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DIREITO CIVIL – MÓDULO II

AULA 07

UNIÃO ESTÁVEL

Evolução histórica: O CC/16 adotou uma concepção unitária e só existia uma única
forma de constituição de família que era a casamentaria. Só o casamento era fonte de
direitos de famílias, ou seja, o CC/16 tinha uma família formalista, casamentaria,
héteroafetiva e biológica.

As pessoas não se unem por força de lei, mas sim por afeto. Não é a lei quem cria
sentimentos e, mesmo o CC/16 tendo essa visão unitária do casamento, existiam
pessoas que viviam fora do casamento porque não queria ou não podiam se casar.

Indiscutivelmente existiam grupos/entidades que se formavam fora do casamento e se


deu o nome de concubinato (comunhão de leitos/camas). A ideia que vem de
concubinato é uma ideia preconceituosa e era destinada às famílias formadas fora do
casamento.

A lei nunca tratou do concubinato historicamente. A doutrina e jurisprudência dividiram


o concubinato em puro e impuro. O puro era de pessoas que podiam, mas não queriam
casar. O impuro era de pessoas que não podiam casar. Ambos eram tratados fora do
direito de família, já que toda relação familiar era centrada no casamento.

O concubinato era uma união ilegítima, no campo da ilicitude e, portanto, não produzia
efeitos no direito de família porque o CC não contemplava o concubinato, mas ele
existia, seja o puro ou impuro.

De um modo ou de outro ele gerava efeitos jurídicos e conflitos através da


jurisprudência. O STF na Súmula 380 dizia que comprovada a existência de sociedade
de fato entre os concubinos, é cabível a sua dissolução judicial com a partilha do
patrimônio adquirido pelo esforço comum. Os concubinos passavam a ter direito a
partilha, seja puro ou impuro. A competência para julgar essa ação era da Vara Cível
porque a relação não era familiar.

A Súmula 382 dizia que a vida em comum sob o mesmo teto não é necessária para
caracterização do concubinato puro ou impuro.

O STF também permita a possibilidade de indenização de serviços domésticos e sexuais


prestados à concubina quando a relação se desfazia e não tivesse como se manter.

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Naquele momento histórico coube tal entendimento. A indenização era fixada em


prestações periódicas. Era uma pensão alimentícia travestida com outro nome.

O concubinato saiu da ilicitude e a partir das décadas de 60 e 70 a jurisprudência


começou a enxergá-lo. A lei 6015/73 (lei dos registros públicos) permitiu o acréscimo
do nome da concubina com o nome do concubino. A lei de Previdência Social em 76
permitiu benefícios sociais para os concubinos. O concubinato passou por um estágio
de tolerância.

A CF/88, art. 226, §3º passou a tolerar o concubinato como entidade familiar e lhe deu
proteção do Estado. O constituinte tornou entidade familiar o concubinato puro que
passou a se chamar união estável. É quem pode, mas não quer casar. O concubinato
impuro continua com natureza jurídica de concubinato e é chamado somente de
concubinato, continua a ser tratado como mera sociedade de fato.

Chama-se união estável por causa da Igreja Católica porque é o nome com o qual era
designado o casamento no Velho Testamento. Com essa sugestão o constituinte alterou
o nome do concubinato puro.

Diante dessa evolução histórica temos que dividir união estável, concubinato, união
livre e o poliamorismo.

A união estável é uma relação informal, não solene de pessoas desimpedidas de casar.
Podem, mas não querem casar. É o antigo concubinato puro. A regra é clara, os
impedimentos matrimonias se aplicam à união estável, portanto, a união estável é
entidade familiar.

Só pode ser união estável aquilo que pode ser convertido em casamento, o que não pode
ser convertido em casamento não é união estável.

O concubinato não é entidade familiar. Se houve impedimento matrimonial não é união


estável, mas sim concubinato (impuro). São pessoas que estão impedidas para o
casamento.

A união livre é uma relação sem continuidade/estabilidade/intuito. É more uxório. É


viver como se casados fossem. A relação pode até ser estável, pode não ter
impedimentos, mas as pessoas não convivem como se casadas fossem. Ex: namoro,
noivado.

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Nas uniões livres não há entidade familiar e não incidem os efeitos típicos do direito de
família. No namoro pode ter incidência da Lei Maria da Penha, segundo o STJ, mas não
tem partilha do patrimônio adquirido em comum. O presente entre namorados tem
natureza jurídica de doação, portanto, não precisa restituir.

O poliamor/poliafeto é uma relação concubinária com boa-fé objetiva. Na boa-fé


subjetiva convive com alguém, mas não sabe que ela é casada, é um concubinato
putativo. São três ou mais pessoas que se relacionam em conjunto e todas sabem disso.
O fundamento no poliamor é a afetividade e não a sexualidade. Todos sabem tudo, por
isso a boa-fé é objetiva.

União estável = entidade familiar.


Concubinato = sociedade de fato, não é entidade familiar.
União livre = relação puramente obrigacional, nem sociedade de fato é.
Poliamorismo = relação concubinária de boa-fé objetiva pelos envolvidos.

O concubinato de má-fé (quando tem conhecimento) é sociedade de fato - Art. 1727. O


concubinato de boa-fé – subjetiva (união estável putativa presumida para um deles) e
objetiva (poliamorismo – todos sabem).

O STF e o STJ já se manifestaram sobre o concubinato de boa-fé conhecido, não


caracterizando entidade familiar. E se um dos concubinos não tiver conhecimento da
condição de casado do outro? Haveria união estável putativa?

O concubinato de boa-fé subjetivo não é família e não gera benefícios previdenciários.

A partir desse precedente do STF a união estável putativa não produz efeitos no direito
de família. O STJ disse que não mais havia justificativa para a indenização por serviços
domésticos e sexuais prestados. A boa-fé é irrelevante para o STJ.

Para o nosso sistema jurídico o concubinato não é entidade familiar, não constitui
família e se o esforço comum for provado na Vara Cível e sem intervenção do MP pode
requerer os bens adquiridos em conjunto, excepcionalmente.

O sistema jurídico adota a Teoria do Desestímulo do Concubinato privando o


concubinato de determinados efeitos para que as pessoas não tenham relações
paralelas/simultâneas, vejamos:

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A) Proibição de doação para a concubina sob pena de anulabilidade. Art. 550


CC/02 estabelece o prazo de dois anos contados da dissolução do casamento e
não dois anos contados da doação porque pode ser que na data da doação o
cônjuge não tinha conhecimento. Se tomar conhecimento após o prazo de dois
anos poderia usar a teoria do actio nata, onde o prazo começa a fluir somente
com o conhecimento da lesão.
B) Não é possível fazer seguro de vida em favor da concubina sob pena de
nulidade, é mais grave, não é anulabilidade. Art. 783 CC/02. Se o doador ou
instituidor já estiver separado de fato, independente do prazo, convalida-se pois,
se havia separação de fato, não há mais concubinato.
C) Proibição de herança ou legado em favor da concubina, sob pena de nulidade. A
sanção é mais grave. Art. 1801, III, CC/02.

REQUISITOS CARACTERIZADOS DA UNIÃO ESTÁVEL – ART. 1723 CC/02

1. Estabilidade da relação convivencial, precisa ser estável, contínua, duradoura.

2. Precisa ser uma relação pública, não pode ser clandestina, ilícita, ilegítima.

3. Exige a inexistência de impedimento matrimonial. Se há impedimento não pode


ser convertido em casamento e por isso não é união estável. Se uma pessoa ainda casada
já estiver separada de fato, independente de prazo, já estará em união estável.

Com o advento do Estatuto da Pessoa com Deficiência a incapacidade mental, física e


intelectual não é mais impedimento para o casamento ou união estável.

O separado judicialmente ou separado de fato, independente do prazo, não pode casar,


mas pode estar em uma união estável.

O art. 1642, V, diz que o regime de bens só cessa com o divórcio, morte, separação
judicial e separação de fato há mais de cinco anos. Então, esse artigo conflita com o art.
1723, §1º, e o STJ confirma o entendimento do art. 1723, §1º, a simples separação de
fato, independente do prazo, põe fim ao regime de bens.

O separado de fato sofre impedimento matrimonial, não pode casar porque seu estado
civil ainda é casado, mas curiosamente ele já pode estar em uma união estável. O
legislador pretendeu facilitar a caracterização da união estável.

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Não há hierarquia entre casamento e união estável.

4. Dualidade de sexos de acordo com o art. 1723. Uma constituição que estabelece uma
tábua de valores, que se mostra inclusiva, cidadã, garantista poderia colocar como
entidade familiar somente pessoas de sexos diferentes?

A tábua axiológica é a dignidade da pessoa humana, solidariedade social,


igualdade substancial e liberdade de autodeterminação.

O STF julgou a matéria por unanimidade e a chance de alteração de entendimento é


mínima: a união estável pode ser hétero ou homoafetivo. O texto do art. 1723 deve ser
no sentido de incluir as pessoas e não excluir. Não é diminuir a proteção das uniões
héteroafetivas, mas sim aumentar a proteção à união de pessoas do mesmo sexo.

O STF usou a técnica de interpretação conforme a constituição em relação ao art. 1723,


assim, o referido artigo não foi julgado inconstitucional. Não alterou o texto, mas
determinou uma nova interpretação. O entendimento é de que “a união estável é entre
pessoas humanas”. O efeito da decisão do STF é vinculante erga omnes.

O STJ disse que o conceito de casamento também pode ser hétero ou homoafetivo. A
união estável pode ser convertida em casamento, logo, a união estável homoafetiva
virará casamento.

Com base nessas duas decisões o CNJ já aproveitou para estabelecer que a habilitação
para casamento nos Cartórios de Registro Civil pode ser para pessoas do mesmo sexo
ou sexos distintos.

Os valores da igreja não podem ser impostos ao Estado e vice-versa, por isso a Igreja
não é obrigada a celebrar o casamento de pessoas do mesmo sexo, no entanto, os
Cartórios são obrigados.

O ECA deve ser interpretado como o cabimento da adoção pelo par homoafetivo, é
muito além da adoção pela pessoa homossexual, segundo entendimento do STJ. O casal
homoafetivo pode adotar e colocar o nome de ambos na certidão de nascimento da
criança.

A dualidade de sexos passou por controle de constitucionalidade concentrado e a


decisão do STF teve eficácia erga omnes.

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5. Não se exige mais o lapso temporal mínimo e também não é mais necessária a
coabitação para caracterização da união estável.

Esses cinco requisitos não tem o condão de dividir como marco a união estável e o
namoro prolongado.

A todos esses requisitos o CC/02 precisou de um requisito subjetivo para a união


estável, que é o animus familie, o intuito de querer constituir uma família. É viver
como se casados fossem. É um requisito de índole subjetiva e pode, eventualmente, uma
das partes negar. Não se exige na união estável contrato escrito e declaração expressa,
portanto, a prova da união estável depende do caso concreto.

As causas suspensivas do casamento não se aplicam à união estável. Os impedimentos


matrimonias se aplicam à união estável e podem impedir sua caracterização, com
exceção do separado de fato independente de prazo e o separado judicialmente.

As causas suspensivas são: Viúvo ou viúva que tinha filhos do casamento enquanto não
fizer a partilha dos bens deixados pelo falecido; a mulher cujo casamento se desfez nos
dez meses subsequentes; o divorciado enquanto não fizer a partilha dos bens do
casamento anterior (é possível o divórcio sem partilha de bens, mas o novo casamento
ficará sob regime de separação de bens); tutor/curador e seus parentes com curatelado
enquanto perdurar a tutela ou a curatela.

Impõem o regime de separação obrigatória de bens nesses quatro casos.

A união estável não ficará sob o regime de separação obrigatória de bens,


consequentemente. É exclusivo do casamento.

Tem só uma exceção, quando a união estável inicia e uma das pessoas tem mais de 70
anos de idade o regime de separação obrigatória de bens incidirá. É o entendimento do
STJ. Não está no código. Se perguntar “com base no código civil não se aplica a
separação obrigatória de bens na união estável”, ok. Art. 1641. No entanto, se perguntar
de acordo com o STJ tem que lembrar essa regra de 70 anos de idade.

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EFEITOS PESSOAIS DA UNIÃO ESTÁVEL: Art. 1724 CC/02 (Casamento 1566)

Os efeitos pessoais da união estável são lealdade, respeito, assistências, guarda, sustento
e educação dos filhos. No casamento os efeitos pessoas são basicamente os mesmos,
mas o art. 1566 acrescenta fidelidade e coabitação. No casamento fidelidade e
coabitação são conceitos autônomos.

Na união estável não se exige coabitação e fidelidade recíproca. A súmula 382 do STF
retira da união estável a necessidade de coabitação.

A união estável não tem um termo inicial, diferente do casamento.

Para união estável não precisa ter fidelidade, mas se exige a lealdade e respeito, que
constituem o gênero do qual a finalidade é apenas uma de suas espécies. O fato do
ordenamento não exigir fidelidade não retira a fidelidade de sua estrutura.

O art. 1566 menciona expressamente fidelidade, respeito e consideração, sua redação foi
feita na década de 60/70. O art. 1724 só foi redigido em 2001/2002 quando o CC/02 ia
ser aprovado.

A união estável produz outros efeitos pessoais espalhados no sistema jurídico, vejamos:

1. O CC/02 prevê como deveres conjugais/convivenciais a lealdade, respeito,


assistência, guarda, sustento e educação dos filhos.

2. Possibilidade de acréscimo de sobrenome do outro mediante requerimento judicial,


mas não dá para alterar no cartório, é feito através de jurisdição voluntária com base na
Lei dos Registros Públicos (6015/73). É dirigido ao juiz da vara do Registro Público.

3. Parentesco por afinidade. Na linha reta não se dissolve nunca. Na linha colateral
admite dissolução.

4. Inalterabilidade do estado civil. Alguns autores entendem que a união estável deveria
mudar o estado civil, mas não muda, isso porque a união estável só produz efeitos inter
partis. Nesse ponto há a grande distinção entre o casamento e a união estável. O
casamento é erga omnes por causa do registro. A união estável, mesmo com registro no
cartório, só produz efeitos interpartes e não produz efeitos perante terceiros.

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A união estável também não gera a emancipação legal por causa do casamento,
conforme art. 5 do CC/02, porque não produz efeitos em relação a terceiros.

Quem vive em união estável precisa da anuência do outro para alienar (vender ou doar)
ou onerar (dar em garantia) bens imóveis que estejam registrados somente no nome do
outro? O art. 1647 diz que a necessidade de outorga conjugal é exclusiva do casamento,
não atingindo a união estável. É uma interpretação restritiva.

O STJ realmente não exige a anuência, mas se a união estável for notória aí exige-se a
anuência. O STJ cai em uma controversa. Tem que saber se a pergunta é com base no
CC/02 ou no STJ.

O art. 73 no NCPC ignora que a união estável só produz efeitos inter partse. A ação real
é aquela ação onde se debate um direito real como propriedades, etc, exigindo-se a
participação do cônjuge, nas ações possessórias, por não ser ação real, não precisa da
participação do cônjuge, salvo quando se tratar de composse, porque aí sim exige-se a
participação do cônjuge, não pela qualidade de cônjuge, mas pela qualidade de co-
possuidor.

O §3º do art. 73 diz que se aplica à união estável comprovada nos autos, ou seja, parece
seguir a mesma linha do STJ, se a união estável for notável poderá se equiparar a um
dever do casamento.

5. Possibilidade de o companheiro ser curador um do outro nos casos de ausência ou


interdição.

6. Presunção de paternidade dos filhos nascidos na constância. Art. 1597: o filho de uma
mulher casada presumivelmente é do marido dela, mas o texto do CC/02 ao aplicar à
união estável, é uma presunção exclusiva das mulheres casadas. De acordo com o
CC/02 é exclusivo do casamento.

O STJ determina a aplicação da presunção também à união estável, tudo depende de


como a pergunta é formulada. Isso evita um tratamento diferente dos filhos

EFEITOS PATRIMONIAIS DA UNIÃO ESTÁVEL – art. 1725

Assim como no casamento, a união estável produz efeitos patrimoniais que ficam
submetidos ao regime de bens. É o mesmo regime do casamento de comunhão parcial.

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Na união estável há uma presunção absoluta de colaboração entre os companheiros, isso


porque se um dos companheiros adquirir bens na constância da união estável presume-
se maneira absoluta a colaboração.Essa presunção comporta contraprova por se tratar de
comunhão plena.

A colaboração não é apenas material e de ordem econômica, pode ser se ordem afetiva,
psicológica. Os bens podem ser adquiridos a título oneroso ou eventual (usucapião,
aluvião, prêmio).

Aplicam-se as regras de comunhão parcial, salvo contrato de união estável/convivência


que preveja de maneira diversa. É um negócio jurídico entre as partes pelo qual eles
declaram estar em união estável e escolhe regime de bens diverso da comunhão parcial.

O contrato de convivência não precisa ser por escritura pública, diferente do pacto
antinupcial. O contrato de convivência não é registrado no cartório de imóveis.

Além da escolha do regime de bens, o contrato de convivência pode ser utilizado para
outras declarações de vontade, instituir bem de família, por exemplo, podem nomear
tutor para filhos menores na hipótese de falecimento, podem fazer doações, podem
reconhecer filhos ainda não reconhecidos.

O contrato de namoro é diferente do contrato de convivência. O contrato de convivência


é pelo qual se reconhece uma união estável, as partes declaram e escolhem regime de
bem diverso. No contrato de namoro as partes pretendem declarar que não estão em
união estável, é um negócio jurídico válido, existente e eficaz, produz o efeito de
declarar que aquelas partes não estão em união estável.

O contrato de namoro às vezes é um gol contra porque ele não consegue impedir/obstar
a caracterização de união estável. A parte que declarou que não estava em união estável
pode pedir ao juiz posteriormente o reconhecimento da união estável, até porque para
estar uma união estável não precisa morar sob o mesmo teto, lapso temporal mínimo e
filhos. Portanto, o contrato de namoro não é causa impeditiva de reconhecimento
posterior de união estável. A união estável se caracteriza pela presença dos requisitos do
art. 1723.

A união produz outros efeitos patrimoniais:

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1. Direito à meação (regime de bens da comunhão parcial, salvo disposição ao


contrário).

2. Direito à herança. Quem vive união estável tem direito à herança. Historicamente
esse direito esteve disciplinado pelo art. 1790 e ele estabelecia que o direito à herança se
daria sob os bens comuns (onerosamente adquiridos na constância) exatamente sobre os
quais o companheiro já tinha meação.

O STF alterou esse entendimento e entendeu que o art. 1790 é inconstitucional e


determinou que a sucessão da união estável siga as mesmas regras do direito sucessório
do casamento, conforme art. 1829. Concorrendo com os descendentes, quem vive união
estável vai ter direito sucessório sobre os bens particulares e não sobre os comuns.

Por conta desse novo entendimento, parentes colaterais não herdam com o
companheiro, herdam somente depois do companheiro.

3. Quem vive em união estável também direito ao benefício previdenciário nas mesmas
condições do casamento. Não tem direito à previdência privada porque quem recebe o
beneficiário indicado pelo titular.

4. Quem vive em união estável também tem direito aos alimentos. Art. 1694. É nos
mesmos moldes do casamento, desde que provada a necessidade de quem recebe, a
capacidade contributiva de quem presta e proporcionalidade. É um trinômio.

5. Há também direito real de habitação em razão da morte do companheiro.

Historicamente o direito real de habilitação decorria da lei 8.378/96 e estabelecia que


esse direito de habitação era vitalício condicionado desde que não tivesse nova família.
Porém, com a decisão do STF passa a ser aplicada à união estável o sistema sucessório
do casamento e o direito real de habitação da união estável passa para a mesma regra do
direito de habitação do casamento.

O direito real de habitação da união estável agora é vitalício incondicionado, conforme


art. 1831.

O companheiro se torna herdeiro necessário ao lado do cônjuge.

6. Há possibilidade de ser inventariante na união estável e tem legitimidade para


interpor embargos de terceiros, conforme Súmula 134 do STJ.

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7. Quem vive em união estável e é casado tem direito de partilhar direitos de concessão
de uso bem público para moradia. Havendo dissolução esse imóvel tem que ser
partilhado. O fato de se ter atribuído esse direito somente a um dos companheiros, não
retira o direito do outro.

POSSIBILIDADE DE CONVESÃO DA UNIÃO ESTÁVEL EM CASAMENTO –


art. 1726 CC/02

Esse artigo concretiza o comando da CF/88 quando diz que a lei facilitará a conversão
da união estável em casamento. O art. 1726 CC/02 permite casar com registro no
cartório de registro civil. Depende de pedido dirigido ao juiz.

O STJ interveio no debate por não achar que o CC/02 facilitou a conversou, e não
impõe a obrigatoriedade da conversão em juízo, admitindo a conversão pela via
administrativa diretamente em cartório.

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