Sei sulla pagina 1di 162

Educação Financeira

1 ) Comoinvestir.com.br

1.1 ) Finanças pessoais pag.1


- Guia de Investimento
*Como começar
*Fluxo de caixa
*Orçamento Familiar
*Meu salário
*Minhas despesas
*Minhas dívidas
- Meu Patrimônio
*Identifique seu patrimônio
*Primeiro passos
*Economizar x investir
*Evolução do patrimônio
- Meu Futuro
*Meus sonhos
*Emergências
*Seguros
- Investimentos
*O que observar
*Porque investir já
*Como escolher
*Como acompanhar
*Palavra-chave pra investir
1.2 ) Fundos pag. 35
- Guia de fundos
*O que é uma cota
*Quanto custa investir
*Tributação
*Carteira de Investimentos
*Regulamentação
*Classe e fundos
*Guia de investidores
- Porque investir em fundos
*Vantagens de investir em fundos
*È mais seguro investir hoje
*Mercado de fundos
- Riscos
*Tipos de riscos
*Como o fundo administra o fundo de crédito
*Não há investimento sem risco
*O que deve ser avaliado
*Perfil de risco
- Como escolher
*Defina seus objetivos
*Avalie as alternativas
*Por dentro dos fundos de investimento
*Gestão ativa ou passiva
*Leia os prospectos
*Os caminhos para investir
- Como acompanhar
*Calcule a rentabilidade
*Indicadores de desempenho
*Escolha seu fundo
1.3 ) Ações pag. 89
- Guia de ações
*Tipos de ações
*Tipos de mercado
*Quanto custa investir
*Regulamentação
*Índices
*Derivativos das ações
*Quem são os acionistas
- Porque investir em ações
*Oportunidades
*Dividendos
*Tag long
- Riscos
*Ações: Investimentos delongo prazo
*Como as ações reagem
*Tipos de riscos
- Como escolher
*Defina seus objetivos
*Sua carteira
*Ações pra você
*Características das ações
*Estilo de gestão
- Como negociar
*Canais
*Bolsa de valores
*Onde obter informações
*Documentos
1.4 ) Debêntures pag. 128

- Guia de debêntures
*Características
*Tipos de debêntures
*Registro da emissão
*Emissão
*Agentes de Emissão
*Tipos de oferta
*Tributação
*Agentes de mercado

- Porque Investir
*Diversificação
*Histórico do debênture
- Riscos
*Avaliação de riscos
*Espécies e garantias
*Marcação e mercado

-Como negociar
*Como resgatar
*Valor Nominal atualizado
*PU( preço unitário )
*Preço de negociação
*BookBuilding

1.1) Finanças Pessoais

Como começar

Identifique onde vai parar seu salário todo o mês. Para isso, faça uma lista com todas as
suas despesas, das maiores até as mais corriqueiras;

Faça uma fotografia detalhada de todas as suas receitas, despesas, dívidas e seus
investimentos;

Junte a família e juntos avaliem os gastos. É fundamental que toda a família participe
dos seus planos financeiros. Desta forma, todos ficarão comprometidos com um mesmo
objetivo;

Faça um orçamento. Ele deve ser simples, incluindo suas receitas e todas suas despesas.
Um orçamento lhe dará exata dimensão de quanto ganha, e principalmente quanto
precisa para realizar seus sonhos.

Agora você tem um panorama perfeito sobre sua vida financeira. O próximo passo é
escolher o caminho de seus investimentos..

Como montar um orçamento pessoal adequado

Quantas vezes você já teve a sensação de que seu dinheiro simplesmente evaporou?

Aquela nota de R$ 50 some de sua carteira e você nem lembra como gastou. A sua
previsão, feita no início do mês, de que teria dinheiro sobrando quando terminasse de
pagar as contas quase sempre se transforma numa peça de ficção.

Estes são alguns sintomas da falta de planejamento financeiro.


Sem planejamento, não há como realizar seus sonhos.
Fluxo de caixa

Fluxo de caixa é uma avaliação (geralmente uma previsão) do comportamento das


receitas e despesas. Por exemplo, para um assalariado existe apenas uma entrada mensal
e dezenas de saídas. A diferença entre estes dois fluxos gera um resultado no final de
mês, que pode ser investido (quando há sobras) ou financiado (quando falta dinheiro
para cobrir as despesas).

Como o extrato bancário que você recebe em casa, o fluxo de caixa informa quanto
dinheiro você tinha disponível no início do mês (quando seu salário foi depositado na
conta) e quais foram todas as saídas da sua conta e depósitos que foram feitos ao longo
do período e, por fim, o saldo atual.

Por que ele é importante

Ter um fluxo de caixa positivo é fundamental para construir um patrimônio. Observe


que se você conseguir investir uma parcela de sua sobra de caixa todo mês já está
formando uma carteira de investimento que poderá se transformar num belo patrimônio
ao longo dos anos.

Se você não controla seu fluxo de caixa corre sério risco. Isso porque um fluxo de caixa
constantemente negativo poderá corroer todo o seu patrimônio, por maior que ele seja.
Assim, é fundamental que você se certifique de que seu fluxo de caixa estará sempre em
equilíbrio e, principalmente, que ele tenha sobras quando há objetivos a serem
perseguidos.

Orçamento familiar

Fazer um orçamento significa, entre outras coisas, avaliar minuciosamente sua situação
financeira, e identificar como andam suas despesas e suas receitas.

Realizar essa tarefa sozinho pode até não ser tão difícil, mas tenha certeza de que se
você contar com a ajuda da família será ainda mais fácil.

É importante que toda a família participe de seus planos financeiros, assim ficarão
unidos em torno dos mesmos objetivos. Não adiantará traçar metas financeiras se sua
família não entender o papel que cada membro tem a cumprir para alcançarem juntos os
resultados esperados.

Chame a família e juntos avaliem os gastos. Dos maiores e mais importantes como
alimentação, moradia e educação dos filhos, aos menores, como a pipoca do cinema e o
cabeleireiro do fim de semana.

Saiba que por melhor que seja sua renda, todos os recursos são finitos. Portanto, sempre
haverá espaço para cortar despesas desnecessárias em favor de um grande objetivo
familiar. Lembre-se que ao dividir a responsabilidade sobre a vida financeira da família,
você estará somando esforços, e multiplicando as possibilidades de sucesso.
Meus filhos

O maior investimento que você pode fazer para seu filho é a educação. Veja, estamos
falando em educação, algo bem mais complexo do que uma escola cara. Neste
complexo mundo, a educação financeira merece ter um espaço.

Os pais se preocupam com a escola, com cursos de línguas, esportes etc. Mas a
educação financeira é sempre deixada de lado. No máximo você encontrará pais que
ensinam seus filhos a guardar dinheiro e formam adultos tão preocupados em
economizar que são incapazes de se permitir uma boa viagem ou ter um jantar em um
bom restaurante porque se sentem culpados.

O sucesso financeiro de uma pessoa não é resultado do quanto ela ganha de salário ou
quanto consegue guardar, mas sim de como ela administra o dinheiro que tem.

Assim, também dê ao seu filho uma boa educação financeira e você vai ver que este
investimento proporcionará resultados mais relevantes para o sucesso dele do que
qualquer poupança ou apartamento que você deixe de herança.

Quando falar sobre dinheiro

O melhor momento para começar a falar sobre dinheiro é agora. Quanto antes seu filho
começar a participar da rotina financeira doméstica, mais rápido o planejamento
financeiro se tornará um hábito.

Tão importante quanto falar com seu filho sobre dinheiro é dar o exemplo. Por isso, veja
primeiro se você mesmo é capaz de incluir o planejamento financeiro em sua rotina e
responda aos questionamentos de seus filhos de forma natural. Mostre a ele como ter as
contas em ordem contribui para toda a família e ele aprenderá a administrar seu próprio
dinheiro com seu exemplo.

Algumas escolas brasileiras já incluem em seu currículo educação financeira, mas esteja
certo de que serão os pais os principais responsáveis pelos ensinamentos financeiros que
levarão seus filhos a tornarem-se adultos financeiramente bem-sucedidos.

Mesada

Não há uma idade específica para começar a dar mesada a seu filho. Os estudiosos
dizem que o melhor indicador é a maturidade emocional do seu filho. Você saberá se ele
está pronto para receber a mesada quando:

• Ele souber a diferenciar as moedas e notas.


• Ele já souber contar, somar e subtrair.
• Ele começar a pedir uma série de coisas quando lhe acompanhar nas compras.

A mesada é uma boa ferramenta para você ensinar seu filho como usar o dinheiro e
como se planejar.

Mas se você é contra dar mesadas, poderá dar a seu filho algumas oportunidades de
ganhar dinheiro ensiná-lo como administrar seu próprio dinheiro.
Aprendendo cedo

Especialistas americanos em educação financeira para crianças sugerem que a mesada


seja proporcional a idade, de US$ 1 para cada ano de vida. Assim, uma criança de 5
anos de idade deve ganhar, segundo esses especialistas, US$ 5.

Mas há quem discorde. Especialistas que são contra essa teoria dizem que o valor da
mesada deve ser determinado por dois fatores:

O que a mesada deverá suprir? lanche na escola? Cinema? Roupas?


A maturidade da criança

Por isso, o ponto de partida deve ser o orçamento de seu filho. Assim como você, ele
deverá começar a fazer seu próprio orçamento, que servirá de parâmetro para você fixar
o valor da mesada.

Mas seja realista!


Não deixe que seu filho inclua no orçamento brinquedos e viagens, por exemplo. Neste
caso, ele deverá fazer esforços de poupança para conquistar esses objetivos

Dinheiro extra

Crianças devem aprender que todos precisam contribuir para o funcionamento da casa,
inclusive elas. Cuidar da casa, por exemplo, é uma responsabilidade de toda a família.
Por isso há deveres e obrigações que vão ajudar muito na formação de seu filho e isto
também faz parte do processo de educação. Vai ajudá-lo, por exemplo, a ter disciplina.

Além disso, você poderá ensinar seu filho a trabalhar caso precise, ou deseje, algum
dinheiro extra. Pequenos afazeres domésticos, que não necessariamente fazem parte da
rotina da casa e que você terá que contratar alguém para fazê-lo, podem perfeitamente
ajudar a seu filho a ter um "dinheiro extra" e de quebra ensinar o valor do trabalho.

O importante é que seu filho seja um adulto que pense primeiro em fazer um trabalho
extra para conseguir dinheiro para cobrir o orçamento do que em fazer um empréstimo.

Para ter um dinheiro extra:

Idade Obrigações * Para ganhar um dinheiro extra*


A partir dos 5 Fazer a cama, ajudar a pôr a Regar as plantas, ajudar a cuidar do
anos de idade mesa. jardim.
A partir dos 7 Todas as anteriores, mais ajudar a Todas as anteriores mais ajudar a dar
anos lavar/secar louças. comida para animais domésticos.
A partir dos 10 Todas as anteriores mais jogar Todas as anteriores mais ajudar a
anos fora o lixo. lavar o carro.
A partir dos 12 Todas as anteriores mais manter Todas as anteriores mais levar o
anos seu próprio quarto arrumado cachorro para passear.
* As duas listas são apenas sugestões e exemplos, você é a pessoa mais indicada para
saber quais os itens devem ser obrigações de seu filho e quais ele poderá receber uma
remuneração.

Objetivos

Alguns psicólogos dizem que o que você realmente precisa ensinar para seus filhos não
é o que fazer com sua vida ou com o seu dinheiro, mas como fazer escolhas, assim ele
poderá tomar centenas de decisões sem a sua supervisão.

Para fazer escolhas corretas ele precisará aprender sobre custo de oportunidade, um
conceito econômico que vai facilitar muito a sua vida. O custo de oportunidade é,
basicamente, o que você abre mão de fazer ou ter por fazer uma determinada escolha.

Na prática significa que ao fazer um consumo hoje, você está abrindo mão de receber
um rendimento futuro por esse dinheiro. Quanto maior a taxa de juro de uma economia
(que se traduz no rendimento do dinheiro aplicado), maior o custo de oportunidade, pois
você poderá ter bem mais dinheiro no futuro.

Para seu filho, o custo de oportunidade da prancha de surf hoje pode ser a viagem ao
Havaí em dois ou três anos.

Por isso, ensine ao seu filho a ter metas e estratégias para alcançá-las. Ensinar a guardar
dinheiro sem objetivos pode se revelar um péssimo negócio.

A educação deles

A educação de seus filhos vai drenar um bom dinheiro de seu bolso. Por isso, o melhor
é se planejar mesmo antes do nascimento deles. O planejamento deixará a tarefa de
financiar os estudos de seus filhos mais simples.

Comece a investir desde cedo, primeiro para pagar a educação fundamental e, quando
eles já estiverem freqüentando o ensino básico se programe para pagar a faculdade.

Os estudos dos seus filhos

Invista Com aplicações Para pagar os


Ensino Economize:
dos: mensais de: estudos dos
Fundamental e 0 aos 7
R$ 480,00 R$ 57.632,67 7 aos 17 anos
médio anos
7 aos 17
Faculdade R$ 239,87 R$ 48.410,37 18 aos 22 anos
anos

Fórmula usada:
Taxa de Juro considerada: 10% ao ano
Período de investimento: 7 e 10 anos respectivamente
Valor aplicação mensal: R$ 480 e R$ 239,87 respectivamente (considerando
capitalização desde a primeira aplicação)
Qual a melhor escola?

Estudos mostram que não existe correlação entre a escola em que o seu filho estuda e o
sucesso dele no mercado de trabalho. Por isso, na hora de matricular seu filho escolha
uma escola cuja mensalidade caiba no seu orçamento.

Muitos pais, no afã de dar o melhor aos seus filhos, escolhem escolas caríssimas
destinadas a um público cuja renda está muito acima da sua. Esses pais cometem três
erros básicos: eles depositam na escola toda responsabilidade pelo sucesso de seu filho,
comprometem o orçamento doméstico para abrigar mensalidades tão altas e, por fim,
enfrentam uma maratona financeira para atender as demandas de consumo do filho que
passa a espelhar seu estilo de vida no de seus colegas muito acima do de seus pais.

Quanto custa a faculdade?

Você poderá ter a sorte de ter um filho que consiga uma vaga numa faculdade pública.
Mas não se engane. As chances são cada vez menores de que isso ocorra. A
concorrência é enorme e, o mais provável, é que seu filho tenha que cursar uma
faculdade paga.

Prepare-se, pois as boas faculdades privadas, e as nem tão boas assim, são caríssimas.
Além disso, dependendo do curso que seu filho for fazer ele não poderá trabalhar
enquanto estiver cursando a faculdade, o que significa que você terá que arcar sozinho
com essa e outras despesas, como alimentação fora de casa (casos de cursos com
horário integral), transporte e material escolar. Livros didáticos para curso superior
costumam ser caros e seus filhos simplesmente não poderão prescindir deles.

Outro ponto importante: se seu filho conseguir um estágio no final do curso certamente
terá uma remuneração pífia, o que significa que você ainda terá que financiar as
despesas dele durante algum tempo.

Meus pais

Seus pais lhe ensinaram muita coisa, pagaram seus estudos e sempre lhe deram uma
mãozinha, para iniciar a carreira ou a construção de seu próprio patrimônio.

Mas vai chegar o dia em que você é que terá que cuidar do bem-estar deles. Por isso,
você terá que se preparar para incluir algumas despesas deles em seu próprio orçamento.
Daí a necessidade de uma conversa franca para que você tenha a real dimensão da
situação financeira de seus pais e se planejar para um possível aumento de suas despesas
futuras. Mesmo que você e eles achem que é cedo demais para esta conversa.

Atenção ao plano de saúde


Quanto antes você checar as coberturas do plano de saúde de seus pais melhor. Mesmo
que eles ainda sejam novos e estejam em boas condições de saúde, vale a pena certificar-
se da qualidade do plano. Quanto mais o tempo passar, mas caro ficará o plano e mais
difícil será de incluir cobertura.
Moram comigo

Levar seus pais para sua casa pode não ser tão ruim quanto parece a princípio se você e
sua família se prepararem para a nova situação. Veja sempre de uma perspectiva
positiva, eles poderão ajudar na educação de seus filhos, poderão ser uma companhia
agradável e ainda ajudar no orçamento doméstico.

Mas essa é uma decisão que deve ser tomada em conjunto, você, sua família e seus pais.
Na maior parte das vezes é o orçamento que vai indicar se esta é a melhor opção.
Se vocês chegarem a conclusão de que eles devem morar junto com a sua família,
avalie, principalmente, se não é melhor planejar a compra de uma casa maior.

Vivem longe

Mesmo morando sozinhos, seus pais vão precisar de sua atenção. Certifique-se de que o
orçamento deles está ajustado e de que a renda será suficiente nos próximos anos.

Lembre-se de que a renda de seus pais pode ficar estacionada por muitos anos
dependendo do tipo de aposentadoria que eles recebem.

Outro ponto relevante: vai chegar o dia em que eles não poderão mais viver sozinhos e
terão que contratar um profissional que passe boa parte do tempo cuidando deles.

Esse profissional poderá ser um enfermeiro ou um empregado doméstico, dependendo


das condições de saúde de seus pais. Esse é um custo que fica cada vez mais relevante
com o passar dos anos.

Meu salário

Como consumidor você está diante de muitas opções para empregar o seu dinheiro.
Saber como manusear o seu salário nada mais é do que fazer as escolhas certas.

Dessa forma, seu salário, seja ele qual for, vai lhe ajudar não apenas a chegar ao fim do
mês com tranqüilidade, mas, principalmente, construir um patrimônio para o futuro.

Os economistas comportamentais, uma nova área da economia, dizem que nós podemos
até querer guardar dinheiro, mas na grande parte dos casos quando estamos com o
dinheiro na mão fraquejamos. Assim, você precisará lidar com o dinheiro de uma
maneira racional e com a certeza de que os cientistas dizem que você não foi
programado para economizar. Portanto, seja racional.

A racionalidade vai lhe ajudar a comprar a casa própria à vista, pagar a escola de seus
filhos sem apertos e levar a família para fazer a viagem dos sonhos. Veja na tabela
como as famílias brasileiras gastam sua renda. Agora compare com suas próprias
despesas. Faça uma lista semelhante e coloque quanto do seu salário vai para cada um
desses itens. Pronto, você já começou a refletir sobre suas despesas e esse será um passo
muito importante no caminho para a construção de seu patrimônio.
Tipos de despesa (%) Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
Alimentação 20,75 27,19 26,79 18,89 19,95 18,09
Habitação 35,50 33,42 32,27 36,67 35,46 35,86
Vestuário 5,68 7,29 6,82 5,13 5,73 5,90
Transporte 18,44 15,70 16,01 18,44 20,65 20,77
Higiene e cuidados pessoais 2,17 3,00 2,95 1,94 1,90 2,13
Assistência à saúde 6,49 4,90 5,98 6,91 6,16 6,40
Educação 4,08 2,30 3,28 4,70 3,47 4,05
Recreação e cultura 2,39 2,17 2,05 2,55 2,31 2,29
Fumo 0,70 0,69 0,58 0,74 0,69 0,66
Serviços pessoais 1,01 0,79 0,95 1,10 0,84 1,10
Despesas diversas 2,79 2,56 2,32 2,93 2,86 2,76

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Pesquisa de


Orçamentos Familiares 2002-2003.

Quanto sobra?

Fazer o salário sobrar no fim do mês é uma arte. Mas não é preciso ser um mago das
finanças para ter sucesso nessa empreitada. O segredo é planejamento.

Uma forma de fazer com que toda a família contribua é estabelecer metas, não de
economia, mas de realização de sonhos. Os seus sonhos e de sua família são os
objetivos de investimento e eles é que devem guiar seus passos de investimento.

Esses objetivos só serão atingidos se houver sobras no fim do mês. Portanto, mãos a
obra. Pedir que sua família economize é uma tarefa bastante árdua, mas pedir que eles o
ajudem a comprar a viagem, o carro novo e a casa de praia, por exemplo, pode ser
muito divertido e todos, de alguma forma, estarão contribuindo para aumentar o
patrimônio da família.

Observe que não é necessário guardar dinheiro demais, apenas o suficiente para que
você conquiste seus objetivos no prazo que você achar razoável.

O salário acabou

Relaxe! Você não está sozinho. Dados do IBGE dão conta de que 85% das famílias
brasileiras têm algum tipo de dificuldade para chegar ao fim do mês com a renda que
recebem.

Observe que, segundo os dados do IBGE, quanto maior a renda menor a dificuldade, um
resultado, a princípio, óbvio. Mas quando analisado no detalhe ainda assim muito
preocupante. Isso porque, mesmo famílias que estão na faixa de renda mais alta do
estudo (acima de R$ 6 mil) têm pouca habilidade para manejar o orçamento.

Veja os números: 53,45% das famílias que ganham mais de R$ 6 mil têm problemas
para chegar ao fim do mês. Desse grupo, 6,66% têm muita dificuldade, 11,95% têm
dificuldade e 36,74% têm alguma dificuldade. Pode-se dizer, sem medo de errar, que
uma renda de R$ 6 mil não faz uma família rica, nem tampouco pobre.
Assim, o grande problema dessas famílias não é falta de dinheiro, mas principalmente
de planejamento financeiro.

O Planejamento financeiro é a melhor resposta para que esse enorme grupo de famílias
que não consegue chegar ao fim do mês com o salário consiga colocar sua vida
financeira em ordem, sem sofrimento. Pois, o planejamento financeiro vai equilibrar
suas receitas e despesas.

Por que isso ocorre?

No corre-corre diário, com horas de trabalho, filhos para educar, cursos para concluir e
tantas metas para atingir, ter disciplina financeira é quase uma fantasia. Isso em
qualquer lugar do mundo. No entanto, os brasileiros conviveram com taxas de inflação
estratosféricas nos anos 80 e início dos anos 90. Com os preços dos bens e serviços
mudando diariamente era praticamente impossível para o brasileiro manter um
orçamento adequado. A taxa de inflação no País chegou a registrar alta nos preços de
até 80% num único mês. Assim, a falta de organização financeira acentuou-se nas
famílias brasileiras.

A estabilidade nos preços foi alcançada com o plano Real, que teve início em junho de
1994. Hoje não só é possível como desejável ter um planejamento financeiro adequado
às suas ambições e receitas. Note que com a inflação sob controle, as taxas de juro reais
(acima da inflação) estão altíssimas no Brasil e proporcionaram ganhos generosos para
aqueles que mantiveram disciplina orçamentária.

Ganhos com taxa de juro em vinte anos*


Uma aplicação de R$ ... Vale hoje ....
100,00 672,75
500,00 3.363,75
5.000,00 33.637,50
10.000,00 67.275,00

*Rendimento nominal, bruto de IR; Taxa do Juro 10% ao ano

Preciso de um aumento?

Imaginar que seu problema é falta de dinheiro é um erro que poderá perpetuar suas
aflições financeiras. Estudos realizados na área da economia comportamental mostram
que as pessoas se adaptam muito rapidamente as mudanças de renda.

Ou seja, um aumento de salário pode resolver seu problema este mês, mas dificilmente
resolverá nos meses subseqüentes. Isso porque você e sua família com uma velocidade
impressionante aumentarão seus gastos na mesma proporção ou até maior do que o seu
novo salário.

Se está faltando dinheiro no fim do mês, considere:


• No primeiro mês que receber um aumento aja como se ele não existisse e guarde
de toda a diferença entre o salário antigo e o novo. Deixe para viver com o novo
salário no mês seguinte.
• Pague sempre a fatura integral do seu cartão de crédito. Por mais que este
procedimento lhe deixe um mês mais apertado, ele vai lhe salvar de cair nas
rédeas dos juros altos.
• Troque o cheque pelo cartão de débito. Você evitará cair na tentação do cheque
pré-datado, este sim um perigo para sua saúde financeira.
• Lembre-se de que cada R$ 5 economizados diariamente tornam-se R$ 1.825,00 a
mais em sua carteira em um ano, sem contar os juros que aumentariam ainda
mais este valor.
• Confira sempre seu orçamento antes de sair às compras e estabeleça um limite de
gastos

• Preste muita atenção nos entretenimentos culturais, como museus, concertos e


cinema. Eles são muito baratos e vão lhe ajudar no trabalho, pois lhe agregam
conhecimento.

Preciso de um empréstimo?

Definitivamente tudo o que você não precisa neste momento são novas dívidas. Veja se
seu salário não está cobrindo seu orçamento, portanto, não será arrumando novas
despesas que você conseguirá se livrar das dificuldades. Esta pode até ser uma solução
momentânea, mas que poderá contribuir muito para criar problemas sérios no futuro.

Muitas pessoas costumam financiar o déficit no orçamento com o cheque especial. Essa
é uma modalidade de financiamento muito cara, criada para socorrer emergências e para
ser liquidada o mais rápido possível. Desta forma, se você precisa de recursos em um
determinado mês, considere as demais possibilidades de empréstimo pessoal na
avaliação da melhor opção de financiamento.

Boa parte das devoluções de cheques ocorre por conta de cheques pré-datados, emitidos
para fazer pagamentos de consumos que não cabem no orçamento e que são postergados
na esperança de uma entrada extra de recursos. Quando a receita esperada não se realiza
você perde o controle do orçamento.

Estique o salário
Há duas formas de esticar o salário: aumentando sua renda ou cortando despesas. Os
analistas asseguram que a segunda opção é a mais inteligente porque vai ajudá-lo a
construir um patrimônio.

Já utilizar o cheque especial para financiar o déficit do seu orçamento é um erro muito
perigoso para sua saúde financeira. Isso porque no mês seguinte a taxa de juro cobrada
pela utilização do limite do cheque especial vai comer uma parcela do seu salário.

Ou seja, seu salário que já era insuficiente para cobrir as despesas ficará ainda menor.
Se mantida essa rotina nos meses seguintes ele ficará cada vez menor até o dia em que
você estará tecnicamente quebrado.

Isso ocorre porque o salário é uma receita recorrente, ou seja, ela cai na sua conta todo
mês. Já com o cheque especial o mecanismo é bastante diferente, embora na prática ele
crie a ilusão de que você esticou o salário.

Todo mês a linha do cheque especial e os juros cobrados sobre ela têm que ser pagos.

Trata-se de uma linha com vencimento em 30 dias. Assim a cada mês seu salário vai
ficando menor e, se em algum momento o banco reduz ou mesmo cancela esta linha
você poderá ficar sem salário naquele mês.

Minhas despesas

A maioria acaba tendo muitas despesas e poucas receitas. Água, luz, telefone,
condomínio, escola dos filhos, supermercado entre outras. E as receitas, muitas vezes,
apenas uma: o salário no fim do mês.

Além disso, todos os dias somos bombardeados com centenas de oferta de produtos.
Natural, portanto, que sejamos motivados a comprar por impulso.

Por isso, é importante que você tenha listado todas as suas despesas, e saiba exatamente
quanto ela representa da sua renda. Esse exercício, apesar de parecer um desafio,
permitirá que assuma o controle de sua vida financeira.

Lembre-se que há dois caminhos para você aumentar seu fluxo de caixa: o primeiro é
aumentar sua renda, o que nem sempre é fácil. E o segundo que, pode ser mais simples
e depende basicamente de disciplina, é reduzir suas despesa

Como ter as contas sob controle

Se você é o tipo de pessoa que não tem o menor controle sobre seus gastos, adote um
procedimento radical para iniciar seu planejamento financeiro: anote diariamente quais
são os seus gastos. Isso mesmo todos os dias tome nota dos bens e serviços que
comprou e quanto pagou por eles.

Ao final de um mês você poderá analisar cada um desses gastos de uma maneira
racional e se preparar para não cometer os mesmos excessos no mês seguinte.
No entanto, se você não chega a ser um consumidor compulsivo, pode fazer uma
revisão semanal ou mesmo mensal de seus gastos. No entanto, é importante observar
que todos os seus gastos devem ser monitorados, só assim você conseguirá enxergar os
exageros que, na maior parte das vezes estão nas pequenas coisas.

Veja no gráfico, com dados coletados pelo IBGE entre as famílias brasileiras, que o
item habitação é o que representa a maior parcela no total das despesas de consumo.

Tipos de despesa de consumo das famílias brasileiras

O que quero

Tudo o que você quer pode ser cuidadosamente planejado e é deste grupo que virão os
recursos para os seus maiores sonhos. Toda vez que você estiver prestes a comprar algo
que você quer pense calmamente sobre o custo de oportunidade.Ter calma e ser racional
fará toda a diferença nessa hora.

Como regra evite qualquer despesa que exija uma decisão rápida. Se você não puder
refletir sobre esse consumo, abra mão dele.

Você quer:

• Uma televisão nova para ver o campeonato de futebol


• Trocar de carro
• Viajar com a família
• Trocar os móveis

O que preciso

Ao contrário do que você quer, o que você precisa não pode ser cortado simplesmente
do orçamento. São consumos que têm que constar rigorosamente em seu orçamento.
Neste caso, você não estará planejando a melhor hora de fazê-lo, mas sim terá que
adequar esses gastos de forma que a sua renda seja suficiente para cobrir essas despesas.

Você precisa:

• Morar
• Comer
• Transporte para o trabalho
• Pagar os impostos como IPVA, IPTU

Reduza as despesas

Para a maioria dos brasileiros, este é o momento mais difícil: organizar as finanças.

Você só vai poder investir, e consequentemente, realizar seus objetivos, se conseguir


uma receita maior que suas despesas.

Neste momento é importante avaliar o que realmente é primordial para você, e,


portanto, que pode ser cortado.

Há dois caminhos para você aumentar seu fluxo de caixa e fazer sobrar algum dinheiro
para investir. O primeiro é aumentar sua renda. E o segundo que, pode ser mais simples
e depende basicamente de disciplina, é reduzir suas despesas.

Se sua renda é maior que sua despesa você terá recursos para investir e realizar seus
planos no futuro. Não faz mal se a quantia for pequena, o importante é a disciplina.

Minhas dívidas

Se você parou nesta área é porque deve estar com algum problema financeiro. Algo
assim como uma fatura impagável no cartão de crédito, um limite estourado no cheque
especial e o medo de encontrar na rua o gerente do banco. Ou seja, você se endividou
um tanto além da conta. Mas o pior é que, desesperado, pode estar prestes a contrair
novas dívidas para pagar as já vencidas.

Pare já. Dívidas impossíveis de pagar não se resolvem com novas. Só se pode sair delas
com uma cuidadosa estratégia para pagar cada uma delas.

Aperte o orçamento, sente-se com seus credores e comece a elaborar uma estratégia
para finalizar uma a uma.

Por que as pessoas têm problemas com dívidas?

• Porque enfrentam problemas inesperados causados por doença, divórcio ou


desemprego.
• Porque não têm controle de seus orçamentos e não se planejam para o futuro.
• Porque não têm noções de planejamento financeiro e acabam fazendo operações
de crédito que comprometem mais de 30% do orçamento.

Curiosidade
Você sabia que nos EUA, mais de 1,4 milhões de indivíduos pediram falência em 2001,
um aumento significativo se comparado ao número de falências pessoais 20 anos antes,
que era de 316 mil.

Quanto devo?

Para começar faça uma lista de todas as suas dívidas. Ao terminar, é possível que o
coração palpite e a mão trema. Mas pode apostar você deu o primeiro passo para
resolver seus problemas.

O pior para quem está endividado é não conhecer a dimensão real do problema. Você
sabe que ele existe porque os credores estão pressionando, mas às vezes sua angústia é
exagerada. É por isso que vale a pena fazer uma relação de todos esses números.

Dívidas que ficam apenas nos nossos pensamentos nos deixam deprimidos, atrapalham
a concentração no trabalho e trazem conflitos à vida em família. No entanto, quando se
começa a lidar com o problema de frente, de uma forma realista, esteja certo de que se
sentirá mais animado, porque, seja qual for a sua situação, você começou a trilhar o
caminho para resolvê-lo.

Como se livrar das dívidas

Depois de listar todas as dívidas, coloque-as em ordem decrescente, da mais cara para a
mais barata. As mais caras são as que você deve atacar primeiro, e não o contrário.

Outra providência importante é fazer um orçamento. De novo, faça uma lista. Coloque
seu salário e outras fontes de renda que tiver, no lado esquerdo, e todas as suas despesas
mensais no lado direito. Esqueça suas dívidas nesse momento. Deixe de fora até as
prestações que você assumiu. Agora, subtraindo o total das despesas do total das
receitas, veja quanto sobrou. Esse é o dinheiro que você tem para pagar todo mês suas
dívidas.

O ideal é que você reserve de 20% a, no máximo, 30% de sua renda mensal para o
pagamento de dívidas. Mais que isso é candidatar-se a ter problemas no futuro, porque
você não conseguirá manter por muito tempo a disciplina dos pagamentos mensais.

Não se preocupe com o tempo que você vai levar para quitar suas dívidas. O
fundamental é interromper o processo de endividamento e começar a liquidar seus
"papagaios". Quem não deve, você sabe, vive melhor.

Se você tem um bem, poderá vender. Um carro, por exemplo. Além da economia com
seguro e taxas como IPVA, você pode abater uma parte de sua dívida.

Vale citar que a venda de algum bem pode ajudar nesse processo (carro, além do $$ há a
economia do IPVA, seguro, etc.)

Quanto custa cada dívida

O custo de uma dívida é a taxa de juro que você paga. Mas se você já está inadimplente,
acrescente neste custo as multas pelo atraso. Quanto antes você conversar com seu
credor melhor. Ao negociar uma forma de pagamento você interrompe o acumulo de
juros e multas que acabam virando uma bola de neve.

O cheque especial costuma ser a dívida mais cara. Um jeito fácil de liquidar esse
problema é fazer uma troca. Peça para cancelar o seu cheque especial e transforme a
dívida num empréstimo pessoal com parcelas mensais fixas. Você vai ver que sai bem
mais em conta. Mas não deixe de cancelar o cheque especial, porque, do contrário,
estará apenas contraindo mais uma dívida.

A quem recorrer

Converse com o gerente de seu banco. Ele poderá lhe ajudar nesse processo. Poderá, por
exemplo, encontrar alternativas de crédito mais barato para que você troque as dívidas
caras por dívidas mais baratas.

É importante ter uma planilha organizada, com todos os custos devidamente calculados
e projeções de pagamento. Seu gerente pode lhe ajudar nesta tarefa.

Para escapar das dívidas, é necessário ter informação (como as que você vai obter aqui),
paciência (se não tem, trate de desenvolver esse atributo) e disciplina (vale a mesma
recomendação do item anterior).

Família: solução ou problema?

Deixe seus parentes e amigos longe de suas dívidas. Pedir dinheiro emprestado a
parentes é um erro comum que, em geral, além de não resolver o problema ainda cria
mais um, o das brigas familiares.

Você deve, contudo, buscar apoio em seus filhos e mulher (ou marido). Este é um
problema de todos. Reúna a família e exponha a real situação. Definam juntos quais os
gastos cortar.

Considere
• Saldar dívidas pode significar perda de capital e quem quer sair do vermelho
deve estar preparado para isso. Enxugar contas e vender bens pode fazer parte do
processo.
• Defina os gastos prioritários. Corte os gastos supérfluos e que não acrescentam
nada aos seus objetivos de equilíbrio financeiro.
• Assim que perceber que terá problemas para continuar pagando uma dívida,
procure imediatamente e diretamente o credor, informando sua situação. Esta
medida evitará que sua dívida cresça muito.
• Mesmo endividado você deve traçar metas: assim que liquidar uma dívida,
comece a poupar para um determinado objetivo.

• Abra mão de uma coisa que deseje muito hoje, com o objetivo de equilibrar suas
finanças e poder adquirir aquilo que quer no futuro.
Meu Patrimônio

Construir um patrimônio não é uma tarefa simples. Há muitas pessoas que chegam a
aposentadoria sem um tostão sequer e precisam viver as custas de favores de filhos e
parentes. Este é seu maior estímulo para você construir um patrimônio, poder chegar a
aposentadoria tendo conquistado sua independência financeira.

A primeira preocupação é formar um patrimônio que esteja a salvo da inflação. Não


adianta nada passar a vida economizando se você deixar que a inflação destrua seu
patrimônio.

Patrimônio Líquido = totalidade de seus bens - compromissos financeiros

Um processo de construção de patrimônio envolve os seguintes passos:


Ser realista
Estabelecer metas
Criar uma estratégia
Ser flexível, seus objetivos podem mudar

Identifique seu patrimônio

Todo e qualquer ativo tem um preço que pode aumentar ou cair ao longo do tempo.
Você precisa estar sempre atento a essas oscilações, mesmo dos ativos de menor
liquidez como os imobiliários.

Por isso, para saber se você está de fato construindo um patrimônio é fundamental fazer
periodicamente um levantamento do valor de todos os seus investimentos, mesmo os
imóveis. Compare então o valor atual com o valor de quando eles foram comprados. Se
forem maiores você está construindo um patrimônio, se forem menores você está
amargando prejuízo e terá que rever suas aplicações.

Faça um levantamento dos ativos e passivos que você tem. Conhecer o seu patrimônio
ajudará a estabelecer seus objetivos ao investir.

Ativo - É o conjunto de bens, valores e créditos que formam o patrimônio de uma


empresa ou de uma pessoa. É tudo que você possui e que pode ser convertido em
dinheiro.

Passivo - É o total das dívidas e obrigações de uma empresa ou de uma pessoa.

Quando analisamos nosso patrimônio, algumas dúvidas acabam surgindo. Veja a seguir
alguns exemplos:

Você considera seu apartamento um ativo?

Sim, um apartamento é um ativo. Ele representa um investimento de seu proprietário.


Entretanto, um imóvel é um ativo de baixa liquidez . Isso significa que para converter
seu valor novamente em dinheiro é necessário um prazo maior de tempo. Se você
decide vender seu apartamento, deve contar com algum tempo para conseguir um
comprador disposto a pagar o valor que deseja.

O que confunde as pessoas é o fato de que a manutenção de um imóvel sempre traz


despesas como condomínio, impostos (IPTU), limpeza etc. Estes gastos são
perfeitamente normais para manter o valor de seu investimento.

E seu carro, você o considera uma reserva financeira?

Sim. Entretanto, um carro é um ativo de média liquidez. Afinal, comparado com a


venda de um imóvel, você deverá levar menos tempo para conseguir um comprador que
aceite o valor que deseja receber, ma mesmo assim poderá levar alguns dias ou
semanas.

Assim como um apartamento, ter um carro significa arcar com algumas despesas na
forma de impostos (IPVA), manutenção, limpeza etc. Além de gerar despesas, o carro é
um bem durável, cujo valor sofre redução gradual ao longo do tempo, ou seja, a taxa de
depreciação é elevada.

É importante observar principalmente se a valorização de todos os seus ativos está


acima das taxas de inflação, um dos principais agentes de corrosão de seu patrimônio.

Primeiros passos

Poucos brasileiros têm o hábito de colocar no papel suas receitas e despesas. Organizar
as contas significa ter real dimensão de sua saúde financeira. Feito isso, você pode ter
uma agradável surpresa, e descobrir que tem mais dinheiro do que pensa, ou tomar um
baita susto com o tamanho da sua dívida.

Sem um planejamento realista fica difícil reservar algo para investir. Portanto, você
deve aprender a organizar sua vida financeira, para descobrir como transformar os
sonhos de hoje em uma realidade futura.

Quantas vezes você já teve a sensação de que seu dinheiro simplesmente evaporou?
Aquela nota de R$ 50,00 some de sua carteira e você nem lembra como gastou.
A sua previsão, feita no início do mês, de que teria dinheiro sobrando quando
terminasse de pagar as contas quase sempre se transforma numa peça de ficção.

Estes são alguns sintomas da falta de planejamento financeiro. Sem planejamento, não
há como realizar seus sonhos.

Como montar um orçamento pessoal adequado

• Identifique onde vai parar seu salário todo o mês. Para isso, faça uma lista com
todas as suas despesas, das maiores até as mais corriqueiras;
• Faça uma fotografia detalhada de todas as suas receitas, despesas, dívidas e seus
investimentos
• Junte a família e juntos avaliem os gastos. É fundamental que toda a família
participe dos seus planos financeiros. Desta forma, todos ficarão comprometidos
com um mesmo objetivo
• Faça um orçamento. Ele deve ser simples, incluindo suas receitas e todas suas
despesas. Um orçamento lhe dará exata dimensão de quanto ganha, e
principalmente quanto precisa para realizar seus sonhos.

Agora você tem um panorama perfeito sobre sua vida financeira. O próximo passo é
escolher o caminho de seus investimentos.

Economizar x investir

Para construir um patrimônio você precisará economizar parte de sua renda. Mas não só
isso. Tão importante quanto economizar é investir seu dinheiro. Caso contrário, seu
esforço de economia não ajudará em muito.

A primeira razão é o poder devastador da inflação no longo prazo. Suas economias


precisam então estar investidas para, pelo menos, manter seu poder de compra ao longo
dos anos.

A segunda razão é que investimentos bem sucedidos acrescentam mais dinheiro as suas
economias. Assim, seu esforço em economizar poderá ser menor, pois as taxas de juro e
ganho de capital ao longo do tempo fazem o restante do trabalho.

Riscos que podem destruir seu patrimônio

Trocar de aplicações apenas com base em dicas e sem planejamento é


Aplicações
um risco. Estudos acadêmicos sugerem que mais de 90% da
financeiras
rentabilidade de uma carteira é estabelecida pela forma como o dinheiro
erradas
está alocado nos diversos mercados.
Investimentos num novo negócio nem sempre são pertinentes. Você
Negócios mal precisa saber quanto do seu patrimônio poderá ser direcionado para este
sucedidos novo empreendimento e qual a taxa de retorno esperada. O ideal é ter
especialistas capazes de avaliar a viabilidade deste novo negócio
A história está cheia de exemplos de fortunas que foram destruídas por
crises financeiras. Movimentos especulativos fortes dominam a
Crises inteligência e o autocontrole dos indivíduos e, em geral, acabam em
Financeiras desastres financeiros. Governantes que gastam mais do que arrecadam
também costumam empurrar seus países para crises de grande
magnitude.
Não despreze o efeito da inflação no longo prazo. Mesmo em
economias com estabilidade monetária, ou seja, taxas de inflação muito
Inflação
baixas, o efeito é devastador no longo prazo se você não tiver a
proteção adequada.
Ainda há muitos casos de milionários brasileiros que morrem sem
deixar qualquer orientação sobe a partilha de seus bens. Em geral este é
Herança
um estopim para a decadência do patrimônio familiar, seja por brigas
entre parentes ou por erros administrativos.
Problemas Podem ter diversos catalisadores, mas em geral ocorrem quando o
societários controlador ou um dos seus sócios morrem.
Divórcio O impacto financeiro do divórcio é sempre relevante. O ganho de escala
que você consegue com o casamento, duas rendas para financiar a
despesa de uma só casa, por exemplo, acaba com o divórcio.

Evolução do patrimônio

Acompanhar a evolução de seu patrimônio não é só contabilizar os ganhos que você


vem acumulando ao longo dos anos. É necessário também que você esteja atento a
possíveis riscos e necessidades que enfrentará no futuro.

O planejamento patrimonial é uma resposta para lidar com suas preocupações em


relação à evolução do seu patrimônio e sua correta defesa. Engloba não apenas
aplicações financeiras, mas também investimentos imobiliários e outros tipos de
investimentos, como participação numa sociedade. Todos esses aspectos devem ser
avaliados periodicamente para que você esteja confortável para enfrentar todos os
possíveis riscos para o seu patrimônio.

Ciclo de vida

Um patrimônio é tão difícil de preservar quanto de criá-lo. Para construir um patrimônio


são necessários anos de trabalho, investimentos bem sucedidos, a administração correta
de uma carreira, de uma empresa ou ambos.

No entanto, problemas societários, familiares, de sucessão, impostos, investimentos mal


sucedidos, são exemplos de agentes de destruição de qualquer patrimônio que podem
levar alguns anos ou apenas meses dada a natureza do evento.

Além disso, em cada fase de sua vida há riscos e demandas que devem ser muito bem
avaliados para não comprometer a solidez de seu patrimônio. Só com o planejamento
financeiro você conseguirá se preparar e se proteger para enfrentar as diferentes
situações ao longo de sua vida.

Os investimentos que você possui em empresas e os que pretende fazer devem ser
devidamente analisados para que você saiba se agregam valor ou se estão corroendo seu
patrimônio.

Com um planejamento financeiro e patrimonial você saberá a hora de vender sua


empresa ou de comprar novas empresas.

Deixar um belo patrimônio de herança pode não ser o caminho mais seguro para garantir
o futuro de sua família, se os herdeiros não tiverem responsabilidade no manuseio do
patrimônio poderão gastar todos os recursos em tempo recorde. Em geral, os principais
problemas que aparecem na hora em que uma família precisa administrar sua herança,
estão relacionados a ausência de planejamento que garante que a distribuição do
patrimônio aos beneficiários seja efetuada de forma rápida e objetiva. Do contrário,
indefinições no controle ou na gestão de bens acarretam riscos à sua integridade. O
impacto financeiro do divórcio poderá assumir proporções que você sequer imagina se
você não contar com estruturas específicas para proteger seu patrimônio Cuidado com os
imóveis com baixa geração de renda.

Meu Futuro
Quem investe com disciplina sabe que não existe sonho impossível de realizar. Comprar
uma casa, barco ou carro só depende de duas coisas: tempo e planejamento.
Não acredita? Então acompanhe esta simulação sobre como uma pessoa pode chegar à
aposentadoria com um milhão de reais no bolso.

Como ter R$ 1 milhão aos 65 anos*


(Considerando um rendimento médio de 10% ao ano acima da inflação)

Se você começar a investir aos 20 anos


Economizando R$ 110,92 por mês, durante todo o período, você terá R$ 1.000.000,00
aos 65 anos.Sem apertos, você será um milionário.

Se você começar a investir aos 30 anos


Economizando R$ 294,22 por mês, durante todo o período, você terá R$ 1.000.000,00
aos 65 anos.

Com organização, será um milionário. Se você começar a investir aos 40 anos


Economizando R$ 810,82 por mês, durante todo o período, você terá R$ 1.000.000,00
aos 65 anos.Com algum esforço, será um milionário.

Mas se você começar a investir só aos 50 anos


Economizando R$ 2.509,76 por mês, durante todo o período, você terá R$ 1.000.000,00
aos 65 anos. Vai ser mais difícil, mas não será impossível ficar milionário.

Agora se você começar a investir aos 60 anos


Economizando R$ 13.061,44 por mês, durante todo o período, você terá R$
1.000.000,00 aos 65 anos.

Portanto, quanto mais cedo você iniciar o hábito de investir, mais próximo você estará
de se tornar um milionário.

Você pode usar a mesma lógica para alcançar muitos outros sonhos.

O que precisa é de organização e disciplina. Por que não sonhar alto?

Viagem pela Europa R$ 7,5 mil


Veleiro R$ 100 mil
Um carro de luxo R$ 50 mil
Um apartamento de 100 m², em frente à praia do Leblon (Rio de Janeiro) R$ 800 mil
Um curso de mestrado no exterior R$ 190 mil

Fórmula Usada:
Taxa de Juros considerada: 10% ao ano
Período de investimento de cada exemplo em anos
Valor aplicação mensal de cada exemplo (considerando capitalização desde a primeira
aplicação)

Meus sonhos
Para cada um de seus objetivos de investimento você precisará de uma estratégia
específica. O melhor é fazer uma programação de investimento separada para cada um
deles. Mas note, esta é uma forma contábil apenas, para que você acompanhe a
evolução de suas aplicações e veja se está conseguindo atingir suas metas.

Na hora de fazer a aplicação reúna todo o montante que for de curto prazo, por exemplo,
e faça uma única aplicação numa aplicação conservadora, como um fundo DI, por
exemplo. Esse procedimento ajudará que você tenha uma economia de custos nas suas
operações.

Minha casa

Comprar a casa própria é um objetivo que você pode incluir entre as metas de longo
prazo, ou seja, acima de cinco anos. No entanto, muita atenção. Você deve ir reduzindo
a parcela de risco conforme for se aproximando a data de você efetivar a compra do
imóvel. De tal forma que, quando faltar apenas um ano para o desembolso, suas
economias devem estar concentradas em aplicações mais conservadoras, como os
fundos DI.

Viajar

Primeiro é necessário que você estabeleça a data em que quer embarcar para saber qual
o prazo que você tem disponível para seus investimentos.

Se pretende embarcar em menos de um ano, não há muito que fazer, terá que concentrar
suas aplicações no curto prazo. Mas observe que, neste caso, você não poderá contar
apenas com os rendimentos para conseguir ter o suficiente para a viagem. Como o prazo
é curto, a maior parte do esforço terá que ser feita por você, ou seja, economizar. vale
citar os pênaltis da tributação.

Mas se a viagem ainda é um sonho distante, então aproveite para tentar engordar suas
economias em mercados de maior risco. Dessa forma, você coloca o seu dinheiro para
trabalhar e em três ou cinco anos, as quantias guardadas poderão render o suficiente
para você levar a família para fazer a viagem dos sonhos.

Fazer uma pós graduação

Antes de começar a investir para financiar sua pós-graduação ou o seu MBA, você
precisará reunir o maior número de informações possíveis sobre a escola e o país que
você quer estudar.

Se você for fazer um MBA no Brasil mesmo, então terá que atentar apenas para o prazo
que você tem para fazer sua aplicação. O prazo já é suficiente para que você estabeleça
uma estratégia, ou seja, veja a melhor diversificação.

No entanto, se você for estudar no exterior, terá que levar em conta outras variáveis,
como:

• A moeda do país em que você quer estudar


• O custo de vida
• Tributação para estrangeiros
• Despesas com transporte / alimentação
• Hospedagem

Emergências

Não se deve diversificar o dinheiro reservado para emergências. Você obrigatoriamente


terá que deixar numa aplicação conservadora, como os fundos DI.

No entanto, observe que com as novas tributações você poderá aplicar esse dinheiro nos
fundos que contam com uma alíquota de IR menor. Dessa forma, se você não precisar
do dinheiro no curto prazo pelo menos fica com uma fatia da parte do Leão.

Seguros

As apólices de seguro vão lhe proteger contra perdas que poderão se transformar numa
catástrofe financeira. Para planejar suas necessidades de seguros pergunte-se:

• O que poderia ser segurado?


• Quanto custaria esse seguro?
• Que tipos de seguros devo ter?

Considere os riscos a que está exposto e como as perdas financeiras vão afetá-lo.
Examine cuidadosamente suas coberturas potenciais da seguinte perspectiva: risco,
custo e benefícios.

Não pague por seguros que você não precisa!

Para você

Na hora em que for contratar apólices você deverá dividir os seguros em três categorias:
aqueles que vão proteger você, os que vão proteger sua família e os que vão proteger
seu patrimônio.

Antes de contratar as apólices que vão lhe proteger, responda:

• O que acontecerá se você for impedido de trabalhar por alguns dias, semanas,
meses ou anos?
• No desempenho de sua profissão você pode ser alvo de demandas judiciais?

Como fica minha família

Suas apólices de seguro têm que conter proteção para cobrir suas despesas caso um
desses riscos ocorra. Há apólices que vão garantir sua renda mensal mesmo se você for
impedido de trabalhar por um período de tempo.

É importante também estar protegido contra demandas judiciais. Analise se sua


profissão pode ser alvo desses processos.
Para sua família

Se você tem filhos vai precisar de um seguro de vida. O Valor da apólice dependerá
muito da idade em que estão os seus filhos. Você deve calcular quantos anos faltam
para que eles se formem e estimar o custo dos estudos até lá. Além disso, precisa prever
em como ficará o padrão de vida de sua família sem a sua renda. Por isso, responda:

• Qual a renda de sua mulher (ou de seu marido)?


• Você deixará algum tipo de pensão?
• Vocês têm algum outro tipo de renda, como aluguel de imóveis?

Para seu patrimônio

Faça uma lista de seus bens e veja quais os que são passíveis de ter uma cobertura de
seguro. Em geral só pensamos em seguro quando compramos um carro. De fato esta é
uma apólice importante.

Mas há outras apólices que protegem seus outros bens e que são bastante em conta.
Imóveis alugados, a casa onde você mora, a casa de praia, enfim todo o seu patrimônio
imóvel deve estar segurado. Trata-se de um custo que deve ser encarado como
investimento e não como despesa.

Mesmo que você ainda não tenha um imóvel próprio e, portanto, more de aluguel, é
importante checar com o proprietário do imóvel se há uma apólice de seguro. Caso
contrário certifique se no contrato há cláusulas que estabeleçam de quem é a
responsabilidade financeira em caso de incêndio no imóvel ou qualquer outro dano que
comprometa sua estrutura.

Investimentos

Uma pessoa de bom senso deve simplesmente ignorar "dicas" para ficar rico da noite
para o dia. Definitivamente as probabilidades estão contra você quando se trata de
ganhar uma bolada ou herdar uma fortuna.

No entanto, a boa notícia é que você pode construir um patrimônio mesmo assim. Para
tanto é necessário ter um plano de investimento.
Investimento não é jogo. Jogo é para especuladores que "apostam" todas as suas
"fichas" numa única "dica" e ficam torcendo dia e noite pelo resultado de suas apostas.

Tudo o que você não precisa para ter sucesso em seus investimentos são apostas, fichas
e dicas. Num processo de investimento não há apostas e nem fichas e dicas, mas sim
objetivos e a melhor carteira (alocação de ativos) para conquistá-los. Afinal,
investimento bem-sucedido é aquele que vai fazer com que você conquiste seus
objetivos.

Não existe o melhor investimento, mas sim o investimento mais adequado para você
atingir seus objetivos.

O que observar
O melhor investimento é aquele que vai deixar você dormir tranqüilo, não colocará em
risco sua saúde financeira e vai financiar todos os seus objetivos.

Mas para encontrar este investimento você precisará primeiro fazer a lição de casa, ou
seja, conhecer a si mesmo como investidor e a seus objetivos. Por isso, antes de
escolher qualquer aplicação certifique-se ...

• Sua tolerância ao risco


• Seu objetivo
• O prazo do investimento

Sua tolerância ao risco

Esta é a melhor forma de você evitar aplicações que vão lhe tirar o sono. Note que em
momentos de crise estar na aplicação correta para seu apetite para risco evitará que você
amargue prejuízos desnecessários.

Geralmente, quanto mais tolerante ao risco você for, maior poderá ser seu potencial de
ganho como de perda em aplicações em renda variável.

Tolerância ao Risco é o montante de risco que você se sente confortável em assumir


quando está selecionando seus investimentos, Em outras palavras, é o quanto você está
disposto a perder para tentar alçar ganhos maiores.

Seu objetivo

Seu objetivo é que deve sempre guiar seus investimentos. Esta é a melhor forma de
você chegar a aplicação correta.

Objetivos de longo prazo podem, conter uma parcela de aplicações de maior risco, pois
elas têm maior potencial de retorno. Este é um cuidado que evitará que suas economias
sejam corroídas pela inflação e ainda ajudará que elas cresçam o suficiente para que
você alcance suas metas.

O tamanho dessa parcela de risco deve ser ponderado por sua tolerância a ele.

Pelo mesmo motivo, investimento de curto prazo não pode contar com aplicações de
alto risco, sob pena de você enfrentar perdas e não ter tempo suficiente para recuperá-
las.

O prazo do investimento

O prazo que você tem para conquistar cada um de seus objetivos, aliado a seu perfil, vai
indicar quanto de sua carteira deverá ser direcionada a aplicações mais arrojadas.

Porque investir já

Quase tão ruim quanto perder dinheiro é olhar para trás e ver o quanto deixamos de
ganhar.
Já parou para pensar quanto você teria se tivesse começado a investir com planejamento
e disciplina no início de sua carreira? Ou se não tivesse sacado aquela reserva que era
para ser de segurança, mas que acabou servindo para pagar a conta do cartão de crédito?

Para não ficar só na imaginação, apresentamos uma simulação que fará você pensar
duas vezes antes de gastar todo o dinheiro do mês, ao invés de guardar um pouco num
investimento.

Imagine que você, com 35 anos, resolve aplicar R$ 2.400 por ano (o equivalente a R$
200,00 por mês) em um fundo de investimento qualquer, com rendimento médio de
10% ao ano.

Quando você estiver com 65 anos, terá uma economia de R$ 434.264,22.

Note que a soma total das suas contribuições anuais , sem qualquer rendimento, seria
de R$ 72.000,00.

Os R$ 362.264,22 representam o rendimento líquido que você teve só por manter seu
dinheiro no fundo trabalhando por você.

Nada mal, não é verdade?

Agora imagine que você tem um amigo da mesma idade que você. Ele é bem mais
organizado e começou a economizar a mesma quantia anual (R$ 2.400) , num fundo
igual ao seu (com rendimento médio de 10% ao ano), só que dez anos antes, aos 25
anos

Aos 35 anos, quando você está começando a investir, a economia do seu amigo já seria
de R$ 42.074,80.

Ele não resgata este dinheiro e decide mantê-lo aplicado além de fazer as novas
aplicações. Aos 65 anos, o saldo do seu amigo prevenido é de R$ 1.168.444,35 .

E olha que ele só aplicou por dez anos a mais que você!

Dá para acreditar?

Sim, dá para acreditar. A moral da história você já conhece: tempo é dinheiro.

Quanto antes você começar a investir, mais fácil será acumular patrimônio.

Além disto, nesta simulação consideramos a inflação do período. Em linhas gerais,


imaginamos um ganho real (líquido) de 10% ao ano, que é a taxa de juros real praticada
nos últimos anos no Brasil. O importante é você perceber quanto o dinheiro pode render
simplesmente por estar investido em um fundo de investimento.

Esse princípio é o que chamamos de "deixar o dinheiro trabalhar por você".

Fórmula usada:
Taxa de Juro considerada: 10% ao ano
Período de investimento: 30 anos
Valor aplicação anual: R$ 2.400,00 (considerando capitalização desde a primeira
aplicação).

Como escolher

Sua principal preocupação hoje é acumular patrimônio?


Ou seu objetivo atual é proteger o patrimônio que você já acumulou?
É importante entender que não existe a melhor opção, e sim a mais adequada as suas
necessidades e expectativas.

Há várias formas de você investir seu dinheiro, comprar um imóvel, aplicar em títulos
de renda fixa ou em ações são alguns exemplos. Um aspecto importante é definir qual a
meta de rentabilidade para a aplicação.

Se sua meta é acumular patrimônio você terá, necessariamente, de buscar aplicações


mais arrojadas. Estes investimentos têm maior potencial de ganho ao longo do tempo, e
consequentemente um maior grau de risco.
Mas, se você quer apenas proteger seu patrimônio, opte por aplicações mais
conservadoras, mas com uma taxa de retorno acima da inflação.

O importante mesmo é que sua decisão seja baseada em seus objetivos, sua tolerância
ao risco a investimentos para arrojados e no seu horizonte de tempo.

Como acompanhar

Há várias formas de você acompanhar o desempenho de seus investimentos. Todos os


dias é possível encontrar, nos principais jornais do país, informações sobre os fundos da
indústria. Valor da cota, rentabilidade diária e mensal, patrimônio líquido, entre outras,
são informações facilmente acessáveis a todos os investidores.

Além destas informações comuns à todo investidor é preciso acompanhar sempre o


desempenho de seus investimentos especificamente, e avaliar periodicamente se ainda
estão de acordo com seus objetivos, estabelecidos na época da sua aplicação inicial.

Assim como tudo na vida, seus objetivos estão em constate evolução, seja por uma
mudança repentina de planos, ocorrida por uma doença na família ou a perda do
emprego, por exemplo, como também uma mudança em seus projetos pessoais (o carro
novo do passado pode ter se transformado na viagem de volta ao mundo do próximo
ano). Com os investimentos a coisa não é diferente.

Deste modo, fique sempre de olho nas suas economias. Não é necessário, é claro, tomar
decisões baseadas em movimentos pontuais de mercado, mas não deixe de fazer
sistematicamente uma avaliação de seus investimentos e adequá-los a fase da vida em
que se encontra, e ao que pretende para seu futuro.

Palavra-chave para investir

Todos sempre esperam uma única e mágica resposta na hora de investir: onde investir
para ganhar mais sem correr um grande risco.
Essa relação não existe. Todo o investimento embute certo grau de risco e quanto maior
o retorno almejado maior deve ser o risco assumido. Portanto, a palavra-chave para
investir é a INFORMAÇÃO. Não existe "almoço de graça", como se diz no mercado.

Quanto mais você souber sobre os investimentos disponíveis, mais confortável estará
para tomar decisões sobre seu dinheiro.

Ao investir em um fundo, por exemplo, é preciso ler atentamente o prospecto e o seu


regulamento, além de entender no detalhe sua política de investimentos e os riscos
embutidos. Já para investir em ações é necessário ler a respeito da empresa que deseja
se tornar sócio, avaliar o mercado no qual está inserida e suas perspectivas de longo
prazo.

Tanto em um investimento como no outro, você conta sempre com profissionais


altamente preparados para lhe orientar da melhor forma. Mas lembre-se que você é o
principal responsável por suas decisões e pelo rumo de seu dinheiro.

Então lhe cabe a tarefa de entender seus objetivos, sua tolerância ao risco para daí tomar
a decisão sobre o produto que mais atende a suas necessidades.

Cuidados com a inflação

Inflação é a variação dos preços de bens e serviços consumidos que acaba por corroer o
poder aquisitivo de uma moeda. Na prática significa que seu dinheiro passa a valer
menos, ou seja, a mesma quantidade de dinheiro compra uma quantidade menor de
produtos.

O Brasil, na década de 80 e início dos anos 90 exibiu taxas de inflação altíssimas, que
chegavam a ultrapassar dos 80% ao mês. Ou seja, num único mês um produto poderia
quase dobrar de preço.

Mas desde meados de 1994, com o início do Plano Real, o Brasil tem trilhado o
caminho de uma relativa estabilização econômica e passou a conviver com taxas de
inflação bem mais razoáveis.

No entanto, mesmo uma taxa de inflação modesta poderá comprometer o poder de


compra de suas economias no longo prazo. Só para se ter uma idéia, uma taxa de
inflação de 5% ao ano resulta em 100% de inflação em 14 anos.
Por isso, sua carteira de investimento precisa ter uma valorização maior do que a
inflação para proteger suas economias.

Curiosidade

Segundo essa regra, se você dividir 72 pela taxa anual de inflação, encontrará o número
de anos em que os preços atuais terão dobrado de valor. Por exemplo, se a inflação é de
4%, então divida 72 por 4. O resultado 18, é o número de anos em que os preços terão
dobrado com esta inflação anual.

Fique de olho no ganho real


Para saber se a rentabilidade de sua carteira de investimento está, ao menos, protegendo
suas economias da inflação, é necessário calcular o ganho real de suas aplicações. Você
deverá primeiro escolher um índice de inflação (os três mais utilizados estão na tabela
abaixo) e fazer uma conta simples que é extrair do seu ganho nominal a taxa de
inflação acumulada no período.

Rentabilidade real = Rentabilidade nominal (j) dividida pela taxa de inflação (i)

Acompanhe abaixo um exemplo hipotético do cálculo de rentabilidade real:

j em 1 ano = 10% a.a.

i em 1 ano = 5% a.a.

Rentabilidade Real = (((j/100+1) / (i/100+1)) - 1) x 100)

Rentabilidade Real = (((10/100+1) / (5/100+1)) - 1) x 100

= ((1,10) / (1,05) - 1) x 100

= (1,0476 - 1) x 100

= 4,76%a.a.

Índices de Inflação
Calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística), o índice mede a variação dos preços no comércio
para o consumidor final. É considerado o índice oficial de
Índice de Preço
inflação do Brasil. O Banco Central utiliza o IPCA para traçar o
IPCA ao Consumidor
sistema de metas para a inflação do Pais. Ele mede o custo de
Amplo
vida de famílias com renda entre 1 a 40 salários mínimos nas
regiões metropolitanas das capitais brasileiras e é medido entre
os dias 01 e 30 de cada mês.
Calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), ele registra a
inflação de preços desde matérias-primas agrícolas e industriais
até bens e serviços finais. Ele abrange toda a população, sem
distinção por faixa de renda. O IGP é formado pela média de três
índices: IPA (Índice de Preços por Atacado, com peso de 60%);
Índice Geral de
IPC (Índice de Preços ao Consumidor, peso de 30%); e INCC
IGP Preços -
(Índice Nacional de Custos da Construção, peso de 10%). Os
Mercado
Índices Gerais de Preços da FGV apresentam-se em três versões:
IGP-DI, IGP-10 e IGP-M. A diferença entre eles é o período de
coleta. O IGP-M é voltado predominantemente à comunidade
financeira e, também, é muito usado para reajuste de energia
elétrica e contratos de aluguéis.
IPC- Índice de Preços Calculado pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas
Fipe ao Consumidor Econômicas), ele mede a inflação no município de S&a tilde;o
da Fipe Paulo. É calculado medindo-se o mês cheio, de 01 a 30 ou 31, de
maneira quadrissemanal. São consideradas as variações de
preços de produtos e serviços definidos por uma Pesquisa de
Orçamentos Familiares (POF), que indica o que cada família
gasta em média e quais itens são de maior relevância. Sete
grupos de análise são utilizados, tais como: habitação (32,79%),
alimentação (22,73%), transportes (16,03%), despesas pessoais
(12,30%, com itens como fumo, bebidas, recreação e artigos de
higiene e beleza), saúde (7,08%), vestuário (5,29%) e educação
(3,78%). O indicador reflete o custo de vida de famílias com
renda mensal de 1 a 20 salários mínimos.

Para saber mais sobre os índices inflacionários, você pode consultar os sites
www.ibge.gov.br, www.fgv.br e www.fipe.org.br

O leão pode ser um aliado

A nova tributação das aplicações financeiras exige que você pense sobre seus
investimentos como nunca antes havia feito, sob pena de perder um bom dinheiro
mesmo em aplicações tradicionais e conservadoras.
Antes de escolher a aplicação você tem obrigatoriamente de saber qual será o destino
daquele dinheiro. Caso contrário amargará perdas, e não são poucas.
O governo promoveu uma ampla mudança na tributação das aplicações financeiras,
privilegiando as aplicações de longo prazo e penalizando fortemente as de curto prazo.
Saber interpretar corretamente essas mudanças vai lhe ajudar a aproveitar melhor as
oportunidades de ganhos e evitar perdas desnecessárias.

Diversifique sempre

Diversificação geralmente é o melhor caminho para que investidores consigam diluir o


risco de sua carteira de investimento. A diversificação é, portanto, uma estratégia de
investimento e estudos comprovam que é uma das estratégias com melhores resultados
historicamente.
Com a diversificação você consegue suportar perdas em algumas aplicações porque
estará ganhando em outra ponta. Para tanto, contudo, é necessário que você invista em
mercados que tenham uma correlação negativa, ou seja, reagem de maneira oposta a
determinados eventos da economia.

Ações (Ibovespa) Taxa de Juro (CDI) Dólar


2000 -10,7% 17,3% 9,3%
2001 -11% 17,3% 18,7%
2002 -17% 19,1% 52,3%
2003 97,3% 23,2% -18,2%
2004 17,8% 16,2% -8,13%
2005 27,71% 19% -11,82%
2006 32,93% 15,02% -8,66%
2007 43,65% 11,82% -17,15%

Fonte: Anbid
1.2 ) Fundos

Classes de fundos

Atualmente você tem a disposição milhares de fundos de investimento no mercado


brasileiro. Cada fundo possui política de investimento e composição de carteira que
variam das mais conservadoras as mais arrojadas.

Para que fosse possível comparar seus investimentos de forma mais homogênea, a
CVM - Comissão de Valores Mobiliários dividiu os fundos da indústria em sete grandes
classes, considerando para tanto, a composição de sua carteira. Essa iniciativa
possibilitou ao investidor, uma visão mais uniforme sobre os tipos de fundos de
investimento disponíveis no mercado.

Para facilitar ainda mais o entendimento do investidor e a comparação entre produtos


similares, a ANBID, subdividiu ainda os fundos em Tipos de Fundos, que leva em conta
não só a sua política de investimento, mas também os fatores de risco, detalhando desta
forma, ainda mais as características de uma determinada carteira.

Se você entender bem o que significa cada uma dessas classificações, vai conseguir
tomar suas decisões de investimento com maior segurança.

Classificação Anbid

I. FUNDOS DE INVESTIMENTO

• Fundos Curto Prazo


- Curto Prazo
- Aplicação Automática
• Referenciado
- Referenciado DI
- Referenciado Outros
• Renda Fixa
- Renda Fixa
- Renda Fixa Médio e Alto Risco
- Renda Fixa com Alavancagem
• Multimercado
- Long and Short – Direcional
- Long and Short – Neutro
- Multimercados Macro
- Multimercados Trading
- Multimercados Multiestrategia
- Multimercados Multigestor
- Multimercados Juros e Moeda
- Multimercados Estrategia Especifica
- Balanceado
- Capital Protegido
• Investimento no Exterior
- Investimento no Exterior
• Ações
- Ações IBOVESPA Indexado
- Ações IBOVESPA Ativo
- Ações IBOVESPA Ativo com Alavancagem
- Ações IBRX Indexado
- Ações IBRX Ativo
- Ações IBRX Ativo com Alavancagem
- Ações Setoriais Telecomunicações
- Ações Setoriais Energia
- Ações Setoriais Livre
- Ações Setoriais Privatização Petrobras - FGTS
- Ações Setoriais Privatização Petrobrás - Recursos Próprios
- Ações Setoriais Privatização Vale - FGTS
- Ações Setoriais Privatização Vale - Recursos Próprios
- Ações Privatização FGTS - Livre
- Ações Small Caps
- Ações Dividendos
- Ações Sustentabilidade / Governança
- Ações Livre
- Ações Livres com Alavancagem
- Fundo Fechado de Ações
• Cambial
- Cambial Dólar sem Alavancagem
- Cambial Euro sem Alavancagem

II. Fundos de Previdência

III. Fundos Off Shore

IV. Fundos de Investimento em Direitos Creditórios

V. Fundos de Investimento Imobiliário

VI. Fundos de Índice

VII. Fundos de Participações

I - FUNDOS DE INVESTIMENTO:
São os Fundos regulamentados pela Instrução CVM 409/2004(1)
Estes Fundos podem realizar aplicações em ativos financeiros negociados no exterior,
desde que as respectivas características e fatores de risco de cada tipo ANBID sejam
respeitados.

1. FUNDOS CURTO PRAZO:


1.1 Curto Prazo:
Busca retorno através de investimentos em títulos indexados à CDI/Selic ou em papéis
prefixados, desde que indexados e/ou sintetizados para CDI/Selic; de emissão do
Tesouro Nacional (TN) e/ou do BACEN; com prazo máximo a decorrer de 375 dias e
prazo médio da carteira de, no máx imo, 60 dias. É permitida,
também, a realização de Operações Compromissadas, desde que: sejam indexadas à
CDI/Selic; lastreadas em títulos do TN ou do BACEN e com contraparte classificada
como baixo risco de crédito. No caso específico da contraparte ser o BACEN é
permitida a operação prefixada com prazo máximo de 7 dias, desde que corresponda a
períodos de feriados prolongados; ou de 60 dias, desde que indexada à CDI/Selic.

1.2 Aplicação Automática:


Busca retorno através de investimentos em títulos indexados à CDI/Selic ou em papéis
prefixados, desde que indexados e/ou sintetizados para CDI/Selic; de emissão do
Tesouro Nacional (TN) e/ou do BACEN; com prazo máximo a decorrer de 375 dias e
prazo médio da carteira de, no máximo, 60 dias. É permitida,
também, a realização de Operações Compromissadas, desde que: sejam indexadas à
CDI/Selic; lastreadas em títulos do TN ou do BACEN e com contraparte classificada
como baixo risco de crédito. No caso específico da contraparte ser o BACEN é
permitida a operação prefixada com prazo máximo de 7 dias, desde que corresponda a
períodos de feriados prolongados; ou de 60 dias, desde que indexada à CDI/Selic.
Adicionalmente estes fundos mantém obrigatoriamente aplicação e resgate automáticos
de forma a remunerar saldo remanescente em conta corrente.

2. FUNDOS REFERENCIADOS:

2.1 Referenciados DI:


Fundos que objetivam investir, no mínimo, 95% do valor de sua carteira em títulos ou
operações que busquem acompanhar as variações do CDI ou SELIC, estando também
sujeitos às oscilações decorrentes do ágio/deságio dos títulos em relação a estes
parâmetros de referência. O montante não aplicado em
operações que busquem acompanhar as variações destes parâmetros de referência,
devem ser aplicados somente em operações permitidas para os Fundos Curto Prazo.
Estes fundos seguem as disposições do artigo 94 da Instrução CVM 409(2).

2.2 Referenciados Outros:


Fundos que objetivam investir, no mínimo, 95% do valor de sua carteira em títulos ou
operações que busquem acompanhar as variações de um parâmetro de referência
diferente daqueles definidos no item 2.1 acima, estando também sujeitos às oscilações
decorrentes do ágio/deságio dos títulos em relação ao seu
parâmetro de referência. O montante não aplicado em operações que busquem
acompanhar as variações do parâmetro de referência, devem ser aplicados somente em
operações permitidas para os Fundos Curto Prazo. Estes fundos seguem as disposições
do artigo 94 da Instrução CVM 409. Nesta categoria não são permitidos os parâmetros
de referência moedas estrangeiras ou mercado acionário.

3. FUNDOS DE RENDA FIXA:

3.1 Renda Fixa:


Busca retorno por meio de investimentos em ativos de renda fixa (sendo aceitos títulos
sintetizados através do uso de derivativos), admitindo-se estratégias que impliquem em
risco de jur os do mercado doméstico e risco de índice de preço. Excluem-se estratégias
que impliquem em risco de moeda estrangeira ou de renda variável (ações, etc.). Devem
manter, no mínimo, 80% de sua carteira em títulos públicos federais ou ativos com
baixo risco de crédito. Admitem alavancagem(3).

3.2 Renda Fixa Médio e Alto Risco:


Busca retorno por meio de investimentos em ativos de renda fixa, podendo manter mais
de 20% em títulos de médio e alto risco de crédito (sendo aceitos títulos sintetizados
através do uso de derivativos), incluindos e estratégias que impliquem em risco de juros
do mercado doméstico e risco de índices de preços.
Excluem-se estratégias que impliquem em risco de moeda estrangeira ou de renda
variável (ações, etc.). Admitem alavancagem(3).

3.3. Renda Fixa Com Alavancagem:


Busca retorno por meio de investimentos em ativos de renda fixa de qualquer espectro
de risco de crédito (sendo aceitos títulos sintetizados através do uso de derivativos),
incluindo-se estratégias que impliquem em risco de juros do mercado doméstico e risco
de índices de preço. Excluem-se, porém, investimentos
que impliquem em risco de oscilações de moeda estrangeira e de renda variável (ações,
etc.). Estes fundos podem, inclusive, realizar operações que impliquem em
alavancagem(3) do patrimônio.

4. FUNDOS CAMBIAIS:

4.1. Cambial Dólar sem Alavancagem


São fundos que aplicam pelo menos 80% de sua carteira em ativos (de qualquer
espectro de risco de crédito) relacionados diretamente, ou sintetizados via derivativos, à
moeda norte-americana. O montante não aplicado em ativos r elacionados direta ou
indiretamente ao dólar deve ser aplicado somente em títulos e operações de Renda Fixa
(pré ou pós fixadas a CDI/ SELIC). Não admitem alavancagem(3).

4.2 Cambial Euro Sem Alavancagem


São fundos que aplicam pelo menos 80% de sua carteira em ativos - de qualquer
espectro de risco de crédito - relacionados diretamente, ou sintetizados via derivativos, à
moeda européia. O montante não aplicado em ativos relacionados direta ou
indiretamente ao euro deve ser aplicado somente em títulos e
operações de Renda Fixa (pré ou pós fixadas a CDI/ SELIC). Não admitem
alavancagem(3).

5. FUNDOS MULTIMERCADOS:
A classificação dos Fundos Multimercados baseia-se nas estratégias adotadas pelos
gestores para atingir os objetivos dos fundos, que devem prevalecer sobre os
instrumentos utilizados.

5.1. Multimercados Macro


Fundos que realizam operações em diversas classes de ativos (renda fixa, renda
variável, câmbio, etc.) definindo as estratégias de investimento baseadas em cenários
macroeconômicos de médio e longo prazo, atuando de forma direcional. Admitem
alavancagem³.
5.2. Multimercados Trading
Fundos que concentram as estratégias de investimento em diferentes mercados ou
classes de ativos, explorando oportunidades de ganhos originados por movimentos
de curto prazo nos preços dos ativos. Admitem alavancagem³.

5.3. Multimercados Multiestratégia


Fundos que podem adotar mais de uma estratégia de investimento, sem o
compromisso declarado de se dedicarem a uma em particular. Admitem
alavancagem³.

5.4. Multimercados Multigestor


Fundos que têm por objetivo investir em mais de um fundo geridos por gestores
distintos. A principal competência envolvida consiste no proces so de seleção de
gestores.
Admitem alavancagem³.

5.5. Multimercados Juros e Moedas


Fundos que buscam retorno no longo prazo através de investimentos em ativos de
renda fixa, admitindo-se estratégias que impliquem em risco de juros do mercado
doméstico, risco de índice de preço e risco de moeda estrangeira. Excluem-se
estratégias que impliquem em risco de renda variável (ações, etc.). Admitem
alavancagem³.

5.6. Multimercados Estratégia Específica


Fundos que adotam estratégia de investimento que implique em riscos específicos,
tais como commodities, futuro de índice. Admitem alavancagem³.

5.7. Long and Short - Neutro


Fundos que fazem operações de ativos e derivativos ligados ao mercado de renda
variável, montando posições compradas e vendidas, com o objetivo de manterem a
exposição neutra ao risco do mercado acionário. Os recursos remanescentes em
caixa devem ficar investidos em operações permitidas ao tipo Referenciado DI.
Admitem alavancagem³.

5.8. Long and Short - Direcional


Fundos que fazem operações de ativos e derivativos ligados ao mercado de renda
variável, montando posições compradas e vendidas. O resultado deve ser
proveniente, preponderantemente, da diferença entre essas posições. Os recursos
remanescentes em caixa devem ficar investidos em operações permitidas ao tipo
Referenciado DI. Admitem alavancagem³.

5.9. Balanceados
Fundos que buscam retorno no longo prazo através de investimento em diversas
classes de ativos (renda fixa, ações, câmbio, etc.). Estes fundos utilizam uma
estratégia de investimento diversificada e, deslocamentos táticos entre as classes de
ativos ou estratégia explícita de rebalanceamento de curto prazo. Estes fundos
devem ter explicitado o mix de ativos (percentual de cada classe de ativo) com o
qual devem ser comparados (asset allocation benchmark). Sendo assim, esses
fundos não podem ser comparados a indicador de desempenho que reflita apenas
uma classe de ativos (por exemplo: 100% CDI). Não admitem alavancagem³.

5.10. Capital Protegido


Fundos que buscam retornos em mercados de r isco procurando proteger parcial
ou totalmente o principal investido.

6. FUNDOS DE DÍVIDA EXTERNA:


São fundos que têm como objetivo investir preponderantemente em títulos
representativos da dívida externa de responsabilidade da União. Estes fundos
seguem o disposto no artigo 96 da Instrução CVM 409.

7. FUNDOS DE AÇÕES:
Os Fundos de Ações devem possuir, no mínimo, 67% da carteira em ações à vista.

7.1. Fundos de Ações Ibovespa

7.1.1 Fundos de Ações Ibovespa


São fundos cujo objetivo de investimento é acompanhar o comportamento do
Ibovespa. Não admitem alavancagem (3).

7.1.2. Ações Ibovespa Ativo


São fundos que utilizam o Índice BOVESPA como referência, tendo objetivo
explícito de superar este índice. Não admitem alavancagem (3).

7.1.3. Ações Ibovespa Ativo Com Alavancagem


São fundos que utilizam o Índice BOVESPA como referência, tendo objetivo
explícito de superar este índice. Admitem alavancagem (3).

7.2. Fundos de Ações IBrX

7.2.1. Ações IBrX Indexado


São fundos cujo objetivo de investimento é acompanhar o comportamento do IBrX
ou do IBrX 50. Não admitem alavancagem (3).

7.2.2. Ações IBrX Ativo


São fundos que utilizam o IBrX ou o IBrX 50 como referência, tendo objetivo
explícito de superar o respectivo índice. Não admitem alavancagem (3).

7.2.3. Ações IBrX Ativo Com Alavancagem


São fundos que utilizam o IBrX ou o IBrX 50 como referência, tendo o objetivo
explícito de superar o respectivo índice. Admitem alavancagem (3).

7.3. Fundos de Ações Setoriais


São fundos que investem em empresas pertencentes a um mesmo setor ou conjunto
de setores afins da economia. Estes fundos devem explicitar em suas políticas de
investimento os setores, subsetores ou segmentos elegíveis para aplicação,
conforme classificação setorial definida pela BM&FBOVESPA (antiga
BOVESPA). Não admitem alavancagem(3).
7.3.1. Ações Setoriais Telecomunicações
São fundos cuja estratégia é investir em ações do setor de telecomunicações. Os
recursos remanescentes em caixa devem ficar investidos em operações permitidas
ao tipo Referenciado DI.

7.3.2. Ações Setoriais Energia


São fundos cuja estratégia é investir em ações do setor de energia. Os recursos
remanescentes em caixa devem ficar investidos em operações permitidas ao tipo
Referenciado DI.

7.3.3. Ações Setoriais Livre


Classificam-se neste subsegmento os Fundos de Ações Setoriais que não se
enquadrem em nenhum dos subsegmentos anteriores (7.3.1. e 7.3.2.). Os recursos
remanescentes em caixa devem ficar investidos em operações permitidas ao tipo
Referenciado DI.

7.3.4. Ações Setoriais Privatização Petrobrás - FGTS


São fundos regulamentados pelas Instruções CVM 141/1991, 157/1991, 266/1997,
279/1998 e suas modificações.

7.3.5. Ações Setoriais Privatização Petrobrás - Recursos Próprios


São fundos regulamentados pela Instrução CVM 409/2004 e suas modificações e
que atendem aos requisitos estabelecidos em ofertas de valores mobiliários no
âmbito do Programa Nacional de Desestatização e dos Programas Estaduais de
Desestatização.

7.3.6. Ações Setoriais Privatização Vale - FGTS


São fundos regulamentados pelas Instruções CVM 141/1991, 157/1991, 266/1997,
279/1998 e suas modificações.

7.3.7. Ações Setoriais Privatização Vale - Recursos Próprios


São fundos regulamentados pela Instrução CVM 409/2004 e suas modificações e
que atendem aos requisitos estabelecidos em ofertas de valores mobiliários no
âmbito do Programa Nacional de Desestatização e dos Programas Estaduais de
Desestatização.

7.4. Fundos de Ações Privatização FGTS - Livre


São fundos regulamentados pelas Instruções CVM 141/1991, 157/1991, 266/1997,
279/1998 e suas modificações. Estes fundos podem aplicar em outros valores
mobiliários que não aqueles objeto da privatização e, suas cotas são integralizadas
exclusivamente com recursos resultantes da transferência de recursos dos Fundos
de Ações Setoriais Privatização - FGTS.

7.5. Fundos de Ações Small Caps


São fundos cuja carteira investe, no mínimo, 90% em ações de empresas que não
estejam incluídas entre as 25 maiores participaç&otild e;es do IBrX - Índice Brasil,
ou seja, ações de empresas com relativamente baixa e média capitalização de
mercado. Os 10% remanescentes podem ser investidos em ações de maior liquidez
ou capitalização de mercado, desde que não estejam incluídas entre as 10 maiores
participações do IBrX -Índice Brasil, ou em caixa. Os recursos remanescentes em
caixa devem ficar investidos em operações permitidas ao tipo Referenciado DI.
Não admitem alavancagem(3).

7.6. Fundos de Ações Dividendos


São fundos cuja carteira investe somente em ações de empresas com histórico de
dividend yield (renda gerada por dividendos) consistente ou que, na visão do
gestor, apresentem essas perspectivas. Os recursos remanescentes em caixa devem
ficar investidos em operações permitidas ao tipo Referenciado DI. Não admitem
alavancagem(3).

7.7. Fundos de Ações Sustentabilidade/Governança


São fundos que investem somente em empresas que apresentam bons níveis de
governança corporativa, ou que se destacam em responsabilidade social e
sustentabilidade empresarial no longo prazo, conforme critérios estabelecidos por
entidades reconhecidas no mercado ou supervisionados por conselho não
vinculado à gestão do f undo. Os recursos remanescentes em caixa devem ficar
investidos em operações permitidas ao tipo Referenciado DI. Não admitem
alavancagem(3).

7.8. Fundos de Ações Livre

7.8.1. Ações Livre


Classificam-se neste segmento os fundos de ações abertos que não se enquadrem
em nenhum dos segmentos anteriores (7.1. a 7.7., e seus subsegmentos). Não
admitem alavancagem(3).

7.8.2. Ações Livre Com Alavancagem


Classificam-se neste segmento os fundos de ações abertos que não se enquadrem
em nenhum dos segmentos anteriores (7.1. a 7.7., e seus subsegmentos). Admitem
alavancagem(3).

7.9. Fundos Fechados de Ações


São fundos de condomínio fechado regulamentados pela Instrução CVM 409/2004
e suas modificações.

II - FUNDOS DE PREVIDÊNCIA
Nesta categoria incluem-se os FAPI's e Fundos Exclusivos para PGBL's. Será
utilizada a classificação dos Fundos de Investimento (item I).

III - FUNDOS OFF SHORE


Para efeitos desta classificação, será considerado fundo off shore aquele
constituído fora do território brasileiro, mas cujo gestor localiza-se no Brasil.
1. Off Shore Renda Fixa
2. Off Shore Renda Variável
3. Off Shore Mistos

IV - FUNDOS DE INVESTIMENTOS EM DIREITOS CREDITÓRIOS


São os fundos regulamentados pelas Instruções CVM 356/ 2001 e CVM 399/2003 e
suas modificações.
V - FUNDOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO
São os fundos regulamentados pelas Instruções CVM 205/1994 e CVM 206/1994 e
suas modificações.

VI - FUNDOS DE ÍNDICE
São os fundos regulamentados pela Instrução CVM 359/2002.

VII - FUNDOS DE PARTICIPAÇÕES


São fundos regulamentados pelas Instruções CVM 153/1991, 209/1994 e 391/2003 e
suas modificações.

1 - Com exceção dos fundos de privatização relacionados às ofertas de valores


mobiliários no âmbito do Programa Nacional de Desestatização e dos Programas
Estaduais de Desestatização, regulamentados pelas Instruções CVM 141/1991,
157/1991, 266/1997, 279/1998 e suas modificações.

2 - Entende-se por proteção da carteira, ou hedge, qualquer operação que tenha


por objetivo neutralizar riscos diferentes do parâmetro de referência do fundo, ou
sintetizar riscos que atrelem o fundo ao parâmetro de referência, limitado ao valor
do seu patrimônio.

3 - Um fundo é considerado alavancado sempre que existir possibilidade (diferente


de zero) de perda superior ao patrimônio do fundo, desconsiderando-se casos de
default nos ativos do fundo.

4 - Caso estes fundos sejam compostos somente por ações de uma única empresa, a
política de investimento deve
explicitar esta condição e qual é a empresa.

Classificação CVM

Investem seus recursos exclusivamente em títulos públicos federais ou


privados de baixo risco de crédito.
Estes títulos podem ser de renda fixa, pós ou prefixados, e geralmente,
sua rentabilidade está atrelada à taxa de juros usada nas operações entre
os bancos (conhecida como taxa do CDI).
Curto Prazo Investem em papéis com prazo máximo a decorrer de 375 dias e o prazo
médio da carteira é de, no máximo, 60 dias.
Por estas características, são considerados os mais conservadores,
indicados para investidores com objetivo de investimento de curtíssimo
prazo, pois suas cotas são menos sensíveis as oscilações das taxas de
juros.
Referenciado Os fundos Referenciados identificam em seu nome o indicador de
desempenho que sua carteira tem por objetivo acompanhar.
Para tal, investe no mínimo 80% em títulos públicos federais ou em
títulos de renda fixa privados classificado na categoria baixo risco de
crédito. Além disso, no mínimo 95% de sua carteira é composta por
ativos que acompanhem a variação do seu indicador de desempenho, o
chamado benchmark. Usam instrumentos de derivativos com o objetivo
de proteção (hedge).
Os fundos referenciados mais conhecidos são os DI. Você
provavelmente já ouviu falar deles. São fundos que buscam
acompanhar a variação diária das taxas de juros (Selic/CDI), e se
beneficiam em um cenário de alta de juros.
Aplicam uma parcela significativa de seu patrimônio (mínimo 80%) em
títulos de renda fixa prefixados (que rendem uma taxa de juro
previamente acordada) ou pós-fixados (que acompanham a variação da
taxa de juros ou um índice de preço). Além disso, usam instrumentos de
Renda Fixa
derivativos com o objetivo de proteção (hedge).
Nos fundos de Renda Fixa acontece o oposto dos fundos Referenciados
DI, pois se beneficiam em um cenário de redução das taxas de juros.

São fundos que possuem políticas de investimento que envolve vários


fatores de risco, pois combinam investimentos nos mercados de renda
fixa, câmbio, ações, entre outros. Além disso, utilizam-se ativamente de
instrumentos de derivativos para alavancagem de suas posições, ou para
proteção de suas carteiras (hedge). São fundos com alta flexibilidade de
Multimercado
gestão, por isso dependem do talento do gestor na escolha do melhor
momento de alocar os recursos (market timing), na seleção dos ativos
da carteira e no percentual do patrimônio que será investido em cada
um dos mercados (asset mix).

São fundos que investem no mínimo 67% de seu patrimônio em ações


negociadas em bolsa. Dessa forma, estão sujeitos às oscilações de
preços das ações que compõem sua carteira. Alguns fundos desta classe
Ações têm como objetivo de investimento acompanhar a variação de um
índice do mercado acionário, tal como o Ibovespa ou o IBX. São mais
indicados para quem tem objetivos de investimento de longo prazo.

Estes fundos devem manter no mínimo, 80% de seu patrimônio


investido em ativos que sejam relacionados, diretamente ou
indiretamente (via derivativos), à variação de preços de uma moeda
estrangeira, ou à uma taxa de juros (o chamado de cupom cambial).
Nesta classe os fundos mais conhecidos são os chamados fundos
Cambial Cambiais Dólar que objetivam seguir a variação da cotação da moeda
norte americana. Mas é importante ficar atendo, pois estes fundos não
refletem exatamente a cotação do dólar, pois nele estão envolvidos
custos de taxa de administração, imposto de renda, bem como a
variação da taxa de juro.

Aplicam no mínimo 80% de seu patrimônio em títulos brasileiros


negociados no mercado internacional. Os 20% restantes podem ser
Dívida aplicados em outros títulos de crédito transacionados no exterior. Estes
Externa títulos são mantidos no exterior.
Para o investidor no Brasil, este fundo é a única forma de aplicar nos
papéis emitidos pelo governo brasileiro negociados no exterior.
Como o fundo administra o risco de crédito?

A principal vantagem de se investir por meio de um fundo, ao invés de comprar


diretamente títulos, é que o gestor, ao compor a carteira, aplica em diversos títulos com
diferentes riscos associados, procurando diluir o risco de crédito da carteira.

Quando o gestor compra títulos para o fundo, analisa antes a qualidade daquele crédito.
Ele leva em consideração o rating da empresa e do título, o prazo, a remuneração etc., e
se ela é adequada à política de investimento do fundo.

Rating significa classificação. Uma agência de rating oferece opiniões atualizadas e


independentes sobre a capacidade de o emissor de um ativo pagar suas dívidas e honrar
seus compromissos financeiros, ou seja, a qualidade de crédito do emissor.

É um instrumento de medição de riscos. Há classificação de risco de bancos, de países


ou mesmo de um ativo específico.

Veja abaixo as formas de classificação de risco das principais agências de rating:

Código de Ratings
Agência Fitch
Agência SR Austin O que significa a
Standard & Atlantic
Moody's Rating* Rating** classificação
Poor's Ratings
Risco baixíssimo. O emissor
Aaa AAA AAASR AAA AAA é confiável.
*Risco quase nulo
Alta qualidade, com pequeno
AA+SR aumento de risco no longo
Aa AA AASR AA prazo.
AA
AA-SR *Risco muito baixo
**Risco irrisório
Entre alta e média qualidade,
mas com vulnerabilidade às
A+SR
mudanças das condições
A A AASR A A
econômicas.
A-SR
*Risco Baixo
**Risco muito baixo
Média qualidade, mas com
BBB+SR
incertezas no longo prazo.
Baa BBB BBBSR BBB BBB
*Risco módico
BBB-SR
**Risco baixo
BB+SR Qualidade moderada, mas
Ba BB BB SR BB BB não totalmente seguro.
BB-SR *Risco mediano
Capacidade de pagamento
B+SR
atual, mas com risco de
B B B SR B B
inadimplência no futuro.
B-SR
*Risco alto
Caa CCC CCCSR CCC CCC Baixa qualidade com real
possibilidade de
CC
inadimplência.
C
*Risco muito alto
Qualidade especulativa e
com histórico de
Ca CC CCSR CC -
inadimplência.
*Risco extremo
Baixa qualidade com baixa
C C CSR C - possibilidade de pagamento.
*Risco máximo
DDD
- D DSR - DD Inadimplente Default
D

Fonte: Sites das agências de classificação

Calma, você não precisa decorar todas essas letras e acompanhar a classificação de cada
fundo, empresa, instituição financeira ou país para tomar uma decisão de investimento.
Cabe ao gestor do fundo acompanhar todas estas classificações.

Gestão ativa ou gestão passiva

Há uma grande diferença entre a gestão passiva e ativa. Este é um ponto muito
importante da estratégia estabelecida para a gestão da carteira de um fundo de
investimento.

Gestão Passiva O gestor de um fundo que possui uma estratégia de investimento


passiva, investe em ativos buscando "replicar" um índice de referência (benchmark),
visando manter a desempenho do fundo próximo à sua variação.

Um exemplo de fundo com gestão passiva são os Fundos de Ações Ibovespa Indexado.
Nestes fundos o trabalho do gestor é fazer com que o desempenho da carteira
acompanhe a variação do Índice da Bolsa de Valores. O gestor compra para a carteira
do fundo as mesmas ações que compõe o índice, a fim de que o desempenho do fundo
seja bem aderente a variação do Índice Bovespa. Neste caso, o fundo pode comprar
todas as ações do Ibovespa e nos mesmos percentuais do índice ou o gestor pode optar
por comprar apenas uma parte das ações, desde que o desempenho deste grupo de ações
acompanhe o desempenho do Ibovespa como um todo.

Gestão Ativa A estratégia de gestão ativa de um fundo de investimento busca obter


rentabilidade superior ao de um determinado índice de referência. Isso significa que o
gestor procura no mercado as melhores alternativas de investimento visando atingir o
objetivo deste fundo, sempre de acordo com a sua política de investimento.

Os Fundos Multimercados, por exemplo, são fundos que normalmente possuem gestão
ativa, pois combinam investimentos em ativos de diversos mercados (juros, câmbio,
ações, derivativos, etc.) em função de uma estratégia de investimento adotada pelo
Gestor e sem se preocupar com o desempenho de um índice de referencia específico.
Desta forma, podem assumir mais riscos visando rentabilidades maiores.
Indicadores de desempenho

Nem sempre o fundo que apresenta a maior rentabilidade em um determinado período


pode ser considerado o melhor. É preciso medir a relação entre o risco e retorno deste
fundo.

Quanto maior o risco maior o potencial de valorização de um investimento. Todo o


investimento embute certo grau de risco, mesmo os mais conservadores. Daí você deve
estar certo de que conhece os riscos da aplicação antes de investir suas economias.

Aqui estão alguns indicadores que ajudam investidores e profissionais do mercado a


avaliar o desempenho de um fundo. É com base em um indicador de desempenho que é
possível saber se o fundo está indo bem ou mal. Estes indicadores são conhecidos como
benchmark. Os mais conhecidos são o Ibovespa para o mercado acionário e o CDI para
os fundos de renda fixa.

Guia de Fundos

Simples como morar em um prédio

Um fundo de investimento é um condomínio que reúne recursos de um conjunto de


investidores (cotistas), com o objetivo de obter ganhos financeiros a partir da aquisição
de uma carteira de títulos ou valores mobiliários.

É a comunhão de recursos sob a forma de condomínio onde os cotistas têm os mesmos


interesses e objetivos ao investir no mercado financeiro e de capitais.

Funciona exatamente como um condomínio de apartamentos, onde cada condômino é


dono de uma cota (um apartamento) e pagam a um terceiro para administrar e coordenar
as tarefas do prédio (jardineiro, pessoal da limpeza, porteiro, manutenção de elevadores,
etc.). Neles são estabelecidas as regras de funcionamento (horário de funcionamento da
piscina, do salão de festas, de música alta nas dependências dos apartamentos, entre
outras). Estas regras são seguidas por todos os moradores, sem exceção.

Um fundo de investimento funciona da mesma forma. Os cotistas (os moradores)


compram uma quantidade de cotas ao aplicar, e pagam uma taxa de administração a um
terceiro (o Administrador) para coordenar as tarefas do fundo e gerenciar seus recursos
no mercado. Ao comprar cotas de um determinado fundo, o cotista está aceitando suas
regras de funcionamento (aplicação, resgate, horários, custos, etc.), e passa a ter os
mesmos direito dos demais cotistas, independente da quantidade de cotas que cada um
possui.

Uma gestão profissional facilita sua vida

Agora imagine que você não mora num prédio, portanto está fora do condomínio, e
precisa escolher quem vai fazer a manutenção da piscina e da quadra esportiva ou quem
vai contratar os seguranças? Provavelmente, terá mais trabalho em encontrar esses
prestadores de serviços e gastará mais. Se estivesse num condomínio, essa seria uma
tarefa para o síndico, com a vantagem de poder ratear com os outros condôminos esses
custos.
Situação semelhante poderia acontecer com você, caso estivesse sozinho no mercado
financeiro. Caberia a você escolher os ativos para compor uma carteira de investimento.
Isso significa analisar com freqüência riscos, nível de endividamento e expectativa de
resultados de cada empresa da qual você comprou ação ou de cada banco do qual você
adquiriu um CDB. Quem agüenta enfrentar tamanha trabalheira?

Só especialistas. Por isso eles trabalham para os fundos. E os fundos trabalham


para você. Os fundos permitem que gestores profissionais administrem seus recursos de
forma profissional e transparente.

Se o gestor faz tudo, qual o papel do investidor? A você cabe escolher fundos de
acordo com seus objetivos e expectativas, e decidir pela aplicação mais adequada,
considerando quando e o que pretende fazer com seus rendimentos.

O que é uma cota

Uma cota é a fração de um fundo. O patrimônio de um fundo de investimento é a soma


de cotas que foram compradas pelos diferentes investidores. O valor da cota é resultante
da divisão do patrimônio líquido do fundo pelo número de cotas existentes.

Quando o investidor aplica seu dinheiro no fundo está comprando uma determinada
quantidade de cotas, cujo valor é diariamente apurado. As instituições informam o valor
das cotas dos fundos nos principais jornais ou na Internet.

Para calcular o quanto você obteve de rendimento, basta dividir o valor atual da cota
pelo valor da cota do dia da aplicação. Para apurar o valor atual do investimento,
multiplique a quantidade de cotas que você possui pelo seu valor no dia.

O valor da cota se altera diariamente, mas sua quantidade de cotas é sempre a mesma,
exceto que:

• Faça um resgate (sua quantidade de cotas diminui)


• Faça uma nova aplicação (um novo montante de cotas está sendo adquirido)
• Aconteça o recolhimento de Imposto de Renda ("come cotas"). Neste caso, o
valor devido de IR será abatido em quantidade de cotas.

Como é calculada a cota ?

Multiplique a quantidade de cotas que você possui de um fundo pelo valor atualizado
que ela tem no mercado. Assim, você saberá a sua parte neste condomínio ? o valor
atual do seu investimento.

O administrador de um fundo calcula diariamente o valor da cota de um fundo de


investimento (e a variação que ela sofre no período) usando a seguinte fórmula:
O que são fundos de cotas?

Existem duas diferentes estruturas de fundos de investimento no mercado.

A primeira é a dos fundos que aplicam seu patrimônio diretamente em títulos e valores
mobiliários ou em qualquer outro ativo disponível no mercado, os chamados FIs -
Fundos de Investimento.

Esta estrutura exige que o gestor entre no mercado vendendo ou comprando ativos a
cada movimentação de aplicação e resgate dos cotistas. Geralmente, concentram-se
neles grandes investidores, como fundos de pensão, bancos e outros fundos de
investimento.

A outra é a dos FICFIs - Fundos de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento


-, que compram cotas de um ou mais fundos, e é neste tipo de fundo que a maioria dos
investidores aplica seu dinheiro.

Diferentemente do FI, que negocia diretamente ativos no mercado, os FICFI deve ter no
mínimo 95% do seu patrimônio alocado em cotas de outros fundos de investimento de
uma mesma classe, e que, portanto, estejam de acordo com sua política de investimento.
A exceção fica por conta dos fundos de investimento em cotas da classe
"multimercado", que podem alocar seus recursos em fundos de classes distintas.

O restante do patrimônio do FICFI, ou seja, apenas 5%, pode ser investido diretamente
no mercado, em títulos privados ou públicos federais e em operações compromissadas,
se o gestor assim julgar necessário para atingir seus objetivos estratégicos.

O FICFI oferece ao gestor muito mais flexibilidade na hora de movimentar os recursos


do fundo, pois as operações se resumem basicamente em comprar e vender cotas,
quando um cliente faz uma aplicação, ou solicita um resgate.

Há no mercado uma enorme variedade de FICFI para sua escolha, com políticas de
investimento, taxas de administração e valores mínimos de movimentações variadas,
que visam atender as diferentes necessidades de cada investidor.

Mas lembre-se: Leia sempre atentamente o prospecto antes de investir em um fundo.

Entenda a "sopa de letrinhas"

Sigla Descrição Objetivo


FI Fundo de São fundos regulamentados pela CVM e concentram
Investimento os fundos referenciados DI, os renda fixa, os de ações,
entre outros, em um total de sete diferentes classes.
Para compor sua carteira compram e vendem,
diretamente, títulos e valores mobiliários ou qualquer
outro ativo disponível no mercado.
Os FICFI também são regulamentados pela CVM e sua
carteira deve ter no mínimo 95% de cotas de outros
fundos pertencentes a uma determinada classe de
fundo de investimento. Isto proporciona maior
Fundo de
flexibilidade ao gestor para a criação de estratégias de
Investimento em
FICFI aplicação, resgates e comercialização.
Cotas de Fundos de
Além da sigla FICFI, deve constar no nome do fundo a
Investimento
classe a que ele pertence, como por exemplo: FICFIA
(Fundo de Investimento em Cotas de Fundo de
Investimentos em Ações).

Quanto custa investir

Primeiro tenha claro o que são as taxas pagas para a administração do fundo e qual é a
tributação que incide sobre seu investimento.

A taxa de administração de um fundo é o valor cobrado pela instituição financeira que


administra o fundo para pagar por todos os serviços prestados, ou seja, o preço pago
pela gestão e operacionalização do fundo.

Assim como em um condomínio de apartamentos, em que o preço pago pela prestação


de serviço depende de uma série de fatores (piscina, salão de festas, elevadores etc.), em
um fundo acontece a mesma coisa.

Portanto, em um fundo de investimento as taxas podem variar de acordo com a


instituição e o serviço que ela irá lhe prestar. Vale investir um tempo, e pesquisar entre
as opções disponíveis.

Mas vale lembrar que, mais do que o valor cobrado, você precisa considerar um
conjunto de fatores (serviços prestados, idoneidade da instituição, características do
fundo, perfil de risco entre outros), e não tomar sua decisão baseada apenas em uma
única informação.

Taxas e despesas

Taxa de administração
Esta é a taxa mais freqüentemente cobrada pelos fundos. É quanto o fundo (os cotistas)
deve pagar pela prestação de serviço do gestor, do administrador e das demais
instituições presentes na operacionalização do dia a dia. A taxa de administração pode
variar muito de instituição para instituição e de produto para produto e ela é um
percentual ao ano sobre o patrimônio do fundo.

Normalmente, os fundos de renda fixa têm taxas mais baixas que as de fundos de ações,
porque dispensam uma atuação menor do gestor.

Mas não caia no erro de aplicar num fundo só porque a taxa de administração é menor
ou maior. Nem sempre há uma relação direta ou oposta entre o valor da taxa de
administração e o desempenho do fundo. Você precisa verificar o que está incluído no
valor cobrado. E o mais importante: se a política de investimento do fundo está de
acordo com seus objetivos.

Importante, quando o administrador divulga a rentabilidade de um fundo ela já é liquida


de taxa de administração. Para saber qual a taxa de seu fundo, consulte o prospecto.

Acesse aqui o estudo realizado pela Anbid em abril de 2008 sobre taxa de administração
de fundos de investimento

Taxa de performance
Esta é a taxa cobrada do cotista quando a rentabilidade do fundo supera a de um
indicador de referência, conhecido como benchmark e serve para remunerar uma boa
administração. Este indicador é previamente estabelecido desde a criação do fundo e o
cotista tem conhecimento antes mesmo de fazer a aplicação. A taxa de performance é
cobrada somente sobre a rentabilidade que ultrapassar o benchmark e existe uma
periodicidade mínima para sua cobrança. Como nem todo fundo cobra esta taxa, saiba
se o fundo que você pretende aplicar cobra ou não consultando o prospecto.

Exemplo: Se um fundo apresenta taxa de performance de 20% sobre o que exceder a


variação do CDI, significa que se a rentabilidade do fundo ultrapassar esta marca, você
ficará com 80% do excedente:

• Rendimento do Fundo no ano: 15%


• Variação do CDI no ano: 10%
• Excedente que incidirá a performance : 5%
• Taxa de performance ou remuneração "extra" que será paga: 1%

Importante, quando o administrador divulga a performance de um fundo ela já é liquida


de taxa de performance.

Despesas
O fundo pagará suas despesas de acordo com o que está determinado em seu
regulamento.

O administrador pode cobrar do fundo:

• Despesas com impressão, expedição e publicação de relatórios financeiros;


• Envio de correspondências com convocações e comunicados aos cotistas;
• Honorários de auditores independentes;
• Custos de corretagem;
• Despesas com registro e cartório.

Diariamente todas essas despesas são provisionadas na contabilidade do fundo.


Portanto, a rentabilidade divulgada, ou seja, o ganho que efetivamente você teve em seu
investimento, já é descontada do valor de todas as despesas.

Tributação
Tributação dos Fundos de Investimento

Conhecer a tributação de cada uma de suas aplicações é fundamental para você não
pagar impostos desnecessários.

Em termos gerais, todas as aplicações financeiras estão sujeitas à cobrança de três


tributos no Brasil:

• Imposto de Renda
• CPMF
• IOF

CPMF

A Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira é cobrada sempre que há


saída de dinheiro da sua conta corrente, inclusive quando se faz movimentação da conta
corrente para a aplicação financeira. Somente a compra direta de ações e a caderneta de
poupança após 90 dias estão isentas deste tributo. A CPMF* incide sempre sobre os
valores debitados da conta corrente.

Alíquota de CPMF*
0,38%

Se você transfere seus recursos de uma conta corrente para a Conta Investimento (Conta
Corrente de Depósito para Investimento), é possível posteriormente realizar
transferências entre aplicações financeiras, de um mesmo titular, sem a tributação da
CPMF*. É importante que esses recursos quando resgatados da aplicação retornem
sempre para a Conta Investimento antes de serem direcionados para novas aplicações.
Se esses recursos voltarem para a conta corrente, pagarão nova CPMF* na saída.

* A CPMF vigorou até 31/12/2007.

Imposto de renda

O Imposto de Renda (IR) é um tributo cobrado pela Receita Federal das pessoas físicas
e jurídicas, e ele incide sobre o rendimento recebido em aplicações de renda fixa ou
sobre o ganho de capital, em investimento em renda variável.

Segundo determinação da Secretaria da Receita Federal, os fundos de investimentos são


classificados em três categorias para efeitos de Imposto de Renda, e a incidência do
imposto dependerá do período que cada aplicação permanecer no fundo:

Fundos de Ações:
São fundos que devem ter, no mínimo, 67% (sessenta e sete por cento) da carteira
alocada em ações negociadas em Bolsa de Valores. Estes fundos contam com alíquota
única de Imposto de Renda independente do prazo que o investidor permanecer com os
recursos investidos. O imposto será cobrado sobre o rendimento bruto do fundo quando
você resgatar sua aplicação.
Prazo da aplicação Alíquota de IR
Independente do prazo da aplicação 15%

Fundos de tributação de Curto Prazo


Para fins de tributação, são considerados fundos de investimento de curto prazo aqueles
cuja carteira de títulos tenha prazo médio igual ou inferior a 365 dias. Eles estão sujeitos
à incidência de imposto de renda na fonte às seguintes alíquotas:

Prazo da aplicação Alíquota de IR


Até 180 dias 22,50%
Acima de 180 dias 20%

Mesmo se o investidor permanecer com os recursos investidos por um prazo superior a


um ano, nos fundos de curto prazo não há a alíquota abaixo dos 20%.

Fundos de tributação de Longo Prazo


Para fins de tributação, são considerados fundos de investimento de longo prazo,
aqueles cuja carteira de títulos tenha prazo médio igual ou superior a 365 dias. Eles
estão sujeitos à incidência de imposto de renda na fonte às seguintes alíquotas:

Prazo da aplicação Alíquota de IR


Até 180 dias 22,5%
De 181 a 360 dias 20%
De 361 a 720 dias 17,5%
Acima de 720 dias 15%

Como você pode observar, neste tipo de fundo se um investidor deixar sua aplicação por
um período superior a dois anos ele pagará 15% de imposto de renda sobre o
rendimento do fundo neste período.

Fique atento que: Estes fundos, por terem uma carteira de ativos com títulos de prazo
médio superior a 365 dias, podem ter uma maior oscilação no valor da cota se
comparada aos fundos similares com prazo inferior.

Recolhimento do IR e "come-cotas"
O Imposto de Renda dos fundos de investimentos é recolhido no último dia útil dos
meses de maio e novembro em um sistema denominado "come-cotas". Para este
recolhimento será usada a menor alíquota de cada tipo de fundo: 20% para fundos de
tributação de curto prazo e 15% para fundos de tributação de longo prazo. Desta forma,
a cada 6 meses os fundos automaticamente deduzem este imposto de renda dos cotistas,
em função do rendimento obtido pelo fundo neste período.

Além disto, no momento do resgate da aplicação do investidor, se for o caso, será feito
o recolhimento da diferença, de acordo com a alíquota final devida, conforme o prazo
de permanência deste investimento no fundo.

IOF

O Imposto sobre Operações Financeiras incide sobre o rendimento nos resgates feitos
num período inferior a 30 dias. O percentual do imposto pode variar de 96% a 0%,
dependendo do número de dias decorridos da aplicação, e incide sobre o rendimento do
investimento.

Veja como é feita a cobrança regressiva de IOF:

Número de dias decorridos IOF (em Número de dias decorridos IOF (em
após a aplicação %) após a aplicação %)
1 96 16 46
2 93 17 43
3 90 18 40
4 86 19 36
5 83 20 33
6 80 21 30
7 76 22 26
8 73 23 23
9 70 24 20
10 66 25 16
11 63 26 13
12 60 27 10
13 56 28 6
14 53 29 3
15 50 30 0

Atenção: No caso dos fundos com carência, se o resgate ocorrer antes do prazo, esses
fundos sofrem a incidência do IOF, que tende a zerar os ganhos obtidos pela aplicação.

O que é cobrado, caso a caso

Na prática, algumas aplicações podem ter isenção de um ou mais tributos. Para entender
o que é de fato cobrado de você em cada aplicação, acompanhe a seguinte tabela:
Tipo de
CPMF* IOF IR
Aplicação
Incide na venda
Ações Não incide Não incide quando há ganho de
capital
Incide no
Incide o percentual de 96% a 0%
momento do Incide no
sobre o ganho, dependendo do
CDB débito da conta vencimento ou
número de dias restantes para a
corrente para resgate antecipado
aplicação completar 30 dias
compra do título
Incide no
Incide o percentual de 96% a 0% Incide no
momento do
sobre o ganho, dependendo do vencimento, no
Debêntures débito da conta
número de dias restantes para a pagamento dos juros
corrente para
aplicação completar 30 dias. ou na cessão
compra do título
Fundo de ações:
Incide o percentual de 96% a 0% Incide no momento
Incide no
sobre o ganho, dependendo do do resgate
momento do
número de dias restantes para a Demais fundos:
Fundos de débito da conta
aplicação completar 30 Incide no último dia
Investimento corrente para
dias. Exceção fica para os fundos útil de maio e
crédito na
de ações, que não há a incidência novembro e no
aplicação
deste imposto resgate se houver
rendimento
Incide no
Incide o percentual de 96% a 0% Incide no
momento do
Títulos sobre o ganho, dependendo do vencimento, no
débito da conta
Públicos número de dias restantes para a pagamento dos juros
corrente para
aplicação completar 30 dias. ou na cessão
compra do título

* A CPMF vigoriou até 31/12/2007.

Carteira de investimentos

Para buscar uma boa rentabilidade, os gestores de fundos montam carteiras de


investimento com diversos ativos financeiros. A composição da carteira segue sempre a
política de investimento do fundo.

Um fundo pode investir em:

• Ações
• CDBs (Títulos de crédito emitidos por bancos)
• Debêntures
• Títulos Públicos
• Derivativos

Ações
São valores mobiliários que representam a propriedade de uma fração do capital social
da empresa. Isso significa que quando você compra ações está aceitando investir numa
empresa e, em troca, passa a ser acionista, ganhando participação nos resultados. São
dois os tipos de ações no mercado Ordinárias (ON) e Preferenciais (PN).

CDB (Títulos de crédito emitidos por bancos)

São Certificados de Depósitos Bancários emitidos pelos bancos. É uma modalidade de


investimento que rende uma taxa de juro prefixada ou pós-fixada, dependendo da forma
como foi negociado. Quem compra CDB empresta dinheiro a um banco em troca de um
rendimento negociado, num prazo mínimo de 30 dias.

Debêntures

As debêntures são valores mobiliários representativos de dívida de médio e longo prazo,


que asseguram aos detentores o direito de crédito. São emitidas por sociedades
anônimas, públicas ou privadas de capital aberto. Esta modalidade de investimento é
caracterizada como de renda fixa. Diferentemente das ações, o seu titular não é sócio da
empresa, e sim credor. Exceção a este caso: quando se tratar de debênture conversível,
caso seu titular decida pela conversão, e passa então a ser um sócio da empresa.

Derivativos

São contratos de ativos financeiros ou valores mobiliários cujo valor e características de


negociação derivam de outros ativos que lhe servem de referência. Daí o nome
‘derivativos’.
É uma operação financeira realizada nos mercados futuros em que o valor dos contratos
ou transações deriva do comportamento do preço do ativo no presente. Normalmente
são realizadas nos mercados futuros de índice de ações, câmbio, taxa de juros e de
opções.

Existem quatro tipos de mercados onde as operações de derivativos podem ser


realizadas:

Mercado Futuro
É o segmento do mercado que compreende as operações de compra e venda, realizadas
em pregão, de contratos autorizados pela Bolsa de Mercadorias & Futuros, para
liquidação financeira em data futura pré-determinada. A negociação inclui um
comprador que aceita pagar um determinado valor, na data de vencimento do contrato,
pela mercadoria oferecida pelo vendedor. O objeto negociado pode ser uma commodity,
um título, uma moeda ou um índice de referência, como por exemplo, o Ibovespa. Os
contratos negociados são padronizados pela BM&FBOVESPA (antiga BM&F), o que
permite agilidade nas negociações.

Mercado de Opções
Mercado no qual são negociados direitos de compra (call) ou venda (put) de ações,
índices de ações, moedas, contratos futuros ou títulos, com preços de exercício pré-
estabelecidos. No Mercado de Opções, os titulares (compradores) têm o direito de
comprar ou vender uma certa quantidade de ativos, a um preço prefixado até uma data,
enquanto os lançadores (vendedores) ficam com a obrigação de vendê-las ou comprá-
las conforme o acordado. O comprador que adquire uma opção de compra de um ativo
espera que o preço deste ativo no futuro suba. Na compra de uma opção de venda, ele
espera que o preço futuro caia. Já a expectativa do vendedor é oposta: se ele vende uma
opção de compra é porque espera que o preço futuro caia. Se espera que o preço futuro
suba, vende a opção de venda. O valor pago pelo comprador ao vendedor é chamada de
prêmio.

Swap
Significa troca em inglês. No caso dos contratos de swaps, pode-se trocar a variação nos
preços de moedas, taxas de juro ou preços de commodities. Um swap de taxas de juro,
por exemplo, pode ser utilizado para transformar uma taxa pós fixada em uma taxa pré-
fixada, e vice-versa. Um swap de moedas pode ser usado para transformar um
empréstimo em uma moeda estrangeira em outra moeda, por exemplo, transformar uma
aplicação de Reais para Dólares. É uma operação financeira mais sofisticada. Por isso, as
tesourarias de bancos e os gestores de fundos de investimento são os que mais se
utilizam destas operações com o objetivo de obterem um melhor resultado nas suas
aplicações. A idéia é que dois investidores façam aplicações "casadas" que, no dia do
vencimento, servirão como proteção do dinheiro ou até mesmo como especulação para
aumentar o capital.

Termo
Contratos a termo são acordos de compra ou venda em determinada data futura por
preços previamente estabelecidos, cuja liquidação financeira ou entrega física do ativo
acontece, geralmente, no vencimento. Os contratos a termo podem ser negociados em
bolsa, entre duas instituições financeiras ou entre uma instituição e um cliente.

Onde fica seu dinheiro?

O dinheiro nosso de cada dia merece ser bem tratado. Pelo quadro abaixo, você conhece
todos os caminhos que seu dinheiro percorre, ou seja, tudo que ele compra e o que faz
valer mais com o passar do tempo.
1 Você investiu no fundo mais adequado ao seu objetivo.
O administrador aplica os recursos do fundo de acordo com a política de
2 investimento estabelecida no regulamento e no prospecto. No fundo seu dinheiro
pode ser investido em:
Títulos Públicos
Aqui funciona como se o investidor emprestasse dinheiro ao governo em troca de
rendimentos negociados na data de compra do título. O seu dinheiro ajuda a financiar
as atividades do governo.
CDBs
São os Certificados de Depósitos Bancários emitidos pelos bancos. Quem compra
CDB empresta dinheiro a um banco de sua confiança em troca de um rendimento
negociado, num prazo mínimo de 30 dias.
3
Debêntures
São valores mobiliários emitidos por uma sociedade anônima. É um tipo de
empréstimo em que os investidores recebem uma taxa de juro fixa ou variável sobre o
valor emprestado.
Ações
Valor mobiliário que representa a menor parcela do capital de uma companhia. O
investidor que adquire uma ação passa a ser sócio e a ter participação nos rendimentos
desta companhia.
Quando você faz um resgate, seu dinheiro faz o caminho inverso, deixa de ser título
4
público ou ação, por exemplo, e volta a ser moeda corrente em sua conta.

Regulamentação

A cada dia o mercado vem se modernizando, proporcionando assim, muito mais


informação ao investidor.

Vários órgãos reguladores, como CVM e Banco Central, trabalham constantemente para
que os investidores tenham acesso a informações transparentes sobre regras de
funcionamento dos produtos de investimento, as leis, normas, políticas e riscos.
Além disso, entidades como a ANBID possuem códigos de auto-regulação em que os
próprios participantes do mercado estabelecem normas mais rígidas para regular suas
atividades. O objetivo é criar regras de divulgação de informações e de conduta na sua
comercialização dos produtos de investimento, visando, desta forma, dar mais
segurança e transparência aos investidores.

Para você, conhecer as regras que regem o mercado e os produtos de investimentos de


uma forma geral será fundamental na hora de decidir e escolher produtos e serviços
condizentes com suas necessidades e objetivos.

Instrução CVM 450

Em 30/03/2007 a Comissão de Valores Mobiliários, CVM, publicou a Instrução no 450


que altera algumas das características e cria uma nova regulamentação para os fundos
de investimento no Brasil. Esta nova regulamentação significa um marco para o
mercado brasileiro de fundos de investimento, pois é o início de sua
internacionalização.

A principal motivação da CVM foi preparar a regulamentação dos fundos de


investimento para um cenário de menor rentabilidade dos títulos públicos e
consequentemente dos investimentos em "renda fixa".

As alterações promovidas por esta instrução podem ser agrupadas em três grandes
conjuntos, em função de sua motivação:

(i) melhorar o nível de informação dos investidores sobre os ativos e riscos das carteiras
dos fundos;
(ii) ampliar as alternativas de investimento dos gestores, permitindo que possam buscar
maior competitividade e maior rentabilidade;
(iii) assegurar que os distribuidores, gestores e administradores analisem
cuidadosamente o perfil de risco dos investidores dos fundos.

Merece destaque também a seguinte medida introduzida pela instrução: os Fundos


Multimercado podem aplicar até 20% de seu patrimônio em ativos no exterior e as
demais classes de fundos podem aplicar até 10% de seu patrimônio.

Para saber mais sobre a nova regulamentação da CVM acesse o site:


http://www.cvm.gov.br/

Um pouco de história

Até a edição da Instrução Nortamtiva (IN) 450 da CVM, o grande marco para a
indústria de fundos brasileira era a Instrução 409, publicada em agosto de 2004. A IN
450 atualiza e traz avanços, mas já com a 409 a indústria ganhava transparência e
aumentava a clareza das informações ao investidor. Naquele momento foi consolidado
as antigas normas dos fundos de renda fixa, que eram de atribuição do Banco Central, e
dos fundos de renda variável, antes normatizados pela CVM, em um único instrumento.

Na avaliação da Anbid o investidor foi o grande beneficiário da Instrução 409 da CVM,


por se tratar de uma legislação moderna que lhe garante proteção adequada e
informações mais claras para que invista em produtos que atendam realmente às suas
necessidades. Nesta instrução, a CVM classificou os fundos de investimento em 7
categorias: Fundo de Curto Prazo, Fundo Referenciado, Fundo de Renda Fixa, Fundo de
Ações, Fundo Multimercado e Fundo de Dívida Externa.

Antes da Instrução 409 ser promulgada, a ANBID já contava com sua própria
classificação de fundos, composta por tipos e subtipos. Após a publicação da instrução,
a ANBID ajustou sua classificação à estrutura da CVM, mantendo, no entanto, os
subtipos, que detalham ainda mais as características de uma determinada carteira, e
respeitam o conceito geral da classe a que o fundo pertence.

Hoje em dia, só não são regidos pela Instrução 450 da CVM, fundos que possuem
legislação própria, específica, como os fundos imobiliários, fundos de direitos
creditórios e de participações, por exemplo.

Em resumo:
São 7 as clas ses dos fundos: Fundo de Curto Prazo, Fundo Referenciado, Fundo de
Renda Fixa, Fundo de Ações, Fundo Cambial, Fundo de Dívida Externa e Fundo
Multimercado;
O fundo tem de incorporar no nome o tipo de aplicação que se destina;
Todos os fundos devem ter políticas de divulgação de suas informações e da composição
sua da carteira, ficando esta última disponível, inclusive, no site da CVM;
A cobrança da Taxa de Performance deve estar vinculada a um parâmetro de referência
compatível com a política de investimento do fundo e com os títulos que efetivamente
componham sua carteira;
Fundos de Curto Prazo, Referenciados e de Renda Fixa não podem cobrar Taxa de
Performance;
A cobrança de Taxa de Performance deve ser por período, no mínimo, semestral;
Pessoas físicas com aplicações acima de R$ 300 mil são consideradas investidores
qualificados, e devem atestar tal qualificação mediante assinatura de termo específico;
Os fundos destinados exclusivamente a investidores qualificados podem ter prazos para
conversão de cotas e pagamento de resgates diferenciadas, utilizar títulos e valores
mobiliários na integralização e resgate de cotas; dispensar a elaboração de prospecto
além de cobrar taxa de administração e de performance conforme estabelecido em seu
regulamento.

Conta investimento

Os analistas sempre recomendam: "Veja primeiro quais são seus objetivos de


investimento para só então fazer suas aplicações financeiras". Nunca esta recomendação
foi tão importante.

Com a entrada em vigor da Conta Investimento e das novas Regras de Tributação, esta
é uma recomendação que pode ser definitiva para o sucesso de seus investimentos.

A conta foi criada por meio da Lei nº. 10.892, de 13 de Julho de 2004 e isentou da
Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF)* a migração entre
investimentos. Isso quer dizer que você deixa de pagar a alíquota de 0,38% toda vez que
trocar de aplicação.
As novas aplicações, no entanto, terão a incidência da CPMF*. Isso porque, todo novo
investimento deve passar por uma conta corrente antes de ser transferido para a Conta
Investimento, e é nesta transferência que há a incidência da contribuição. Depois que os
recursos estão na Conta Investimento, as movimentações entre investimentos contam
com o benefício e são isentas da contribuição.

Porém, ficar pulando de "galho em galho" não é uma boa estratégia. Se por um lado a
Conta Investimento possibilita a troca entre as aplicações sem a incidência da CPMF*,
por outro, as novas Regras de Tributaçãodão vantagens para investimentos de longo
prazo, premiando-os com alíquotas menores de Imposto de Renda (IR).

Fazem parte da Conta Investimento os Fundos de Investimento, os CDBs, os Títulos


Públicos e Derivativos, excluindo apenas as operações com ajuste diário. Já os
investimentos em Ações e Poupança podem ou não fazer parte da Conta Investimento,
ficando a critério do cliente a opção pelo vínculo. As aplicações em Previdência não
contam com o benefício.

Lembre-se que a CPMF* incide normalmente sempre que houver movimentação em


conta corrente. Só as movimentações na Conta Investimento estão isentas da
contribuição. Porém, a tributação sobre os ganhos em seu investimento, o Imposto de
Renda, continua incidindo normalmente e conta com alíquotas menores dependendo do
prazo que os recursos permanecerem investidos.

Suas aplicações com a Conta Investimento


• Principal característica: ausência de CPMF* nas reaplicações ou remanejamento
de investimentos.
• Você tem, além da conta corrente, uma conta de depósitos para investimentos
(Conta Investimento). Por meio desta conta, os movimentos de transferência
entre investimentos não têm incidência de CPMF*.
• A caderneta de poupança permanece isenta de IR e o seu vínculo com a Conta
Investimento é opcional.
• FAPI e PGBL (Fundos de previdência) não fazem parte da Conta Investimento.

Classes de fundos

Atualmente você tem a disposição milhares de fundos de investimento no mercado


brasileiro. Cada fundo possui política de investimento e composição de carteira que
variam das mais conservadoras as mais arrojadas.

Para que fosse possível comparar seus investimentos de forma mais homogênea, a
CVM - Comissão de Valores Mobiliários dividiu os fundos da indústria em sete grandes
classes, considerando para tanto, a composição de sua carteira. Essa iniciativa
possibilitou ao investidor, uma visão mais uniforme sobre os tipos de fundos de
investimento disponíveis no mercado.

Para facilitar ainda mais o entendimento do investidor e a comparação entre produtos


similares, a ANBID, subdividiu ainda os fundos em Tipos de Fundos, que leva em conta
não só a sua política de investimento, mas também os fatores de risco, detalhando desta
forma, ainda mais as características de uma determinada carteira.
Se você entender bem o que significa cada uma dessas classificações, vai conseguir
tomar suas decisões de investimento com maior segurança.

Classificação Anbid

I. FUNDOS DE INVESTIMENTO

• Fundos Curto Prazo


- Curto Prazo
- Aplicação Automática
• Referenciado
- Referenciado DI
- Referenciado Outros
• Renda Fixa
- Renda Fixa
- Renda Fixa Médio e Alto Risco
- Renda Fixa com Alavancagem
• Multimercado
- Long and Short – Direcional
- Long and Short – Neutro
- Multimercados Macro
- Multimercados Trading
- Multimercados Multiestrategia
- Multimercados Multigestor
- Multimercados Juros e Moeda
- Multimercados Estrategia Especifica
- Balanceado
- Capital Protegido
• Investimento no Exterior
- Investimento no Exterior
• Ações
- Ações IBOVESPA Indexado
- Ações IBOVESPA Ativo
- Ações IBOVESPA Ativo com Alavancagem
- Ações IBRX Indexado
- Ações IBRX Ativo
- Ações IBRX Ativo com Alavancagem
- Ações Setoriais Telecomunicações
- Ações Setoriais Energia
- Ações Setoriais Livre
- Ações Setoriais Privatização Petrobras - FGTS
- Ações Setoriais Privatização Petrobrás - Recursos Próprios
- Ações Setoriais Privatização Vale - FGTS
- Ações Setoriais Privatização Vale - Recursos Próprios
- Ações Privatização FGTS - Livre
- Ações Small Caps
- Ações Dividendos
- Ações Sustentabilidade / Governança
- Ações Livre
- Ações Livres com Alavancagem
- Fundo Fechado de Ações
• Cambial
- Cambial Dólar sem Alavancagem
- Cambial Euro sem Alavancagem

II. Fundos de Previdência

III. Fundos Off Shore

IV. Fundos de Investimento em Direitos Creditórios

V. Fundos de Investimento Imobiliário

VI. Fundos de Índice

VII. Fundos de Participações

I - FUNDOS DE INVESTIMENTO:
São os Fundos regulamentados pela Instrução CVM 409/2004(1)
Estes Fundos podem realizar aplicações em ativos financeiros negociados no exterior,
desde que as respectivas características e fatores de risco de cada tipo ANBID sejam
respeitados.

1. FUNDOS CURTO PRAZO:

1.1 Curto Prazo:


Busca retorno através de investimentos em títulos indexados à CDI/Selic ou em papéis
prefixados, desde que indexados e/ou sintetizados para CDI/Selic; de emissão do
Tesouro Nacional (TN) e/ou do BACEN; com prazo máximo a decorrer de 375 dias e
prazo médio da carteira de, no máx imo, 60 dias. É permitida,
também, a realização de Operações Compromissadas, desde que: sejam indexadas à
CDI/Selic; lastreadas em títulos do TN ou do BACEN e com contraparte classificada
como baixo risco de crédito. No caso específico da contraparte ser o BACEN é
permitida a operação prefixada com prazo máximo de 7 dias, desde que corresponda a
períodos de feriados prolongados; ou de 60 dias, desde que indexada à CDI/Selic.

1.2 Aplicação Automática:


Busca retorno através de investimentos em títulos indexados à CDI/Selic ou em papéis
prefixados, desde que indexados e/ou sintetizados para CDI/Selic; de emissão do
Tesouro Nacional (TN) e/ou do BACEN; com prazo máximo a decorrer de 375 dias e
prazo médio da carteira de, no máximo, 60 dias. É permitida,
também, a realização de Operações Compromissadas, desde que: sejam indexadas à
CDI/Selic; lastreadas em títulos do TN ou do BACEN e com contraparte classificada
como baixo risco de crédito. No caso específico da contraparte ser o BACEN é
permitida a operação prefixada com prazo máximo de 7 dias, desde que corresponda a
períodos de feriados prolongados; ou de 60 dias, desde que indexada à CDI/Selic.
Adicionalmente estes fundos mantém obrigatoriamente aplicação e resgate automáticos
de forma a remunerar saldo remanescente em conta corrente.
2. FUNDOS REFERENCIADOS:

2.1 Referenciados DI:


Fundos que objetivam investir, no mínimo, 95% do valor de sua carteira em títulos ou
operações que busquem acompanhar as variações do CDI ou SELIC, estando também
sujeitos às oscilações decorrentes do ágio/deságio dos títulos em relação a estes
parâmetros de referência. O montante não aplicado em
operações que busquem acompanhar as variações destes parâmetros de referência,
devem ser aplicados somente em operações permitidas para os Fundos Curto Prazo.
Estes fundos seguem as disposições do artigo 94 da Instrução CVM 409(2).

2.2 Referenciados Outros:


Fundos que objetivam investir, no mínimo, 95% do valor de sua carteira em títulos ou
operações que busquem acompanhar as variações de um parâmetro de referência
diferente daqueles definidos no item 2.1 acima, estando também sujeitos às oscilações
decorrentes do ágio/deságio dos títulos em relação ao seu
parâmetro de referência. O montante não aplicado em operações que busquem
acompanhar as variações do parâmetro de referência, devem ser aplicados somente em
operações permitidas para os Fundos Curto Prazo. Estes fundos seguem as disposições
do artigo 94 da Instrução CVM 409. Nesta categoria não são permitidos os parâmetros
de referência moedas estrangeiras ou mercado acionário.

3. FUNDOS DE RENDA FIXA:

3.1 Renda Fixa:


Busca retorno por meio de investimentos em ativos de renda fixa (sendo aceitos títulos
sintetizados através do uso de derivativos), admitindo-se estratégias que impliquem em
risco de jur os do mercado doméstico e risco de índice de preço. Excluem-se estratégias
que impliquem em risco de moeda estrangeira ou de renda variável (ações, etc.). Devem
manter, no mínimo, 80% de sua carteira em títulos públicos federais ou ativos com
baixo risco de crédito. Admitem alavancagem(3).

3.2 Renda Fixa Médio e Alto Risco:


Busca retorno por meio de investimentos em ativos de renda fixa, podendo manter mais
de 20% em títulos de médio e alto risco de crédito (sendo aceitos títulos sintetizados
através do uso de derivativos), incluindos e estratégias que impliquem em risco de juros
do mercado doméstico e risco de índices de preços.
Excluem-se estratégias que impliquem em risco de moeda estrangeira ou de renda
variável (ações, etc.). Admitem alavancagem(3).

3.3. Renda Fixa Com Alavancagem:


Busca retorno por meio de investimentos em ativos de renda fixa de qualquer espectro
de risco de crédito (sendo aceitos títulos sintetizados através do uso de derivativos),
incluindo-se estratégias que impliquem em risco de juros do mercado doméstico e risco
de índices de preço. Excluem-se, porém, investimentos
que impliquem em risco de oscilações de moeda estrangeira e de renda variável (ações,
etc.). Estes fundos podem, inclusive, realizar operações que impliquem em
alavancagem(3) do patrimônio.

4. FUNDOS CAMBIAIS:
4.1. Cambial Dólar sem Alavancagem
São fundos que aplicam pelo menos 80% de sua carteira em ativos (de qualquer
espectro de risco de crédito) relacionados diretamente, ou sintetizados via derivativos, à
moeda norte-americana. O montante não aplicado em ativos r elacionados direta ou
indiretamente ao dólar deve ser aplicado somente em títulos e operações de Renda Fixa
(pré ou pós fixadas a CDI/ SELIC). Não admitem alavancagem(3).

4.2 Cambial Euro Sem Alavancagem


São fundos que aplicam pelo menos 80% de sua carteira em ativos - de qualquer
espectro de risco de crédito - relacionados diretamente, ou sintetizados via derivativos, à
moeda européia. O montante não aplicado em ativos relacionados direta ou
indiretamente ao euro deve ser aplicado somente em títulos e
operações de Renda Fixa (pré ou pós fixadas a CDI/ SELIC). Não admitem
alavancagem(3).

5. FUNDOS MULTIMERCADOS:
A classificação dos Fundos Multimercados baseia-se nas estratégias adotadas pelos
gestores para atingir os objetivos dos fundos, que devem prevalecer sobre os
instrumentos utilizados.

5.1. Multimercados Macro


Fundos que realizam operações em diversas classes de ativos (renda fixa, renda
variável, câmbio, etc.) definindo as estratégias de investimento baseadas em cenários
macroeconômicos de médio e longo prazo, atuando de forma direcional. Admitem
alavancagem³.

5.2. Multimercados Trading


Fundos que concentram as estratégias de investimento em diferentes mercados ou
classes de ativos, explorando oportunidades de ganhos originados por movimentos
de curto prazo nos preços dos ativos. Admitem alavancagem³.

5.3. Multimercados Multiestratégia


Fundos que podem adotar mais de uma estratégia de investimento, sem o
compromisso declarado de se dedicarem a uma em particular. Admitem
alavancagem³.

5.4. Multimercados Multigestor


Fundos que têm por objetivo investir em mais de um fundo geridos por gestores
distintos. A principal competência envolvida consiste no proces so de seleção de
gestores.
Admitem alavancagem³.

5.5. Multimercados Juros e Moedas


Fundos que buscam retorno no longo prazo através de investimentos em ativos de
renda fixa, admitindo-se estratégias que impliquem em risco de juros do mercado
doméstico, risco de índice de preço e risco de moeda estrangeira. Excluem-se
estratégias que impliquem em risco de renda variável (ações, etc.). Admitem
alavancagem³.

5.6. Multimercados Estratégia Específica


Fundos que adotam estratégia de investimento que implique em riscos específicos,
tais como commodities, futuro de índice. Admitem alavancagem³.

5.7. Long and Short - Neutro


Fundos que fazem operações de ativos e derivativos ligados ao mercado de renda
variável, montando posições compradas e vendidas, com o objetivo de manterem a
exposição neutra ao risco do mercado acionário. Os recursos remanescentes em
caixa devem ficar investidos em operações permitidas ao tipo Referenciado DI.
Admitem alavancagem³.

5.8. Long and Short - Direcional


Fundos que fazem operações de ativos e derivativos ligados ao mercado de renda
variável, montando posições compradas e vendidas. O resultado deve ser
proveniente, preponderantemente, da diferença entre essas posições. Os recursos
remanescentes em caixa devem ficar investidos em operações permitidas ao tipo
Referenciado DI. Admitem alavancagem³.

5.9. Balanceados
Fundos que buscam retorno no longo prazo através de investimento em diversas
classes de ativos (renda fixa, ações, câmbio, etc.). Estes fundos utilizam uma
estratégia de investimento diversificada e, deslocamentos táticos entre as classes de
ativos ou estratégia explícita de rebalanceamento de curto prazo. Estes fundos
devem ter explicitado o mix de ativos (percentual de cada classe de ativo) com o
qual devem ser comparados (asset allocation benchmark). Sendo assim, esses
fundos não podem ser comparados a indicador de desempenho que reflita apenas
uma classe de ativos (por exemplo: 100% CDI). Não admitem alavancagem³.

5.10. Capital Protegido


Fundos que buscam retornos em mercados de r isco procurando proteger parcial
ou totalmente o principal investido.

6. FUNDOS DE DÍVIDA EXTERNA:


São fundos que têm como objetivo investir preponderantemente em títulos
representativos da dívida externa de responsabilidade da União. Estes fundos
seguem o disposto no artigo 96 da Instrução CVM 409.

7. FUNDOS DE AÇÕES:
Os Fundos de Ações devem possuir, no mínimo, 67% da carteira em ações à vista.

7.1. Fundos de Ações Ibovespa

7.1.1 Fundos de Ações Ibovespa


São fundos cujo objetivo de investimento é acompanhar o comportamento do
Ibovespa. Não admitem alavancagem (3).

7.1.2. Ações Ibovespa Ativo


São fundos que utilizam o Índice BOVESPA como referência, tendo objetivo
explícito de superar este índice. Não admitem alavancagem (3).
7.1.3. Ações Ibovespa Ativo Com Alavancagem
São fundos que utilizam o Índice BOVESPA como referência, tendo objetivo
explícito de superar este índice. Admitem alavancagem (3).

7.2. Fundos de Ações IBrX

7.2.1. Ações IBrX Indexado


São fundos cujo objetivo de investimento é acompanhar o comportamento do IBrX
ou do IBrX 50. Não admitem alavancagem (3).

7.2.2. Ações IBrX Ativo


São fundos que utilizam o IBrX ou o IBrX 50 como referência, tendo objetivo
explícito de superar o respectivo índice. Não admitem alavancagem (3).

7.2.3. Ações IBrX Ativo Com Alavancagem


São fundos que utilizam o IBrX ou o IBrX 50 como referência, tendo o objetivo
explícito de superar o respectivo índice. Admitem alavancagem (3).

7.3. Fundos de Ações Setoriais


São fundos que investem em empresas pertencentes a um mesmo setor ou conjunto
de setores afins da economia. Estes fundos devem explicitar em suas políticas de
investimento os setores, subsetores ou segmentos elegíveis para aplicação,
conforme classificação setorial definida pela BM&FBOVESPA (antiga
BOVESPA). Não admitem alavancagem(3).

7.3.1. Ações Setoriais Telecomunicações


São fundos cuja estratégia é investir em ações do setor de telecomunicações. Os
recursos remanescentes em caixa devem ficar investidos em operações permitidas
ao tipo Referenciado DI.

7.3.2. Ações Setoriais Energia


São fundos cuja estratégia é investir em ações do setor de energia. Os recursos
remanescentes em caixa devem ficar investidos em operações permitidas ao tipo
Referenciado DI.

7.3.3. Ações Setoriais Livre


Classificam-se neste subsegmento os Fundos de Ações Setoriais que não se
enquadrem em nenhum dos subsegmentos anteriores (7.3.1. e 7.3.2.). Os recursos
remanescentes em caixa devem ficar investidos em operações permitidas ao tipo
Referenciado DI.

7.3.4. Ações Setoriais Privatização Petrobrás - FGTS


São fundos regulamentados pelas Instruções CVM 141/1991, 157/1991, 266/1997,
279/1998 e suas modificações.

7.3.5. Ações Setoriais Privatização Petrobrás - Recursos Próprios


São fundos regulamentados pela Instrução CVM 409/2004 e suas modificações e
que atendem aos requisitos estabelecidos em ofertas de valores mobiliários no
âmbito do Programa Nacional de Desestatização e dos Programas Estaduais de
Desestatização.
7.3.6. Ações Setoriais Privatização Vale - FGTS
São fundos regulamentados pelas Instruções CVM 141/1991, 157/1991, 266/1997,
279/1998 e suas modificações.

7.3.7. Ações Setoriais Privatização Vale - Recursos Próprios


São fundos regulamentados pela Instrução CVM 409/2004 e suas modificações e
que atendem aos requisitos estabelecidos em ofertas de valores mobiliários no
âmbito do Programa Nacional de Desestatização e dos Programas Estaduais de
Desestatização.

7.4. Fundos de Ações Privatização FGTS - Livre


São fundos regulamentados pelas Instruções CVM 141/1991, 157/1991, 266/1997,
279/1998 e suas modificações. Estes fundos podem aplicar em outros valores
mobiliários que não aqueles objeto da privatização e, suas cotas são integralizadas
exclusivamente com recursos resultantes da transferência de recursos dos Fundos
de Ações Setoriais Privatização - FGTS.

7.5. Fundos de Ações Small Caps


São fundos cuja carteira investe, no mínimo, 90% em ações de empresas que não
estejam incluídas entre as 25 maiores participaç&otild e;es do IBrX - Índice Brasil,
ou seja, ações de empresas com relativamente baixa e média capitalização de
mercado. Os 10% remanescentes podem ser investidos em ações de maior liquidez
ou capitalização de mercado, desde que não estejam incluídas entre as 10 maiores
participações do IBrX -Índice Brasil, ou em caixa. Os recursos remanescentes em
caixa devem ficar investidos em operações permitidas ao tipo Referenciado DI.
Não admitem alavancagem(3).

7.6. Fundos de Ações Dividendos


São fundos cuja carteira investe somente em ações de empresas com histórico de
dividend yield (renda gerada por dividendos) consistente ou que, na visão do
gestor, apresentem essas perspectivas. Os recursos remanescentes em caixa devem
ficar investidos em operações permitidas ao tipo Referenciado DI. Não admitem
alavancagem(3).

7.7. Fundos de Ações Sustentabilidade/Governança


São fundos que investem somente em empresas que apresentam bons níveis de
governança corporativa, ou que se destacam em responsabilidade social e
sustentabilidade empresarial no longo prazo, conforme critérios estabelecidos por
entidades reconhecidas no mercado ou supervisionados por conselho não
vinculado à gestão do f undo. Os recursos remanescentes em caixa devem ficar
investidos em operações permitidas ao tipo Referenciado DI. Não admitem
alavancagem(3).

7.8. Fundos de Ações Livre

7.8.1. Ações Livre


Classificam-se neste segmento os fundos de ações abertos que não se enquadrem
em nenhum dos segmentos anteriores (7.1. a 7.7., e seus subsegmentos). Não
admitem alavancagem(3).
7.8.2. Ações Livre Com Alavancagem
Classificam-se neste segmento os fundos de ações abertos que não se enquadrem
em nenhum dos segmentos anteriores (7.1. a 7.7., e seus subsegmentos). Admitem
alavancagem(3).

7.9. Fundos Fechados de Ações


São fundos de condomínio fechado regulamentados pela Instrução CVM 409/2004
e suas modificações.

II - FUNDOS DE PREVIDÊNCIA
Nesta categoria incluem-se os FAPI's e Fundos Exclusivos para PGBL's. Será
utilizada a classificação dos Fundos de Investimento (item I).

III - FUNDOS OFF SHORE


Para efeitos desta classificação, será considerado fundo off shore aquele
constituído fora do território brasileiro, mas cujo gestor localiza-se no Brasil.
1. Off Shore Renda Fixa
2. Off Shore Renda Variável
3. Off Shore Mistos

IV - FUNDOS DE INVESTIMENTOS EM DIREITOS CREDITÓRIOS


São os fundos regulamentados pelas Instruções CVM 356/ 2001 e CVM 399/2003 e
suas modificações.

V - FUNDOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO


São os fundos regulamentados pelas Instruções CVM 205/1994 e CVM 206/1994 e
suas modificações.

VI - FUNDOS DE ÍNDICE
São os fundos regulamentados pela Instrução CVM 359/2002.

VII - FUNDOS DE PARTICIPAÇÕES


São fundos regulamentados pelas Instruções CVM 153/1991, 209/1994 e 391/2003 e
suas modificações.

1 - Com exceção dos fundos de privatização relacionados às ofertas de valores


mobiliários no âmbito do Programa Nacional de Desestatização e dos Programas
Estaduais de Desestatização, regulamentados pelas Instruções CVM 141/1991,
157/1991, 266/1997, 279/1998 e suas modificações.

2 - Entende-se por proteção da carteira, ou hedge, qualquer operação que tenha


por objetivo neutralizar riscos diferentes do parâmetro de referência do fundo, ou
sintetizar riscos que atrelem o fundo ao parâmetro de referência, limitado ao valor
do seu patrimônio.

3 - Um fundo é considerado alavancado sempre que existir possibilidade (diferente


de zero) de perda superior ao patrimônio do fundo, desconsiderando-se casos de
default nos ativos do fundo.
4 - Caso estes fundos sejam compostos somente por ações de uma única empresa, a
política de investimento deve
explicitar esta condição e qual é a empresa.

Classificação CVM

Investem seus recursos exclusivamente em títulos públicos federais ou


privados de baixo risco de crédito.
Estes títulos podem ser de renda fixa, pós ou prefixados, e geralmente,
sua rentabilidade está atrelada à taxa de juros usada nas operações entre
os bancos (conhecida como taxa do CDI).
Curto Prazo Investem em papéis com prazo máximo a decorrer de 375 dias e o prazo
médio da carteira é de, no máximo, 60 dias.
Por estas características, são considerados os mais conservadores,
indicados para investidores com objetivo de investimento de curtíssimo
prazo, pois suas cotas são menos sensíveis as oscilações das taxas de
juros.
Os fundos Referenciados identificam em seu nome o indicador de
desempenho que sua carteira tem por objetivo acompanhar.
Para tal, investe no mínimo 80% em títulos públicos federais ou em
títulos de renda fixa privados classificado na categoria baixo risco de
crédito. Além disso, no mínimo 95% de sua carteira é composta por
ativos que acompanhem a variação do seu indicador de desempenho, o
Referenciado
chamado benchmark. Usam instrumentos de derivativos com o objetivo
de proteção (hedge).
Os fundos referenciados mais conhecidos são os DI. Você
provavelmente já ouviu falar deles. São fundos que buscam
acompanhar a variação diária das taxas de juros (Selic/CDI), e se
beneficiam em um cenário de alta de juros.
Aplicam uma parcela significativa de seu patrimônio (mínimo 80%) em
títulos de renda fixa prefixados (que rendem uma taxa de juro
previamente acordada) ou pós-fixados (que acompanham a variação da
taxa de juros ou um índice de preço). Além disso, usam instrumentos de
Renda Fixa
derivativos com o objetivo de proteção (hedge).
Nos fundos de Renda Fixa acontece o oposto dos fundos Referenciados
DI, pois se beneficiam em um cenário de redução das taxas de juros.

São fundos que possuem políticas de investimento que envolve vários


fatores de risco, pois combinam investimentos nos mercados de renda
fixa, câmbio, ações, entre outros. Além disso, utilizam-se ativamente de
instrumentos de derivativos para alavancagem de suas posições, ou para
proteção de suas carteiras (hedge). São fundos com alta flexibilidade de
Multimercado
gestão, por isso dependem do talento do gestor na escolha do melhor
momento de alocar os recursos (market timing), na seleção dos ativos
da carteira e no percentual do patrimônio que será investido em cada
um dos mercados (asset mix).

Ações São fundos que investem no mínimo 67% de seu patrimônio em ações
negociadas em bolsa. Dessa forma, estão sujeitos às oscilações de
preços das ações que compõem sua carteira. Alguns fundos desta classe
têm como objetivo de investimento acompanhar a variação de um
índice do mercado acionário, tal como o Ibovespa ou o IBX. São mais
indicados para quem tem objetivos de investimento de longo prazo.

Estes fundos devem manter no mínimo, 80% de seu patrimônio


investido em ativos que sejam relacionados, diretamente ou
indiretamente (via derivativos), à variação de preços de uma moeda
estrangeira, ou à uma taxa de juros (o chamado de cupom cambial).
Nesta classe os fundos mais conhecidos são os chamados fundos
Cambial Cambiais Dólar que objetivam seguir a variação da cotação da moeda
norte americana. Mas é importante ficar atendo, pois estes fundos não
refletem exatamente a cotação do dólar, pois nele estão envolvidos
custos de taxa de administração, imposto de renda, bem como a
variação da taxa de juro.

Aplicam no mínimo 80% de seu patrimônio em títulos brasileiros


negociados no mercado internacional. Os 20% restantes podem ser
Dívida aplicados em outros títulos de crédito transacionados no exterior. Estes
Externa títulos são mantidos no exterior.
Para o investidor no Brasil, este fundo é a única forma de aplicar nos
papéis emitidos pelo governo brasileiro negociados no exterior.

Guia de Investidores

O Guia de Investidores Como Investir é mais um resultado do esforço da ANBID no


sentido de ampliar os instrumentos de Educação e Informação do investidor no Brasil. É
um instrumento de propagação de conhecimentos sobre os mecanismos que devem ser
observados no investimento pessoal. Nesse Guia você encontrará num formato
agradavel, as regras e noções básicas sobre como administrar seus recursos e obter, por
meio das aplicações financeiras, resultados compativeis com suas necessidades.

Porque Investir em Fundos

A principal vantagem de se investir em um fundo é não precisar ser nenhum "mestre"


em investimentos e nem ter muito dinheiro para se beneficiar das oportunidades
disponíveis no mercado financeiro.

Ao investir seus recursos diretamente no mercado, você precisa constantemente


acompanhar o desempenho destes diferentes ativos, além de manter-se bem informado,
dia a dia, sobre os mais diversos assuntos de economia, políticas e outros que possam
afetar seu investimento.

Em um fundo você chegará a lugares que não poderia chegar individualmente, seja
porque desconhece as complexas operações do mercado financeiro, seja porque a
quantia que tem para investir é pequena.

Os fundos são condomínios que reúnem em um mesmo lugar diversos investidores com
objetivos e necessidades semelhantes. Esse condomínio, ou seja, o fundo, contrata uma
instituição para gerir seus recursos (o gestor), que fica sendo a responsável pelas
aplicações dos recursos do fundo no mercado, conforme objetivo e política de
investimento definida. O fundo de investimento consegue condições mais vantajosas no
mercado financeiro que o investidor individualmente. Você não acha que uma aplicação
de R$ 1 milhão sempre consegue uma melhor taxa que R$ 100,00.

A você cabe o papel de escolher o produto que tenha uma política de investimento
adequada a suas expectativas. Além disso, seus objetivos podem mudar com o passar do
tempo, e, portanto, é imprescindível que acompanhe sistematicamente seus
investimentos, para avaliar se eles continuam atendendo as suas necessidades.

Para facilitar o acompanhamento, os fundos são divididos em classes que os agrupam


por sua similaridade de política de investimento e pelo seu grau de risco.

E lembre-se: sempre leia o prospecto de fundo antes de investir.

Vantagens de Investir em Fundos

Várias são as vantagens de se investir em fundos. Além de contar com uma infinidade
de alternativas disponíveis no mercado, os fundos se tornaram ao longo do tempo, um
excelente instrumento para se investir em diferentes tipos de ativos, pois permite que o
investidor, seja ele pequeno ou grande, tenha acesso aos mais diferentes mercado.

Se você ainda tem dúvida, aqui estão alguns motivos que lhe ajudarão a decidir pelos
fundos de investimento:

• Porque é seguro
• Porque é rentável
• Porque é mais conveniente na hora de investir
• Porque permite acesso a diversos ativos, mesmo com pouco dinheiro para
investir
• Porque permite maior diversificação
• Porque tem liquidez diária
• Porque os custos são baixos
• Porque é transparente
• Porque é importante para a economia brasileira

Importante: Antes de investir em um fundo de investimento, leia atentamente o


prospecto.

Porque é seguro

A CVM - Comissão de Valores Mobiliários regula e supervisiona a indústria de fundos


no Brasil. A política de investimento, os riscos e as taxas cobradas, são alguns dos itens
fiscalizados. Adicionalmente, a ANBID criou o Código de Auto-Regulação da indústria
de fundos, que faz com que as instituições financeiras, espontaneamente, criem regras
não raramente mais rígidas para regular suas atividades, garantindo assim a segurança e
a transparência nas aplicações. As regras são objetivas e de conhecimento público.

Porque é rentável
É administrado por profissionais especializados, que tem a responsabilidade de analisar
as melhores alternativas disponíveis para os objetivos do fundo. A rentabilidade dos
fundos de investimento tem sido superior a de outros investimentos tradicionais, como
caderneta de poupança ou imóveis.

Porque é mais conveniente na hora de investir

A aplicação em fundos é bem simples, basta escolher o fundo de investimento adequado


aos seus objetivos e perfil de risco. Depois disso, você pode escolher investir pela sua
agência bancária, nos caixas eletrônicos, pelo tele atendimento dos bancos ou pela
internet. Visite o site do seu banco e veja as opções disponíveis.

Porque permite acesso a diversos ativos, mesmo com pouco dinheiro

Existem milhares de opões de fundos no mercado no mercado brasileiro, muitos deles


com investimento mínimo a partir de R$ 50,00. Desse modo, qualquer pessoa pode ter
acesso a mercados que dificilmente teria se estivesse fazendo uma aplicação individual,
diretamente no mercado.

Porque permite mais diversificação

São tantas as opções de composições de uma carteira de investimento que você pode
escolher um fundo para cada objetivo. O gerente de seu banco pode ajudá-lo a encontrar
o que atenda melhor às suas necessidades, considerando o risco, o objetivo de
rentabilidade e o tempo de aplicação.

Porque tem liquidez diária

As cotas de um fundo de investimento podem ser resgatadas a qualquer momento. Vale


ressaltar que os prazos de aplicação e resgates variam dependendo do fundo. Existe até
o modelo de resgate automático que autoriza a transferência do dinheiro do fundo para a
conta corrente sempre que o seu saldo em conta corrente estiver negativo. O dinheiro
está sempre à mão. Alguns fundos podem ter um prazo de carência inicial, e esta
informação está estabelecida no prospecto.

Porque os custos são baixos

O custo de aplicar junto com outros investidores é bem menor do que se você fosse
aplicar seu dinheiro individualmente. Num fundo, os custos de corretagem na aquisição
de ações, por exemplo, são rateados entre todos os cotistas. A única taxa que você paga
é para remunerar os prestadores de serviço do fundo. Consulte o prospecto. Lá todos os
custos estão apresentados de forma muito transparente.

Porque é transparente

Os fundos de investimento são a única aplicação que diariamente divulgam o valor de


suas cotas. Além disso, os fundos se utilizam da Marcação a Mercado, que consiste na
apuração do valor da cota baseada no valor de mercado de seus ativos, apurados ao final
de cada dia. Todas as operações são registradas, custodiadas, fiscalizadas e auditadas
periodicamente.

Porque é importante para a economia brasileira

Para se ter uma idéia de como o investimento em fundos contribui para o País, hoje
cerca de 60% do patrimônio dos fundos de investimento de alguma forma financiam o
governo. Isso significa que o poder público usa seu dinheiro emprestado para financiar
suas diversas atividades e necessidades. No Brasil, a participação dos fundos no PIB é
maior do que em muitos países desenvolvidos como Itália, Alemanha, Espanha e Reino
Unido. Veja no Gráfico:

Participação % do patrimônio dos fundos de investimento no PIB

Fonte: Investment Company Institute (ICI) (Fechamento de 2007)

É mais seguro investir hoje

Entre os anos 80 até a metade da década de 90, a inflação, a indexação da economia e os


choques econômicos não contribuíram para o crescimento da indústria de fundos.
Até 1992, os fundos de investimento não tinham liquidez diária e sim data de
aniversário. Naquele ano, surgiu o Fundo de Commodities, considerado o precursor dos
Fundos DI. Esses fundos ofereciam rentabilidade diária após 30 dias, indexada ao CDI -
Certificado de Depósito Interbancário.

Mas foi em 1995 que aconteceu uma importante mudança, que estabeleceu um divisor
de águas na indústria de fundos.

Veja o que aconteceu (e a conseqüência disso) nos últimos anos.

Mercado de fundos

Por que cada dia mais gente investe em fundos?

A indústria de fundos cresce sem parar no País porque os brasileiros entenderam que
esta modalidade de investimento oferece rentabilidade, transparência e segurança. E a
transparência é a principal ferramenta desta indústria.

O mercado precisa ser confiável para atrair investimentos e os investidores precisam se


sentir seguros para comprar as cotas de um fundo. Além disso, os fundos permitem que
o pequeno investidor possa acessar mercados nas mesmas condições de grandes
investidores.

Riscos

Risco é a possibilidade das coisas não saírem como você planejou. Vai sempre existir,
por melhor que tenha sido seu planejamento, porque é derivado do fato de o futuro ser
incerto. O risco é natural a tudo que fazemos em nossas vidas.

Cada vez que você sai de casa de carro e escolhe o caminho que deve percorrer até o seu
destino está, mesmo sem perceber, avaliando risco. Você escolhe se deve seguir por
uma via expressa ou por ruas de bairro, analisando qual trecho é mais curto, qual é o
mais seguro, onde tem menos sinais de trânsito e onde está menos engarrafado.

Depois de pensar nisso tudo, você pode até seguir pelo caminho mais longo porque
concluiu que ele te dará outras compensações, como menos risco de ficar parado num
engarrafamento.

Você pode usar o mesmo raciocínio para entender o que é risco no mercado de fundos.
Se você está procurando um investimento sem riscos, admita: riscos existem. Estão aí
para serem avaliados e controlados.

Tipos de riscos

São três os tipos de risco. Eles não existem isoladamente. Estão interligados e um pode
ser conseqüência do outro. Por isso, é muito importante a escolha da instituição que
administrará seu patrimônio. Você deve optar por uma instituição séria, conhecida no
mercado pela ética e profissionalismo na prestação de serviços.

• Risco de crédito
• Risco de liquidez
• Risco de Mercado

Risco de crédito

É o risco decorrente da possibilidade de a contraparte não cumprir suas obrigações,


parcial ou integralmente, diante da data combinada. Desse modo, o risco de crédito
consiste não somente em risco de a contraparte ficar totalmente inadimplente com suas
obrigações, mas também em apenas poder pagar uma parte de seus compromissos, após
a data combinada.

Neste tipo de risco, o emissor de títulos pode não honrar o principal ou o pagamento de
juros. Um investidor aceita um investimento com alto risco de crédito pela
compensação de ter uma rentabilidade maior.

Importante: Quando você compra cotas de um fundo de investimento não está aderindo
ao risco de crédito da instituição que administra o fundo. O risco está na carteira, não em
quem administra. Se a instituição na qual você tem investimentos quebrar, você só vai
perder a parcela do patrimônio investida em ativos desta instituição financeira. Vale
reforçar que um fundo não pode ter mais que 20% do seu patrimônio investido em
papéis da mesma instituição financeira que o administra. Se não houver papéis daquela
instituição na carteira, o banco quebra e seu dinheiro continua protegido no fundo.

Exemplo: Você está aderindo ao risco de uma instituição financeira quando compra
CDBs daquele banco. Assim como está aceitando o risco de crédito de uma empresa
quando compra debêntures daquela companhia.

Risco de liquidez

O risco de liquidez surge da dificuldade em se conseguir encontrar compradores


potenciais de um determinado ativo no momento e no preço desejado. Ocorre quando
um ativo está com baixo volume de negócios e apresenta grandes diferenças entre o
preço que o comprador está disposto a pagar (oferta de compra) e aquele que o
vendedor gostaria de vender (oferta de venda). Quando é necessário vender algum ativo
num mercado ilíquido, tende a ser difícil conseguir realizar a venda sem sacrificar o
preço do ativo transacionado.

Exemplo: algumas ações negociadas na bolsa de valores apresentam baixo volume de


negócio e, quando um investidor precisa vender uma grande quantidade destas ações,
acaba causando uma queda no seu preço. Mas isso necessariamente não significa que
estas ações serão menos valorizadas. Você pode obter um excelente ganho com um
investimento de baixa liquidez, mas deve estar consciente deste risco.

Risco de mercado

Este tipo de risco é associado à possibilidade de desvalorização ou de valorização de um


ativo (título público ou ação, por exemplo), devido às alterações políticas, econômicas
ou em decorrência da situação individual da empresa ou banco que emitiu o ativo. É a
possibilidade de ocorrer mudanças no valor do seu investimento associadas à notícia ou
acontecimento que diz respeito direta ou indiretamente à aplicação que você escolheu.

Um exemplo clássico é a bolsa de valores, que tem altas ou baixas em conseqüência de


movimentos favoráveis ou desfavoráveis do mercado.

Exemplo: Quando uma empresa anuncia que fechará o ano com prejuízo, aumenta o
número de acionistas dispostos a vender suas ações. Assim como em qualquer outro
mercado, se há mais gente querendo vender (mais oferta), o preço cai.

O risco de mercado é maior nos ativos que apresentam maior Volatilidade nos preços,
ou seja, quando há maior oscilação de preço em relação à sua média.

Como o fundo administra o risco de crédito?

A principal vantagem de se investir por meio de um fundo, ao invés de comprar


diretamente títulos, é que o gestor, ao compor a carteira, aplica em diversos títulos com
diferentes riscos associados, procurando diluir o risco de crédito da carteira.

Quando o gestor compra títulos para o fundo, analisa antes a qualidade daquele crédito.
Ele leva em consideração o rating da empresa e do título, o prazo, a remuneração etc., e
se ela é adequada à política de investimento do fundo.

Rating significa classificação. Uma agência de rating oferece opiniões atualizadas e


independentes sobre a capacidade de o emissor de um ativo pagar suas dívidas e honrar
seus compromissos financeiros, ou seja, a qualidade de crédito do emissor.

É um instrumento de medição de riscos. Há classificação de risco de bancos, de países


ou mesmo de um ativo específico.

Veja abaixo as formas de classificação de risco das principais agências de rating:

Código de Ratings
Agência Fitch
Agência SR Austin O que significa a
Standard & Atlantic
Moody's Rating* Rating** classificação
Poor's Ratings
Risco baixíssimo. O emissor
Aaa AAA AAASR AAA AAA é confiável.
*Risco quase nulo
Alta qualidade, com pequeno
AA+SR aumento de risco no longo
Aa AA AASR AA prazo.
AA
AA-SR *Risco muito baixo
**Risco irrisório
A A A+SR A A Entre alta e média qualidade,
AASR mas com vulnerabilidade às
A-SR mudanças das condições
econômicas.
*Risco Baixo
**Risco muito baixo
Média qualidade, mas com
BBB+SR
incertezas no longo prazo.
Baa BBB BBBSR BBB BBB
*Risco módico
BBB-SR
**Risco baixo
BB+SR Qualidade moderada, mas
Ba BB BB SR BB BB não totalmente seguro.
BB-SR *Risco mediano
Capacidade de pagamento
B+SR
atual, mas com risco de
B B B SR B B
inadimplência no futuro.
B-SR
*Risco alto
Baixa qualidade com real
CCC
possibilidade de
Caa CCC CCCSR CCC CC
inadimplência.
C
*Risco muito alto
Qualidade especulativa e
com histórico de
Ca CC CCSR CC -
inadimplência.
*Risco extremo
Baixa qualidade com baixa
C C CSR C - possibilidade de pagamento.
*Risco máximo
DDD
- D DSR - DD Inadimplente Default
D

Fonte: Sites das agências de classificação

Calma, você não precisa decorar todas essas letras e acompanhar a classificação de cada
fundo, empresa, instituição financeira ou país para tomar uma decisão de investimento.
Cabe ao gestor do fundo acompanhar todas estas classificações.

Não há investimento sem risco

Não há nenhuma categoria de investimento que não tenha risco.

Quer um exemplo?

Segundo especialistas, entre 60% e 70% da riqueza do brasileiro estão aplicadas em


imóveis. É comum encontrarmos pessoas que acreditam que aplicar em imóvel é um
investimento com risco zero. Isto é um engano.

Veja os riscos que um comprador de imóvel corre:

Depreciação - Imagine se a prefeitura libera o funcionamento de uma feira bem em


frente à entrada do seu novo prédio? Ou se houver mudança no zoneamento do seu
bairro, se tornando um bairro comercial? O próprio crescimento da cidade gera
valorizações diferenciadas dos bairros.

Baixa Liquidez - Não existe uma bolsa de imóveis em que você possa vender a casa se
precisar se desfazer do investimento com urgência. Assim, você pode demorar a vender
seu imóvel.

Imobiliza patrimônio - Quando você compra um apartamento ou casa está


"congelando" uma parte do seu dinheiro. Se a compra não tiver sido bem planejada
pode afetar sua vida financeira por um longo período.

Rentabilidade - Se o imóvel comprado for para você morar, não haverá rendimento e
provavelmente a valorização será inferior à de ativos financeiros. Além disso, ainda
haverá custos como condomínio, taxas, impostos etc.

Uma boa forma de minimizar os riscos é diversificar seus investimentos. Desta forma,
você tende sempre conseguir algum benefício em seus investimentos, mesmo em
situações de turbulência do mercado.

O que deve ser avaliado

Se o risco está presente em tudo, o que deve ser avaliado?

O que você precisa é encontrar o seu meio termo: o equilíbrio.

Os investimentos com maior potencial de rentabilidade apresentam, geralmente, riscos


mais elevados e necessitam de um prazo de maturação mais longo, ao contrário das
aplicações mais conservadoras.

A disposição para assumir riscos é variável, e cada um tem seus limites. O risco deve
ser bem remunerado, mas lembre-se que sua decisão de investimento deve estar baseada
em seus objetivos, sua tolerância ao risco a investimentos para arrojados e no seu
horizonte de tempo.

Não adianta investir no produto que rende mais, se isso custará a você muitas noites de
sono.

Entenda bem a natureza dos riscos que envolvem os investimentos. Os Fundos de


Ações, por exemplo, tendem a apresentar um risco maior do que os Fundos de Curto
Prazo.

Perfil de risco

Você é do tipo de motorista que gosta de dirigir a 100 km por hora, ou faz o estilo mais
cuidadoso, sempre preocupado com os limites de velocidade?
Se você se define como mais cuidadoso, sabe que corre menos risco de acidente que
aquele motorista mais apressado. Mas também sabe que isso não quer dizer que você
está livre dos perigos do trânsito.

O exemplo nos ajuda a entender como o risco faz parte das nossas vidas, por mais
avessos e cautelosos que possamos ser.

O mesmo conceito pode ser usado nas aplicações financeiras. Risco é natural. O
máximo que podemos fazer, assim como no trânsito, é reduzir a nossa exposição.

Os investimentos de alto risco podem ou não ser os de maior rentabilidade. O que você
precisa é entender bem que riscos existem na aplicação que escolheu, seja ela qual for, e
decidir: os ganhos compensam ou não a possibilidade de que nem tudo saia como o
esperado.

Como Escolher

Antes de analisar as alternativas de fundos disponíveis, é importante que avalie o tipo de


investidor você é. Isso dependerá, entre outras coisas, dos seus objetivos atuais.

Antes, reflita:

Sua principal preocupação hoje é acumular patrimônio para aposentadoria?


Ótimo! Você já tomou uma excelente decisão: planejar-se para o futuro. Seus objetivos
são de longo prazo, então neste caso, você pode optar por fundos que objetivam
retornos de ao longo do tempo, em que a liquidez não necessariamente é fator tão
relevante neste momento.

Seu objetivo atual é proteger o patrimônio que você já acumulou?


Parabéns! Você veio ao longo de todos estes anos garantindo a tranqüilidade dos dias de
hoje. A liquidez para você neste momento mais é importante, e opções mais
conservadoras farão com que possa tomar proveito suas economias a qualquer
momento.

Entender em que momento da vida você se encontra é uma tarefa simples, mas para que
você colha os resultados esperados, é preciso muita disciplina.

Avalie:
Seus objetivos sempre: eles mudam ao longo do tempo, dependendo em que fase da
vida você se encontra.

Sua tolerância ao risco: invista em fundos que tenham política de investimento


adequada com seu perfil. Investir em um fundo apenas porque está rendendo mais,
podem lhe custar muitas noites de sono.

Seu prazo para investir: Selecione recursos de Curto e Longo Prazo, "pular de galho
em galho" pode não ser uma boa estratégia, pois você pode arcar com custos de
impostos desnecessários.
Acompanhe seus investimentos: Consulte periodicamente a rentabilidade, mas não se
assuste com movimentos pontuais de mercado. Investimentos de longo prazo tendem a
trazer melhor retorno, pois neutralizam movimentos sazonais.

Defina seus objetivos

• Qual o objetivo me leva a guardar dinheiro?


• De quanto dinheiro preciso para realizar este objetivo?
• Em quanto tempo quero realizar este objetivo?

Se você conhece bem sua necessidade, será fácil perceber que tipo de fundo é o mais
adequado para você.

Por exemplo:

• Quero manter uma poupança que, mais do que rentabilidade, me dê


liquidez para uma situação de emergência.
- Seus recursos devem ficar aplicados em um fundo que permita resgates diários
e de baixo risco.Saiba mais sobre os fundos: Curto Prazo e Referenciado DI.
• Quero garantir recursos para minha aposentadoria. A única coisa que me
interessa é manter o poder de compra do meu dinheiro em Reais.
- Você deve aplicar seus recursos em um fundo que objetive superar inflação no
longo prazo. Saiba mais sobre os fundos: Renda Fixa
• Quero investir porque penso no futuro em morar no exterior e preciso
manter o poder de compra do meu dinheiro em dólar.
- Há várias alternativas de fundos que buscam acompanhar a variação
cambial.Saiba mais sobre os fundos: Cambiais
• Quero investir uma parte do meu dinheiro aceitando correr maior risco em
troca de uma melhor rentabilidade a longo prazo.
- Você pode aplicar nos fundos que têm uma carteira diversificada de ativos ou
invistam em ações.Saiba mais sobre os fundos: Ações e Multimercado

Lembre-se: você pode montar uma carteira de investimento comprando cotas de vários
fundos, um para cada objetivo. Isso se chama Diversificação.

Avalie as alternativas

Se você identificou seus objetivos, avaliou sua tolerância ao risco e determinou seu
horizonte de tempo, você já tem base para fazer sua escolha de investimento.

Segundo dados da ANBID - Associação Nacional dos Bancos de Investimento -


atualmente existem quase 5.000 fundos em operação no Brasil, com políticas de
investimento distintas.

O primeiro passo é selecionar fundos mais adequados ao seu objetivo e perfil de risco.
Em seguida escolher aqueles cujo valor mínimo de aplicação seja condizente com o
montante que tem para investir, e depois disso, resta ler atentamente o prospecto
daqueles selecionados antes de fazer seu investimento inicial.
Este processo fará com que entenda o que cada fundo de investimento tem a lhe
oferecer e se está adequado aos seus objetivos.

Se você quiser se aprofundar ainda mais no processo de escolha, clique aqui e entenda
como os fundos são classificados.

Importante: Nunca concentre todas as suas economias em um único tipo de


investimento. Mantenha seus recursos em fundos com diferentes objetivos, riscos e
prazo. Isso é o que chamamos de diversificação de investimentos.

Por dentro dos fundos de investimento

Um fundo é uma comunhão de recursos sob a forma de condomínio onde os cotistas


têm o mesmo interesse e objetivos ao investir no mercado financeiro e de capitais

Vários profissionais estão envolvidos na gestão e administração de um fundo e cada


uma tem um papel importante a desempenhar.

Além de entender o papel de cada um desses profissionais, você deve também conhecer
para que serve cada documento de fundo, e se familiarizar com seus principais termos.

Responsável pelo funcionamento do fundo. Controla todos os


Administrador
prestadores de serviço, e defende os interesses dos cotistas.
Responsável pela compra e venda dos ativos do fundo (gestão)
Gestor segundo objetivos e política de investimento estabelecida no
regulamento.
Responsável pela "guarda" dos ativos do fundo. Responde pelos
Custodiante dados e envio de informações dos fundos para os gestores e
administradores.
Responsável pela venda das cotas do fundo. Pode ser o próprio
Distribuidor
administrador ou terceiros contratados por ele.
Este é você, ou seja, todo aquele que aplica em um fundo de
investimento. Pode ser um grande ou pequeno investidor, não importa.
Cotista
Ao aplicar em um fundo todos recebem o mesmo tratamento e tem os
mesmos direitos, independente de valor aplicado.
Documento que estabelece as regras de funcionamento e
Regulamento operacionalização de um fundo de investimento, segundo legislação
vigente.
Documento que contém as informações relevantes para o investidor
Prospecto
relativas à política de investimento do fundo e os riscos envolvidos.
Ao investir você deve assinar um termo confirmando que:
Termo de - Recebeu o regulamento e o prospecto do fundo
Adesão - Tomou ciência dos riscos envolvidos e da política de investimento
deste fundo
Representa a diferença entre o valor dos ativos e dos passivos. É o
Patrimônio valor contábil pertencente aos cotistas. No caso dos fundos de
Líquido investimento, o patrimônio líquido é a soma de todos os ativos e
operações do fundo, descontados os custos e as taxas.
Valor da Cota É o patrimônio líquido do fundo dividido pelo número de cotas. As
cotas têm um valor que, ao longo do tempo, pode aumentar (quando
sua aplicação se valoriza) ou pode diminuir (quando seus
investimentos não são tão bem sucedidos). Todos os dias o
administrador deve calcular e divulgar o valor da cota.
Taxa de Valor percentual pago pelos cotistas de um fundo para remunerar
Administração todos os prestadores de serviço.
Percentual cobrado do cotista quando a rentabilidade do fundo supera
Taxa de
a de um indicador de referência. Nem todos os fundos cobram taxa de
Performance
performance

A maior parte dos bancos coloca estes documentos a disposição na internet. Mas se
preferir pode solicitá-los em sua agência bancária.

Gestão ativa ou gestão passiva

Há uma grande diferença entre a gestão passiva e ativa. Este é um ponto muito
importante da estratégia estabelecida para a gestão da carteira de um fundo de
investimento.

Gestão Passiva O gestor de um fundo que possui uma estratégia de investimento


passiva, investe em ativos buscando "replicar" um índice de referência (benchmark),
visando manter a desempenho do fundo próximo à sua variação.

Um exemplo de fundo com gestão passiva são os Fundos de Ações Ibovespa Indexado.
Nestes fundos o trabalho do gestor é fazer com que o desempenho da carteira
acompanhe a variação do Índice da Bolsa de Valores. O gestor compra para a carteira
do fundo as mesmas ações que compõe o índice, a fim de que o desempenho do fundo
seja bem aderente a variação do Índice Bovespa. Neste caso, o fundo pode comprar
todas as ações do Ibovespa e nos mesmos percentuais do índice ou o gestor pode optar
por comprar apenas uma parte das ações, desde que o desempenho deste grupo de ações
acompanhe o desempenho do Ibovespa como um todo.

Gestão Ativa A estratégia de gestão ativa de um fundo de investimento busca obter


rentabilidade superior ao de um determinado índice de referência. Isso significa que o
gestor procura no mercado as melhores alternativas de investimento visando atingir o
objetivo deste fundo, sempre de acordo com a sua política de investimento.

Os Fundos Multimercados, por exemplo, são fundos que normalmente possuem gestão
ativa, pois combinam investimentos em ativos de diversos mercados (juros, câmbio,
ações, derivativos, etc.) em função de uma estratégia de investimento adotada pelo
Gestor e sem se preocupar com o desempenho de um índice de referencia específico.
Desta forma, podem assumir mais riscos visando rentabilidades maiores.

Leia os prospectos

O prospecto de um fundo de investimento é um documento elaborado em uma


linguagem simplificada e de fácil entendimento. O selo ANBID que consta na capa dos
prospectos, indica o compromisso do administrador do fundo em elaborar prospectos
obedecendo aos parâmetros mínimos fixados pela Associação, dando assim mais
transparência ao investidor.
Nele estão as informações que você precisa saber sobre o funcionamento do fundo.

Objetivo do fundo

Aqui é apresentado qual o objetivo do fundo, em que classe de ativos ele investe e qual
o retorno que pretendido (superar ou acompanhar um determinado índice de referência),
sem que esta seja uma promessa de rentabilidade.

Política de investimento

Neste item você saberá como o gestor do fundo pretende alcançar o objetivo
determinado no item anterior (Objetivo do Fundo). Aqui estão as definições das regras e
a forma de atuação do gestor. Por exemplo: se o fundo adquire títulos públicos ou
privados, ou ainda se a gestão do fundo será ativa ou passiva.

Risco

Este é um ponto importante que visa alertar para os riscos do produto. Neste item são
explicitados os riscos inerentes aos mercados que o fundo aplica seus recursos. É com
base nele que você determinará se o fundo está dentro de suas expectativas e objetivos.

Regras de tributação

No prospecto você encontrará todas as regras de tributação do fundo. Por isso, a leitura
deste item permitirá saber todos os impostos que incidirão sobre sua aplicação.

Taxa de administração

Aqui está uma informação essencial: quanto você vai pagar para os prestadores de
serviço do fundo (administrador, gestor, custodiante, entre outros) realizarem seu
trabalho. As taxas, geralmente, são expressas em percentual ao ano, e seus valores
variam em função do tipo de fundo e valores mínimos de aplicação. Vale fazer
comparações antes de se decidir pelo investimento, mas lembrando-se sempre que este
não é o único fator de avaliação.

Gestor e administrador

O gestor e o administrador não são necessariamente a mesma instituição. Um banco de


varejo pode administrar um fundo e entregar a gestão a um banco de investimento, por
exemplo. Neste item do prospecto, fica claro quem responde pelo quê. O administrador
é o responsável legal perante os órgãos reguladores e o gestor faz a escolha dos ativos
em função de sua política de investimento e objetivo.

Auditoria
O administrador do fundo é obrigado a informar no prospecto o auditor (ou empresa de
auditoria), externo e independente, contratado para acompanhar o fundo.
Periodicamente este auditor realiza um trabalho de verificação de que o fundo está
cumprindo o que consta no seu regulamento.

Capa do prospecto

Na capa de um prospecto, devem ser destacados os seguintes avisos:

Como é feito um prospecto: o administrador prepara o prospecto baseado no


regulamento do fundo e nas recomendações dos órgãos reguladores e auto-reguladores.
Exemplo: "Este prospecto foi preparado com as informações necessárias ao atendimento
das disposições do código de Auto-Regulação da ANBID para a Indústria de Fundos de
Investimento, bem como às normas emanadas da Comissão de Valores Mobiliários
(CVM).".

Uso de Derivativos: o prospecto deixa claro se o fundo utiliza ou não estratégias com
derivativos que podem resultar em perdas e os riscos associados.

Gestão de Risco: a critério do Administrador na capa existe um aviso referente ao


gerenciamento de riscos do fundo. É preciso esclarecer neste item que há riscos no
investimento e que as técnicas de gerenciamento de riscos não serão sempre suficientes
para eliminá-los.

Garantias: o administrador explica que não há mecanismos de seguro para uma


aplicação em um fundo de investimento, como por exemplo: "O fundo não conta com a
garantia do administrador, gestor da carteira, de qualquer mecanismo de seguro ou,
ainda, do Fundo Garantidor de Crédito - FGC.".

Rentabilidade passada: a rentabilidade obtida no passado não representa garantia de


retorno futuro.

Leitura do prospecto e regulamento: aqui entra uma recomendação para que o


investidor leia também o regulamento do fundo.

Data, nome do administrador e selo ANBID: esta informação é a garantia de que a


elaboração deste prospecto segue as normas da ANBID.

Resgate: esta informação deve aparecer na capa do prospecto se a data de solicitação do


resgate for diferente da data conversão das cotas e de pagamento.

Importante: uma das formas de saber se o seu gestor está cumprindo a política de
investimentos estabelecida no prospecto e no regulamento, é acompanhar a rentabilidade
do fundo, em comparação ao seu índice de referência, se for o caso. Este é um
importante sinalizador principalmente se o fundo tiver uma gestão passiva. Lembre-se
ainda que você é o principal interessado pelos seus investimentos. Dedique-se, portanto,
em reavaliar, de tempos em tempos, seus investimentos, e certifique se ainda estão
alinhados com os objetivos traçados no início de sua aplicação.
Os caminhos para investir

Investir está cada vez mais fácil. O primeiro passo é escolher o fundo que mais atenda
aos seus objetivos. Depois disso, para fazer a primeira aplicação, você deve procurar sua
agência, ou acessar a internet de seu banco.

Na primeira opção você pode aproveitar a oportunidade e conversar com seu gerente
sobre as expectativas do mercado, os produtos disponíveis bem como suas
características e objetivos.

Mas agora, se prefere a internet para tomar sua decisão, a segunda opção pode ser mais
indicada. Os bancos colocam a disposição de seus clientes, todas as informações
necessárias em seus Home banking. Neste ambiente é possível acessar tudo que precisa
saber para escolher bem seu investimento.

São mais de 5 mil opções de fundos no mercado, com investimentos a partir de R$


50,00. Basta escolher como prefere investir seus recursos, e pronto!

Além disso, aplicações adicionais, resgates e consultas de saldos, podem ainda ser
obtidos pela central de atendimento telefônico dos bancos, bem como sua rede de caixas
eletrônicos.

Fique atento:
Fazer aplicações por telefone ou pelo caixa eletrônico é mais indicado para quem já tem
alguma experiência e sabe no que vai investir. Além disso, esses canais não permitem
aplicações iniciais.
A Internet e o contato pessoal na agência são formas mais indicados para quem tem
dúvidas, não está completamente decidido ou precisa esclarecer algum ponto.

Como investir pela Internet


A Internet é, sem dúvida, a ferramenta para investir que mais ganhou adeptos nos
últimos anos. O motivo é simples: pela rede, os investidores têm à disposição uma
ampla quantidade de informações para ajudá-lo na decisão de investimento.

É mais fácil escolher um produto pela Internet. Afinal, você pode colher informações de
diferentes instituições financeiras e comparar suas diferentes características numa
velocidade que só o mundo virtual permite.

Se você ainda tem alguma insegurança para investir pela Internet, acompanhe o que
você pode fazer para reduzir os riscos numa operação on-line.

Para investir com segurança pela Internet

Dúvidas e temores Como resolvê-los


Não se deixe convencer apenas pelas páginas da Web.
Posso confiar numa
Procure conhecer a instituição financeira na qual você
instituição financeira que
pretende aplicar. Se possível, faça uma visita ou tenha uma
conheci pela rede?
conversa por telefone.
Não há riscos de quebra Este medo é comum em quem não tem o hábito de pagar
de sigilo das minhas contas pela rede. Os sistemas de segurança dos bancos são
informações bancárias? modernos e seguros.
E se eu tiver dúvidas A maioria dos bancos mantém um serviço que tira dúvidas
sobre o produto que estou on-line ou por telefone. Você só deve tomar uma decisão
comprando? depois que esclarecer todos seus questionamentos.

Como Acompanhar

Há várias formas de você acompanhar o desempenho de seus investimentos. Todos os


dias é possível encontrar, nos principais jornais do país, informações sobre os fundos da
indústria. Valor da cota, rentabilidade diária e mensal, patrimônio líquido, entre outras,
são informações facilmente acessáveis a todos os investidores.

Além destas informações comuns à todo investidor é preciso acompanhar sempre o


desempenho de seus investimentos especificamente, e avaliar periodicamente se ainda
estão de acordo com seus objetivos, estabelecidos na época da sua aplicação inicial.

Assim como tudo na vida, seus objetivos estão em constate evolução, seja por uma
mudança repentina de planos, ocorrida por uma doença na família ou a perda do
emprego, por exemplo, como também uma mudança em seus projetos pessoais (o carro
novo do passado pode ter se transformado na viagem de volta ao mundo do próximo
ano). Com os investimentos a coisa não é diferente.

Deste modo, fique sempre de olho nas suas economias. Não é necessário, é claro, tomar
decisões baseadas em movimentos pontuais de mercado, mas não deixe de fazer
sistematicamente uma avaliação de seus investimentos e adequá-los a fase da vida em
que se encontra, e ao que pretende para seu futuro.

Calcule a rentabilidade

Quando a instituição divulga a rentabilidade de um determinado fundo, está dizendo a


você qual foi o percentual de ganho líquido num determinado período. Esse ganho é
comunicado a você já descontado o valor das taxas de administração, de performance
(se houver) e demais despesas do fundo.
É fácil saber a rentabilidade de um fundo. Ela está publicada no site da ANBID, nos
informes periódicos que o administrador apresenta e em alguns jornais de grande
circulação do País.

Mas saber quanto rendeu o seu fundo em um mês não é suficiente para saber quanto
você ganhou no seu investimento. Afinal é preciso considerar o tempo que seu dinheiro
está aplicado.

Exemplo:
Valor atual da cota = R$ 1.156
Valor da cota no momento da aplicação = R$ 1.000
1.156 / 1.000 = 1,156 - 1 = 0,156 x 100 = 15,6%

Portanto, a rentabilidade neste período foi de 15,6%.

Atenção: Se você esqueceu ou não anotou o valor da cota na época da sua aplicação
inicial, não se preocupe. Com uma ligação para seu banco você saberá a quantidade e o
valor da cota no dia em que você investiu. O extrato referente a esta aplicação irá
detalhar também esses valores. Lembre-se que a rentabilidade divulgada é sempre bruta
de imposto de renda, pois o imposto de renda depende do prazo de sua aplicação e do
tipo de fundo.

Indicadores de desempenho

Nem sempre o fundo que apresenta a maior rentabilidade em um determinado período


pode ser considerado o melhor. É preciso medir a relação entre o risco e retorno deste
fundo.

Quanto maior o risco maior o potencial de valorização de um investimento. Todo o


investimento embute certo grau de risco, mesmo os mais conservadores. Daí você deve
estar certo de que conhece os riscos da aplicação antes de investir suas economias.

Aqui estão alguns indicadores que ajudam investidores e profissionais do mercado a


avaliar o desempenho de um fundo. É com base em um indicador de desempenho que é
possível saber se o fundo está indo bem ou mal. Estes indicadores são conhecidos como
benchmark. Os mais conhecidos são o Ibovespa para o mercado acionário e o CDI para
os fundos de renda fixa.

1.3 ) Ações

Guia de Ações

Uma ação representa a menor parcela em que se divide o capital de uma empresa
organizada em forma de sociedade anônima (S.A.). Ao abrir uma S.A., os fundadores
aportam recursos, que podem ser financeiros ou não, que formarão o seu capital social.

Com esses recursos eles compram máquinas e equipamentos, pagam empregados,


enfim, fazer a empresa funcionar.

Para ter suas ações negociadas em mercados organizados, como as bolsas de valores, a
empresa precisa registrar-se como companhia aberta junto à Comissão de Valores
Mobiliários (CVM).

Como são negociadas diariamente, as ações podem apresentar oscilações de preço.


Quando há uma grande procura por ações, a tendência é de alta no seu preço; já quando
ocorre o movimento inverso, ou seja, muitos investidores vendendo suas ações, o preço
cai. É a chamada lei da oferta e da procura.
O investidor em ações é sócio da empresa, e como sócio tem direito a participar dos
lucros da empresa, e poderá ganhar dinheiro com os dividendos distribuídos e/ou com a
valorização do preço de suas ações.

Caso a empresa tenha dificuldade financeira, por reflexo de problemas do setor em que
ela atua, ou problemas administrativos, por exemplo, a expectativa é de que seu lucro se
reduza, resultando, portanto na queda do preço da ação.

As ações de uma empresa S.A. podem ser negociadas a qualquer tempo em bolsas de
valores ou no mercado de balcão, tendo o acionista a possibilidade de obter o dinheiro
correspondente ao valor de sua cotação ou preço.

Tipos de ações

As ações se diferenciam basicamente pelos direitos que concedem a seus acionistas.

No Brasil, elas estão divididas em dois grandes grupos: as ações ordinárias e as ações
preferenciais. Ambos os tipos de ações devem ser Nominativas, ou seja, seu detentor é
identificado nos livros de registro da empresa.

As empresas também podem emitir diferentes classes de ação e criar quantas classes
quiser. Essas classes de ação recebem uma letra, conforme objetivos específicos.

A empresa pode, por exemplo, estabelecer em seu estatuto valores diferenciados de


dividendos ou proventos especiais para cada classe de ação.

Uma ação PNA indica uma ação PN preferencial nominativa classe A.


A classe A pode indicar que seja uma ação com dividendo mínimo, e classe B com
dividendo fixo.

Ações PN

As ações preferenciais nominativas, PN, são aquelas que menos protegem o acionista
minoritário, porque não lhe dá o direito de votar em assembléia e ainda, em caso de
venda da empresa, a lei não lhe garante o direito de participar do prêmio de controle.

São ações típicas do mercado brasileiro. Não há ações com essas características em
mercados mais desenvolvidos, como o americano, por exemplo.

No Brasil, no entanto, são as ações PN as que geralmente têm maior liquidez, porque
permitem a empresa emitir ações, sem precisar ter sócios com direito a voto, não
correndo assim, risco de perder o controle da empresa.

A nova Lei das Sociedades Anônimas limitou a emissão de ações PN. Atualmente, ao
constituir uma nova empresa, para cada ação ON, a empresa pode emitir apenas uma
ação PN. Antes essa relação era de duas ações PN para uma ação ON. As empresas que
já existiam antes da entrada em vigor da nova lei podem continuar emitindo ações pela
regra antiga.
Os acionistas preferencialistas, como são chamados os detentores de ações PN, contudo,
têm preferência no recebimento dos dividendos pagos pela empresa quando ela tem
lucro. A legislação estabelece dividendo mínimo obrigatório para as ações PNs, e se a
empresa não pagar dividendos por três anos consecutivos, as PNs adquirem direito a
voto.

Algumas empresas estão alterando seus estatutos com o objetivo de estender às ações
PN o tag along que é o direito de participar do prêmio de controle pago ao acionista
controlador da empresa quando da sua venda. No Novo Mercado , que é um segmento
de listagem de empresas negociadas na BM&FBOVESPA (antiga BOVESPA) que se
comprometem voluntariamente a adotar práticas de governança corporativa e são
admitidas apenas empresas com ações ON.

Ações ON

Os detentores de ações ordinárias nominativas, ações ON, tem o direito de votar nas
assembléias da empresa; no entanto, na maioria das vezes eles não têm poder de veto.

O direito de voto ganha relevância nos casos em que há divergências entre os acionistas
controladores. Veja por exemplo o caso de uma empresa que tenha três sócios no
controle e um deles discorda sobre determinado assunto na assembléia. Esse sócio pode,
dependendo da circunstância, vir a ter direito de veto ao se juntar à outros minoritários
detentores de ações ON.

O que torna as ações ordinárias ainda mais interessantes, contudo, para o investidor é o
tag along. A Lei das Sociedades Anônimas determina que todo acionista com ações ON
tenha direito de participar do prêmio de controle. Pela lei, esses acionistas possuem o
direito de receber por suas ações no mínimo 80% do valor pago para o controlador em
caso de venda da empresa.

Em função da evolução do Novo Mercado, que é um segmento de listagem de


empresas negociadas no BM&FBOVESPA (antiga BOVESPA) e que se comprometem
voluntariamente a adotar práticas de governança corporativa, a maioria das empresas
que tem realizado a abertura de seu capital tem optado por este segmento. A principal
exigência deste mercado é exigência de que o capital social da empresa seja composto
somente por ações ordinárias ou ON.

Blue chips

As ações conhecidas como blue chips são aquelas que apresentam maior liquidez, ou
seja, as mais negociadas no mercado. Esses papéis, geralmente de grandes empresas,
têm a maior tradição de segurança no mercado acionário.

Tipos de mercado
Ao decidir investir em ações, além de estar certo sobre seus objetivos, você deve
escolher a forma mais adequada as suas necessidades.

A forma mais conhecida de negociação de ações é aquela realizada no mercado


secundário. Ou seja, ações das empresas de capital aberto já em circulação que são
compradas e vendidas em bolsa de valores, sem que os recursos passem pelo caixa da
empresa. Essas ações são negociadas segundo regras estabelecidas pelas Bolsas, e
diferentes investidores compram e vendem as ações de uma empresa entre si.

Há ainda o mercado primário que é menos conhecido dos investidores. Neste caso, a
empresa está vendendo parte de suas ações e abrindo suas portas para a entrada de
novos sócios (acionistas). No mercado primário as empresas que desejam colocar pela
primeira vez suas ações a venda (abertura de capital) podem transacionar
simultaneamente com os investidores e esses recursos vão para o caixa da empresa.

Tanto em uma opção como na outra, você deverá contar com os serviços de uma
corretora de valores.

Você tem também a opção de investir em ações via Fundos de Ações, que são
instrumentos de investimentos em forma de condomínio, que contam com uma gestão
profissional.

Mercado primário

Mercado primário refere-se ao mercado no qual ocorre a compra e a venda de ações


pela primeira vez, ou seja, ações criadas pelas empresas e simultaneamente adquiridas
por investidores.

No jargão do mercado convencionou-se chamar a criação de ações de emissão de ações,


e a aquisição destas ações pelos investidores de subscrição de ações.

Quando uma empresa faz uma emissão de ações ou uma venda no mercado primário,
ela está captando recursos no mercado para entre outras coisas, financiar seus projetos e
fazer investimentos. Os recursos obtidos entram para o caixa da empresa.

A empresa pode abrir seu capital (colocando ações no mercado) ou fazer a emissão de
um novo lote de ações (colocando mais uma parte da empresa a venda em forma de
ações).

Para entender as diferenças entre mercados primário e secundário podemos traçar um


paralelo com a compra de um imóvel que acabou de ser construído. Quando um
comprador adquire o imóvel diretamente da construtora, ele está fazendo uma aquisição
no mercado primário; isto é, ele se torna o primeiro proprietário do referido imóvel.
Quando, algum tempo depois, esse proprietário vende o imóvel para outro comprador, a
operação está ocorrendo no mercado secundário.No primeiro caso a construtora recebe
o produto da venda, enquanto no segundo os recursos ficam com o proprietário que
vendeu o imóvel.

Mercado secundário
Chamamos de mercado secundário o mercado em que os investidores ou acionistas
transacionam ações de sua titularidade. Ou seja, é o mercado em que é possível comprar
e vender ações já emitidas e em circulação.

O mercado secundário pode ser um local ou espaço físico destinado a viabilizar a


compra e a venda de ações, como no caso das bolsas de valores. Porém, o conceito é
mais amplo, e abrange toda e qualquer operação envolvendo ações já existentes, já
emitidas e detidas por um determinado acionista.

Dessa forma, além das bolsas, o termo "mercado secundário" engloba também qualquer
compra e venda realizada fora do recinto das bolsas, em mercado de balcão (os bancos
ou corretoras de valores, por exemplo) ou em negociação direta entre acionistas
celebrada por meio de um contrato de compra e venda.

Para entender as diferenças entre mercados primário e secundário podemos traçar um


paralelo com a compra de um imóvel que acabou de ser construído. Quando um
comprador adquire o imóvel diretamente da construtora, ele está fazendo uma aquisição
no mercado primário; isto é, ele se torna o primeiro proprietário do referido imóvel.
Quando, algum tempo depois, esse proprietário vende o imóvel para outro comprador, a
operação está ocorrendo no mercado secundário.No primeiro caso a construtora recebe o
produto da venda, enquanto no segundo os recursos ficam com o proprietário que
vendeu o imóvel.

Ofertas públicas

A regulamentação sobre ofertas públicas é regida pela Instrução CVM nº400.

Oferta pública é basicamente uma operação para a venda de títulos e valores


mobiliários, com intermediação de instituição financeira, com esforço de venda e
divulgação pública da oferta aos investidores, distribuição de prospectos etc.

As ofertas públicas podem ser para venda tanto de ações como qualquer outro valor
mobiliário como, por exemplo, debêntures e notas promissórias ou commercial papers.

A oferta pública de ações pode incluir:

• Oferta primária ou aumento de capital


• Oferta secundária ou block trade

A forma de distribuição deve ser previamente estabelecida nos documentos de pedido


de registro na CVM. A empresa emissora e os intermediários da oferta definirão a forma
de venda que poderá ser:

• Balcão ou Leilão em bolsa


• Oferta de Varejo

A formação de preços (precificação) mais usada nas ofertas públicas é o processo de


bookbuilding.

Oferta inicial - IPO


Quando uma empresa abre o capital, ou seja, registra suas ações pela primeira vez para
negociação em mercado de balcão organizado e bolsas de valores, ela está fazendo um
Initial Public Offering ou IPO. Com isso ela possibilita que outras pessoas sejam sócias
de seu negócio.

Para realizar um IPO a empresa precisa ser de capital aberto e ter suas ações listadas em
bolsa de valores ou mercado de balcão organizado.

Para ser de capital aberto é necessário solicitar autorização da Comissão de Valores


Mobiliários, para obter o registro de Companhia Aberta. A empresa deve também
cumprir uma série de exigências que visam dar proteção aos novos sócios (acionistas
minoritários) e estar constituída na forma jurídica de uma sociedade anônima.

O IPO de ações pode ser por emissão de novas ações - emissão primária - ou por venda
de ações já existentes - oferta secundária.

A oferta pública de ações envolve várias etapas, como definição do preço de emissão,
montante a ser captado, adaptação de estatutos sociais, contratação de instituição para
efetuar a colocação das ações junto no mercado, registro na CVM e na bolsa de valores,
marketing da operação, adoção de uma política de disclousure de informações e
procedimentos legais.

Todas as informações sobre a oferta pública e a empresa devem estar descritas no


prospecto.

Com o objetivo de melhorar as práticas de Informações ao Mercado e das informações


presentes nos prospectos das ofertas, a ANBID instituiu em 1998 o Código de Auto-
Regulação para Ofertas Públicas da ANBID, que entrou em vigor em janeiro de 1999.

Oferta pública de aquisição - OPA

É a oferta realizada mediante registro - autorização prévia - da CVM para compra de


ações em circulação em bolsas de valores.

Esse instrumento permite realizar uma oferta pública para compra de ações com
objetivo de atender diversas finalidades.

A OPA pode ser, dentre outras, realizada para adquirir ações com o objetivo de fechar o
capital de uma determinada empresa ou para aumentar a participação acionária de um
investidor, podendo objetivar a aquisição do controle.

A OPA pode também ser realizada para adquirir a participação de investidores


minoritários em função de uma troca de controle (ver tag along).

Entenda os diferentes tipos de OPAs:

• OPA para cancelamento de registro


• OPA por aumento de participação acionária
• OPA por alienação de controle acionário
• OPA voluntária
• OPA para aquisição de controle
• OPA concorrente

OPA por aumento de participação acionária

É uma oferta pública de ações obrigatória, realizada em conseqüência de aumento da


participação do acionista controlador no capital social de companhia aberta. Deve ser
realizada em duas hipóteses:

A primeira sempre que o controlador ou pessoa a ele vinculada adquirir participação


que represente mais de 1/3 das ações de determinada espécie ou classe em circulação,
desde que por outra via que não uma Oferta Pública de Ações.

Já a segunda depende de determinação da CVM, o que poderá ocorrer quando o


controlador já possuir mais de metade das ações em circulação de determinada espécie
ou classe, e adquirir, num período de 12 meses, participação igual ou superior a 10%
daquela mesma espécie ou classe, mesmo que não seja atingido o limite estabelecido na
primeira hipótese.

Para determinar a realização da OPA, a CVM deve ainda entender que a operação venha
a impedir a liquidez das ações remanescentes, condição que deve ser verificada no prazo
de 6 meses contados da realização da aquisição.

Quanto custa investir

Todo investimento leva consigo um custo. Saber quanto custa cada um é muito
importante para que você tire o melhor proveito de suas economias.

A compra de ações, por exemplo, deve ser feita por intermédio de uma corretora de
valores, membro da Bolsa de Valores. Ao decidir investir em ações é importante,
portanto, identificar no mercado uma corretora que ofereça serviços de acordo com o
tamanho do seu bolso. Algumas colocam a disposição de seus clientes o home broker,
que permite a negociação de ações via internet. Esta opção é indicada a pequenos
investidores, pois possuem custos de transação mais reduzidos.

Além disso, a negociação de ações, como a maioria dos investimentos, envolve alguns
impostos que precisam ser entendidos e considerados na hora de investir. Um bom
controle tributário pode representar um diferencial de ganho mais adiante.

Mas lembre-se sempre que ao fazer um investimento, você deve considerar uma série de
fatores. O custo é apenas um deles. Sua decisão deve estar baseada em seus objetivos,
sua tolerância ao risco, no caso de investimentos mais arrojados, e no seu horizonte de
tempo.

Custos

Para investir em ações você deve fazer uma série de considerações: seu perfil como
investidor, suas necessidades de curto, médio e longo prazos e também todos os custos
envolvidos.
Conheça os principais deles:

Corretagem;
É o principal custo quando você compra ações diretamente em uma corretora de valores.
A taxa de corretagem é formada por um valor fixo somado a um valor variável, de
acordo com o volume total de operações realizadas. Este é um custo que varia de acordo
com a corretora, portanto fazer uma consulta prévia à algumas corretoras antes de
comprar uma ação pode significar mais dinheiro no seu bolso no final da transação.

Taxa de custódia
É uma taxa cobrada pela corretora pela manutenção dos seus ativos sob guarda da
instituição custodiante. Dependendo da corretora e do montante dos recursos aplicados
esta taxa pode até não ser cobrada.

Taxa de registro
Percentual estabelecido pela BM&FBOVESPA (antiga BOVESPA)/CBLC, sobre o
valor de cada operação no pregão.

Para conhecer mais detalhes sobre esses custos, acesse o site: www.bovespa.com.br.

Impostos

Conhecer a tributação de cada uma de suas aplicações é fundamental para você melhor
planejar seus investimentos. A maior parte dos investimentos em Renda Variável tem
alíquota de 15%, mas é importante entender os detalhes.

O Imposto de Renda (IR) é um tributo cobrado das pessoas físicas e jurídicas, sobre o
rendimento recebido, seja em uma aplicação financeira, seja em uma atividade
comercial ou profissional.

Nos investimentos em ações são cobradas as seguintes alíquotas:

Operações/Ativos Imposto de Renda


15% sobre rendimento líquido* e 0,005% retido na fonte como
Venda de ações
antecipação.
20% sobre rendimento líquido* e 1% retido na fonte como
Day-trade
antecipação.
Os ganhos com dividendos são isentos, pois o lucro que lhes
Dividendos
deu origem já foi tributado.
Juros sobre capital
15% sobre o valor pago pela empresa ao acionista.
próprio
Base de Cálculo de IR = Preço de venda - (preço de compra + custos de transação*)
IR = valor da Base de Cálculo x 15%

*Corretagem, emolumentos, etc.

Estão isentos do Imposto de Renda os ganhos líquidos auferidos por pessoa física em
operações no mercado a vista de ações, cujo valor realizado em cada mês seja igual ou
inferior a R$ 20.000,00, para o conjunto de ações.

O Imposto de Renda deverá ser recolhido via DARF (Documento de Arrecadação da


Receita Federal) até o último dia útil do mês subseqüente ao da venda das ações.

Renda Variável
As operações realizadas em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e
assemelhadas.

Mercados Fato Gerador de Imposto de Renda


À Vista Valor da alienação (venda).
Opções Valor positivo da soma dos prêmios pagos e recebidos no mesmo dia.
A diferença, se positiva, entre o preço a termo e o preço a vista, ou a
A Termo
liquidação financeira.
Futuro Soma algébrica dos ajustes diários (se positiva), no encerramento.

Regulamentação

A cada dia o mercado vem se modernizando, proporcionando assim, muito mais


informação ao investidor.

Vários órgãos reguladores, como CVM e Banco Central, trabalham constantemente para
que os investidores tenham acesso a informações transparentes sobre regras de
funcionamento dos produtos de investimento, as leis, normas, políticas e riscos.

Além disso, entidades como a ANBID possuem códigos de auto-regulação em que os


próprios participantes do mercado estabelecem normas mais rígidas para regular suas
atividades. O objetivo é criar regras de divulgação de informações e de conduta na sua
comercialização dos produtos de investimento, visando, desta forma, dar mais
segurança e transparência aos investidores.

Para você, conhecer as regras que regem o mercado e os produtos de investimentos de


uma forma geral será fundamental na hora de decidir e escolher produtos e serviços
condizentes com suas necessidades e objetivos.

O papel da CVM
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é uma autarquia federal que regula,
disciplina e fiscaliza as bolsas de valores, as companhias abertas, os fundos de
investimento e os mercados derivativos que tenham por referência valores mobiliários.

Uma das principais funções da CVM é cuidar para que investidores tenham acesso a
informações que confirme a boa qualidade das empresas abertas e dos fundos de
investimento. Ou seja, que o mercado seja transparente para o investidor e, o que ainda
é mais importante, que todos tenham oportunidade de acesso a informações relevantes
de maneira uniforme. Dessa forma é possível evitar o chamado insider information, que
é o uso de informações privilegiadas que vão beneficiar determinado grupo de
investidores em detrimento de outro.

A CVM é uma autarquia federal e seu titular é nomeado pelo presidente da República.
Ela foi criada pela Lei 6.385/76. As funções da CVM, dentre outras, são regular e
fiscalizar:

• Registros abertas companhias de Registro


• Registro de distribuição de valores mobiliários;
• Credenciamento de auditores independentes e administradores de carteiras de
valores mobiliários;
• Organização, funcionamento e operações das bolsas de valores;
• Negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários;
• Administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários;
• Suspensão ou cancelamento de registros, credenciamentos ou autorizações;
• Suspensão de emissão, distribuição ou negociação de determinado valor
mobiliário ou decretar recesso de bolsa de valores.
• Fundos de Investimento

Código de auto-regulação

Em 1999, entrou em vigor o Código de Auto-Regulação para Ofertas Públicas da


ANBID, onde as instituições participantes aderem a princípios e normas que deverão ser
adotadas para realização dessas ofertas.

A finalidade do Código e das instituições aderentes a ele é propiciar a transparência das


informações e o adequado funcionamento do mercado.

Uma oferta pública pode ser identificada como aderente a esse Código quando o
prospecto contiver em sua capa o selo ANBID. A criação do selo ANBID tem ainda o
objetivo de mostrar a padronização dos procedimentos das instituições associadas para
maior proteção dos interesses dos investidores.

"A presente oferta pública foi elaborada de acordo com as disposições do Código de
Auto-Regulação da ANBID para as Ofertas Públicas de Títulos e Valores Mobiliários
registrado no 5º Ofício de Registro de Títulos e Documentos do Estado do Rio de
Janeiro sob o n.º 497585, atendendo aos padrões mínimos de informação contidos no
mesmo, não cabendo à ANBID qualquer responsabilidade pelas referidas informações,
pela qualidade do emissor/ofertante, das instituições participantes e dos títulos e valores
mobiliários objeto da oferta."
Lei das S.A .

A Lei das Sociedades por Ações de 15 de dezembro de 1976, foi modificada algumas
vezes. Em 2001, a Lei nº. 6.404 passou por uma grande reforma por meio da Lei nº.
10.303, que ficou conhecida como a Nova Lei das Sociedades Anônimas.

Entre os pontos de maior inovação, destacam-se:

Redução do limite máximo para a emissão de ações preferenciais na constituição de


novas empresas ou para abertura de capital, a partir de novembro de 2001;

Contempla a utilização de câmara de arbitragem interna para solução de divergências


entre os acionistas e a companhia, ou entre os acionistas controladores e os minoritários,
aspecto de relevância para as práticas de governança corporativa;

Tag along: Instrumento de alinhamento de interesses entre acionistas controladores e


minoritários. Por ele, em caso de venda do controle acionário, o comprador estenderá a
oferta de compra a todos os demais acionistas votantes, assegurando-lhes, no mínimo,
80% do valor pago por ação aos antigos controladores.

O tag along está previsto na Lei das S.A. apenas para os detentores de ações ON.
Mesmo sem ser uma exigência legal, por meio dos seus estatutos, algumas empresas
estenderam esse direito também aos detentores de ações PN.

O segmento do Novo Mercado, criado pela BM&FBOVESPA (antiga BOVESPA),


estabelece práticas de governança corporativa adicionais às exigidas pela lei e as
empresas que querem ser listadas neste mercado aderem voluntariamente a estas
exigências.

Governança corporativa

A Comissão de Valores Mobiliários define governança corporativa como o conjunto de


práticas que tem por finalidade aperfeiçoar o desempenho de uma companhia ao
proteger todas as partes interessadas, tais como investidores, empregados e credores,
facilitando o acesso ao capital. A análise das práticas de governança corporativa
aplicada ao mercado de capitais envolve, principalmente, transparência, eqüidade de
tratamento aos acionistas e prestação de contas.

Para os investidores, a análise das práticas de governança auxilia na decisão de


investimento, pois determina o nível e as formas de atuação que estes podem ter na
companhia. Os objetivos são a transparência e o compromisso da atuação da diretoria da
empresa conforme o mandato que lhes foi confiado.

A boa governança corporativa proporciona aos acionistas a gestão estratégica de sua


empresa e o efetivo monitoramento da direção executiva. As principais ferramentas que
asseguram o controle da propriedade sobre a gestão são: o conselho de administração, o
conselho fiscal e a auditoria independente.

No Brasil, entre as principais iniciativas de estímulo e aperfeiçoamento ao modelo de


governança das empresas destaca-se a reforma na Lei das S.A., a criação do Novo
Mercado pela BM&FBOVESPA S.A. - Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros
(antiga Bolsa de Valores de São Paulo), as novas regras de investimento por parte de
fundos de pensão e o projeto de reforma das demonstrações contábeis.

Prospectos

O prospecto é o lugar onde você investidor pode obter todas as informações relevantes
sobre uma oferta pública de um valor mobiliário e sobre a empresa ofertante.

É um dos mais que importantes documentos para a realização de uma oferta pública,
pois permite ao interessado em comprar títulos e valores mobiliários de uma empresa,
informar-se melhor sobre a oferta que será realizada e avaliar seus riscos e
oportunidades de investimento.

Ele apresenta o valor mínimo e máximo das ações da empresa que você poderá adquirir,
quais os prazos para reserva e a data de definição do preço da ação. Mostra também,
quem são os administradores, a instituição líder da distribuição e demais instituições
participantes da oferta.

O documento deve ser amplamente divulgado, inclusive pela Internet, pelas instituições
intermediárias, CVM e pela empresa objeto da oferta de ações.

É importante prestar atenção se o prospecto contém o Selo ANBID.

LEIA SEMPRE O PROSPECTO: as ofertas públicas para distribuição de valores


mobiliários têm as informações detalhadas da emissão e da empresa contidas no seu
prospecto. É indispensável que você leia essas informações antes de realizar seu
investimento. No prospecto ainda são informados os fatores de risco relacionados à
oferta, à empresa e ao mercado, as condições financeiras da empresa, etc. Em resumo,
todas as características da oferta e as informações relevantes fazem parte do prospecto de
uma emissão de um título ou valor mobiliário.

Selo ANBID

O Selo ANBID foi criado em 1998 e serve para identificar as ofertas públicas que
estão adotando as práticas recomendadas no Código de Auto-Regulação para ofertas
públicas da ANBID.

O uso do selo ANBID na capa do prospecto indica o compromisso das instituições


financeiras intermediadoras da oferta em elaborar prospectos que obedeçam a
parâmetros fixados pelo Código.

"A presente oferta pública foi elaborada de acordo com as disposições do Código de
Auto-Regulação da ANBID para as Ofertas Públicas de Títulos e Valores Mobiliários
registrado no 5º Ofício de Registro de Títulos e Documentos do Estado do Rio de
Janeiro sob o n.º 497585, atendendo aos padrões mínimos de informação contidos no
mesmo, não cabendo à ANBID qualquer responsabilidade pelas referidas informações,
pela qualidade do emissor/ofertante, das instituições participantes e dos títulos e valores
mobiliários objeto da oferta."

Novo mercado

O Novo Mercado é um segmento da BM&FBOVESPA S.A. - Bolsa de Valores,


Mercadorias e Futuros (antiga Bolsa de Valores de São Paulo), com regras
diferenciadas, destinado à negociação de ações emitidas por empresas que se
comprometem, voluntariamente, a aderir práticas de governança corporativa e
disclosure adicionais e de vanguarda em relação ao que é exigido pela legislação.

Ele foi instituído pela BM&FBOVESPA (antiga BOVESPA) com o objetivo de


fortalecer o mercado de capitais nacional e atender aos anseios dos investidores por
mais transparência de informações com relação aos atos praticados pelos controladores
e administradores da companhia.

O Novo Mercado é o nível mais avançado em termos de transparência e governança


corporativa, mas a BM&FBOVESPA (antiga BOVESPA) criou também o Nível 1 e o
Nível 2 para classificação de empresas que ainda não cumpriram todas as etapas para
chegar ao Novo Mercado.

As primeiras migrações do mercado tradicional para as listagens diferenciadas (níveis 1,


2 e Novo Mercado) ocorreram em junho de 2001, seis meses depois da criação dos
novos segmentos. Na mesma época, a BM&FBOVESPA (antiga BOVESPA) começou
a divulgar um novo índice de desempenho no mercado, o índice de Ações com
Governança Corporativa Diferenciada (IGC).

Há uma série de requisitos para que uma empresa liste suas ações no Novo Mercado,
mas seu principal avanço está na exigência de dois itens que nem mesmo a legislação
obriga para uma empresa aberta: ter apenas ações ordinárias emitidas e negociadas no
mercado e oferecer para todos os acionistas as mesmas condições obtidas pelos
controladores quando da venda do controle da companhia (tag along).

Índices

Um índice de ações indica a variação média de preços de uma cesta de ações, chamada
carteira teórica, em um determinado período. Seus valores são expressos em pontos e
sua variação é medida em percentual.

Os índices vão se diferenciar de acordo com os segmentos que representam. Suas


carteiras podem representar determinados setores industriais, papéis mais negociados,
maiores empresas, níveis de governança corporativa diferenciados ou outra categoria
específica.

Cada índice é criado a partir de regras específicas que elegem os papéis que vão compor
sua carteira e serve como ponto de referência (benchmark) para medir o desempenho de
determinado mercado, conjunto de empresas ou ações de um setor específico.
Cumprem basicamente três objetivos: são indicadores de variação de preços do
mercado, servem de parâmetros para avaliação de performance de portfólios e podem
ainda servir como instrumentos de negociação no mercado futuro.

FGV 100

Índice calculado pela Fundação Getúlio Vargas para avaliar o desempenho das 100
empresas privadas não financeiras mais capitalizadas na BM&FBovespa.

FGV-100

Ibovespa

O Índice da BM&FBOVESPA S.A. - Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (antiga


Bolsa de Valores de São Paulo) mede o comportamento das ações mais negociadas e
indica o desempenho médio das cotações de uma carteira teórica de ações negociadas
no pregão. A carteira teórica é composta por empresas que representaram 80% do
volume negociado no mercado nos últimos 12 meses. Os papéis do Ibovespa também
devem ter presença mínima de 80% dos pregões analisados e participação superior a
0,1% do volume financeiro total. Essa carteira teórica é revisada a cada quatro
meses.

Fonte: BM&FBovespa

IBrX
Índice Brasil, também calculado pela BM&FBOVESPA (antiga BOVESPA) e que
mede o desempenho das 100 ações mais negociadas, ponderado pelo seu valor de
mercado (número de ações disponíveis no mercado multiplicado pelo valor da ação). Os
papéis são escolhidos em uma relação de ações classificadas em ordem decrescente por
liquidez, de acordo com seu índice de negociabilidade (medido nos últimos 12 meses) e
tendo sido negociadas em pelo menos 70% dos pregões ocorridos nos 12 meses
anteriores à formação da carteira.

Fonte: BM&FBovespa

IBrX50

O IBrX 50 tem as mesmas características do IBrX, mas apresenta a vantagem


operacional de ser mais facilmente reproduzido pelo mercado porque tem um número
menor de ações.

O IBrX 50 é um índice que mede o retorno total de uma carteira teórica composta por
50 ações selecionadas entre as mais negociadas na BM&FBOVESPA (antiga
BOVESPA) em termos de liquidez, ponderadas na carteira pelo valor de mercado das
ações disponíveis à negociação.

IEE

Índice das Empresas de Energia Elétrica, também calculado pela BM&FBOVESPA


(antiga BOVESPA). Trata-se de um índice setorial que mede o comportamento das
ações das principais empresas de energia elétrica. Foi lançado em agosto de 1996 com o
objetivo de medir o desempenho do setor de energia elétrica e foi o primeiro índice
setorial da BM&FBOVESPA (antiga BOVESPA).
Fonte: BM&FBovespa

IGC

O Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada tem por objetivo medir o
desempenho de uma carteira teórica composta por ações de empresas que apresentem
bons níveis de governança corporativa. Tais empresas devem ser negociadas no Novo
Mercado ou estar classificadas nos Níveis 1 ou 2 da BM&FBOVESPA (antiga
BOVESPA).

Fonte: BM&FBovespa

Derivativos de ações

É um ativo financeiro ou valor mobiliário cuja característica de negociação deriva do


ativo que lhe serve de referência. Por exemplo, as chamadas "opções" e operações a
termo derivam das negociações à vista com ações na BM&FBOVESPA S.A. - Bolsa de
Valores, Mercadorias e Futuros (antiga Bolsa de Valores de São Paulo). Os futuros
derivam de contratos atrelados ao comportamento futuro do câmbio, juros e índices,
como Ibovespa e IBrX-50. As operações nos mercados futuros são realizadas na
BM&FBOVESPA S.A. - Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (antiga Bolsa de
Mercadorias e Futuros BM&F).
Os contratos de derivativos servem para "travar" risco de variações de preços. No
mercado financeiro, usa-se o jargão hedge neste caso, pois a operação serve de proteção.

Outra forma de uso dos contratos de derivativos é para "alavancar" as posições tomadas
no mercado à vista. Ou seja, eles aumentam o potencial de retorno da aplicação. Nesse
caso, esses contratos servem como uma espécie de empréstimo para que o investidor
faça a aplicação com um patrimônio maior do que o seu. Vale ressaltar que esta
operação pode aumentar os lucros, mas também pode aumentar os prejuízos.

Contrato O que é
Nesse mercado, comprador e vendedor assumem o compromisso de negociar
uma commodity ou um ativo financeiro em uma data futura fixada pela Bolsa
(vencimento). As duas partes não desembolsam dinheiro, apenas assumem o
compromisso de compra e venda que será efetivado nesta data futura. O preço
Futuro
acertado no momento da negociação é fixo, mas seu valor é ajustado
diariamente. O valor da negociação pode derivar do comportamento futuro da
taxa de câmbio, juros e índices, como Ibovespa e IBrX-50.

Neste tipo de operação, duas pessoas negociam o direito de comprar (opções


de compra) ou vender (opções de venda) uma determinada ação ou índice. Em
troca deste direito, o comprador tem de pagar um determinado valor (o
prêmio) no momento de abertura de sua operação para a contraparte
(vendedor). O vendedor ao receber o prêmio assume um compromisso de
vender essa ação ou índice no vencimento.
Por exemplo, se o investidor acredita que as cotações à vista de determinada
ação devem valorizar, ele pode comprar uma opção de compra de uma ação.
Desta forma ele adquire o direito de comprar o papel por um preço pré-
Opções
determinado (preço de exercício) até a data de vencimento da opção (dia de
exercício).
No final do pregão, a Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC)
e a BM&FBOVESPA (antiga BOVESPA) registram o direito de compra do
investidor que adquiriu a opção de compra (o Titular) e a obrigação de atender
o exercício, ou seja, de vender as ações pelo preço de exercício, assumida pelo
investidor que vendeu a opção de compra (o Lançador). Tanto o Titular como
o Lançador tem liberdade para negociar a opção com terceiros. Portanto,
ambos podem sair do mercado a qualquer instante.
O mercado a termo deriva das negociações com ações na BM&FBOVESPA
(antiga BOV ESPA). A operação a termo consiste em uma compra ou venda
Termo de ações a um preço pré-fixado, com liquidação em data futura. Os prazos
geralmente variam de 30 a 180 dias e o comprador e o vendedor acertam o
preço pelo qual, na data combinada, será realizado o negócio.

Quem são os acionistas

O acionista é todo aquele que detém uma parte do capital da empresa, que é
representado por suas ações. Os acionistas podem ser divididos em dois grupos:

• Aqueles que se envolvem na administração da empresa ou no acompanhamento


de sua rotina, participando de suas assembléias;
• Aqueles que ficam a distância e enxergam as ações apenas como instrumentos
de renda ou de especulação no mercado.

A condição de acionista lhe confere um complexo de direitos que estão distribuídos em


duas categorias: os essenciais e os modificáveis.

Os direitos essenciais são aqueles inerentes à titularidade acionária. Basta ter uma ação
para estar protegido por esses direitos. Ou seja, nem o estatuto da empresa nem a
assembléia geral, podem excluir qualquer acionista do seu âmbito de incidência.

Já os direitos modificáveis, ora decorrem da lei, ora do estatuto da empresa. São direitos
que podem se estender à todos os acionistas ou ter alguma classe de ação excluída.

A Lei das Sociedades Anônimas enumera todos os direitos essenciais (art.109). Os


direitos modificáveis são todos os demais.

Direitos essenciais Exemplos de direitos modificáveis


Extensão às ações PN do direito a voto em
Direito de participar nos lucros
circunstâncias específicas
Extensão às ações PN do direito de participar
Direito de recesso
do prêmio de controle
Direito de fiscalização (por intermédio
Direito de preferência para subscrição de
do conselho fiscal)
ações em aumentos de capital
Participar do acervo/ativos da companhia Fixação de dividendo superior ao mínimo
em caso de liquidação previsto em lei

Controlador

O controlador é todo aquele investidor ou grupo de investidores que detêm mais de 50%
do capital votante da empresa, ou seja, das ações ON.

Ele pode ser uma pessoa, uma família, uma outra empresa ou um grupo de acionistas
organizados, por meio de bloco de controle. O controle se exerce a partir das ações com
direito a voto. O acionista que reunir, em sua titularidade, metade dessas ações mais
uma tem o domínio das assembléias.

A Lei das Sociedades Anônimas estabelece uma série de responsabilidades ao acionista


controlador, de modo a coibir ou punir qualquer desvio que venha a cometer que
prejudique os demais acionistas.

Minoritário

Os acionistas que não fazem parte do bloco de controle da empresa são chamados de
acionistas minoritários.
Eles podem ser atuantes, ter representantes na empresa e estar atentos aos seus direitos,
ou simplesmente nem saber que são minoritários.

Se você tem cotas de um fundo de ações, por exemplo, você é um acionista minoritário
das empresas cujas ações compõem a carteira de seu fundo. Nesse caso, o gestor do
fundo é seu representante legal junto a empresa.

Apesar de não participar da rotina da gestão da empresa, tem o direito de acesso a todas
as informações que vão influenciar no desempenho futuro da empresa. Como sócio no
negócio, o minoritário tem o direito de participar nos lucros e também pode optar por
vender sua participação se a empresa trocar de controlador ou de ramo de atividade.

A Lei das Sociedades Anônimas coloca à disposição dos acionistas minoritários vários
instrumentos para assegurar-lhes certos poderes. Em alguns casos, basta ter a
titularidade de apenas uma ação para ter acesso a esses instrumentos; em outros exige-se
um percentual mínimo do capital.

Porque Investir em Ações

Todos que compram ações o fazem por um só motivo: querem potencializar seus
ganhos ao longo do tempo.

Historicamente, investimentos em ações apresentam retornos superiores às aplicações


em renda fixa no longo prazo.

Mesmo no Brasil, em que as taxas de juro desde o início do Plano Real (1994)
mantiveram-se em patamares extremamente altos, as ações de muitas companhias
bateram com folga o retorno do CDI (taxa de juro praticada entre os bancos e que serve
de referência para aplicações em renda fixa).

Assim, para objetivos de investimentos de longo prazo, como aposentadoria, por


exemplo, e para a diversificação de seus investimentos, possuir uma parcela de suas
aplicações em ações pode ser uma boa estratégia. Isso porque é essa fatia investida em
ações que, em um horizonte mais longo de tempo, tende a apresentar maiores retornos
do que as aplicações em renda fixa, contribuindo assim para aumentar o retorno de sua
carteira ao longo dos anos.

Oportunidades

O mercado de ações oferece mais riscos do que o mercado de renda fixa; no entanto,
também apresenta mais oportunidades de ganhos. Comprar a ação de uma empresa e
esperar que ela cresça e mude seu patamar de lucros pode ser uma experiência bastante
gratificante para o investidor. Mas para isso é preciso ter paciência e não se assustar
com oscilações pontuais de mercado, e estar certo que este investimento atende a seus
objetivos de longo prazo.

Quer um exemplo? Observe o que aconteceu com as estatais nos anos 90. Essas
empresas vinham desde a década de 80 com uma enorme defasagem nos preços de seus
produtos e serviços. Na década seguinte, elas corrigiram essas distorções de preços e
seus lucros aumentaram.
Esse movimento de correção de preços fez o lucro da Petrobras, por exemplo, dar um
salto na virada do milênio. As melhorias operacionais e maior transparência das
informações prestadas, aliada a uma alta do preço do petróleo no mercado internacional,
fizeram com que o lucro da empresa evoluísse de R$ 1 bilhão em 1998 para R$ 10
bilhões em 2001.
No início do século XXI, a alta do preço do aço gerou resultado bastante positivo para
as empresas siderúrgicas em geral.

Portanto, vale a pena avaliar com critério a empresa que você deseja comprar ações.
Observar os movimentos do setor a qual pertence, a tendências de seus produtos,
comportamento perante a concorrência, evolução dos preços de seus produtos, entre
outras coisas.

O mais importante é entender que investir em ações significa investir pensando no


futuro, ou seja, no longo prazo.

Dividendos

O dividendo é sua parte no lucro da empresa. Sempre que uma empresa tem lucros, ela
reserva parte desse resultado para distribuir aos seus acionistas. No Brasil, as empresas
são obrigadas a um pagamento mínimo de dividendos de 25% do lucro.

O retorno gerado com dividendos pode ser expresso pelo dividend yield de uma ação e
ele é igual ao dividendo pago dividido pelo preço da ação. No Brasil, o dividend yield
médio das empresas mais negociadas (aquelas que compõem a carteira do Ibovespa)
tem aumentado nos últimos anos. Além dos dividendos as empresas também pagam
juros sobre capital próprio, que é uma outra forma de distribuir lucro aos acionistas
das empresas. A diferença é que esse pagamento é tratado como despesa no resultado da
empresa, enquanto o dividendo não.

O pagamento de dividendos e de juros sobre capital próprio representa uma fonte


adicional de remuneração proporcionada pelo mercado de ações.

Há empresas brasileiras de excelente qualidade que pagam dividendos regularmente.


Essas empresas são vistas, inclusive, como uma boa alternativa de investimento para
resguardar o capital em momentos de crise, porque tendem a oscilar menos que as
outras em momentos de queda da bolsa. Além disso, mesmo que por um lado o preço de
suas ações perca valor durante as crises financeiras, por outro o pagamento de
dividendos proporciona um fluxo de caixa para os acionistas.

A Tabela de dividend yield apresenta as empresas com os maiores retornos com


dividendos e juros sobre capital próprio nos últimos cinco anos.

Dividend yield

Dividend yield é o rendimento gerado ao proprietário de uma ação com o pagamento de


dividendo. Neste caso, entende-se dividendo como sendo a somatória dos pagamentos
de dividendos e de juros sobre capital próprio.
O dividend yield é o dividendo pago por ação de uma empresa, dividido pelo preço da
ação. Quanto maior o dividend yield, maior está sendo o resultado da empresa, ou
melhor, está sendo sua política de distribuição de lucros.

Mas atenção: como o dividend yield é o resultado de uma fração, é preciso cuidado na
hora de avaliar esse indicador. Como o preço da ação está no denominador, o dividend
yield pode parecer alto se a cotação (preço da ação) do papel for muito baixa. O que na
realidade pode estar refletindo é algum tipo de problema com a empresa e não uma boa
política de pagamento de dividendos.

O dividend yield pode ser calculado de duas formas:

Lembre-se: O rendimento sobre uma ação é composto por dividendos e juros sobre
capital próprio.

Juros sobre capital próprio

As empresas, na distribuição de resultados aos seus acionistas, também podem optar por
remunerá-los por meio do pagamento de juros sobre o capital próprio. Para o investidor,
a diferença básica é que ao receber dividendos ele não é tributado, pois a empresa já o
foi quando da apuração de seu lucro líquido. Mas quando recebe o pagamento de juros
sobre capital próprio, ele tem de pagar Imposto de Renda sobre o total recebido.

Para a empresa, a grande vantagem do pagamento de juros ao acionista é justamente a


questão fiscal. Isso porque esse pagamento pode ser contabilizado como despesa da
empresa, antes do lucro; portanto, o que representa um significativo benefício para a
companhia.

A decisão de distribuir resultados via pagamento de juros sobre capital próprio ao


acionista compete à assembléia geral ou ao conselho de administração da empresa ou à
diretoria.

Tag along

Tag along é um instrumento que promove a extensão do prêmio de controle aos


acionistas minoritários.
Segundo a Lei das S.A., quando uma empresa é vendida, os minoritários detentores de
ações ordinárias têm o direito de receber por suas ações, no mínimo, 80% do valor pago
aos acionistas controladores da empresa.

O estatuto social, a critério da empresa, pode determinar valor superior ou estender o


direito às ações preferenciais.

Riscos

Risco é a possibilidade das coisas não saírem como você planejou. Vai sempre existir,
por melhor que tenha sido seu planejamento, porque é derivado do fato de o futuro ser
incerto. O risco é natural a tudo que fazemos em nossas vidas. E nos investimentos não
é diferente.

Investir em ações traz consigo alguns riscos como falamos, portanto, vale avaliar com
critério a empresa da qual deseja comprar ações, observar os movimentos do setor a que
pertence, a tendências de seus produtos, entre outras coisas. Para isso, você pode contar
com ajuda de um especialista que lhe fornecerá as informações necessárias para sua
tomada de decisão ou mesmo investir em um fundo de investimento em ações. Lembre-
se que investimentos em ações são arrojados e de longo prazo, e devem, acima de tudo,
estar de acordo com seus objetivos.

Ações: Investimentos de longo prazo

Em agosto de 1929, em declaração dada a uma reportagem sobre como ficar rico
investindo em ações, um executivo financeiro de grande empresa americana disse que,
aplicando meros 15 dólares por mês em ações um investidor conseguiria acumular 80
mil dólares em 20 anos. Isso porque, segundo ele, os Estados Unidos experimentariam
uma enorme expansão industrial.

Logo no início do mês seguinte à publicação da reportagem, o índice Dow Jones, que
mede o comportamento das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York, alcançava
381 pontos, batendo um recorde de alta. A euforia, porém, durou pouco. Sete semanas
depois, os americanos passavam por uma das piores quebras da história do mercado de
ações mundial.

O executivo que fez aquela previsão foi transformado numa espécie de símbolo do
investidor que ignora o risco inerente ao mercado de ações. Por anos seu vaticínio
otimista foi motivo de piada nos círculos da Bolsa de Nova York.

Várias décadas mais tarde, já nos anos 80, uma revista americana foi checar o que
acontecera nos anos seguintes à tal declaração. E constatou que o executivo não estava
tão errado assim.

Mesmo passando pelo crash de 1929, quem tivesse aplicado pacientemente 15 dólares
mensais por 20 anos teria acumulado 9 mil dólares, e por 30 anos, 60 mil dólares.

Embora não sendo tão alta quanto a projetada pelo citado executivo, essa última cifra
era produto de uma valorização média anual de 13%, bem maior que o ganho médio
anual propiciado no mesmo período por uma aplicação conservadora como os títulos do
tesouro americano. A quebra de 1929, portanto, teve uma influência pequena nos
resultados de quem aplicou em bolsa e soube esperar por 20 ou 30 anos. E certamente
nula quando esses resultados com ações são comparados com os de renda fixa.

Como as ações reagem

Quem quer investir em ações não pode esquecer que o mercado é um espelho que
reflete as condições das empresas. Companhias que estão crescendo, gerando lucros e
pagando bons dividendos tendem a ter preços atraentes para seus papéis.
O desafio para o investidor é conseguir comprar essas ações antes que elas atinjam o
chamado preço-alvo, que no jargão do mercado significa o preço-limite de um papel, já
embutida a valorização tecnicamente esperada.

O mercado de ações sempre vai reagir aos indicadores macroeconômicos, mas isso não
significa que o comportamento da Bolsa é ditado por esses indicadores. Muitas vezes,
um evento em determinado setor ou empresa pode refletir no comportamento de uma
ação em particular.
Se esta ação tiver um peso relevante no Ibovespa, por exemplo, esse evento específico
pode causar um impacto no índice. Dessa forma, o comportamento do índice é
fortemente influenciado por uma particularidade do setor ou da empresa. Veja o
exemplo da Telebrás em 1996. Naquele ano, o PIB brasileiro registrou uma queda, mas
ainda assim o Ibovespa teve alta (veja no gráfico I).

Ibovespa X PIB - 1996

Fontes: Bovespa e Ministério do Desenvolvimento

Isso ocorreu porque o índice foi influenciado pelo comportamento das ações da extinta
Telebrás (a holding estatal de telefonia). O lucro da Telebrás naquele ano saltou de US$
400 milhões para US$ 3 bilhões, devido ao reajuste das tarifas telefônicas. A alta do
lucro fez o preço das ações da Telebrás dar um enorme salto e como o papel
representava mais de 50% do índice, o Ibovespa também registrou alta, mesmo com o
PIB em queda.
O mesmo movimento aparentemente contraditório acontece em 2000 (ver Gráfico II).
Neste período, o PIB brasileiro estava em alta. Isto é, a economia em crescimento, as
empresas investindo, mas ainda assim o Ibovespa está em queda.

Em 1999, a Bolsa subiu 150%, sendo que 70% nos últimos três meses do ano. O
mercado enxergava positivamente a desvalorização do real e a inflação não teve súbito
crescimento. O ótimo comportamento de 1999 refletiu em uma desaceleração em 2000.
Especialistas citam que este caso é o chamado "dois em um". Um ano cresce tanto que
no seguinte há um ajuste nos preços.

Ibovespa X PIB - 2000

Fontes: Bovespa e Ministério do Desenvolvimento

Em 2002 (ver gráfico III), O PIB estava em alta como reflexo do bom andamento da
economia no último ano, enquanto o Ibovespa está em baixa pela crise eleitoral. Já em
2003, o apresentava queda, pela desaceleração que a crise da eleição e o primeiro ano de
governo Lula provocaram. Neste mesmo período a bolsa seguia em alta pelo bom
comportamento do preço das commodities, gerando bons resultados em empresas como
do setor siderúrgico e de papel e celulose.

Ibovespa X PIB - 2002


Fontes: Bovespa e Ministério do Desenvolvimento

Alta dos juros

A Bolsa tende a reagir com queda à alta de juros. Isso ocorre porque a alta da taxa de
juro pode provocar uma retração no consumo que, por sua vez, vai provocar uma queda
no lucro das empresas.

O preço de uma ação reflete a expectativa de lucro da empresa, assim, neste cenário, os
investidores tendem a vender seus papéis, fazendo com que o preço da ação caia.

IBOVESPA X JUROS

Fontes: Bovespa e Bacen

Crescimento da economia
O mercado de ações, em geral, reage com alta ao crescimento da economia. Sempre que
há uma alta do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todas as riquezas
produzidas no país e um dos principais indicadores da atividade econômica, o preço das
ações tende a reagir com alta.

Isso ocorre porque, ao contrário do efeito das altas da taxa de juros, o crescimento
econômico tende a provocar um aumento na receita e nos lucros por ações dessas
empresas, o que provoca uma alta no preço dos papéis.

IBOVESPA X PIB

Fontes: Bovespa e Ministério do Desenvolvimento

Alta do dólar

Não há uma correlação determinada entre a alta do dólar e o Ibovespa. A reação do


mercado a alta da moeda americana pode variar muito ao longo do tempo.

O que ocorre é um impacto significativo em alguns grupos de ações. As ações de


empresas das exportadoras, por exemplo, reagem com alta, pois essas empresas têm
uma receita em dólar e são favorecidas com uma valorização da moeda americana.

Já as empresas que têm dívida em dólar sofrem o efeito contrário. Como suas
obrigações são em dólar, os lucros dessas empresas é pressionado para baixo por conta
do aumento dos seus gatos com o pagamento de dívida.

IBOVESPA X US$
Fontes: IPEA Data e Bovespa

Alta da inflação

O mercado de ações pode apresentar dois movimentos distintos como reflexos à alta
gradual da inflação.

Se a economia começar a apresentar altas gradativas das taxas de inflação, a tendência é


de que o mercado apresente uma queda. Isso ocorre porque os investidores vão esperar
que o governo responda a alta gradual da inflação promovendo uma alta nas taxas de
juro.

No entanto, se a economia passar por uma onda explosiva de inflação, com os índices
totalmente fora de controle, a tendência é de que o preço das ações tenha uma alta. Isso
porque a ação representa uma fração de uma empresa, ou seja, um ativo real, e assim
tende a ser uma boa proteção contra a inflação.

IBOVESPA X IGPM

Fontes: IPEA Data e Bovespa

Crises internacionais

O mercado de ações tende a reagir com uma forte queda às crises internacionais. Isso
ocorre porque o Brasil ainda é muito dependente do capital estrangeiro para financiar
seus investimentos.

Como o Brasil é um país emergente, com as crises externas, o investidor internacional


tende a se retrair e procurar alternativas mais seguras, como as aplicações em títulos do
Tesouro dos Estados Unidos, considerados os mais seguros do mundo.
Crises brasileiras

As crises brasileiras do passado recente mostram que algumas oportunidades se


potencializam em momentos de maior nervosismo do mercado. Veja, por exemplo, o
que aconteceu com quem se atreveu a comprar ações num dos períodos mais críticos,
em janeiro de 1999, quando o governo foi obrigado a pôr fim à âncora cambial com que
segurava a inflação.

Um ano depois da crise, o ganho acumulado pelas ações que compõem o Ibovespa, foi
de 100,6%. Muito mais do que rendeu no mesmo período o CDI (a taxa de juro
interbancária), 24,2%, e também mais do que o próprio dólar americano, -9,1%.

Tome um outro momento de crise, setembro de 1998, quando a Rússia ficou


inadimplente e também derrubou o preço das ações. Quem entrou na bolsa de valores
naquele período obteve um ganho generoso um ano depois. O Ibovespa acumulou uma
valorização de 68,5% nesse período, enquanto o dólar teve um ganho de 62,1% e o CDI,
de 29,6%.

Tipos de riscos

Quando você compra a ação de uma empresa, está se tornando sócio dela, ou seja, está
investindo no seu crescimento e desenvolvimento. São dois os principais tipos de riscos
relacionados a investimentos em ações: Risco de Mercado e Risco de Liquidez.

Saiba um pouco mais sobre eles:

• Risco de Mercado
• Risco de Liquuidez

Risco de mercado

Este tipo de risco é associado à possibilidade de desvalorização ou de valorização de um


ativo (título público ou ação, por exemplo), devido às alterações políticas, econômicas,
internacionais, entre outras. É a possibilidade de ocorrer mudanças no valor do seu
investimento associadas à notícia ou acontecimento que diz respeito direta ou
indiretamente à aplicação que você escolheu. Um exemplo clássico é a bolsa de valores,
que têm altas ou baixas em conseqüência de movimentos favoráveis ou desfavoráveis
do mercado.

Exemplo: Quando algumas empresas anunciam que fecharão o ano com prejuízo devido
a uma recessão no país, aumenta o número de acionistas dispostos a vender suas ações.
Assim como em qualquer outro mercado, se há mais gente querendo vender (mais
oferta), o preço cai e provavelmente a maior parte das ações também cairão de preço
devido a recessão.

O risco de mercado é associado às oscilações dos preços dos ativos e esta oscilação é
conhecida no mercado financeiro como volatilidade, ou seja, a oscilação de preço de um
ativo em relação à sua média.

Risco de liquidez
O risco de liquidez surge da dificuldade em se conseguir encontrar compradores
potenciais de um determinado ativo no momento e no preço desejado. Ocorre quando
um ativo está com baixo volume de negócios e apresenta grandes diferenças entre o
preço que o comprador está disposto a pagar (oferta de compra) e aquele que o
vendedor gostaria de vender (oferta de venda). Quando necessário vender algum ativo
num mercado ilíquido, tende a ser difícil conseguir realizar a venda sem sacrificar o
preço do ativo transacionado.

Exemplo: algumas ações negociadas na bolsa de valores apresentam baixo volume de


negócio e, quando um investidor precisa vender uma grande quantidade destas ações,
acaba causando uma queda no seu preço. Mas isso necessariamente não significa que
estas ações serão menos valorizadas. Você pode obter um excelente ganho com um
investimento de baixa liquidez, mas deve estar consciente deste risco. Neste caso você
deve estar ciente de que pode levar algum tempo para vender sua ação ao preço que lhe
pareça mais justo.

Como Escolher

Existem duas técnicas mais conhecidas na avaliação de ações.

Uma delas é a chamada análise fundamentalista, que consiste em avaliar, como o


próprio nome sugere, os fundamentos da empresa. Neste modelo de análise busca-se
fazer um levantamento detalhado das informações e dados da empresa (análise de
balanço, contabilidade, estilo de gestão, entre outras). Analisa-se ainda o setor a qual a
empresa pertence, potenciais mercado e todas as informações que possam ser relevantes
e que de alguma forma venham a refletir no comportamento do preço das ações. É um
dos modelos mais aceitos e difundidos.

A outra é a análise técnica (grafista), que realiza projeções baseada no comportamento


passado dos preços da ação, ou seja, seu histórico de desempenho.

É com base nessas duas análises que especialistas tomam suas decisões de
investimentos, e que as corretoras se norteiam para indicar a compra ou a venda de
alguma ação.

É bom lembrar que a seleção de uma carteira de ações requer uma técnica muito
sofisticada, e que são analisadas muitas variáveis que afetam o preço destas ações. Para
ter sucesso nessa empreitada, é importante que escolha um parceiro (corretora ou home
broker) que atenda suas expectativas como investidor e que ofereça informações
constantes sobre seus investimentos.

Mas é bom lembrar que o principal interessado é o investidor, e, portanto, cabe a você
se manter sempre bem informado para tomar as melhores decisões.

Antes de comprar uma ação, preste atenção:

Não aplique o dinheiro que pode precisar no curto prazo. Investimentos em ações são
recomendados para quem tem objetivos de longo prazo, e são indicados para
diversificar seu patrimônio;
Assim, seja rigoroso no planejamento financeiro. É importante que tenha capacidade de
cumprir o planejado;

Reavalie sistematicamente seus objetivos. Eles podem mudar ao longo do tempo, e seus
investimentos devem sempre acompanhar estas mudanças;

Esteja preparado para momentos de crise do mercado;

Diversifique sempre. Não aplique todos os seus recursos no mercado acionário muito
menos em uma única ação.

Defina seus objetivos

Você é o único que pode executar esta tarefa com perfeição. Por mais que conte com a
ajuda de um profissional, ninguém melhor do que você mesmo para saber quais são suas
reais necessidades, para que, a partir delas, possa traçar seus objetivos de investimento.

Para começar é preciso saber quanto custa cada um dos seus objetivos, para então
definir uma estratégia para alcançá-los.

Distribua-os em uma linha do tempo.

Curto Prazo: São aqueles de menos de dois anos, como a troca do carro ou uma
viagem de curta duração.

Médio Prazo: São aqueles para os quais você economiza por pelo menos três anos,
como a reforma de sua casa, uma festa de casamento ou uma viagem mais longa.

Longo Prazo: São os investimentos com prazo superior a cinco anos, como a compra
de uma casa, a faculdade dos filhos, e até mesmo a aposentadoria.

Quanto mais definidos eles estiverem, mais fáceis serão suas escolhas na hora de
investir.

Sua carteira

Sua carteira de investimentos deverá sempre conter uma fatia de aplicações no mercado
acionário. O tamanho desta fatia, no entanto, dependerá de seu perfil como investidor, e
para isso, você precisará medir sua tolerância a riscos e conhecer muito bem seus
objetivos, principalmente os de longo prazo.

Pense em sua carteira de investimento como uma pirâmide. Na base coloque sempre as
aplicações mais conservadoras, como os investimentos em Fundos DI ou de Renda
Fixa, por exemplo. São estes recursos que lhe ajudarão a passar com tranqüilidade os
momentos de turbulência do mercado.

Desta forma, você terá a dimensão de suas necessidades e poderá decidir qual a parcela
de seu patrimônio que será direcionada para mercados de maior volatilidade, como o de
ações. Estes investimentos são indicados para diversificação, portanto, devem estar mais
próximos ao topo da pirâmide, ocupando uma parcela menor do seu patrimônio total.
O mercado de ações é seu aliado para derrotar a inflação no longo prazo, como
incontáveis exemplos mostram. Os papéis, quando bem escolhidos, podem propiciar um
alto retorno em termos reais (acima da inflação ocorrida no período da aplicação). Por
isso, se seus objetivos de investimento estão voltados para o longo prazo, não ignore
esse mercado, sob pena de ver suas poupanças corroídas pela inflação. Mesmo em
economias mais estáveis, onde os índices de preços (inflação) mostram pequenas
variações anuais, ao longo do tempo ela pode comprometer seriamente o poder de
compra de seu capital acumulado.

Eis aí, portanto, uma razão mais do que suficiente para sempre buscar uma remuneração
adequada para seus investimentos, com vistas a não só preservar como também a
aumentar seu patrimônio.

Ações para você

Se você decidiu investir em ações, significa que fez uma avaliação criteriosa de suas
necessidades e objetivos, e que está disposto a investir por um longo período de tempo.

Fundamentalmente, o mercado acionário poderá proporcionar ganhos aos investidores


com o crescimento da economia e conseqüente aumento no lucro das empresas que
possuem ações negociadas na bolsa de valores.

Esses ganhos para o investidor vêm por meio dos dividendos distribuídos por essas
empresas e pela valorização de suas ações no mercado. Comprar ações na bolsa de
valores é, portanto, uma forma de participar dos resultados gerados pelas empresas em
sua atividade. Quanto maior for o lucro que elas apurarem a cada exercício, maior
também será a sua parte, já que cada ação representa uma unidade do capital de uma
empresa.

A forma mais segura de aumentar seu patrimônio com ações ao longo do tempo é pela
montagem de uma carteira diversificada, ou seja, constituída de papéis de diferentes
empresas, de diferentes setores de atividade.

20 aos 40 anos

Esta é uma fase da vida em que há uma enorme pressão para gastos de um lado, e
poucos recursos para investimentos de outro.

Você quer comprar a casa, o carro, fazer uma boa viagem, etc. No entanto, seu salário
ainda está engatinhando. Mas, investimento é o resultado de uma equação onde os
ingredientes são: tempo e dinheiro. Quanto mais você tiver de um menos precisará do
outro.

Objetivos de longo prazo tais como comprar uma casa nova, ter a aposentadoria dos
seus sonhos, pagar a universidade dos seus filhos, exigem uma quantia considerável de
recursos. Diversificar investindo em ações pode ser seu grande aliado para conseguir
conquistar esses ou qualquer outro objetivo que exija uma valorização expressiva do seu
patrimônio, desde que você tenha tempo para esperar isso acontecer.
Dos 20 aos 30 anos idade, mais do que dinheiro, você tem tempo para investir.
Por isso, esta é fase em que a parcela em ações pode compor boa parte de sua carteira de
investimentos. Assim, suas chances de ter sucesso em seus investimentos de longo
prazo aumentam consideravelmente.

Quando você começa a investir em ações, ainda jovem, e faz suas aplicações
regularmente, consegue reduzir bastante o risco inerente a esse mercado.

Isso porque você vai usar uma técnica que os especialistas conhecem como dollar-cost
averaging, ou custo médio, que consiste basicamente, em aplicar em ações todo mês a
mesma quantidade de dinheiro. Nos meses em que as ações estiverem em alta, ou seja,
caras, você comprará poucas ações. Mas nos meses em que elas estiverem em baixa
(baratas), com a mesma quantidade de dinheiro você comprará mais ações, diminuindo,
portanto seu custo médio.

Desta forma, como a tendência é de que se valorizem no longo prazo, o preço médio de
suas ações tende a ser bem razoável.

40 aos 60 anos

Você ainda tem um horizonte de longo prazo para construir sua carteira de
investimentos e, por isso, a parcela de investimento em ações dentro da sua carteira
ainda pode ser relevante.

Esta é uma fase em que seu salário já não é tão baixo, embora a pressão por gastos ainda
seja alta. Neste momento é importante observar que na hora de selecionar seus
objetivos, as aplicações visando à aposentadoria devem estar no topo de suas
preocupações.

Revisar periodicamente sua carteira e fazer uma realocação de ativos sempre que
necessário também é uma atitude prudente nesta fase da sua vida.

Diferentemente do momento anterior (20 aos 30 anos), quando você pode errar quantas
vezes quiser, agora é fundamental que seus acertos sejam bem maiores. Outro ponto que
os analistas chamam atenção é: reduza um pouco a parcela das ações de crescimento
(growth stocks) de sua carteira e procure mais as ações de valor (value stocks).

Se você ainda não teve a oportunidade de iniciar sua carteira de investimentos em ações,
saiba que ainda está em tempo.

A partir dos 60 anos

Nesta fase da vida você ainda pode ter ações em seu portfólio de investimento.

A expectativa de vida está cada vez mais alta, por isso, desprezar ações mesmo depois
de aposentado pode comprometer seu padrão de vida no futuro.
No longo prazo, historicamente, as ações costumam bater com mais folga as taxas de
inflação. Dessa forma, você protege seu patrimônio da corrosão inflacionária que, no
longo prazo, tende a reduzir significativamente seu poder aquisitivo.

Neste estágio, você deve privilegiar as ações de valor (value stocks). Papéis de empresas
que pagam bons dividendos regularmente, devem representar a maior parcela de sua
carteira de ações. As ações de valor podem lhe proporcionar maior equilíbrio de sua
carteira durante momentos de crise. Além disso, o pagamento regular de dividendos lhe
serve como uma renda e ajudará seu fluxo de caixa.

Os investidores americanos costumam usar uma regra que sugere que eles subtraiam de
100 sua idade e a diferença corresponda a parcela da carteira que deve ser aplicada em
ações. Assim, se você tem 60 anos de idade, sua carteira de investimentos deve ter 40%
aplicados em ações. No entanto, como o mercado brasileiro ainda tem muita
volatilidade (oscilação), esta pode não ser uma boa medida.

O melhor é que você faça uma análise criteriosa de sua carteira. Invista em ações apenas
a parcela de suas aplicações que, mesmo em momentos de crise, não irá comprometer
sua saúde financeira.

Ações para seus filhos

Esta é uma excelente decisão: pensar no futuro de seus filhos. Investimento em ações é
indicado para quem tem um horizonte longo de tempo, e com certeza seus filhos se
encaixam nesta regra.

Ao fazer uma carteira de ações para seu filho tente, na medida do possível, aproximá-lo
do investimento. Ele entenderá perfeitamente se você fizer referência aos nomes das
empresas e ele passará, inclusive, a ficar mais atento as notícias sobre determinada
empresa. Ele certamente não será capaz de fazer análises de empresas, mas é uma forma
muito interessante de ensinar conceitos de investimentos ao seu filho, e ainda lhe
mostrar o elo com o setor produtivo, com a economia real.

Os investimentos em ações devem compor a maior fatia da carteira de seus filhos.


Como ainda são crianças, eles têm uma chance enorme de sucesso com suas aplicações,
pois o tempo conta a seu favor. Assim, você estará contribuindo para que seu filho
chegue a idade adulta com uma boa reserva financeira e ainda, o que é mais relevante,
terá ensinado as noções básicas de investimentos para que seja um adulto
financeiramente responsável.

Não importa a idade de seu filho, se ele já tiver documentos como CPF e carteira de
identidade, poderá abrir sua própria conta em uma corretora. Os pais serão responsáveis
pela movimentação dessa conta, mas os investimentos ficam em nome da própria
criança.

Características das ações


As ações apresentam diferentes características, dependendo dos objetivos das empresas
que representam, dos setores em que estas empresas atuam e do estágio de
desenvolvimento em que elas se encontram. Desta forma, podemos classificá-las em
diversas categorias, e entre elas, podemos destacar: as ações cíclicas, de crescimento, de
valor, as exportadoras e as de consumo.

Conheça mais sobre cada uma delas:

• Exportadoras
• Crescimento
• Valor
• Cíclicas
• Consumo

Exportadoras

As empresas exportadoras se caracterizam por ter uma forte receita em moeda


estrangeira. Por isso, investimento em ações de empresas exportadoras é
particularmente interessante em cenários de desvalorização cambial ou recessão no
mercado interno. Por terem sua receita relacionada com a cotação de uma moeda
estrangeira essas ações são consideradas um hedge (proteção) contra a alta desta moeda.
Mas cuidado, pois as receitas de empresas exportadoras também dependem do preços de
seus produtos no mercado internacional, não apenas da cotação da moeda estrangeira.

Crescimento

As ações de crescimento (growth stocks) são aquelas de empresas que atuam em setores
que exigem constante reinvestimento de lucros, de forma a financiar a expansão dos
negócios. Normalmente são empresas que estão em ciclo inicial de construção de seu
negócio e todo resultado gerado é aplicado no seu crescimento. Desta forma, são
empresas que pagam pequenos dividendos. Por isso, a principal forma de retorno para o
investidor neste tipo de ação é por meio de valorização do preço do papel.

Valor

As ações de valor (value stocks) são opostas às ações de crescimento. São ações de
empresas que atuam em setores maduros da economia, são líderes de seus mercados e
podem estabelecer uma política agressiva de distribuição de seu lucro, sob forma de
dividendos ou juros sobre capital próprio.

Cíclicas

Determinadas empresas possuem desempenho caracterizado como cíclica, porque o


preço dos seus produtos apresenta variações expressivas em função de forte aumento da
demanda ou produção. Atualmente, por exemplo, o crescimento econômico da China
tem gerado uma alta no preço das commodities. Esse movimento tem um reflexo direto
na cotação das ações dessas empresas, que experimentam um período de altas
consecutivas.
Os preços das commodities sobem porque há um aumento da demanda, mas sem
expansão na oferta. No entanto, esse aumento de preço leva as empresas a investirem
em novas unidades de produção, que quando entram em funcionamento derrubam
novamente o preço pela expansão da oferta. Dessa forma, é iniciado um novo ciclo.

A compra das ações dessas empresas no início do ciclo de alta do preço de seus
produtos e a venda desses papéis no início do ciclo de baixa do preço é determinante na
rentabilidade da operação. O difícil é antecipar-se a estes ciclos.

Consumo

As ações de consumo são aquelas de empresas que se beneficiam diretamente com o


aumento de renda. Ou seja, o desempenho dessas ações está ligado ao ciclo salário,
emprego e renda. Assim, esses papéis sempre tendem a exibir uma valorização toda vez
que houver um reaquecimento da economia, que vai provocar uma retomada dos
empregos e recuperação na renda do trabalhador.
Essas ações são de empresas que estão em setores como comércio varejista, alimentos,
vestuário, bens de consumo etc.

Estilos de gestão

Ao gerir uma carteira de ações, seja própria ou de um fundo de investimento, cada


gestor pode optar por um estilo de operar no mercado.

Você também pode adotar uma dessas formas de gestão ou análise para sua própria
carteira de ações. Contudo, algumas são extremamente complexas e vão exigir um
conhecimento bem maior do mercado.

O mercado adota como jargão a nomenclatura em inglês para alguns destes estilos.
Conheça os principais:

• Ativa
• Passiva
• Market timing
• Buy-and-hold
• Top-down
• Bottom-up
• Contrarians

Passiva

Oposto da gestão ativa, na Gestão Passiva o gestor limita-se a reproduzir uma carteira
teórica de determinado índice de referência (benchmark).

A gestão passiva é sempre adotada na gestão dos fundos de ações indexados, cujo
objetivo é acompanhar o desempenho de seu índice de referência. O mesmo pode ser
feito por um investidor, bastando apenas ele comprar todas as ações que compõem
determinado índice, nos mesmos percentuais da composição do índice.

Market timing
Esta é uma estratégia de gestão derivada da gestão ativa.

Os gestores de recursos que se utilizam da estratégia de market timing procuram


aproveitar-se das oscilações do preço das ações para adicionar rentabilidade nas
aplicações.

Eles procuram se antecipar às baixas e às altas do mercado, comprando antes de subir e


vendendo antes de cair. Isto não é nada fácil, mas pode gerar bons lucros.

Buy-and-hold

Trata-se de um estilo de gestão que é o oposto do market timing. Os gestores adeptos a


este estilo afirmam que os fatores sistêmicos são de difícil previsão e na soma dos
ganhos e perdas das movimentações de compras e vendas, o ganho é nulo.

Assim, selecionam as melhores empresas sem se preocupar com os movimentos de altas


e baixas do mercado. Eles mantêm a ação em carteira até que alcancem o preço-alvo.

Top-down

O processo top-down inicia-se com a construção de cenários macroeconômicos,


projeção de variáveis como crescimento do PIB, inflação, taxa de câmbio, balança de
pagamentos etc.

Efetuam-se então previsões e projeções quanto ao desempenho dos setores em função


dos cenários macroeconômicos estabelecidos.

Posteriormente, são selecionadas as empresas que devem ser mais beneficiadas em cada
setor. São selecionadas, então, as ações das empresas que apresentam melhores
perspectivas.

Bottom-up

Este é um nome dado para uma estratégia de análise de investimentos focada nos
fundamentos individuais de cada empresa.

É uma avaliação de investimento baseada em informações relevantes ao negócio da


empresa em si, como seu histórico, seu estilo gerencial, modelo de negócio, perspectiva
de crescimento e outras questões relacionada a empresa.

Nesta avaliação não são considerados, como foco principal de análise, o setor no qual a
empresa está inserida, fatores macroeconômicos entre outros. Os que adotam essa
estratégia de avaliação acreditam que essas empresas são superiores ao grupo que
pertencem e seu desempenho não está relacionado diretamente a sua indústria ou a
circunstâncias econômicas.

Contrarians

Os contrarians atuam contra o movimento da maioria. Quando todos estão comprando,


eles começam a vender e vice-versa.
Como devemos comprar na baixa e vender na alta, a atuação dos contrarians em geral é
bem-sucedida. Porém, para atuar como um contrarian é necessário raciocínio calculista
e frio do investidor, sem se deixar influenciar pelos movimentos pontuais de mercado
ou pelas emoções da massa.

Como Negociar

Sempre que você quiser comprar ações diretamente, precisará recorrer a uma Corretora
de Valores, instituição fiscalizada pelo Banco Central, que pode estar ou não ligada a
um banco. São elas as únicas instituições autorizadas a operar na bolsa de valores.

Caso sua compra ou venda seja feita por outro tipo de instituição que não uma corretora
de valores (banco de investimento, distribuidora de valores ou agente autônomo, por
exemplo) este intermediário repassará as ordens para uma corretora providenciar a
liquidação das operações na bolsa.

As corretoras oferecem diferentes serviços aos seus clientes, tais como indicação de
compra e venda de ações, informações sobre as maiores altas e maiores baixas da bolsa,
análise de empresas entre outros.

Geralmente é oferecido também o serviço de home broker. Este serviço permite a você
negociar suas ações via internet, com taxas mais atraentes para o pequeno investidor.

Tanto em uma opção como na outra, você terá todas as informações necessárias para
tomada de decisão de seu investimento.

Para ter acesso a lista de corretoras participantes deste mercado, acesse o site da Bolsa
de Valores de São Paulo, www.bovespa.com.br e www.bmfbovespa.com.br.

Canais

Você tem várias formas de investir em ações. É importante avaliar cada uma das
alternativas e escolher aquela que melhor atende seus objetivos.

Confira:

• Fundos de ações
• Corretora de valores
• Home broker
• Clube de investimento

Fundos de ações

Se você não se sente confortável em comprar suas ações sozinho, seja porque não
conhece o mercado, seja porque não tem tempo de acompanhar as análises e a evolução
do preços dos papéis, você pode fazer suas aplicações no mercado acionário por meio
dos fundos de investimento em ações.

Os fundos de ações são conhecidos como fundos de renda variável, e precisam ter pelo
menos 67% de sua carteira aplicada em ações negociadas em bolsas de valores.
Eles podem ser fundos ativos, passivos ou setoriais. Todos buscam acompanhar ou
superar um índice de referência, conhecido no mercado como benchmark. Os fundos de
ações se diferenciam conforme sua política de investimento e da composição de sua
carteira. Consulte o prospecto do fundo antes de investir.

Corretoras

As sociedades corretoras são instituições financeiras membros das bolsas de valores, e


atuam como intermediárias entre os investidores e as bolsas de valores. Pelo seu
trabalho, recebem uma comissão, chamada de corretagem.

Toda corretora precisa estar credenciada pelo Banco Central, pela Comissão de Valores
Mobiliários e pelas próprias bolsas, e estão habilitadas a negociar valores mobiliários
em pregão.

Os profissionais das corretoras, conhecidos como brokers ou corretorres, podem lhe


fornecer todas as informações necessárias para auxiliá-lo na tomada de decisão de seu
investimento, inclusive informações sobre as empresas que você tem interesse em
comprar as ações.

No site da Bolsa de Valores de São Paulo - www.bovespa.com.br - (autal


BM&FBOVESPA) é possível ter acesso à lista de corretoras cadastradas.

O investidor emite uma ordem de compra ou de venda de determinada ação à sua


corretora e é ela quem vai executar essa operação no pregão.

Home broker

O Home Broker permite a negociação de ações via Internet. Ele está interligado ao
sistema de negociação da BM&FBOVESPA S.A. - Bolsa de Valores, Mercadorias e
Futuros (antiga Bolsa de Valores de São Paulo) e permite que você envie ordens de
compra e venda de ações por meio do site de sua corretora na internet.

Para fazer essas operações é necessário que você seja cliente de uma corretora que
disponha do sistema Home Broker. Hoje em dia a maioria das corretoras já disponibiliza
este serviço para seus clientes.

Você precisará abrir um cadastro na corretora de sua escolha e fazer uma transferência
para conta bancária indicada pela corretora no valor total da operação que deseja
realizar. A corretora então executa a sua ordem de compra de ações.

Você pode contar ainda com os simuladores do mercado de ações, que para aqueles que
nunca tiveram uma experiência com a Bolsa, é uma ferramenta de grande valia. Isso
porque eles possibilitam que o futuro investidor aprenda os mecanismos do mercado,
com simulações de toda a operação, sem precisar desembolsar um centavo sequer.

A internet tem contribuído muito para que pequenos e médios investidores, pessoas
físicas ou jurídicas possam comprar ações diretamente na Bolsa e não apenas por meio
dos fundos de ações ou clubes de investimentos. Com um clique você pode fazer de
casa as operações que desejar na bolsa de valores
IMPORTANTE: Antes de tomar a decisão de investir em uma ação, é importante
pesquisar sobre as empresas que possuem ações negociadas nas bolsas de valores.
Algumas delas colocam a disposição informações financeiras e relevantes pela suas
áreas de Relações com Investidores. Outra fonte de informação é por meio de relatórios
e análises elaboradas por especialistas que contêm indicações sobre algumas ações e, em
alguns casos, com projeções de resultados, lucro e de preço alvo para as empresas. Os
jornais e portais de informações sobre o mercado acionário também são fonte diária de
dados sobre as condições financeiras das empresas.

Clubes de investimento

Assim como os fundos de ações, um clube de investimento é uma forma de


investimento coletivo em ações. Eles diferem dos fundos de ações por não haver
obrigatoriedade de patrimônio mínimo, ter menos obrigações formais, como publicação
de balanços ou limites mínimos de aplicações, e ter um limite máximo de 150
participantes. Um clube de investimento poderá ter um número superior de participantes
quando se tratar de clube que reúna empregados, funcionários ou contratados de uma
mesma empresa, entidade ou grupo de sociedade.

Ele pode ser gerido pelos próprios sócios (cotistas) ou pela corretora que o administra.
Assim como os fundos, os clubes de investimento também estão sob fiscalização da
CVM - Comissão de Valores Mobiliários.

Para constituir um clube de investimentos, um grupo de pessoas precisa de uma


corretora de valores, que será responsável por sua administração, emissão de extratos,
pagamento de comissões, etc.

Sua constituição é feita mediante aprovação e assinatura do Estatuto Social por parte
dos participantes. Nestes documentos são fixados os princípios e as regras de
funcionamento, de acordo com a legislação e com o Regulamento de Registro dos
Clubes de Investimento da BM&FBOVESPA (antiga BOVESPA).

Bolsa de valores

As Bolsas de Valores são entidades responsáveis por manter local físico ou sistema de
negociação eletrônico adequados à realização de transações de compra e venda de
títulos e valores mobiliários.

Essas entidades tem por objetivo manter a padronização e o bom funcionamento do


mercado de capitais, preservando elevados padrões éticos de negociação e divulgando
as operações executadas com rapidez, amplitude e detalhes.

A partir de março de 2008, no Brasil, a única Bolsa de Valores que negocia ações é a
BM&FBOVESPA S.A., uma empresa de capital aberto resultado da fusão da Bolsa de
Valores de São Paulo – Bovespa e da Bolsa de Mercadorias e Futuros - BM&F. Essa
companhia é a terceira maior bolsa de valores do mundo em valor de mercado e registra
mais de 80% do volume negociado de ações da América Latina.

As Bolsas de Valores existem no Brasil há mais de 100 anos e hoje em dia a maior parte
das negociações com ações é feita pelo sistema Mega Bolsa. Pelos terminais eletrônicos
desse sistema, as corretoras podem enviar suas ordens de compra ou venda diretamente
de seus escritórios, de qualquer parte do território nacional ou mesmo do mundo. O
sistema reproduz na tela o ambiente de negócios, exibindo os registros das ofertas de
compra e venda das ações negociadas e propiciando o fechamento automático das
operações.

Onde obter informações

Atualmente encontrar informações sobre o mercado acionário já não é mais um


problema.

O mercado está cada vez mais transparente, e hoje é possível se informar sobre cada
detalhe de seus investimentos de maneira muito simples. Cotações, maiores altas,
maiores baixas, análise de empresa, projeções, análise gráficas e fundamentalistas,
riscos, são algumas das informações que podem ser obtidas junto as instituições
financeiras e na própria Bolsa de Valores, que colocam esses e outros serviços à
disposição de seus clientes e interessados.

Outros sites de informação sobre o mercado podem servir também de apoio ao


investidor. No site da Bovespa (atual BM&FBOVESPA) www.bovespa.com.br, por
exemplo, é possível encontrar as cotações diariamente, tanto do Ibovespa como das
ações negociadas no dia.

No site da CVM - Comissão de Valores Mobiliários (www.cvm.gov.br) é possível obter


os Fatos Relevantes e acompanhar todos os processos que estão em andamento na
autarquia.

Há especialistas que vendem os serviços de análises de empresas, de mercado e


acompanhamento de papéis específicos, mas é possível encontrar todas essas
informações gratuitamente na internet. Além disso, você encontra também notícias
sobre o mercado e sobre as ações na imprensa diariamente.

Documentos

Para comprar ações, o primeiro passo é procurar uma corretora de valores que seja
membro da BM&FBOVESPA S.A. - Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (antiga
Bolsa de Valores de São Paulo), e preencher um cadastro.

Os documentos mínimos exigidos são: documento de Identificação (ex. RG), CPF e


comprovante de residência. Algumas corretoras podem solicitar de você informações
adicionais, como por exemplo, comprovante de renda ou mesmo cópia do informe de
rendimentos, para que desta forma você comprove sua capacidade de investimento.

Os menores de 18 anos também deverão apresentar a mesma documentação e também a


de um responsável pela conta.

1.4 ) Debêntures

Guia de Debêntures
Para financiar iniciativas a médio e longo prazos, como por exemplo, ampliar sua
fábrica, comprar uma nova linha de maquinário ou trocar a frota de veículos, uma
empresa precisa de recursos financeiros. Entre as alternativas disponíveis para se
levantar esses recursos está a emissão de um título de crédito denominado debênture.

As empresas chamadas sociedades limitadas não têm poder para emitir debêntures. Para
emitir debêntures a empresa deve ter seu capital representado por ações, ou seja, ser
uma S.A. Sendo assim, a debênture tem uma característica especial em relação a outros
títulos de crédito: é uma alternativa de financiamento que precisa da aprovação dos
acionistas, pois sua emissão não pode ser decidida pela diretoria isoladamente.

Somente companhias abertas podem emitir publicamente debêntures, devendo para o


mesmo seguir alguns procedimentos, como convocar uma Assembléia Geral dos
acionistas, para autorizar a emissão, elaborar uma escritura de emissão, registrada em
cartório, efetuar o registro dessa emissão junto à Comissão de Valores Mobiliários
(CVM), emitir e providenciar a negociação das debêntures junto ao mercado
comprador. Além disso, a empresa emissora deve pagar aos investidores as debêntures
no vencimento, na forma prevista na escritura de emissão.

Todas as emissões públicas de debêntures devem, obrigatoriamente, ser registradas na


Comissão de Valores Mobiliários. As companhias de capital fechado só podem realizar
emissões privadas com oferta a acionistas ou a grupos restritos de investidores que
atendam a determinadas requisitos.

Características

Título de crédito de empresas de capital aberto, a debênture é emitida em séries


uniformes, com características comuns, que garantem aos investidores determinada
remuneração em prazos predefinidos.

Com a emissão de debêntures, a empresa tem acesso a mais uma opção de


financiamento para complementar sua necessidade financeira, sendo, portanto, uma
alternativa adicional às operações de crédito de curto prazo, como por exemplo,
empréstimos bancários.

Diferente das formas convencionais de financiamento (empréstimos bancários), a


emissão de debêntures permite que a empresa melhore o seu perfil de endividamento
com a emissão de títulos com prazos mais longos.

Um dos principais atrativos para a empresa emissora da debênture é a possibilidade de


amortização gradual, ou seja, realizar pagamentos parciais antes do vencimento da
debênture, adaptando-a ao objetivo do financiamento, à geração de resultados e de
superávit de caixa e às condições de mercado. Além disso, permite uma maior
flexibilidade na forma de remunerar o investidor-debenturista.

A companhia pode ainda, em uma mesma emissão, criar amortização em séries, e


dividir, por exemplo, o resgate da debênture em três anos, com vencimentos anuais.

Exemplo:
Empresa Emissão Série Resgate
1ª. 31/01/2008
ABCDE 01 2ª 31/01/2009
3ª 31/01/2010

Valor Mobiliário

As instalações físicas de uma empresa são bens imobiliários. Já as ações e as debêntures


são valores mobiliários.

Valor mobiliário é todo investimento em dinheiro ou em bens suscetíveis de avaliação


monetária, realizado pelo investidor em razão de uma captação pública de recursos, de
modo a fornecer capital de risco a um empreendimento, em que ele, o investidor, não
tem ingerência direta, mas do qual espera obter ganho ou benefício futuro.

Entre os valores mobiliários mencionados na lei 6.385/76 (versão consolidada pela Lei
10.303/04), estão às emissões de responsabilidade das companhias como, por exemplo,
as ações, debêntures e bônus de subscrição, os cupons, direitos e recibos de subscrição.

Não se caracterizam como valores mobiliários os títulos da dívida pública federal,


estadual ou municipal, e os títulos cambiais de responsabilidade de instituição
financeira, exceto as debêntures.

Valores da Debêntures

O valor nominal de uma debênture pode ser entendido como o valor de cada uma das
debêntures de uma determinada emissão. Assim ao somar o valor nominal das
debêntures chegamos ao valor total da emissão. O valor nominal é definido na escritura
de emissão, expresso em moeda corrente nacional.

Não se deve confundir, no entanto, valor nominal com o preço de subscrição de uma
debênture. O preço de subscrição é o valor pelo qual a debênture é colocada no
mercado, sendo que este preço pode ser:

• O valor nominal atualizado e acrescido da remuneração, também chamado no


mercado de emissão ao par;
• Abaixo do valor nominal atualizado e acrescido da remuneração (emissão com
deságio, ou mais tecnicamente chamado de tipo inferior a 100) ou;
• Acima do valor nominal atualizado e acrescido da remuneração (emissão com
ágio, ou tipo superior a 100).

Na prática, como a data de emissão é diferente da data de subscrição, o preço de


subscrição normalmente é calculado aplicando-se a condição de remuneração prevista
na escritura de emissão sobre o valor nominal unitário (emissão ao par).

Com isso, o debenturista paga pelo título o valor nominal atualizado, que foi acrescido
dos juros devidos no prazo de tempo entre a emissão e a subscrição.

Contagem de Prazos
Todas as regras referentes aos prazos de uma debênture são determinadas em sua
escritura de emissão, e devem ser observadas atentamente pelos investidores.

Veja o que observar:

Determinada na escritura de emissão pode considerar situações


de vencimento único ou vencimento por séries. A legislação
brasileira ainda prevê a possibilidade de uma debênture ser
Vencimento emitida com vencimento somente nos casos de
inadimplemento das obrigações, de dissolução da companhia
ou de outras condições previstas no título, sendo conhecida
como debênture perpétua.
A companhia pode estipular amortizações parciais de cada
série, criar fundos de amortização e reservar-se o direito de
Amortização parcelada
resgatar antecipadamente, no total ou de forma parcial, os
títulos de uma mesma série.
É um fundo constituído pela companhia emissora com objetivo
de possibilitar o depósito de recursos para pagamento de
amortizações de debêntures. Quase sempre, o fundo é
Fundo de amortização administrado pelo agente fiduciário da emissão. A falta no
cumprimento da obrigação de depositar parcelas pré-
determinadas é um fato que pode gerar o vencimento
antecipado das debêntures emitidas.
A companhia pode adquirir debêntures de sua emissão, desde
Aquisição que por valor igual ou menor ao nominal. A operação deve
facultativa(recompra) constar do relatório de administração e das demonstrações
financeiras.
Também chamado de call option, ao contrário da amortização,
a companhia emissora paga integralmente o valor nominal de
algumas debêntures, não afetando todas as debêntures de uma
série. Esse resgate pode ser facultativo ou programado. No
resgate facultativo, a companhia emissora prevê a
Resgate Antecipado possibilidade de efetuar resgates antecipados. Já no resgate
programado, a emissora fixa a data e a quantidade de
debêntures que serão resgatadas antecipadamente. A realização
do resgate antecipado deve ser feita via sorteio ou, para
debêntures negociadas com deságio, através de negociação em
bolsa.
Também chamado recompra obrigatória ou put option, é a
forma de resgate estabelecida na escritura de emissão, que
obriga o resgate ou a recompra, pela companhia emissora, em
datas determinadas e em quantidades especificadas. Caso a
operação seja sobre determinados lotes de títulos, o
procedimento constará da escritura de emissão.
Resgate obrigatório
O resgate é bastante comum em debêntures com cláusula de
repactuação , que permite renegociar a base de remuneração
dos títulos em data pré-determinada. A Emissora deverá
resgatar obrigatoriamente as debêntures, dos Debenturistas que
não concordarem com a proposta de repactuação, pela base de
remuneração antes da repactuação.
Remuneração

Por ser um instrumento de crédito flexível não há uma medida de comparação entre a
debênture e as outras modalidades de investimento em papéis financeiros.

A remuneração de debênture é estabelecida em função de alguns fatores como, por


exemplo, as condições de mercado no momento da emissão e o nível de risco de crédito
da empresa emissora. As normas legais e regulamentares das debêntures deixam a
critério da empresa emissora optar entre as diferentes alternativas de remuneração do
debenturista.

Pode-se assegurar ainda ao investidor a opção de escolher receber o valor principal


investido e os rendimentos na data de vencimento do título ou em datas fixadas para
amortização do saldo devedor da empresa emissora.

Além disso, permite ao investidor escolher se deseja receber o pagamento em moeda


corrente ou em bens, conforme estabelecido na escritura de emissão.

A lei que estabelece a forma de remunerar o investidor é abrangente. Estabelece, entre


outras coisas, que receba seus rendimentos em juros fixos ou variáveis, em participação
no lucro da empresa, ou ainda em prêmio de reembolso.

Porém, uma decisão conjunta entre o Banco Central do Brasil e a CVM, limita essas
alternativas, caracterizando as seguintes formas de oferecer remuneração às debêntures:

• Taxas de juros prefixadas;


• Taxas de juros pós-fixada (DI, Selic, DI ou Selic, etc.);
• TR (Taxa Referencial); TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo);
• TBF (Taxa Básica Financeira), exclusiva para empresas de leasing e companhias
hipotecárias;
• Atualização Monetária (índice de preços);
• Variação cambial.

Uma mesma emissão de debêntures pode ter mais de uma base de remuneração, desde
que seja por meio de uma repactuação, em substituição à base inicialmente pactuada.

O pagamento de juros e a amortização realizados em períodos inferiores a um ano


devem ter como base de cálculo o valor nominal das debêntures, sem considerar
correção monetária de período inferior a um ano.

O investidor faz uma avaliação comparativa das condições que lhe são oferecidas em
relação às outras alternativas de investimento, e leva em conta a qualidade das garantias
oferecidas pela debênture e as condições de vencimento antecipado, amortização e
outras características peculiares da emissão.

Repactuação
Conceitualmente, é o ato de contratar de novo. A repactuação é utilizada normalmente
para rever condições de prazo, forma de remuneração e outras cláusulas nas escrituras
de emissão das debêntures.

A repactuação é um mecanismo adotado pelas companhias emissoras de debêntures


com a finalidade de adequar seus títulos, periodicamente, às condições vigentes no
mercado e, com isso, torná-los mais atrativos. Normalmente, a repactuação permite a
renegociação das condições de remuneração dos títulos em uma determinada data.

Os debenturistas, representados pelo agente fiduciário, e a empresa emissora negociam


novos critérios de remuneração. Para os titulares que discordarem da negociação, a
empresa emissora é obrigada a resgatar ou recomprar, conforme o caso, as debêntures
de sua propriedade, acrescidas das condições de remuneração anteriores à repactuação.
Para esses debenturistas, a debênture passa a ser um título de crédito de menor prazo.

Quando for prevista na escritura de emissão, a repactuação deverá ser estipulada pelos
acionistas em Assembléia Geral Extraordinária ou pelo Conselho de Administração,
desde que devidamente autorizado, que decidirá sobre as condições de remuneração a
vigorar no período de vigência da remuneração subseqüente. A data da primeira
repactuação também deverá constar na escritura de emissão.

Na eventualidade de o Conselho de Administração ou Assembléia Geral não deliberar


sobre as condições de remuneração aplicáveis ao período subseqüente, o agente
fiduciário pode requerer o vencimento antecipado das debêntures. Em caso de
recompra, as debêntures podem ser canceladas, manter-se em tesouraria ou ser
novamente colocadas em mercado.

Prêmio de Reembolso

O prêmio de reembolso é um ágio pago pela companhia emissora ao investidor em


algumas situações, como por exemplo, quando a companhia necessita adaptar a
rentabilidade da debênture às condições atuais de mercado, compensar o debenturista
em casos de resgate antecipado, estimular o debenturista a manter os títulos em carteira,
nas situações de repactuação, ou mesmo fornecer remuneração adicional ao investidor.

Esta remuneração (ágio) tem por referência a variação da receita ou do lucro da empresa
emissora. Porém, não pode ter como base de remuneração a TR, a TBF, TJLP, índice de
preços, variação cambial ou qualquer outro referencial baseado em taxa de juros.

Estas normas não se aplicam, entretanto, às debêntures que assegurem como condição
de remuneração, a participação no lucro da companhia emissora.

Integralização

Quando o investidor adquire debêntures, ele pode integralizar, ou seja, completar o


pagamento das debêntures em moeda corrente à vista, em moeda corrente em data
futura ou em bens.
Apesar de usualmente a integralização é feita em moeda corrente, há de se prever na
escritura de emissão das debêntures, soluções no caso do investidor que optar, por
exemplo, pela liquidação em data futura, se tornar inadimplente.

O mesmo cuidado deve ser tomado no caso dos investidores de uma primeira série que
se comprometam com a subscrição de outras séries. Neste caso, igualmente, há que se
prever a possibilidade de desistência ou inadimplência do debenturista.

É o que ocorre em casos de conversão de créditos concedidos à companhia emissora na


forma de commercial papers (os quais são trocados por debêntures).

Subscrição

A subscrição se faz pela contribuição mediante capitalização de créditos ou pagamento


em dinheiro ou bens para a aquisição de debêntures, ou seja, pelo efetivo pagamento
pelo investidor das debêntures adquiridas. As condições de subscrição são sempre
estabelecidas na escritura de emissão.

A subscrição pode ser:

• Pública: aberta a não-acionistas da companhia, sendo que nas debêntures


conversíveis em ações (DCAs) os acionistas têm preferência à subscrição, na
proporção do número de ações que possuem;
• Privada: restrita a certo grupo de pessoas. Neste caso, também é garantido o
direito de preferência aos atuais acionistas na emissão de DCAs, na proporção
do número de ações que possuírem.

Os acionistas da companhia emissora terão preferência na subscrição de DCAs, mas na


conversão em ações, no entanto, não haverá preferência.

Tipos de Debêntures

As debêntures se apresentam sob duas formas:

Debênture Nominativa:
Neste tipo, a companhia emite a debênture em nome do investidor inicial, realiza o
registro e controle de transferências em livro de registro próprio.

Nominativa Escritural:
A debênture Nominativa Escritural é mantida em conta de custódia, em nome do
investidor, em uma instituição financeira devidamente autorizada pela CVM. Esta
instituição financeira realiza também o registro e controle de transferências,
procedimento semelhante ao da ação escritural.

O recebimento do valor devido pelo emissor ao investidor, ou seja, o crédito, no


vencimento, pode ser:

Simples
O resgate, ou amortização, se dá em moeda corrente
Permutável
O investidor recebe, por sua própria opção, ativos ou ações da empresa, como forma de
pagamento, especificados na escritura de emissão.

Conversível
O valor de resgate pode ser trocado por ações, na forma prevista nos documentos de
emissão, por opção do investidor.

Debentures não conversíveis

A Debênture Simples ou não conversível é o tipo mais comum de debênture que


permite as empresas captar recursos de médio e longo prazo, conforme as características
estabelecidas na sua escritura de emissão. Do ponto de vista do investidor deste tipo de
título, seu objetivo é receber periodicamente rendimento sobre seu investimento e, no
seu vencimento, o reembolso de seu valor nominal acrescido de juros.

Desta forma, as debêntures simples são títulos de renda fixa que são adquiridos por
investidores com o objetivo de terem rendimento, que é composto por juros e prêmios
que são pagos pelo emissor ao comprador (investidor). Os juros podem ser pré-fixados
ou pós-fixados e ao adquirir este título o investidor sabe a sua data de vencimento ou de
resgate, que nada mais é do que a data cujos títulos serão pagos. Os rendimentos pagos
por estes títulos são definidos em função do risco de crédito dos seus emissores e das
garantias associadas aos títulos, e quanto maior o rendimento, maior é seu o risco de
crédito.

Assim como as demais, todas as condições relativas à emissão de debêntures, como


prazos, condições de remuneração dos compradores, formas de resgates, entre outras,
devem ser fixadas na escritura de emissão.

Debêntures conversíveis em Ações

A Debênture Conversível em Ações - DCA é um tipo de debênture, que conforme


estabelecido na escritura de emissão, permite (por opção do investidor) a transformação
do crédito a receber em ações da companhia.

A DCA, como qualquer debênture, representa uma dívida da companhia emitente,


porém reúne algumas alternativas adicionais como, por exemplo, a possibilidade de
converter uma aplicação de renda fixa (a debênture) em uma de renda variável, após a
conversão em ações.

Assim como as demais debêntures, todas as condições relativas à emissão de


debêntures, como prazos, resgates, conversão em ações, entre outras, devem ser fixadas
na escritura de emissão.

Geralmente, os acionistas da companhia emissora têm preferência na emissão das


DCAs. Porém, no momento da conversão da debênture em ações, não há nenhum tipo
de privilégio.

A conversão da debênture ocorre no seu vencimento ou em dias previamente


estabelecidos.
Exemplo:

No fim de 2003 a Petrobrás lançou DCAs no mercado, com as seguintes condições de


conversão:

Equivalente a 160% do preço de fechamento da ação preferencial em


Valor Nominal Bolsa de Valores, na data imediatamente anterior à subscrição (cada
Unitário 1,00 do valor da ação equivale a 1,60 reais do valor nominal unitário
da debênture).
Rendimento
durante a Variação da TR mais juros.
aplicação
Direito à
Exercido no 5º dia anterior ao vencimento da debênture.
conversão
Preço da ação preferencial em Bolsa de Valores deve estar no
Condição de mínimo 100% acima do Valor Nominal Unitário, no 6º dia anterior
conversão ao vencimento da debênture (cada debênture será convertida por 3,20
por ação, no exemplo acima).
Prazo para optar
1 dia (e o 5º. dia anterior ao vencimento).
pela conversão

Agora, veja quais informações os relatórios anuais trazem sobre esta operação:

2003:
Em 29 de outubro de 2003, o Conselho de Administração da Petrobras convocou os
acionistas a se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária, em 21 de novembro de
2003, a fim de deliberar sobre a autorização para emissão de debêntures
facultativamente conversíveis em ações preferenciais, para colocação pública
exclusivamente no Brasil, até o valor limite de R$ 300.000,00.

Esta emissão não está vinculada ao programa de debêntures conversíveis em ações


preferenciais aprovado pela AGE realizada em 10 de junho de 2002.

2005:
As debêntures emitidas com a finalidade de financiar, através do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, a aquisição antecipada do direito de
transportar, no Gasoduto Bolívia-Brasil, o volume de 6 milhões de m/dia de gás, pelo
prazo de 40 anos (TCO - Transportation Capacity Option), totalizaram R$ 430.000
(43.000 títulos, com valor nominal de R$ 10) com vencimento em 15 de fevereiro de
2015. Essas debêntures possuem garantia concedida pela GASPETRO, interveniente da
operação, ao BNDES de ações ordinárias de sua propriedade, emitidas pela
Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil S.A. - TBG controlada da
GASPETRO.

Debêntures Padronizada
É a debênture com cláusulas objetivas de fácil compreensão e aplicação e de simples
execução, com objetivo de estimular o desenvolvimento de um mercado (primário e
secundário) transparente e líquido para títulos privados de renda fixa.

Sua criação buscou assegurar o acesso direto e irrestrito dos investidores às ofertas de
distribuição dessas debêntures, e estabelecer bases para que esse mercado permita as
companhias emissoras uma gestão eficiente de seu fluxo de caixa, a qualquer tempo, por
um custo financeiro mais adequado à percepção do seu risco de crédito de seus
investidores.

A CVM pode, a seu critério, acolher o registro de distribuição de debêntures


padronizadas mediante análise simplificada dos documentos e das informações
submetidas.

Debêntures Simplificada

A Debênture Simplificada foi criada com objetivo de desenvolver a liquidez e aumentar


o número de participantes do mercado, desenvolvendo, ainda, o mercado secundário
desses títulos.

Nesta opção, as companhias interessadas em emitir estes papéis, preenchem e enviam


para a Andima suas solicitações, que se encarrega de avaliar a operação e remeter à
CVM, visando, com isso, a aprovação mais rápida dos registros.

Regulamentadas pela Instrução 404 da CVM, a iniciativa beneficia tanto as companhias,


pela maior facilidade no processo de emissão e negociação, como os investidores
pessoas físicas, em função de sua maior divisibilidade.

Entre as principais características de uma Debênture Simplificada estão:

• Pode ser emitida por qualquer companhia aberta com registro atualizado na
CVM, ou que proceda à abertura de seu capital na autarquia;
• A escritura de emissão segue um modelo simplificado, desenvolvido pela
ANBID e pela ANDIMA;
• A emissão deve ter o selo ANBID;
• As debêntures devem ser emitidas seguindo as seguintes bases de remuneração:
- Renda prefixada;
- Renda indexada a índices de preços (IGP-M ou IPCA);
- Renda pós-fixada (% do DI ou SELIC, ou esses indicadores mais spread)
- Ter critérios de cálculo sugeridos pelo trabalho de padronização elaborado
pela ANDIMA;
• Ser emitida em série única, sem possibilidade de utilização do programa de
emissão;
• Ser emitida em valores nominais a partir de R$ 1.000,00, visando a atrair o
pequeno e médio investidor pessoa física;
• Ser da espécie de garantia quirografária, sem possibilidade de utilização de
garantias adicionais;
- Pode ser amortizável, desde que de maneira uniforme;
• Não ter cláusula de repactuação;
• Ter seu rating atualizado anualmente;
• Ser negociada no mercado de balcão organizado ou em bolsas de valores;
• Participar do e-bookbuilding;
• Oferecer até 20% da emissão para as pessoas físicas;
• Utilizar a prerrogativa do green shoe para a constituição de fundo de liquidez,
ou para ser utilizado pelo formador de mercado da debênture.

Além disso, a negociação de debêntures simplificadas oferece ao mercado alguns


benefícios, como:

• Padronização e simplificação nos formatos de escritura de emissão e fórmulas de


cálculo;
• Facilidade de acesso a este mercado de um maior número de companhias
emissoras, e de pequenos e - médios investidores;
• Maior liquidez no mercado secundário de debêntures;
• Maior agilidade no processo de análise da operação por parte da CVM.

Outros Tipos

Estão disponíveis no mercado alguns tipos específicos de debêntures. São elas:

Debênture participativa:
Debênture que confere ao debenturista remuneração através de participação nos lucros
da companhia emissora.

Perpétua:
Debênture emitida sem prazo ou data de vencimento. Normalmente tem pagamento
periódico e constante de rendimentos.

Resultantes de operação de securitização, inclusive imobiliária:


Suas características básicas permanecem as mesmas, mas elas se originam de operações
financeiras que vinculam os créditos originários de contratos financeiros, mercantis, de
mútuo, de locação ou outros ativos a valores mobiliários negociáveis em mercados
organizados.

Securitização de Recebíveis com Debêntures

Securitização é a operação financeira que vincula os créditos originários de contratos


financeiros de recebíveis a títulos negociáveis em mercados organizados.

É uma operação de crédito caracterizada pelo lançamento desses títulos com


determinada garantia de pagamento. Representa a consolidação de uma dívida mediante
a emissão, pelo devedor, dos novos títulos, que incluem garantias adicionais.

As operações de securitização de recebíveis podem utilizar-se de debêntures como


instrumento para se viabilizarem.

São normalmente operações em que uma companhia que possua fluxo regular de
receitas emite debêntures para antecipar o recebimento dos recursos, aceitando a
aplicação de uma taxa de desconto sobre o fluxo de recebíveis, que servirá de garantia
de pagamento da operação.
Os principais contratos que podem originar debêntures, e que ganham a denominação de
recebíveis, são:

• Cartões de crédito (Visa, Mastercard, etc);


• Cartões de crédito private label;
• Operações imobiliárias (locações, arrendamento, construção);
• Contratos de manutenção (serviços);
• Mensalidades escolares, universitárias ou de plano de saúde;
• Vendas a prazo de bens de consumo em estabelecimentos comerciais;
• Crédito ao consumidor realizado por instituições financeiras;
• Outros.

Podem revestir a característica de debênture perpétua, em que estruturam-se operações


de lançamento, cujo rendimento é fixado como um porcentual do resultado da
companhia, sem prazo de resgate.

Por estas características, assemelham-se muito a ações, exceto por um detalhe: o


rendimento é lançado como despesa financeira da emissora, minimizando, assim, a
carga tributária.

Registro da Emissão

Toda emissão de debêntures deve ser devidamente registrada na CVM (Comissão de


Valores Mobiliários).

Os documentos de originação para circulação de debêntures no mercado devem estar


depositados em órgãos públicos e entidades de auto-regulação. Tais documentos são,
registrados junto à CVM e junto à ANBID, e somente com essas providências de
registro é que as atividades operacionais da emissão podem ser realizadas pelos agentes
do mercado.

Após o registro, esses documentos devem ser de conhecimento público, para facilitar o
acesso dos investidores às informações que ajudarão a tomar sua decisão quanto ao
investimento.

Registro CVM

O registro de uma emissão de debêntures na CVM tem por finalidade fornecer as


informações básicas sobre os valores mobiliários oferecidos, como características da
emissão, o volume, preço, as formas de remuneração, quem são os agentes da
colocação, os custos de comissões de intermediação entre outras.

Estas informações, somadas aos dados da companhia emissora, permitem que os


investidores adquiram conhecimento das informações, e com isso, possam tomar
decisões de investimento adequadas às suas necessidades.

Servem ainda para verificação da legitimidade da emissão de debêntures e da legalidade


dos atos societários que lhes deram origem, sem juízo de valor sobre a qualidade do
negócio.
Enquanto aguardam o registro, investidores podem preencher pedidos de reserva para
compra de títulos. Mas vale lembrar que a confirmação dessas operações dependerá,
impreterivelmente, do registro.

Títulos já emitidos, mas que não circulam no mercado, podem também ser objeto de
registro, quando se manifestar intenção de colocá-los à venda ao público.

A divulgação de informações de uma distribuição secundária de debêntures pode


limitar-se à publicação de edital em jornal de grande circulação.

Registro ANBID

A Instrução nº 400 da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) busca simplificar os


procedimentos para o registro de emissões. Menos burocracia, reduções no tempo e nos
custos resultaram em melhor atendimento ás necessidades das companhias que buscam
no mercado de capitais recursos para financiar suas atividades.

A principal conseqüência dessas modificações está no aprimoramento da qualidade,


conteúdo e forma de apresentação das informações aos investidores, ao mesmo tempo
em que aumentaram as responsabilidades legais em relação às operações de lançamento
e negociação de valores mobiliários.

Além disso, com objetivo de proporcionar ainda mais transparência aos investidores, as
instituições financeiras associadas à ANBID (Associação Nacional dos Bancos de
Investimento), ou aderentes ao seu código, estão obrigadas a obedecer às regras contidas
no Código de Auto-Regulação ANBID para Ofertas Públicas de Títulos e Valores
Mobiliários.

As principais regras do código referem-se à elaboração de prospectos, que passaram a


apresentar, necessariamente, informações mais detalhadas e precisas sobre companhia
emissora, suas atividades, negócios, ramos de atuação e fatores de risco, entre outras.

O Código de Auto-Regulação da ANBID complementa a Instrução 400, e determina


que as ofertas públicas de títulos e valores mobiliários sejam registradas na Associação,
sempre que tais ofertas tiverem a participação de seus Associados ou de instituições
participantes do código de Auto-Regulação.

O registro na ANBID deve ser providenciado no prazo de até 15 dias contados a partir
da data da concessão do registro da oferta pela CVM.

Requisitos do Registro

Recentemente, temos visto no mercado, uma enorme quantidade de companhias se


estruturando para abrir seu capital. Esse movimento nos mostra que essas companhias
estão caminhando em busca de alternativas adicionais para financiarem suas atividades.

As iniciativas como essas devem obedecer normas e regulamentos, entre os quais


ressalta o registro dessas operações de participação ou financiamento na CVM
(Comissão de Valores Mobiliários).
A lei 6.385/76 do Banco Central do Brasil determina que nenhuma emissão pública de
valores mobiliários seja distribuída no mercado sem o prévio registro na Comissão de
Valores Mobiliários.

O registro, porém, não significa nenhum tipo de juízo de valor quanto a qualidade da
empresa e o risco do investimento. O registro apenas zela, por exemplo, pelo
fornecimento adequado de informações aos investidores.

Além disso, o registro serve de instrumento de proteção para o investidor, ao confirmar


a legitimidade da emissão e a legalidade dos atos societários e legais que lhe deram
origem. Por esta razão, somente após a aprovação do registro podem ser feitas as
confirmações de ordens de compra das debêntures.

O Registro de Distribuições Secundárias, ou seja, aquele para as debêntures fora de


circulação (na mão de acionistas, por exemplo), é semelhante ao registro de emissão.

Emissão

Ao realizar uma emissão de debêntures, uma sociedade por ações contrai um


empréstimo.

Usualmente, para poder emitir um título de crédito desta natureza, a diretoria de uma
companhia deve obter a concordância dos acionistas, reunidos em Assembléia Geral. Há
a exceção das companhias abertas, nas quais o conselho de administração pode deliberar
sobre a emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações e sem garantia real.

Pela legislação em vigor, só podem emitir debêntures as companhias e as sociedades


por ações. As sociedades limitadas não podem utilizar esta alternativa de investimento.
Além disso, apenas as companhias abertas com registro na Comissão de Valores
Mobiliários (CVM) podem, por meio de oferta pública a investidores, emitir debêntures
no mercado de capitais.

Os demais tipos de companhias realizam emissões privadas, que seguem ritos legais e
regulamentares próprios.

A debênture pode ser emitida em séries, na forma previamente definida na escritura de


emissão.

Uma companhia pode realizar mais de uma emissão, e cada emissão pode ser dividida
em séries diferentes.

Exemplo:

Vol. em
Nº Agente Tipo
Emis- Nº Remune-
Código Emis- Fiduci-
sor Série Mil ração
são ário (1)
(R$)
ANHB Auto- IGPM +
1 1 Pentagono S 98
-D11 ban 10,65% a.a.
ANHB Auto- IGPM +
1 2 Pentagono S 98
-D12 ban 10,65% a.a.
ANHB Auto- 1 3 Pentagono S 314 103,30%
-D13 ban do DI

Fonte: www.bovespa.com.br
Tipo (1)
C - Conversível
S - Simples
P - Permutável

As principais características da emissão decididas pelas Assembléias ou pelas Reuniões


de Conselho de Administraç& atilde;o, conforme o caso, que autorizam emissões de
debêntures são:

Caracteristica Exemplo
Montante R$ 10.000.000,00
R$ 8.000.000,00 em títulos de R$ 10.000,00 = 800 títulos
Número de debêntures e
R$ 1.000.000,00 em títulos de R$ 5.000,00 = 200.
divisibilidade
R$ 1.000.000,00 em títulos de R$ 1.000,00 = 1.000
Prazo 4 anos, vencendo em 10 de outubro de 2010
Data de emissão 10 de outubro de 2006
Preço de subscrição Valor nominal atualizado até a data de subscrição
Taxa média do DI de um dia, over extra grupo base 252 dias
Base remuneratória úteis calculada e divulgada pela Cetip, definida em
bookbuilding, observado o teto de 104,5% da taxa DI
Amortizações ou Amortização de 50% em dois anos, na data de 10 de outubro
resgates programados de 2008
Conversibilidade ou não
Debênture simples, não conversível em ações
em ações

Fonte de alguns itens do exemplo: lançamento de debêntures da TAM, em setembro de


2006

A emissão se completa com as seguintes providências legais:

• Arquivamento na Junta Comercial da ata de Assembléia ou da reunião do


Conselho de Administração que aprovou a emissão das debêntures;
• Inscrição da escritura de emissão no Registro de Empresas; e
• Constituição das garantias reais, se for o caso.

Na emissão de debêntures distribuídas publicamente, os credores não são representados


individualmente perante a companhia emissora, e sim por meio de um ente denominado
Comunhão dos Debenturistas, cujo único representante é o Agente Fiduciário.

Lançamento

O lançamento se dá numa operação conhecida no mercado como underwriting, que


ocorre quando a companhia emissora seleciona e contrata um intermediário financeiro,
que será responsável pela colocação de uma subscrição pública de debêntures ou
obrigações no mercado.
Esta operação pode ser realizada por uma instituição financeira isoladamente ou por um
consórcio.

Modalidade de
Características
underwriting
A instituição financeira se compromete a realizar os melhores esforços
para a colocação, junto ao mercado, as sobras de debêntures do
Melhores
lançamento.
esforços (best
Não há comprometimento por parte do intermediário para a colocação
efforts)
efetiva de todas as debêntures. A empresa assume os riscos da
aceitação ou não das debêntures lançadas ao mercado.
A instituição financeira se compromete a colocar as sobras junto ao
público em determinado espaço de tempo, após o qual ela mesma
Stand-by
subscreve o total das debêntures não colocadas. Decorrido o prazo, o
risco de mercado é do intermediário financeiro.
A instituição financeira subscreve integralmente a emissão para
revendê-la posteriormente ao público. Selecionando esta opção a
Firme (straight)
empresa assegura a entrada de recursos. O risco de mercado é do
intermediário financeiro.

Distribuição Pública

A regulamentação sobre ofertas públicas é regida pela Instrução CVM nº400.

Oferta pública é basicamente uma operação para a venda de títulos e valores


mobiliários, com intermediação de instituição financeira, com esforço de venda e
divulgação pública da oferta aos investidores interessados, distribuição de prospectos
etc. No caso das debêntures, a oferta pública deve seguir a seguinte seqüência
cronológica:

• Avaliação da proposta de oferta pela Assembléia Geral de Acionistas, ou pelo


Conselho de Administração;
• Aprovação da emissão;
• Escolha da instituição financeira que fará o papel de Coordenador-líder para
coordenar e estruturar todo o processo de emissão;
• Preparação da documentação e registro da emissão pública junto à CVM;
• Formação de um consórcio de instituições financeiras para distribuição;
• Apresentações sobre a emissão para os investidores interessados
• Negociação (distribuição) das debêntures aos investidores.

Alguns atos são caracterizados pela CVM como oferta pública. São ações de venda,
promessa de venda, oferta à venda ou subscrição, por exemplo.

O prazo de colocação no mercado primário de debêntures não conversíveis em ações é


de seis meses, a contar da data de publicação do Anúncio de Início de Distribuição e, ao
término desse prazo, o saldo não subscrito deverá ser cancelado. No caso de debêntures
conversíveis em ações, deverá ser observado o prazo de seis meses a partir do
encerramento do período de preferência concedido aos acionistas da companhia
emissora.
Distribuição Privada

Apesar de não haver definição legal acerca das características principais da colocação
privada de valores mobiliários, podemos classificar como emissão e distribuição privada
aquela que não envolve uma oferta pública a investidores no mercado de capitais.

A emissão pode ser realizada tanto pelas companhias abertas como pelas fechadas. Esta
modalidade de emissão é destinada a acionistas da companhia emissora ou a um círculo
restrito de investidores (quase sempre investidores institucionais). Mesmo não sendo
necessária a aprovação prévia da CVM, a distribuição privada de debêntures feita pelas
companhias abertas devem, de qualquer forma, prestar informações ao órgão.

Essas operações devem observar as normas legais e regulamentares que definem as


debêntures, porém, a emissão, distribuição e administração dos eventos financeiros
ficam a cargo da companhia emissora. Na distribuição privada não é obrigatório a
contratação do agente fiduciário.

Escritura da Emissão

É o documento em que estão descritas todas as condições sob as quais se dará a emissão
da debênture. A escritura da emissão deve constar cláusulas como:

• Direitos do debenturista;
• Deveres da companhia emissora;
• Montante da emissão, quantidade de títulos e valor nominal unitário;
• Data de emissão e de vencimento, amortizações (quando houver) e seu
vencimento;
• Condições da amortização;
• Condições de conversibilidade (quando houver)
• Forma de remuneração;
• Prêmios de reembolso.

Além destas informações, a escritura pode regular outras cláusulas mais específicas,
como, aquisição facultativa e/ou resgate antecipado facultativo da debênture, ou
condições como:

• Estabelecer níveis de endividamento da companhia;


• Estabelecer o rumo dos valores captados (projetos ou operações determinados);
• Atingir ou manter determinados níveis de desempenho.

A legislação autoriza ainda a emissão de debêntures permutáveis, quando a escritura de


emissão menciona a permuta da debênture por outros ativos ou ações de terceiros,
detidos pela companhia emissora. Exemplo característico dessa classe foi uma emissão
da Companhia Vale do Rio Doce, ao final da década dos anos 1980, com o resgate
definido em séries anuais, podendo ser pago em moeda ou em outro ativo financeiro, a
exclusivo critério do investidor.

A escritura de emissão, quando for o caso, pode ser alterada por aditamentos.

Prospecto da Emissão
O prospecto da emissão é documento de divulgação obrigatória nas emissões públicas.
Nele, se consolidam informações relevantes sobre a companhia emissora, e permite aos
investidores em potencial a melhor avaliação do investimento, e auxilia na tomada de
decisão.

Elaborado geralmente pelas áreas de Financeira e de Marketing da companhia, em


conjunto com o Coordenador-líder, o prospecto permite que o investidor interessado em
comprar debêntures tenha informações mais detalhadas da companhia emissora e da
operação como um todo.

O prospecto contém ainda um resumo das características da operação, identificação de


administradores, consultores e auditores nela envolvidos, e informações relacionadas à
própria oferta. Deve fornecer informações detalhadas e precisas sobre a operação, com
destaque para o tipo de vínculo entre a empresa que realiza a oferta pública e a
Coordenador-líder da distribuição, e a veracidade das informações contidas no
prospecto é de responsabilidade da companhia emissora e da instituição financeira líder
do lançamento.

O documento deve receber ampla divulgação, incluindo divulgação na internet,


intermediários e bolsas ou mercados envolvidos.

A prestação de informações falsas ou tendenciosas no prospecto é considerada uma


infração grave e neste caso tanto a companhia emissora como o Coordenador-líder estão
sujeitos às penas da lei.

Itens que devem constar do prospecto:

• Os valores mobiliários que estão sendo ofertados;


• Os direitos transferidos aos seus investidores;
• Descrição da companhia emissora;
• Fatores de risco;
• Situação patrimonial, econômica e financeira da companhia;
• Instituições garantidoras das obrigações assumidas em função dos valores
mobiliários que estão sendo oferecidos;
• Os eventuais terceiros que venham a ser destinatários dos recursos captados.

Emissão no Exterior

Apesar de não ser usual, as companhias brasileiras podem emitir debêntures no


Exterior. Essa emissão pode ser feita com garantia real ou flutuante de bens que esta
companhia tenha no país, podendo ter valor nominal expresso em moeda nacional ou
estrangeira, e os rendimentos enviados devem limitar-se ao valor de principal e dos
juros devidos.

Para realizar essa emissão, a companhia deve ter prévia autorização do Banco Central
do Brasil.

Agentes da Emissão
Nas operações com debêntures, as instituições financeiras e empresas prestadoras de
serviços especiais devem assumir diferentes funções, destinadas a completar todos os
passos legais, regulamentares e operacionais que permitem a fluidez no mercado de
debêntures. Estas funções são:

• A liquidação financeira;
• O registro e a custódia;
• A escrituração em nome dos investidores;
• A certificação das demonstrações contábeis que constam dos documentos de
emissão.

Conhecer o papel que cada instituição envolvida no processo, é fundamental para que
tenha transparência de cada etapa do processo de emissão de uma debênture.

Agente Fiduciário

Representante dos debenturistas perante a companhia emissora, o agente fiduciário pode


ser tanto pessoa física (previsto na lei, mas pouco usual) ou pessoa jurídica, e terá como
responsabilidade proteger os direitos dos investidores.

Seu papel, entre outras atribuições, é atestar que a escritura de debêntures, por exemplo,
está de em conformidade com os requisitos legais e regulamentares. Além disso, realiza
os registros necessários e esclarece as lacunas e irregularidades que porventura possam
existir.

O agente fiduciário deve observar ainda procedimentos como:

• Administração e verificação periódica da integridade das garantias oferecidas


pelas debêntures;
• Análise econômica e financeira da companhia emissora, visando a solvência e
condições de liquidez para o pagamento dos eventos previstos na escritura de
emissão;
• Pedido de explicações à companhia emissora sobre suas demonstrações
financeiras;
• Prestação de informações aos debenturistas quanto aos rendimentos dos títulos;
• Contribuição no processo de rating dos títulos.

Banco Mandatário

A função de Banco Mandatário pode ser desempenhada por banco comercial ou


múltiplo com que tenha carteira comercial com conta "Reservas Bancárias" junto ao
Banco Central do Brasil.

Indicado pela companhia emissora, é responsável pela confirmação financeira de todos


os pagamentos e movimentações realizadas pelo emissor. Cabe ainda ao banco
mandatário, atribuições como:

• Transferir fiduciariamente para o nome da Câmara de Custódia e Liquidação


(Cetip) as debêntures a serem depositadas pelos participantes;
• Transferir para o nome dos participantes as debêntures a serem retiradas Sistema
Nacional de Debêntures (SND);
• Operacionalizar o exercício dos direitos relativos às debêntures;
• Confirmar os diversos lançamentos, entre outros.

Banco Liquidante

O Banco Liquidante é a instituição financeira responsável, como o próprio nome diz,


por prestar serviços de liquidação financeira das operações registradas no SDT (Sistema
de Distribuição de Títulos) e no SND (Sistema Nacional de Debêntures), bem como
pelo pagamento das taxas relativas ao uso do SND.

Para tanto, o Banco Liquidante tem conta "Reservas Bancárias", em espécie, no Banco
Central do Brasil. Esta conta, habilitada junto à Cetip e indicada pelos participantes da
operação, serve para que o Banco Liquidante possa liquidar as operações registradas no
SDT e no SND.

Os procedimentos de liquidação financeira de Debêntures têm por objetivo assegurar a


finalização das operações. Ou seja, certificar que o vendedor tem os títulos para vender,
e o comprador têm os devidos recursos para comprá-los.

Instituição Depositária

A Instituição depositária é a instituição ou entidade que presta os serviços de :

• Registro de debêntures escriturais;


• Custódia de valores mobiliários;
• Agente emissor de certificados.

Estas atividades são obrigatórias em um processo de emissão de debêntures e dependem


de autorização da CVM.

Podem se habilitar para exercer essas atividades os bancos comerciais e de


investimento, as sociedades corretoras e distribuidoras e as Bolsas de Valores, desde
que comprovem possuir condições técnicas, operacionais e econômico-financeiras
adequadas.

A instituição autorizada a prestar esses serviços deve empenhar-se para que todas as
etapas da emissão e substituição de certificados, de transferências e averbações nos
livros sejam praticadas no menor prazo possível. A instituição depositária deve ainda
fornecer aos debenturistas o extrato da sua conta de depósito ou de custódia,
periodicamente.

Escriturador

Outro agente envolvido no processo operacional das debêntures é a de Escriturador, que


tem por objetivo manter atualizada a escrituração das debêntures em nome de seus
respectivos titulares, os debenturistas.
A atividade de Escriturador é exercida, normalmente, pela companhia emissora ou por
uma instituição financeira por ela contratada para prestar estes serviços.

Auditor Independente

As demonstrações contábeis que constam nos diferentes documentos e publicações de


emissão de uma debêntures devem ser certificadas por auditor independente. Este
auditor deve estar devidamente registrado na CVM.

O papel do auditor é certificar se todos os documentos e informações de uma emissão


estão de acordo com o estabelecido em sua escritura.

Esta regra vale inclusive para a empresa que se tornou uma companhia aberta, com o
objetivo de realizar emissão de debêntures.

Para evitar conflito de interesses, as empresas envolvidas na emissão devem obedecer a


normativo da CVM que proíbe as empresas de auditoria de prestar serviços de
consultoria na emissão, bem como adquirir, para si ou para empresas de seu mesmo
grupo, títulos e valores mobiliários das companhias que são seus clientes.

É importante que o Auditor Independente, como o próprio nome diz, tenha objetividade
e independência em sua avaliação. Para total transparência, em seus documentos
públicos, as companhias devem detalhar se o auditor independente contratado por elas,
realizou algum tipo de serviço que não seja especificamente o de auditoria externa.

Este dever é obrigatório, mesmo que nenhum outro serviço do auditor tenha sido
contratado.

Assembléias de Debenturistas

É o local em que os investidores se reúnem para deliberar assuntos de seus interesses.


Assemelha-se a uma assembléia de condôminos, e suas decisões se parecem com
aquelas tomadas pelos proprietários de imóveis.

É ainda a reunião para deliberar sobre matérias que afetam diretamente os negócios da
companhia emissora, especialmente no que diz respeito à repactuação de taxas de juros.
Se propostas de novas taxas não forem aceitas pelos debenturistas, por exemplo, a
companhia poderá ter de resgatar toda a emissão, ou a série objeto da deliberação da
Assembléia.

A Assembléia de debenturistas tem as seguintes atribuições:

• Pode ser convocada pelo agente fiduciário, pela companhia emissora, por
debenturistas que representem dez por cento, no mínimo, dos títulos em
circulação, e pela CVM;
• A Assembléia se instalará, em primeira convocação, com a presença de
debenturistas que representem metade, no mínimo, das debêntures em
circulação, e, em segunda convocação, com qualquer número;
• O agente fiduciário deverá comparecer à Assembléia e prestar aos debenturistas
as informações que lhe forem solicitadas;
• A escritura de emissão estabelecerá a maioria necessária, que não será inferior à
metade das debêntures em circulação, para aprovar modificação nas condições
das debêntures.
• Nas deliberações da Assembléia, a cada debênture caberá um voto.

Tipos de Oferta

Os principais segmentos do mercado financeiro e de capitais pelos quais circulam


debêntures são o mercado primário e o mercado secundário.

No mercado primário, ocorrem lançamentos de debêntures por meio de oferta pública


ou de distribuição entre acionistas da companhia e investidores qualificados. Nestes
casos, os recursos são canalizados para a companhia emissora.

Já nos mercados secundários a debênture circula nos chamados mercados de balcão


organizados, administrados, basicamente, pela Andima ou pela Bolsa de Valores de São
Paulo. Nesses mercados, as transferências se dão entre investidores.

Entenda mais sobre cada um desses mercados acessando o menu esquerdo.

Oferta Primária

No mercado primário, os recursos captados na emissão de debêntures revertem


diretamente para a caixa da companhia emissora. Portanto, é o lançamento de venda de
debêntures ao público investidor.

O lançamento de debêntures se dá, normalmente, por uma oferta pública, que se


caracteriza por ser extensiva a não-acionistas da companhia emissora.

O Programa de Distribuição segue, normalmente, um cronograma de atividades.


Acompanhe o exemplo:

Cronograma:
D + 0 - Publicação do Aviso ao Mercado
D + 0 - Disponibilização do Prospecto
D + 0 - Início das apresentações (Road Show)
D + 0 - Início do bookbuilding
D + 5 - Início do período de reserva
D + 10 - Encerramento do período de reserva
D + 15- Encerramento das apresentações (Road Show)
D + 15 - Encerramento do bookbuilding
D + 15 - Fixação do preço de subscrição
D + 15 - Assinatura do Contrato de Distribuição
D + 16 - Publicação do anúncio de início da distribuição pública
D + 20 - Divulgação do anúncio de opção de distribuição de lote suplementar (green
shoe)
D + 25 - Início da negociação

Oferta Secundária

É o segmento no qual são efetuadas as operações de compra e venda, entre investidores,


dos títulos lançados no mercado primário.

No mercado secundário, compra e venda de títulos entre investidores, e a presença da


companhia emissora como participante não acontece diretamente.

Neste mercado, participam os membros de mercado (representados pelas sociedades


corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários, bancos comerciais de
investimento e múltiplos); clientes especiais (instituições financeiras, os fundos, outros
investidores institucionais, por exemplo); e investidores não residentes regulamentados
pelo Conselho Monetário Nacional.

Com a popularização e aumento de negociação das debêntures simplificadas, o


investidor individual poderá também fazer parte desse mercado.

Os participantes, para operar neste mercado, devem possuir conta individualizada na


CETIP.

Tributação

Por se caracterizar um investimento de renda fixa, remunerada com juros pré-fixados ou


pós-fixados, o imposto de renda incide sobre o rendimento produzido pela debênture no
ato de sua alienação, resgate, cessão, repactuação ou conversão em ações.

Em função do prazo de emissão, a definição do valor do imposto a pagar requer que o


debenturista observe a legislação vigente na data de crédito ou pagamento.
Eventualmente seus rendimentos estarão submetidos a diferentes tratamentos
tributários, que devem ser levados em conta quando o investidor for recebê-los.
Em 2005 a lei alterou a forma de pagamento do Imposto de Renda sobre aplicações
financeiras de renda fixa, criando alíquotas diferentes conforme o prazo de duração da
aplicação financeira, beneficiando aqueles investidores que mantenham seus recursos
investidos por um longo período de tempo.

Merece atenção o fato de a debênture vincular a tributação ao tipo de remuneração


prescrito na escritura de emissão, e a eventuais repactuações ocorridas durante a
circulação do título nos mercados organizados.

As DCAs (Debêntures Conversíveis em Ações) apresentam a peculiaridade de poderem


ser aplicações financeiras de renda fixa até a data de conversão, e de renda variável a
partir daí, ocasionando tratamento tributário diferente, a partir dessa ocasião.

Em qualquer das situações, a norma tributária para os rendimentos de debêntures, em


vigor no ano-base de 2006, é a seguinte:

Pessoa física IR devido exclusivamente na fonte.


Pessoa jurídica optante do
IR devido exclusivamente na fonte.
simples ou isenta de IR
IR de fonte compensável com o devido, na apuração
Pessoa jurídica tributada pelo
do resultado do período. O rendimento integra o lucro
lucro real
real
Pessoa jurídica tributada pelo Rendimentos adicionados à base de cálculo do IR. O
lucro presumido ou arbitrado IR é compensável a partir de 1 de janeiro de 1997
Não se aplica a retenção na fonte. Carteiras dos
Carteiras de instituições na
fundos de investimento (exceto fundos de
fonte
investimento imobiliário) são isentas de IR.
Entidades de previdência Dispensada a retenção do IR na fonte sobre os
complementar, seguradoras e rendimentos auferidos nas aplicações de recursos das
fundos FAPI provisões e reservas técnicas

Características da tributação

É preciso conhecer as principais características tributárias dos investimentos. A partir


disso, avaliar o impacto que a tributação pode exercer sobre o resultado de seu
investimento.

O fato gerador do imposto de renda é a situação, definida em lei, que enseja a obrigação
jurídica de pagar o tributo. No caso das debêntures, é o recebimento das remunerações
devidas pela companhia emissora aos investidores.

Se uma debênture paga, anualmente, IGP-M acrescido de uma taxa de juros, essa
remuneração constituirá o fato gerador do imposto.

Já a base de cálculo é o resultado positivo sobre o qual se aplica uma alíquota definida
em lei para calcular a quantia de imposto a pagar. Se o valor dos rendimentos foi, por
exemplo, de R$ 1.000,00, ele constituirá a base de cálculo sobre a qual incidirá a
alíquota do imposto.
O valor assim calculado se denomina valor tributado, e é a quantia que o investidor
deve pagar por ter recebido a remuneração de seu investimento.

Nas operações com debêntures, aplica-se a tabela abaixo, construída a partir do fato
gerador:

Prazo até 180 dias 22,5%


Juros e
De 181 a 360 dias 20,0%
rendimentos
De 361 a 720 dias 17,5%
pagos
Mais de 720 dias 15,0%
Alienação de Ganho auferido na alienação (diferença entre o valor de alienação,
debênture líquido de IOF, e o valor de aquisição)
Pagamento de Diferença entre o valor amortizado (tomando por base o valor
amortização principal original) e o valor efetivamente pago
Rendimentos produzidos são tributados até a data de conversão. O
Conversão em
preço efetivamente pago é contabilizado como custo das ações
ações
adquiridas por conversão.

Veja alguns exemplos:

Exemplo 1:

Compra em 01/01/200X R$ 10.450,00


Rendimentos recebidos em 30/04/200X (período de
R$ 800,00
360 dias)
20% sobre R$ 800,00 = R$
IR sobre rendimentos recebidos
160,00
Valor ex-rendimentos R$ 10.000,00
Alienação em 30/05/200X R$ 10.200,00
22,5% sobre R$ 200,00 = R$
IR sobre ganho líquido entre 01/01 e 30/09/200X
45,00

Exemplo 2:

Compra em 01/01/200X R$ 10.000,00


Rendimentos recebidos em 30/04/200X (período de
R$ 800,00
360 dias)
20% sobre R$ 800,00 = R$
IR sobre o rendimento recebido
160,00
Conversão em ações em 30/09/200X 5.000 ações
Dividendos recebidos em 30/12/200X R$ 500,00
IR sobre dividendos recebidos Isento

Agentes do Mercado

O caminho entre a emissão até a circulação das debêntures no mercado passa por
algumas etapas, e em cada uma delas, há um agente do mercado responsável.
Estes agentes são:

• Assembléia de debenturistas
• Agente fiduciário de debenturistas
• SND - Sistema Nacional de Debêntures
• SDT - Sistema de Distribuição de Títulos

Bovespa FIX

É o sistema de negociação de títulos de renda fixa da BM&FBOVESPA S.A. - Bolsa de


Valores, Mercadorias e Futuros (antiga Bolsa de Valores de São Paulo).

Os principais títulos negociados neste sistema são as debêntures, as notas promissórias,


o Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) e as cotas de fundos FIDC.

Os negócios são realizados por meio do SISBEX, sistema eletrônico de negociação


secundária que oferece uma série de facilidades e total transparência, uma vez que as
ofertas são disseminadas para todo o mercado, e os preços de fechamento são
divulgados em tempo real.

Essa dinâmica permite uma melhor formação de preços, e possibilita a "marcação a


mercado" das carteiras de títulos, beneficiando, sobretudo os investidores institucionais.
Os emissores também podem acompanhar as condições de mercado de seus títulos neste
sistema.

Sistema Nacional de Debêntures

O Sistema Nacional de Debêntures (SND) é o sistema em que são registrados os


negócios com debêntures realizados no mercado de balcão. Nele, por meio do
processamento eletrônico das transações, são registradas as operações de compra e
venda, caução, compromissadas ou antecipação das debêntures.

O SND, administrado e operacionalizado pela CETIP, é constituído pelos módulos de


custódia, negociação, liquidação financeira e informações, que funcionam de forma
integrada, com o objetivo de garantir eficácia e confiabilidade ao Sistema.

Participam do SND instituições financeiras, pessoas jurídicas não financeiras,


investidores institucionais e companhias emissoras de debêntures. Para isso, todos
devem manter conta individualizada na Cetip.

A operação pelo SND estimula a ampliação das operações com debêntures, pois
processa automaticamente os eventos relacionados à emissão, e debita ou credita
recursos diretamente nas contas dos participantes.

Além disso, mantém ainda um sistema de divulgação de informações com relatórios de


posição e de custódia, operações pendentes e eventos futuros relacionados ao mercado.

Sistema de Distribuição de Títulos


É o sistema de suporte às colocações públicas de valores mobiliários realizadas por
companhias abertas, no que se refere à emissão de debêntures. As operações deste
sistema devem ser registradas na CVM, por meio do processamento eletrônico dessas
operações.

Administrado pela Cetip, participam do SDT instituições financeiras, pessoas jurídicas


não financeiras, investidores institucionais e companhias emissoras de debêntures.

As companhias que realizam a emissão de debêntures pelo SDT, devem:

• Solicitar o registro de emissão pública, caso já tenha o registro de companhia


aberta na CVM;
• Contratar instituição, ou instituições, financeira que será o Coordenador do
lançamento (underwriting), encarregando-se da distribuição dos títulos junto a
seu consórcio de lançamento, ou diretamente ao público investidor;
• Pedido de cadastramento da companhia emissora e de sua emissão no SDT, que
pode se dar no mesmo tempo em que o processo de registro segue para a CVM.

A operação pelo SDT simplifica a colocação primária das debêntures, com a emissão
automática de recibos de subscrição e liquidação financeira pelas normas do Sistema de
Pagamentos Brasileiro, com diferentes rotinas que tornam o acesso para registro de
operações exclusivo aos participantes credenciados, proporcionando ampla segurança.

Porque Investir

As empresas se constituem para exercer atividades relacionadas à produção de bens ou


serviços.

As empresas necessitam constantemente de recursos financeiros para tocar suas


atividades. Parte desses recursos é investida pelos sócios como capital da empresa, e,
para caracterizar esse capital emite ações para os sócios.

Outras formas da empresa obter recursos são:

• Não distribuir os lucros gerados, mantendo-os na empresa;


• Administrar os recebimentos da empresa, com prazos menores do que os seus
pagamentos (a empresa vende a 30 e 60 dias, e paga os fornecedores a 60 e 90
dias, e com isso diminui a necessidade de capital de giro para o seu
funcionamento);
• A empresa desconta duplicatas de suas vendas junto aos bancos (e com isso
antecipa ainda mais os seus recebimentos, suprindo as necessidades de caixa);
• Emite commercial papers para reforçar o caixa em períodos curtos (e assim fica
sempre com recursos para atender ás suas necessidades);
• Emite debêntures, para financiar suas atividades a médio e longo prazo (para a
ampliação da fábrica, compra de novos equipamentos ou para aumentar os
estoques, no caso do comércio, para ampliar a rede de vendas, etc);
• Finalmente, pode sempre aumentar seu capital, emitindo novas ações para seus
sócios ou para o público em geral.

Estes recursos financeiros destinam-se, normalmente, a:


• No curto prazo: financiar o acréscimo sazonal de suas vendas (a prazo) ou
estoques, etc;
• No médio e longo prazos: financiar a necessidade de capital de giro em função
do seu ciclo financeiro, investimentos para atualização tecnológica, expansão da
capacidade instalada e outras iniciativas (técnicas ou financeiras), etc.

Nos financiamentos necessários à atividade da empresa, dois critérios de avaliação,


entre outros, orientam a decisão do empresário:

• Taxa de juros: quanto menor for o custo financeiro, maior será o retorno obtido
pelos sócios, na alavancagem financeira, se o prazo for adequado ao projeto;
• Prazo para pagamento: se um projeto de ampliação só vai gerar superávit de
caixa, através de resultados, para o pagamento do compromisso assumido,
dentro de dois anos, é mais adequado obter recursos que tenham carência de dois
anos, isto é, cujo pagamento comece daqui a dois anos.

Veja no quadro a seguir a denominação desses diferentes recursos financeiros:

Edificações, instalações, terrenos, máquinas,


Imóveis, móveis,
equipamentos, tecnologia, meio de transporte -
veículos
pessoas e mercadorias.
Permanente Participações em outras empresas, investimentos
Financeiros
de longo prazo em valores mobiliários.
Good Will, marcas e patentes, fundo de
Intangíveis
comércio.
Disponibilidades Caixa, depósitos bancários à vista, títulos e
financeiras valores mobiliários de liquidez imediata.
Títulos e valores mobiliários
Circulante
Direitos realizáveis a
Duplicatas a receber, estoques e ativos que
curto prazo
fazem parte do ciclo operacional da empresa
(adiantamento a fornecedores e outros)
Realizável a Outros créditos a receber, despesas antecipadas e outros direitos que
longo prazo estão fora do ciclo de operações da empresa.

É dentro deste contexto de administração financeira da atividade empresarial que se


desenvolve o mercado de debêntures.

Diversificação

Diversificar os investimentos é uma das formas de reduzir o risco de uma carteira de


investimentos.

Do ponto de vista do investidor, uma debênture é uma opção de investimento em um


título de renda fixa de longo prazo. Normalmente sua remuneração é superior à dos
títulos emitidos pelo Tesouro, pois a debênture tem risco de crédito da empresa
emissora, mas é uma alternativa de diversificação que poderá aumentar os rendimentos
do investidor. Além disto, ao investir em uma debênture o investidor poderá ter
rendimentos periódicos (juros) ou mesmo converter seu investimento em ação na data
de conversão estabelecida na escritura, dependendo do tipo desta debênture.

Ao investir em uma debênture, por ser um título de longo prazo, destine uma parcela
dos seus recursos que você sabe que não ira necessitar antes do vencimento do título ou
nas datas de suas amortizações do principal. Lembre-se que investindo em uma
debênture simples você está investindo em um título de renda fixa e o imposto de renda
é decrescente em função do prazo, atingindo seu patamar mais baixo para vencimentos
acima de 2 anos.

No caso da debênture conversível, para o investidor a aplicação é de renda fixa até a


data de conversão estabelecida na escritura. Após esta data, se a opção de conversão for
exercida pelo investidor, o investimento passa a ser de renda variável.

Histórico da Debênture

A palavra do inglês, "debênture", que por sua vez a adotou do latim a partir da voz
passiva de verbo debentur, que significa "ser devido", foi provavelmente o instrumento
que financiou a companhia do engenheiro francês Ferdinand de Lesseps para a abertura
do canal de Suez, no Egito, nos anos de 1860.

Inicialmente, a debênture representava uma confissão de dívida por escrito, emitida para
obter recursos junto a investidores.

Atualmente, é uma das formas de captação de recursos das empresas, que emite
debêntures e as vende à investidores, com a promessa de pagar, nas condições
contratadas, o valor equivalente ao valor dos títulos emitidos acrescido de uma
remuneração. Sendo assim, cada debênture representa uma fração da dívida total que foi
negociada entre a empresa emissora e o investidor.

Riscos

Risco é a possibilidade das coisas não saírem como você planejou. Vai sempre existir,
por melhor que tenha sido seu planejamento, porque é derivado do fato de o futuro ser
incerto. O risco é natural a tudo que fazemos em nossas vidas. E nos investimentos não
é diferente.

Investir em debêntures traz consigo alguns riscos, portanto, vale avaliar com critério a
empresa da qual deseja investir. Para isso, você pode contar com ajuda de um
especialista que lhe fornecerá as informações necessárias para auxiliá-lo em sua tomada
de decisão ou mesmo optar por investir em um fundo de investimento que tenha em sua
carteira esta modalidade como opção.

Avaliação de Risco

Deve ser entendido tanto como a possibilidade de perda, como uma oportunidade de
ganho, pois é a probabilidade das coisas não ocorrerem como planejou. Assim,
representa o grau de incerteza do retorno do investimento.

O investidor em debêntures está sujeito a diferentes tipos de risco, tais como:


• O risco de um investidor não pagar pela subscrição de debêntures que realizou.
Neste caso está sujeito à cobrança administrativa ou judicial, na forma que
constar da escritura de emissão da debênture;
• O risco de não receber em dia os rendimentos sobre a aplicação em debêntures
• O risco de não receber principal ou rendimentos sobre as debêntures que
adquiriu.
• O risco da variação da taxa de juros durante o período de vigência da debênture,
para aquele que precisa negociá-la a mercado;
• O risco do prazo longo, que inibe a troca de posições quando surgem
oportunidades de aplicações mais atraentes no mercado.

No primeiro caso, o risco inexiste se ele pagar pelo que subscreveu, pois o pagamento
de uma subscrição pode ser feito em dinheiro ou em bens, e esses bens devem ter valor
econômico aceito e reconhecido por quem os recebe. Esta é a principal razão desta
ressalva na avaliação do risco, já que a companhia emissora pode acionar o subscritor
que não cumprir a obrigação de subscrever.

Nos títulos de renda fixa em geral o risco de crédito é o mais comum. Este risco
acontece nos casos em que o investidor não recebe, na data de vencimento, o valor
investido acrescido da remuneração (rendimento). Em caso de inadimplemento ou
insolvência da companhia emissora da debênture, cabe ao investidor a execução das
garantias, conforme estabelecido na escritura de emissão e na legislação em vigor. A
avaliação do risco é obtida pelo processo de classificação de risco conhecido como
rating.

Portanto, para fazer uma boa avaliação sobre qualquer alternativa de investimento, o
primeiro passo é ponderar seus objetivos, pois desta forma tomará decisões de
investimento baseadas em suas reais necessidades.

Rating

Rating é uma opinião sobre risco relativo, com base na capacidade e vontade do
emissor para pagar completamente e no prazo acordado, principal e juros, durante o
período de vigência do instrumento de dívida e, a severidade da perda, em caso de
inadimplência.

Segundo a Moodys, uma das principais agências internacionais de rating em serviço no


Brasil, "uma classificação é uma opinião sobre a capacidade futura, a responsabilidade
jurídica, e a vontade de um emitente de efetuar, dentro do prazo, pagamentos do
principal e juros de um título específico de renda fixa.".

A classificação avalia a probabilidade de inadimplemento do emitente com relação ao


título mobiliário até seu prazo de vencimento que, dependendo do instrumento, pode ser
uma questão de dias ou 30 anos ou mais.

Além disso, as classificações de longo prazo incorporam uma avaliação da expectativa


de perda monetária em caso de inadimplemento.

É importante observar que as classificações da Moody's concentram-se especificamente


no risco da perda de crédito decorrente de pagamento vencido ou atrasado.
Elas não foram concebidas para medir outros riscos que possam estar envolvidos nos
investimentos de renda fixa, como o risco de perda de valor de mercado de um título,
decorrente das variações nas taxas cambiais ou de juros ou da quitação do principal de
um empréstimo antes do seu vencimento.

Além disso, ao contrário das classificações de ações, as classificações de dívida não


foram concebidas para medir o potencial de valorização do preço de um valor
mobiliário.

Em cada setor, a base da abordagem de classificação da Moody's está na resposta a uma


simples pergunta: Qual é o nível de risco associado ao pagamento pontual e integral do
principal e dos juros de um título de dívida específico e como esse risco se compara ao
de outras obrigações?

A resposta é que, geralmente, quanto maior a previsibilidade de fluxo de caixa de um


emitente, maior é a garantia de que poderá efetuar os pagamentos de dívida previstos, e
mais alta será a sua classificação.

As classificações, portanto, são opiniões, e não recomendações de compra ou venda e


sua exatidão não é garantida.

A classificação deve ser considerada somente como um dos fatores de decisão de


investimento, e o investidor deve fazer seu próprio exame e avaliação dos valores
mobiliários ou obrigações de dívida que estiver considerando comprar ou vender.

Rating de crédito

É a classificação que se agrega ao rating do cliente em cada tipo de operação de crédito,


de acordo com as características de liquidez, levando em consideração:

• A natureza e finalidade da operação;


• Tipos de garantias, qualidade e controle sobre elas;
• Adequação entre o prazo da operação, forma de amortização e fluxo de caixa
do cliente;
• Formalização da operação.

Rating do cliente ou grupo econômico

É a classificação de risco, atribuída ao cliente ou a grupo econômico, do qual faz parte o


cliente, conforme as características, independente do tipo de operação que será
realizada.

As empresas e pessoas físicas pertencentes a determinado grupo econômico deverão ter


a mesma classificação de risco, ou seja, o mesmo rating.

Classificação de Risco

Melhor Eles acarretam o mais baixo grau de risco de investimento e


qualidade normalmente são denominados "de ouro" (gilt-edged). Seus pagamentos
de juros são protegidos por uma grande margem ou por uma margem
excepcionalmente estável e o seu principal está seguro. Embora possa
haver mudanças nos vários elementos de proteção, as mudanças que
podem ser visualizadas têm muito pouca probabilidade de prejudicar
fundamentalmente a posição forte desses títulos.
Os títulos que possuem vários atributos favoráveis de investimento e são
considerados obrigações de categoria superior-média. Os fatores que
Boa qualidade conferem segurança ao principal e aos juros são considerados
adequados, mas pode haver certos elementos presentes que sugerem a
vulnerabilidade a um impacto negativo em alguma época futura.
Os títulos considerados obrigações de categoria média (ou seja, não
estão altamente protegidos, mas também não têm garantias fracas). Os
Qualidade pagamentos de juros e principal desses títulos parecem ser adequados no
média momento presente, mas certos elementos de proteção podem ser
insuficientes, ou podem não ser caracteristicamente confiáveis no
decorrer de um período mais prolongado.
Os títulos que têm elementos especulativos; seu futuro não pode ser
considerado bastante seguro. Muitas vezes, a proteção dos pagamentos
Especulativo de juros e do principal pode ser moderada e, portanto, não são muito
preservadas ao longo de tempos bons e difíceis no futuro. A incerteza da
posição caracteriza os títulos desta categoria.
Os títulos geralmente não têm as características desejáveis de
Muito investimento. A probabilidade de pagamento dos juros e do principal ou
especulativo a constância de outros termos do contrato no decorrer de períodos
prolongados pode ser pequena.
Os títulos representam obrigações altamente especulativas. Geralmente,
Altamente
esses títulos estão inadimplentes ou demonstram ter outras insuficiências
especulativo
marcantes.

Espécies e Garantias

A debênture é emitida com garantias dadas ao investidor, para assegurar o cumprimento


das obrigações do emissor.

Essas garantias devem estar descritas na escritura da emissão. Conheça as principais


garantias e as regras para cada uma delas:

Garantida por bens do Ativo da companhia, especificados nos


documentos de emissão. O valor de emissão é limitado a 80% dos bens
Real
dados em garantia, da companhia emissora ou de terceiros, quando o
valor da emissão superar o capital social da companhia emissora.
A garantia flutuante assegura à debênture privilégio geral sobre o ativo
da companhia, mas não impede a negociação dos bens que compõem
Flutuante esse ativo. O valor de emissão é limitado a 70% do valor contábil do
ativo da companhia, diminuído do montante de suas dívidas garantidas
por direitos reais.
Não oferece privilégio ou preferência sobre o ativo do emissor. O
debenturista concorre em igualdade de condições com outros credores
Quirografária
não preferenciais, em caso de falência da companhia. O valor de emissão
limitado ao capital social integralizado da companhia emissora.
Em caso de liquidação da companhia emissora, oferece preferência de
Subordinada pagamento apenas em relação ao crédito dos acionistas.Pertence a uma
categoria inferior à quirografária e não tem limite de emissão.

Existem ainda disposições sobre garantias acessórias, que reforçam a atratividade desses
títulos. São elas:

Garantia É uma fiança prestada geralmente pelos acionistas controladores ou por


fidejussóriaempresa ligada ao grupo
Privilégios e
Decorrentes da posição creditícia que a debênture subordina-se
preferênciasrelativamente a outros credores da empresa
Conjunto de obrigações assumidas pela companhia para assegurar o
cumprimento da quitação da dívida com o debenturista Tem função de
determinar parâmetros que devem ser seguidos, na relação de negócios
Emcovenants
estabelecidos em seus contratos por todo tempo de vigência da
Debênture. Exemplo: não deixar que seu endividamento ultrapasse 50%
durante o prazo da debênture.

Marcação a Mercado

Como o próprio nome diz, marcação a mercado, significa atualizar para o valor do dia o
preço. Ou seja, mesmo sua debênture (ou qualquer outra ativo de renda fixa) tenha uma
taxa determinado (pré ou pós-fixada) é necessário que, diariamente, seu valor seja
atualizado.

O risco de crédito, essencialmente, está vinculado aos preços definidos pelo mercado, e
se faz necessário, a cada momento, definir o valor do título em função das novas taxas
vigentes em relação ao rendimento definido na sua origem.

A marcação a mercado é mais apropriada para os negócios em fundos de investimento e


carteiras administradas, que negociam freqüentemente títulos de acordo com a sua
necessidade de caixa ou de seleção de novas modalidades de aplicação financeira para
suas carteiras.

Para definir o valor de negociação em uma data qualquer, o mercado define a taxa do
momento composta da taxa básica (sem risco) e do spread adicional definido pelas
variáveis de risco que envolve o título negociado.

A partir da taxa básica de negociação (remuneração sem risco), do spread definido pelo
vendedor (rendimento acima da taxa básica) e do prazo de vencimento do título, a
fórmula a seguir define o valor a pagar pelo título negociado no mercado:

Em que:

MtM = valor do título marcado a mercado


Vfi = valor futuro projetado do i-ésimo fluxo de caixa da debênture;
rri = taxa de juros livre de risco para um instrumento de renda fixa com características
semelhantes ao fluxo de caixa Vfi (prazo, liquidez, risco de crédito etc);
Src = spread de crédito, apurado conforme modelo da instituição;
p = prazo do i-ésimo fluxo de caixa

Como Negociar

O investidor deve sempre procurar diversificar sua carteia de investimentos, em


diversos mercados, buscando nesta forma, beneficiar-se dos diferentes movimentos.

A debênture é um título de crédito, ou seja, uma obrigação da empresa emissora em


pagar periodicamente rendimentos aos seus investidores.

São basicamente duas as formas de um investidor ter acesso ao mercado de Debêntures.

A primeira delas é adquirir diretamente o título. Para isso, deve buscar se informar
sobre a companhia emissora, escolher um agente de mercado (distribuidora ou corretora
de valores) para realizar sua operação.

A segunda é adquirir cotas de fundos de investimento que tenham debêntures em sua


carteira.

Nos fundos multimercados, por exemplo, o investimento em debêntures pode objetivar


a conversão desses títulos em ações. Nesta opção você conta com uma equipe
experiente de gestão, que tem a responsabilidade de buscar as melhores alternativas
disponíveis no mercado, sempre de acordo com a política de investimento determinada
em seu regulamento.

Caso o investidor deseje investir isoladamente, ele pode adquirir debêntures junto ao
seu corretor ou distribuidor, que realizará a operação por um destes sistemas de
negociação:

• Mercado de balcão organizado, por meio de uma instituição devidamente


autorizada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários);
• SND (Sistema Nacional de Debêntures) administrado pela Andima e
operacionalizado pela CETIP;
• BOVESPA Fix, sistema de renda fixa da BM&FBOVESPA S.A. - Bolsa de
Valores, Mercadorias e Futuros (antiga Bolsa de Valores de São Paulo).

Como resgatar

Desde que esteja previsto nos documentos de emissão, o pagamento de principal e


rendimentos da debênture não precisam ser feitos em moeda corrente (em dinheiro).

O investidor pode optar por converter sua debênture, e escolher outras formas de
recebimento de seu crédito no vencimento.

Este recebimento pode ser:

Simples O resgate (ou a amortização) se dá em moeda corrente


O investidor, por sua própria opção, recebe ativos da empresa, como forma
Permutável
de pagamento, especificados na escritura de emissão.
O valor de resgate pode ser trocado por ações, na forma prevista nos
Conversível
documentos de emissão, por opção do investidor.

Valor Nominal Atualizado

É o valor da debênture, calculado a cada período decorrido (dia, mês, ano),


considerando a taxa de juros que o título foi negociado no mercado, no momento de seu
lançamento (taxa de juro nominal).

Por exemplo: uma debênture foi negociada, no seu lançamento, pelo valor nominal de
R$1.000,00, à taxa de juros nominal de 15% a.a. (taxa de juros que o investidor
receberá se permanecer com o título até o seu vencimento), prazo de 3 anos.

Considerando que o cálculo de juros é por dias decorridos, e os juros acumulados são
calculados pela taxa de juros composta, a taxa mensal equivalente desse título é de 1,
171% ao mês. No final do primeiro mês, o valor nominal atualizado será de R$1.011,71.

No final de seis meses, o valor nominal do título, com os juros acumulados no período,
é de R$1.072,35. Este é o valor nominal atualizado no final do primeiro e do sexto mês
decorrido.

O valor, na data de vencimento (valor de resgate), com os juros capitalizados, será de


R$ 1.520,90 (valor nominal de resgate). O valor de mercado poderá ser diferente em
cada momento de negociação (mercado secundário). Essas variações resultam numa
curva da taxa de juros, que é a representação gráfica do valor do título (no exemplo,
valor nominal) em cada período decorrido. Se a taxa de juros do mercado subiu, o seu
valor será inferior ao nominal. Se a taxa de juros caiu, o valor de negociação será maior
que o nominal.

Em contrapartida, a curva da taxa de juros do mercado, é variável, ora acima da curva


da taxa nominal, ora abaixo, em função da variação do preço de negociação do título em
face da variação da taxa de juros de mercado, ora subindo, ora baixando. A curva de
taxa de juros é utilizada na maioria dos casos, com exceção de:

• Ativos indexados a índice de preços que tenham como característica a correção


do valor nominal em periodicidade definida (mensal, trimestral, anual). Neste
caso, este valor será alterado apenas quando incidirem sobre ele eventos, tais
como amortização, incorporação de juros ou prêmio, correção do valor nominal
etc.;
• Ativos que não possam ter seus valores calculados, devido a suas características
não se enquadrarem nas regras de cálculo do sistema, como índices de
construção, por exemplo. Neste caso, o valor visualizado será o da emissão,
somente alterado quando incidirem sobre ele eventos, tais como amortização,
incorporação de juros ou prêmio, correção do valor nominal etc.

Considerando a debênture simples, acompanhe um exemplo de valor nominal


atualizado:
Valor unitário de emissão R$1.000,00
1,17% ao mês e 0,0388% ao
Taxa
dia.
Vencimento 3 anos, dias corridos
Pagamento de juros e do principal no prazo de vencimento
Valor nominal atualizado na data de lançamento? 60 1.000,00(1+1,171%)2 =
dias após a emissão 1.023,55
Preço de subscrição (12 dias após a data de 1.023,55 (1+0,00388)=
lançamento) 1.028,32
Esta situação resulta nos seguintes valores:
Valor nominal unitário (D - data da emissão) R$ 1.000,00
Valor nominal atualizado (em D + 60 dias) R$ 1.023,55
Preço atualizado de subscrição (data de lançamento - D+72 dias) R$ 1.028,32

Considerando a taxa de juros da debênture, 15% ao ano, em cada período a debênture


terá um valor nominal atualizado, denominado de curva da taxa de juros definida.

Taxa de juros
1,171% ao mês, equivalentes a 15% ao ano
(em % ao mês)
Períodos 0 1 2 3 4 5 6
Data /
0 2 6 12 18 24 36
meses decorridos
Valor atualizado
1.000 1.023 1.072 1.150 1.233 1.322 1.520
em cada período

Os valores da debênture na curva de taxa de juros de 15% ao ano variam de R$ 1.000,00


até o valor de R$ 1.520,00 na data de vencimento.

O gráfico a seguir define a curva destes valores (a curva de taxa de juros nominais do
título):

Se a debênture for negociada no mercado secundário, por valor superior ao da curva,


(por exemplo, no terceiro período, após 12 meses), por R$ 1.200,00, o vendedor obteve
lucro maior do que o da taxa da debênture (15%), que nesta data teria, pela curva da
taxa de juros, o valor de R$ 1.150,00, conforme a tabela acima.
Já o comprador, por ter pagado R$ 1.200,00 por um título de valor nominal de
R$1.150,00, pagou 50,00 de ágio na sua aquisição (valor maior que o nominal).

Se o preço de venda for por valor menor que o nominal, significa que a venda foi
efetuada com deságio.

PU (Preço Unitário)

O PU é um termo utilizado no mercado financeiro para identificar o preço de


negociação da debênture calculado em uma determinada data. Representa o valor
presente dos fluxos futuros de pagamento de um título de crédito.

No mercado de debêntures utilizam-se alguns conceitos relacionados ao PU:

Preço unitário representado pelo valor nominal corrigido pelo indexador até a
data de cálculo, descontado de eventuais amortizações já incorridas pela
PU Par
debênture e incluídos os juros acruados desde a última data de pagamento de
juros.
Preço unitário do ativo, em uma determinada data, composto de seu valor
nominal atualizado, acrescido de juros e/ou prêmios, se houver. Poderá ser
PU de diário, mensal na data de aniversário, quando tratar-se de ativos remunerados
curva por índices de preço, com critério de cálculo antigo ou em datas especiais,
quando ativos que não possam ter seus valores calculados, devido às suas
características não se enquadrarem nas regras de cálculo do sistema.
Preço unitário de um determinado evento do ativo, calculado pelo sistema ou
informado pelo emissor, que poderá ser efetivamente pago, incorporado, no
PU de caso de juros ou prêmio ou não pago. Esta consulta exibe o histórico dos
eventos eventos, em ordem decrescente por data do evento, ou seja, da data mais atual
para a mais antiga, desde o último evento imediatamente anterior a data de
implantação.
As principais centrais de negociação de debêntures, como Andima e Bovespa FIX,
mantém calculadoras especiais para cálculo de PU.

Preço de Negociação

A negociação de debêntures em mercado de balcão foi simplificada com a criação, em


junho de 1998, do Sistema Nacional de Debêntures (SND), com o objetivo de registrar a
emissão, permitir a negociação, custódia e a liquidação financeira de operações
realizadas com debêntures no mercado de balcão brasileiro.

As debêntures são vendidas pela cotação a partir do Preço Unitário (PU) da curva do
papel no dia da compra.

Este preço é calculado e repassado pelo agente fiduciário à instituição vendedora, e


pode variar de acordo com a remuneração do título.

Tanto o preço da debênture como a posição de cada debenturista podem ser


acompanhados diariamente pela Internet, caso a instituição ofereça essa facilidade.
Os negócios podem ser intermediados pelas instituições financeiras como bancos de
investimentos, bancos múltiplos com carteira de investimento, sociedades corretoras,
sociedades distribuidoras e agentes autônomos credenciados por essas instituições.

Bookbuilding

Os valores mobiliários (debêntures e ações, por exemplo), são oferecidos em uma oferta
primária ou secundária a um determinado preço, que pode ser fixo ou resultar do
processo de bookbuilding.

A formação de preço pelo mecanismo de bookbuilding considera a demanda


apresentada pelos investidores (quantidade que cada um deseja comprar) e o preço
máximo por ativo que cada um está disposto a pagar. Apura as ofertas de intenções de
compra de investidores, auxiliando a companhia na definição da remuneração da
debênture, pois permite que ela tenha uma melhor percepção das condições do mercado.

Ou seja, o bookbuilding é o processo pelo qual um coordenador busca determinar o


preço de lançamento de uma oferta pública, baseado na demanda de investidores
institucionais. Este processo realiza uma consulta prévia para definição de remuneração
de debênture ou de eventuais variações (ágio ou deságio) no preço de subscrição.

Nos casos em que é adotada a prática de bookbuilding pelas instituições intermediárias,


a CVM deverá ter analisado todos os documentos necessários ao registro previamente à
fixação da remuneração.

Por fim, é importante salientar que, caso ocorra mais de uma série com bases de
remuneração diversas, o processo de bookbuilding pode também se prestar para
determinar a alocação, em cada uma dessas séries, do volume a ser captado.

e-Bookbuilding

fÉ uma ferramenta para a apuração de intenções de compra de ativos via Internet, que
facilita a interligação virtual dos participantes do sistema de distribuição de títulos e
valores mobiliários na BM&FBOVESPA S.A. - Bolsa de Valores, Mercadorias e
Futuros (antiga Bolsa de Valores de São Paulo).

Ele permite a realização de bookbuilding de colocações primárias ou secundárias de


ações, debêntures, notas promissórias, certificados de recebíveis imobiliários e cota de
fundos. Têm acesso ao sistema as instituições financeiras, os emissores e os
investidores.

Toda a comunicação entre os participantes é feita eletronicamente, incluindo o envio de


convites para a participação nos eventos, o controle de senhas de acesso, envio das
ofertas e até a divulgação dos resultados.

Por meio do sistema, os investidores podem verificar as características do ativo e do


evento, enviar suas ofertas de interesse de compra, com quantidade e preço/taxa, e
consultar, a qualquer tempo, as ofertas inseridas.
Os coordenadores, ao término do período determinado para a inserção de ofertas,
verificam o resultado apurado, de acordo com os parâmetros previamente estabelecidos
para a apuração.

Potrebbero piacerti anche