Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Nesta obra Gil apresenta 3 noções: espaço do corpo, espaço de limiar do corpo e
primeiro.
Para Gil “o espaço limiar pertence ao espaço do corpo, porém fixa-se no limiar da
pela (entre a luz, exterior e o interior de trevas) quando visto a partir de um ponto
situado por trás dos olhos.” Já “o espaço do corpo envolve o corpo próprio com uma
filtrado pelos orifícios de comunicação: olhos, bocas, ouvidos, nariz, vagina, ânus)
A segunda parte do livro, sobre o interior do corpo, tem uma tendência vinculada
com a primeira, a de cada vez mais encarar o corpo como uma unidade
construção artificial; não há corpo que não seja vivo e <<ocupado>> pelo espírito.
Toda a dificuldade começa quando verificamos que ele poder ser mais ou menos
habitado, mais ou menos ocupado – como nos dizem as concepções antigas do corpo,
como receptáculo da alma; como nos quer persuadir a observação mais trivial da
clínica psiquiátrica.”
psyché-soma. É esta que funda a vocação interdisciplinar dos estudos sobre o corpo.”
do corpo.
“Qualquer discurso sobre o corpo parece ter que enfrentar uma resistência.”
“Parece, no entanto que a verdadeira dificuldade se encontra [...] ...na
profusão, não das significações do corpo, mas do emprego metafórico deste
termo. Ele está em todo o lado, tudo forma um corpo, gostar-se-ia que cada
grupo, associação, produção, criação fossem assimilados a uma unidade
corporal. A esta docilidade da linguagem equivale uma violência real
exercida sobre o corpo: quanto mais sobre ele se fala, menos ele existe
por si próprio.” p. 13
A despeito do esforço psicanalítico, para o autor existe hoje uma verdadeira invasão
do culto do corpo, inclusive por métodos terapêuticos que floresceram a partir dos
Para Gil em uma análise superficial esta é uma maneira de fazer violência aos corpos,
que às vezes se vale de puro cinismo mercantil. Este corpo que se perdeu nos signos,
na escrita e na ciência, nas instituições e na guerra. Cita o termo cunhado por Lewis
signos, função que às vezes permanece como uma referência exemplar na análise da
significante flutuante, já que estas impostas ao corpo pela instauração de certos tipos
dispositivos de antipoder.
1
s.f. Efemeridade; característica do que é evanescente, fugaz ou efêmero. P.ext. Qualidade do que
tende a se dissipar; que se altera ou se transforma. (Etm. evanescer + ência)
Em nome de que signos se impõe um tal tipo de violência ao corpo? Que operações
José Gil esclarece que a abordagem que usa é análise de certos mecanismos de
1. O significante flutuante
signos sendo os cortes que opera no real, classifica, reagrupa, define. Assim identifica
seja o universo significou antes que se soubesse o que significava, o que o homem
sabia ter um sentido, não era por isso identificável, enquadrável nos sistemas de
significando, mas não tem sentido referenciável e preciso (que torne a coisa não só
Isto para José Gil representa um perigo, pois manter-se a inadequação entre
se entre si, produzindo significante referenciável, sem poder de funcionar, já que sem
Para impedir isto Lévi-Strauss, segundo Gil, propõe que o homem dispõe sempre de
como a de mana, que parecem pertencer a todos os códigos. As coisas tem um mana,
assim como as plantas, os homens, os mortos, os alimentos, etc. Que significam tudo
e nada, simples forma, símbolo no estado puro, que pode suportar qualquer
conteúdo simbólico.
Portanto, conclui, que não é por acaso que o significante flutuante se reencontra
sempre nas fronteiras da ordem social que ocupam certas instituições e práticas das
que escapa aos códigos simbólicos, e também exista sempre associados aos diversos
definia mana como a força por excelência. José Gil propõe que se quiser compreender
Strauss o leva a afirmar que a noção de mana não é da ordem do real, mas da ordem
Então Gil contrapõe, estas sinergias existem num certo sentido, existem mesmo mais
que Mauss pensou nisto quando analisou a função do mana, descobriu nele o
operador da síntese em determinados juízos sintéticos a priori tais como o fumo de
ervas aquáticas produz a nuvem, juízo mágico que tinha analisado em fumo de mana =
a outro, e que esta passagem enigmática era também realizada por uma determinada
força. Mas incapaz de pensar os dois níveis – código e força – separadamente, falhou
uma identidade? Haja vista que o código guarda sempre o seu segredo, a sua
Gil sugere outros dois ensaios de Lévi-Strauss, que examinam o problema da cura
O xamane também é responsável pela cura de doenças, seja ela física ou psíquica,
que é obtida através de sessões onde participam o xamane, o doente e o público, que
O pensamento normal busca sempre o seu sentido nas coisas, que lho recusam, o