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NOÇÕES BÁSICAS DE CONTABILIDADE

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS


GESTÃO DE CUSTOS

“A preocupação diária de todos nós com os


HAVERES e as OBRIGAÇÕES constitui por si só,
um exercício da Contabilidade”

Esta apostila foi elaborada pelo Professor José Tomáz Pereira Registro nº
12.400-1 – Mestre em Ciências Contábeis pela UFRJ.
2º semestre 2017
SUMÁRIO

PARTE I......................................................................................................................... 4
1-NOÇÕES BÁSICAS DE CONTABILIDADE................................................................4
1.1 Conceito de Contabilidade....................................................................................4
Contabilidade
1.2 Objetivo da Contabilidade.....................................................................................4
Contabilidade
1.3 Finalidades da Contabilidade...............................................................................4
Contabilidade
1.4 Técnicas Contábeis...............................................................................................5
Contábeis
1.5 Campo de atuação da Contabilidade...................................................................6
Contabilidade
1.6 Interessados nas Informações Contábeis...........................................................6
Contábeis
2. PATRIMÔNIO.............................................................................................................8
2.1 Conceito.................................................................................................................
Conceito 8
2.2 Componentes.........................................................................................................8
Componentes
2.3 Aspectos Patrimoniais...........................................................................................9
Patrimoniais
2.3.1 Aspecto Jurídico.................................................................................................9
Jurídico
2.3.2 Aspecto Econômico...........................................................................................9
Econômico
2.3.3 Aspecto Financeiro..........................................................................................10
Financeiro
2.3.4 Aspecto Específico...........................................................................................10
Específico
2.3.5 Aspecto Contábil..............................................................................................10
Contábil
2.4 Ativo, Passivo e Situação Líquida.....................................................................12
Líquida
2.5.Atos e Fatos Contábeis.......................................................................................14
Contábeis
2.5.1-Fatos
2.5.1-Fatos Permutativos ou compensativos..............................................................14
compensativos
2.5.2-Fatos Modificativos..........................................................................................15
Modificativos
2.5.3-Fatos Mistos ou Compostos............................................................................15
Compostos
3. CAPITAL.................................................................................................................. 20
3.1 Conceito...............................................................................................................
Conceito 20
3.1.1 Capital Nominal ou Legalizado.......................................................................20
Legalizado
3.1.2 Capital Próprio ou Líquido..............................................................................20
Líquido
3.1.3 Capital de Terceiros.........................................................................................20
Terceiros
3.1.4 Capital a Disposição da Empresa...................................................................20
Empresa
3.1.4.1 Capital Autorizado.........................................................................................21
3.1.4.2 Capital Subscrito...........................................................................................21
3.1.4.3 Capital a Integralizar.....................................................................................21
3.1.4.4 Capital Realizado..........................................................................................21
4. CONTAS.................................................................................................................. 22
4.1 Conceito de conta...............................................................................................22
conta
4.2 Teoria das Contas...............................................................................................22
Contas
4.2.1 Teoria Personalística.......................................................................................22
Personalística
4.2.2 Teoria Materialística.........................................................................................23
Materialística
4.2.3 Teoria Patrimonial............................................................................................24
Patrimonial
4.3 Débito, Crédito e Saldo.......................................................................................24
Saldo
4.3.1 Débito................................................................................................................
Débito 25
4.3.2 Créditos.............................................................................................................
Créditos 26
4.3.3 Saldo...............................................................................................................
Saldo 27
4.4 Plano de Contas.............................................................................................28
Contas
5. ESCRITURAÇÃO....................................................................................................33
5.1 Métodos de escrituração.....................................................................................33
escrituração
5.2 Processo de escrituração...................................................................................34
escrituração
5.3 Lançamento ou Partida Contábil........................................................................34
Contábil
5.4 Funções do Lançamento Contábil.....................................................................34
Contábil
5.5 Elementos essenciais do lançamento................................................................35
lançamento
5.6 Fórmulas de lançamento.....................................................................................35
lançamento
5.7 Livros Contábeis..................................................................................................41
Contábeis
3

5.7.1 Livros de Escrituração........................................................................................41


Escrituração
5.7.1.1 Livro Obrigatório...........................................................................................42
5.7.1.2 Livros Facultativos........................................................................................42
5.7.2 Formalidades dos livros de escrituração.......................................................42
escrituração
5.7.3 Livros Fiscais....................................................................................................43
Fiscais
5.7.4 Livros Trabalhistas...........................................................................................43
Trabalhistas
5.7.5 Livros Societários............................................................................................43
Societários
5.8 Erros de escrituração e sua correção...............................................................44
correção
6. PRINCÍPIOS CONTÁBEIS GERALMENTE ACEITOS............................................48
6.1 Principios contábeis............................................................................................48
contábeis
6.2 Convenções Contábeis.......................................................................................49
Contábeis
7. CUSTOS / DESPESAS...........................................................................................50
8. RECEITAS............................................................................................................... 52
8.1 Deduções.............................................................................................................
Deduções 52
8.2 Regimes de Contabilização................................................................................53
Contabilização
8.2.1 Regime de Caixa...............................................................................................53
Caixa
8.2.2 Regime de Competência..................................................................................53
Competência
8.3 Despesas não-pagas e receitas não recebidas.................................................54
recebidas
9. PROCEDIMENTOS PARA ELABORAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS................................................................................................................ 55
9.1 Apropriações........................................................................................................55
Apropriações
9.2 Provisões..............................................................................................................
Provisões 55
9.3 Depreciação, Amortização e Exaustão..............................................................55
Exaustão
9.4 Despesas Pagas Antecipadamente....................................................................57
Antecipadamente
9.5 Ajuste dos Saldos das Contas............................................................................58
Contas
9.5.1 Conferência do Saldo de Caixa.......................................................................58
Caixa
9.5.2 Conferência de Bancos conta Movimento.....................................................59
Movimento
9.5.3 Conferência de Duplicatas a Receber e Provisão para Devedores
Duvidosos..................................................................................................................
Duvidosos 59
9.5.4 Conferência de Contas do Ativo Não Circulante...........................................60
9.5.5 Conferência de Cntas de Origações...............................................................60
Origações
9.5.6 Fechamento das Contas de Resultado..............................................................61
Resultado
10. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS.....................................................................62
10.1- Finalidades das demonstrações contábeis:...................................................62
contábeis:
10.2- Caracteristicas das Informações Contábeis:.................................................63
Contábeis:
10.3-Apresentação das demonstrações:.................................................................63
demonstrações:
11 -Balancete de Verificação.....................................................................................64
Verificação
12 - BALANÇO PATRIMONIAL...................................................................................64
PATRIMONIAL
12.1 - Conceito...........................................................................................................
Conceito 64
12.2- Importância.......................................................................................................65
Importância
12.3-Procedimentos Básicos para se Fazer um Balanço Patrimonial:..................65 Patrimonial:
13 OUTRAS DEMONSTRAÇÕES...............................................................................72
13.1.Demonstração do Resultado do Exercício......................................................72
Exercício
13.2.Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados.....................................73
Acumulados
13.3.Demonstração do Fluxo de Caixa....................................................................73
Caixa
13.4.Notas Explicativas às demonstrações............................................................73
demonstrações
14 Exemplificação......................................................................................................74
14.1.ESCRITURAÇÃO................................................................................................74
14.2.Exercício social.................................................................................................75
14.3.Ciclo Operacional..............................................................................................75
15-PADRONIZAÇÃO DOS DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS DE ACORDO COM AS
LEIS 11638/2007 e 11.941/2009................................................................................75
15.1.Abordagem introdutória:...................................................................................75
4

15.2.Interpretação do Balanço Patrimonial.............................................................76


15.3.Grupos de contas do Balanço Patrimonial e Adaptações instituídas pela Lei
11.941/09..................................................................................................................... 76
15.4.Conceitos e grupos de contas do Ativo e Adaptações instituídas pela Lei
11.941/09..................................................................................................................... 77
15.5.Conceitos e grupos de contas do Passivo e Adaptações instituídas pela Lei
11.941/09..................................................................................................................... 80
16.INTERPRETAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO.....82
17.DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO......................................................83
Esta demonstração não existia no texto da Lei 6404/76............................................83
18 – CONHEÇA O Comitê de Pronunciamento Contábil – CPC.............................86
(fonte www.cpc.org.br/o que.htm)............................................................................86
19– EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CONTABILIDADE:.................................................87

PARTE II...................................................................................................................... 88
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS.....................................................88
1 - NOÇÕES PRELIMINARES....................................................................................88
1.1 - ECONÕMICO:.....................................................................................................88
1.2 - FINANCEIRO:.....................................................................................................88
2. Aspectos da análise:.............................................................................................89
3. ETAPAS DA ANÁLISE.............................................................................................89
4. OBJETIVOS DA ANÁLISE......................................................................................90
5. FONTES.................................................................................................................. 90
5. ANÁLISE VERTICAL/HORIZONTAL.......................................................................90
5.1. Análise Vertical:..................................................................................................90
5.2. Analise Horizontal:..............................................................................................90
5.3. Objetivos básicos das análises Vertical/Horizontal.........................................91
6 – INDICADORES DE ESTRUTURA DE CAPITAIS..................................................91
6.1.Objetivos:............................................................................................................. 91
6.2.Considerações importantes que devem ser analisadas:.................................91
6.3.Capital circulante próprio...................................................................................91
6.4.Capital circulante líquido....................................................................................91
6.5. Indicadores por quocientes:.............................................................................92
7- ÍNDICES DE LIQUIDEZ..........................................................................................93
7.1. Ciclo operacional/formação da liquidez............................................................94
8. ÍNDICES DE RENTABILIDADE...............................................................................95
9. ÍNDICES DE PRAZOS MÉDIOS.............................................................................97
10.ÍNDICES DE ROTAÇÃO.........................................................................................98
11 PARECER TÉCNICO..............................................................................................98
12. ÍNDICES DE BOLSA.............................................................................................99
13. Principais Índices:...............................................................................................99
14. RISCO DOS EMPRÉSTIMOS BANCÁRIOS.......................................................100
15. ÍNDICES DE DEPENDÊNCIA BANCÁRIA:.........................................................101
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 102
5

PARTE I

1-NOÇÕES BÁSICAS DE CONTABILIDADE

1.1 CONCEITO DE CONTABILIDADE


A contabilidade pelo seu conjunto de princípios, normas e
procedimentos próprios, é uma ciência com o objetivo de conhecer a situação
patrimonial das pessoas e as suas mutações.
Diversos são os conceitos apresentados, onde a seguir se destacam
alguns deles::
“É a ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades, mediante
o registro, a demonstração expositiva e a interpretação dos fatos nele
ocorridos, com o fim de oferecer informações sobre sua composição e
variações, bem como sobre o resultado econômico decorrente da
gestão da riqueza patrimonial."
“É a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e
de registro relativo aos atos e fatos da administração econômica".
A contabilidade é um sistema organizado, para registrar as operações de
uma entidade, que podem ser expressas monetariamente e informar os
reflexos dessas transações na situação econômico-financeira dessa entidade,
numa determinada data.

1.2 OBJETIVO DA CONTABILIDADE


A contabilidade tem por objeto o patrimônio administrável e em
constante alteração.

1.3 FINALIDADES DA CONTABILIDADE


O objetivo da contabilidade é produzir informações para atender os
objetivos de seus usuários.
Estudar e controlar o patrimônio, fornecendo informações a quem dela
necessitar.
Modernamente as finalidades da contabilidade são reunidas em duas:
FINALIDADE DE PLANEJAMENTO E FINALIDADE DE CONTROLE.
O PLANEJAMENTO consiste em adotar um modelo de ações dentre
diversos outros possíveis. Pode abranger toda a entidade, com a mudança do
comportamento até hoje adotado ou apenas parcialmente, dependendo do
objetivo maior da organização. A informação contábil pode ser um forte suporte
para o planejamento e, mais ainda, quando estabelecendo padrões, torna claro
situações futuras.
O CONTROLE está ligado à análise da obediência das definições
adotadas pela organização. A informaçáo contábil apresenta-se como o
6

indicador da situação patrimonial tornando possível a verificação do


desempenho da organização em atingir as metas traçadas. Como
consequência, e pelo possível retorno no caso de êxito no atingimento das
metas e políticas delineadas, a informação contábil além de meio de
comunicação é uma forma de promover a motivação de todo o corpo
organizacional.

1.4 TÉCNICAS CONTÁBEIS


Para atingir os seus objetivos a contabilidade se utiliza de técnicas
próprias, quais sejam:
ESCRITURAÇÃO;
 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS;
 ANÁLISE DE BALANÇOS;
 AUDITORIA.
Entende-se por ESCRITURAÇÃO a técnica pela qual as ocorrências com
efeitos no patrimônio são registradas. Algumas regras devem ser seguidas
para que as informações possam ser aproveitadas e compreendidas por todos
aqueles interessados. A escrituração é um meio utilizado para possibilitar, pela
agregação dos diversos fatos ocorridos, a elaboração de demonstrativos
capazes de formar a posição da riqueza patrimonial.
As DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS podem ser apresentadas sob diversos
ângulos informativos. Algumas são consolidações dos fatos registrados ou
escriturados. O Balanço Patrimonial, por exemplo, mostra a situação do
patrimônio, em determinado momento, resultante da escrituração de diversos
fatos. A Demonstracão do Resultado do Exercício também é resultante de
diversos fatos, positivos e negativos, escriturados durante um
ano,.demonstrando como a empresa se saiu naquele ano. O Inventário é outra
demonstração e preocupa-se em mostrar a composição de alguns itens
patrimoniais, analiticamente, alguns sem a utilização dos registros contábeis
como, por exemplo, os estoques que são fisicamente verificados e outros com
base nos registros contábeis como valores a receber e a pagar, valores que a
empresa mantém nas instituições financeiras e outros.
A ANÁLISE DE BALANÇOS é a técnica pela qual se determina a
capacidade de pagamento da empresa, o grau de solvência, a evolução da
empresa, a estrutura patrimonial e outras. Pela análise de balanços á possível
comparar a situação da empresa dentro do setor de que faz parte. Apresenta
quocientes úteis para os interessados na riqueza patrimonial, efetivos e
potenciais, auxiliando-os, pela relação entre elementos naquele período e pela
evolução durante os anos, a interpretar os demonstrativos apresentados.
7

A AUDITORIA é a técnica pela qual é verificada a qualidade da informação


prestada confirmando, ou não, se os demonstrativos apresentados
representam com fidelidade a situação patrimonial. Na auditoria examina-se os
documentos geradores da transformação patrimonial e a estrutura dos
demonstrativos contábeis, elaborando-se PARECER conclusivo sobre a
correta utilização dos procedimentos e princípios contábeis, inclusive a
fidedignidade da informação.

1.5 CAMPO DE ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE


A contabilidade tem um vasto campo de atuação, podendo atuar nas
pessoas físicas e nas pessoas jurídicas, com finalidade lucrativa ou não,
inclusive as de Direito Público como a União, Estados, Distrito Federal,
Municípios e demais.
Por seu objeto, o patrimônio, e as suas finalidades, é fácil concluir a
importância da contabilidade e, como conseqüência, a amplitude do seu
campo de atuação.

1.6 INTERESSADOS NAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS


Junto a cada organização existe um grupo de pessoas com interesse
direto nas informações fornecidas pela contabilidade.
Essas pessoas são direta ou potencialmente vinculadas à entidade, indo
os seus interesses, desde o sentimentalismo, até o de retorno de
investimentos. Resumidamente apresentamos os principais interessados na
informação contábil:
1.6.1. EMPREGADO DA EMPRESA  tem interesse por ser, a empresa, a sua
fonte individual de recursos traduzidos pelo salário, gratificações e
participações nos lucros. É normalmente, o responsável pela manutenção da
sua família devendo haver, portanto, o esforço pessoal para os bons
resultados da sua fonte de renda.
1.6.2. SÓCIOS, PROPRIETÁRIOS, ACIONISTAS, DONOS  podem ser encarados
sob vários aspectos. Os sócios e acionistas podem ter como principal
interesse o retorno do investimento feito nas empresas e a segurança da
aplicação. Se, além da participação na sociedade, são responsáveis pelas
decisões na empresa, a quantidade e qualidade das informações são
maiores pela responsabilidade de dirigir o destino da organização, traçando
planos e metas. Nas organizações mais fechadas ainda existe a
ligação sentimental, havendo o respeito e amor pela obra realizada.
1.6.3. ADMINISTRADORES E OUTROS RESPONSÁVEIS PELAS DECISÕES 
necessitam de informações similares ao sócio-administrador acima referido.
8

1.6.4. FORNECEDORES E EMPRESTADORES DE DINHEIRO  tem como principal


objetivo o retorno dos recursos investidos, seja pela entrega de mercadorias,
de dinheiro ou outra forma de propiciar o funcionamento da organização. As
informações que necessitam são, pois, ligadas à rentabilidade e garantia de
retorno dos capitais investidos.
1.6.5. GOVERNO  tem dois grandes interesses que podem tornar como
suporte as informações contábeis. O financiamento da atividade
governamental, para o bem-estar de toda a população, necessita de recursos
que, em grande parte, vem da atividade empresarial sob a forma de tributos.
Outra informação que pode ser extraída da contabilidade é sobre o
desenvolvimento em áreas geográficas, setores de atividade e outras que,
convenientemente compiladas, podem orientar a politica de desenvolvimento
da nação.
1.6.6. PESSOAS EM GERAL  somos todos interessados nas informações
fornecidas pela contabilidade, em sentido amplo, quando potencialmente
investidores de recursos ou, mesmo de uma forma restrita, a do nosso dia-a-
dia, conciliando renda com gastos. Não necessariamente precisamos montar
um sistema de contabilidade pessoal, embora possível, mas lembremos que o
objeto da contabilidade é o patrimônio e, o individual, deve ser administrado
caracterizando contabilidade.
9

2. PATRIMÔNIO
2.1 CONCEITO
Pela maioria dos autores, patrimônio é definido como o "conjunto de
bens, direitos e obrigacões, susceptíveis de avaliação em dinheiro e vinculados
e uma pessoa (física ou jurídica)".

2.2 COMPONENTES
 BENS  Os bens são as coisas transformadas pelo homem para a
satisfação de suas necessidades e avaliáveis em dinheiro. Podem ser
classificados em corpóreos e incorpóreos, também denominados materiais ou
imateriais, ou ainda em nomenclatura mais recente, tangíveis e intangíveis.
Como corpóreos temos mercadorias, veículos e outros. Como incorpóreos, por
exemplo, fundo de comércio, patentes de invenção etc. Os bens são também
chamados de direitos reais, pois recaem sobre coisas avaliáveis em dinheiro.
 DIREITOS  Os direitos são decorrentes de operações de crédito onde
o favorecido é o patrimônio em análise. São também denominados direitos
pessoais.
 OBRIGAÇÕES  As obrigações são também decorrentes de operações
de crédito tendo como favorecido um terceiro ao patrimônio em análise, contra
este.
EXEMPLOS:
BENS:  Mercadorias;
 Dinheiro;
 Veículos;
 Imóveis;
 Máquinas;
 Equipamentos;
 Patentes.

DIREITOS:  Duplicatas a receber;


 Títulos a receber;
 Outros valores a receber.

OBRIGAÇÕES:  Títulos a pagar;


 Duplicatas a pagar;
 Impostos a recolher;
 Salários a pagar.
10

Os bens e direitos são os elementos positivos na estrutura patrimonial e


as obrigações, os elementos negativos. O patrimônio é representado pela
igualdade entre elementos positivos e negativos havendo, pois, a necessidade
de um “equilibrador” da equação patrimonial, no caso a situação líquida:

BENS + DIREITOS – OBRIGAÇÕES = SITUAÇÃO LÍQUIDA

2.3 ASPECTOS PATRIMONIAIS


O patrimônio, como visto, é um conjunto de bens, direitos e obrigações,
avaliáveis em dinheiro e pertencentes a uma pessoa física ou jurídica com fins
lucrativos ou ideais. Pela relação com terceiros, movimentação e avaliação de
recursos, o patrimônio é estudado sob diversos aspectos como os abaixo:

2.3.1 ASPECTO JURÍDICO


O patrimônio é definido como um "conjunto de direitos e obrigações de
uma pessoa, apreciáveis em dinheiro" ou como o "complexo de relações
jurídicas de uma pessoa tendo valor pecuniário".
O direcionamento dado é o estudo da propriedade, das relações
jurídicas, pecuniárias, com terceiros.
O patrimônio, sob este aspecto, compreende os direitos reais (bens),
direitos pessoais e as obrigações.

Patrimônio sob o Aspecto Jurídico


ELEMENTOS POSITIVOS ELEMENTOS NEGATIVOS
DIREITOS: OBRIGAÇÕES:
– REAIS (BENS): • Salários a pagar
• Mercadorias • Impostos a receber
• Veículos • Duplicatas a pagar
– PESSOAIS:
• Títulos a receber DIREITO DO PROPRIETÁRIO SOBRE O
• Bancos com movimento PATRIMÔNIO
• Duplicatas a receber

2.3.2 ASPECTO ECONÔMICO


A Economia estuda o patrimônio como o conjunto de bens materiais
formadores da riqueza social. Os créditos, por exemplo, são excluídos por
significar bens em poder de terceiros, concorrendo para formação daquela
riqueza. Os créditos e débitos são compensados entre todos os entes,
resultando, apenas, ao final, os bens materiais — riqueza social.
11

2.3.3 ASPECTO FINANCEIRO


Sob o aspecto financeiro, estudam-se as disponibilidades e ingressos
financeiros para fazer face às obrigações ou saídas de recursos. Pondera-se a
solvabilidade do patrimônio pela medida do fluxo de recursos.

Patrimônio sob o Aspecto Financeiro


– Disponibilidades no início do período – Saídas de recursos no período
– Entradas de recursos no período – Disponibilidades no final do período

2.3.4 ASPECTO ESPECÍFICO


Diz respeito à nomenclatura dos diversos elementos, positivos e
negativos, e de seus agrupamentos de acordo com as funções exercidas e
classificadas tecnicamente.
Temos, por exemplo, entre os elementos disponíveis, as contas caixa
(dinheiro em poder da empresa), bancos conta movimento (dinheiro da
empresa nas instituições financeiras) e aplicações de liquidez imediata
(valores aplicados no mercado financeiro rapidamente "retornáveis").

2.3.5 ASPECTO CONTÁBIL


O patrimônio, sob o aspecto contábil, é um todo coordenado, composto
de elementos materiais e imateriais e direcionado ao objetivo-fim da
organização. Temos a análise dos elementos patrimoniais voltada para dois
aspectos: qualitativo e quantitativo.
No aspecto qualitativo os elementos são separados pela sua natureza
e representados por contas que são títulos agrupadores dos componentes de
mesma natureza. A qualidade do patrimônio é atribuída sob o prisma julgado
relevante ao analista vinculado, claro, à melhor composição necessária ao
atingimento dos seus fins.
Sob o aspecto quantitativo o patrimônio é visto como um fundo de
valores; de um lado, valores positivos (o ATIVO, formado pelo conjunto de bens
e direitos) e, do outro, valores negativos (o PASSIVO, formado pelas obrigações
assumidas). A medida de valor para que se tenha um todo mensurável deve
ser uniforme, utilizando-se a moeda como medidor comum.
No confronto entre valores positivos e negativos, três situações podem
ocorrer, quais sejam:

1a SITUAÇÃO: ATIVO  PASSIVO


12

Nesse caso, os bens e direitos, valores positivos, são maiores que as


obrigações, valores negativos, resultando uma SITUAÇÃO LÍQUIDA ATIVA
(SLa) também denominada POSITIVA, SUPERAVITÁRIA ou FAVORÁVEL.
Graficamente:

ATIVO PASSIVO SITUAÇÃO


BENS OBRIGAÇÕES LÍQUIDA
E
ATIVA,
POSITIVA OU
DIREITOS ATIVO
LÍQUIDO
2a SITUAÇÃO: ATIVO = PASSIVO

Os bens e direitos são suficientes apenas para honrar as obrigações. A


SITUAÇÃO LÍQUIDA é NULA ou COMPENSADA.

ATIVO PASSIVO
BENS
E OBRIGAÇÕES
DIREITOS

3a SITUAÇÃO: ATIVO  PASSIVO

Teríamos insuficiência de bens e direitos para o pagamento das


obrigações. A diferença entre o passivo e o ativo é denominada SITUAÇÃO
LÍQUIDA PASSIVA (SLp) também denominada NEGATIVA, DEFICITÁRIA ou
DESFAVORÁVEL.
O excesso de elementos negativos quando relacionados com os
positivos, demonstra um PASSIVO A DESCOBERTO.

ATIVO + SITUAÇÃO LÍQUIDA PASSIVA = PASSIVO

Ou graficamente:
ATIVO PASSIVO
BENS
E OBRIGAÇÕES
SITUAÇÃO
DIREITOS
LÍQUIDA
PASSIVA,
NEGATIVA OU
PASSIVO A
DESCOBERTO
13

2.3.6 – Estruturação da contabilidade:


- Coleta de dados;
- Registro;
- Sintese;
- Análise.

2.4 - ATIVO, PASSIVO E SITUAÇÃO LÍQUIDA

O pronunciamento do CPC – Estrutura Conceitual Básica – ítem 49 diz


que: ATIVO é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos
passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos
para a entidade.

O ATIVO, é formado pelos elementos positivos ao patrimônio são eles: os


bens e os direitos.
Analisando-se minuciosamente os elementos componentes do ativo,
pode-se observar que são destinações de recursos da sociedade, ou seja,
supondo=se uma empresa do ramo comercial existe a necessidade de comprar
mercadorias para revenda. Os recursos são aplicados na aquisição das
mercadorias. Assim como este, todos os demais elementos podem ser
considerados destinação de recursos ou APLICAÇÕES DE RECURSOS.

O pronunciamento Conceitual Básico do CPC, ítem 49 diz que o


PASSIVO é uma obrigação presenter da entidade, derivada de eventos já
ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes
de gerar benefícios.
O PASSIVO, de forma contrária ao ativo, é onde se reúnem as obrigações
da empresa com terceiros, pode-se dizer o capital externo, elementos
negativos, que representam, digamos, os valores que terceiros ao patrimônio
entregam a este para o seu funcionamento. Tem-se como exemplo um
empréstimo feito numa instituição financeira, é bem representativo de que no
passivo encontramos as ORIGENS DE RECURSOS DE TERCEIROS ou os
CAPITAIS DE TERCEIROS à disposição do patrimônio daquela empresa.
Sobre a SITUAÇAO LÍOUIDA ou o PATRIOMÕNIO LÍQUIDO é o valor
residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos.

De agora em diante, teceremos alguns comentário LÍQ s adicionais: até


agora, foi visto que a situação líquida ou o PATRIMÕNIO UIDO funciona como
um equilibrador. Os registros na contabilidade são feitos envolvendo, no
14

mínimo, dois elementos: um fornecendo o recurso para ser aplicado no outro, o


que na verdade acontece em qualquer situação. Vejamos um exemplo bem
simples: fazer compras. No ato do pagamento das referidas compras, você
está movimentando dois elementos do seu patrimônio: o primeiro é o dinheiro
que você tem à dispor e o segundo, o estoque de mercadorias compradas. O
seu dinheiro, que vai diminuir, é a ORIGEM DOS RECURSOS que foram
APLICADOS nas mercadorias compradas. Da mesma forma acontece se você
pagar com cheque (ORIGEM NA CONTA BANCÁRIA) ou, mesmo, se você
comprar à prazo, gerando uma obrigação (ORIGEM DA CONTA A PAGAR).
Deve-se ter nítida a separação na análise das origens e aplicações de
recursos. Quando definido que os elementos ativos são aplicações recursos e
os passivos são origens de recursos, estabelecemos uma definição sob o
ponto de vista ESTÁTICO, ou seja, do patrimônio apresentado, “fotografado".
O "retrato”, entretanto, é formado após uma série de operações e em cada
uma delas existem a ORIGEM e a APLICAÇÃO DOS RECURSOS
independentes de ser elemento ativo ou passivo, como foi o caso acima, pois,
na operação, houve a ORIGEM DE RECURSOS em elemento ativo (dinheiro
ou conta corrente bancária). É uma definição sob o ponto de vista DINÂMICO,
a própria alteração patrimonial.
Por sempre estar envolvendo no mínimo dois elementos, um
funcionando como fornecedor e outro como recebedor do recurso, existe a
garantia da igualdade no patrimônio e como consequência o equilíbrio.
Agora procuramos estudar as origens de recursos próprias, que é a
situação líquida ou os CAPITAIS PRÓPRIOS. A Constituição das empresas
segue um ritual próprio, formal, existindo o comprometimento dos sócios para
a formação do CAPITAL SOCIAL, integralizado, em boa parte das vezes, em
dinheiro. É a primeira origem de recursos próprios aplicado, no caso, em
dinheiro  um disponível da empresa.
São também componentes da situação líquida os resultados obtidos,
lucros ou prejuízos, na atividade operacional. Os lucros fortalecem os capitais
próprios pelo aumento na situação líquida, tornando cada vez melhor a
situação da empresa. Prejuízos seguidos podem levar à situação líquida nula,
quando consumido todo o Capital Social e à situação de passivo a descoberto,
quando ultrapassam o valor do Capital Social.
Temos, portanto:
15

PAT RIMÔNIO
ELEMENTOS POSITIVOS ELEMENTOS NEGATIVOS
ATIVO PASSIVO E SITUAÇÃO LÍQUIDA
APLICAÇÃO DE RECURSOS ORIGEM DE RECURSOS OU FONTES
 BENS:  OBRIGAÇÕES DE T ERCEIROS:
 Dinheiro  Emp. Bancários
 Mercadorias  Dup. a pagar
 Imóveis  Emp. de clientes
 DIREITOS:  SITUAÇÃO LÍQUIDA: (CAPITAL
PRÓPRIOS)
 Contas bancárias  Capital Social
 Duplicatas a receber  Reservas
 Adiantamentos a empregados

2.5.ATOS E FATOS CONTÁBEIS


Os ATOS SÃO MEDIDAS ADMINISTRATIVAS, têm a característica de não
alterar a situação patrimonial embora, potencialmente, possam trazer efeitos à
estrutura patrimonial. Pode-se destacar dentre a infinidade de atos, a
assinatura de contratos de um modo geral, a remessa de duplicatas para
cobrança bancária, dentre outros. Por si só, são atividades que não provocam
alterações patrimoniais, mas que podem trazê-las.
Os FATOS CONTÁBEIS, por outro lado, são as atividades exercidas que
modificam a estrutura patrimonial, em seus elementos e valores. Os fatos
contábeis são classïficados em:
 Fatos contábeis permutativos ou compensativos;
 Fatos contábeis modificativos;
 Fatos contábeis mistos ou compostos.

2.5.1-F
2.5.1-FATOS PERMUTATIVOS OU COMPENSATIVOS
São os fatos que modificam o valor dos bens, direitos e obrigações sem,
entretanto, alterar a situação líquida do patrimônio. Subdividem-se em:
 FATOS PERMUTATIVOS ENTRE ELEMENTOS ATIVOS, representados pela
mutação (+ A – A). É o caso de compra de mercadorias a vista, pois diminui
um elemento ativo (dinheiro) aumentando, em seu lugar, um outro elemento
ativo (mercadorias).
 FATOS PERMUTATIVOS ENTRE ELEMENTOS PASSIVOS, representados pela
mutação (+ P – P). É o caso da troca de uma obrigação por outra, de diferente
espécie.
16

 FATOS PERMUTATIVOS ENTRE ELEMENTOS ATIVOS E PASSIVOS, pelas


mutações (+ A + P) e (– A – P). Podem aumentar os totais do ativo e passivo,
chamamos aditivos, como é o caso da compra de mercadorias a prazo, pois
aumenta um elemento ativo (mercadorias) e um passivo (conta a pagar) ou
diminuir, chamamos subtrativos ou redutivos, onde temos, por exemplo, o
pagamento de uma dívida pois diminui um elemento ativo (dinheiro) e um
passivo (conta a pagar).

2.5.2-FATOS MODIFICATIVOS
Os FATOS MODIFICATIVOS têm a característica de, a partir de uma
alteração em um elemento ativo ou passivo, modificar a situação líquida do
patromônio. Subdividem-se em:
 Fatos modificativos aumentativos;
 Fatos modificativos diminutivos.
Os FATOS MODIFICATIVOS AUMENTATIVOS podem ser representados pelas
mutações (+ A + SL) e ( P + SL). Na primeira hipótese, temos, por exemplo,
o recebimento de uma receita de juros ou de serviços prestados. Um elemento
ativo, dinheiro disponível, é aumentado sem qualquer correspondência com
outro elemento ativo ou passivo, aumentanda, conseqüentemente, a situação
líquida. O segundo tipo corresponde a diminuição de uma obrigação sem
correspondência de outro elemento ativo ou passivo, que é o caso do perdão
de uma dívida ou diminuição de uma conta a pagar por abatimento dado pelo
credor do patrimônio.
Os FATOS MODIFICATIVOS DIMINUTIVOS são representados pelas mutações
( A  SL) e (+P  SL). No primeiro caso, temos como exemplo, o pagamento
dos salários dos funcionários no final do mês, diminui um elemento ativo
(dinheiro) diminuindo a situação líquida. O segundo caso, também vinculado
às despesas com pessoal, pode acontecer quando no final do mês a empresa
não paga o salário dos funcionários, utilizando uma autorização legal de pagar
apenas no início do mês seguinte, prática comum hoje. No final do mês,
entretanto, a empresa reconhece que já está devendo aquele valor, pois o fato
gerador da despesa já ocorreu, no caso, os serviços prestados pelos
funcionários. O reconhecimento é feito pelo registro aumentando uma
obrigação (salário a pagar) e diminuindo a situação líquida.

2.5.3-FATOS MISTOS OU COMPOSTOS


Os fatos mistos ou compostos são os que combinam a permutação de
elementos patrimoniais com a alteração da situação líquida. Podem, assim
como os modificativos, ser classificados em:
 Fatos mistos aumentativos;
17

 Fatos mistos diminutivos.


São provenientes de permutação entre elementos ativos, passivos ou
ativos e passivos:
 FATOS MISTOS AUMENTATIVOS  são, principalmente, os que
apresentam as seguintes mutações:
(+ A  A + SL)
É uma permutação entre elementos ativos modificando
aumentativamente a situação líquida. Como exemplo, podemos citar a venda
de mercadoria com lucro, pois, se uma mercadoria custou $ 10 e foi vendida
por $ 12, o elemento estoque é diminuído de $ 10, o caixa é aumentado de
$ 12 e a situação líquida tem um aumento de $ 2 pelo lucro.
(+ P  P + SL)
É uma permutação entre elementos passivos, aumentando a situação
líquida. Por exemplo: uma permuta de obrigações onde é concedido um
abatimento na obrigação na obrigação inicial.
( A  P + SL)
Permutações entre elementos ativos e passivos com aumento na
situação líquida. Pagamento de uma duplicata (P) com dinheiro disponível
(A) obtendo um desconto por pontualidade (+SL).
(+ A + P + SL)
Permutação aditiva, acréscimos no ativo e passivo com aumento na
situação líquida. Compra de um veículo (+A) a prazo (+P) com desconto (+SL).
As outras permutações possíveis são bem menos frequentes,
desnecessário o comentário, inclusive quando envolve vários elementos do
ativo e/ou passivo.
 FATOS MISTOS DIMINUTIVOS  são, principalmente, os que apresentam
as seguintes mutações:
(+ A  A  SL)
Permutação entre elementos ativos com diminuição da situação líquida.
Pode ser citado como exemplo, o recebimento de uma dupiicata (A) com
crédito em conta corrente bancária (+A), concedendo-se um desconto ao
cliente (SL).
(+ P  P  SL)
Permutação entre elementos passivos com redução da situação líquida.
A troca de uma obrigação com acréscimos de juros provoca este fato.
( A  P  SL)
Permutação redutiva, diminuição no ativo e passivo e redução da
situação líquida. Um dos fatos possíveis é o pagamento de uma duplicata
devida (P), com dinheiro disponível (A), inclusive juros de mora por atraso
(SL).
(+ A + P  SL)
Permutação entre elementos ativos e passivos, aumentando-as, e
diminuição da situação líquida. Um exemplo clássico é o da obtenção de um
empréstimo bancário (+P) com crédito na conta corrente da empresa (+A) e
pagamento de despesas bancárias (SL).
Estes são os principais fatos contábeis mistos diminutivos.
 FATO MISTO AUMENTATIVO
Mutação (+ A  A + SL)

ATIVO PASSIVO
Caixa 200.000,00 Dupl. A pagar 200.000,00
Bancos 100.000,00
(+A)  Dupl. a receb. 280.000,00
(A)  Mercadorias 50.000,00 SITUAÇÃO LÍQUIDA
Veículos 40.000,00 Capital Social 400.000,00
Instalações 60.000,00 130.000,00 (+SL)
TOTAL 730.000,00 TOTAL 730.000,00
 FATO MODIFICATIVO DIMINUTIVO
Mutação (A 
SL)
ATIVO PASSIVO
(A)  Caixa 190.000,00 Dupl. A pagar 200.000,00
Bancos 100.000,00
Dupl. a receb. 280.000,00
Mercadorias 50.000,00 SITUAÇÃO LÍQUIDA
Veículos 40.000,00 Capital Social 400.000,00
Instalações 60.000,00 120.000,00  (SL)
TOTAL 720.000,00 TOTAL 720.000,00

 FATO MODIFICATIVO DIMINUTIVO


Mutação (+ P 
SL)
ATIVO PASSIVO
Caixa 190.000,00 Dupl. A pagar 200.000,00
Bancos 100.000,00 Salário a pagar 50.000,00  (+P)
Dupl. a receb. 280.000,00
Mercadorias 50.000,00 SITUAÇÃO LÍQUIDA
Veículos 40.000,00 Capital Social 400.000,00
Instalações 60.000,00 Lucro 70.000,00  (SL)
TOTAL 720.000,00 TOTAL 720.000,00

 FATO MISTO DIMINUTIVO


Mutação (A P 
SL)
ATIVO PASSIVO
Caixa 190.000,00 Dupl. A pagar 150.000,00  (P)
(A)  Bancos 45.000,00 Salário a pagar 50.000,00
Dupl. a receb. 280.000,00
Mercadorias 50.000,00 SITUAÇÃO LÍQUIDA
Veículos 40.000,00 Capital Social 400.000,00
Instalações 60.000,00 Lucro 65.000,00  (SL)
TOTAL 665.000,00 TOTAL 665.000,00
 FATO MISTO AUMENTATIVO
Mutação (+ A  A + SL)

ATIVO PASSIVO
Caixa 190.000,00 Dupl. A pagar 150.000,00
(+A)  Bancos 350.000,00 Salário a pagar 50.000,00
(A)  Dupl. a receb. 0,00
Mercadorias 50.000,00 SITUAÇÃO LÍQUIDA
Veículos 40.000,00 Capital Social 400.000,00
Instalações 60.000,00 Lucro 90.000,00  (SL)
TOTAL 690.000,00 TOTAL 690.000,00

 FATO PERMUTATIVO ENTRE ELEMENTOS PASSIVOS


Mutação (+ P  P)

ATIVO PASSIVO
Caixa 190.000,00 Dupl. A pagar 0,00  (P)
Bancos 350.000,00 Promis. a pagar 150.000,00  (+P)
Mercadorias 40.000,00 Salário a pagar 50.000,00
Veículos 40.000,00 SITUAÇÃO LÍQUIDA
Instalações 60.000,00 Capital Social 400.000,00
Lucro 90.000,00
TOTAL 690.000,00 TOTAL 690.000,00

 FATO MODIFICATIVO AUMENTATIVO


Mutação (+ A + SL)

ATIVO PASSIVO
(+A)  Caixa 220.000,00 Promis. A pagar 150.000,00
Bancos 350.000,00 Salário a pagar 50.000,00
Mercadorias 50.000,00
Veículos 40.000,00 SITUAÇÃO LÍQUIDA
Instalações 60.000,00 Capital Social 400.000,00
Lucro 120.000,00  (+SL)
TOTAL 720.000,00 TOTAL 720.000,00
3. CAPITAL

3.1 CONCEITO
Várias ciências apontam definições próprias de CAPITAL. A economia tem
duas correntes: uma leva em conta a qualidade dos elementos componentes
do patrimônio e a sua capacidade de gerar riquezas; uma outra situa o capital
como uma categoria histórica, não geradora de riquezas. De uma forma geral,
considera o capital como o conjunto de bens como máquinas, equipamentos,
matéria-primas e outros utilizados para a obtenção de outros bens. O direito
considera capital o valor registrado sob este título no contrato social registrado
da empresa. Na contabilidade, diversos conceitos de capital são apresentados.
Destacamos os seguintes:

3.1.1 CAPITAL NOMINAL OU LEGALIZADO


E igual ao conceito adotado no direito. Corresponde aos recursos
aplicados na constituição da empresa, na forma de bens e/ou direitos e
constante no Contrato Social. Novas destinações podem acontecer com
injeção de recursos ou aproveitamento das reservas acumuladas na empresa.
A sua alteração, mesmo contábil, só acontece pela formalização nos órgãos de
registro do comércio. A diminuição de seu valor também pode acontecer,
embora mais difícil.

3.1.2 CAPITAL PRÓPRIO OU LÍQUIDO


Corresponde à situação líquida até agora estudada. É um fundo de
valores pertencentes a uma pessoa, abrangendo não só os valores
inicialmente aplicados na empresa, como também as reservas provenientes de
sua operação, ou não. É o patrimônio líquido.

3.1.3 CAPITAL DE TERCEIROS


É o montante de recursos de terceiros ao patrimônio, postos a
disposição deste para o desenvolvimento de sua operação. São as obrigações
da empresa.

3.1.4 CAPITAL A DISPOSIÇÃO DA EMPRESA


É o montante de recursos que a empresa dispõe para o atingimento de
seus fins. Fundo de valores composto do capital próprio ou líquido e de
terceiros apreciáveis monetariamente.
Alguns outros conceitos de capital surgem decorrentes da legislação
comercial dentre os quais destacamos:

3.1.4.1 Capital Autorizado


Não é de muita utilização embora exista a previsão. É um limite fixado
nos estatutos sociais, em valor ou número de ações, até o qual pode haver a
deliberação de aumentar o capital da companhia sem uma reforma no estatuto.

3.1.4.2 Capital Subscrito


É o montánte de recursos "prometido" pelos sócios a ser entregue, com
contribuições em dinheiro ou bens suscetíveis de avaliação em dinheiro, à
empresa.

3.1.4.3 Capital a Integralizar


Corresponde a diferença entre o capital subscrito e o montante de
recursos já entregues pelo subscritor.

3.1.4.4 Capital Realizado


É o capital subscrito menos a parcela a integralizar. Corresponde os
valores entregues pelos subscritores do capital.
4. CONTAS

4.1 CONCEITO DE CONTA


"Conta é o registro de débitos e créditos da mesma natureza,
identificados por um título que qualifica um componente do patrimônio ou uma
variação patrimonial".
"Conta é a representação gráfica da relação débito-crédito de um fato
administrativo".
"Conta é a representação gráfica das mutações patrimoniais de uma
mesma espécie e agrupadas sob um título, referentes a uma pessoa".

4.2 T EORIA DAS CONTAS


Muitos foram os estudiosos que se dedicaram ao estudo das contas.
Dezenas de teorias, durante anos apresentadas, algumas perfeitamente
fundamentadas e outras sem qualquer cunho lógico.
Restam, ainda hoje, três teorias ainda usuais seja pela sua facilidade no
entendimento da ciência contábil, seja pela estrutura de classificação das
contas apresentadas. São:
 Teoria Personalística ou Personalista das contas, que teve como
maiores divulgadores: Marchi, Cerboni, Rossi e outros.
 Teoria Materialística ou da Materialidade das contas, com Fábio
Besta, Morrison e, com variações, Kester, Durmarchey e outros.
 Teoria Patrimonialista, partícipe da Teoria Moderna da Contabilidade.

4.2.1 TEORIA PERSONALÍSTICA


Classifica as contas em:
 Contas de agentes consignatários;
 Contas de correspondentes; e
 Contas do proprietário.
Os AGENTES CONSIGNATÁRIOS são "pessoas" nomeadas pelo proprietário
da empresa para serem os responsáveis pela guarda dos BENS. Cada agente
consignatário é o responsável pelo conjunto de bens de mesma natureza.
Teríamos, pois, a conta veículos como um responsável pelos veículos da
empresa; a conta caixa como um responsável pela guarda do dinheiro, etc.
Os CORRESPONDENTES são "pessoas" que mantém relação de débito e
crédito com o proprietário da empresa. São as contas de DIREITOS e
OBRIGACÕES.
As CONTAS DO PROPRIETÁRIO são as contas de controle direto do
proprietário da empresa, dentre elas as contas Capital, Reservas, Receitas e
Despesas que compõem a SITUAÇÃO LÍQUIDA.
O princípio desta teoria, que as contas são pessoas, é importante para o
entendimento do "débito" e "crédito". Tanto os agentes consignatários como os
correspondentes são pessoas com ligação direta com o proprietário do
patrimônio mantendo, com este, uma relação de natureza obrigacional.
Tomemos como exemplo o agente consignatário responsável pelo dinheiro da
empresa, o SENHOR CAIXA. Logo, o Senhor Caixa tendo dinheiro do
proprietário é um DEVEDOR deste. Na medida em que mais dinheiro lhes é
entregue, MAIS DEVEDOR ele se torna, sendo, pois, DEBITADO. Se por outro lado
o proprietário necessita de dinheiro para fazer um pagamento qualquer, MENOS
DEVEDOR ele se torna, sendo esta uma operação de CRÉDITO do Senhor Caixa
perante o proprietário do patrimônio.
O CRÉDITO e o DÉBITO são definidos, em cada operação, pela situação do
agente consignatário ou do correspondente perante o proprietário do
patrimônio. Uma conta de obrigação, por exemplo, será creditada quando a
"pessoa obrigação" tiver mais direitos (crédito) perante o proprietário, que é o
caso de uma compra a prazo feita pelo proprietário do patrimônio.
As contas do proprietário devem ser encaradas pela terminologia
cotidiana. O CRÉDITO são ocorrências positivas e o DÉBITO, negativas. Quando
é obtida uma receita, a conta utilizada é CREDITADA e, quando ocorre uma
despesa, esta conta será DEBITADA.

4.2.2 TEORIA MATERIALÍSTICA


A teoria materialística classifica as contas em:
 Contas INTEGRAIS ou ELEMENTARES;
 Contas DIFERENCIAIS ou DERIVADAS.
As CONTAS INTEGRAIS é o conjunto de contas que compõe o patrimônio
da entidade sejam positivas (bens e direitos) sejam negativas (obrigações). A
forma variante da teoria adotou dividir contas integrais em dois grupos: as
CONTAS DE ATIVO (bens e direitos) e as CONTAS DE PASSIVO (obrigações).
As CONTAS DIFERENCIAIS são as contas que determinam as variações na
situação patrimonial, ou seja, as contas de situação líquida (Capital, Reservas,
Receitas e Despesas), correspondendo às contas do proprietário da teoria
personalística. Na variante desta teoria chamam-se CONTAS DO LÍQUIDO OU DA
SITUAÇÃO LÍQUIDA.
4.2.3 TEORIA PATRIMONIAL
É a teoria mais em uso atualmente. Classifica as contas em:
 Contas PATRIMONIAIS
 Contas DE RESULTADO
As CONTAS PATRIMONIAIS são as que demonstram a estrutura patrimonial
com seus elementos positivos e negativos havendo, entretanto, o destaque do
Patrimônio Líquido. As contas patrimoniais evidenciam a POSIÇÃO ESTÁTICA DO
PATRIMÔNIO em determinado momento. São contas patrimoniais as
representativas dos BENS, DIREITOS, OBRIGAÇÕES e PATRIMÔNIO LÍQUIDO (Capital
Social, Reservas e Prejuízos Acumulados).
As CONTAS DE RESULTADO são as contas que provocam as alterações do
patrimônio. Evidenciam a DINÂMICA PATRIMONIAL, ou seja, os motivos pelos
quais o patrimônio cresceu ou decresceu. São contas de resultado as
representativas das receitas, custos e despesas. Observamos que as contas
de resultado têm um período certo de duração sendo transferidas para a nova
posição patrimonial e posteriormente reiniciadas, enquanto as patrimoniais
não sofrem esta descontinuidade.

4.3 DÉBITO, CRÉDITO E SALDO


Simplificadamente as contas podem ser representadas em forma de "T",
mais fácil de trabalhar e contemplando apenas alguns dos elementos acima.
Seria:

TÍTULO DA CONTA
D C

Onde o lado esquerdo recebe os valores lançados a DÉBITO, o lado


direito os valores lançados a CRÉDITO e o saldo apurado ao final pela diferença
entre DÉBITOS e CRÉDITOS.
A representação acima é comumente denominada RAZONETE ou
REPRESENTACÁO EM T da conta.
A sistemática de débito e crédito é constrangedora para o iniciante no
estudo da contabilidade, normalmente correspondente ao inverso do que se
pensa. Temos que ultrapassar esta barreira, não é?
Já apresentamos, para facilitar a compreensão do débito e crédito, como
ocorre a movimentação dos elementos patrimoniais, quem aumenta de valor e
quem diminui; fluxo de recursos-origens e aplicações; apresentamos a teoria
personalística das contas que dá uma excelente ideia de como se comportar
para identificar o débito e créditos nas contas de agentes consignatários e de
correspondentes. Agora vamos concluir a teoria DEVEDOR x CREDOR.

4.3.1 DÉBITO
Temos, até agora, três grupos de contas: as ativas (bens e direitos), as
passivas (obrigações com terceiros) e a situação líquida (obrigações da
empresa com os seus proprietários, como por exemplo o capital, as reservas,
os lucros e os prejuízos).
As CONTAS DO ATIVO são debitadas quando AUMENTAM o seu valor em
virtude do fato contábil. Equivale a dizer que a "pessoa" ficou devendo mais ao
proprietário do patrimônio ou que foram APLICADOS RECURSOS na aquisição de
bens ou direitos.
As CONTAS DO PASSIVO são DEBITADAS quando DIMINUEM de valor em
virtude da ocorrência. Equivale a dizer que o correspondente ficou com um
crédito menor junto ao proprietário do patrimônio ou que FORAM APLICADOS
RECURSOS no pagamento das obrigações.
As CONTAS DE SITUAÇÃO LÍQUIDA tem o mesmo comportamento que as
contas do passivo. Devemos ressaltar que as contas de despesas e receitas
têm o comportamento "normal", ou seja, as despesas, quando aumentam de
valor são debitadas, pois foi uma aplicação de recursos naquele elemento
além de ter havido uma diminuição da situação líquida. Não falaremos por ora
em débito nas contas de receitas.
Temos:
DÉBITO
DÉBITO

SITUAÇÃO
SITUAÇÃO
ATIVO
ATIVO PASSIVO
PASSIVO LÍQUIDA
LÍQUIDA

Aumento
Aumento Diminuição
Diminuição Diminuição
Diminuição
dovalor
do valor dovalor
do valor dovalor
do valor

Aplicação
Aplicação Aplicação
Aplicação Aplicação
Aplicação
de recursos
de recursos de recursos
de recursos de recursos
de recursos

4.3.2 CRÉDITOS
Os créditos são, em cada fato específico, o originador dos recursos que
são aplicados na conta que é debitada. Tem, pois funcionamento inverso do
débito.
As CONTAS DO ATIVO são CREDITADAS quando tem o seu valor diminuído.
Equivale a dizer que a "pessoa" ficou devendo menos ao proprietário do
patrimônio. Dessa "pessoa" ORIGINAM-SE OS RECURSOS para a aquisição de
outros bens/direitos ou para pagamento de obrigações.
As CONTAS DO PASSIVO quando tem o seu valor aumentado são
creditadas. O correspondente forneceu o recurso e ficou com um crédito maior
com o proprietário do patrimônio.
As CONTAS DE SITUACÃO LÍQUIDA também têm o mesmo comportamento
das contas do passivo. Desta feita destacamos as contas de receitas que,
quando tem o seu valor aumentado são creditadas, são origens de recursos e,
além disso, fazem crescer a situação líquida.
CRÉDITO
CRÉDITO

SITUAÇÃO
SITUAÇÃO
ATIVO
ATIVO PASSIVO
PASSIVO LÍQUIDA
LÍQUIDA

Diminuição
Diminuição Aumento
Aumento Aumento
Aumento
dovalor
do valor dovalor
do valor dovalor
do valor

Origem
Origem Origem
Origem Origem
Origem
de recursos
de recursos de recursos
de recursos de recursos
de recursos

4.3.3 SALDO
O saldo de uma conta é determinado pela diferença entre débitos e
créditos sendo devedor, se os débitos forem maiores que os créditos, ou
CREDOR, se os créditos forem maiores que os débitos. Como consequência
temos que contas do ativo têm natureza devedora; as CONTAS DO PASSIVO E DO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (Capital e Reservas) TEM NATUREZA CREDORA; as contas de
DESPESA (menos situação líquida) DEVEDORA e as contas de RECEITAS (mais
situação líquida) CREDORAS. A conta caixa, por exemplo, sempre terá saldo
devedor ou, no máximo, zero. A conta duplicatas a pagar sempre será credora
ou zero, pois, ou existem duplicatas a pagar (saldo credor) ou não (saldo zero).
Deve ser observado, também, para a determinação do saldo da conta,
se existia algum saldo anterior a ser transferido de um período para outro, pois
deve ser levado em consideração.
Para exemplificar, consideremos os seguintes fatos envolvendo a conta
Bancos c/ movimento:
1) Saldo anterior .................................................R$ 200.000,00;
2) Pagamento de uma duplicata com cheque......R$ 50.000,00;
3) Depósito bancário............................................R$ 30.000,00;
4) Desconto de um cheque para suprir o caixa... R$ 100.000,00.
O razonete seria:
BANCOS C/MOVIMENTO
(1) 200.000,00 50.000,00 (2)
(3) 30.000,00 100.000,00 (4)

TOTAL DÉBITOS TOTAL CRÉDITO


(OPCIONAL)
230.000,00 150.000,00 (OPCIONAL)

SALDO FINAL 80.000,00

(1), (2), (3) e (4)  saldo anterior e fatos contábeis.


Observe os fatos e justifique os registros a débito e a crédito. Estamos
estudando, no caso, só a conta Bancos c/ movimento.
Em resumo, podemos a apresentar o quadro abaixo:

GRUPOS DÉBITOS CRÉDITOS NATUREZA DO SALDO


Ativo Aumenta Diminui Devedor
Passivo Diminui Aumenta Credor
Situação Patr. Líquido  credor
Líquida Diminui Aumenta Receitas  credor
Despesas  devedor

4.4 PLANO DE CONTAS


As contas utilizadas pelas empresas devem ser ordenadas de forma a
permitir a uniformidade na escrituração de fatos semelhantes, facilitar o
conhecimento da riqueza patrimonial e atender às normas legais e princípios
contábeis.
A relação ordenada das contas utilizadas pela empresa com as suas
funções e funcionamento é o Plano de Contas, assim definido:
"Conjunto harmonioso de contas a ser utilizado pela empresa, baseado
nos seus objetivos atuais, nas informações necessárias à administração e nas
exigências legais em vigor".
Na elaboração do plano de contas deve ser levado em conta a
complexidade das operações desenvolvidas pela empresa de forma a torná-la
não excessivo e de difícil consulta. Deve ser FLEXÍVEL, ou seja, adaptar-se com
facilidade às alterações internas e externas devido a novos tipos de fatos
provocados pela administração ou pela própria estrutura do País, suprimindo
ou adicionando novas contas.
O plano de contas, para satisfazer seus objetivos, deve ser simples
tanto no que se refere à consulta, como na interpretação da função e
funcionamento das contas, visto ser, no processo de escrituração, muito
consultado pelos responsáveis.
Entende-se por FUNCÃO da conta aquilo a que ela deve representar. Se
tivermos exemplo a conta DUPLICATAS A PAGAR, a sua função é: registrar as
obrigações da empresa em virtude de compras efetuadas a prazo e
representadas por duplicatas. O FUNCIONAMENTO da conta diz respeito a
quando ela deve ser debitada e quando creditada, ficando bem clara a sua
interveniência a débito e a crédito. Na conta acima teríamos,
simplificadamente, que seria debitada pelo pagamento da duplicata e creditada
pelas compras à prazo, representada por duplicatas. Alguns planos de contas
destacam, ainda o relacionamento da conta em estudo com as demais contas
utilizadas pela empresa.
O ELENCO DE CONTAS difere do plano de contas por ser, apenas, uma
relação das contas utilizadas pela empresa não contendo as suas respectivas
funções e funcionamento. É uma parte do plano de contas. Apresentamos
abaixo um elenco de contas para uma maior visualização da estrutura
normalmente adotada pelas empresas comerciais. Recomendamos uma leitura
minuciosa.
ELENCO DE CONTAS
1 ATIVO
1.1 ATIVO CIRCULANTE
1.1.1 DISPONIBILIDADES
Caixa
Bancos conta movimento
Aplicações de liquidez imediata
1.1.2 REALIZÁVEL A CURTO PRAZO
Duplicatas a receber
(-) Duplicatas descontadas
(-) Provisão para devedores duvidosos
Empréstimos a receber
Adiantamentos a empregados
Impostos a recuperar
Estoques:
Produtos acabados
Mercadorias para revenda
Materiais de consumo
Matérias primas
Adiantamento a fornecedores
Prêmios de seguros a apropriar
Assinaturas e anuidades a apropriar
1.2 ATIVO NÃO CIRCULANTE
1.2.1 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
Clientes
Títulos a receber
Empréstimos a sócios
Empréstimos a coligadas
Empréstimos compulsórios
1.2.2 INVESTIMENTOS
Participações em outras empresas
Obras de arte
Imóveis não de uso (para renda)
1.2.3 IMOBILIZADO
Terrenos
Imóveis
Instalações
Maquinas e equipamentos
Moveis e utensílios
Veículos
(-) Depreciação acumulada
1.2.4 INTANGÍVEL
Concessões
Desenvolvimento de produtos
Direitos autorais
Franquias
Fundo de comércio
Marcas e patentes
Software ou Programa de computador
(-) Amortização acumulada

2. PASSIVO
2.1 PASSIVO CIRCULANTE
2.1.1 EXIGÍVEL A CURTO PRAZO
Financiamentos bancários
Títulos a pagar
Fornecedores nacionais
Fornecedores estrangeiros
ICMS a recolher
IPI a recolher
FGTS a recolher
INSS a recolher
IRF a recolher
Outros impostos e taxas
Salários e ordenados a pagar
Adiantamentos de clientes
Encargos sociais a pagar
Dividendos propostos
Férias
13º salário
2.2 PASSIVO NÃO CIRCULANTE
2.2.1 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
Empréstimos
Financiamentos - outros

2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO


2.3.1 CAPITAL SOCIAL
Capital subscrito
(-) Capital a integralizar
2.3.2 RESERVAS
De capital
De lucros
Estatutária
Para contingências
2.3.3 PREJUÍZOS ACUMULADOS
Prejuízos acumulados
2.3.4 ( - ) LUCROS DISTRIBUÍDOS
Lucros distribuídos

3. CONTAS DE RESULTADO
3.1 RECEITA BRUTA
3.1.1 RECEITA BRUTA DE VENDAS E SERVIÇOS
Venda de produtos
Venda de mercadorias
Prestação de serviços
3.2 DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA
3.2.1 DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA
Vendas canceladas
Abatimentos
Impostos incidentes sobre vendas
3.3 CUSTOS
3.3.1 CUSTOS
Custo das mercadorias vendidas
Custo dos produtos vendidos
Custo dos serviços prestados
3.4 DESPESAS OPERACIONAIS
3.4.1 DE VENDAS
Despesas com pessoal
Comissões sobre vendas
Propaganda e publicidade
3.4.2 ADMINISTRATIVAS
Despesas com pessoal
Pró-labore
Depreciação e amortização
Energia elétrica
Aluguel
Água e luz
Seguros
Fretes
Despesas gerais
3.4.3 RESULTADO FINANCEIRO
Despesas financeiras
Juros pagos
Descontos concedidos
Despesas bancárias
Variações monetárias passivas
Receitas financeiras
Juros recebidos
Descontos obtidos
Variações monetárias ativas
3.5 RESULTADOS NÃO OPERACIONAIS
3.6 PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES
5. ESCRITURAÇÃO
É uma das técnicas que a contabilidade utiliza para atingir os seus
objetivos. Cuida do registro dos fatos contábeis mediante normas e princípios
próprios da contabilidade possibilitando o entendimento e a extração das
informações sobre a situação patrimonial. A contabilidade demonstra toda a
história de uma empresa sendo implacável no registro das ocorrências. A
escrituração fornece estes elementos, sendo um "idioma" conhecido dos
estudiosos da ciência contábil.

5.1 MÉTODOS DE ESCRITURAÇÃO


A título meramente ilustrativo, podemos classificar os métodos de
escrituração em:
 Método das partidas simples
 Método das partidas dobradas
O MÉTODO DAS PARTIDAS SIMPLES está totalmente em desuso para a
aplicação na contabilidade por serem específicos para alguns elementos
patrimoniais, enquanto, a contabilidade deve trabalhar como um todo
interrelacionado.
Pelo MÉTODO DAS PARTIDAS SIMPLES são escrituradas apenas as contas
de correspondentes para controle dos direitos e obrigações. Não considera em
seus registros os bens e os elementos formadores da situação líquida que são
apurados da seguinte forma: OS BENS, por inventário; a SITUACÃO LÍQUIDA, por
diferença entre ativo e passivo e, o RESULTADO, pela evolução da situação
líquida de um ano para outro.
O MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS é o método universalmente adotado
para a escrituração. Movimenta toda a estrutura patrimonial e de resultados
preconizando a igualdade dos elementos positivos e negativos do patrimônio.
O método, exposto pelo frade franciscano Lucca Paccioli, em 1494,
revolucionou todo o estudo da contabilidade permitindo ser hoje uma ciência.
O método das partidas dobradas tem um princípio fundamental:
"Não há devedor sem credor e vice-versa"
Equivale a dizer: para cada registro ou soma de registros a débito,
haverá um registro ou soma de registros a crédito, de igual valor.
Decorrentes do princípio fundamental temos alguns corolários:
 a soma dos débitos é sempre igual dos créditos;
 a soma de todos os saldos devedores é sempre igual a soma dos
saldos credores;
 A soma do ativo, constituído de contas de natureza devedora e
representativas das aplicações de recursos é sempre igual a soma do passivo,
constituído de contas de natureza credora e representativas da origem de
recursos, próprios e de terceiros.

5.2 PROCESSO DE ESCRITURAÇÃO


A escrituração, durante os anos e devido ao desenvolvimento
tecnológico, tem passado por diversas formas de fazer, ainda hoje existentes:
 ESCRITURACÃO MANUAL  todo o processo de escriturar os fatos
contábeis, nos diversos livros existentes, é feito a mão.
 ESCRITURAÇÃO MAQUINIZADA  utiliza máquinas de datilografar
normais. Adota-se, às vezes, formulários próprios  slips ou vouchers  que,
após datilografados com os lançamentos dos fatos contábeis são transferidos
por meio de gelatina para os livros próprios.
 ESCRITURACÃO MECANIZADA  utiliza máquinas desenvolvidas para a
escrituração contábil. Permite a escrituração simultânea do Diário e Razão, em
folhas ou fichas, podendo ser transferido por decalque ou colecionado em
folhas soltas, sob determinadas condições legais.
 ESCRITURAÇÃO INFORMATIZADA  é prática comum do sistema de
informatização para a escrituração contábil. Apresenta diversas vantagens
como: higiene, rapidez, capacidade de processar grandes volumes de
informações, etc. Uma de suas desvantagens é a necessidade de utilização de
códigos e padrões tendo o responsável um período para adaptação, hoje todas
as empresas utilizam-se da contabilidade informatizada.

5.3 LANÇAMENTO OU PARTIDA CONTÁBIL


O LANCAMENTO CONTÁBIL é o registro de um fato contábil. Utiliza-se para
os lançamentos o método das partidas dobradas, além de elementos
essenciais e fórmulas, de modo a tornar possível a interpretação do fato
ocorrido com influência no patrimônio.

5.4 FUNÇÕES DO LANÇAMENTO CONTÁBIL


Duas funções são destacadas:
 FUNÇÃO HISTÓRICA  relaciona-se com a ordem cronológica
obrigatória a ser seguida nos assentamentos contábeis e, mais
especificamente, nos registros contábeis.
 FUNÇÃO MONETÁRIA  por estarem os fatos contábeis envolvidos com
valores que alteram elementos do patrimônio e/ou resultado, o lançamento tem
como uma de suas funções, registrar esse valor e o seu agrupamento segundo
a natureza.

5.5 ELEMENTOS ESSENCIAIS DO LANÇAMENTO


Os elementos essenciais do lançamento são cinco:
 Local e data;
 Conta(s) debitada(s);
Conta(s) creditada(s);
 Histórico;
 Valor.
O LOCAL E DATA e o HISTÓRICO exercem a FUNCÃO HISTÓRICA do
lançamento e os demais elementos, CONTA DEBITADA CONTA CREDITADA E VALOR,
A FUNCÃO MONETÁRIA.
O HISTÓRICO nada mais é que uma descrição clara e simplificada do fato
contábil.

5.6 FÓRMULAS DE LANÇAMENTO


Segundo a quantidade de contas debitadas e creditadas utilizadas para
o registro do fato, existem quatro fórmulas de lançamento no Livro Diário:
LANÇAMENTOS DE 1a FÓRMULA: UM DÉBITO X UM CRÉDITO

DÉBIT
DÉBIT CRÉDIT
CRÉDIT
OO OO

Os modelos do lançamento contábil de 1a fórmula:

Local,data
Local, data
Contadebitada
Conta debitada
aaConta
Contacreditada
creditada
Histórico
Histórico Valor
Valor

ou

Local,data
Local, data
DD--Conta
Contadebitada
debitada
C - Conta creditada
C - Conta creditada
Histórico
Histórico Valor
Valor
ou

Local,data
Local, data

Contadebitada
Conta debitada Valoraadébito
Valor débito
Conta creditada
Conta creditada Valoraacrédito
Valor crédito

Histórico
Histórico
Os modelos apresentados são bastante usuais, todos, e objetivamos,
com a sua apresentação, familiarizar as representações do lançamento.
Devemos observar que a partícula "a" é um identificador da(s) conta(s) que é
(são) creditada(s).
No terceiro modelo as colunas representam os livros de escrituração
que trazem à esquerda a coluna de débitos e à direita, a de créditos. O
posicionamento das contas também é convencionado.
Incontáveis são os fatos, tomemos como exemplo, um depósito bancário
no Banco do Brasil:

Belo Horizonte, 06 de janeiro de 20xxx


BANCOS C/ MOVIMENTO
Banco do Brasil S/A
a CAIXA
Valor n/depósito conf.
recibo nº 123.456 ........................................................10.000,00
ou uma compra de mesas e cadeiras, para uso, a prazo, mediante aceite de
duplicatas:

Belo Horizonte - MG, 15 de fevereiro de 20xxx.


D - MÓVEIS E UTENSÍLIOS
C - DUPLICATAS A PAGAR
Fornecedor "X"
Valor s/ Nota Fiscal nº 1515 ref.
aquisição de mesas e cadeiras
marca "Jet Ski".....................................................200.000,00
LANÇAMENTOS DE 2a FÓRMULA: UM DÉBITO X MAIS DE UM CRÉDITO
CRÉDITO

DÉBITO

Local,data
Local, data
DÉBITO
Conta
Modelo debitada contábil de 2a fórmula:
do debitada
Conta lançamento
aaDiversos
Diversos
aaConta creditada 11
Contacreditada
Histórico  11
Histórico crédito  11
Valorcrédito
Valor
a Conta creditada
a Conta creditada  2 2
Histórico 22
Histórico Valor crédito 22 Total
Valorcrédito Totalde
dedébito
débito

Local,data
Local, data

DD––Conta
Contadebitada
debitada
Histórico débito
Histórico débito valordébito
valor débito
CC––Diversos
Diversos
C – creditada––11 ou
Contascreditada
C – Contas
Histórico crédito––11
Histórico crédito valorcrédito
valor crédito ––11
CC––Conta
Contacreditada
creditada––22
Histórico crédito––22
Histórico crédito valorcrédito
valor crédito––22

Existem, como visto acima, variantes no modelo de 2 a fórmula. No


primeiro caso, o valor à direita seria o totalizador da conta única (debitada); no
segundo caso, obedece ao posicionamento das colunas do Diário. Temos a
destacar a utilização da palavra "Diversos" quando, na ocorrência, mais de
uma conta é creditada e/ou, veremos adiante, debitada.
Para exemplificar consideremos o seguinte fato: Recebimento de uma
duplicata com juros.
Belo Horizonte - MG, 15 de janeiro de 20xxx
CAIXA
a DIVERSOS
a DUPLICATAS A RECEBER
Pedro Filó Recebido dupl. nº 415 vencida
dia 10 p.passado............................................40.000,00
a JUROS DE MORA ATIVOS
Recebido juros por mora dupl. nº 415 venc
10/01/99 .......................................................... 2.000,00 42.000,00

MODELO DO LANÇAMENTO CONTÁBIL DE 3a FÓRMULA

CRÉDITO

DÉBITO

DÉBITO

Modelo do lançamento contábil de 3a fórmula:

Local,data
Local, data

Diversos
Diversos
a Conta creditada
a Conta creditada
Conta debitada––11
Conta debitada
Histórico ––11
Histórico valordébito
valor débito ––11
Contas creditada––22
Contas creditada
Histórico ––22
Histórico valorcrédito
valor crédito ––22Total
Totalcrédito
crédito
Exemplo: aquisição de um imóvel com pagamento à vista, em cheque:

Belo Horizonte - MG, 31 de janeiro de 20xxx.


DIVERSOS
a BANCOS C/ MOVIMENTO
Banco Real S/A

TERRENOS
Vr. Terreno à Rua Y com área de
200 m2 adquirido do Sr. Fulano conforme
escritura no cartório tal....................... 15.000.000,00

EDIFICAÇÕES
Vr. Edificação encravada no terreno acima,
com área de 150 m2.............................20.000.000,00
35.000.000,00

LANÇAMENTO DE 4A FÓRMULA: MAIS DE UM DEVEDOR X MAIS DE UM


CREDOR:

Débito Crédito

Débito Crédito

MODELO DO LANÇAMENTO CONTÁBIL DE 4a FÓRMULA:

Local,data
Local, data

DIVERSOS
DIVERSOS
a DIVERSOS
a DIVERSOS
debitada 11
Contadebitada
Conta
Histórico ––11
Histórico vr.débito
vr. débito ––11
Contadebitada
Conta debitada ––22
Histórico ––22
Histórico vr.débito
vr. débito ––22 Total
Totaldébitos
débitos
aaConta
Contacreditada
creditada ––11
Histórico ––33
Histórico vr.crédito
vr. crédito ––11
a Conta creditada ––22
a Conta creditada
Histórico ––44
Histórico vr.crédito
vr. crédito ––22 Total
Totalcréditos
créditos
Os lançamentos de 4a fórmula são muito pouco utilizados. Podemos
apresentar o seguinte exemplo: Resgate de aplicação no Fundo de Aplicação
Financeira, com crédito em conta corrente bancária e incidência de IOF.

Belo Horizonte - MG, 31 de janeiro de 20xxx.


DIVERSOS
a DIVERSOS
BANCOS C/ MOVIMENTOS
Caixa Econômica Federal
Vr. líquido do resgate de FAF..................... 109.000,00
DESPESAS TRIBUTÁRIAS
Impostos s/Operações Financeiras
Vr. IOF s/resgate FAF.................................. 1.000,00 110.000,00

a APLICAÇÕES DE LIQUIDEZ IMEDIATA


Fundos de Aplicação Financeira
Vr. resgate FAF............................................ 100.000,00

a RECEITAS FINANCEIRAS
Renda de Aplicações Financeiras
Vr. rendimentos FAF no período
03/2/98 a 06/12/98....................................... 10.000,00 110.000,00

Os modelos apresentados, repetimos, têm simplesmente o objetivo de


familiarização. Maior atenção deve ser dada à identificação do fato, contas
alteradas e se estas alterações provocaram um crédito ou um débito.
Doravante utilizaremos nos lançamentos contábeis formas simplificadas
sem datas e históricos.
FORMALIDADES INTRÍNSECAS: são fomalidades a serem observadas na
escrituração dos livros. Os livros deverão:
 ser escriturados em rigorosa ordem cronológica;
 obedecer um método de escrituração uniforme, em língua e moeda
nacionais, de forma mercantil, com individualização e clareza;
 não ter rasuras, emendas, entrelinhas, raspaduras ou borrões,
espaços em branco, observações ou escritas à margem.
5.7 LIVROS CONTÁBEIS

Como já vimos, a escrituração contábil é feita, basicamente, em dois


livros: o DIÁRIO e o RAZÃO.
Existem ainda os livros de controle interno e os diários auxiliares,
utilizados por muitas empresas como recursos que ajudam a Contabilidade no
controle de seus trabalhos.
Os livros de controle interno tanto podem estar conjugados com a
Contabilidade, conforme o plano de contas, quanto mantidos nas respectivas
seções, sem que estejam ligados aos lançamentos de diário. Quando
extracontábeis servem para conferência diária ou mensal dos saldos das
contas apresentadas no Balancete extraído do razão. Exemplos: livro caixa
(ou, simplesmente, caixa) livro de contas a pagar, de contas a receber, de
contas correntes, de controle de estoques etc.
Cada página do livro utilizada para controle de um cliente ou fornecedor,
de um Banco ou de um tipo de mercadoria ou material. O funcionamento se dá
em três colunas: débitos, créditos e saldos, ou entradas, saídas e saldos.
Os diários auxiliares diferenciam-se dos livros de controle por se
revestirem das formalidades intrínsecas e extrínsecas exigidas por lei. Sua
adoção fica a critério da entidade  geralmente se dá em função do porte da
empresa, pois acarreta uma racionalização de seus serviços.
Vamos citar alguns: diário auxiliar de caixa, diário de recebimentos e
pagamentos, diário de Bancos, de contas a receber, de contas a pagar, de
compras, de vendas.
Um livro contábil muito utilizado é o diário auxiliar de caixa. Sua função
é controlar a entrada e a saída de dinheiro (em moeda ou cheque). Nele, todos
os recebimentos são registrados como débito de caixa, e todos os pagamentos
como crédito de caixa. Por esse motivo, a entidade que o utiliza dispensa o
diário de recebimentos e pagamentos.
Em substituição a esse livro, muitas empresas utilizam o boletim de
caixa, o qual contém duas vias: a primeira, destacável, que acompanha os
documentos enviados à seção de Contabilidade, e a outra, fixa, que forma o
bloco, de arquivo sequencial e cronológico, e fica em poder do departamento
que realiza o controle.

5.7.1 LIVROS DE ESCRITURAÇÃO


Do ponto de vista contábil, a escrituração é feita, basicamente em dois
livros: (o DIÁRIO, e o RAZÃO).
5.7.1.1 Livro Obrigatório
 o Livro DIÁRIO

5.7.1.2 Livros Facultativos


 Livros de controle internos utilizados para auxiliar na contabilidade. O
mais importante desses livros é o RAZÃO.
O Livro Diário é um livro OBRIGATÓRIO, cronológico e principal que tem
por função abrigar toda a movimentação da empresa, dia-a-dia, representada
pelos lançamentos contábeis. É o livro que "conta a vida da empresa". O livro
Diário, que deve ter numeração tipográfica seqüencial, pode ser substituído
por fichas soltas ou avulsas, também numeradas.
É admitida a escrituração resumida no Diário, por totais que não
excedam o período de um mês das contas cujas operações sejam numerosas
ou realizadas fora da sede do estabelecimento, desde que utilizados livros
auxiliares para o registro individualizado.
O livro RAZÃO é, com a nova determinação legal citada, OBRIGATÓRIO
pela legislação fiscal, SISTEMÁTICO E PRINCIPAL. Registra todas as operações
ocorridas na empresa e anteriormente registradas no Diário só que a sua
forma de ordenação toma por preponderante a conta, daí ser sistemático. O
livro Razão, por sua forma de escriturar, permite que a cada momento seja
conhecido o saldo de todas as contas devendo, pelo método das partidas
dobradas, a soma de todos os saldos devedores ser igual a soma de todos os
saldos credores. É de enorme utilidade nas conciliações de contas,
levantamento de balancetes de verificação e demais demonstrativos. Podemos
até generalizar dizendo que o livro Diário guarda a importância histórica pelo
registro cronológico dos fatos mas, operacionalmente, o livro Razão é o mais
importante.

5.7.2 FORMALIDADES DOS LIVROS DE ESCRITURAÇÃO


Os livros de escrituração obrigatórios devem obedecer algumas
formalidades exigidas pela legislação comercial. São elas:
FORMALIDADES EXTRÍNSECAS: são as formalidades ligadas à
apresentação dos livros obrigatórios. Estes deverão:
 ser encadernados;
 ter suas folhas numeradas tipograficamente;
 ter termo de abertura e de encerramento onde conste,
resumidamente, os dados da empresa, do livro (número de folhas, qual o livro,
número de ordem do livro) e a assinatura dos responsáveis.
Alguns livros obrigatórios deverão também, ter autenticações (Junta
Comercial, coletorias, etc) que consideramos uma outra formalidade a ser
observada.
Nem todas as informações contidas no diário auxiliar de caixa precisam
ser remetidas ao diário geral. Basta apenas reproduzi-las resumidamente.
Assim, o diário geral conterá registros "sintéticos" dos movimentos, e o
diário auxiliar de caixa, registros "analíticos".

5.7.3 LIVROS FISCAIS


Os livros fiscais registram documentos e eventos de natureza fiscal, com
o fim especial de apurar e controlar os impostos devidos aos governos federal,
estadual ou municipal.
Para cada área governamental, a legislação exige livros próprios, além
do livro diário geral da Contabilidade da empresa.

5.7.4 LIVROS TRABALHISTAS


Ainda na esfera federal, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)
impõe às empresas a adoção de dois livros:
 registro de empregados;
 inspeção do trabalho.
No primeiro, são feitos os registros referentes a cada funcionário,
retratando as mesmas anotações constantes da Cateira de Trabalho e
Previdência Social de cada um. Esse livro normalmente é substituído por
fichas, o que facilita o manuseio e possibilita a classificação em ordem
alfabética.
O segundo livro destina-se a receber “termos” relativos às visitas fiscais
dos agentes ou inspetores do Trabalho, da Previdência Social (IAPAS), do
FGTS, PIS, sindicatos etc.

5.7.5LIVROS SOCIETÁRIOS
As sociedades anônimas são obrigadas a manter livros para escriturar o
movimento de suas ações, as deliberações em reuniões da Diretoria, da
Assembléia Geral dos Acionistas ou do Conselho Fiscal.
O artigo 100 da Lei nº 6404 estabelece que "a companhia deve ter, além
dos livros obrigatórios para qualquer comerciante, os seguintes, revestidos das
mesmas formalidades legais".
 registro de ações nominativas;
 registro de ações endossáveis;
 transferência de ações nominativas;
 registro de partes beneficiárias nominativas;
 transferência de partes beneficiárias nominativas;
 registro de partes beneficiárias endossáveis;
 registro de debêntures endossáveis;
 registro de bônus de subscrição endossâveis;
 atas das assembléias gerais;
 presença de acionistas;
 atas de reuniões do Conselho de Administração;
 atas de reuniões da Diretoria;
 atas e pareceres do Conselho Fiscal.

5.8 ERROS DE ESCRITURAÇÃO E SUA CORREÇÃO


Decorrente de diversos fatores da própria condição humana, erros
podem acontecer na escrituração dos livros. As formalidades intrínsecas são
rígidas na manutenção da fidelidade dos livros não permitindo a utilização da
famosa "borracha".
Os principais erros notados na escrituração dos livros são:
 Erro na identificação da conta debitada ou creditada;
 Inversão das contas;
 Lançamento em duplicidade;
 Omissão de lançamento;
 Erro no valor (lançado a mais ou a menos);
 Erro na narração do fato contábil.
Esses erros podem ser identificados imediatamente ou posteriormente,
na conciliação das contas.
Os erros de escrituração podem ser corrigidos pelos seguintes métodos:
 Estorno do lançamento;
 Lançamento retificativo;
 Lançamento complementar;
 Ressalva por profissional qualificado.
O estorno do lancamento consiste, resumidamente, em anular o efeito
do lançamento errado com um outro lançamento, debitando-se quem
anteriormente tinha sido creditado e creditando-se quem tinha sido debitado,
mantendo constante o valor. É aplicado em todas as circunstâncias sendo o
método estabelecido na legislação comercial.

EXEMPLO: Pagamento do INSS incidente sobre a folha de pagamento


de novembro/20xxx, em 10/12/20xxx, no valor de R$
53.000,00, mediante emissão de cheque sacado contra o
Banco do Brasil S/A.

LANÇAMENTO EFETUADO:
Belo Horizonte – MG 10/12/xxx
INSS A RECOLHER
a CAIXA
Pago INSS do mês de nov/20xx conforme guia..............53.000,00

ESTORNO DO LANÇAMENTO:
Belo Horioznte – MG 10/12/xx
CAIXA
a INSS A RECOLHER
Estorno do lançamento acima....................................... 53.000,00

LANÇAMENTO CORRETO:
Belo Horioznte – MG 10/12/xx

INSS A RECOLHER
a BANCOS C/MOVIMENTO
Banco do Brasil S/A
INSS s/folha de pagamento de nov/xx, che-
que 015818.......................................................................53.000,00

Com o LANÇAMENTO RETIFICATIVO é possível corrigir erros na intitulação


de contas e também erros no registro de valor, feitos a maior.
EXEMPLO: Aquisição de veículo para o uso da empresa no valor de R$
50.000,00 mediante emissão de Nota Promissória.
LANÇAMENTO EFETUADO:

(1) D - MÓVEIS E UTENSÍLIOS


C - TÍTULOS A PAGAR
Baby Doll....................................................50.000,00

LANÇAMENTO RETIFICATIVO:

(2) D - VEÍCULOS
C - MÓVEIS E UTENSÍLIOS.................................50.000,00

Vejamos nos razonetes abaixo o efeito provocado pelo lançamento


retificativo:

D MÓVEIS E UTENSÍLIOS C D TÍTULOS A PAGAR C


SALDO ANTERIOR SALDO ANTERIOR
(1) 50.000,00 50.000,00 (2) 50.000,00 (1)

D VEÍCULOS C
SALDO ANTERIOR
(2) 50.000,00

A conta MÓVEIS E UTENSÍLIOS teria, ao final, o saldo que tinha


anteriormente tendo sido anulado o efeito do lançamento errado. A conta
veículos recebeu o valor a débito tendo ficado correto o seu saldo.
O LANÇAMENTO COMPLEMENTAR tem como função, complementar valor
registrado a menor.

EXEMPLO: Pagamento, em dinheiro, de combustível para o veículo da


empresa no valor de R$ 55,00.
LANÇAMENTO EFETUADO:

D – DESPESAS C/ VEÍCULOS
C – CAIXA................................................................ 5,00

LANÇAMENTO COMPLEMENTAR:

D – DESPESAS C/ VEÍCULOS
C – CAIXA............................................................... 50,00

A RESSALVA POR PROFISSIONAL HABILITADO é efetuada quando surgem


borrões, rasuras, folhas ou linhas em branco, devendo citar o fato e assinar.
Os erros na narração do fato, se possível, devem ser corrigidos na
própria narração utilizando-se termos como "digo", "em tempo" e outros. Se o
lançamento já tiver sido concluído deve ser estornado e refeito com o histórico
correto.
Os lançamentos omitidos quando detectados devem ser feitos com a
indicação no histórico da data da ocorrência do fato contábil e a sua condição
de regularizador.
Quando feito lançamento em duplicidade um estorno de lançamento
corrige o erro.
A inversão de contas pode ser corrigida com lançamento retificativo com
o valor em dobro.

EXEMPLO: Pagamento de duplicata no valor de R$10.000,00 em


dinheiro.

LANÇAMENTO EFETUADO:

(1) D – CAIXA
C – DUPLICATAS A PAGAR........................................... 10.000,00

LANÇAMENTO RETIFICATIVO:

(2) D – DUPLICATAS A PAGAR


C – CAIXA.........................................................................20.000,00
Em razonetes:

D CAIXA C D DUPLICATAS A PAGAR C


SALDO ANTERIOR (2) 20.000,00 SALDO ANTERIOR
(1) 10.000,00 20.000,00 (2) 10.000,00 (1)

Sendo, pois, similar ao lançamento correto:

D – DUPLICATAS A PAGAR
C – CAIXA................................................................ 10.000,00

6. PRINCÍPIOS CONTÁBEIS GERALMENTE ACEITOS


Os PRINCÍPIOS CONTÁBEIS GERALMENTE ACEITOS, PCGA como são
tratados pelos profissionais, estão divididos em duas partes distintas. De um
lado, os princípios, que são regras básicas, e, de outro, as convenções, que
são complementos ou restriçóes aos princípios.

6.1 PRINCIPIOS CONTÁBEIS


ENTIDADE  mantém-se a Contabilidade para a empresa, para controlar
o seu patrimônio; isto é, não se deve confundir o patrimônio de cada sócio ou
mesmo do titular da firma individual com o da entidade.
CONTINUIDADE  supõe-se que a empresa continuará a operar
indefinidamente, ao se avaliar seus componentes patrimoniais. Se as
atividades são paralisadas, ocorre a descontinuidade, fato que pode justificar a
atribuição de valores de mercado para os elementos patrimoniais.
COMPETÊNCIA  o espaço de tempo entre um Balanço e outro chama-se
período contábil.
As despesas e as receitas que provocam alterações no patrimônio
devem ser consideradas dentro do período de sua ocorrência, ou seja, no
período de competência.
REALIZAÇÃO DA RECEITA  Determina que a Receita seja reconhecida,
ou seja, registrada / contabilizada, no momento de sua realização. A realização
da Receita se dá com a transferência efetiva do bem. Para se considerar uma
receita, não bastam a produção de um bem, à definição de seu valor ou uma
proposta de compra ou de venda. É necessária a ocorrência de transmissão
de sua propriedade em troca de outro bem (dinheiro) ou título representativo
(venda a prazo).
CONFRONTAÇÃO DAS DESPESAS  Define que toda Despesa seja
confrontada com a Receita ou Período Contábil a que se refere. Isto quer dizer,
se for possível a identificação da Despesa com a Receita a que se referir,
como exemplo do custo, a apuração do resultado deve ser desta Despesa com
esta Receita. Se não for possível a identificação, como o caso das Despesas
Administrativas, esta despesa deve ser deduzida das Receitas relativas ao
período em que a Despesa ocorreu.
DENOMINADO COMUM MONETÁRIO  a Contabilidade é um sistema de
medição da situação patrimonial. Usa a unidade de medida moeda, como um
denominador comum, que possibilita juntar todos os componentes do
patrimônio num só corpo.
CUSTO COMO BASE DE VALOR  o valor da compra de um bem, pago em
sua aquisição, ou o custo de sua fabricação devem ser o valor preferido na
avaliação dos elementos do Ativo, pela sua objetividade e definição.
PREVALÊNCIA DA ESSÊNCIA SOBRE A FORMA:  “Sempre que possível, a
Contabilidade, ao contemplar o registro de uma transação, deverá observar
sua forma legal e essência econômica. Entretanto, se a forma, de alguma
maneira dissimular ou não representar claramente a essência econômica da
transação, esta última deverá ser a base de registro para a Contabilidade”.
(MARION, 2009.)
OPORTUNIDADE  O Princípio da Oportunidade consiste em não ignorar
na Contabilidade o registro de atos e fatos administrativos incertos ou
aleatórios, que normalmente não são considerados patrimoniais, mas que, no
futuro, poderão afetar o patrimônio.
Exemplo: Contratos antes dos pagamentos ou recebimentos; processos
judiciais incertos de ganhos ou perdas, etc. (MARION, 2009.)

6.2 CONVENÇÕES CONTÁBEIS


OBJETIVIDADE  diante de alternativas igualmente válidas para a
avaliação de uma operação, deve-se escolher a mais objetiva, evitando-se
valores subjetivos.
CONSISTÊNCIA  aconselha-se a uniformidade na adoção de critérios de
avaliação, para que a comparabilidade dos demonstrativos contábeis não seja
prejudicada. Uma vez adotado um critério, deve-se usar o mesmo tratamento
para os fatos contábeis posteriores.
MATERIALIDADE  os fatos de importância irrelevante podem ser
desconsiderados, mesmo que prejudiquem a exatidão dos resultados. O
consumo de materiais de pequena monta (materiais de limpeza, por exemplo)
pode ser considerado no ato da compra, pois o controle de estoque seria um
desperdício de tempo é dinheiro e não implicaria resultados muito diferentes.
CONSERVADORISMO  aconselha-se adotar uma atitude de precaução na
apuração de lucros, ou seja: não considerar receitas por antecipação;
considerar despesas ou perdas mesmo que seu montante não possa ser
determinado. Resume-se na adoçáo dos maiores valores possíveis para o
Passivo e dos menores para o Ativo.

7. CUSTOS / DESPESAS
Antes de mais nada, retomaremos os conceitos custo e despesas,
principalmente para esclarecer uma confusão bastante frequente que se faz
entre eles. Embora na linguagem comum esses dois termos possam parecer
até sinônimos, na Contabilidade têm conotações distintas.
Custos refere-se ao valor pelo qual se obtém um serviço ou um bem.
Numa empresa de serviços, aparece o custo dos serviços prestados; numa
empresa comercial, o custo das mercadorias vendidas; numa industrial, o
custo de produção e o custo dos produtos vendidos.
CUSTO DOS SERVIÇOS PRESTADOS  montante de insumos e mão-de-obra
utilizados para a conclusão dos serviços prestados a clientes. Inclui materiais,
mão-de-obra própria ou de terceiros, encargos ligados a essa mão-de-obra,
fretes, depreciações dos equipamentos utilizados e sua manutenção etc.
CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS (CMV)  valor de aquisição dos
bens comprados e já vendidos. Este montante corresponde ao valor das
mercadorias existentes no início do período mais as compras feitas, e menos o
valor das mercadorias existentes no último dia do período. Resumindo e
usando termos técnicos, temos:
CMV = Estoque inicial + compras  estoque final
CUSTO DE PRODUÇÃO  é a soma dos três componentes do produto
(matéria-prima, mão-de-obra e outros custos), necessários à transformação da
matéria-prima ou à montagem de componentes para a fabricação de um novo
produto.
CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS (CPV)  tem semelhança com CMV,
compondose do valor do estoque no início do exercício, mais o custo dos
produtos acabados, menos o valor dos produtos existentes ao final do período.
Na gestão dos negócios e na condução da política interna da empresa,
ocorrem dispêndios com pessoal da administração e de vendas, com aluguéis,
impostos, seguros, propaganda, correio, luz, telefone etc., que constituem o
que se chama despesas.
Despesa refere-se aos gastos não ligados diretamente à prestação dos
serviços, à compra e venda de mercadorias ou à produção de bens, mas
voltados para a administração.
Embora custos e despesas sejam igualmente gastos que a empresa
realiza para exercer as suas atividades, são diferenciados dentro da
Contabilidade com o propósito de se obter um controle mais detalhado do
resultado.
Especialmente nas atividades industriais, a apuração do custo de produção é essencial porque,
enquanto não vendidos, os bens devem permanecer no Ativo. Quando o produto for vendido, deve-se
apurar o lucro bruto, pela comparação entre a receita de venda e o respectivo custo:
Receita de vendas de produtos.............................................................$ 20.000
( - ) custo dos produtos vendidos.........................................................$ (9,000)
lucro bruto. ..................................................................................$ 11.000
Obtido o lucro bruto, são subtraídas as despesas e adicionados outras
receitas. Assim se obtém o lucro líquido:
Lucro bruto.......................................................................................... $ 11.000
( - ) despesas....................................................................................... $ (7.000)
+ receitas diversas.............................................................................. $ 1.000
= lucro lïquido...................................................................................... $ 5.000
Da mesma forma, numa atividade comercial, separam-se os custos das despesas:
receita de vendas de mercadorias....................................................... $ 20.000
( - ) CMV.............................................................................................. $(12.000)
lucro bruto............................................................................................ $ 8.000
( - ) despesas....................................................................................... $ (5.000)
+ receitas diversas................................................................................$ 1.000
= lucro líquido........................................................................................$ 4.000
Da mesma forma, na atividade de prestação de serviços, os dispêndios com
materiais e pessoal envolvidos diretamente na execução dos serviços
constituem os custos. Os demais gastos são considerados despesas. Ao final
do exercício, o lucro bruto e o líquido são apurados separadamente:
receita de vendas de serviços........................................................... $ 40.000
( - ) custo dos serviços prestados.......................................................$ (16.000)
lucro bruto............... ...........................................................................$ 24.000
( - ) despesas......................................................................................$ (16.000)
+ receitas diversas............................................................................. $ 1.000
= lucro líquido..................................................................................... $ 9.000
Por essa razão, já existe uma separação entre custos e despesas no
plano de contas. Dentre as depesas mais comuns, temos as administrativas,
as de vendas, as tributárias ou financeiras. Elas representam os esforços
despendidos para promover as vendas, efetivar os recebimentos relativos às
vendas feitas a prazo, pagar as obrigações assumidas, cumprir a legislação
fiscal, social e trabalhista e, especialmente, obter receitas que cubram os
custos mais as próprias despesas, gerando um excedente, ou seja, lucro.

8. RECEITAS
Existem dois tipos de receitas: de vendas e receitas diversas.
O grupo Receitas de vendas tem dois componentes : a recuperação do
custo e o lucro bruto. Quando vendemos uma mercadoria por R$ 20,
pretendemos recuperar o valor que fora pago na sua aquisição, digamos
R$ 15, e obter uma margem de lucro (R$ 5).

Recuperação de custo (R$ 15)


Receita de venda ($20)
Margem de lucro (R$ 5)

No grupo Receitas diversas, os valores já são líquidos, constituídos


pelos juros e aluguéis recebidos, descontos obtidos etc. Elas devem ser
adicionadas ao lucro bruto para se obter o lucro bruto para se obter o lucro
líquido.

8.1 DEDUÇÕES
As deduções da receita bruta parecem despesas mas não são. Na
verdade, chamam-se contas redutoras de receitas. São elas: Devoluções de
vendas, abatimentos sobre vendas, ISS incidente, ICMS sobre vendas, PIS e
IPI sobre vendas.
Todas essas contas se apresentam com saldos devedores, tal como as
despesas, porém sua colocação no plano de contas revela que não são
despesas, mas contas redutoras de receitas.
Na demonstração de resultados de uma empresa de serviços, temos a
seguinte posição:

Receita de vendas de serviços.................................................... R$ 100.000


( - ) abatimentos e devoluções.........................................R$ 2.000
( - ) ISS incidente..............................................................R$ 5.000
( - ) PIS .............................................................................R$750 (R$7.750)
receita líquida.............................................................................. R$ 92,250

Desse valor de vendas líquidas é que será subtraído o valor do custo


dos serviços prestados, para se obter o lucro bruto. Logo depois, deduzem-se
as despesas e adicionam-se outras receitas, para se chegar ao lucro líquido.

8.2 REGIMES DE CONTABILIZAÇÃO


A identificação do que é custo, despesa ou receita e a contabilização em
si são bastante simples, tornando-se tarefas corriqueiras para o setor contábil
de uma empresa. O que oferece alguma preocupação diz respeito â obdiência
ao regime de contabilização.

8.2.1 REGIME DE CAIXA


É costume, muito bem aceito pela classe contábil, quando se tratar de
entidades de fins não-lucrativos, considerar somente as receitas recebidas e
as despesas efetivamente pagas.
Nessas entidades, adota-se o chamado regime de caixa na
contabilïzação de receitas e despesas. Os relatórios financeiros mensais
(Balancetes) ou anuais (Balanços) demonstram a situação patrimonial sempre
em bases financeiras. Se as receitas superam as despesas, a diferença
positiva denominada superávit aumenta o patrimônio social; caso contrário,
chama-se déficit, e provoca a sua redução.
Nesse tipo de contabilização não são levadas em conta as despesas
ainda não pagas ou as receitas ainda não recebidas.

8.2.2 REGIME DE COMPETÊNCIA


As entidades que auferem lucros devem pagar Imposto de Renda. Para
estas, a legislação do Imposto de Renda não admite o regime de caixa e
impõe a adoção do regime de competência, derivado do princípio da
competência de exercícios.
Esse princípio orienta que o resultado (lucro ou prejuízo) seja apurado
ao final do exercício, considerando-se todas as receitas auferidas,
independentemente de terem sido recebidas, e todas as despesas incorridas,
pagas ou não.
As despesas pagas e as receitas recebidas são normalmente
registradas nas contas respectivas, pela natural necessidade de lançamento
dos recebimentos e dos pagamentos. No entanto, podem ocorrer despesas ou
receitas cujo pagamento ou recebimento não se efetuem no mês a que se
referem. Exemplos: o aluguel devido pelo uso do prédio durante o mês de
dezembro só é pago no dia 10 de janeiro do período futuro. Um serviço
concluído no dia 22 de março somente será pago pelo cliente em abril futuro,
conforme combinado em contrato.
A Contabilidade deve controlar essas situações para poder fornecer a
qualquer momento informações adequadas sobre os resultados da empresa.

8.3 DESPESAS NÃO-PAGAS E RECEITAS NÃO RECEBIDAS


Para que a Contabilidade possa obedecer ao regime de competência
nas empresas com fins lucrativos, ela adota alguns procedimentos específicos.
Trataremos aqui dos casos mais comuns de contabilização de despesas e
receitas, cujo pagamento ou recebimento não ocorre no mês de compentência.
9. PROCEDIMENTOS PARA ELABORAÇÃO DAS
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
9.1 APROPRIAÇÕES
Quando uma despesa não é paga dentro do período em que ocorreu, é
necessário efetuar o seguinte procedimento contábil:
 Reconhecer a obrigação de pagá-la (registrar a dívida) por meio de um
lançamento no Passivo;
 Efetuar a apropriação da despesa incorrida Contabilmente, apropriação
significa "assumir a despesa", isto é , fazer o lançamento na conta de
despesa correspondente.Exemplos de despesas que, ao final de cada mês,
devem ser apropriadas e registradas como obrigações;
 Salários de empregados que recebem no mês seguinte;
 Contas de telefone, luz, gás, água, imposto predial ou territorial etc.;
 Aluguéis, juros, comissões, honorários, que normalmente são pagos no mês
seguinte.

9.2 PROVISÕES
Existem também algumas despesas que podem ou devem ser previstas,
mas sobre as quais não existem uma data fixa para o pagamento, nem o seu
valor é tão preciso. Constitui-se assim uma provisão, que é o ato de separar
ou constituir uma parcela necessária para suportar um evento futuro,
conhecido ou previsto. O procedimento contábil aqui exigido é o seguinte:
 Registrar a provisão do Passivo, indicando que está sendo guardado um
valor para suportar o encargo;
 Registrar a apropriação da despesa correspondente.
São exemplos de despesas que, ao final de cada mês, devem ser
provisionadas:
 férias de empregados;
 13o salário de empregados.
Vamos verificar na prática como funcionam a apropriação e a provisão,
contabilizando uma folha de pagamento de salários; contas de telefone, água,
luz; e, finalmente, juros e aluguéis.

9.3 DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO


Os bens que a empresa registra no seu Ativo Não Circulante -
Imobilizado têm uma vida limitada. Este período é chamado vida útil. Desde o
momento em que o bem começa a ser utilizado, ele vai perdendo sua
eficiência, em função do uso ou em virtude do aparecimento de modelos mais
modernos.
Pelo desgate ou obsolescência, em cada período contábil uma parcela
do valor do bem deve ser lançada como despesa ou custo.
Com relação sos bens corpóreos, como máquinas, equipamentos,
móveis, veículos, edificações, esta parcela calculada e apropriada como
despesa ou custo chama-se depreciação.
Quanto aos bens incorpóreos e aos recursos aplicados em despesas
que beneficiem vários exercícios, como marcas e patentes, gastos de
organização, de constituição, despesas pré-operacionais, o nome dado à
parcela calculada e apropriada em despesas ou custos é amortização.
As jazidas minerais e as florestas têm sua vida útil medida em termos de
capacidade dos recursos que delas podem ser extraídos, em m 3, Kg, barris etc.
À medida que esses recursos são extraídos, deve-se levar proporcionalmente
a custo a parcela chamada exaustão.
Houve tempos em que os autores de livros de Contabilidade e os
contadores utilizavam a conta Provisão para depreciações, ou, ainda, Fundo
para depreciações, para o registro das depreciações calculdas sobre os bens
de uso da empresa, constantes do Imobilizado. Da mesma forma, usavam
Provisão para amortização ou Provisão para exaustão para outros ativos.
Tal procedimento era adotado pela necessidade de se constituírem
provisões para a futura reposição do bem, que se tornaria imprestável no
decorrer de sua vida útil. O fundo ou a provisão seriam utilizados para a
compra de um novo bem.
Atualmente, o conceito é outro. Entende-se que mensal ou anualmente
uma parte ideal do valor do bem deve ser lançada como despesa ou custo.
Como contrapartida, usam-se contas redutoras do valor do bem, tai s como as
de Depreciação acumulada sobre veículos e de Amortização acumulada sobre
gastos de organização, não mais a título de provisões.
Essa nova conceituação está expressa no RIR.
"Poderá ser computada, como custo ou encargo em cada exercício, a
importância correspondente à diminuição do valor dos bens do Ativo
resultante do desgaste pelo uso, ação da natureza e obsolescência
normal."
Está dito que o bem tem o seu valor de custo diminuído pelas razões
expressas, especialmente pelo uso. Ora, essa diminuição tem as mesmas
características da diminuição do estoque de qualquer material, à medida que
vai sendo usado. A parte utilizada, seja de materiais ou por desgates, é
despesa ou custo. Se o bem for uma máquina de somar usada no escritório, a
depreciação será uma despesa administrativa; mas se for uma máquina de
costura, utilizada numa indústria de confecção, a depreciação será
considerada como um custo de produção.

9.4 DESPESAS PAGAS ANTECIPADAMENTE


Caso inverso ao das despesas incorridas e não-pagas, que devem ser
apropriadas no mês correspondente, são os pagamentos antecipados de
aluguéis, comissões, juros etc.
O valor aplicado deve ser lançado em conta de Ativo, em Despesas do
exercício seguinte. No mês de competência, isto é, no mês a que a despesa se
refere, é feito um lançamento de transferência do valor da conta do Ativo para
a conta de despesa respectiva.
É bastante comum as empresas contratarem seguros contra riscos de
roubo e incêndio, cujas apólices vigoram por um ano. Durante esse prazo, as
companhias de seguros garantem uma indenização às empresas caso ocorra
algum sinistro coberto pelo contrato. Para dar essa garantia, as seguradoras
cobram um preço (prêmio de seguro). Esse preço será considerado despesa
para as empresas e deverá ser distribuído entre os 12 meses de vigência da
apólice, mesmo que seu pagamento seja efetuado a vista.
Exemplo:: Uma casa comercial fez um seguro contra fogo para sua loja, avaliando o seu
estabelecimento em R$ 200.000. Para tanto, pagou à companhia de seguros o prémio de R$ 120, igual a
0,06% do valor segurado. O pagamento foi feito em agosto de 19x8. A garantia dada vai até julho do ano
seguinte.
LANÇAMENTO:
Debitar: Seguros antecipados
Seguros contra fogo
Creditar: Bancos conta movimento
Banco do Brasil S/A
Nosso chque nº 3333, pelo pagamento de prêmio de seguro
contra fogo a Cia. Certeza Ltda. ,
conforme apólice nº 44...................120

Ao final do mês de agosto de 20xx, o contador fez o seguinte


lançamento:
Débito: Despesas administrativas
Seguros
Crédito: Seguros antecipados
Seguros contra fogo
Valor referente a 1/12 do prêmio
da apólice nº 44.................................. 10

Repetiu o lançamento em setembro, outubro, novembro e dezembro,


apropriando como despesas um total de R$ 50. Permanecendo no Ativo
(Seguros antecipados) o valor de R$ 70, que corresponde ao seguro de janeiro
em diante, este será, portanto, despesa do ano seguinte.

9.5 AJUSTE DOS SALDOS DAS CONTAS


A contabilização dos fatos, a débito e a crédito das contas, é feita diária
ou mensalmente, gerando o saldo para o Balancete de verificação. Para a
apuração do resultado e encerramento do Balanço, feito o Balancete de
verificação de 31.12.20xx, deve-se proceder ao ajuste dos saldos das contas.
Cada um desses saldos deve ser conferido, testado e confirmado, pois dessa
exatidão depende uma justa apuração do lucro final.
A melhor maneira de conferir os saldos das contas é confrontá-los com a
realidade.

9.5.1 CONFERÊNCIA DO SALDO DE CAIXA


Efetua-se a contagem de todo o dinheiro existente na empresa,
incluindo o valor correspondente a vales, selos, adiantamentos, cheques da
empresa, cheques de terceiros, enfim, tudo o que represente valores.
Apura-se o saldo da conta Caixa. Confrontam-se os dois valores
obtidos.
Após a verificação, se existirem valores em caixa representados por
vales de empregados e adiantamentos, deve-se fazer sua transferência para
as contas correspondentes, creditando-se à conta Caixa.
Da mesma forma, cheques de terceiros ou cheques da empresa que
estejam compondo o saldo de Caixa deverão ser transferidos para as
respectivas contas. Os valores de cheques de terceiros devem ser objeto do
seguinte lançamento:
Debitar: Cheques em cobrança
Creditar: Caixa
Com relação aos cheques da empresa, o certo seria estornar da conta
Bancos conta movimento, creditando-se a conta Caixa.
9.5.2 CONFERÊNCIA DE BANCOS CONTA MOVIMENTO
Os Bancos informam às empresas sobre o seu saldo através de extratos
que relacionam todos os movimentos.
Efetua-se a conciliação das contas pelo confronto do saldo indicado nos
extratos com o saldo analítico de cada Banco.
Desse confronto, é normal aparecerem, por um lado, valores ainda não
contabilizados pela empresa; ou, por outro lado, já lançados pela empresa e
ainda não considerados pelo Banco.
Vejamos como exemplo o saldo da conta Banco do Brasil S/A. No razão
da empresa, a conta se apresenta com saldo devedor no valor de R$ 25.467 e,
pelo extrato bancário em 31/i2/20x1, credor no valor de R$ 32.671.

FOLHADE
FOLHA DECONCILIACÃO
CONCILIACÃOBANCÁRIA BANCÁRIA
Banco do Brasil S/A - conta corrente nº 44433667-00-Ag
Banco do Brasil S/A - conta corrente nº 44433667-00-Ag 03221 03221
032?1'
032?1'
Saldoapresentado
Saldo apresentadopelopelorazão
razãoem em31/12/20x1................25.467
31/12/20x1................25.467
( - ) Aviso de débito de despesas não-contabilizado.............
( - ) Aviso de débito de despesas não-contabilizado............. (36)
(36)
(36);
(36);
++ Juros Juroscobrados
cobradossobre
sobredupl.
dupl.nºnº 234 234não-contabilizados...
não-contabilizados... 149 149
149'
149'
( - -) )Erro
( Errodedelançamento
lançamentodo dodepósito
depósitodo dodia dia22/12/20x1........
22/12/20x1........ (9)
(9)
(g);
(g);
saldoconciliado........................................................25.571
saldo conciliado........................................................25.571

Saldoconforme
Saldo conformeextrato
extratoem em31/12/20x1..........................
31/12/20x1..........................32.671
32.671
( - ) Cheques aìnda não-apresentados:
( - ) Cheques aìnda não-apresentados:
0985421.........................3.400
0985421.........................3.400
0985426.........................4.500
0985426.........................4.500
0985428.........................2.600
0985428.........................2.600 (10.500)
(10.500)
++Depósito
Depósitoem
emcheques,ainda.não-creditado...........................
cheques,ainda.não-creditado...........................3.400
3.400
Saldoconciliado.............................................................25.571
Saldo conciliado.............................................................25.571

Feitopor:
Feito por:______________________________
______________________________Visto:
Visto:______________
______________
Lançamentoscomplementares
Lançamentos complementaresfeitos
feitosem
em ____/____
____/____/_____
/_____por:
por:______
______
__________________________________________________________
__________________________________________________________

9.5.3 CONFERÊNCIA DE DUPLICATAS A RECEBER E PROVISÃO PARA DEVEDORES


DUVIDOSOS
O saldo da conta Provisão para devedores duvidosos deve ser
regularizado com os lançamentos de baixas das duplicatas consideradas
incobráveis. A conciliação do saldo desta conta deve ser feita juntamente com
a conferência do saldo de Duplicatas a receber, tanto nas baixas quanto no
cálculo da provisão para o exercício seguinte, especialmente se efetuado
dentro do limite legal.

9.5.4 CONFERÊNCIA DE CONTAS DO ATIVO Não Circulante


Da mesma forma que fizemos com a Caixa, efetuamos a contagem física
dos elementos relativos às contas: Móveis e utensílios (relação de mesas,
cadeiras etc., com respectivos valores de aquisição; a manutenção de um
fichário auxilia muito nessa hora); Veículos; Instalações; Máquinas e
equipamentos.
É muito importante a realização de uma conferência anual, para dar
baixa aos bens considerados sucatas, aos não-encontrados etc. Os bens
existentes, mesmo que já estejam totalmente depreciados, não devem ser
baixados dos registros contábeis. A apuração e a conferência anual auxiliam
bastante na preparação dos cálculos das depreciações, especialmente quando
feitas ao final do exercício.

9.5.5 CONFERÊNCIA DE CNTAS DE ORIGAÇÕES


Não podemos deixar de verificar os saldos das contas credoras que
representam as obrigações da empresa, para evitar os "passivos fictícios" no
Balanço Patrimonial.
A conta Duplicatas a pagar merece cuidado especial. É conveniente a
elaboração de uma relação individualizada de cada credor, com as respectivas
duplicatas ou notas e o seu saldo final.
Apurados os valores inventariados, efetua-se o seu confronto com os
saldos do Balancete. Nas divergências encontradas, após a análise de suas
causas, devem-se efetuar os lançamentos de correção ou complementares,
para ajustar o saldo das contas à realidade.

* DAR BAIXA: "dar baixa em conta consiste em lançar um valor, com a


finalidade de diminuir ou anular o saldo de uma conta. Dar
baixa no estoque: lançamento da saída de mercadorias ou
matérias que permaneciam armazenadas e que foram
passadas à produção, ou ainda, que se perderam. O
mesmo que diminuição ou eliminação. No nosso caso,
refere-se à eliminação.”
9.5.6 FECHAMENTO DAS CONTAS DE RESULTADO
O processo de encerramento do Balanço se resume, essencialmente, no
fechamento das contas de resultado.
As contas do Ativo e do Passivo devem ser mantidas com os seus
saldos, com exceção daquelas representativas dos estoques, que serão
alteradas para se apurarem os valores inventariados na data do Balanço.
Como já vimos, os estoques iniciais e finais interferem na apuração dos custos
de vendas ou mesmo de despesas, quando relativos a materiais de escritório
ou similares.
As contas Custos, Despesas e Receitas devem ser encerradas, e seus
saldos transferidos para as contas Transitórias e de apuração.
Nesse último grupo de contas, são efetuadas as agregações
necessárias à apuração da receita líquida, do lucro operacional bruto, do lucro
operacional líquido, do lucro antes do Imposto de Renda, das provisões
necessárias e da distribuição do resultado.
10. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Ao final de cada exercício social, as empresas deverão elaborar, com
base na escrituração, demonstrativos que apresentarão a situação do
patrimônio e as mutações ocorridas no exercício.

Feitos esses procedimentos, inicia-se a elaboração das demonstrações


fínanceiras, que são relatórios padronizados que informam à diretoria, aos
sócios ou acionistas, fornecedores, Bancos, fiscalização etc., sobre a situação
da empresa, seja no aspecto financeiro, patrimonial ou econômico.
As sociedades anônimas são obrigadas a publicar esses relatórios em
jornais de grande circulação. Outros tipos de sociedade não publicam suas
demonstrações.
De acordo com o artigo 176da Lei nº 6404/76, com alterações
promovidas pela Lei nº 11638/07 e Lei 11.941/2009, “ao fim de cada exercício
social, a administração da sociedade fará elaborar, com base na escrituração
mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão
exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações
ocorridas no exercício:
I - balanço patrimonial;
II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
III- demonstração das mutações do patrimônio liquido;
IV - demonstração do resultado do exercício; e
V – demonstração dos fluxos de caixa;
VI– se companhia aberta, demonstração do valor ad icionado.

Notas Explicativas e outros quadros analíticos para esclarecimentos.

10.1- FINALIDADES DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS:


Diversas são as finalidades pelas quais são apresentadas as
demonstrações contábeis financeiras e, em especial, o Balanço Patrimonial,
dentre as quais podemos citar:
10.1.1- FINALIDADE LEGAL  o Código Comercial Brasileiro e o Código Civil
obrigam a apresentação da situação patrimonial e suas variações pelas
empresas. Destaca-se também a obrigatoriedade de apresentação de
informações ao governo para exercer o seu poder de tributar e colher
informações econômicas.
10.1.2- FINALIDADE ADMINISTRATIVA  as informações fornecidas no Balanço
Geral da empresa, possibilitam avaliar a gestão e posicionar os tornadores de
decisão sobre a continuidade dos planos de ação e metas, até então
adotados, necessidade de ajuste ou mesmo a sua reformulação.
10.1.3- FINALIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA  de interesse dos emprestadores
de dinheiro e investidores, análises estruturais, de evolução, de solvência, de
liquidez, de garantia de capitais, de retorno dos valores investidos e outras,
podem ser feitas partindo-se dos demonstrativos elaborados e apresentados
pela empresa.

10.2- CARACTERISTICAS DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS:


10.2.1.- Qualitativas fundamentais:
- Relevância – Depende da natureza da materialidade;
- Representação Fidedígna – precisa ser completa, neutra e livre de erros.

10.2.2.- Qualitativas de Melhorias:


- Comparabilidade;
- Verificabilidade;
- Tempestividade;
- Compreensibilidade.
(Fonte CPC 00 ) www.cpc.org.br

10.3. –APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES:

O Balanço Patrimonial das empresas deverá ser apresentado segundo


orientações contidas na Lei 6404/76, com as alterações introduzidas pela Lei
11.638/2007 e Lei 11.941/2009. A uniformidade nos termos, forma e conteúdo
torna mais fácil a obtenção de informações e elaboração de análises, não se
permitindo demonstrativos individuais e particulares.
Algumas observações são feitas pela Lei 6404/76 com as alterações
introduzidas pela Lei 11.638/2007 e Lei 11.941/2009 para a apresentação dos
demonstrativos, dentre eles o Balanço Patrimonial:
 Deverá haver a indicação dos valores correspondentes das
demonstrações do exercício anterior;
 As contas semelhantes poderão ser agrupadas;
 Os pequenos saldos poderão ser agregados desde que indicada a
sua natureza e que não ultrapassem 10% (dez por cento) do valor do
respectivo grupo de contas;
 É vedada a utilização de designações genéricas como "outras
contas", "diversas contas", etc.;
11 -BALANCETE DE VERIFICAÇÃO
Um dos procedimentos mais importantes no encerramento do Balanço é
o Balancete de verificação, levantado no último mês do exercício. Como a
maioria das empresas tem o exercício financeiro de janeiro a dezembro, vamos
aqui fazer referência ao Balancete de 31.12.20xx.
Mensalmente, a Contabilidade deve fornecer aos administradores ou
gerentes um Balancete que mostre os saldos das contas até aquele momento.
Como dezembro é o mês de apurar os lucros e demonstrar o patrimônio, o
último Balancete merece muitos cuidados, como preliminar para o fechamento
do exercício.

12 - BALANÇO PATRIMONIAL
12.1 - CONCEITO
O balanço Patrimonial dentre os demonstrativos exigidos é o que
apresenta a situação de todo o patrimônio sendo assim definido.
"É um demonstrativo contábil que evidencia, de forma equacional,
sintética e ordenada, os valores específicos dos bens, direitos e obrigações e a
situação líquida da entidade.
O Balanço Patrimonial é, portanto a posição do patrimônio em
determinado instante dentro da vida da empresa quando há o reconhecimento
e agregação do resultado do exercício findo.
O Balanço patrimonial mostra a situação patrimonial da empresa, em
treis partes distintas: Ativo; Passivo e Patrimônio Líquido
O balanço Patrimonial, nada mais é do que uma fotografia do
patrimônio, pois é uma peça contábil estática, (elaborada em um determinado
momento).
É a representação sintétìca dos elementos patrimoniais. No sentido
amplo, dá-se o nome de "BALANÇO" aos procedimentos gerais de final de
exercícios destinados ao levantamento da SITUAÇÃO PATRIMONIAL da empresa.

Reflete a posição econômica e financeira da empresa em determinado


momento, em situações normais e mais comumente ao final de cada exercício
social e sociedade deve levantar este relatório, onde a maioria das vezes a
data de sua elaboração coincide com o final do ano civil, mas não
necessariamente.
Este relatório é constituído de duas colunas:
Na coluna do lado esquerda está o ATIVO, que é a parte positiva do patrimônio
onde está localizado os Bens e os Direiros da sociedade, por isso diversos
autores dizem que numa representação gráfica o ATIVO fica sempre esboçado
do lado esquerdo, são as aplicações dos recussos da sociedade, que são
representados pelas diversas contas.
Na coluna do lado superior direito está o PASSIVO, que é a parte negaiva do
patrimônio onde está localizado as obrigações que a sociedade possui para
com terceiros, e que muitos autores também dizem que numa representação
gráfica o PASSIVO fica sempre esboçado do lado superior direito, que são as
origens ou fontes de recursos da sociedade que também são representadas
pelas contas, ainda do lado diteiro, na parte inferior, fica o PATRIMÕNIO
LÍQUIDO da sociedade, também pode-se conceituar como SITUAÇÃO
LÍQUIDA do patrimônio, tecnicamente conhecida como capitais próprios ou
seja dívidas que a sociedade, pessoa jurídica, possui perante a seus
proprietários,que também são as outras origens ou fontes de recursos
pertencentes aos sócios, acionistras, dono do patrimônio em estudo; também
numa representação gráfica fica sempre do lado inferior direito.

12.2 - IMPORTÂNCIA
O Balanço Patrimonial é a situação patrimonial resultante de uma série
de fatos ocorridos na empresa. Permite que análises sejam feitas mesmo sem
o conhecímento de cada fato específico sendo importante, portanto, por
fornecer informações a todos aqueles interessados na situação patrimonial e
nas variações ocorridas em determinado período de tempo e sob determinada
administração.

12.3- PROCEDIMENTOS BÁSICOS PARA SE FAZER UM BALANÇO PATRIMONIAL:


Após determinado período de movimentação do patrimônio, temos
necessidade de verificar a posição dos seus elementos constitutivos.
Para o levantamento do "balanço" e consequente encerramento do
exercício, tornam-se necessários, preliminarmente, alguns procedimentos
básicos, abaixo colocados numa ordem prática:
12.3.1. LEVANTAMENTO DO BALANCETE DE VERIFICACÃO PRELIMINAR: momento
em que a contabilidade apura preliminarmente o saldo de cada uma das
contas do LIVRO RAZÃO da sociedade.
Após apuração dos saldos tanto das contas patrimoniais como das
contas de resultados, são estes relacionados em um quadro demonstrativos,
separando de acordo com a sua natureza, (devedorea ou credora).
Se porventura, ocorrer uma diferença entre os débitos e créditos no
balancete e, sabendo-se que a SOMA das duas colunas está correta,
deduzimos que pode ter ocorrido uma das seguintes situações:
Fato contábil debitado e não creditado, ou vice-versa.
Fato contábil debitado por um valor e creditado por outro valor.
Fato contábil debitado ou creditado em duplicidade.
12.3.2. LEVANTAMENTO FÍSICO DOS BENS, DIREITOS E OBRIGAÇÕES QUE COMPÕEM
O PATRIMÔNIO: ou sela elaboração do inventário, visa a listagem das existências
físicas de bens, direitos e obrigações do patrimônio.
12.3.3. CONCILIAÇÃO E AJUSTES DE CONTAS: Tem a finalidade de estabelecer um
confronto entre as existências reais de bens, direitos e obrigações
(constatadas pelo inventário físico) e o exame dos dados contábeis (saldos
apresentados no razão). Através dessa comparação poder-se-ão constatar
eventuais diferenças entre os dois valores, que originarão acertos para MAIS
ou para MENOS nos saldos do livro.
12.3.4.CONSTITUIÇÃO DAS PROVISÕES DIVERSAS: Refere-se esta etapa,
principalmente ao cálculo da "Provisão para devedores duvidosos" e outras
que se fizerem necessárias para respeitar ao princípio contábil da competência
nos exercícios isto é as receitas e despesas devem ser recolhidas na apuração
do resultado do período a que pertencem e, de forma simultânea, quando se
correlacionarem. As despesas devem ser reconhecidas independentemente do
seu pagamento e as receitas somente quando de sua realização.
12.3.5.CORREÇÃO MONETÁRIA DAS CONTAS PATRIMONIAIS (Ativo Não Circulante -
Imobilizado e Patrimônio Líquido): De acordo com o Decreto-lei 1598/77 as
contas sujeitas a correção monetária em um balanço patrimonial são as contas
pertencentes ao agrupamento do ATIVO NÃO CIRCULANTE - IMOBILIZADO e
PATRIMÔNIO LÍQUIDO. Caso esses dois agrupamentos tenham totais desiguais,
será gerado um SALDO DEVEDOR ou SALDO CREDOR de correção monetária, que
influenciará o resultado do exercício. Sempre em contrapartida com uma única
conta chamada RESULTADO DE CORREÇÃO MONETÁRIA , o valor da correção
monetária é debitada nas próprias contas do ATIVO NÃO CIRCULANTE -
IMOBILIZADO ou creditadas nas próprias contas do PATRIMÔNIO LÍQUIDO exceto
no caso da conta CAPITAL, cujo crédito de correção monetária e feito em conta
à parte, também do agrupamento Patrimônio Líquido chamada RESERVA DE
CORREÇÃO MONETÁRIA DO CAPITAL REALIZADO, porque somente o capital
realizado é sujeito a correção monetária.
Obs: A partir de 1995, a correção monetária das demonstrações
contábeis citadas neste tópico, encontra-se suspensa.
12.3.6.LEVANTAMENTO DE BALANCETE DE VERIFICAÇÃO FINAL: Este levantamento
visa a constatação da igualdade entre os débitos e créditos do livro razão,
após os ajustes efetuados.
12.3.7.APURAÇÃO DO RESULTADO COM MERCADORIAS: É a fase relacionada com
tratamento das contas vinculadas à movimentação de Mercadorias. Quando se
trabalha com esta conta desdobrada, a apuração do resultado com
mercadorias envolverá as contas MERCADORIAS, COMPRAS, DEVOLUÇÕES DE
COMPRAS, VENDAS, DEVOLUÇÃO DE VENDAS, RESULTADO COM MERCADORIAS e
CUSTOS DE MERCADORIAS VENDIDAS.
12.3.8. CÁLCULO DA PROVISÃO PARA O PAGAMENTO DO IMPOSTO DE RENDA:
Envolve à parcela do lucro que será provisionada para o pagamento do
Imposto de Renda que atualmente esta aliquota mais comum é de 15%
(podendo ser alterada). Feito esse cálculo, faz-se a sua contabilização
debitando as contas RESULTADO DO EXERCÍCIO OU APURAÇÃO DO RESULTADO e
creditando a conta PROVISÃO PARA O PAGAMENTO DO IMPOSTO DE RENDA.
12.3.9. CÁLCULO DA PROVISÃO PARA O PAGAMENTO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
SOBRE A LUCRO - Envolve à parcela do lucro que será provisionada para o
pagamento da Contribuição Social que atualmente esta aliquota mais comum é
de 9% (podendo ser alterada). Feito esse cálculo, faz-se a sua contabilização
debitando as contas RESULTADO DO EXERCÍCIO OU APURAÇÃO DO RESULTADO e
creditando a conta PROVISÃO PARA O PAGAMENTO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
SOBRE O LUCRO.
12.3.10. ELABORAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO: Trata-se
em relacionar o somatório das receitas menos o somatório das despesas o
resultado será LUCRO, PREJUÍZO ou NULO. Em caso de lucro logo em seguida
faz-se a provisão para o pagamento do imposto de renda conf. item 08 donde
iremos chegar a um novo lucro que é chamado LUCRO APÓS O IMPOSTO DE
RENDA.
12.3.11. ENCERRAMENTO DAS CONTAS DE RESULTADO: É a fase em que se
encerram, por DÉBITO a RESULTADO DO EXERCÍCIO as contas de despesas e por
crédito a RESULTADO DO EXERCÍCIO as contas de receitas. O saldo líquido
apurado no final – LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO (ou prejuizo) será feíto a
distribuição às diversas contas de RESERVAS e ou para lucros ACUMULADOS ou
PREJUÍZOS ACUMULADOS, que contará do Balanço Patrimonial.
12.3.12. ELABORAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL: Estando já encerradas as
contas de resultado ou seja, receitas e despesas, restam agora nessa etapa
do trabalho os seus respectivos agrupamentos de aordo com a padronização:
ATIVO CIRCULANTE, ATIVO NÃO CIRCULANTE, PASSIVO CIRCULANTE, PASSIVO NÃO
CIRCULANTE e PATRIMÔNIO LÍQUIDO.

Estrutura do balanço Patrimonial

ATIVO 31.12.xx 31.12.xx PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO 31.12.xx 31.12.x


x
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE

Disponibilidades Exigível à Curto Prazo

Realizável à Curto Prazo

PASSIVO NÃO CIRCULANTE

ATIVO NÃO CIRCULANTE Exigível à Longo Prazo

Realizável à Longo Prazo

Investimentos PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Imobilizado Capital Social

Intangível Reservas de Capital

Reservas de lucros

Reservas para Contingências

Prejuízos Acumulados

TOTAL DO ATIVO TOTAL PASSIVO + PATRIM. LÍQUIDO

12.3.13.COMPOSIÇÃO DOS GRUPOS DE CONTAS DO BALANÇO PATRIMONIAL


No Balanço Patrimonial, as contas são agrupadas de acordo com as
suas características, ou seja, de acordo com as suas homogeneidade segundo
os elementos do patrimônio, este agrupamento tem como finalidade ao leitor
para uma análise da situação financeira/econômica da companhia.
No ativo - as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de
liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:
I – ativo circulante composto das disponibilidades e do Realizável a Curto
Prazo ou seja os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente
e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte;
II – ativo não circulante, composto pelos sub-grupos:
- Realizável à Longo Prazo, que são os direitos realizáveis após o término do
exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou
empréstimos a sociedades coligadas ou controladas; os Investimentos;
Imobilizado e Intangível.
- Em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os
direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não
se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa.
os investimentos em participação no capital social de outras sociedades,
ressalvado o disposto nos artigos 248 a 250, pelo custo de aquisição,
deduzido de provisão para perdas prováveis na realização do seu valor,
quando essa perda estiver comprovada como permanente, e que não será
modificado em razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações
ou quotas bonificadas, os demais investimentos, pelo custo de aquisição,
deduzido de provisão para atender às perdas prováveis na realização do seu
valor, ou para redução do custo de aquisição ao valor de mercado, quando
este for inferior;
- No ativo imobilizado: os bens corpóreos que tenham por objeto destinados
à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com
essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à
companhia os benefícios, riscos e controle desses bens. os direitos
classificados no imobilizado, são contabilizadospelo custo de aquisição,
deduzido do saldo da respectiva conta de depreciação, amortização ou
exaustão;
- No intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos
destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade,
inclusive o fundo de comércio, contabilizados pelo custo incorrido na aquisição
deduzido do saldo da respectiva conta de amortização;
Nota:Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver
duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo
prazo terá por base o prazo desse ciclo.
No passivo - as contas são agrupadas de acordo com os prazos das
operações contratadas que lhes deram origens, isto é: as contas que serão
liquidadas mais rapidamente integrarão um primeiro grupo, àquelas
compromissadas com prazos mais longo serão agrupadas em grupos
subseqüentes, formando os sub-grupos a seguir:
I – passivo circulante; composto do sub-grupo Exigível a Curto Prazo ;
II – passivo não circulante; composto do sub-grupo Exigível à Longo Prazo;
As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de
direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo circulante,
quando se vencerem no exercício seguinte, e no passivo não circulante, se
tiverem vencimento em prazo maior, observado o disposto no parágrafo único
do art. 179 desta Lei .
No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo com os
seguintes critérios:
- as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis, inclusive
Imposto sobre a renda a pagar com base no resultado do exercício, serão
computados pelo valor atualizado até a data do balanço
- as obrigações em moeda estrangeira, com cláusula de paridade cambial,
serão convertidas em moeda nacional à taxa de câmbio em vigor na data do
balanço;
– as obrigações, os encargos e os riscos classificados no passivo não
circulante serão ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados
quando houver efeito relevante.
No patrimônio líquido – Estão alocados os recursos dos proprietários,
formado pelo capital inicial e suas alerações; as reservas de capital; as
reservas de Lucros; as reservas de lucros a realizar ajustes de avaliação
patrimonial; ações em tesouraria e prejuízos acumulados.
A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a
parcela ainda não realizada.
Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem:
a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte
do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a
importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de
conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias;
o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;
Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da correção
monetária do capital realizado, enquanto não-capitalizado.
Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não
computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de
competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor
atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação
a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela
Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência conferida pelo §
3o do artigo 177 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela
apropriação de lucros da companhia.
As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da
conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na
sua aquisição.
As reservas de capital diferem das reservas de lucros porque não são
originadas da atividade operacional da empresa. As principais reservas de
capital são:
 Ágio na emissáo de ações;
 Doações e subvenções para investimentos;
 Prêmio na emissão de debêntures;
 Produto da venda de partes beneficiárias; e
 Correção monetária do capital realizado, Capital Social não poder receber
diretamente a sua correção monetária necessitando de ato formal registrado .
(obs:A correção monetária de que se trata esta reserva, está suspensa desde
1995)
As reservas de lucros, constituídos por apropriação dos resultados do
exercício são:
 Reserva legal;
 Reserva estatutária;
 Reserva para contingências;
 Retenção de lucros;
 Reserva de lucros a realizar.
RESERVA LEGAL A tem por fim assegurar a integridade do capital social,
só podendo ser utilizada para aumentar o Capital Social ou compensar
prejuízos.
A RESERVA ESTATUTÁRIA deve ser prevista no estatuto social inclusive
quanto a sua finalidade, critérios para a sua constituição e limite máximo de
constituição.
A RESERVA PARA CONTINGÊNCIAS é constituída com a finalidade de
compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de perda
julgada provável e de valor estimado.
Normalmente a retenção de lucro é constituída para as inversões de
capital previamente aprovadas ou para projetos de investimentos.
As RESERVAS DE LUCROS A REALIZAR tem por objetivo postergar, para a
não distribuição de dividendos, lucros obtidos sem que tenha havido a sua
realização financeira, como o proveniente de saldo credor da correção
monetária, ganhos na equivalência patrimonial e lucros no longo prazo de
vendas feitas a prazo. partir de 01.01.2008, por força da Lei 11.638/2007, pode
constituir a Reserva de Lucros a Realizar o lucro, rendimento ou ganho
líquidos em operações ou contabilização de ativo e passivo pelo valor de
mercado, cujo prazo de realização financeira ocorra após o término do
exercício social seguinte.
As ações em tesouraria retificam a conta que "fornece" os recursos para
a sua aquisição. São ações da própria empresa que ela mesma adquire.
13 OUTRAS DEMONSTRAÇÕES

13.1.DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO


Ela é feita de forma dedutiva, isto é, inicia-se pelo lançamento do maior
valor formador do resultado e finaliza-se com o lucro líquido.
A receita bruta é o total do faturamento do período, de cujo valor são
retiradas as devoluções, os abatimentos e os impostos incidentes, de forma
proporcional às receitas. Da mesma maneira, são deduzidas as contribuições
para o Pis, Cofins, Issqn etc...
Obtida a receita líquida, deduz-se o valor do custo dos serviços
prestados, ou custo das mercadorias vendidas, ou custo dos produtos
vendidos. Assim, obtém-se o resultado operacional bruto. Dele são deduzidas
as despesas operacionais, que são aquelas incorridas dentro da atividade e do
giro normal da empresa, desde que não incluídas nos custos. Dentre elas,
temos as representas pelas contas: Despesas administrativas, Despesas
tributárias, Despesas de vendas, Despesas financeiras.
Efetuadas todas essas deduções, devemos somar as receitas não-
operacionais e subtrair as despesas não-operacionais, para obter o resultado
líquido antes do Imposto de Renda, que pode ser lucro ou prejuízo.
Caso haja lucro real (lucro tributável pela legislação do Imposto de
Renda), calcula-se e deduz-se a provisão para o Imposto de Renda e a
Contribuição Social s/ o lucro. Se for apurado prejuízo, calcula-se a provisão,
que é então adicionada ao resultado líquido. A parte restante será o lucro ou
prejuízo líquido do exercício.

Abaixo, mostra-se um modelo deste relatório contábil:


RECEITA OPERACIONAL BRUTA:
( - ) Impostos, abatimentos, devoluções, contribuições Receita operacional
líquida
( - ) Custo dos produtos, das mercadorias ou dos serviços
Resultado operacional bruto
( - ) Despesas operacionais Lucro operacional líquido
( + ) Receitas não-operacionais
( - ) Despesas não-operacionais Lucro antes do IR
( - ) Provisão para o IR
( - ) Provisão para a CSSL
Lucro ou prejuízo líquido do exercício
13.2.DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS
Mostra a movimentação dos lucros ou prejuízos acumulados. Esta
demonstração pode ser substituída pela Demonstração das Mutações do
Patrimônio Líquido que envolve todas as contas do Patrimônio Líquido com
suas alterações no período.

13.3.DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA


Demonstra as alterações ocorridas, durante o exercício social, no saldo
de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se essas alterações em no
mínimo três fluxos: das operações; dos financiamentos; e dos investimentos.

13.4.NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES


As demonstrações financeiras costumam ter notas explicativas sobre os
critérios adotados pela empresa para o encerramento do exercício. Trazem
também, quando forem necessários:
 Detalhamento sobre Estoques, Imobilizado e outros grupos ou contas que
estejam sintetizados no Balanço patrimonial.
 Os vencimentos, juros, garantias oferecidas com relação às contas do
Realizável e do Exigível a longo prazo.
 As reavaliações efetuadas com esclarecimentos sobre os procedimentos
usados.
 As alteraçoes nos procedimentos contábeis e seus efeitos no resultado ou
no grupo Patrimônio líquido.
 Os eventos subsequentes.
14 Exemplificação
Tomando como exemplo uma empresa prestadora de serviços, na qual a
Diretoria tem direito a uma gratificação com base nos lucros, e aos seus
empregados é destinada uma participação, vamos apresentar um resumo das
etapas para o encerramento do exercício e elaboração das Demonstrações
Contábeis:
 Verificam-se os saldos das contas do Balancete de 31/12/20x1,
devidamente confrontados aos inventários. Efetuam-se os lançamentos de
ajustes, principalmente das contas de resultado.
 Faz-se a transferência do saldo das contas Custos e Despesas e Receitas
para as contas Transitórias e de apuração, o que possibilita a obtenção do
lucro ou prejuízo.
 Apurando-se prejuízo, este deverá ser transferido para a conta do
patrimônio líquido correspondente. Na hipótese de lucro, ele é chamado
lucro contábil. Calcula-se a seguir o lucro real, adicionando-se e
subtraindo-se ao lucro contábil apurado as despesas não-dedutíveis e as
receitas isentas ou com tributação exclusivamente na fonte que porventura
existam. Esse lucro real é a base para o cálculo do imposto devido, que
será contabilizado na conta Provisão para IR.
 Apurado o lucro após o Imposto de Renda, deve-se distribuí-lo, conforme o
que estiver determinado no contrato social ou nos estatutos da sociedade.

14.1.ESCRITURAÇÃO
A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes,
com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos
princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou
critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais
segundo o regime de competência.
As demonstrações financeiras do exercício em que houver modificação
de métodos ou critérios contábeis, de efeitos relevantes, deverão indicá-la em
nota e ressaltar esses efeitos.
A companhia observará exclusivamente em livros ou registros
auxiliares, sem qualquer modificação da escrituração mercantil e das
demonstrações reguladas nesta Lei, as disposições da lei tributária, ou de
legislação especial sobre a atividade que constitui seu objeto, que prescrevam,
conduzam ou incentivem a utilização de métodos ou critérios contábeis
diferentes ou determinem registros, lançamentos ou ajustes ou a elaboração
de outras demonstrações financeiras.
As demonstrações financeiras das companhias abertas observarão,
ainda, as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários e serão
obrigatoriamente submetidas a auditoria por auditores independentes nela
registrados.
As demonstrações financeiras serão assinadas pelos administradores e
por contabilistas legalmente habilitados.
As normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários a que se
refere deverão ser elaboradas em consonância com os padrões internacionais
de contabilidade adotados nos principais mercados de valores mobiliários.
As companhias fechadas poderão optar por observar as normas sobre
demonstrações financeiras expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários
para as companhias abertas.

14.2.Exercício social
Lei 6404/76 - Artigo 175. O exercício social terá duração de 1(um) ano e
a data do término será fixada no estatuto.
Parágrafo Único - Na constituição da companhia e nos casos de
alteração estatutária o exercicio social poderá ter duração diversa.

14.3.Ciclo Operacional
Entende-se como ciclo operacional o período de tempo que uma
empresa demora para praduzir, vender e receber o produto, objeto de seu
reamo de negócio.
De acordo com a deliberação 488/2005 da CVM (Comissão de Valores
Mobiliários) e pronunciamento 27 do Ibracon, as Sociedades Anônimas de
capital aberto devem efetuar, com base na natureza de suas operações, a
apresentação de seus ativos e passivos circulantes e não circulantes em
separado no próprio balanço patrimonial.

15-PADRONIZAÇÃO DOS DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS DE ACORDO


COM AS LEIS 11638/2007 e 11.941/2009

15,1.Abordagem introdutória:
Sabe-se que através dos relatórios contábeis: Balanço Patrimonial (BP)
e da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), pode-se evidenciar a
situação financeira e econômica de qualquer empresa. Segundo Matarazzo
(2003), a potencialidade das informações que podem ser extraídas dos
relatórios contábeis subsidiam o desenvolvimento e as avaliações quanto ao
seu patrimônio fornecendo informações para fomentar decisões adequadas
para assegurar a continuidade da empresa.
O entendimento dos relatórios contábeis: Balanço Patrimonial (BP) e da
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), por parte do analista, faz-se
necessário uma vez que, cabe a este profissional identificar e aplicar
adequadamente as técnicas que requerem o envolvimento de contas e grupos
de contas. Cabe ainda ao analista, a capacidade de flexibilizar o seu
conhecimento tal como corresponder as colocações de Iudícibus (1998,) ao
abordar a análise de balanços “(...) arte de saber extrair relações úteis, para
o objetivo econômico que tivermos em mente(...). Portanto, o objetivo deste
conteúdo é abordar de forma atualizada, as contas e os grupos de contas
formatados na nova estrutura do Balanço Patrimonial(BP) e da Demonstração
do Resultado do Exercício(DRE).

15.2.Interpretação do Balanço Patrimonial


Saber as origens e as aplicações de recursos, nos processos de gestão
facilita o uso adequado das informações contábeis para formular as decisões a
serem tomadas. A concepção atribuída por Marion (2009) ao Balanço
Patrimonial como relatório que representa a fotografia da empresa em um
dado momento, reforça a compreensão básica de Ativo como aplicações
formado de bens e direitos e Passivo de origens de recursos que podem ser
de terceiros ou próprios constituído-se em obrigações identificadas abaixo:

Aplicações e Origens evidenciados no Balanço Patrimonial


Fonte: Marion (2009) (com adaptações do autor)

15.3.Grupos de contas do Balanço Patrimonial e Adaptações instituídas pela Lei


11.941/09
As aplicações evidenciadas no Ativo podem ser constituídas de bens e
direitos formatados em função da liquidez de grupos e subgrupos. A Lei
11.638/07 instituiu estrutura para o Balanço Patrimonial que obteve
adaptações com a Lei 11.941/09 classificando-o em dois grandes grupos
Circulante e Não Circulante, tanto para o Ativo quanto para o Passivo
demonstrados abaixo:
BALANÇO PATRIMONIAL

Ativo Passivo

Circulante Circulante

Disponível Exigível à Curto Prazo


Caixa Fornecedores
Bancos Conta Movimento Obrigações Trabalhistas e
Sociais
Aplicações Financeiras Impostos a Recolher
Estoques
Estoques de Materiais
Estoques de Produtos
Estoques de Mercadorias

Não-Circulante Não Circulante

Realizável a Longo Prazo Exigível à Longo Prazo


Investimentos Financiamentos

Imobilizado Patrimônio Líquido


Capital Realizado
Intangível Capital Social Subscrito
(-) Capital Social a Realizar
Reservas

Balanço Patrimonial dividido em Circulante e Não Circulante


Fonte: Marion (2009) (com adaptações do autor)

15.4.Conceitos e grupos de contas do Ativo e Adaptações instituídas pela Lei


11.941/09
O Ativo é constituído dos bens e direitos, e se divide em Ativo Circulante
e Ativo Não Circulante e o Passivo de Obrigações paras com terceiros, que
também se divide em Passivos Circulante e Não Circulante. Conforme figura
abaixo:

AT IVO PASSIVO
(BENS +DIREITOS) (OBRIGAÇÕES)
CIRCULANTE CIRCULANTE

NÃO CIRCULANTE
NÃO CIRCULANTE
Balanço Patrimonial
Fonte: Marion (2009) (com adaptações do autor)

O Ativo constitui-se na parte positiva do patrimônio onde estão


localizados os Bens e Direitos, numa representação gráfica, o Ativo está
localizado do lado esquerdo. Atribui-se ao Ativo uma abordagem direcionada
ao conjunto de itens positivos que podem trazer benefícios e promover ganhos
para a empresa. O Ativo é formado pelos grupos de contas a seguir:
A parte positiva do Ativo que gera recursos para os pagamentos
diversos, no curto prazo, denomina-se Ativo Circulante onde encontram-se as
contas que estão constantemente em movimento, sendo que sua conversão
em dinheiro ocorrerá, no máximo até o término do exercício social seguinte.

AT IVO
CIRCULANTE
Disponibilidades:
Caixa;
Bancos Conta Movimento;
Aplicações Financeiras

Constituição do Ativo Circulante


Fonte: Marion (2009) (com adaptações do autor)

As Disponibilidades observadas na figura acima pode ser constituídas


das contas: Caixa; Bancos Conta Movimento; Aplicações financeiras. São
contas de curtíssimo prazo de realização ou de resgate.

AT IVO
(BENS + DIREITOS)

CIRCULANTE
NÃO CIRCULANTE
Realizável à longo Prazo
Investimentos
Imobilizado
Intangível
Constituição do Ativo Não-Circulante
Fonte: Marion (2009) (com adaptações do autor)

O Ativo Não Circulante, estão os direitos cujos prazaos para


recebimentos ocorrerão após o término do exercício social seguinte
estabelecendo. Este grupo de contas está dividido em:
Realizável à Longo Prazo – os bens e direiros que se transformam em dinheiro
após o término do exercício social seguinte.
Investimentos – Estão contabilizados as participações permanentes em outras
empresas e os demais direitos não classificados não incluídos no Ativo
Circulante da empresa.
Imobilizado – Estão contabilizados os bens corpóreos destinados à
manutenção da atividade fim da empresa.
Intangíveis – Estão contabilizados neste sub-grupo de contas os direitose bens
incorpóreos destinados à atividade da empresa, inclusive o fundo de comércio
quando de sua aquisição.
Pode-se dizer que estes treis sub-grupos de contas acima referidos, os
Investimentos, os Imobilizados e os Intangíveis possuem finalidades para o
alcance de objetivos sociais direcionados ao negócio da empresa, ou seja,
auferir renda. Neste sentido, entende-se que o Realizável à Longo Prazo
constitui-se de bens e direitos que serão transformados em dinheiro após o
término do exercício social seguinte.
Segundo Marion (2010), os investimentos também podem receber a
destinação operacional e ser constituídos de participações em outras
sociedades, obras de arte, etc. Já o Imobilizado, recebem a destinação de
manutenção da atividade principal exercida pela empresa conhecidos como
bens corpóreos tais como: máquinas e equipamentos, móveis e utensílios,
veículos, etc. Os bens que não podem ser tocados são classificados no sub-
grupo de contas do Intangível também conhecidos como bens incorpóreos, tais
como: marcas, licenças, patentes, etc.

15.5.Conceitos e grupos de contas do Passivo e Adaptações instituídas pela Lei


11.941/09
A partir do Balanço Patrimonial, remete-se ao passivo com a idéia de
origens de recursos de terceiros. Ao buscar o conceito do Passivo pode-se
dizer também que são obrigações, dívidas contraídas pela empresa que
podem assegurar a manutenção da empresa no mercado com terceiros, numa
representação gráfica vem sempre do lado superior direito dividido em dois
grupos de contas, que são: Circulante e Não Circulante. Vide abaixo.
No grupo do Passivo Circulante encontra-se o sub-grupo de Exigível à Curto
Prazo, onde estão contabilizados as obrigações cujos prazos de pagamento
estão previstos para ATÉ o trérmino do exercício social seguinte.

PASSIVO
(OBRIGAÇÕES)

CIRCULANTE

NÃO CIRCULANTE
Constituição do Passivo
Fonte: Marion (2009) (com adaptações do autor)

Segundo Marion (2009), o Passivo pode ser entendido como a parte


negativa do patrimônio onde estão localizados as obrigações da sociedade
para com terceiros. É constituído de: Passivo Circulante; Passivo não
Circulante. O Passivo Circulante pode ser compreendido como obrigações que
a sociedade possui para com terceiros, cujos prazos para pagamentos
ocorrerão ATÉ o término do exercício social seguinte; são exemplos de contas
que compõe este grupo: fornecedores, impostos a recolher, salários a pagar,
duplicatas a pagar, nota promissória a pagar, etc.), evidenciados na figura
abaixo.
PASSIVO
(OBRIGAÇÕES)

CIRCULANTE
Fornecedores
Impostos a recolher
Salários a pagar
Passivo Circulante com exemplos de contas
Fonte: Marion (2009) (com adaptações do autor)

Já o Passivo Não Circulante pode ser compreendido como obrigações


para com terceiros com prazos para pagamentos APÓS o término do exercício
social seguinte. Ressalta-se que este grupo de contas, ainda tem como
subgrupos: o Passivo Exigível à Longo Prazo, constitui-se de algumas contas
já relacionadas no passivo circulante, cujos prazos para pagamentos ocorrerão
APÓS o término do exercício social seguinte. Pode-se dizer que são as
obrigações provenientes da exploração do objeto social da empresa tais como:
empréstimos, financiamentos, apresentados na figura abaixo:

PASSIVO
(OBRIGAÇÕES)

NÃO CIRCULANTE
Exigível a Longo Prazo
Empréstimos
Financiamentos
Impostos Parcelados
Passivo Não Circulante com exemplos de contas
Fonte: Marion (2009) (com adaptações do autor)

Ainda do lado direito, lado das obrigações existe também o Patrimônio


Líquido que são as obrigações da sociedade para com seus acionistas
formados pelo capital inicial que representam os investimentos iniciais pelos
proprietários, Capital a integralizar conta redutora da conta Capital, identifica
que há valores dos sócios a serem empenhados na empresa “ são valores a
realizar/integralizar”. Faz parte do grupo de contas do Patrimônio Líquido; as
reservas que podem ser de capital, Reserevas de Lucros e Reservas de
Lucros a Realizar.

PAT R IMÔ N IO LÍQ U ID O


(SITUAÇÃO LÍQUIDA)
PATRIMONIO LÍQUIDO
Capital Social
Capital Autorizado
(-) Capital a Subscrever
Capital Subscrito
(-) Capital a Integralizar
Capital Realizado
Reservas de Capital
Ágio na Emissão de Ações
Ajustes de Avaliação Patrimonial
Reservas de Lucro
(Lucros ou) Prejuízos Acumulados
(-) Ações em Tesouraria
Patrimônio Líquido com exemplo de contas
Fonte: Marion (2009) (com adaptações do autor)

OBSERVAÇÃO: Nas entidades em que o ciclo operacional tiver duração maior


do que o período de 12 meses, a classificação de circulante e não circulante
terá por base o prazo do ciclo.

16.INTERPRETAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO


EXERCÍCIO
Sem a pretensão de esgotar o assunto, na figura abaixo evidencia-se a
Demonstração do Resultado do Exercício que resume as despesas e as
receitas auferidas pela empresa, a cada período.
O total de vendas por período pode ser entendido como Receita Bruta.
Para encontrar a Receita Líquida, procede-se as deduções: Vendas anuladas,
Descontos incondicionais, Impostos sobre vendas. Os Custos devem ser
deduzidos das Receitas Líquidas. Ao identificar o Lucro Bruto deve-se calcular
despesas e receitas operacionais. Para encontrar o Lucro Operacional,
calcula-se as despesas e as receitas não operacionais. O Lucro ou prejuízo é
identificado após a dedução de Imposto de Renda(**) e Contribuição Social
Sobre o Lucro Líquido (***) identificados na figura abaixo
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
Receita Bruta
(-) Vendas anuladas
(-) Descontos incondicionais
(-) impostos incidentes sobre vendas
(=) Receita Líquida
(-) Custos
(=) Lucro Bruto
( +/-) Despesas/Receitas Operacionais
(-) Despesas com vendas
(-) Despesas gerais e administrativas
(-) Despesas financeiras
(-) Outras despesas
(+) Outras receitas
(=) Lucro Operacional
( +/-) Despesas/Receitas Não Operacionais
(=) Lucro antes CSLL (***) / IR(**)
(-) Provisão para CSLL
(-) Provisão para IRPJ
(=) Resultado do Exercício após CSLL (***) / IR(**)
(-) Debêntures
(-) Administradores
(-) Partes beneficiárias
(=) Lucro / Prejuízo do Exercício

Demonstração do Resultado do Exercício


Fonte: Marion (2009) (com adaptações do autor)

17.DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO


Esta demonstração não existia no texto da Lei 6404/76. Foim uma das
alterações introduzidas
A DVA indicará no mínimo o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua
distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa
riqueza.
A riqueza gerada pela empresa, medida no conceito de valor adicionado, é
calculada a partir da diferença entre o valor de sua produção e o dos bens
produzidos por terceiros utilizados no processo de produção da empresa. A
atual e a potencial aplicações do valor adicionado mostram o aspecto
econômico e social que o seu conceito envolve: (i) como índice de avaliação
do desempenho na geração da riqueza, ao medir a eficiência da empresa na
utilização dos fatores de produção, comparando o valor das saídas com o valor
das entradas, e (ii) como índice de avaliação do desempenho social à medida
que demonstra, na distribuição da riqueza gerada, a participação dos
empregados, do Governo, dos Agentes Financiadores e dos Acionistas.
O valor adicionado demonstra, ainda, a efetiva contribuição da empresa,
dentro de uma visão global de desempenho, para a geração de riqueza da
economia na qual está inserida, sendo resultado do esforço conjugado de
todos os seus fatores de produção..
A Demonstração do Valor Adicionado, que também pode integrar o Balanço
Social, constitui, desse modo, uma importante fonte de informações à medida
que apresenta esse conjunto de elementos que permitem a análise do
desempenho econômico da empresa, evidenciando a geração de riqueza,
assim como dos efeitos sociais produzidos pela distribuição dessa riqueza.
Dentro dessa visão, a Comissão de Valores Mobiliários – CVM - vem
incentivando e apoiando a divulgação voluntária de informações de natureza
social, tendo, inclusive, já em 1992, apoiado e estimulado a divulgação da
DVA, por meio do Parecer de Orientação CVM nº 24/92. No Ofício Circular
CVM/SNC/SEP/ no 01/00, a CVM sugeriu a utilização de modelo elaborado
pela Fundação Instituto de Pesquisa Contábeis, Atuariais e Financeiras da
USP (FIPECAFI). Além disso, fez incluir no anteprojeto de reformulação da Lei
nº 6.404/76 a obrigatoriedade da divulgação da Demonstração do Valor
Adicionado e de informações de natureza social e de produtividade.
Considerando que as companhias abertas vêm, cada vez mais, aderindo à
divulgação de informações de natureza social, principalmente a DVA, e, dentro
desse caráter voluntário de divulgação, objetivando orientar e incentivar
aquelas empresas que ainda não aderiram, estamos apresentando um modelo
simplificado de Demonstração do Valor Adicionado, como ilustração:

Demonstração do Valor Adicionado

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRIÇÃO

1-RECEITAS

1.1) Vendas de mercadoria, produtos e serviços

1.2) Provisão p/devedores duvidosos – Reversão/(Constituição)


1.3) Não operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

2.1) Matérias-Primas consumidas

2.2) Custos das mercadorias e serviços vendidos

2.3) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros

2.4) Perda/Recuperação de valores ativos

3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 – RETENÇÕES

4.1) Depreciação, amortização e exaustão

5 – VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA

6.1) Resultado de equivalência patrimonial

6.2) Receitas financeiras

7 – VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO

8.1) Pessoal e encargos

8.2) Impostos, taxas e contribuições

8.3) Juros e aluguéis

8.4) Juros s/ capital próprio e dividendos

8.5) Lucros retidos / prejuízo do exercício

* O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7.


18 – CONHEÇA O Comitê de Pronunciamento Contábil – CPC.
(fonte www.cpc.org.br/o que.htm).

O Comitê de Pronuinciamento Contábil = CPC – foi idealizado a


partir da união de esforços e comunhão de objetivos das seguintes entidades:
- ABRASCA – Associação Brasileira de Cias Abertas;
- APIMEC NACIONAL – Associação dos Analistas Profissionais de
Investimentos do Mercado de Capitais;
- BM&FBovespa – Bolsa de Valores Mercadorias e Futuros;
- CFC – Conselho Federal de Contabilidade;
- FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, atuariais e
Financeiras;
- IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil.

Criado pela Resolução CFC 1.055/05, o CPC tem como objetivo “ O


estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre
procedimentos de contabilidade e a divulgação de informações dessa
natureza, para permitir a wmissão de normas pela entidade reguladora
brasileira, visando a centralização e uniformização do seu processo de
produção, levando sempre em conta a converegência da contabilidade
Brasileira aos padrões internacionais.
O CPC é totalmente autônomo das entidades representadas,
deliberando por 2/3 de seus membros; o Conselho Federal de Contabilidade
fornece a estrutura necessária; as seis entidades compões o CPC, mas outras
poderão vir a ser convidadas futuramente; os membros do CPC, dois por
entidade, na maioria contadores, não auferem remuneração.
Além dos 12 membros atuais, serão sempre convidados a participar
representantes dos seguintes órgãos:
- BACEN – Banco Central do Brasil;
- CVM – Comissão de Valores Mobiliários;
- SRF – Secretaria da Receita Fereral;
- SUSEP – Superintendência de Seguros Privados.
Outras entidades ou especialistas poderão ser convidados, onde serão
formados comissões e gtupos de trabalhos para temas específicos que se fizer
necessários.
Os produtos do CPC são pronunciamentos técnicos, orientações e
interpretações. Os pronunciamentos técnicos serão obrigatoriamente
submetidos a audiências públicas. As orientações e interpretações poderão,
também sofrer esse processo.
Estrutura:
- Presidente – Eleitos pela assembleia por representantes das seis
entidades,com mandatos de quatro anos( exceto metade dos primeiros
membros , com dois anos); podendo, por ¾ de seus membros, indicar outros
membros do CPC; podem alterar o Regimento interno do CPC.
- Quatro Coordenadores – De Operações; De Relações Institucionais;
De Relaçõpes Internacionais; Técnica.

19– EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CONTABILIDADE:


Existem informações que a contabilidade é tão antiga quanto à origem
do homem. Para alguns historiadores o fato do homem primitivo contar
suas ovelhas antes e depois do inverno, já demonstrava a preocupação
com a evolução do seu patrimônio.
Outro historiadores ressaltam que aproximadamente 4.000 anos antes de
cristo já existiam indícios do uso de uma contabilidade rudimentar, o fato é
que a contabilidade acompanha o desenvolvimento do homem e da
sociedade, vistro ser um instrumento de acompanhamento do patrimônio
das pessoas e das entidades.
A invenção da escrita, do papel, a prática do comércio, a criação dos
padrões de medidas de peso, de comprimento, de valor, incrementaram
em muito o desenvolvimento da contabilidade, pode-se destacar, ainda
fase de evolução social que infuiram de forma decisiva na contabilidade,
tais como mercantilismo, as grandes navegações, a revolução industrial,
as crises econômicas, a revolução tecnológica e até a comunicação
eletrônica dos dias de hoje.
Pode-se, ainda ressaltar, o predomínio da escola europeia em geral,
particularmente a escola italiana durante o século XIII até o início do
século XX, quando a ascenção econômica e cultural da sociedade norte-
americana refletiu no direcionamento dessa ciência, fazendo sobressair a
escola americana, fortemente influenciada pela tradição inglesa no campo
da auditoria e da necessidade de adaptar-se às necessidades das
grandes corporações no vasto “mercado de capitais”.
No Brasil, a evolução da contabilidade acompanhou o desenvolvimento
dessa ciência em âmbito mundial, ou seja, predominância da escola
italiana e somente mais tarde a influência da escola americana. Esta
escola adota uma linha filosófica de entender a contabilidade como
“instrumento de gestão”, isto é, valoriza o seu aspecto utilitário.
Segundo o professor Sergio de Ildícibus “ o objetivo básico dos
demonstrativos contábeis é promover informação útil para a tomada de
decisões econômicas.
Finalizando essa evolução histórica, pode-se concluir qua a
contabilidade é um instrumento de GESTÃO, visto que suas informações
determinarão os futuros passos das entidades.
PARTE II

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

1 - NOÇÕES PRELIMINARES
Um dos fatores de relevânte importancia para elaborar uma análise de
balanços é saber as diferenças entre “situação Econômica e Situação
Financeira”.
Ter lucro, mas não ter dinheiro, e vice-versa, é mais comum do que parece, na
maioria das empresas, mas não deixa de ser estranbho para quem não
conhece de finanças.

Talvez não existam palavras mais empregadas no mundo dos negócios


do que econômico e financeiro.
Mesmo o trabalhador mais humilde dirá: “Estou com problemas
financeiros”.
Em análise de balanços esses termos precisam ser muito bem
definidos, pois em caso contrário, se poderá chegar à conclusões confusas.

1.1 - ECONÕMICO:
Refere-se a lucro, no sentido dinâmico, de movimentação, estaticamente,
refere-se a patrimônio Líquido. Matarazzo (Cap.7 pg.186 – 2010).
1.2 - FINANCEIRO:
Referfe-se a dinheiro. Dinamicamente, representa a variação de caixa e
estaticamente, representa o saldo de caixa. O termo financeiro tem significado
amplo e restrito. Quando encarado de forma restrita refere-se a caixa; quando
o seu significado é amplo refere-se a Caixa Circulante Líquido. : Matarazzo
( 2010).
Não basta que a empresa possua uma sólida posição patrimonial. È
necessário que ela conte com recursos financeiros, para saldar seus
compromissos em dia, sob pena de, em casos extremos, entrar em estado de
insolvência. Portanto, é muito importante a correta apuração e interpretação
dos índices de liquidez, que medem a capacidade de pagamento de
determinados prazos e até imediatamente. Savytzky, Taras – (Análise de
Balanços – 5ª.ed.2009)
Já o desequilíbrio financeiro, caracterizado pela impossibilidade de
pagamento das dívidas nos devidos prazos, é a principal causa de falência das
empresas. As causas mais frequentes desse desequilíbrio são:. Savytzky,
Taras – (Análise de Balanços – 5ª.ed.2009).
- Excesso de imobilizações em relação ao capital próprio, gerando
insuficiência ou falta de capital de giro próprio;
- excesso de estoques em relação às vendas (baixa rotatividade);
- Baixa rotação de créditos;
- desequilíbrio entre prazos de compras e de vendas;
- prejuízos operacionais.
Elaborar uma análise nas demonstrações contábeis de uma empresa, é
proceder um estudo da financeira, econômica e patrimonial, através da
decomposição de elementos e de levantamentos de dados que consistem em
relações diversas que entre si possam ter tais elementos, com o objetivo de
conhecer a realidade de uma situação ou de levantar os feitos de uma
administração sob determinado ponto de vista”.
A análise das demonstrações contábeis tem por objetivo, interpretar as
alterações estruturais ocorridas nos balanços e demais informativos contábeis,
consecutivos, de uma empresa, buscando o julgamento das ações
desenvolvidas pela mesma, estudando a sua posição atual dentro do mercado
de atuação e detectando também, a sua situação econômico-financeira.
Cabe salientar, que deve-se levar em conta a dimensão temporal, ou
seja, devemos examinar para tanto, uma série histórica.
Após realizado este trabalho, poderemos até mesmo, identificar o seu
desempenho futuro.
A análise dos demonstrativos contábeis sempre estará associada a um
processo decisório. Cada usuário determina a profundidade e o enfoque da
abordagem da análise, de acordo com o seu objetivo.
A análise das demonstrações contábeis como um todo, é vista como “a
arte de saber extrair relações úteis, para o objetivo econômico que
tivermos em mente, dos relatórios contábeis tradicionais e de suas
extensões e detalhamentos, se for o caso”.

2. Aspectos da análise:

 Estático - Refere-se ao estudo da situação da empresa, observando-se a


forma como ela se apresenta, em determinado momento, não se
preocupando com o passado ou o futuro.
 Dinâmico - Há uma preocupação com a evolução da empresa e com o ritmo
de seus negócios. Tal aspecto resulta num estudo que estabelece
comparações entre os resultados atuais e os resultados de exercícios
anteriores, considerando inclusive as possibilidades de evolução futura.

3. ETAPAS DA ANÁLISE

a) Conhecimento da estrutura e composição das demonstrações;


b) Entendimento das transações que se processam entre as contas dos
demonstrativos;
c) Interpretação dos valores expressos nas demonstrações e de sua
interrelação;
d) Formulação e cálculo de índices ou indicadores que permitam estabelecer
comparação entre valores;
e) Estabelecimento de subsídios para avaliação da situação do desempenho
da empresa.

4. OBJETIVOS DA ANÁLISE
Avaliar, de forma estática e dinâmica três aspectos patrimoniais:
1- Medir o acerto da gestão passada;
2- Determinar a necessidade de correção nessa gestão;
3- Determinar potencialidades e riscos de desenvolvimento dos negócios da
empresa.

5. FONTES

a) Demonstrações contábeis;
b) Outras informações obtidas junto à administração da empresa em exame.

5. ANÁLISE VERTICAL/HORIZONTAL

5.1. Análise Vertical:


Tem a finalidade de demonstrar o percentual de cada conta de um
determinado demonstrativo contábil em relação ao total em ela estiver
inserida. Para tanto, calcula-se o valor de cada conta em relação a um valor
base.
Mostra a importância de cada conta em relação à demonstração a que esta
pertença.
Podemos também, estabelecermos comparações com padrões do ramo de
atividade da entidade e não somente, compararmos com percentuais da
própria empresa em relação a exercícios anteriores. Sendo assim, verificamos
se existem itens fora das proporções normais.
Relacionamos uma conta com o valor global do grupo ao qual ela
pertence, indicando assim, a sua representatividade.

5.2. Analise Horizontal:


Evidencia a evolução de cada conta dos demonstrativos contábeis,
através dos períodos analisados com relação à demonstração anterior,
geralmente a mais antiga da série.
Verificamos que diante da comparação realizada entre as contas, esta
análise nos permite tirar conclusões sobre a evolução da empresa estudada.
Essa comparação é feita entre os valores de uma mesma conta ou
grupo de contas, em diferentes exercícios sociais.
Verifica-se a evolução de cada conta de uma série de demonstrações
contábeis, em relação à demonstração anterior e/ou em relação a uma
demonstração básica geralmente, a mais antiga da série.
Enfoques principais: evolução de ativos e passivos, evolução do ativo fixo
produtivo, evolução da estrutura de capital, redução dos custos, preço de
venda etc.

5.3. Objetivos básicos das análises Vertical/Horizontal


Indicação da estrutura do ativo e passivo bem como, informar suas
modificações.
Análise detalhada do desempenho da empresa, permitindo a visualização das
alterações,que não foram identificadas através do estudo dos índices.

6 – INDICADORES DE ESTRUTURA DE CAPITAIS


Estes indicadores mostram a decisões financeiras do ponto de vista das
origens e aplicações de recursos.

6.1.Objetivos:
1- Promover a avaliação da capacidade de amortização da empresa, em
caso de financiamentos;
2- Apuração da situação patrimonial, visando orientar acionistas e sócios;
3- Fornecer informações nos casos de fusão e incorporação, consolidação
de balanços e cessação das atividades com a venda do acervo
patrimonial

6.2.Considerações importantes que devem ser analisadas:


 Capacidade de endividamento - Avaliações básicas quanto à geração de
recursos, liquidez e renovação.
 Geração de recursos - A empresa possuindo uma geração de recursos,
capaz de promover a amortização de dívidas, certamente possuirá uma
capacidade maior de endividamento.
 Liquidez - Suficiência de recursos para a manutenção das atividades; maior
capacidade de solvência.
 Renovação - Possuir a empresa condições de renegociar dívidas, renovar
empréstimos, o que não afetará de forma negativa, a sua capacidade de
solvência.

6.3.Capital circulante próprio


É a parcela do patrimônio líquido investida no ativo circulante. Refere-
se à parcela do patrimônio líquido, não comprometida com os capitais/ativos
fixo (não aplicada no ativo fixo), constituindo-se em elemento de fundamental
importância para se avaliar a solidez financeira de uma empresa.
Fórmula: CCP = PL - (AF+RLP)

6.4.Capital circulante líquido


É a parcela de recursos não correntes que foi destinada ao ativo circulante.
Representa a folga financeira da empresa, à curto prazo.
Refere-se aos financiamentos de que a empresa dispõe para o seu “giro”, os
quais não serão exigidos à curto prazo.
composição - Capitais próprios e de terceiros a longo prazo.
Fórmula: CCL = AC - PC

6.5. Indicadores por quocientes:

6.5.1- INDICES DE ESTRUTURA DE APITAIS:


Participação de capitais de terceiros - Mostra o volume de recursos
tomados pela empresa, junto a terceiros, para cada 100 unidades monetárias
de capital próprio. Verificamos a quantidade de recursos de terceiros que a
empresa terá que suplementar, com seus recursos próprios, objetivando a
manutenção de suas atividades. Fórmula = (Capitais de Terceiros dividido pelo
Patrimônio Liquido) x 100.
Pontos importantes a considerar: Quanto menor for a participação de
capitais de terceiros ns empresa, menor será seu grau de endividamento e
maior será a sua liberdade financeira para tomar decisões.
- Quando os capitais de terceiros forem investidos na empresa em proporções
maiores que os capitais próprios, este quociente será superior que UM,
indicando a existência de dependência financeira da empresa junto aos seus
credores, assim sendo, as empresas terão de se sujeitar às regras impostas
por esses credores.
- Quando o grau de endividamento evidenciado por este quociente for elevado,
a empresa encontrará dificuldades para a obtenção de recursos financeiros
junto às instituições financeiras.
- O importante é que as empresas saibam administrar bem os recursos de
terceiros que estiver em mãos, fazendo com que os lucros obtidos com a
aplicação desses recursos superem os encargos que remunerarão esses
capitais.
- Mesmo estando endividada a empresa poderá encontrar-se em situação de
normalidade, se o seu grau de endividamento for compatível com o grau de
endividamento das empresas do mesmo ramo de atividades, caso contrário, a
permanência da empresa em alto grau de endividamento em períodos
sucessivos, poderá constituir forte indicador de probabilidade de falência. Por
ouro lado, se a empresa conseguir renovar periodicamente suas dívidas,
poderá sobreviver com endividamento, reduzindo os riscos de falência.

Composição do endividamento - Obtemos o percentual de obrigações


à curto prazo, da empresa, em relação à sua dívida total. Desmembramos o
volume total das dívidas, identificando as parcelas de curto e longo prazos
(qualidade do endividamento). Fórmula = (Passivo Circulante dividido pelos
Capitais de Terceiros) x 100.
Pontos importantes a considerar: Quanto menor for o valor a pagar à curto
prazo em relação às obrigações totais, maior tempo terá a empresa para obter
recursos financeiros visando saldar os seus compromissos.
- Gerar recursos financeiros à curto prazo, nem sempre constitui tarefa de fácil
realização por parte da administração das empresas.
- Os recursos financeiros para cobrir compromissos de longos prazos, poderão
surgir em função do desenvolvimento normal das atividades da empresa, sem
a necessidade de recorrer a operações que geram recursos imediatos. Nem
sempre essas operações são benéficas para a saúde financeira da empresa.
- Quanto menor for este quociente, maiores serão os prazos que a empresa
terá para saldar seus compromissos, em consequência, melhor será sua
situação financeira atual.
Imobilização do patrimônio líquido - Verificamos quantas unidades
monetárias a empresa aplicou nos ativos permanentes, para cada 100
unidades monetárias de capital próprio. Temos aí, qual o volume de recursos
próprios aplicados no ativo permanente. Fórmula = (Ativo Fixo dividido pelo
Patrimônio Líquido) x 100.
Pontos importantes a considerar: è a denominação que se dá ao excesso do
patrimônio Líquido sobre o ativo fixo (Imobilizado + Investimentos +
Intangível).- Se todo o Patrimônio Líquido for utilizado para financiar capital
fixo, não existindo capital circulante próprio, significará que todo o Ativo
Circulante, mais a Ativo Realizável à Longo Prazo foram financiados somente
com recursos de terceiros, em princípio essa situação não é favorável.
- Sempre quando este quociente for inferior que UM, indicará que a entidade
não aplicou em seu ativo fixo todo o patrimônio Líquido, existindo então, o
capital circulante próprio.
- Quando este quociente indicar que que parte do seu capital próprio foi
reinvestida no ativo circulante, estará revelando que a empresa possui
liberdade financeira para movimentar o seu negócio.
É perfeitamente aceitável que as empresas invistam uma maior parte do seu
capital próprio no seu Ativo fixo e uma menor parte no seu ativo Circulante. Isto
é normal porque é mais difícil conseguir recursos financeiros para financiar o
ativo fixo. Além disso, não é aconselhável utilizar capitais de terceiros de curso
prazo para financiar o seu capital fixo, pois o retorno do investimento do ativo
fixo se dá, em geral à longo prazo.
- O importante é que os investimentos aplicados no ativo fixo sejam pagos com
os lucros da empresa, portanto à longo prazo

Imobilização dos recursos não correntes - Apontamos desta feita, o


percentual dos recursos não correntes, destinados ao ativo permanente da
empresa. Refere-se à parcela de recursos não correntes que financia o ativo
permanente. Fórmula = (Ativo Fixo) dividido pelo (Patrimônio Líquido +
Passivo Exigível a Longo Prazo)] x 100.
Pontos importantes a considerar: - Sempre quando este quociente for
inferior que UM, indicará que a entidade não aplicou em seu ativo fixo todo o
patrimônio Líquido mais o Passivo exigível à Longo Prazo, existindo então, o
capital circulante próprio.

7- ÍNDICES DE LIQUIDEZ

Os índices de solvência mostram a base financeira da empresa, identificando a


sua solidez. Estes índices evidenciam a conversibilidade dos capitais de uma
empresa em disponibilidades, suficientes à liquidação dos compromissos
assumidos.
Destacamos que o importante, não é a liquidez do empreendimento em caso
de liquidação (liquidez real) que deva ser avaliada, devemos ir mais adiante,
avaliando a capacidade da empresa em conservar-se como um
empreendimento bem sucedido, e que salda seus compromissos em dia
(liquidez técnica).
7.1. Ciclo operacional/formação da liquidez

Compra de mat. prima Produção

Recebimento Vendas

 Liquides Imediata - Identifica a capacidade da empresa saldar sua dívidas


de curto prazo, imediatamente. Fórmula = Disponível dividido pelo Passivo
Circulante.
Pontos importantes a considerar: Quando a empresa possuir dinheiro em
caixa, bancos e aplicações financeiras imediatas suficientes para saldar
seus compromissos de curto prazo, obviamente estará tranquila sob o ponto
de vista de solvência.

 Liquidez corrente - Proporciona uma medida da margem de segurança da


empresa para satisfazer às obrigações que vencerão no exercício corrente.
Verificamos a conversibilidade de todo o ativo circulante da entidade
objetivando a liquidação da dívida no mesmo prazo. Fórmula = Ativo
Circulante dividido pelo Passivo Circulante.
Pontos importantes a considerar: Quando este quociente for igual a UM,
indicará que a empresa possui um grau de solvência suficiente que lhe
permite cobrir seus compromissos de curto prazo.

 Liquidez Seca - Desconsideramos os itens do ativo circulante que não


possuem prazo certo de recebimento. Toma-se por base, somente os itens
monetários, medindo-se o grau de excelência da situação financeira da
empresa. Fórmula = (Ativo Circulante - Estoque) dividido pelo Passivo
Circulante.
Pontos importantes a considerar: Este é um dos quocientes mais
utilizados pelas instituições financeiras para o fornecimento de crédito a
seus clientes.

 Liquidez Geral - Mede quanto a empresa possui de recursos não-


imobilizados em ativos fixos, em relação a cada unidade monetária de sua
dívida. Apontamos desta forma, a proporção dos bens e direitos a serem
realizados no curto e longo prazos, contra o volume de dívidas totais da
empresa. Verifica-se aí, a segurança da empresa visando o seu
crescimento. Fórmula =(Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo)
dividido por(Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo).
Pontos importantes a considerar: Quando este quociente for igual ou
superior a UM , pode-se afirmar em princípio que a entidade se encontra
satisfatoriamente estruturada do ponto de vista financeiro.

Obs: Estes indicadores não medem a efetiva capacidade da empresa liquidar


seus compromissos nos respectivos vencimentos, mas apenas evidenciam o
grau de solvência em caso de encerramento total das atividades.

8. ÍNDICES DE RENTABILIDADE

Estes indicadores mostram qual a rentabilidade dos capitais investidos, ou


seja, quanto renderam os investimentos, identificando o grau de êxito
econômico da empresa.
Através destes indicadores, podemos fazer uma melhor avaliação da eficiência
dos administradores, da sua capacidade de gestão. São medidas que
relacionam os retornos da empresa às suas vendas, aos seus ativos, ou ao
seu patrimônio líquido.
Sendo a rentabilidade um medidor do lucro, em função de determinados
elementos, esta nada mais, é do que uma resultante da produtividade.

Giro do ativo - Mostra quanto a empresa vendeu, para cada unidade


monetária de investimento total. Medimos desta feita, o volume de vendas da
empresa em relação ao capital total investido. Mede-se desta forma, a
eficiência na utilização do ativo com a finalidade de gerar receitas.
Destacamos que alguma considerações adicionais devam ser feitas, tais como:
observar por exemplo, se ocorreu retração do mercado de atuação da empresa
em análise; se ocorreu perda na participação de mercado e quais são as
estratégias da empresa. Fórmula = Receita Líquida dividido pelo Ativo Total
Pontos importantes a considerar: È importante saber que o volume de
vendas ideal para cada empresa é o que permite a obtenção de lucratividade
suficiente para cobrir todos os gastos, oferecendo ainda uma boa margem de
lucro.
O volume de venda ideal para cada empresa dependerá de seu ramo de
negócio. O ideal é que este quociente seja superior a UM, caso em que estará
indicando que o volume das vendas superou o valor investido na entidade.
.
Margem líquida - Indica quanto a empresa obtém de lucro, para cada 100
unidades monetárias vendidas. Apontamos a eficiência global da empresa.
Fórmula = (Lucro Líquido dividido pela Receita Líquida) x 100.
Pontos importantes a considerar: Quanto maior seja este quociente, maiores
serão os lucros obtidos pela empresa.
– Quando o quociente “Giro do Ativo” for inferior a UM, indica em princípio,
situação desfavorável, o que poderá não corresponder à realidade se o
quociente “Margem Líquida” for superior a UM.
- Nem sempre um volume de venda alto é sinônimo de lucratividade garantida
e vice-versa, ou seja, nem sempre um volume de vendas baixo é sinônimo de
prejuízo. Há casos em que, estrategicamente, a empresa reduz o volume de
vendas como medida necessária para aumentar sua lucratividade. Isso é
possível quando um menor movimento de vendas resulta na redução de
gastos.

 Rentabilidade do Ativo - Através deste indicador, verificamos quanto a


empresa obtém de lucro para cada 100 unidades monetárias de
investimento total. Temos desta forma, a relação lucro líquido x ativo, a qual
mede o potencial de geração de lucros por parte da empresa. Avaliamos a
capacidade da entidade gerar lucros, podendo assim, capitalizar-se.
Portanto, determinamos a capacidade dos recursos aplicados no ativo, de
gerar lucros, o que resulta na principal fonte de recursos da empresa
(capacidade que os ativos apresentam de gerar lucros). Fórmula = (Lucro
Líquido dividido pelo AtivoTotal) x 100.
Pontos importantes a considerar: Trabalhando com capitais de terceiros,
a empresa obviamente precisará remunerar esses capitais com a
lucratividade apurada no desenvolvimento de suas atividades normais.
Quando isto for possível, a situação será favorável; se a lucratividade obtida
não for suficiente para remunerar capitais de terceiros, será preciso buscar
outras fontes para gerar recursos, aumentando o endividamento da
empresa.

Rentabilidade do Patrimônio Líquido - Constitui-se num indicador que


demonstra o lucro final do exercício, o qual pertence aos acionistas.
Apontamos o volume de lucros (representatividade), que comporá o total dos
capitais próprios da entidade. Observamos quanto a empresa obteve de lucro
para cada 100 unidades monetárias de capital próprio investido. Obtemos
portanto, qual a taxa de rendimento do capital próprio (retorno dos recursos
próprios investidos na empresa), no final do exercício (taxa real, expurgada a
inflação). Fórmula = (Lucro Líquido dividido pelo Patrimônio Líquido) x 100.
Pontos importantes a considerar: A tradução deste índice é verificar qual é o
tempo necessário para se obter o retorno do capital próprio investido pelos
sócios na empresa, ou seja, quanto tempo será necessário para que os
proprietários da empresa obtenham de volta o valor do capital que investiram
na empresa.
- Para que os proprietários façam este cálculos basta proceder uma
comparação como seu capital estivesse investido no mercado financeiro ou no
mercado e capitais.

9. ÍNDICES DE PRAZOS MÉDIOS

Estudamos através destes índices, a situação dos ciclos operacional e


financeiro, o que nos proporciona um conhecimento maior sobre certas
políticas adotadas pela administração da empresa.
Podemos então, avaliar se essas políticas vêm sendo adequadas para a
empresa.
Cabe observar, que não podemos analisar individualmente estes índices.

Ciclo operacional - É a soma dos prazos médios: de renovação dos estoques


e de recebimento de vendas. É o tempo decorrido entre a compra e o
recebimento.

CICLO OPERACIONAL
Compra Venda Recebimento
|________|________|
PMRE PMRV

Ciclo financeiro - É o tempo decorrido entre o momento em que a empresa


aplica o dinheiro (pagamento do fornecedores) e o momento em que recebe
as vendas (período em que ela precisa de financiamentos).

CICLO FINANCEIRO
a) Compra Venda Pagamento Recebimento
|____________|________|______________|
|____PMRE___|_______PMRV__________|
|_____CICLO OPERACIONAL___________|
|____________________|_______________|
PMPC | CICLO FINANCEIRO
Nota: fornecedores financiando totalmente os estoques.

b) Compra Pagamento Venda Recebimento


|________|_________|________________|
|_____PMRE_______|_____PMRV______| = ciclo
|_PMPC_|__________________________| operacional
CICLO FINANCEIRO
Nota: fornecedores financiando parte dos estoques

Fórmulas:
Prazo Médio de Renovação dos Estoques = (Estoques dividido pelo Custo das
Mercadorias Vendidas) x 360.
Prazo Médio de Recebimento de Vendas = (Duplicatas a Receber dividido pela
Receita Líquida) x 360.
Prazo Médio de Pagamento de Compras = (Fornecedores dividido pelas
Compras) x 360.
Compras = Custo das Mercadorias Vendidas + Estoque Final - Estoque Inicial.
Ciclo Operacional = PMRE + PMRV.
Ciclo Financeiro = Ciclo Operacional - PMPC.
.

10.ÍNDICES DE ROTAÇÃO

Indicam a quantidade de vezes que os títulos e os estoques giraram durante o


exercício social. São indicadores de renovação dos itens analisados.
Fórmulas:
Rotação dos Estoques = 360/PMRE ou CMV/ESTOQUES
Rotação de Duplicatas a Receber = 360/PMRV ou Receita
Liquida/Dup.Rec.
Rotação de Fornecedores = 360/PMPC ou Compras/Fornecedores

ECONÔMICO VERSUS FINANCEIRO

Econômico - Refere-se ao lucro no sentido dinâmico e ao patrimônio líquido no


sentido estático.
Financeiro - Sentido restrito = Refere-se a dinheiro, variação de caixa
(avaliação dinâmica). Quanto ao saldo de caixa, avaliação estática. Sentido
amplo = Variação do capital circulante líquido (avaliação dinâmica). Saldo do
capital circulante líquido (avaliação estática).

INVESTIMENTO VERSUS FINANCIAMENTO

Investimento - É toda aplicação em bens, direitos ou custos, que beneficiarão


exercícios seguintes (o ativo representa o investimento total).
Financiamento - São as origens apontadas no passivo. Podem ser exigíveis ou
não. Exigíveis - São recursos obtidos junto a terceiros, utilizados pela entidade
por certo tempo, cuja devolução se dará em parcelas. Não exigíveis - recursos
obtidos pela empresa, sem prazo certo de devolução.

11 PARECER TÉCNICO

Para a elaboração do parecer técnico sobre a situação da empresa, por


ocasião da análise de suas demonstrações contábeis, preparamos um roteiro
básico, contendo algumas avaliações que devem ser feitas, cujo objetivo maior
é facilitar o trabalho do analista.
a) Avaliar o comportamento das vendas líquidas, promovendo a comparação
destas, utilizando a análise com deflator, cujo objetivo é verificar sua
evolução real;
b) Avaliar o comportamento dos resultados, bruto, operacional, antes do
imposto de renda e líquido, utilizando a análise com o deflator. Deve-se
procurar a identificação das contas responsáveis pelas modificações
(variações), sempre fazendo uso da análise com o deflator;
c) Avaliar os índices de representatividade do balanço patrimonial (análise
vertical). Estudar as contas que apresentaram modificações significativas,
as quais são ou se tornaram relevantes no período analisado;
d) Avaliar os índices de evolução do balanço patrimonial (variação real);
e) Avaliar os índices financeiros e patrimoniais (liquidez e estrutura);
f) Avaliar os índices econômicos (rentabilidade);
g) Avaliar os índices de prazos médios e rotação, em conjunto;
h) Avaliar as informações relevantes, complementares, observando-se as
notas explicativas, e demais dados tais como: relatórios da diretoria, ramo
de atividade, parecer dos auditores etc.
i) Finalmente, elaborar uma breve conclusão.
Nota: Quando do estudo dos índices, devemos analisá-los, buscando a
integração das informações prestadas por eles, observando sempre, as contas
que os compõem uma vez que, estas estão contidas nos respectivos cálculos.

12. ÍNDICES DE BOLSA

Objetivo: Permitem a avaliação da viabilidade de investimentos em ações de


determinadas empresas. Para tanto, levamos em conta dados obtidos através
das negociações de ações nas bolsas de valores tais como: cotação,
negociabilidade e dados das demonstrações contábeis.
Esta análise nos mostra elementos quantitativos e objetivos a respeito das
ações.

13. Principais Índices:


1) Valor patrimonial da ação - VPA
Fórmula= Patrimônio Líquido/Número de Ações (Resultado em R$)

Estabelecemos esta relação entre o Patrimônio Líquido e o número de ações


do capital realizado, mostrando a representatividade de uma ação perante o
Patrimônio Líquido da empresa. Esta relação mostra quanto vale cada ação
em termos de patrimônio líquido, determinando qual a parcela do Patrimônio
Líquido que cabe a cada ação.

2) Lucro por ação - LPA


Fórmula= Lucro Líquido/Número de ações (Resultado em R$)

Este indicador mostra qual a parcela do lucro obtido que corresponde a cada
ação, indicando pois, a fração do lucro cabível a cada ação.

3) Preço sobre lucro por ação - P/L


Fórmula= Valor da Cotação da Ação/Lucro por Ação (Resultado em
número
de anos)

Mostra este indicador em quanto tempo o investidor obteria o retorno do


capital aplicado na aquisição das ações se fosse mantido o mesmo LPA
verificado no último exercício.
Indica o tempo que o investidor deve esperar para acumular um lucro por ação
igual (no mesmo nível) ao investimento efetuado.
4) Rentabilidade da ação - RDA
Fórmula= LPA/Valor da Cotação da Ação (Resultado em %)
Identificamos quantas unidades monetárias o investidor terá de ganho anual
para cada 100 unidades monetárias investidas na aquisição de ações ao preço
de mercado. Temos aí, qual o percentual anual de rentabilidade do investidor.

5) Dividendo por ação - DPA


Fórmula= Dividendos Pagos/Número de Ações (Resultado em R$)

Este indicador nos mostra quanto do lucro distribuído, cabe a cada ação.
Verifica-se , quanto cada ação rende em unidades monetárias, embolsadas
pelo proprietário (investidor).

6) Retorno de caixa - RDC


Fórmula= DPA/Cotação da Ação (Resultado em %)

Observamos através deste índice, quanto efetivamente o acionista embolsa


para cada 100 unidades monetárias investidas na aquisição de ações,
segundo sua cotação. Obtemos quanto o investidor recebe em dinheiro para
cada 100 unidades monetárias investidas na compra das ações.

7) Relação caixa/rentabilidade da ação - C/RDA


Fórmula= RDC/RDA (Resultado em %)

Obtemos em termos percentuais, quanto da rentabilidade da ação é convertido


em reembolso de caixa. Identificamos qual a relação entre o lucro do acionista
e o que ele recebe monetariamente da empresa, ou seja, qual o percentual do
seu lucro é convertido em moeda.

Obs.:
O RDC e o RDA serão divididos por 100, transformados em fatores.

14. RISCO DOS EMPRÉSTIMOS BANCÁRIOS

Dívidas/Tipos:
Créditos de Funcionamento - Naturais, decorrentes da atividade operacional,
normal (fornecedores, salários, impostos etc.).
Créditos de Financiamento - Recursos obtidos junto às instituições de crédito
para atender as necessidades da entidade.
 Financiamentos - São recursos tomados junto às instituições de crédito para
financiar aplicações específicas no giro ou no ativo permanente. São
devolvidos em parcelas.
 Empréstimos Bancários - Representam créditos obtidos junto às instituições
de crédito, a curto prazo, complementando o financiamento do ativo
circulante (giro basicamente).

15. ÍNDICES DE DEPENDÊNCIA BANCÁRIA:


Medem o grau de dependência em relação às instituições de crédito.

1) Financiamento de ativo por instituições de crédito


Fórmula= Empréstimos e Financiamentos de Inst. de Crédito/Ativo Total
(Resultado em %)

Indica qual o percentual dos investimentos totais que está financiado pelas
instituições de crédito.

2) Participação de instituições de crédito no endividamento da empresa


Fórmula= Financiamento de Inst. de Crédito/Capital de Terceiros (Resultado
em %)

Indica qual o percentual de participação das instituições de crédito no total de


recursos tomados junto a terceiros (total das origens de recursos da entidade).

3) Financiamento de ativo circulante por instituições de crédito a curto prazo


Fórmula= Instituições de Crédito a Curto Prazo/Ativo Circulante (Resultado
em %)

Indica quanto do ativo circulante está sendo financiado pelas instituições de


crédito no curto prazo.

4) Nível de duplicatas descontadas


Fórmula= Duplicatas Descontadas/Duplicatas a Receber (Resultado em %)

Indica qual o percentual das duplicatas a receber foi ou está descontado junto
às instituições de crédito.

REFERÊNCIAS
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CPC – ed. Atlas – 2014 – Vol.I.
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