de dano que foi gerado tendo a
conduta e o nexo causal.

Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua
autoridade e em sua companhia; II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas
condições; III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que
lhes competir, ou em razão dele; IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por
dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; V - os que gratuitamente
houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia.
• O código civil de 2002 trouxe aquelas hipóteses de responsabilidade objetiva, e o maior rol de
responsabilidade objetiva é do art. 932. Rompe com a necessidade de prova da culpa, presente no CC/1916:
• Pela codificação de 16 tinha aquela dificuldade de que para tudo eu tinha que provar a culpa,
inclusive, provar culpa de que o pai para pagar a indenização para o menor, ele teve a negligência no dever de
cuidado do filho, e depois de tudo tempo, o judiciário começou a mudar isso, e se presume culpa para o pai se o filho
causa dano, como aquela ideia de culpa presumida deu errado, o legislador preferiu no código de 22 tratar isso como
responsabilidade objetiva.
• Quando a vítima tinha de provar a culpa ou negligência do responsável indireto.
• A ideia antigamente do CC passado eu tinha que provar a culpa, e agora, eu não preciso mais.
Se tinha o entendimento jurisprudencial de que a culpa poderia ser presumida, o legislador acabou resolvendo isso, e
agora o que nós temos é a responsabilidade objetiva onde presume-se culpa, não precisa mais discutir isso, ou seja,
presumidamente o pai é responsável pelo filho, porque a lei obriga.
• Obs. a segunda hipótese legal de responsabilidade objetiva por ato de terceiro é o empregador
em relação aos atos do empregado. P. ex. empregado da globo causou dano para uma pessoa, mas a globo é
responsável pelo dano, ela pode exigir reparação direta da globo.
• Baseado objetiva, com base no risco: Pais pelo atos do filho; Empregador pela atividades dos
seus empregados; Donos dos hotéis por seus hóspedes;
• Coobrigado, responsabilidade solidária (942, p.ú., CC/2002): Se o agente responsável direto
pelo dano causal, e o terceiro responsável, é responsável porque a lei diz, se o cara tem responsabilidade pessoal, vai
ter responsabilidade solidária, responsabiliza eles dois. Isso não vai acontecer sempre, pode ter responsabilidade por
fato de terceiro quando o 3o que causa o dano não é imputável, ou seja, se o que causa o dano diretamente é
inimputável, a responsabilidade será do responsável legal, mas o inimputável não vai ser devedor solidário, porque
ele não pode ser atacado, salvo se o responsável por ele não tiver capacidade para pagar, e ele estiver.
- Possibilidade de ação de regresso contra o causador.
• Então, nos casos em que o causador direto do dano é imputável, eles são devedores solidários,
e quem paga diretamente pode exigir do outro, então, quem é responsável por ato de terceiro, ele paga o réu, p. o
dono da hospedaria (empregador) que paga a vítima, mas ele pode exigir do funcionário dele o dano em regresso.
• A ideia de trazer um mais responsável não é tirar a responsabilidade do causador direto, pois
ele continua sendo responsável, é só de aumentar a possibilidade de reparação do dano, então, se pede do 3o
responsável, não por deixar de ser responsável o causador direto do dano, mas porque ele tem maior probabilidade
de ter capacidade de reparar. Indicar o coobrigado com maior potencial financeiro.
• Responsabilidade dos pais: Por que dos pais serem responsáveis? A regra seria a ideia da
teoria do risco, e a teoria do risco está ligada a ideia do risco proveito. E os autores divergem sobre essa ideia de os
pais terem risco proveito em relação aos filhos, ter filho se enquadraria em uma atividade que te gera um risco
proveito? Ter filho é um risco, mas depois você vai ter proveito disso? Antes se tinha a ideia da teoria subjetiva, de
que a responsabilidade dos pais decorre do dever deles legal de vigiar os filhos, apesar de ser uma teoria
ultrapassada, ainda tem gente que acha que os pais são responsáveis não por uma ideia de risco proveito, mas por
uma ideia de que a legislação obriga os pais a cuidar do filho, o que se fez só retirar o elemento da culpa, mas ainda
seria um dever subjetivo dos pais de cuidar dos filhos, e cuidar para que os filhos não causem dano.
• Teoria subjetiva: Responsabilidade dos pais decorre de culpa na vigilância, omissão no
dever de vigilância;
• Teoria objetiva: Fundamentada pela teoria do risco

• Nessa ideia de responsabilizar os pais, é necessário que o filho tenha cometido um ato ilícito,
ou seja, os atos dele devem se enquadrar no ato que geraria a responsabilidade civil. Não é qualquer ato do filho que
vai gerar responsabilidade civil, p. ex. se um menor para salvar alguém causar algum tipo de dano para essa mesma
pessoa, não vai gerar responsabilidade civil, a pessoa quer se matar, e você empurra ela para fora da pista, e causa
um arranhão nela, não vai gerar responsabilidade. Para poder responsabilizar terceiro, que a lei diz traz a
responsabilidade de forma objetiva, tem que ter havido um ato ilícito cometido pelo causador do dano direto, então,
se a atitude da criança foi baseada em um estado de necessidade, ou até para afastar um perigo sobre a pessoa, ela
não teria responsabilidade, e não vai ter responsabilidade para o pai.
• Responsabilidade dos pais e a emancipação: a emancipação voluntária não retira a
responsabilidade dos pais, as outras hipóteses sim. Isso não tem previsão legal, foi um entendimento jurisprudencial
que se consolidou de que os pais não poderiam um ato voluntário como beneficio próprio, como o a ideia de não se
beneficiar da sua própria torpeza.
• Filho maior; Ausência de responsabilidade: Se eu tenho um filho MAIOR, não tenho mais a
responsabilidade dos pais, regra. Mas se o filho maior for relativamente incapaz, aí os pais podem voltar a se
responsável, o pai pode ser curador do filho, ou voltar a ser responsável legal no caso de um a pessoa que não tem as
suas faculdades mentais, ou no caso de uma criança que nunca vai ter juridicamente a capacidade plena por conta de
uma patologia psicológica, aí nesses casos, os pais continuam responsáveis. Exceto: Filho maior, mas alienado mental:
a responsabilidade persiste, mantém-se o dever de vigilância; a ideia de um pai ser responsável pelo filho, na
responsabilidade civil, é a incapacidade, e um cara que tem 18 anos é absolutamente capaz.
• Filho de 16 anos e emancipado; responsabilidade solidária entre pai e filho: o filho de 16, e é
emancipado, a responsabilidade seria solidária, e nesse caso, se o pai pagar, ele poderia exigir do filho. Mas tem-se
um debate sobre essa possibilidade do regresso do pai pelo filho: temos a ideia de que se o pai é responsável é
porque o filho seria inimputável, então, ele não teria que pagar nada, mas a jurisprudência criou uma hipótese nova,
em que o filho é responsável, mas eu não tem a responsabilidade do pai, cabe regresso ou não?

Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua
autoridade e em sua companhia; II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas
condições; III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que
lhes competir, ou em razão dele; IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por
dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; V - os que gratuitamente
houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia.
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou,
salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz.

• Qual o problema? Se o meu filho foi emancipado, ele é capaz. O cara que é emancipado é
legalmente capaz, mas a justiça foi e diz, que ele é capaz, mas mesmo assim o pai tem que pagar por ele, mas se o pai
tem que pagar por ele, então, é porque a justiça está dizendo que ele é de alguma maneira ainda incapaz? Porque se
ele for incapaz, não poderia o pai exigir do filho, porque o ascendente não pode pedir do ascendente. Mas se dizer
que ele mantem a capacidade, e mesmo assim o pai pagar, aí caberia o regresso.
• O CC diz assim que quem pagou dano que não causou, pagou, porque a legislação o obriga a
pagar por outra pessoa, eu pode reaver o que for houver pago daquele por quem pagou, regra. SALVO, se o causador
do dano for descendente seu, absoluto ou relativamente incapaz, então, se o pai que pagou um dano que um filho
causou, ele não pode exigir do filho depois que o filho tiver patrimônio. Mas aí surge a duvida: quando o filho for
emancipado, ele é capaz para tudo, a justiça entendeu de que quando a emancipação é voluntária, é como se ela não
fizesse os efeitos dela completos, o pai continua sendo responsável pelo filho, essa responsabilidade do pai advém de
um reconhecimento de uma incapacidade relativa? Se eu digo que essa responsabilidade se mantém por conta de um
incapacidade relativa, eu não poderia cobrar do meu filho. Se eu digo que essa responsabilidade se mantém por
algum outro motivo, poderia cobrar dele, porque ele é capaz, a emancipação gera a capacidade.
• O pai tem que pagar pelo filho, e sempre quando alguém paga por outro pode-se exigir
regresso, menos quando é os ascendentes ao descendentes (os ascendentes não podem cobrar dos descendentes), e
poderia se fazer uma exceção da exceção, que é o ascendente pode cobrar do descendente quando ele mesmo
capaz, o ascendente for responsável por ele?
• Para o filho emancipado com 16, é passivo a ideia de que eu posso responsabilizar qualquer
um dos dois, mas há uma certa controvérsia sobre: o pai pagando o dano que o filho gerou, ele pode exigir regresso
ao filho ou não? Difícil dizer.
• Fora isso, a responsabilidade será exclusivamente do pai, ou exclusivamente do filho, se aquele
não dispuser de meios suficientes para efetuar o pagamento e este puder fazê-lo, sem privar-se do necessário
(responsabilidade subsidiária e mitigada). O pai que não tem capacidade de pagar, é subsidiária. A ideia da subsidiária
é que só transfere quando implementar aquela situação de fato de não ter capacidade. O filho menor que causa dano
para alguém, ele pode vir a ser obrigado a pagar o dano, mas essa responsabilidade só é subsidiária, só se o pai não
tiver capacidade e ele tiver, tem que implementar essa situação fática. A solidária não, eu posso pedir de qualquer
um dos dois. O cara que tem 16 anos, e é emancipado, ele é maior, eu posso pedir dele, então, mas o judiciário
entendeu que isso não isenta os pais, então, posso pedir dos dois, mas não se sabe se pode regresso ou não. Em
regra, responsabilidade solidária, cabe regresso.
- Menores e emancipação: “Se os pais emancipam o filho, voluntariamente, a
emancipação produz todos os efeitos naturais do ato, menos o de isentar os primeiros da
responsabilidade pelos atos ilícitos praticados pelo segundo, consoante proclama a
jurisprudência. Tal não acontece quando a emancipação decorre do casamento ou das
outras causas previstas no art. 5º, parágrafo único, do Código Civil” (Carlos Roberto
Gonçalves)
• Responsabilidade dos tutores e curadores: falecendo os pais, vai decair o poder familiar, mas
os filhos que são menores vão ser postos em tutela.
• Tutela é um instituto que visa a proteção de menor. Curatela é um instituto que visa a
proteção do maior incapaz.
• Falecendo os pais, sendo julgados ausentes ou decaindo do poder familiar, os filhos menores
são postos em tutela (CC, art. 1.728); É nomeado um tutor para o menor;
• Curatela: Pessoas que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário
discernimento para os atos da vida civil; os que, por outra causa duradoura, não puderem exprimir a sua vontade; os
deficientes mentais, os ébrios habituais e os viciados em tóxicos; os excepcionais sem completo desenvolvimento
mental; os pródigos (aquele que não tem capacidade de administrar o patrimônio dele, caminha para falência,
insolvência eminente); o nascituro e o enfermo ou portador de deficiência física (CC, arts. 1.767 e 1.779); nesses
casos vai ser instituído a curatela, e o juiz designa um curador para aquela pessoa.
• É nomeado um curador para o maior incapaz.
• Tutela é um instituto que visa a proteção de menor. Curatela é um instituto que visa a
proteção do maior incapaz.
• A ideia é bem parecido das relações com os pais: se a pessoa é maior, e ela necessita de
internação ou fica sobre cuidados médicos por um longo período de tempo, eu preciso gerir o patrimônio daquela
pessoa, ela não tem como expressar a sua vontade, como assinar um contrato, então, para movimentar o patrimônio
dessa pessoa, se precisa instituir um curador, e ele é quem vai ter a autorização legal para prover esse tipo de ato.
• Nos dois casos, vou instituir uma pessoa que vai gerar o patrimônio, que vai ser o responsável
pela aquela pessoa, que é o incapaz, que não tem mais responsável legal, OU o maior, que não tem mais capacidade
civil.
• Hipóteses que isso pode acontecer: o cara que está internado por questões de saúde ou de
acidente, que não pode mais expressar sua vontade, não tem como gerir o seu patrimônio, então, é preciso colocar
uma pessoa no seu lugar.
Obs. Sendo o maior incapaz pessoa que necessite de internação, deve o curador promover o ato
sob pena de responsabilidade civil pelos atos praticados pelo incapaz. Promovida a internação do
maior incapaz, a responsabilidade passa para a clínica ou instituto responsável pelo cuidado do
indivíduo;
• Responsabilidade dos empregadores ou comitentes pelos atos dos empregados, serviçais e
prepostos:
• obs. o dispositivo legal trata não só de empregado no sentido de vinculo formal, mas até
mesmo o cara que é um preposto, um cara que foi designado para representar, essa designação para representar,
essa imperatividade que uma pessoa tinha sobre o seu preposto gera também responsabilidade pelo ato determina.
A ideia do comitente seria o oposto do preposto, o comitente é aquela que dar ordens ou instruções ao preposto.
• Não precisa ser o cara assalariado, com vínculo formal!! - “Na fixação da exata noção do que
seja a condição de empregado, serviçal ou preposto, a doutrina destaca a subordinação hierárquica, explicada como a
condição de dependência, isto é, a situação daquele que recebe ordens, sob poder ou direção de outrem,
independentemente de ser ou não assalariado” (Gonçalves), então, esse instituto serve mesmo quando o cara não é
funcionário regular, empregado, celetista. Se o cara tem que alguém que age sobre as ordens dele de maneira
regular, formalizado ou não, como é nos casos das cartas de preposição que é uma autorização para representar a
empresa em determinado local, aí você está agindo como preposto, e se causar dano, o seu comitente pode ser
responsável.
• Esse instituto serve tanto para o empregador como para os serviçais ou preposto, que são os
antônimos do comitente, o comitente é aquela que dar ordens, e o serviçal é aquele que tem que segui-las.
• O preposto é aquele que cumpri ordens, mandatos do comitente. Comitente: aquele que tem
o direito de dar ordens e instruções ao preposto;
• Necessidade do vínculo de subordinação: para poder aplicar essa regra não é
necessário um vínculo formal, mas é necessário um vínculo de subordinação. Aquele
que age ou pode agir por vontade própria ele tem que está agindo de maneira
subordinada ao comitente, que é o responsável legal.
• A atividade do preposto deve ser em proveito do comitente: não pode ser qualquer
atividade.
• Não é necessário contrato de trabalho.
• Há a súmula 341 do STF que diz que é presumida a culpa do patrão ou comitente pelo ato
culposo do empregador ou preposto. Então, já presumida a culpa sabendo que ela era difícil de ser provada, se criou
a ideia da culpa presumida.
• A ideia da culpa presumida é uma falha técnica do judiciário, porque culpa presumida é dizer
que ela não existe mais, ou seja, que a responsabilidade objetiva. Então, agora não tem mais a ideia de culpa
presumida, ela não é mais necessária, assim, não cabe o cara provar de que ela não deve culpa. Porque a ideia da
culpa presumida, me possibilitaria provar que ele não teve, qualquer tipo de presunção legal permite contestação.
Agora, o cara não pode mais provar que ele não foi culpado, mas ele sempre vai ser responsável? Gonçalves diz que
para ele ser exonerado da responsabilidade ele teria que comprovar que o causador do dano não é seu empregado
ou pressuposto, ou então de que o dano foi causado no exercício do trabalho que lhe competia, ou em razão dele.
• (*) – o judiciário acabou entendo que o empregador comitente também era responsável
quando aquele que causa o dano direto não agia em proveito deles (do empregador), mas ele só conseguia agir
daquela forma em razão do emprego que ele tinha. Ex. o cara só conseguia fazer aquela fraude, porque ele tinha
acesso ao sistema do banco, aquele acesso era em razão da função dele, então, o banco tinha que se responsabilizar.
A mesma coisa acontece com o cara que usa carro da empresa – ele só tem acesso ao carro em razão do serviço dele,
então, mesmo que não haja proveito, vai ter responsabilidade do comitente. Ex. está com o carro da empresa, que a
empresa disponibiliza, mas o cara não estava agindo em proveito da empresa, a empresa será responsabilizada ser
dali houver um dano. Como ele tem acesso ao carro em razão da função dele, mesmo naquele momento que não
estaria proveito para a empresa, a empresa era responsável.
• A súmula 341 do STF é atualmente prejudicada, superada, por não haver mais a necessidade
de culpa. O código civil de 2002 mudou, trouxe a ideia da responsabilidade objetiva, então, não tem mais que se falar
em culpa presumida.
• O art. 933 deixa claro a ideia de que é independentemente de culpa, ele fala que mesmo que
não haja culpa. Essa é a ideia da responsabilidade objetiva.
• Havendo dolo ou culpa do empregado no ato que gerou dano, vai vir a responsabilidade
objetiva do empregador. A culpa só é necessário para o empregado, se o empregado tiver agindo legalmente, as
vezes um ato legal pode gerar um dano, só não gera o dever de indenizar, então, quem tem responsabilidade objetiva
é o empregador em relação ao empregado, mas para surgir a culpa do empregado a pagar tenho que analisar que
tem culpa pelo evento danoso.
• Três requisitos (hipóteses) para a responsabilidade do empregador: 1) ele ter a qualidade de
empregado, serviçal ou preposto do causador do dano (prova de que o dano foi causado por preposto); 2) existe uma
conduta culposa do serviçal, preposto ou empregado, partindo da ideia de que não tenho uma relação de consumo,
porque se eu tiver uma relação de consumo do empregado com o lesado, aí esse sofre também; 3) ideia de que ele
praticou o dano no exercício da função ou em razão dela.
• Se tiver presente esses 3 requisitos, vai ter responsabilidade do empregado. Mas se for em
relação de consumo, também a ideia de culpa do empregado.
• A responsabilidade do empregador é objetiva pelos atos do empregado. Mas para o
empregado ter causado um dano e ser obrigado a reparar, tenho que analisar se a conduta dele foi culposa.

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