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Resumo

Entendemos que o acentuado processo de envelhecimento populacional


brasileiro nas últimas décadas aumenta a vulnerabilidade desta faixa etária a diversas
doenças crônicas, tais como cardiovasculares, endócrinas, neoplásicas e degenerativas
cerebrais.
Atrelado a isso, observamos um aumento do número de casos de demências.
Dentre as patologias neurodegenerativas, a Doença de Alzheimer (DA) é a mais
frequente associada à idade, e é a causa mais comum de demência no idoso com
prevalência exponencial entre os 65 e 95 anos (SERENIKI, ITAL, 2008). Dados do
Datasus (2018) revelam um total de 2.811.671 casos de DA no Brasil no ano de 2017,
enquanto que no Estado da Bahia, nesse mesmo ano, foram registrados 116.405 casos
de DA, sendo 107.120 casos apenas na cidade de Salvador, demonstrando a magnitude
e complexidade da problemática discutida aqui neste trabalho.
Sendo assim, considerada um problema de Saúde Pública em decorrência de
sua magnitude, complexidade, repercussões na vida do indivíduo e sua família, além
dos impactos no sistema de saúde.
A Doença de Alzheimer (DA), principal responsável pelo declínio cognitivo
de idosos e incapacidade funcional em idosos, é identificada como uma doença crônica
degenerativa de início insidioso, e caráter progressivo, gerando lenta e gradual
incapacidade funcional dos idosos, e consequentemente, necessidade de cuidador, que
na maioria dos casos é desempenhado pelos familiares (LENARDT et al., 2011).
Em geral, o primeiro aspecto clínico apresentado é a deficiência de
memória, além da dificuldade de atenção, fluência verbal, e à medida que a patologia
evolui outras capacidades cognitivas deterioram-se, como a capacidade de fazer
cálculos, habilidades visuo-espacial, uso de objetos e ferramentas comuns (SERENIKI;
VITAL, 2008). Acarretam ainda distúrbios emocionais e comportamentais como
depressão, ansiedade, agressividade e apatia (ARAGÓN et al., 2012).
Diante do quadro progressivo de dependência, o idoso precisará de outra
pessoa, familiar ou não, para prover suas necessidades de cuidados diários, suprindo sua
incapacidade funcional, deparando-se com múltiplas tarefas desafiadoras, que inclui
desde a busca pelo diagnóstico no sistema de saúde à sua aceitação, mediação de
conflitos familiares, realização de atividades diárias (SALES, 2015), solucionar seus
problemas e necessidades de saúde, percorrendo diversos caminhos na busca por
cuidados, com vistas à sua resolubilidade e integralidade.
Essa trajetória empreendida pelos sujeitos com finalidade de solucionar seus
problemas de saúde, busca por tratamentos, cura e reabilitação, mobilizando diversos
recursos, desde práticas religiosos à serviços biomédicos oficiais, envolvendo
componentes subjetivos e cognitivos, influenciados também pelo contexto sociocultural
é denominada itinerário terapêutico.

JUSTIFICATIVA

apesar da potencialidade desses estudos para compreensão dos


comportamentos dos sujeitos em relação ao cuidado em saúde e sua trajetória na rede
assistencial, esta temática é pouco explorada e conhecida por pesquisadores,
profissionais e gestores, sendo assim, crucial desenvolver pesquisas com este enfoque.
Atrelado a isso, a doença de Alzheimer, por seu caráter progressivo e
incapacitante, desencadeia uma série de necessidades e cuidados de saúde para os
sujeitos e suas famílias, que diversas vezes se deparam com inúmeros desafios e
entraves no percurso terapêutico que dificultam seu processo de cuidar.
Desse modo, justifica-se este estudo a partir da necessidade de compreender
como os idosos com Doença de Alzheimer e seus cuidadores construíram e constroem
suas trajetórias em busca do diagnóstico e tratamento, entender suas experiências e
aspectos que influenciam suas escolhas. Tal compreensão poderá auxiliar na construção
de projetos terapêuticos cuidadores que considerem os conjuntos de recursos utilizados,
as experiências e significados do processo saúde-doença para o sujeito, considerando
suas particularidades e contexto de vida, conforme sugere Mângia e Marumoto (2008).
Pretende-se, dessa maneira, contribuir com a gestão, saberes e práticas no
cuidado aos idosos com Alzheimer e seus cuidadores, a partir da compreensão de suas
trajetórias nas diversas arenas sociais.

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