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A COLABORAÇÃO COMO MODELO E COMO PRINCÍPIO

NO PROCESSO CIVIL

A COLABORAÇÃO COMO MODELO E COMO PRINCÍPIO NO PROCESSO CIVIL


COLLABORATION AS MODEL AND AS A PRINCIPLE IN CIVIL PROCEDURE
Revista de Processo Comparado | vol. 2/2015 | p. 83 - 97 | Jul - Dez / 2015
DTR\2016\40

Daniel Mitidiero
Pós-doutor pela Università degli Studi di Pavia (UNIPV - Itália). Doutor pela Universidade Federal do
Rio Grande do Sul (UFRGS - Brasil). Professor de Direito Processual Civil dos Cursos de Graduação,
Especialização, Mestrado e Doutorado da Faculdade de Direito da UFRGS. Membro da International
Association of Procedural Law (IAPL), do Instituto Ibero-americano de Direito Processual (IIDP) e do
Instituto Brasileiro de Direito Processual (IBDP). Advogado. daniel@marinoni.adv.br

Área do Direito: Processual


Resumo: O presente artigo trata da colaboração como eixo sistemático do novo modelo processual
civil, adotado especialmente no Código de Processo Civil brasileiro de 2015. A colaboração deve ser
vista como modelo e princípio orientador da legislação processual civil.

Palavras-chave: Colaboração - Modelo - Princípio - Novo Código de Processo Civil.


Abstract: This article is about collaboration as systematic shaft of the new civil procedural model,
adopted specially in the 2015 Brazilians' Civil Procedure Code. The collaboration needs to be seen as
model and advisor principle of the new civil procedural legislation.

Keywords: Collaboration - Model - Principle - New Civil Procedure Code.


Sumário:

1Introdução - 2A colaboração como modelo processual civil - 3A colaboração como princípio


processual - 4Considerações finais

1 Introdução

Problema central do processo está na sua equilibrada organização subjetiva1 - vale dizer, da "divisão
do trabalho" entre os seus participantes.2 O modelo do nosso processo justo é o modelo cooperativo
- pautado pela colaboração do juiz para com as partes.3 Como observa a doutrina, "le procès
équitable implique un principe de coóperation efficiente des parties et du juge dans l´élaboration du
jugement vers quoi est tendue toute procédure".4

São basicamente dois os enfoques com que a colaboração pode ser observada no direito processual
civil: como modelo e como princípio. O Novo Código de Processo Civil brasileiro encampou a
colaboração com ambos os sentidos (art. 6.º). O presente ensaio visa a trabalhá-la nessas suas duas
dimensões.
2 A colaboração como modelo processual civil

A colaboração é um modelo que visa a organizar o papel das partes e do juiz na conformação do
processo, estruturando-o como uma verdadeira comunidade de trabalho (Arbeitsgemeinschaft), em
que se privilegia o trabalho processual em conjunto do juiz e das partes (prozessualen
Zusammenarbeit).5 Em outras palavras: visa a dar feição ao formalismo do processo, dividindo de
forma equilibrada o trabalho entre todos os seus participantes. Como modelo, a colaboração rejeita a
jurisdição como polo metodológico do processo civil, ângulo de visão evidentemente unilateral do
fenômeno processual, privilegiando em seu lugar a própria ideia de processo como centro da sua
teoria,6 concepção mais pluralista e consentânea à feição democrática ínsita ao Estado
Constitucional.7

Semelhante modelo processual resulta da superação histórica - e, pois, cultural - dos modelos de
processo isonômico e de processo assimétrico.8 Há quem caracterize a cooperação, ainda, a partir
das conhecidas linhas do processo dispositivo e do processo inquisitório.9 Seja qual for a
perspectiva, é certo que a análise histórico-dogmática da tradição processual mostra o rastro pelo
qual se formou e ganhou corpo a colaboração no nosso contexto processual.

A colaboração é um modelo que se estrutura a partir de pressupostos culturais que podem ser
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visualizados sob os ângulos social, lógico e ético.10

Do ponto de vista social, o Estado Constitucional de modo nenhum pode ser confundido com o
Estado-Inimigo. Nessa quadra, assim como a sociedade pode ser compreendida como um
empreendimento de cooperação entre os seus membros visando à obtenção de proveito mútuo,11
também o Estado deixa de ter um papel de pura abstenção e passa a ter que prestar positivamente
para cumprir com seus deveres constitucionais. O Estado Constitucional é um Estado marcado pelo
seu dever de dar tutela aos direitos, com o que deve promover os fins ligados à pessoa humana e
não antepor barreiras para o seu adequado desenvolvimento.

Do ponto de vista lógico, o processo cooperativo pressupõe o reconhecimento do caráter cultural e


problemático do Direito, reabilitando-se a sua feição lógico-argumentativa.12 Isso quer dizer que a
ciência do Direito deixa de ser compreendida simplesmente como uma ciência descritiva, as normas
jurídicas passam a ser vistas como o resultado de uma colaboração entre o legislador e o juiz a partir
de elementos textuais e não textuais da ordem jurídica e a interpretação jurídica deixa de ser
encarada como uma atividade puramente cognitivista.

Finalmente, do ponto de vista ético, o processo pautado pela colaboração é um processo orientado
pela busca, tanto quanto possível, da verdade,13 e que, para além de emprestar relevo à boa-fé
subjetiva, também exige de todos os seus participantes a observância da boa-fé objetiva,14 sendo
igualmente seu destinatário o juiz,15 tendo como objetivo produzir decisões justas.16

O modelo de processo pautado pela colaboração visa a outorgar nova dimensão ao papel do juiz na
condução do processo. O juiz do processo cooperativo é um juiz isonômico na sua condução e
assimétrico apenas quando impõe suas decisões. Desempenha duplo papel: é paritário no diálogo e
assimétrico na decisão.17

A paridade na sua condução está em que, embora dirija processual e materialmente o processo,
atuando ativamente,18 fá-lo de maneira dialogal19 (art. 139, CPC). Vale dizer: o juiz participa do
processo colhendo a impressão das partes a respeito dos seus rumos, possibilitando assim a
influência dessas na formação de suas possíveis decisões20 (de modo que o iudicium acabe sendo
efetivamente um ato trium personarum, como se entendeu ao longo de toda praxe do jus commune).
21
Toda a condução do processo dá-se com a observância, inclusive com relação ao próprio juiz, do
contraditório.22 A propósito, o § 139 da ZPO alemã e o artigo 16 do Nouveau Code de Procédure
Civile são paradigmáticos a respeito do tema.23 A assimetria, de outro lado, está em que o juiz, ao
decidir as questões processuais e as questões materiais do processo, necessariamente impõe o seu
comando, cuja existência e validade independem de expressa adesão ou de qualquer espécie de
concordância das partes.

A maneira como esse modelo cooperativo opera no processo é obra do princípio da colaboração.
3 A colaboração como princípio processual

A colaboração no processo é um princípio jurídico.24 Ela impõe um estado de coisas que tem de ser
promovido.25 O fim da colaboração está em servir de elemento para organização de um processo
justo idôneo a alcançar uma decisão justa26 (art. 6º, CPC). Para que o processo seja organizado de
forma justa os seus participantes têm de ter posições jurídicas equilibradas ao longo do
procedimento. Portanto, é preciso perceber que a organização do processo cooperativo envolve -
antes de qualquer coisa - a necessidade de um novo dimensionamento de poderes no processo, o
que implica necessidade de revisão da cota de participação que se defere a cada um de seus
participantes ao longo do arco processual. A colaboração implica revisão das fronteiras concernentes
à responsabilidade das partes e do juiz no processo.27 Em outras palavras: a colaboração visa a
organizar a participação do juiz e das partes no processo de forma equilibrada.

A colaboração impõe a organização de processo cooperativo - em que haja colaboração entre os


seus participantes. O legislador tem o dever de perfilar o processo a partir de sua normatividade,
densificando a colaboração no tecido processual. É por essa razão que o Novo Código é permeado
pela colaboração. E aqui importa desde logo deixar claro: a colaboração no processo não implica
colaboração entre as partes. As partes não querem colaborar. A colaboração no processo que é
devida no Estado Constitucional é a colaboração do juiz para com as partes. Gize-se: não se trata de
colaboração entre as partes. As partes não colaboram e não devem colaborar entre si simplesmente
porque obedecem a diferentes interesses no que tange à sorte do litígio.28 O máximo que se pode
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esperar é uma colaboração das partes para com o juiz no processo civil.29

Esse ponto é digno de nota: enquanto os deveres de colaboração no plano do direito material
tiveram sua origem no campo obrigacional a partir dos estudos ligados à boa-fé, o que acabou
desaguando na construção de deveres cooperativos entre as partes, no processo esses deveres não
se originam da boa-fé e não podem ser concebidos como deveres que gravam as partes entre si. É
que no plano do direito material as partes constroem vínculos jurídicos com uma finalidade comum.
Vale dizer: os interesses são convergentes. O adimplemento é o fim do processo obrigacional e
domina toda a sua estruturação.30 Inexiste a princípio qualquer crise que afaste as partes da
finalidade comum no plano do direito material. O plano do processo, porém, pressupõe justamente
uma ameaça de crise ou uma efetiva crise na realização do direito material. E a partir desse exato
momento os interesses das partes deixam de ser convergentes e passam a ser divergentes. Isso
obviamente não dispensa as partes de agirem com boa-fé no processo. No entanto, daí para
exigência de colaboração entre as partes existe uma significativa distância.

O princípio da colaboração estrutura-se a partir da previsão de regras que devem ser seguidas pelo
juiz na condução do processo. O juiz tem deveres de esclarecimento, de diálogo, de prevenção e de
auxílio para com os litigantes. É assim que funciona a cooperação. Esses deveres consubstanciam
as regras que estão sendo enunciadas quando se fala em colaboração no processo. A doutrina é
tranquila a respeito do assunto.31

O dever de esclarecimento constitui "o dever de o tribunal se esclarecer junto das partes quanto às
dúvidas que tenha sobre as suas alegações, pedidos ou posições em juízo".32 O de diálogo, o dever
de o órgão judicial dialogar e consultar as partes antes de decidir sobre qualquer questão,
possibilitando que essas o influenciem a respeito do rumo a ser dado à causa.33 O de prevenção, o
dever de o órgão jurisdicional prevenir as partes do perigo de o êxito de seus pedidos "ser frustrado
pelo uso inadequado do processo".34 O dever de auxílio, "o dever de auxiliar as partes na superação
de eventuais dificuldades que impeçam o exercício de direitos ou faculdades ou o cumprimento de
ônus ou deveres processuais".35

Várias são as situações em que esses deveres gravam o juiz ao longo do processo.

O dever de esclarecimento impõe ao juiz o dever de indicar às partes eventuais obscuridades ou


incoerências nas narrativas que evidenciam suas posições quanto às questões fático-jurídicas que
compõem a causa. Isso quer dizer que é vedado ao juiz indeferir de imediato eventuais postulações
das partes pela simples ausência de compreensão da narrativa, sendo imperiosa a oportunização de
manifestação das partes para esclarecimento da questão. Trata-se de providência que visa a
viabilizar um mais adequado entendimento da argumentação das partes no processo.36

Especial atenção na conformação do processo civil do Estado Constitucional assume o dever de


diálogo. Isso porque é preciso perceber que dentro de um processo organizado a partir da
necessidade de colaboração é absolutamente indispensável tenham as partes a possibilidade de
pronunciar-se sobre tudo que pode servir de ponto de apoio para a decisão da causa, inclusive
quanto àquelas questões que o juiz pode apreciar de ofício37 (arts. 9.º e 10, CPC). Vale dizer:
exigir-se que o pronunciamento jurisdicional tenha apoio tão-somente em elementos sobre os quais
as partes tenham tido a oportunidade de manifestarem-se significa evitar a decisão-surpresa no
processo38 (art. 10, CPC). Nesse sentido, têm as partes de se pronunciar, previamente à tomada de
decisão, tanto a respeito do que se convencionou chamar questões de fato e das questões de direito
como no que atine à eventual visão jurídica do órgão jurisdicional diversa daquela aportada por
essas ao processo.39 Fora daí há evidente violação à cooperação e ao diálogo no processo, com
afronta inequívoca ao dever judicial de consulta e ao contraditório que lhe serve de base.40

Semelhante exigência, de um lado, encontra evidente respaldo no interesse público de chegar-se a


uma solução bem amadurecida para o caso levado a juízo, não podendo ser identificada de modo
nenhum como uma providência erigida no interesse exclusivo das partes.41 Como observa a doutrina,
o debate judicial amplia necessariamente o quadro de análise, constrange ao cotejo de argumentos
diversos, atenua o perigo de opiniões pré-concebidas e favorece a formação de uma decisão mais
aberta e ponderada.42 Funciona, pois, como um evidente instrumento de "democratização do
processo".43 De outro, conspira para reforçar a confiança do cidadão no Poder Judiciário, que espera,
legitimamente, que a decisão judicial leve em consideração apenas proposições sobre as quais pode
exercer o seu direito a conformar o juízo.44
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Em face do dever de diálogo, além da vedação à decisão-surpresa, é essencial que o


pronunciamento jurisdicional contenha uma apreciação completa das razões levantadas pelas partes
para solução da controvérsia (arts. 10 e 489, § 1.º, IV, CPC). Evidentemente, para configuração do
diálogo no processo é de rigor que tanto o demandante como o juiz e o demandado falem a
propósito das questões suscitadas em juízo. Do contrário, há monólogo no lugar do diálogo, com
claro prejuízo à estruturação cooperativa do processo. Como facilmente se percebe, o problema
prende-se ao fiel perfilhamento do conteúdo do dever de motivar as decisões dentro do processo civil
contemporâneo.

O Supremo Tribunal Federal brasileiro, a propósito, já teve a oportunidade de observar, na esteira da


jurisprudência do Bundesverfassungsgericht, que o direito fundamental ao contraditório importa em
direito das partes de ver os fundamentos arguidos em suas manifestações processuais considerados
pela decisão jurisdicional, o que de seu turno exige do julgador capacidade, apreensão e isenção de
ânimo para contemplar as razões apresentadas. Na perspectiva do órgão jurisdicional, esse direito
corresponde ao dever de dar atenção aos arrazoados das partes, o que pressupõe deles tomar
conhecimento, considerando-os séria e detidamente. Corresponde, em suma, ao dever de
fundamentar adequadamente suas decisões.45

Outra não é a orientação da doutrina contemporânea. Tem-se sustentado, acertadamente, que o


dever de fundamentação das decisões consiste na "última manifestação do contraditório",46
porquanto a motivação "garante às partes a possibilidade de constatar terem sido ouvidas".47 Há,
pois, um nexo inarredável entre direito à tutela efetiva, direito ao contraditório e dever de
fundamentar as decisões jurisdicionais,48 sem o qual não se pode reconhecer a existência de um
processo justo.49

A fim de que se sinta pulsar também no âmbito do processo civil o Estado Constitucional, é de rigor
que na motivação da decisão efetivamente conste a apreciação do órgão jurisdicional a respeito dos
fundamentos deduzidos pelas partes ao longo do processo. Fere a natureza cooperativa do processo
civil contemporâneo, pois, decisão judicial que não patrocine um efetivo diálogo com as razões
levantadas pelas partes em suas manifestações processuais.

A fundamentação da decisão judicial tem de ser completa. Nesse sentido, o parâmetro a ser
observado para aferição dessa completude não pode ser, como por vezes se sustenta, a simples
constância na decisão do esquema lógico-jurídico mediante o qual o juiz chegou às suas conclusões,
50
critério "notevolmente ambiguo e in gran parte oscuro".51 De modo nenhum. A completude da
decisão tem de ser aferida em função da atividade das partes, das alegações por essas produzidas
com o fito de convencer o órgão jurisdicional de suas posições jurídicas.52

O dever de prevenção incumbe o juiz de indicar às partes que eventuais escolhas equivocadas do
ponto de vista do processo podem acarretar na frustração do exame do direito material. Assim, por
exemplo, é vedado ao juiz não conhecer de determinada postulação da parte por defeito processual
sanável sem que se tenha primeiramente dado oportunidade para a parte saná-lo.53 E isso por uma
razão muito simples: não faz sentido afirmar que o Estado tem o dever de tutelar os direitos e ao
mesmo tempo permitir que o direito sucumba diante de defeitos formais sanáveis não relevados pelo
próprio Estado. É por essa razão que os arts. 317 e 932, parágrafo único, do CPC, funcionam como
verdadeiras normas abertas a respeito do dever de prevenção.

O dever de auxílio determina ao juiz que colabore com as partes no desempenho de seus ônus e no
cumprimento de seus deveres no processo. Trata-se de dever que visa a viabilizar o adequado
atendimento aos ônus e aos deveres das partes no processo. Pense-se, por exemplo, no exequente
que não encontra bens penhoráveis do executado para satisfação de seu crédito. É tarefa do juiz
auxiliá-lo na identificação do patrimônio do executado a fim de que a tutela executiva possa ser
realizada de forma efetiva.

É fácil perceber, por fim, a ligação entre o modelo cooperativo e o princípio da cooperação. Existe
um efetivo enlace entre eles. Os deveres inerentes à colaboração no processo respondem aos
pressupostos que sustentam o modelo cooperativo. Os deveres de esclarecimento e de consulta
respondem principalmente aos pressupostos lógicos e éticos do modelo cooperativo de processo, na
medida em que decorrem do caráter problemático-argumentativo do Direito e da necessidade de
proteção contra a surpresa, Os deveres de prevenção e de auxílio descendem diretamente do
pressuposto social do modelo, haja vista evidenciarem o fato de o sistema processual civil Página
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sistema orientado para tutela dos direitos, tendo o juiz o dever de realizá-los a partir da relativização
do binômio direito e processo e do compartilhamento da responsabilidade pela atividade processual.
Vale dizer: deve o juiz ver o processo não como um sofisticado conjunto de fórmulas mágicas e
sagradas, ao estilo das legis actiones, mas como um instrumento para efetiva realização do direito
material.
4 Considerações finais

A adequada construção do modelo cooperativo de processo e do princípio da colaboração que é a


ele inerente, servem como linhas centrais para organização de um processo civil que reflita de forma
efetiva os pressupostos culturais do Estado Constitucional. Não por acaso constitui uma tendência
do processo civil atual.54 A colocação da colaboração nesses dois patamares visa a destacar,
portanto, a necessidade de entendê-la como o eixo sistemático a partir do qual se pode estruturar um
processo justo do ponto de vista da divisão do trabalho entre o juiz e as partes no processo civil.

1 O que normalmente é designado com o conceito de formalismo, que compreende a "delimitação


dos poderes, faculdades e deveres dos sujeitos processuais, coordenação de sua atividade,
ordenação do procedimento e organização do processo" (utor>Alvaro de Oliveira, Do Formalismo no
Processo Civil - Proposta de um Formalismo-Valorativo. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 28).

2 A expressão é de utor>José Carlos Barbosa Moreira, "O Problema da 'Divisão do Trabalho' entre
Juiz e Partes: Aspectos Terminológicos", Temas de Direito Processual. São Paulo: Saraiva, 1989, p.
35-44, Quarta Série.

3 Sobre o assunto na doutrina brasileira, utor>Daniel Mitidiero, Colaboração no Processo Civil -


Pressupostos Sociais, Lógicos e Éticos, 2. Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011 (há versão
disponível em espanhol, Colaboración en el Proceso Civil - Presupuestos Sociales, Lógicos y Éticos,
tradução de utor>Juan José Monroy Palacios. Lima: Communitas, 2009); Alvaro de Oliveira,
"Poderes do Juiz e Visão Cooperativa do Processo", Revista da Ajuris. Porto Alegre, n. 90;
utor>Fredie Didier Júnior, Fundamentos do Princípio da Cooperação no Direito Processual Civil
Português. Coimbra: Coimbra Editora, 2010, p. 46; "Os Três Modelos de Direito Processual:
Inquisitivo, Dispositivo e Cooperativo", Revista de Processo. São Paulo: Ed. RT, 2011, p. 219, n. 198;
Lorena Miranda Barreiros, Fundamentos Constitucionais do Princípio da Cooperação Processual.
Salvador: Jus Podivm, 2013; Humberto Theodoro Júnior, "Juiz e Partes dentro de um Processo
Fundado no Princípio da Cooperação", Revista Dialética de Direito Processual. São Paulo: Dialética,
2011, p. 64, n. 102; utor>Igor Raatz dos Santos, "Processo, Igualdade e Colaboração: os Deveres de
Esclarecimento, Prevenção, Consulta e Auxílio como Meio de Redução das Desigualdades no
Processo Civil", Revista de Processo. São Paulo: Ed. RT, 2011, p. 47-80, n. 192. Na doutrina alemã,
utor>Rolf Stürner, Die Aufklärungspflicht der Parteien des Zivilprozesses. Tübingen: J. C. B. Mohr,
1976; Rudolf Wassermann, Der Soziale Zivilprozess - Zur Theorie und Praxis des Zivilprozesses im
sozialen Rechtsstaat. Neuwied und Darmstadt: Hermann Luchterhand, 1978, especialmente p.
97/125; utor>Bernhard Hahn, Kooperationsmaxime im Zivilproze#?Grenzverschiebungen in der
Verantwortung von Partein und Gericht bei der Tatsachenbeschaffung und Sachverhaltseforschung
im neuen Zivilproze#recht. Berlin: utor>Carl utor>Heymanns, 1983; utor>Reinhard Greger,
"Kooperation als Prozessmaxime". In: Gottwald, Peter; utor>Greger, Reinhard; Prütting, Hans
(coords.), Dogmatische Grundfragen das Zivilprozess im geeinten Europa. Bielefeld: Gieseking,
2000, pp. 77/84 (há versão disponível em português, #Cooperação como Princípio Processual",
tradução de Ronaldo Kochem, revisão de Daniel Mitidiero, Revista de Processo. São Paulo: Ed. RT,
2012, p. 123-134, n. 206); na doutrina austríaca, utor>Klaus Kugler, Die Kooperationsmaxime -
Richtermacht und Parteienherrschaft im Zivilprozess - der gemeinsame Weg zum richtigen
Prozessergebnis. Linz: Johannes-Kepler-Universität, 2002; na doutrina italiana, utor>Eduardo
Grasso, "La Collaborazione nel Processo Civile", Rivista di Diritto Processuale. Padova: Cedam,
1966.

4 utor>Loïc Cadiet, Jacques Normande utor>Soraya Amrani Mekki, Théorie Générale du Procès.
Paris: PUF, 2010, p. 385.

5 utor>Rudolf Wassermann, Der Soziale Zivilprozess - Zur Theorie und Praxis des Zivilprozesses im 5
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sozialen Rechtsstaat. Neuwied und Darmstad: Hermman Luchterhand, 1978, p. 97; utor>Klaus
Kugler, Die Kooperationsmaxime - Richtermacht und Parteienherrschaft im Zivilprozess - der
gemeinsame Weg zum richtigen Prozessergebnis. Linz: Johannes-Kepler-Universität, 2002, p. 75.

6 utor>Daniel Mitidiero, Colaboração no Processo Civil - Pressupostos Sociais, Lógicos e Éticos. 2.


ed. São Paulo: Ed. RT, 2011, p. 48-50.

7 utor>José Joaquim Gomes Canotilho. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 3. ed.


Coimbra: Almedina, 1999, p. 89.

8 Sobre os modelos de processo isonômico e de processo assimétrico, utor>Daniel utor>Mitidiero,


Colaboração no Processo Civil - Pressupostos Sociais, Lógicos e Éticos, 2. ed. São Paulo: Ed. RT,
2011, p. 71-115, com ampla exposição bibliográfica, com destaque para as obras de utor>Nicola
Picardi e utor>Alessandro Giuliani (de ambos, La Responsabilità del Giudice. Milano: Giuffrè, 1995;
do primeiro, "Processo Civile: c) Diritto Moderno". In: Enciclopedia del Diritto. Milano: Giuffrè, 1987,
vol. XXXVI; "'Audiatur et Altera Pars' - Le Matrici Storico-Culturali del Contraddittorio", Rivista
Trimestrale di Diritto e Procedura Civile. Milano: Giuffrè, 2003; do segundo, Il Concetto di Prova -
Contributto alla Logica Giuridica. Milano: Giuffrè, 1971; "L´Ordo Judiciarius Medioevale - Riflessioni
su un Modello Puro di Ordine Isonomico", Rivista di Diritto Processuale. Padova: Cedam, 1988).
Adotando ainda expressamente a colaboração como modelo processual civil, utor>Fredie utor>Didier
Júnior, Fundamentos do Princípio da Cooperação no Direito Processual Civil Português. Coimbra:
Coimbra Editora, 2010, p. 46-49; utor>Artur Carpes, Ônus Dinâmico da Prova. Porto Alegre: Livraria
do Advogado, 2010, p. 61-65.

9 É o caminho trilhado por utor>Eduardo Grasso, "La Collaborazione nel Processo Civile", Rivista di
Diritto Processuale. Padova: Cedam, 1966, e utor>Rudolf Wassermann, Der Soziale Zivilprozess -
Zur Theorie und Praxis des Zivilprozesses im sozialen Rechtsstaat. Neuwied und Darmstadt:
Hermann Luchterhand, 1978, especialmente pp. 97/125, em que se tem como pano de fundo o
aspecto liberal e social das instituições processuais. No Brasil, pelo mesmo caminho, utor>Fredie
Didier Júnior, "Os Três Modelos de Direito Processual: Inquisitivo, Dispositivo e Cooperativo", Revista
de Processo. São Paulo: Ed. RT, 2011, p. 219, n. 198. Igualmente, utor>Dierle Nunes, Processo
Jurisdicional Democrático. Curitiba: Juruá, 2008, p. 39-140, nada obstante não fale expressamente
em colaboração. Embora a literatura sobre processo dispositivo e processo inquisitório seja imensa,
é possível buscar bom panorama em utor>Mauro Cappelletti, La Testimonianza della Parte nell
Sistema dell´Oralità. Milano: Giuffrè, 1962, p. 303-375, vol. I. No entanto, para uma acertada crítica
da contraposição processos dispositivos (adversariais) e processos inquisitórios, Michele Taruffo, "Il
Processo Civile di Civil Law e di Common Law: Aspetti Fondamentali", Sui Confini - Scritti sulla
Giustizia Civile. Bologna: Il Mulino, 2002, p. 67-97. Para uma acertada crítica da concepção da
cooperação como superação do princípio dispositivo ou como uma fusão do princípio dispositivo e do
princípio inquisitório, utor>Reinhard Greger, "Kooperation als Prozessmaxime". In: utor>Gottwald,
Peter; Greger, Reinhard; Prütting, Hans (coords.), Dogmatische Grundfragen das Zivilprozess im
geeinten Europa. Bielefeld: Gieseking, 2000, p. 79.

10 Com maior vagar, utor>Daniel Mitidiero, Colaboração no Processo Civil - Pressupostos Sociais,
Lógicos e Éticos, 2. ed. São Paulo: Ed. RT, 2011, p. 71-115.

11 utor>Marie-Emma Boursier, Le Principe de Loyauté en Droit Processuel. Paris: Dalloz, 2003, p.


297; Antônio do Passo Cabral, Coisa Julgada e Preclusões Dinâmicas - Entre Continuidade,
Mudança e Transição de Posições Processuais Estáveis. Salvador: Jus Podivm, 2013, pp. 285/286.

12 utor>Giovanni Tarello, L´Interpretazione della Legge. Milano: Giuffrè, 1980, p. 75-99;


utor>Riccardo Guastini, L´Interpretazione dei Documenti Normativi. Milano: Giuffrè, 2004, p. 123-136;
Interpretare ed Argomentare. Milano: Giuffrè, 2011, p. 236-238; utor>Pierluigi Chiassoni, Tecnica
dell´Interpretazione Giuridica. Bologna: Il Mulino, 2007, p. 11-12.

13 utor>Michele Taruffo, "Idee per una Teoria della Decisione Giusta", Sui Confini - Scritti sulla
Giustizia Civile. Bologna: Il Mulino, 2002, p. 224.. Para uma ampla discussão do problema da
verdade na perspectiva do processo, Michele Taruffo, La Semplice Verità - Il Giudice e la
Costruzione dei Fatti. Roma: Laterza, 2009, p. 74-134; La Prova dei Fatti Giuridici. Milano: Giuffrè,
1992, p. 1-66; Jordi Ferrer Beltrán, 2. ed. Madrid: utor>Marcial Pons, 2005, p. 55-78; utor>Daniel
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Mitidiero, Antecipação da Tutela - Da Tutela Cautelar à Técnica Antecipatória. São Paulo: Ed. RT,
2013, p. 92-111 (há versão em espanhol disponível, Anticipación de Tutela - De la Tutela Cautelar a
la Técnica Anticipatoria, tradução de utor>Renzo Cavani. Madrid: Marcial Pons, 2013). Para um
diálogo crítico, utor>Daisson Flach, A Verossimilhança no Processo Civil. São Paulo: Ed. RT, 2009.

14 O que implica reconhecer uma série de comportamentos como vedados aos seus participantes. A
boa-fé objetiva revela-se no comportamento merecedor de fé, que não frustre a confiança do outro.
Age com comportamento adequado aquele que não abusa de suas posições jurídicas. A doutrina
aponta que são manifestações da proteção à boa-fé no Direito a exceptio doli, o venire contra factum
proprium, a inalegabilidade de nulidades formais, a supressio e a surrectio, o tu quoque e o
desequilíbrio no exercício do direito (na doutrina em geral, utor>António Menezes Cordeiro, Da Boa
Fé no Direito Civil. Coimbra: Almedina, 2001; na doutrina brasileira, utor>Judith Martins-Costa, A
Boa-Fé no Direito Privado. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000). Em todos estes casos há abuso
do direito e frustração à confiança e, daí, à boa-fé como regra de conduta. A exceptio doli é a
exceção que tem a pessoa para paralisar o comportamento de quem age dolosamente contra si. O
venire contra factum proprium revela a proibição de comportamento contraditório. Traduz o exercício
de uma posição jurídica em contradição com o comportamento assumido anteriormente pelo
exercente. Age contraditoriamente quem, dentro do mesmo processo, frustra a confiança de um de
seus participantes. A inalegabilidade de vícios formais protege a boa-fé objetiva na medida em que
proíbe a alegação de vícios formais por quem a eles deu causa, intencionalmente ou não, desde que
por aí se possa surpreender aproveitamento indevido da situação criada com a desconstituição do
ato. A supressio constitui a supressão de determinada posição jurídica de alguém que, não tendo
sido exercida por certo espaço de tempo, crê-se firmemente por alguém que não mais passível de
exercício. A supressio leva a surrectio, isto é ao surgimento de um direito pela ocorrência da
supressio. O tu-quoque traduz a proibição de determinada pessoa exercer posição jurídica oriunda
de violação de norma jurídica por ela mesma patrocinada. O direito não pode surgir de uma violação
ao próprio Direito ou, como diz o velho adágio do Common Law, equity must come with clean hands.
A ideia de desequilíbrio no exercício do direito revela, em seu conjunto, o despropósito entre o
exercício do direito e os efeitos dele derivados. Três são as manifestações do exercício
desequilibrado do direito: o exercício inútil danoso, a idéia subjacente ao brocardo dolo agit qui petit
quod statim redditurus est e a desproporcionalidade entre a vantagem auferida pelo titular do direito
e o sacrifício imposto pelo exercício a outrem (utor>L utor>uiz Guilherme Marinoni e utor>Daniel
Mitidiero, Código de Processo Civil Comentado, 3. ed. São Paulo: Ed. RT, 2011; também,
utor>Fredie utor>Didier Júnior, op. Cit., p. 79-103).

15 utor>Daniel Mitidiero, Colaboração no Processo Civil - Pressupostos Sociais, Lógicos e Éticos, 2.


ed. São Paulo: Revista Ed. RT, 2011, p. 106.

16 Por essa razão, em sentido similar, utor>Klaus Kugler, Die Kooperationsmaxime - Richtermacht
und Parteienherrschaft im Zivilprozess - der gemeinsame Weg zum richtigen Prozessergebnis. Linz:
Johannes-Kepler-Universität, 2002, pp. 202/222, arrola como pontos-chaves da colaboração no
processo a confiança, a verdade e a justiça. Sobre as condições para viabilização de uma decisão
justa, utor>Michele Taruffo, "Idee per una Teoria della Decisione Giusta", Sui Confini - Scritti sulla
Giustizia Civile. Bologna: Il Mulino, 2002.

17 utor>Daniel Mitidiero, Colaboração no Processo Civil - Pressupostos Sociais, Lógicos e Éticos, 2.


ed. São Paulo: Ed. RT, 2011, p. 81. Com expressa adesão, utor>Fredie utor>Didier Júnior, op. cit., p.
48.

18 utor>Alvaro de Oliveira, "Poderes do Juiz e Visão Cooperativa do Processo", Revista da Ajuris.


vol. 90. p. 62. Porto Alegre, 2003.

19 O diálogo é o instrumento apontado pela doutrina como sendo aquele que torna possível a
cooperação no processo (utor>Eduardo Grasso, "La Collaborazione nel Processo Civile", Rivista di
Diritto Processuale. Padova: Cedam, 1966, p. 587).

20 utor>Alvaro de Oliveira, "A Garantia do Contraditório". Do Formalismo no Processo Civil, 2. ed.


São Paulo: Saraiva, 2003, p. 238; utor>Cândido Rangel Dinamarco, "O Princípio do Contraditório e
sua Dupla Destinação". Fundamentos do Processo Civil Moderno, 4. ed. São Paulo: Malheiros, 2001,
p. 124-135, t. I; utor>Luiz Guilherme Marinoni, Teoria Geral do Processo. São Paulo: Ed. RT, 2006,
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A COLABORAÇÃO COMO MODELO E COMO PRINCÍPIO
NO PROCESSO CIVIL

p. 457.

21 utor>Miguel Teixeira de Sousa, Estudos sobre o Novo Processo Civil, 2. ed.. Lisboa: Lex, 1997,
pp. 87/89. Sobre o sentido da palavra "iudicium" no âmbito do direito comum, consulte-se, por todos,
utor>Nicola Picardi, "Processo Civile: c) Diritto Moderno". In: Enciclopedia del Diritto. Milano: Giuffrè,
1987, pp. 101/106, vol. XXXVI. As Ordenações portuguesas, aliás, como típica coletânea de direito
comum (conforme utor>Enrico Tullio Liebman, "Istituti del Diritto Comune nel Processo Civile
Brasiliano". In: Problemi del Processo Civile. Napoli: Morano Editore, 1962, p. 498), não se furtaram
de recolher a célebre definição atribuída a Búlgaro ("iudicium est actus ad minus trium personarum:
actoris, rei, iudicis"), como se vê, por exemplo, nas Ordenações Afonsinas, Livro III, Título XX, § 1º;
Ordenações Manuelinas, Livro III, Título XV, proêmio; Ordenações Filipinas, Livro III, Título XX,
proêmio.

22 utor>Frédérique Ferrand, "Le Principe Contradictoire et l'Expertise en Droit Comparé Europeen",


Revue Internationale de Droit Comparé. Paris: Société de Législation Comparée, 2000, p. 348.

23 Reza o artigo 16 do Nouveau Code de Procédure Civile: "Le juge doit, en touts circonstances,
faire observer et observer lui-même le principe de la contradiction. Il ne peut retenir, dans sa
décision, les moyens, les explications et les documents invoqués ou produits par le parties que si
celles-ci ont été à même d'en débattre contradictoirement. Il ne peut fonder sa décision sur les
moyens de droit qu'il a releves d'office sans avoir au préalable invite les parties à presenter leurs
observations".

24 Partimos aqui da acatada concepção de princípio sustentada por Humberto Ávila (Teoria dos
Princípios, 8. ed. São Paulo: Malheiros, 2008), cuja seriedade e importância são atestadas não só
pelo debate que vem suscitando no Brasil, mas também pela sua circulação no cenário internacional
com a publicação de versões de seu trabalho sobre o assunto em alemão (Theorie der
Rechtsprinzipien), com prefácio de utor>Claus-Wilhelm Canaris, e em inglês (Theory of Legal
Principles), com prefácio de utor>Frederick Schauer. Para uma detalhada exposição da colaboração
como princípio jurídico, partindo igualmente da obra de utor>Humberto utor>Ávila, Fredie Didier
Júnior, Op. Cit., p. 50-56; também situando a colaboração como princípio, utor>Antônio do Passo
Cabral, Nulidades no Processo Moderno - Contraditório, Proteção da Confiança e Validade Prima
Facie dos Atos Processuais. Rio de Janeiro: Forense, 2009, pp. 215/236. Pela caracterização da
colaboração como um princípio jurídico na doutrina alemã, por todos, utor>Reinhard Greger,
"Kooperation als Prozessmaxime". In: Gottwald, Peter; Greger, Reinhard; Prütting, Hans (coords.),
Dogmatische Grundfragen das Zivilprozess im geeinten Europa. Bielefeld: Gieseking, 2000, p. 78.

25 utor>Humberto Ávila, op. cit., p. 78-79.

26 Fim indelével do processo civil, utor>Alvaro de Oliveira, Do Formalismo no Processo Civil, p. 99;
utor>Alvaro de Oliveira e utor>Daniel Mitidiero, Curso de Processo Civil. São Paulo: Atlas, 2010, p.
16, vol. I.

27 utor>Bernhard Hahn, Kooperationsmaxime im Zivilproze#?Grenzverschiebungen in der


Verantwortung von Partein und Gericht bei der Tatsachenbeschaffung und Sachverhaltseforschung
im neuen Zivilproze#recht. Berlin: Carl Heymanns, 1983, p. 297-302.

28 utor>Daniel Mitidiero, Colaboração no Processo Civil - Pressupostos Sociais, Lógicos e Éticos, 2.


ed. São Paulo: Ed. RT, 2011, p. 114; utor>Reinhard Greger, "Kooperation als Prozessmaxime". In:
utor>Gottwald, Peter; Greger, Reinhard; Prütting, Hans (coords.), Dogmatische Grundfragen das
Zivilprozess im geeinten Europa. Bielefeld: Gieseking, 2000, p. 79; contra, propondo a existência de
deveres de colaboração entre as partes, utor>Fredie Didier utor>Júnior, Curso de Direito Processual
Civil, 15. ed. Salvador: Jus Podivm, 2013, p. 95, vol. I.

29 Como propõe utor>Rolf Stürner, Die Aufklärungspflicht der Parteien des Zivilrpozesses. Tübingen:
J. C. B. Mohr, 1976.

30 utor>Clóvis do Couto utor>e utor>Silva , A Obrigação como Processo. São Paulo: José Bushatsky
Editor, 1976, p. 5.
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A COLABORAÇÃO COMO MODELO E COMO PRINCÍPIO
NO PROCESSO CIVIL

31 Assim, na doutrina brasileira, utor>Daniel Mitidiero, Colaboração no Processo Civil - Pressupostos


Sociais, Lógicos e Éticos, 2. ed. São Paulo: Ed. RT, 2011, p. 84-85; utor>Alvaro de Oliveira e
utor>Daniel Mitidiero, Op. Cit., p. 81; utor>Luiz Guilherme Marinoni e utor>Daniel utor>Mitidiero,
Código de Processo Civil Comentado, p. 174; utor>Fredie Didier Júnior, Curso de Direito Processual
Civil, 12. ed. Salvador: JusPodivm, 2010, p. 80-82, vol. I, que fala em deveres de esclarecimento, de
consulta e de prevenção; utor>Lúcio Grassi, "Cognição Processual Civil: Atividade Dialética e
Cooperação Intersubjetiva na Busca da Verdade Real", Revista Dialética de Direito Processual. São
Paulo: Dialética, 2003, n. 6; na doutrina portuguesa, Miguel Teixeira de Sousa, Estudos sobre o Novo
Processo Civil. Lisboa: Lex, 1997, pp. 65/67. No mais, para aplicação dos deveres de colaboração ao
longo de todo o arco do processo, utor>Daniel Mitidiero, Colaboração no Processo Civil -
Pressupostos Sociais, Lógicos e Éticos, 2. ed. São Paulo: Ed. RT, 2011, p. 119-173.

32 utor>Miguel Teixeira de Sousa, op. cit., p. 65.

33 utor>Miguel Teixeira de Sousa, op. cit., p. 66-67; Antonio do Passo Cabral, "Il Principio del
Contraddittorio come Diritto d'Influenza e Dovere di Dibattito", Rivista di Diritto Processuale. Padova:
Cedam, 2005, p. 449-464.

34 utor>Miguel Teixeira de Sousa, op. cit., p. 66.

35 utor>Miguel Teixeira de Sousa, op. cit., 1997, p. 67.

36 utor>Reinhard Greger, "Kooperation als Prozessmaxime". In: utor>Gottwald, Peter; Greger,


utor>Reinhard; utor>Prütting, Hans (coords.), Dogmatische Grundfragen das Zivilprozess im geeinten
Europa. Bielefeld: Gieseking, 2000, p. 79.

37 utor>Nicolò Trocker, Processo Civile e Costituzione - Problemi di Diritto Tedesco e Italiano.


Milano: Giuffrè, 1974, p. 657.

38 utor>Karl Heinz Schwabe utor>Peter Gottwald, Verfassung und Zivilprozess. utor>Bielefeld:


utor>Gieseking, 1984, p. 54/54; utor>Luigi Paolo Comoglio, La Garanzia Costituzionale dell'Azione ed
il Processo Civile. Padova: Cedam, 1970, p. 145-146; utor>Nicolò Trocker, Processo Civile e
Costituzione - Problemi di Diritto Tedesco e Italiano. Milano: Giuffrè, 1974, p. 659; utor>Frédérique
Ferrand, Droit Processuel - Droit Commum et Droit Comparé du Proces Équitable, 4. Ed. Paris:
Dalloz, 2007, p. 894-904.

39 utor>Luigi Paolo Comoglio, La Garanzia Costituzionale dell'Azione ed il Processo Civile. Padova:


Cedam, 1970, p. 145-146.

40 utor>Miguel Teixeira de Sousa, Estudos sobre o Novo Processo Civil, 2. ed. Lisboa: Lex, 1997, p.
66-67.

41 utor>Alvaro de Oliveira, "A Garantia do Contraditório". In: Do Formalismo no Processo Civil, 2.


ed.. São Paulo: Saraiva, 2003, p. 237.

42 utor>Nicolò Trocker, Processo Civile e Costituzione - Problemi di Diritto Tedesco e Italiano.


Milano: Giuffrè, 1974, p. 645.

43 utor>Alvaro de Oliveira, Do Formalismo no Processo Civil, 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2003, p.
168.

44 utor>Nicolò Trocker, Processo Civile e Costituzione - Problemi di Diritto Tedesco e Italiano.


Milano: Giuffrè, 1974, p. 669.

45 STF, MS 25.787/DF, rel. Min. Gilmar Ferreira Mendes, Informativo n. 449.

46 utor>Teresa Arruda Alvim Wambier, Omissão Judicial e Embargos de Declaração. São Paulo: Ed.
RT, 2005, p. 389.

47 utor>Idem, p. 335.
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A COLABORAÇÃO COMO MODELO E COMO PRINCÍPIO
NO PROCESSO CIVIL

48 utor>Jürgen Brüggemann, Die richterliche Begründungspflicht - Verfassungsrechtliche


Mindestanforderungen an die Begründung gerichtlicher Entscheidungen. Berlin: Duncker & Humblot,
1971, p. 152-161; utor>Michele Taruffo, La Motivazione della Sentenza Civile. Padova: Cedam, 1975,
p. 401-405; utor>Tomás-Javier Aliste Santos, La Motivación de las Resoluciones Judiciales. Madrid:
Marcial Pons, 2011, p. 145-148.

49 utor>Daniel Mitidiero, "Direito Fundamental ao Processo Justo", Revista Magister de Direito Civil e
Processual Civil. Porto Alegre, 2012, n. 45; Sérgio Mattos, Devido Processo Legal e Proteção de
Direitos. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2009.

50 utor>Michele Taruffo, La Motivazione della Sentenza Civile. Padova: Cedam, 1975, p. 417.

51 utor>Idem, ibidem.

52 utor>Alvaro de Oliveira, "Efetividade e Processo de Conhecimento". Do Formalismo no Processo


Civil, 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2003, p. 255; utor>Teresa Arruda Alvim Wambier, Omissão Judicial
e Embargos de Declaração. São Paulo: Ed. RT, 2005, p. 391.

53 utor>Jesús González Pérez, El Derecho a la Tutela Jurisdiccional, 2. ed. Madrid: Civitas, 1989, p.
65-66.

54 utor>Loïc Cadiet, "Avenir des Catégories, Catégories de l´Avenir: Perspectives", Common Law,
Civil Law and the Future of Categories. Markham: LexisNexis, 2010, p. 635-655.

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