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Motivação para a prática efetiva das aulas de Educação Física: um estu... http://www.efdeportes.com/efd148/motivacao-para-aulas-de-educacao-f...

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Motivação para a prática efetiva das aulas de Educação
Física: um estudo
de caso dos estudantes do ensino médio do município de
Araruna, PR
Motivación para la práctica efectiva en las clases de Educación Física:
un estudio de caso de los estudiantes de escuela media del municipio de Araruna, PR
*Pós-Graduando em Educação Física Escolar Adelson Cardoso Leite Júnior*
**Orientador. Doutor em Educação Física Escolar Anderson da Silva Honorato**
Docente do curso de Educação Física da juninhoball@hotmail.com
Faculdade Integrado de Campo Mourão (Brasil)

Resumo
A motivação é um fator psicológico que está relacionado à atividade física, seja no aspecto da aprendizagem ou do desempenho. As teorias motivacionais
oferecem bons subsídios para analisar alguns aspectos psicológicos inerentes a uma aula de Educação Física. Assim, este trabalho teve por objetivo investigar a
motivação presente para prática efetiva das aulas de Educação Física, nos estudantes dos terceiros anos do Ensino Médio, do município de Araruna-Pr. A presente
pesquisa caracteriza-se como sendo de natureza quantitativa, com caráter descritivo. A amostra do estudo foi composta por 72 estudantes; sendo 38 do gênero
feminino e 34 do masculino, numa faixa etária de 16 a 24 anos. Como instrumento de coleta de dados utilizou-se do Questionário de Kobal (1996), adaptado para
esta pesquisa, contendo 32 questões, que se referiam aos fatores motivacionais de ordem extrínseca e intrínseca em aulas de Educação Física. Os participantes
responderam o referido questionário individualmente. A análise dos dados foi realizada através de freqüência simples. Os resultados mostraram que os fatores
motivacionais de ordem intrínseca foram os responsáveis pela prática efetiva nas aulas de Educação Física dos estudantes pesquisados.
Unitermos: Motivação. Educação Física. Educação Física Escolar.

Abstract
The motivation is a psychological factor that it is related to the physical activity, be in the aspect of the learning or of the acting. The theories motivation offer
good subsidies to analyze some inherent psychological aspects to a class of Physical education. This work had for objective to investigate the present motivation for
practice executes of the classes of Physical education in the students of the third years of the Medium Teaching of the municipal district of Araruna-Pr. To present
he/she researches if it characterizes how being of quantitative nature, with descriptive character. The sample of the study composed by 72 students, 38 female and
34 male, in an age group from 16 to 24 years. As instrument for the collection of data was used of the Questionnaire of Kobal (1996), adapted for this research,
containing 32 subjects, these that referred to the factors motivation of extrinsic and intrinsic order in physical education classes. The participants answered him
individually referred questionnaire. The analysis of the data was accomplished through simple frequency. The results showed that the factors motivation of intrinsic
order, were the responsible factors for the effective practice in the classes of the students analized.
Keywords: Motivation. Physical Education. School Physical Education.

EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 148, Septiembre de 2010. http://www.efdeportes.com/

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1. Introdução
As aulas de Educação Física contemplam em si uma imensa variedade de conteúdos, atividades de
manifestações corporais criadas pelo homem ao longo dos anos. Podendo ser classificadas como:
esportes, jogos, brincadeiras, danças, ginásticas, lutas e outros (COLETIVO DE AUTORES, 1992).

Conforme os autores, estes conjuntos de práticas têm sido chamados de cultura corporal de
movimento, cultura corporal e cultura de movimento.

Por se tratar de um conjunto de saberes diversificados e riquíssimos, existe a possibilidade de


transmiti-lo na escola, porém o que se assiste na maioria das vezes nas aulas de Educação Física, é que as
mesmas caracterizam-se enquanto atividade basicamente de caráter livre, onde freqüentemente se
explora como conteúdo apenas os esportes que estamos acostumados a percebê-los em nosso dia-a-dia,
como o futebol, voleibol, futsal, handebol e o basquetebol. Isto possivelmente ocorre devido a pouca
diversificação do conteúdo programático, além disso, este tipo de aula gera grande desinteresse e

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desmotivação entre os alunos, por vários motivos, dentre eles a pouca habilidade e destrezas nos esportes
eleitos, o sobrepeso e/ou obesidade, entre outros (BRASIL, 1998).

Contudo, quando se redimensiona o pensamento à questão motivação relacionando-a com a


aprendizagem, é necessário considerar as características do ambiente escolar. De forma geral, as tarefas e
atividades proporcionadas no ambiente escolar estão relacionadas a processos cognitivos como a
capacidade de atenção, concentração, processamento de informações, raciocínios e resolução de
problemas. Devido a estas características, acredita-se que aplicar conceitos gerais sobre motivação
humana no ambiente escolar não seria muito apropriado sem a consideração das singularidades deste
ambiente (BZUNECK, 2002).

A motivação pode ser o principal fator a influenciar no comportamento de uma pessoa no processo
ensino-aprendizagem, pois ela influi, com muita propriedade, em todos os tipos de comportamentos,
permitindo um maior envolvimento ou uma simples participação em atividades que se relacionem com:
aprendizagem, desempenho e atenção (GOUVEIA, 2007).

Muita das vezes os alunos acabam por se desmotivarem pelo modo como são avaliados, ou seja,
freqüentemente o processo de avaliação na Educação Física muitas vezes só cumpre uma formalidade
exigida pela escola. O aluno, ou é avaliado por suas qualidades físicas, por seu alto rendimento, ou pela
freqüência às aulas. Esses métodos de avaliações interferem no nível motivacional, pois o sistema de
aprendizagem e o currículo devem proporcionar uma aprendizagem de discussão das regras do jogo, de
percepção do próprio corpo e outros fatores, avaliando o aluno integralmente e não apenas fisicamente
com o objetivo de transformá-lo num atleta competitivo (PERRENOUD, 1999).

Observa-se que o desporto é o conteúdo mais desenvolvido nas escolas e o preferido dos alunos, desde
a 5ª série do Ensino Fundamental até o 3ª ano do Ensino Médio. É preciso que os alunos experimentem
outros conteúdos. Esse fato se explica pela forte característica competitiva do esporte relacionada a
motivos extrínsecos, que podem estar envolvidos no processo de ensino (COLETIVO DE AUTORES, 1992).

Segundo Gouveia (2007, p. 31), a importância da motivação na “compreensão da aprendizagem e do


desempenho de habilidades motoras, tem um papel importante na iniciação, manutenção e intensidade do
comportamento”.

Gouveia (2007, p.32) ainda afirma que, “sem a presença da motivação, os alunos em aulas de
Educação Física não exercerão as atividades ou então, farão mal o que for proposto. A motivação em
questão é a responsável”.

A execução desta pesquisa tem, no gosto pessoal do pesquisador, o tema motivação, cuja escolha para
a realização deste estudo, concentra-se em algo presente na realidade das aulas de Educação Física. Além
disso, os resultados permitirão identificar qual é o fator motivacional que envolve a questão, também será
possível averiguar se estes fatores motivacionais partem mais da abordagem metodológica do docente ou
da vontade própria dos estudantes.

Foi realizado no presente estudo uma abrangente análise. Através de freqüência simples foi possível
averiguar os fatores motivacionais que possibilitam, incluem e incentivam a participação dos estudantes
dos terceiros anos do Ensino Médio do município de Araruna-PR nas aulas de Educação Física. Convém
salientar que foram abordados na respectiva pesquisa fatores motivacionais de ordem extrínsecas e
intrínsecas, capazes de incentivar e possibilitar ao aluno a participação e o prazer pelas aulas de Educação
Física.

Partindo da problemática discutida, este estudo teve por objetivo investigar fatores que motivam alunos
dos terceiros anos do Ensino Médio do município de Araruna-PR a participarem das aulas de Educação
Física. Para isso a pesquisa se caracterizou como sendo quantitativa de caráter descritivo, que, de acordo
com Thomas e Nelson (2002), são pesquisas tratam das técnicas de estudo de caso, análise documental,
análise descritivo-exploratório ou, simplesmente, levantamento de opiniões e percepções acerca das
variáveis investigadas. Apesar das pesquisas do tipo descritivas serem baseadas em premissas de que os

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problemas podem ser resolvidos e as práticas melhoradas, isso somente acontecerá por meio de
observações, de análises e de descrições objetivas. Contudo fica clara a idéia de que o pesquisador não
pode interferir e nem manipular os resultados.

A amostragem desta pesquisa constitui um número de 72 alunos, este número representa os alunos
que estavam presentes no dia da aplicação da pesquisa e os que se dispuseram a responder o
questionário.

Como instrumento utilizado para a coleta de dados deste trabalho utilizou-se o questionário de Kobal
(1996) adaptado para esta pesquisa e devidamente convalidado, contendo 32 questões que se referiam
aos fatores motivacionais de ordem extrínseca e intrínseca, em aulas de Educação Física. Para a análise
das respostas optou-se pela freqüência simples, demonstrando os resultados na forma de quadros e
discussões dos mesmos.

2. Referencial teórico

2.1. Motivação: uma breve revisão de conceitos e classificações

Weinberg e Gould (2001) classificam muito bem as mais diversas definições, conceitos,
diretrizes e teorias que abordam o tema motivação. Estes autores definem esse termo como
sendo a direção e a intensidade do esforço. A direção se refere ao ato de o indivíduo buscar,
aproximar ou ser atraído por certas situações. Enquanto a intensidade se refere ao esforço
que uma pessoa investindo em uma determinada situação.

Segundo Samulski (2002), o conceito de motivação é caracterizado como um processo


ativo, intencional e dirigido a uma meta, em que depende da interação de fatores pessoais
(intrínsecos) e ambientais (extrínsecos). Segundo esse modelo, a motivação apresenta uma
determinante energética (nível de ativação) e uma determinante de direção do
comportamento (intenções, interesses, motivos e metas).

Segundo Moscovici (1985), a motivação depende da interação entre fatores pessoais e


situacionais. Neste sistema de motivação, distinguimos determinantes internos e externos,
ou seja, a motivação pode ser concebida como conjunto de condições responsáveis pela
variação na intensidade, qualidade e direção do comportamento humano. Essas condições
são denominadas condições intrínsecas e extrínsecas do indivíduo.

Durante as ações diárias das pessoas, os fatores motivacionais podem sofrer inúmeras
oscilações, ou seja, há uma variação relativa aos níveis de motivação. “Vários fatores são
capazes de motivar o ser humano em seu dia-a-dia, tanto de forma interna como externa”
(MACHADO, 1997, p. 167).

A motivação pode ser discutida, como característica da personalidade interna (motivação


intrínseca) e como influência externa (motivação extrínseca). Com isso tem-se como
resultado, conseqüência ou até mesmo explicação o comportamento humano,
comportamento este que referente à motivação (WEINBERG E GOULD, 2001).

Souza (1994) descreve motivo como condição interna do indivíduo que induz para o
comportamento ou pensamento da pessoa.

Samulski (1990) também afirma que a motivação pode ser definida, podendo ser a
totalidade de alguns fatores que determinam as formas de comportamentos dirigidos a um
objetivo.

Para Feijó (1998, p.63), “motivar é todo um processo de mobilização de todas as


necessidades existentes ou pré-existentes, necessidades estas que estejam relacionadas aos
diferentes tipos de comportamentos, que sejam capazes de satisfazê-las”.

A motivação também pode estar relacionada a um conjunto de fatores, que por sua vez

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podem aumentar a disposição do indivíduo com relação a determinados comportamentos


(SOUZA, 1994).

Há quem diga que motivação funcione como uma energia, para que se possa alcançar o
que se almeja. Barbanti (1994, apud GRECO, 1999, p.192) segue a mesma linha de
raciocínio, afirmando que “motivação é como energia, necessidade, desejo que regula a
direção, a intensidade e a persistência do comportamento que é dirigido a certos objetivos”.

Machado (1997, p.173) descreve a motivação como “estado interior, emocional capaz de
despertar o interesse ou a inclinação do indivíduo para algo”.

Quando necessitamos de algo, nosso comportamento se altera, logo então, encontramos


motivos, estes, argumentativos o suficiente para explicarem as nossas necessidades e,
consequentemente, nossas atitudes a serem tomadas.

as motivações brotam de nossas necessidades e anseios: sejam elas físicas,


espirituais, artísticas, sociais, políticas, etc. A necessidade tem a ver com os
movimentos intencionais e funcionais da personalidade, ou seja, no
comportamento individualizado das pessoas (FEIJÓ, 1998, p.15).

Machado (1997) define motivação como um conceito abstrato, de difícil mensuração,


sendo observável somente pelo comportamento, porém sua resultante e mensuração se dão
por artifícios imperfeitos, ou seja, nunca teremos um conceito, uma definição concreta e
consistente o suficiente para este termo.

A motivação também é entendida como um conceito que explica a variação de alguns


comportamentos, sendo de grande importância para a compreensão do comportamento
humano relativo à suas atitudes, tomada de decisões, e outras (PAIM, 2001).

O prazer e a satisfação podem ser elementos da motivação, sendo assim facilitadores na


realização de certas atividades. Machado (1997, p. 179) descreve que a “motivação
refere-se ao comportamento prazeroso e satisfatório obtido por realizar uma atividade”.

O autor ainda afirma que motivação vem do ambiente em que vivemos, local este, onde
são criadas regras, normas, conceitos e ordens a serem seguidas. “A motivação pode ser
relativa ao ambiente em que vivemos ou até mesmo às nossas cognições, ou seja, as regras
ou conceitos, que são formados, registrados e utilizados por nós a partir de nossa integração
com o meio” (MACHADO, 1997, p. 176).

Os motivos podem ser considerados metas a serem alcançadas. “Quando agimos, tendo
em vista metas pré-concebidas, esses fatos dinâmicos são considerados motivos” (LOBO,
1973, p.54).

Quando um indivíduo almeja um determinado objetivo insistentemente, ele esta sendo


motivado. Machado (1997, p. 175) considera que a “motivação é a insistência em caminhar
em direção a um objetivo”.

Diante do exposto, pode-se abstrair uma significativa noção do que seja motivação.
Sabendo que está relacionada a fatores pessoais do indivíduo (personalidade,
comportamentos...) e que não possui um conceito ou definição própria, é coerente afirmar
que o ser humano não vive sem ser motivado a algo.

2.2. Educação Física Escolar

É possível explicar, através de reflexões, o corpo e sua cultura, as posturas corporais e


também toda a evolução do homem, desde seu estado primitivo até o atual. Essa reflexão
evolutiva pode ser trabalhada nas aulas de Educação Física através de seus conteúdos:
“dança, jogos, lutas, ginástica, esportes, brincadeiras e também outras atividades que

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podem ser identificadas como formas de representações simbólicas de realidades vividas


pelo homem historicamente criado e culturalmente desenvolvido”. (COLETIVO DE AUTORES,
1992, p.50).

Partindo da linha de raciocínio dos autores supracitados pode-se afirmar que a realidade
na qual se presencia a Educação Física Escolar (na maioria dos casos) não é totalmente
desenvolvida de forma fidedigna como deveria ser, ou seja, com a abordagem fiel de seus
conteúdos. As aulas na maioria dos casos, consistem em uma prática, sobretudo de caráter
eminentemente desportivo, situação esta que pode tornar a aula monótona, evasiva,
desmotivante e insignificante.

A Educação Física Escolar já foi confundida como esporte, momento de lazer, “válvula de
escape”, ou seja, momento para espairecer os ânimos, porém, há quem critique esta visão,
defendendo a Educação Física Escolar como um processo de desenvolvimento,
aperfeiçoamento e ainda como um processo de formação de um cidadão crítico e autônomo
(SANTIN, 1994).

Todo o processo histórico relativo à trajetória e a situação atual da Educação Física


escolar no Brasil, e ainda a realidade que se observa na maioria das escolas demonstram
que os paradigmas criados na área estão longe de ser superados (MATTOS e NEIRA, 2000).

Beltrami (2001) aponta que os professores de Educação Física trazem consigo, em maior
ou menor grau, traços de cada fase da história da disciplina.

Assim sendo, “os alunos ainda não reconhecem a Educação Física como disciplina, e sim
como uma atividade paralela dentro da escola”. Além disso, os conteúdos esportivos ainda
são hegemônicos, trabalhados quase na totalidade das aulas (COLETIVOS DE AUTORES,
1992, p. 139).

Para Daolio (1995), o ideal esportivo está presente na prática do professor de Educação
Física, e mesmo quando o discurso é diferente, a prática demonstra este fato. Já Oliveira
(2004) esclarece que o profissional de Educação Física, em geral, insiste em práticas
desprovidas de planejamento, meras “atividades”, sem sentido para a vida dos alunos.

Diante do quadro apresentado, vimos que Educação Física, que segundo Medina (2004)
precisava “entrar em crise” na década de 80, realmente entrou e efetivamente ainda não
saiu. Em contrapartida, Kuhn (2000, p. 107) supõe que “as crises são uma pré-condição
necessária para a emergência de novas teorias”.

Desse modo percebe-se a existência de uma nova visão sobre a Educação Física Escolar,
o objetivo dela é muito similar em todas as suas propostas, ou seja, a de oferecer uma
disciplina recheada de conteúdos significativos e de fundamental importância aos
participantes. É perseguido em todas as propostas a autonomia frente aos conhecimentos
tratados dentro da disciplina, assim como, enfatiza-se a necessidade da seriedade da ação
docente e da responsabilidade com o processo ensino-aprendizagem. Um destaque especial
sobre esta questão pode ser observado na fala de Kuns (1994, p. 131) ao argumentar que:

[...] é necessário que cada disciplina se torne um verdadeiro campo de


estudos e de pesquisa. Também, para a Educação Física. Afinal de contas os
alunos visitam a escola para estudar e não se divertir (embora o estudo possa
se tornar algo divertido) ou para praticar esportes e jogos (embora esta
prática também tenha a sua importância).

Com esta afirmativa pode-se perceber o quanto se faz necessária a mudança dos
paradigmas que até hoje são praticados na maioria das aulas de Educação Física, ou seja o
famoso “jogar bola”. Assim para que a Educação Física realmente tenha um novo
entendimento e aceitação junto a toda comunidade é imprescindível uma retomada de ações

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metodológicas e novas abordagens dos conteúdos. Dentro de todas as tendências


metodológicas apresentadas, o papel do professor é fundamental, assim como, a
consideração com o conhecimento historicamente produzido e o conhecimento vivenciado
pelos participantes do processo. Os conteúdos e as ações metodológicas são
interdependentes, necessitam-se mutuamente e exigem competência e responsabilidade de
todos que se envolvem no processo ensino aprendizagem (COLETIVO DE AUTORES, 1992).

Outro aspecto que não se pode deixar de destacar é o compromisso que o Coletivo de
Autores (1992) assume ao apresentar a metodologia crítico-superadora, na perspectiva da
construção de uma sociedade igualitária, dentro de um perfil socialista. Este compromisso
sócio-político está mais claro e explícito, contudo, pode-se constatar junto aos demais
idealizadores, que mesmo sem esse compromisso explícito suas idéias voltam-se à
construção de uma sociedade mais justa, humana e igual.

Por fim, para servir de alerta e precaução contra visões fantasiosas e ilusórias, Betti
(1991, p. 167) afirma que:

[...] o discurso sócio-político, que lidera o processo de transformação na


Educação Física brasileira atual, propõe um modelo de personalidade que
desenha um homem crítico, criativo e consciente, e os instrumentos
disponíveis no processo ensino-aprendizagem para acionar tais propostas, são
a polarização em torno da ludicidade, controle interno, não-formalidade,
cooperação, flexibilidade das regras, solução de problemas e honestidade.
Pode-se prever um esmorecimento deste discurso se não houver percepção
suficiente para acionar esta operacionalização.

Desse modo, as novas idéias e propostas metodológicas não alcançaram os resultados


esperados por motivos decorrentes da falta de percepção do papel social que tem a
educação e seus integrantes como um todo.

Para olhar a nova realidade e sobre ela refletir é necessário que a ousadia suplante o
medo. Contudo, para ousar é preciso compromisso e competência, pois toda iniciativa mal
estruturada ocorre risco de um retrocesso perigoso e comprometedor de novas gerações.

3. Análise e discussão dos dados

Os participantes desta pesquisa foram representados pelos estudantes dos terceiros anos do Ensino
Médio do município de Araruna-PR, que se dispuseram a participar do estudo, respondendo ao
questionário proposto. A amostra foi composta por 72 (setenta e dois) participantes, sendo 34 (trinta e
quatro) do gênero masculino e 38 (trinta e oito) do feminino, com idades de 16 a 24 anos, constituindo
uma faixa etária bastante homogênea.

Quadro 1. Importância da questão 1 (participo das aulas de educação física porque) para a prática efetiva das aulas de educação física,
com relação a motivação intrínseca

O quadro 1 demonstrou que, para os participantes do estudo, a categoria “gosto de atividades físicas”
foi o fator de maior significância, considerada muito importante por 36 dos participantes do estudo. Já a
categoria “acho importante aumentar meus conhecimentos sobre esportes e outros conteúdos” teve

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também certo grau de significância, pois foi eleita por 18 dos participantes. Quanto às outras categorias,
as mesmas apresentaram, de um modo geral, certa insignificância para os estudantes.

Guedes e Guedes (1995) afirmam que a atividade física, cada vez mais tem representado um fator de
qualidade de vida dos seres humanos, possibilitando-lhes, prevenções de doenças e um bem-estar
integral. O que diz o autor, principalmente quando cita o bem estar, foi claramente percebido na categoria
“gosto de atividades físicas”, preferida por 50% dos entrevistados.

Quadro 2. Importância da questão 2 (eu gosto das aulas de educação física quando) para a prática efetiva das aulas de educação física,
com relação à motivação intrínseca

O quadro 2 demonstrou que, para os participantes do estudo, a categoria “as atividades me dão
prazer”, obteve maior significância, considerada de muita importância, e eleita por 30 dos participantes do
estudo. Quanto às outras categorias, de modo geral, apresentavam certa insignificância para os
estudantes.

De acordo com Bracht (1999), durante as aulas de Educação Física pode-se trabalhar todos os
conceitos da motricidade humana como uma consequência de um trabalho que tem como prioridade
desenvolver o gosto pela atividade física de forma prazerosa, lúdica e autônoma, onde os educandos
fazem o que mais lhes dão prazer, que é andar, saltar, correr, rastejar, rebater, equilibrar, esquivar-se,
quicar, equilibrar, chutar, passar, receber, transportar, etc. Esse prazer citado por ele é adquirido pelo fato
de os educandos, ao realizarem essas atividades, estão pensando, agindo e sentindo.

Quadro 3. Importância da questão 3 (não gosto das aulas de educação física quando) para a prática efetiva das aulas de educação física,
com relação a motivação intrínseca

O quadro 3 demonstrou que a categoria “não há tempo para praticar tudo o que eu gostaria” foi o fator
de maior significância e importância eleita por 35 dos participantes. Quanto às outras categorias, de modo
geral, apresentaram certa insignificância para os estudantes.

Na Educação Física, se o professor deve possuir muita habilidade e criatividade para ministrar seus
conteúdos visando o interesse do aluno. Ele deve instigar a vontade do estudante a estarem participando.
Dessa forma, a aprendizagem dos conteúdos será mais fácil e intensa, com isso o aluno terá a intuição e a
sensação de que as atividades são e estão prazerosas, logo subtende-se que o tempo da aula não supre
suas expectativas. Isso significa dizer que “as horas voam” (FALCÃO, 1989).

Quadro 4. Importância da questão 1 (participo das aulas de educação física por que) para a prática efetiva das aulas de educação física,
com relação a motivação extrínseca

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O quadro 4 demonstrou que, para os participantes do estudo, a categoria “preciso tirar boas notas” foi
o fator de maior significância e importância, para 36 dos participantes do estudo. Quanto às outras
categorias, as mesmas não receberam grau de importância para que merecesse destaque.

Além da Educação Física se constituir em uma disciplina de caráter prazeroso (para a maioria dos
estudantes), ela não se distingue das demais disciplinas, ou seja, a mesma é regulamentada e está
inserida dentro do currículo escolar, cabendo a diretores, coordenadores e professores a seriedade, o fiel
compromisso com a mesma. Isso torna-se importante para que se derrube o paradigma de que a
disciplina não passa de um mero momento de lazer e de espairecer os ânimos. Contudo, essa visão já está
sendo ultrapassada e os alunos já estão cientes que estão sendo avaliados neste momento; também já
estão cientes de que a obtenção de uma boa nota no final de um bimestre ou semestre, necessita de um
fiel compromisso com a disciplina, caso contrário, assim como nas demais disciplinas os discentes sairão
prejudicados (PERRENOUD, 1999).

Quadro 5. Importância da questão 2 (eu gosto das aulas de educação física quando) para a prática efetiva das aulas de educação física,
com relação a motivação extrínseca.

O quadro 5 revelou a categoria “Eu esqueço das outras aulas”, é a mais significante e importante para
os pesquisados, eleita por 32 dos participantes do referente estudo. Quanto às outras categorias, as
mesmas apresentaram de modo geral certa insignificância para os estudantes.

Durante as aulas de educação física pode ser trabalhado uma infinidade de conteúdos e atividades, e
todas podem ser muito criativas, dinâmicas, lúdicas, autônomas, etc. algo que possa ser totalmente
motivante. Com isso, logo o aprendente tem a sensação do prazer, esquecendo-se do tempo e dos
compromissos. Tudo isso por conta do prazer envolvente (BRACHT, 1999).

Quadro 6. Importância da questão 3 (não gosto das aulas de educação física quando) para a prática efetiva das aulas de educação física,
com relação a motivação extrínseca

O quadro 6 explicitou que para participantes do estudo, a categoria “exercito pouco meu corpo”, foi o
fator de maior significância e importância, eleita por 36 dos participantes do referente estudo. Quanto às

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outras categorias, as mesmas apresentaram, de modo geral, certa insignificância para os estudantes.

São inúmeros os benefícios que a atividade física pode proporcionar ao organismo da pessoa que a
pratica, contudo deve-se levar sempre em consideração que estas atividades devem ser realizadas de
modo correto, para que os praticantes tornem-se pessoas ativas e possam melhorar sua aptidão física,
implicando em benefícios para a sua saúde e, ao mesmo tempo, se transformem em sujeitos críticos e
reflexivos a respeito da valorização da atividade física pelos fins impostos pela sociedade, sejam eles
estéticos ou performance. Ainda, com relação aos benefícios que a prática de atividade física proporciona
ao indivíduo, ela também é capaz de auxiliar os praticantes a ter mais independência e maior participação
na comunidade. Quando a atividade física é praticada, é possível desenvolver no indivíduo praticante a
capacidade motora, a intelectual e o conhecimento do mundo exterior, aumentando seu relacionamento
social (NAHAS, 2006).

4. Considerações finais

A pesquisa teve por finalidade investigar fatores motivacionais que são capazes de motivar e conduzir
os estudantes dos terceiros anos do Ensino Médio, do Município de Araruna-PR à prática efetiva nas aulas
de Educação Física.

Depois de analisar as categorias, divididas em motivação extrínseca e intrínseca foi possível fazer uma
análise sobre qual motivação e categoria torna-se muito importante e não importante para a efetiva
participação dos alunos nas aulas.

A motivação intrínseca foi à apontada e a total responsável pela motivação envolvente, e, ainda, pela
participação efetiva dos alunos pesquisados nas aulas de Educação Física.

Os fatores motivacionais de ordem intrínseca foram considerados pelos estudantes como muito
importantes e importantes, no que se referem às categorias “gosto de atividades físicas” e “as atividades
físicas me dão prazer”.

Já a motivação extrínseca foi considerada pelos alunos como sendo de não total significância para a
prática efetiva das aulas, já que as categorias “sinto-me integrado ao grupo” e “saio-me melhor que meus
colegas” foram apresentadas como não importantes.

Considerando-se o enfoque intrínseco como principal agente motivador, verifica-se que os escolares
participantes deste estudo têm em suas razões internas sua principal fonte motivacional, o que é muito
propício às aulas de educação física.

Sendo assim, os resultados deste estudo sugerem que os profissionais da área de Educação Física
Escolar tenham em suas diretrizes pedagógicas, ações preventivas e aplicáveis, que possibilitem a
diversificação das atividades e conteúdos, o favorecimento da própria percepção de realização e
afirmação, e o cuidado com a utilização de recursos externos, para que a manutenção e a prevalência das
razões internas permitam a expressão e a estruturação da personalidade, direcionadas ao prazer e a
autonomia.

Referências

BELTRAMI, D. M. Dos fins da Educação Física Escolar. Revista da Educação Física da UEM, Maringá,
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