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Paidéia, 2006, 16(33), 101-110

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REPRESENTAÇÕES SOBRE A DOCÊNCIA EM EDUCAÇÃO FÍSICA:

MODIFICAÇÕES A PARTIR DE UM PROGRAMA DE FORMAÇÃO1

Marcos Garcia Neira2


Faculdade de Educação - Universidade de São Paulo

Resumo: Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa que pretendeu verificar a ocorrência de
modificações nas representações sobre os saberes para a docência em Educação Física de um grupo de
professores polivalentes que freqüentaram um curso de formação contínua. Partiu-se do pressuposto que a
atuação frente às situações do cotidiano dá-se em função das representações sobre o objeto ao qual se desti­
nam as ações do sujeito. Os dados, obtidos mediante o Método Clínico de Piaget, foram confrontados com a
construção teórica sobre a concepção construtivista da aprendizagem e as tendências pedagógicas da Educa­
ção Física escolar. Como descobertas relevantes destacam-se as seguintes modificações: as representações
dos docentes modificaram-se de uma visão dualista (corpo/mente) para uma perspectiva tecnicista (o corpo
como ferramenta) e, aquelas que, inicialmente, encontravam-se neste nível, reorganizaram-se em uma visão
sociocultural (o corpo cidadão). As transformações identificadas acompanharam a trajetória histórica da Edu­
cação Física no Brasil.

Palavras-chave: Representações; Formação Contínua; Educação Física escolar.

REPRESENTATIONS OF PHYSICAL EDUCATION DOCENT:

MODIFICATIONS FROM A TRAINING PROGRAM

Abstract: This article presents the results of a research intended to verify the circumstances of
modifications in the representation of the knowledge for PE teaching in a group of classroom teachers participation
in an ongoing educational course. Starting from a point that everyday actions happens according to representations
of the object to which the individual acts. The data obtained through Piaget’s Clinical Method, were confronted
with the theoretical construction of the constructivism approach of learning and the pedagogical tendencies of
scholar Physical Education. The following modifications of the teachers changed from a dual vision (body/
mind) to a technical one (body as a tool), and those that were initially at this level, reorganized into a social-
cultural vision (the citizen body). The identified modifications followed the historical pathway of Physical
Education in Brazil.

Key words: Representations; Ongoing education; Scholar Physical Education.

Introdução: O questionamento em torno da trabalho escolar, objetivando uma prática pedagógica


eficiência dos programas de formação de professo­ competente (Rios, 2001).
res tem sido preocupação constante dos pesquisado­ A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Na­
res em educação. Constata-se uma tendência a re­ cional (Brasil, 1996) determina a necessidade de uma
fletir sobre ela como um processo que tenciona pre­ formação em nível superior para o exercício da
parar de maneira sistemática e contínua os atores do docência. Compreende-se, a partir daí, que ao elevar
1
Artigo recebido em 10/01/2006 e aceito para publicação em 29/
a habilitação profissional do Ensino Médio para o
05/2006. Superior, o legislador fomentou a busca por progra­
2
Endereço para correspondência: Marcos Garcia Neira, Faculdade mas de formação para os docentes em serviço e o
de Educação da Universidade de São Paulo, Departamento de gradativo encerramento dos cursos técnicos. Esse
Metodologia de Ensino e Educação Comparada (EDM), Av. da Uni­
versidade, 308, Cidade Universitária , São Paulo – SP, CEP: 05508­
quadro desencadeou o surgimento de diversos pro­
900, E-mail : mgneira@usp.br gramas 3 que pretenderam, por meio de parcerias
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entre as Secretarias de Educação e Universidades, vestigação (constatar modificações nas representações


propiciar a formação em nível superior aos seus pro­ a partir de uma experiência pedagógica) encontra fun­
fessores, considerando que o número de não-licenci­ damentação nas concepções de Jean Piaget, pois, este
ados atuando na Educação Infantil e Ciclo Inicial do epistemólogo, ao propor uma teoria para o desenvolvi­
Ensino Fundamental supera os 75% (Brasil, 2003). mento cognitivo, abordou o assunto com profundidade,
O desenvolvimento de pesquisas sobre forma­ concebendo as modificações nas representações como
ção de professores gerou conhecimentos que contri­ fruto de um processo de aprendizagem.
buem para a compreensão do professor enquanto [...] no sentido lato a representação confunde-
sujeito-aprendiz bem como sobre os fatores que difi­ se com o pensamento. No sentido estrito, reduz-
cultam e facilitam sua aprendizagem. Apesar da di­ se à imagem mental ou à lembrança-imagem, isto
versidade de estudos, não foram encontradas análi­ é, à evocação simbólica da realidade ausente...
ses sobre as modificações nas representações dos É possível que todo pensamento vá
docentes a respeito dos saberes que veicularão em acompanhado de imagens, porque, se pensar
sala de aula após a realização de cursos de formação consiste em reunir significações, a imagem seria
continuada. Quais as representações possui o pro­ um ‘significante’ e o conceito um ‘significado’.
fessor de Matemática sobre os saberes para a Chamemos de representação conceitual à
representação no sentido lato e representação
docência? Os cursos que freqüentou contribuíram
simbólica ou imaginada à representação no
para modificar tais representações? E o professor de sentido estreito ( p. 27).
Geografia, o de Ciências, Química ou Física? Ao focar
o professor que atua na Educação Infantil ou no Ci­ Piaget (1975) diz: “representação é a capaci­
clo Inicial do Ensino Fundamental, esse aspecto é ain­ dade de evocar por meio de um signo ou de uma ima­
da mais importante, dado que, por vezes este educa­ gem simbólica o objeto ausente ou a ação ainda não
dor organiza, de forma solitária, as atividades peda­ realizada”. (p. 214)
gógicas das diversas áreas de conhecimento que com­ Para o autor, a representação consiste em evo­
põem o currículo do Ensino Fundamental. A revisão car os objetos em sua ausência ou duplicar a percep­
de literatura constatou a inexistência de investigações ção em sua presença, introduzindo um elemento novo,
sobre o tema. Tal lacuna causa certo estranhamento que lhe é irredutível, compondo um sistema de signi­
quando se considera que os cursos de formação con­ ficações. Nesse sentido, conhecer é representar a
tinuada visam, precisamente, modificar a prática co­ realidade e o conhecimento científico é uma das for­
tidiana do educador, conferindo-lhe, como diria Rios mas de representação. Em Piaget e Garcia (1989), a
(2001), certa “qualidade”. É importante, pois, investi­ teoria do conhecimento apresenta um paralelo com a
gar como é percebida a contribuição de um progra­ história da ciência, assim as formas mais elaboradas
ma de formação continuada por professores. É nes­ de conhecer (representar) as coisas do mundo po­
sa perspectiva que se insere o presente estudo que dem se denominar “científicas4 ” num certo momen­
pretende verificar a ocorrência de modificações nas to histórico e social. Ele assume que o sujeito neces­
representações sobre os saberes para a docência. sita de representações para explicar o que acontece
na vida cotidiana e para agir. Quando atua, fá-lo em
As representações função de suas representações. Sem tais recursos, a
Representar significa “substituir algo, apresen­ vida humana não seria possível com sua variedade e
tar-se como símbolo de algo. Interpretar uma ativida­ complexidade. As representações proporcionam o
de ou experiência ou, ainda, um conteúdo mental”. suporte cognitivo necessário para o enfrentamento
(Cabral & Nick, 1995, p. 340). O estudo das repre­ de novas situações; todos as possuem e com elas
sentações tem sido focalizado por diversas áreas do operam na realidade muito antes de “acessar” o co­
conhecimento e autores. A característica desta in­ nhecimento científico.
3 4
Proformação (MEC), Projeto Veredas (MG), CEDERJ (RJ), For­ Neste caso, conhecimento científico refere-se ao estado atual de
mação em exercício (RS), Formação Pedagógica (PR), PEC-Estadu­ produção de saberes acumulados historicamente e socialmente
al (SP), Pedagogia Cidadã (SP). construídos sobre um determinado objeto.
Representações sobre a Docência em Educação Física 103

As representações são influenciadas pelo co­ empirismo, propondo uma outra posição que engloba
nhecimento científico, que muitas vezes existe distri­ e amplia as anteriores, denominada construtivismo.
buído socialmente, e que se pretende transmitir por
[...] eu não sou nem um empirista e nem um
meio da educação formal, mas em muitos aspectos
inatista. Eu sou um construtivista, isto é, eu
do cotidiano, as idéias não coincidem com os postula­ penso que o conhecimento é um processo
dos científicos. São as “concepções espontâneas” ou contínuo de construção de novas estruturas,
“teorias ingênuas” (Rodrigo, 1993) que começaram decorrente da interação do sujeito com o real;
a ser estudadas há alguns anos e constituem campo ele não é pré-formado, há criatividade
promissor de pesquisa. contínua. Gostaria, pois de mostrar que o
O mérito de Piaget foi revelar, desde seus pri­ conhecimento não é pré-formado, nem nos
meiros trabalhos, que as pessoas têm representações objetos, nem no sujeito, mas existe sempre uma
auto-regulação e, por conseguinte, construção
sobre muitos aspectos da realidade independentemen­
e reconstrução.” (Piaget, s.d.)
te do que lhes tenham ensinado. Um exemplo notável
pode ser encontrado em Piaget (1984) em que os su­ No decorrer do funcionamento intelectual, ob­
jeitos mostraram que tinham suas próprias explica­ serva-se uma cumplicidade dos aspectos dinâmicos
ções para assuntos diversos, mesmo que supostamente da interação entre o sujeito e o meio, mediante pro­
desconhecidos. cessos distintos e fundamentais ao desenvolvimento,
Segundo Delval (2001), as representações so­ numa adaptação que pressupõe coerência implícita e
frem a influência do conteúdo a que se referem e se a organização que só pode ser criada a partir das
modificam conforme as experiências vividas, cons­ adaptações. E, esses dois aspectos do pensamento
truindo um novo modo de abordar os problemas, de são indissociáveis: é se adaptando às coisas que o
selecionar a informação relevante e explicar os pro­ pensamento se organiza e é se organizando que es­
cessos que ocorrem na realidade. trutura as coisas.
As pesquisas de Piaget (1975, 1977, 1984, O princípio ao qual se refere Piaget (1979)
1994) demonstraram que as representações são ori­ consiste então em considerar o sujeito não como um
ginárias da interação indissociável entre o sujeito e o ser de pura imitação, mas um organismo que assimila
meio. Ao interagir com o meio físico, com as idéias, as coisas para si, seleciona, digere-as segundo sua
valores e as relações humanas, o indivíduo se modifi­ própria estrutura. Assim, mesmo o que é influenciado
ca e transforma, de alguma forma, o seu próprio meio. pelo ambiente pode ser original; pelas trocas que es­
São essas interações que determinarão as suas re­ tabelece com as pessoas, o sujeito constrói represen­
presentações, ou seja, a construção de seus próprios tações que lhe permitem compreender e explicar uma
conhecimentos. determinada realidade.
No decorrer de sua obra, Piaget preocupou-se Diante desses apontamentos, as investigações
em investigar os aspectos formadores do conheci­ sobre as representações que os docentes possuem
mento; para ele, “conhecer” diferentemente de ou­ sobre os mais diversos assuntos relacionados à práti­
tras explicações fundamentadas em correntes filosó­ ca educativa se traduzem em aspectos importantes
ficas como a empirista e a inatista, possui um signifi­ para o desenvolvimento de programas que preten­
cado mais abrangente. Piaget nega a existência de dem formar professores. Tais representações consti­
noções pré-formadas na mente do sujeito ou que es­ tuem-se no ponto de partida para compreender sua
sas sejam impostas por pressões do meio em que vive. atuação e, a partir daí, elaborar situações pedagógi­
Para que haja o conhecimento, ele precisa organizar cas que permitam reestruturar seus saberes e, con­
e explicar os fatos vivenciados a partir de um sistema seqüentemente, atingir níveis mais elaborados.
de relações que lhe é próprio e se constrói à medida Por essa razão, investigar as representações
que interage com o objeto a ser conhecido. dos professores sobre os conteúdos que ensinam e,
A esse propósito, a Epistemologia Genética5 conceber que essas representações se modificam
de Piaget apresenta uma síntese do apriorismo e o 5
Estudo dos mecanismos e do aumento de conhecimentos.
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conforme as experiências vividas, constitui-se em um ente escolar a partir das memórias de homens e mu­
princípio fundamental de qualquer programa de for­ lheres negras. A escola aparece em vários depoimen­
mação contínua. tos como um importante espaço em que se desenvol­
Dentre os estudos já realizados sobre o tema, ve um tenso processo de construção da identidade
os achados de Canen (2001) indicam que as repre­ negra. O entendimento desse contexto revela que o
sentações que os professores possuem interferem na corpo, como suporte de construção dessa visão, não
sua prática educativa. Ela opina que tais representa­ tem sido um tema privilegiado no campo educacional,
ções proporcionam um caminho possível na forma­ principalmente na formação de professores. Essa
ção contínua, trazendo à tona a futilidade de iniciati­ ausência, segundo a autora, implica na construção de
vas pedagógico-curriculares que desconsiderem as determinadas representações deles que interferem no
formas pelas quais os educadores pensam, sentem e seu modo de lidar com a diversidade étnico-racial em
representam sua prática pedagógica. sala de aula. Em estudos que se aproximam da
temática deste artigo, Lüdorf (2004) identificou influ­
Em um estudo realizado com professores da
ências nas representações de corpo que os professo­
Educação Básica, Almeida e Cunha (2003) buscaram
res de Educação Física possuem e os reflexos na sua
conhecer suas representações sobre o desenvolvimento
prática; entre os que tiveram acesso a uma visão crí­
humano. Para os professores investigados, a criança
tica durante sua formação inicial, foi possível obser­
foi associada com brincadeiras, inocência e dependên­
var uma visão de corpo sociocultural, afastada da bi­
cia e o adolescente com transformações no corpo, cri­
ológica tradicional.
ses existenciais e sexualidade. Esse quadro, segundo
eles, influencia na prática pedagógica, onde se desta­ Como se pode notar, os estudos sobre as re­
cam tendências ao assistencialismo no primeiro caso e presentações docentes permitem estabelecer relações
à fuga constante dos conteúdos escolares para a abor­ entre as concepções apresentadas pelos professores
dagem de temáticas consideradas interessantes pelos e sua atuação na sala de aula. Tal constatação sus­
jovens, no segundo. tenta a importância da realização de pesquisas que
procurem desvelar as representações que os profes­
Em estudo que objetivou investigar as repre­
sores possuem sobre os saberes mobilizados no ensi­
sentações dos professores sobre educação ambiental
no das tradicionais áreas do conhecimento.
e educação em saúde, Andrade Júnior (2004) verifi­
cou que os docentes participantes apresentaram con­
cepções que separam meio ambiente e saúde. Para o Método
pesquisador, essa dissociação dificulta ações integra­ Inicialmente foi utilizado para coleta de dados
das em sala de aula. um questionário, aplicado a um grupo aleatório de
Becker (2002), em suas pesquisas, descobriu professores participantes do Programa PEC-Municí­
que o professor age norteado pela “epistemologia que pios6; constatou-se que, dentre as diversas áreas do
possui”, isto é, pela forma como concebe a aprendiza­ conhecimento com as quais atuavam, os saberes para
gem. Segundo ele, estas concepções compõem o pano a docência em Educação Física não haviam sido
de fundo para sua atuação didático-pedagógica, legiti­ estudados durante a sua formação inicial nem
tampouco, em outras oportunidades de formação con­
mando determinada forma de conduzir as ações em
tinuada.
sala de aula. Seus achados indicam que grande parte
dos professores que participaram do estudo possuía Por se tratar de uma Licenciatura Plena,
representações vinculadas à lógica empirista, o que elaborada a partir das concepções atuais da for­
desencadeava uma prática de ensino transmissiva. mação de professores, foram contemplados os sa­
Gomes (2003) discutiu as possíveis relações 6
Programa Especial de Formação Universitária para Professores de
entre educação, cultura, identidade negra e forma­ 1ª a 4ª série do Ensino Fundamental e da Educação Infantil das
ção de professores. No seu estudo destacam-se as Redes Públicas Municipais de Ensino do Estado de São Paulo, desti­
nado aos professores efetivos que possuem formação de magistério
representações dos professores sobre o corpo negro em nível médio. Realizado por meio de um convênio entre a SEE­
e o cabelo crespo construídas dentro e fora do ambi­ SP, a UNDIME , a FDE, a FEUSP e a PUC-SP.
Representações sobre a Docência em Educação Física 105

beres da experiência, os pedagógicos e os dos co­ segunda em dezembro, após tal estudo. Cabe ressal­
nhecimentos específicos dos participantes (Tardif, tar que no momento da primeira etapa, nenhum dos
2002). Através de uma estrutura modular, o curso participantes foi alertado para a realização da segun­
abrangeu variados temas e o módulo II, desenvol­ da entrevista ao final do curso.
vido de agosto e novembro de 2004, tratou das áreas Considerando os objetivos da investigação e
que compõem a maior parte dos currículos do Ci­
em consonância com o referencial adotado, optou-se
clo Inicial do Ensino Fundamental, entre elas, a
pelo Método Clínico de Piaget, que é um procedi­
Educação Física.
mento para investigar como as pessoas pensam, per­
Os conteúdos para a docência em Educação cebem, agem e sentem, procurando descobrir o que
Física, alocados no tema “Corpo e movimento” fo­
não é evidente no que fazem ou dizem, que está por
ram distribuídos em uma carga didática de 110 horas,
que problematizou especificamente o papel da Edu­ trás das aparências de sua conduta.
cação Física na escola, sua trajetória histórica e os Através de uma entrevista, a essência do mé­
fundamentos teórico-metodológicos sobre os quais se todo está no tipo de atividade proposta pelo
alicerçam as tendências pedagógicas contemporâne­ experimentador e da sua interação com o entrevista­
as do componente. do. Constitui-se em uma intervenção sistemática di­
Questionou-se, a partir dessa informação ante das respostas do participante e das explicações
quais seriam as contribuições do programa de for­ que ele apresenta. O experimentador está na presen­
mação contínua, o PEC-Municípios, para a modifi­ ça de alguém a quem se estuda individualmente e
cação das representações dos docentes participan­ com quem se estabelece um intenso diálogo a partir
tes sobre os saberes para a docência em Educa­ das respostas emitidas, tomando como base uma ques­
ção Física a partir de um programa de formação tão desafiadora. As respostas proferidas dão mar­
continuada, de um grupo de professores que
gem a nova questão, que impulsiona a explicar as res­
concluíu um curso de dois anos.
postas.
Após sorteio que selecionou um, entre os 23
pólos que participavam do Programa de Formação No decorrer deste estudo, cada participante foi
de Professores, a pesquisa foi apresentada às cinco convidado a se posicionar sobre quatro situações pro­
turmas nele alocadas e seus participantes foram con­ blemáticas. Dadas as respostas, os problemas eram
vidados a responder um questionário inicial que vi­ reconfigurados apresentando novos conflitos, levan­
sava obter informações gerais sobre o nível de ensi­ do-o a esclarecer as razões que motivaram suas res­
no no qual cada um atuava, como qualificava sua postas. Conforme Piaget (1984), as explicações in­
formação inicial para a docência nas diversas áreas formam o pesquisador sobre a realidade do partici­
do conhecimento e o período de experiência no ma­ pante e a conversa estabelecida serve para “instruí­
gistério. lo”, o que proporciona condições para o investigador
Para participar do estudo foram selecionados interpretar o conteúdo da fala.
37 professores atuantes no Ciclo Inicial do Ensino Todas as informações obtidas durante a pes­
Fundamental, regentes de classe em escolas da Zona
quisa foram agrupadas e organizadas em categorias,
Oeste da cidade de São Paulo, efetivos na Rede
Municipal de Ensino há, ao menos, 12 anos e egres­ sendo, a partir daí possível identificar semelhanças e
sos do curso de Habilitação no Magistério em esco­ padrões relevantes que, reavaliados, apresentaram
las públicas estaduais. Esses professores menciona­ relações e inferências num nível de abstração mais
ram jamais haver freqüentado qualquer momento de elevado. A estratégia para descobrir as representa­
formação específica para a docência da Educação ções sobre a docência em Educação Física consistiu
Física, e, se a tiveram no decorrer da formação inici­ em estabelecer um diálogo a partir de alguns recor­
al, não se recordavam das temáticas estudadas. tes sobre o cotidiano escolar:
Foram realizadas com este grupo duas entre­ 1) No meio do ano letivo, sua turma recebe
vistas, a primeira no mês de julho, antes do estudo um novo aluno. Durante o recreio você observa que
dos conteúdos específicos da Educação Física e a ele permanece afastado das brincadeiras que seus
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colegas desenvolvem. Indagado, responde que não Conforme o afirmado anteriormente, o diálogo
sabe brincar “daquilo”. Visando sua integração, como a partir dessas situações-problema ocorreu antes e
você atuaria? após o estudo do tema “Corpo e movimento”, dado
2) Com freqüência, você é convidada por uma que se pretendia verificar a contribuição do progra­
colega que atua com a mesma faixa etária para plane­ ma para a transformação nas representações. A rea­
jar e desenvolver, coletivamente, atividades no pátio lização das entrevistas em dois momentos distantes
envolvendo práticas corporais. O que diria à colega? em um semestre partiu do pressuposto de que, caso
fossem identificadas modificações nas explicações das
3) Em uma reunião do Conselho de Escola do
formas de resolver as situações-problema, haveria
qual você participa, está em discussão a diminuição
evidências de contribuição da experiência pedagógi­
do tempo de recreio dos alunos para um rodízio entre
ca vivida no decorrer do Programa de Formação de
as salas de forma a diminuir a quantidade de crianças
Professores – PEC-Municípios7.
que faz o intervalo. Qual seria o seu voto nesse caso?
4) Durante a reunião pedagógica de planeja­ Resultados e Discussão
mento da “Semana das Crianças”, os colegas suge­ A partir das respostas e das explicações que
rem a realização de oficinas de brincadeiras infantis elaboraram sobre seus procedimentos didáticos fren­
com os alunos. Convidada a opinar, que sugestões te aos saberes da Educação Física na escola, foi pos­
poderia dar para a realização do projeto? sível o estabelecimento das seguintes categorias.

Tabela 1 – Categorização das respostas dos professores

Representações docentes Primeira Segunda


entrevista entrevista
Nível I A 1. Ausência de reflexão sobre a prática 8% 2,58%
Incluem-se aqui as respostas que demonstraram desinteresse
pela EF e seu papel na escola.
Nível I B 2. Não identifica os objetivos pedagógicos na EF. 16,68% 3,64%
As respostas ignoram as funções do componente na escola,
atribuindo-lhe existência graças à obrigatoriedade, políticas
educacionais ou à tradição.
Nível II A 3. Aulas para o corpo 11,72% 15%
Incluem-se aqui as respostas que atribuem à EF funções de
cuidado com o corpo, gasto de energia e movimento.
Nível II B 4. Visão recreativa 21,9% 8,15%
Incluem-se aqui as respostas que atribuem à EF o papel de
distração e ocupação do tempo livre.
Nível II C 5. Aproximação com a moda “fitness” 16,16% 10,58%
Incluem-se todas as respostas que atribuem à EF um papel
na melhoria da saúde.
Nível II D 6. Movimentar-se cada vez melhor 9,61% 10,8%
Incluem-se todas as respostas que entendem a EF como
responsável pela melhora das habilidades motoras.
Nível III A 7. Apoio às demais áreas do conhecimento 13,93% 24,93%
Incluem-se as respostas que enfatizam o papel da EF
enquanto meio para o desenvolvimento cognitivo e afetivo­
social.
Nível III B 8. Fragmentos de novas abordagens 2% 24,32%
Situam-se aqui todas as respostas que indicam uma visão
cultural da motricidade, do papel pedagógico da EF
enquanto componente do processo formativo.
Representações sobre a Docência em Educação Física 107

A análise e interpretação dos dados acima tro da escola. Nesta concepção, os professores de­
permitiram verificar que os participantes aplicam monstram representações elaboradas a partir de dis­
uma série de princípios para sua relação com a cursos veiculados pelos meios de comunicação de
prática pedagógica do componente. Combinando massa. Durante as entrevistas, repetiram frases fei­
as explicações de cada categoria e confrontando- tas e sem sentido para a realidade escolar.
as com os conhecimentos sobre as tendências pe­ Nível II B – A EF tem um importante papel
dagógicas da Educação Física foram construídos na melhoria das condições de saúde, no emagreci­
determinados níveis hierárquicos. O que sugere a mento e no relaxamento. De alguma forma, os pro­
existência de uma ordem geral nas explicações fessores que manifestaram tal representação enten­
deles: dem que este é o papel do componente na escola.
Nível I – Não há razões para a EF na escola. Segundo Bracht (1999), essa representação vai ao
Nível I A – A EF não merece, por parte dos encontro da origem médica e militar da Educação
professores, a mesma atenção dedicada aos demais Física. Educar o corpo significa promover um estilo
componentes. Alguns revelaram jamais ter pensado de vida ativo, através da fixação de hábitos saudá­
sobre o assunto ou não lhe atribuem importância den­ veis e higiênicos.
tro da escola. Nível II C – A EF possui um importante pa­
Nível I B – A escola pode realizar muito bem pel como recurso lúdico que alivia as crianças das
suas tarefas sem a EF. Segundo esta concepção, as atividades “sérias”. As respostas indicam que os
atividades do componente são um desperdício de tem­ professores entendem que a EF já acontece no tem­
po. Por isso, os professores concentram suas tarefas po livre, no horário do recreio. As razões desta re­
nos demais componentes. Esta representação pode presentação podem ser atribuídas à presença de
ser atribuída a uma visão cognitivista da escola e, pro­ uma concepção de “brincadeira livre” como ativi­
vavelmente, seus portadores valorizam unicamente dade pedagógica. Assim, manifestam uma dupla re­
as atividades de cunho intelectual realizadas no inte­ presentação: a EF como espaço para brincar livre­
rior da sala de aula. mente e, portanto, não adequado à intervenção do
professor.
Nível II – A EF deve estar na escola, mas pos­
sui objetivos que se afastam de uma visão crítica na Nível II D – A EF contribui para a melhoria
formação de cidadãos. dos movimentos. Aqui se destacam a coordenação
motora fina e grossa e da agilidade. Tal representa­
Nível II A – A EF trata unicamente das ques­
ção pode ser interpretada como desencadeada a par­
tões corporais, sendo por isso, pouco relevante den­
tir de uma visão do componente como formador de
7
A análise das entrevistas mostrou as representações que os profes­ atletas e esportistas, fruto da ascensão do fenômeno
sores possuíam (antes e após o curso) sobre a prática pedagógica do
componente, seu valor na formação dos alunos, as concepções que
esportivo na segunda metade do século XX o que
a sustentavam e sua importância no Projeto Pedagógico da escola. refletiu, inclusive, na política educacional (Neira &
Os posicionamentos do participante frente aos questionamentos do Nunes, 2006).
pesquisador permitiram desvelar o curso do seu pensamento e obter
dados significativos que possibilitaram formular hipóteses sobre suas Nível III – A EF possui um papel formativo e
representações. Verificou-se que os professores possuem certa re­ deve inserir-se no Projeto Político-pedagógico
presentação sobre os saberes da Educação Física, geralmente implí­
cita, da qual eles próprios não têm consciência, mas é dela que se Nível III A – Estas representações indicam o
valem para dar as explicações; isto é, eles dispõem de certos meios acesso aos fragmentos das tendências tecnicistas da
para gerar explicações que são postos em funcionamento frente a
um problema concreto. O estudo realizado possibilitou enxergar as EF. Neste enfoque, as atividades realizadas contribu­
formas de pensamento características de cada um que, apesar de em para o desenvolvimento dos domínios cognitivo,
implícitas, dirigem suas ações e se manifestam sempre que ele preci­
sa resolver um problema que envolva os conhecimentos sobre o
afetivo-social e psicomotor, fruto de influências das
tema. O esforço cognitivo dos professores para encontrar alterna­ políticas educacionais específicas da área das abor­
tivas e justificar suas respostas visando superar os conflitos promo- dagens comportamentalista das décadas de 1970 e
vidos pelas situações-problema apresentadas permitiu identificar as
representações que possuíam sobre a prática pedagógica da Educa­
1980. Com muita probabilidade, estes professores
ção Física. conviveram com materiais didáticos ou com colegas
108 Marcos Garcia Neira

que veicularam as contribuições da “Psicomotricidade8 ” casos, inexistia (como sugere o Nível I). Os profes­
para a Educação. sores que se encontravam nesse grupo revelaram des­
Nível III B – Esta concepção foi construída a conhecer o papel do componente na escola, o que
partir da tendência crítica da Educação e vem subsi­ pode ser interpretado como elemento que dificulta a
diando a maior parte da produção acadêmica da EF. ação pedagógica com os seus conteúdos.
As representações dos professores podem ser atri­ A partir daí, modificar as representações sobre
buídas, principalmente, à temática discutida ao longo a prática pedagógica da Educação Física já se consti­
do PEC-Municípios, cuja proposta foi desenvolvida tui em grande obstáculo a ser superado pelo PEC-
em acordo com a abordagem sociocultural (São Pau­ Municípios, pois, na visão de alguns professores, essa
lo, 2004). temática mostrou-se inicialmente pouco conhecida e
sobre ela pairavam representações muito distantes dos
Tabela 2 – Distribuição dos participantes por níveis conhecimentos veiculados pelo programa.
Níveis Entrevista 1 Entrevista 2 Entretanto, a análise da distribuição dos par­
ticipantes nos níveis após “a experiência vivida”,
I 12 2 permite constatar que a participação no PEC–Mu­
nicípios proporcionou uma compreensão mais apu­
II 18 20
rada da prática pedagógica do componente (como
III 7 15 sugere o Nível III). Essa mudança nas representa­
ções é fundamental para a qualidade da ação que
Considerações sobre as modificações nas o professor regente desenvolverá na escola. O re­
representações sobre a Educação Física conhecimento da especificidade do componente,
seus fundamentos numa abordagem sociocultural,
Delval (2001) assinala que os estudos sobre a o entendimento de seu papel educativo e encontro
compreensão de diferentes conteúdos são descritos coletivo de soluções para os problemas enfrenta­
mediante etapas específicas conforme a propriedade dos no cotidiano compuseram as explicações
dos objetos de conhecimento. Uma importante ca­ fornecidas pelos participantes na segunda entre­
racterística desse processo é a superação de níveis vista.
durante a aprendizagem. Essa proporciona um Outro aspecto que merece destaque foi a
posicionamento crítico acerca da possibilidade de
ausência de “saltos” entre os níveis. Isto é, as mo­
descobrir mudanças gerais.
dificações, quando aconteceram, deram-se do ní­
A análise dos dados coletados permite inferir vel inferior para o imediatamente superior, ou mes­
que os professores polivalentes que freqüentaram o mo intra-nível. A esse respeito, o conceito de
programa experimentaram, ao longo do processo de equilibração de Piaget (1975) proporciona os fun­
aprendizagem, diferentes níveis de representação damentos necessários para a compreensão do fe­
sobre os saberes específicos da Educação Física (des­
nômeno constatado. Ele parte do postulado que o
de a falta de sentido para o componente na escola
processo de equilibração das estruturas do conhe­
até seu entendimento como saber importante no pro­
cimento é responsável pela conservação do siste­
cesso formativo do cidadão). Chama a atenção que o
percurso seguido pelas modificações nas representa­ ma cognitivo. Em situações de intercâmbio com o
ções acompanha a própria evolução histórica do com­ meio, na medida em que enfrenta situações novas,
ponente. a pessoa fatalmente se depara com novos objetos
que lhe oferecem obstáculos e provocam desajustes
A configuração inicial dos dados indica que a
na estrutura de conhecimento em atividade. Ocor­
abordagem sociocultural do componente, em alguns
re que o equilíbrio tem sempre um elemento de
8
Segundo Neira & Nunes (2006), a Psicomotricidade ou Método novidade ou se produz em novas bases: o conheci­
Psicocinético – propõe a Educação pelo Movimento, isto é, o de­ mento anterior pode diferenciar-se para melhor
senvolvimento de saberes cognitivos e afetivo-sociais através de
atividades motoras. ajustar-se à situação (acomodação) ou se combi­
Representações sobre a Docência em Educação Física 109

nar com outros para dar conta do objeto ou situa­ escolas semelhantes àquelas nas quais os professo­
ção (assimilação). res atuavam, estudo e reflexão sobre textos proemi­
Para que as perturbações interpostas pela re­ nentes na área e vivências práticas nas escolas. Nota-
alidade ao equilíbrio alcançado possam ser integra­ se, portanto, que o processo vivido desencadeou trans­
das à estrutura cognitiva, o sujeito recorre a certas formações significativas nas representações dos pro­
reações compensatórias, formas de reagir ao elemento fessores.
perturbador de modo que compense seus efeitos e Piaget (1988) atribui aos níveis de desenvol­
retome o equilíbrio perdido. Se a perturbação for sen­ vimento cognitivo uma forte influência sobre a ação
tida de modo mais intenso (se o objeto novo se mos­ humana, o que implica em novas formas de enfren­
tra inassimilável), o sujeito poderá negar o fator tar as situações que mobilizam recursos cognitivos.
perturbador, negligenciando-o ou afastando-o. Neste Pode-se ver a docência de forma semelhante: o pro­
caso, não existe propriamente conflito aos olhos do fessor se encontra cotidianamente em situações de­
sujeito. safiadoras para as quais experimenta soluções a
Em outro sentido, quando a perturbação pode partir dos conhecimentos que possui. Nesse senti­
ser vencida com algum esforço por parte do sujeito, do, seu nível de desenvolvimento, isto é, as repre­
ele não mais tentará anular o elemento perturbador, sentações que possui sobre o fenômeno, constitui­
mas buscará modificar o conhecimento disponível, de rão o suporte sobre o qual se sustentará sua ação
modo a ajustá-lo à situação de desequilíbrio. profissional.
Assim, o processo de equilibração de Piaget Este estudo, como se sabe, não analisou as
(1975) ajuda a explicar as razões pelas quais fo­ práticas escolares dos professores que participa­
ram identificados diferentes “efeitos” da experi­ ram do programa. Acredita-se, no entanto, que as
ência de ensino vivida pelos professores. Apesar transformações nas representações sobre o com­
de “percorrer um currículo semelhante”, as estru­ ponente se constituam no ponto de partida para a
turas de conhecimento iniciais suportaram de for­ adoção de uma nova postura frente à Educação
ma diversa as perturbações, a elas adaptando-se Física no interior das escolas onde esses educado­
ou não. res atuam.
Ao tratar da análise das modificações a partir
de uma experiência pedagógica (um programa de Referências
formação de professores), convém destacar a impro­
priedade de qualquer pretensão de homogeneizar as Almeida, A. M. O. & Cunha, G. G. (2003).
concepções da Educação Física na escola. Guarda­ Representações sociais do desenvolvimento huma­
das as possibilidades de generalização do estudo, ape­ no. Psicologia Reflexiva Crítica, v.16, n.1, 147-155
sar das transformações nas representações sobre a
docência em Educação Física, os professores que Andrade Junior, H. (2004). Representação so­
concluíram o PEC-Municípios permanecem com vi­ cial da educação ambiental e da educação em saúde
sões diversas do componente e da participação no em universitários. Psicologia Reflexiva Crítica, v.7,
projeto educacional. n.1, 43-50.
As “evoluções” identificadas podem ser atri­ Becker, F. (2002). A origem do conhecimen­
buídas à temática abordada, à metodologia de ensino to e a aprendizagem escolar. Porto Alegre: Artmed.
do programa ou a ambas. O Programa PEC-Municí­ Bracht, V. (1999). A constituição das teorias
pios fez uso de atividades baseadas na reflexão críti­ pedagógicas da educação física. Cadernos Cedes,
ca sobre a experiência profissional a partir dos sabe­ v.13, n.48, 69-88.
res dela advindos, discussão de experiências vividas,
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110 Marcos Garcia Neira

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