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15/03/2018 Crime | Pesquisou “como matar alguém” na Internet.

E o namorado morreu mesmo | PÚBLICO

CRIME

Pesquisou “como matar


alguém” na Internet. E o
namorado morreu mesmo
Caso do gelo seco teve o seu primeiro desfecho esta
segunda-feira. Mas professora condenada por homicídio
vai recorrer da sentença.

ANA HENRIQUES • 14 de Março de 2018, 22:05

Uma professora foi condenada esta


segunda-feira a 17 anos de cadeia por ter
morto o namorado, num caso de
contornos misteriosos que ocorreu na
véspera do Natal de 2016.

O casal tinha-se conhecido cinco anos


antes no Porto, num mestrado de
realização para cinema e televisão. A
chegar aos 30 anos, a vítima, Hugo

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Oliveira, praticamente nunca tinha


trabalhado. Morava em Famalicão com
os pais, que o sustentavam.

Terá sido no mestrado que o casal ouviu


falar pela primeira vez da utilização de
gelo seco para criar efeitos especiais, um
produto à base de dióxido de carbono
solidificado que depois de molhado
liberta um fumo intoxicante, que pode
ser letal se for usado em grande
quantidade.

A residir em Vila Nova de Gaia, a


professora alugou uma casa no Parque
das Nações, em Lisboa, para passarem
os fins-de-semana. Dizia que era para
distrair o namorado das ideias suicidas
que tinha. Hugo Oliveira tornara-se
entretanto uma pessoa instável, de trato
difícil, e falava de forma recorrente num
pacto conjunto de suicídio. E nem as
viagens que fizeram a Madrid, Veneza,
Paris, Roma, Barcelona e outras cidades
europeias, sempre pagas pela
namorada, lhe terão tirado essa ideia da
cabeça.

A professora deixou a escola e passou a


dar explicações em casa. Depois, já nem
isso. Passaram a viver um para o outro,
como contou em tribunal aos juízes:
“Éramos siameses num casulo”. Não
tinha ocupações de tempos livres,

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porque ele era demasiado ciumento,


explicou. Pelo meio inventaram uma
gravidez e um casamento para agradar
aos pais de Hugo.

O que se passou naquela madrugada da


véspera de Natal, só ela o sabe ao certo.
Tinham rumado uma vez mais a Lisboa,
e encomendaram grande quantidade de
gelo seco a um fabricante. Como o
aquecimento do apartamento não
estava ligado, foram comprar uma
braseira. A professora diz que chegou a
alinhar no pacto de suicídio, mas que
depois desistiu. Que ele a convenceu
mesmo assim a ajudá-lo. Gastaram 200
euros numa última refeição no Hotel
Ritz – comeram veado – e rumaram a
casa.

Hugo apareceu morto na cama,


queimado, depois de ter tomado
comprimidos para dormir. Morreu
intoxicado, quando o quarto do casal
ardeu. Na divisão estavam também os
35 quilos de gelo seco, que a acusação
do Ministério Público assegura nada
mais terem sido do que uma manobra
de diversão da assassina para esconder o
seu crime. Motivo? Apercebendo-se de
que a encenação criada à volta do
casamento, da gravidez e de outras
mentiras não poderia manter-se muito
mais tempo, e começando a ficar

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desesperada nesta relação


claustrofóbica, decidiu acabar com o
problema de forma definitiva,
aproveitando o facto de o namorado se
querer suicidar, deduzem os juízes.

Na noite do incêndio, não pediu ajuda a


ninguém quando as chamas
deflagraram, já de madrugada. Com ar
desorientado, passou pelos vizinhos que
tinham saído de casa, assustados com o
fogo, e apanhou um táxi do Parque das
Nações até Vila Nova de Gaia. Quando a
Polícia Judiciária a chamou, dias depois,
apresentou-se às autoridades.
Assegurou que o seu único crime foi
ajudar o namorado a morrer, como ele
queria. Porém, os peritos da Judiciária
que estiveram no local dizem que
alguém pegou fogo ao colchão onde
Hugo dormia, e que as dimensões que o
fogo atingiu não eram compatíveis
apenas com a braseira que o casal
comprou.

Só muito mais tarde as perícias ao


computador da suspeita acabariam por
revelar pesquisas na Internet
comprometedoras: “Como matar
alguém com gelo seco”, “como matar
uma pessoa sem deixar pistas”, ”quanto
tempo é necessário estar alguém
exposto ao dióxido de carbono para
morrer”. Foi sobretudo nestas provas

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que se basearam os juízes para a


condenar a 16 anos de cadeia por
homicídio qualificado e mais um por
fogo posto.

Porém, a questão das buscas no Google


nunca foi levantada em tribunal – nem
pelo Ministério Público, nem pelos
juízes que a sentenciaram. Nem antes,
na fase de debate instrutório do
processo, uma espécie de pré-
julgamento facultativo. Razão pela qual
nunca teve oportunidade de se defender
nesta matéria. O seu advogado, Índias
Cordeiro, vai recorrer da sentença, que
obriga ainda a arguida a pagar perto de
59 mil euros aos pais da vítima.

Entretanto, a docente continua presa


preventivamente na cadeia de Tires.
Chorou durante breves segundos
quando ouviu a sentença. Depois
recompôs-se e saiu da sala de
audiências, escoltada pelos guardas
prisionais.

SOS Voz Amiga


Lisboa
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