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Na avaliação inicial do paciente com HDA varicosa deve ser realizada uma anamnese
direcionada a forma de apresentação da hemorragia e aos antecedentes patológicos do
paciente. As características da hemorragia podem orientar sobre a magnitude da perda
hemática. Assim, uma hematêmese com sague vivo associada a manifestações de hipovolemia
sugere uma perda de sangue de pelo menos 1000-1500 ml, enquanto que o vômito em “borra
de café” geralmente indica que a hemorragia cessou ou que seu debito é muito baixo. Deve-se
investigar sobre possíveis hábitos tóxicos (álcool), ingesta de fármacos gastrolesivos,
antiagregantes ou anticoagulantes orais, história previa de dispepsia, ulceras gastroduodenais
ou hepatopatia crônica. O exame físico permitirá detectar palidez cutânea e mucosas, massas
abdominais, visceromegalias, ascite, assim como sinais de hepatopatia crônica ou lesões
cutâneas associadas a lesões gastrointestinais potencialmente hemorrágicas. O tato retal pode
confirmar a presença de melena. Durante essa fase é fundamental realizar uma avaliação do
estado hemodinâmico do paciente, mediante a determinação da pressão arterial, frequência
cardíaca, sinais de má perfusão periférica e diurese1,3. Isso permitirá estimar a quantidade da
perda sanguínea de acordo o seguinte esquema:
O sangramento agudo por ruptura de VEG é uma emergência médica com alta
morbimortalidade, por isso, seu manejo deve ser realizado em unidade de terapia intensiva
(UTI)5–7. A mortalidade do primeiro episódio depende diretamente da função hepática e das
condições clinicas do paciente7–9. O fluxograma abaixo orienta quanto aos pontos fundamentais
na conduta da hemorragia digestiva: a reposição volêmica, o controle do sangramento com a
terapêutica farmacológica e endoscópica e o controle de infecções6.
A reposição volêmica deve ser realizada com cuidado para evitar a elevação da pressão
portal e o risco de ressangramento pelas varizes. Atualmente, aceita-se a reposição de
cristaloides e hemoderivados visando manter a estabilidade hemodinâmica com pressão arterial
sistólica entre 90 e 100 mmHg, frequência cardíaca <100 bpm e hemoglobina entre 7-9 g/dl
(hematócrito entre 21-27%)5,7,10.
Pacientes com suspeita de HDA varicosa devem receber tratamento farmacológico com
drogas vasoativas antes mesmo da realização do exame endoscópico, pois são eficazes no
controle da hemorragia varicosa e na prevenção do ressangramento. Entre as drogas indicadas,
a única associada com a diminuição da mortalidade foi a terlipressina e, por isso, é considera de
escolha no tratamento da HDA varicosa5–7,11.
A profilaxia antibiótica deve ser administrada logo na admissão hospitalar nos pacientes
cirróticos que apresentam episódio de sangramento digestivo. Infecção bacteriana é
documentada em 25-50% dos pacientes na admissão ou durante internação por hemorragia
digestiva varicosa, sendo os focos mais comuns: peritonite bacteriana espontânea, infecção do
trato urinário e pneumonia. Com a profilaxia, o risco de infecção bacteriana diminui em 64%, a
taxa de ressangramento em 47% e a mortalidade relacionada ao episódio de sangramento em
21%. Como primeira escolha se recomenda o uso de quinolonas orais, em especial o
norfloxacino 400 mg 2x/dia por 7 dias. Quando a via oral não é possível, quinolonas endovenosas
(como a ciprofloxacina) podem ser administradas. Em pacientes de alto risco (ascite,
encefalopatia, icterícia e desnutrição), existem evidências de que o ceftriaxone EV (1 g/dia) pode
ser mais efetiva no controle de infecções5,7,12.
Nos casos de falha terapêutica do tratamento inicial, pode-se usar dose máxima das
drogas vasoconstritoras, uma segunda tentativa de tratamento endoscópico ou nos casos de
sangramento maciço, insuflação de balão esofágico, sendo o mais comum o de Sengstaken-
Blakemore. Sua efetividade no controle do sangramento é de 80-90%; no entanto, a recidiva é
alta (>50%)5,7. Esse dispositivo é de uso temporário e pode ser mantido insuflado por até 24h
pelo risco de lesão isquêmica esofágica, sendo dessa forma, método ponte para o tratamento
definitivo. Outro recurso utilizados nesses casos, é a colocação de um shunt portossistêmico
não seletivo intra-hepático por radiologia intervencionista (TIPS – Transjugular Intrahepatic
Portosystemic Shunt) para diminuir a pressão no sistema portal e, consequentemente, no
território das VEG6. Sua principal vantagem é a menor morbimortalidade quando comparado
aos shunts cirúrgicos5,7.
Referências bibliografias