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Sedimentologia e as

Evidências no
Quaternário
Universidade Federal de Pernambuco
Centro de Filosofia e Ciências Humanas
Departamento de Arqueologia
Geoarqueologia I
Prof. Bruno Tavares
Sedimentologia
• Estudos dos depósitos sedimentares e suas origens;
• Áreas fontes;
• Processos superficiais – intemperismo, erosão, transporte e
sedimentação;
• Estratigrafia e estratificação;
• Natureza dos depósitos;
• Sedimentos X Arqueologia: contexto primário e secundário.

Martin & Pessis, 2013 Fumdham.org.br


Sítio Kirikongo no Mali, África.
Contexto Primário ou Inicial

Depósito sedimentar ou rocha mãe


Composição original, configuração e
Padrões nas feições arqueológicas e dos artefatos

Intemperismo
Desintegração ou decomposição do material parental,
artefatos e feições
Transporte e deposição secundária
Movimento e seleção das partículas sedimentares,
incluindo os artefatos

Alteração

Mudanças pós-deposicionais
Continuação dos processos intempéricos
Pedogênese, mistura de processos
Adaptado de
Contexto Final: Condição no momento da descoberta e o estudo
Rapp & Hill, 2006.
Classificação dos sedimentos
• Os sedimentos podem ser classificados em três grupos básicos: clásticos, químicos
e orgânicos. Os sedimentos clásticos são os mais abundantes, são compostos por
fragmentos de rochas, outros sedimentos ou material derivado da erosão de solos,
esses sedimentos refletem os processos de erosão, transporte e deposição. A
maioria dos clastos são terrígenos e depositados por agentes como o vento (dunas
e loess), escoamento superficial (rios, canais e praias), e gravidade (deslizamentos,
queda de blocos e coluvionamento). Os tipos básicos de sedimentos clásticos são
areia, silte e argila.

• Arenitos, conglomerados, lamitos, folhelhos, argilitos;

• Artefatos são considerados partículas clásticas.


Clásticos
• Escala de Wentworth;

• argila (< 4 µm) -


• silte (> 4 µm < 64 µm) -
• areia (>64 µm <2mm) -
• grânulo (>2mm - <4mm) -
• seixo (>4mm - <64mm) -
• bloco ou calhau (>64mm - <256mm) -
• matacão (>256mm).
Sedimentos Químicos
• Os sedimentos químicos são aqueles produzidos a partir da solução e precipitação
direta. Lagos em regiões semiáridas com grande evaporação, vão exibir uma
grande quantidade de minerais precipitados, como a halita, gipsita (sulfato de
cálcio), calcita ou aragonita (forma de carbonato de cálcio). Em ambientes de
cavernas, sedimentos químicos são mito difundidos e tipicamente produz camadas
de carbonato de cálcio, ou ornamento como estalactites e estalagmites. Estas
feições são usualmente compostas de cálcio ou aragonita, mas outros minerais
peculiares podem ser compostos de fosfatos, nitratos ou sulfatos. (HILL & FORTI,
1997).
Sedimentos Orgânicos
• Composto principalmente por matéria orgânica, tipicamente matéria
derivada de plantas, turfas ou lama rica em matéria orgânica em áreas
pantanosas e depressões são exemplos comuns de áreas com ocorrência
desse grupo de sedimentos. O material orgânico inclui artefatos
decompostos usados por humanos, estes materiais formados por plantas
e animais;

• Turfa;
Intemperismo e Erosão
• Sedimentos Siliciclásticos - fragmentos de rochas clásticas que
foram desagregas pelo intemperismo químico e físico e
transportada através dos processos erosivos;

• As partículas variam de tamanho, desde um matacão, um seixo


até areia, silte e argila;

• Variam na forma, desde angulosas até arredondadas;


Transporte e deposição
• Depois do intemperismo as partículas sejam elas clásticas ou íons
dissolvidos começam uma viagem até a sua deposição;
• Bacias Sedimentares;
• A ‘’viagem’’ dos sedimentos podem ser longas ou de curta
distância;
• Agentes como a água, ar, gelo são responsáveis pelo transporte de
partículas;
• O modo de transporte resultará em depósitos distintos;
Transporte
• Seleção: uma medida da variação no conjunto de tamanhos de grão
na rocha ou sedimento;

• Sedimentos bem selecionados foram sujeitos à ação prolongada da


água ou do vento.

• Sedimentos mal selecionados são tanto aqueles que não foram


removidos à distância de sua áreas-fonte como aqueles depositados
por geleiras.
Transporte
• Os efeitos físicos do transporte também podem afetar os
sedimentos;

• Grau de arredondamento e esfericidade dos grãos;

• Arredondamento: medida da angulosidade das partículas;


diz-se que a menos angular possui maior arredondamento.

• Esfericidade: quão circular e redonda é uma partícula.


seleção, arredondamento e esfericidade, todos aumentam
com a quantidade de transporte.
Ambientes Sedimentares
• Ambiente de sedimentação é uma área de deposição
sedimentar caracterizada por uma combinação particular de
condições climáticas e processos físicos, químicos e biológicos;
• Tipo de quantidade de água  oceano, lago, rio e terra árida;
• Tipo e a força dos agentes de transporte  água, vento, gelo;
• O relevo  terras baixas, montanha, planície costeira, oceano
raso e oceano profundo;
• Posição de placas tectônicas;
• Clima  climas frios podem gerar geleiras, climas quentes
podem gerar desertos;
Ambientes Sedimentares

Christophersson, 2012.
Ciclos Sedimentares
• Camadas intercaladas horizontalmente e verticalmente
empilhadas de diferentes tipos de rochas sedimentares;

• Os ciclos sedimentares ajudam na reconstrução dos


diferentes tipos de ambiente nos quais os sedimentos foram
depositados;
Estruturas sedimentares
• Entre os fatores físicos mais importantes dos ambientes de sedimentação,
que condicionam a formação das estruturas sedimentares, estão: o meio de
deposição, a energia das correntes e ondas, a profundidade da água, etc.
• O estudo do ambiente físico significa primordialmente a determinação das
condições hidrodinâmicas sob as quais determinados sedimentos foram
depositados.
• As informações sobre as condições hidrodinâmicas podem ser obtidas do
estudo cuidadoso e detalhado das estruturas sedimentares primarias, tanto
orgânicas como inorgânicas.
• A maioria das estruturas secundárias resulta de processos químicos, tais
como os que levam à formação diagenética das concreções.
• As estruturas sedimentares podem ser estudadas em afloramentos:
escarpas, pedreiras, barrancos de rios, cortes de estradas e outros cortes
artificiais. Podem ser grandes estudados em afloramentos, pequenos e as
microestruturas, que são visíveis só com o auxílio de instrumentos ópticos
(lupas de bolso binocular).
Seleção
Fábrica, estratificação,
classificação

Goldberg & Macphail, 2007


Características do acamamento
sedimentar

Goldberg & Macphail, 2007


Acamamento Horizontal
• Camadas que são depositadas umas sobre as outras, camadas
podem variar de poucos milímetros até metros;
Estratificação Cruzada
• Conjunto de material estratificado, depositado pelo vento ou
pela água, nos quais as lâminas inclinam-se em relação à
horizontal segundo ângulos de até 35°;

• Os estratos tomam essa estrutura cruzada quando os grãos


são depositados sobre os planos mais inclinados, no sentido
da corrente, das dunas da areia sobre o solo, ou das barras
arenosas em rios e sob o mar;
Cross bed
Crossbed
Estratificação Paralela
• Apresenta atitude horizontal. Ocorrem em vários ambientes de
sedimentação, canais fluviais a praias e frentes deltáicas. Comumente
encontra-se em leitos arenosos.
Limite Pleistoceno/Plioceno,
Vrica, Calábria, Sul da Itália
Marcas Ondulares
• Ondulações de dunas de areia ou silte muito pequenas;
• Formam cristas;
• São estruturas comuns tanto em areias modernas como em
arenitos antigos
Estruturas de Bioturbação
• A estratificação em rochas pode se apresentar quebrada ou
rompida por tubos cilíndricos;
• Esses tubos são marcas criadas por vermes ou moluscos que
escavaram os sedimentos marinhos;
• Quando o organismo retrabalha um sedimento, esse processo
se chama bioturbação;
• Os organismos ingerem o sedimento em busca de matéria
orgânica e expele sedimentos retrabalhados que preenchem
os furos;
Pegadas
• Uma impressão deixada pelos pés de um animal sobre o
mesmo tipo de sedimento descrito acima. Também pode ser
utilizado para determinar o topo da camada.
Evidências Litológicas
• Na escala de tempo do Quaternário é possível obter
informações ambientais dos sedimentos inconsolidados;
• Estes sedimentos são deixados como evidências de vários
processos pretéritos de formação da PAISAGEM;
• Seqüências de eventos
• Sob condições favoráveis, os sedimentos se acumulam ao
longo do tempo;
• Esta situação fornece um registro sequencial dos processos
formadores.
• Morfologia vs. litologia (Morfoestratigrafia)
• É sempre essencial combinar as evidências de ambos os tipos
para a reconstrução ambiental;
• As evidências morfológicas são geralmente restritas à
superfície atual do terreno;
• As evidências litológicas também podem estar abaixo da
superfície das águas, nos lagos e oceanos;

Separação das
unidades
morfológicas pelas
rupturas de declive
e exposição de
materiais
+
Superfícies deposicionais e denudacionais (estruturais)
• Uma superfície deposicional é uma
forma de “construção” que deve sua
morfologia aos processos de acresção
de sedimento por deposição.
• A superfíces geomórficas continentais,
de construção, resultam da
acumulação continuada de alúvio e
colúvio. Pausas na sedimentação levam
ao desenvolvimento de formação de
solos.
• Uma superfície deposicional pode se
transformar em uma superficie de
denudação por rebaixamento do nivel
de base.
Facies planície aluvial

Facies leque aluvial


+ Leque aluvial e coluvial pleistocênicos dissecados por
rebaixamento do nível de base

Leque aluvial, North Canterbury, NZ

Leque coluvial, Araripe, CE


Queda de blocos
• Movimento encosta
abaixo de rocha e solo
pelo ar livre;
• Ocorre unicamente em
encostas íngremes, faces
livres rochosas, surplons
e penhascos.
• Comum em áreas áridas
e semiáridas, podendo
ser desencadeados por Colúvio entre quedas de blocos, Sítio do
tempestades, ou Meio, Serra da Capivara, PI

terremotos em qualquer
circustância climática.
Morfoestratigrafia – Processo
formativo
• FLUXO DE DETRITOS

• Incluem depósitos cascalhosos a areno-cascalhosos de


estrutura maciça, suportada por matriz argilosa a areno-
argilosa;
• Formam corpos de geometria tabular e espessura variando de
decímetros a dezenas de metros;
• Camadas mais espessas podem ser fruto da sobreposição de
camadas individuais, separadas por contatos abruptos ou por
níveis de concentração de seixos (ex: paleosuperfícies);
• FLUXO DE DETRITOS

• O caráter maciço e a distribuição aleatória dos clastos maiores


numa matriz mais fina indicam a deposição por fluxos de
detritos;
• Durante o transporte os clastos são mantidos em suspensão
pelo efeito de flutuação favorecido pela alta coesão da
mistura de água e sedimentos que compõem a matriz;
• A sedimentação ocorre quando há uma diminuição na
declividade do terreno e/ou diminuição do teor de água do
fluxo.
Fluxo de detritos
Fluxo de detritos: misturas lamosas
de solo, rocha e água, de alta
velocidade e atingindo grandes
distâncias;
Área Fonte: controlada pela umidade
do solo e declividade da encosta;
originam-se em geral entre 26° e
45°.
Zona de transporte: o material se
espalha por fundos de vale
íngremes, erodindo o solo
subjacente, seu volume final pode
aumentar entre 100 a 1000 vezes;
Zona de deposição: depositam-se no
sopé das encostas quando a tensão
de cisalhamento é muito baixa, em
ângulos entre 3° e 6°.
Fluxo de detritos

Área fonte: ocorrem sob solos


rasos, superficiais e saprolito em
encostas com >26o. A área fonte é
marcada por cicatrizes sub-
verticais

Zona de Transporte: os fluxos de


detrito podem crescer bastante
erodindo as laterais do seu
caminho, as vezes formam-se
diques ao longo da sua passagem

Zona de deposição: os
fluxos de detritos se
depositam quando atingem
ângulos baixos na encosta
de maneira que sua tensão
residual cessa. A frente do
depósito pode exibir um
lobo rudáceo com blocos e
calhaus.
Morfoestratigrafia – Processo
formativo
• CORRIDA DE LAMA;

• As corridas de lama ocorrem quando solo de textura fina e argila são


liquefeitos;
• As corridas de lama devem-se à presença de argila com níveis altos
de liquefação em áreas de chuvas abundantes, ou de solos com
baixos limites de liquefação em áreas de clima seco, onde
precipitações modestas fazem o solo se comportar como líquido;
• Apresentam estrutura maciça e disposição tabular de decímetros a
metros de espessura;
• Esses depósitos são compostos de matriz argilosa a areno-argilosa
com arcabouço arenoso e eventuais grânulos ou seixos dispersos na
matriz. Raramente algumas estruturas laminares podem ser
observadas.
Fluxo de lama
Se formam quando material arenoso
pouco compactado é colocado em
suspensão pelo próprio líquido que
ocupa sua porosidade;
A fricção interna é negligenciável, logo
o fluxo pode ocorre sobre encostas de
baixa declividade;
Os grãos rapidamente se acomodam a
medida que se chocam com seus
vizinhos;
Grãos e líquido se movem para cima
através do fluxo;

•Movimento ascendente porém não é


uniforme, podendo ser concentrado ao Fluxo de lama – movimento rápido
longo de tubos (pipes) encosta abaixo de solo saturado de
•Formam-se no fluxo estruturas em
água.
pilares ou discoidais, enquanto na
superfície emergem vulcões de areia.
Fluxo de lama

Fluxo de lama dissecado por voçoroca, Sta Cruz da Baixa Verde, PE

Um fluxo de lama é uma massa de água e clastos finos que flue encosta
abaixo, geralmente a grande velocidade. Para ser considerado um fluxo de 56
lama o material deve possuir mais de 50% dos clastos na fração areia ou
menor. Em geral os fluxos de lama são versões mais arenosas e aquosas dos
fluxos de detrito.
Fluxo de lama

Água
Água
Água

Solo liquefeito

Solo liquefeito
Ressedimentação
Ressedimentação

57

Tempo, diminuição do ângulo da encosta, diminuição da chuva


+ Terraços aluviais
Terraços simétricos

São formas de agradação, de


aspecto superficial plano, que
registram a história do
armazenamento de sedimento
e das mudanças climáticas, por
meio de sua influência sobre a
taxa de sedimentação e vazão
do canal.
Canal Retilíneo Linha de maior
profundidade

+ Padrões de Canais Depressão

Barra
submersa

Existem três tipos


básicos, com Canal Meandrante
Linha de maior
Depressão

profundidade

padrão peculiar de
sedimentação: Barra
Lateral

Barra
Lateral Terraço

• Retilíneo (raros) Aluvião

Canal Anastomosado Barra

• Meandrante
Longitudinal

Canal

• Anastomosado Abandonado

Barra
Longitudinal
Aluvião Barra
Submersa
Leques aluviais
• Corpo deposicional
fluvial e a superfície que
se desenvolve sobre um
“cone” que se projeta
a jusante de um ponto
no qual uma drenagem
emerge de uma área
mais elevada (Gutiérez,
2008)
Grandes sistemas aluviais distributários

• Diâmetros de dezenas de km2.


• Dominados por processos de
transporte e deposição
fluviais.
• Padrão distributário causado
por avulsão (migração lateral
dos canais)

Leque aluvial do Taquari, MS


Estilos de Leques Aluviais – NE do Brasil
Elementos controladores dos sistemas
deposicionas em leques aluviais de escarpas

• Freqüência de chuvas
• Disponibilidade de sedimentos
• Gradiente de relevo
• Sismicidade
• Tipo de área-fonte (sedimentar, cristalina, com ou sem
cobertura eluvial etc.)
+ Coluna Estratigráfica – Leques Aluviais

Depósitos compostos por duas


fácies: enchentes (areia e
cascalho) e fluxos de detritos
+ Estuários e Deltas

Estuário = ambiente
costeiro semi-fechado
onde ocorre o encontro
e mistura da água doce
dos rios com a água
salgada do oceano;

Delta = depósito
sedimentar na foz de
um rio que provoca a
progradação da linha
de costa sobre o
oceano.
+ Impacto da subida do nível do mar sobre os vales
fluviais e glaciais

• 20,000 a 7,000 a. AP
• inundação de vales, aprisionamento de sedimentos
• 7,000 a. AP até o presente
• Sob baixo aporte de sedimentos, estuários e fiordes ainda
em estágio de preenchimento;
• Sob aporte moderado de sedimentos, estuários quase
completamente colmatados, com sedimentação
extravazando para a plataforma continental;
• Sob sedimentação excessiva – estuários colmatados
passando para a fisionomia deltáica.
+
Variação do nível do mar desde o UMG

Variação do nível do mar


Pulso de derretimento
1A

em metros (m)
Último máximo
glacial

Milhares de Anos antes do presente


+ Variação do nível do mar durante o
Holoceno

Variação do nível do mar


em metros (m)
Milhares de Anos antes do presente
Mudanças em sistemas costeiros devido
às mudanças no nível do Mar
Variações glácio-eustáticas na costa
• Rebaixamento do nível do mar SE da Austrália
resulta em Incisão fluvial,
formando vales;
• Quando o nível do mar sobe
(devido a um aquecimento
climático - interglacial), os vales
são inundados, formando rias e
estuários;
• A subida do nível de base
resulta em uma maior
deposição (agradação) nos
canais fluviais e sistemas
estuarinos (formação de
planícies e terraços)

Ria em colmatação no Oregon, costa


oeste dos EUA
Os terraços se formam durante episódios de
estabilidade após a subida no nível do mar ao longo
da uma linha de costa, devido à elevação do nível de
base pela sedimentação fluvial e marinha.
+ A Fácies Eluvial

• A fácies eluvial engloba a cobertura residual de


regolito ainda in situ. Esta se forma pela decomposição
direta da rocha-mãe.
• Este ambiente é normalmente representado por uma
série de perfis, as vezes truncados, de espessura
variável, e ocorrência restrita na paisagem.
• Dependendo de sua situação topográfica e grau de
exposição eles podem ser prontamente atacados pela
erosão.
+
A Fácies Eluvial
• O tipo de energia envolvida no ambiente eluvial é
primordialmente química, como resultado da
degradação da rocha-mãe.
• O principal fator limitante para o seu desenvolvimento
é a ocorrência de transporte intermitente de material,
especialmente movimentos de massa. Esses
remobilizam a fácies eluvial e a transformam em
coluvial.
• No entanto, no NE semi-árido a destruição dos pacotes
eluviais dá-se mais pela ação da erosão laminar e
linear.
+ O controle pedológico sobre a
morfodinâmica funcional

• “No semi-árido nordestino a estrutura superficial da


paisagem comanda em muitos aspectos a sintonia fina
do processo erosivo, fato notável sobretudo quando há
uma diferença textural marcante entre os horizontes
superficiais e sub-superficiais dos solos.”
Formações Superficiais eluviais

• Neossolos Quartzarênicos –
solos jovens, dominados por
areias quartzosas,
suscetíveis a forte erosão
eólica e pluvial moderada
quando desprovido de
cobertura vegetal e com
pouca profundidade do
perfil.
Formações Superficiais eluviais
• Luvissolos crômicos e Argissolos Vermelhos eutróficos – situam-se nas
porções intermediárias do relevo. São pouco profundos, com 40 a 60
cm de profundidade, e pedregosidade superficial e horizonte B com
acúmulo de argilas de alta atividade (2:1). Horizonte A fraco. Muito
susceptíveis ao ataque da erosão linear.
Paleossolos
• Atua como marcador estratigráfico;
• Guias para a compreensão de climas pretéritos;
• Também podendo ser utilizado para quantificar a
concentração de dióxido de carbono e oxigênio em épocas
passadas;
• Podem ocorrer como solo soterrados ou superficiais com
condições climáticas oscilantes;
• São bem representativos em contextos arqueológicos;
• Em termos arqueológicos, o paleossolo é correlato a
estabilidade de paisagens e consequente ocupação humana.
Paleossolos
• Solos soterrados são importantes como marcadores do tempo
e de localização de paisagens estáveis onde forças ecológicas (
e algumas vezes humanas) dominam, em detrimento da
erosão ou redeposição;

• Soterramento rápido seja por um colúvio, bancos de areia em


planícies de inundação ou depósitos de loess podem criar
paleossolos.
Solos turfosos

Colúvio

Paleossolo

Colúvio

Alternância entre colúvios e solos turfosos - Campos do Jordão – SP.


Sequencias litoestratigráficas –
marcadores de descontinuidade
Paleossolos
• Podem ser reconhecidos pela ocorrência de raízes fossilizadas, acumulação
de fitólitos;
• Nódulos calcáreos;
• Camadas bioturbadas com contatos agradacionais (horizontes de solos
reliquiais), e um aumento no conteúdo orgânico em um fóssil horizonte A
escuro;
• Análise de elementos traço traz novas inferências sobre a identificação do
paleossolo.
• Intemperismo úmido prolongado pode produzir enriquecimento de TiO2 ,
Al2 O3 , Fe2 O3 seguido de perda de CaO e MgO;
• Em adição a essa situação, a cobertura vegetal pode absorver mais K2O e P2
O5.
• O fator mais importante na distribuição e redistribuição dos elementos
traço é quais elementos foram liberados pela rocha parental. A presença de
arsênio mostra um afinidade com material orgânico mas é empobrecido em
horizontes lixiviados.
Paleossolos
• Carbonato de cálcio pedogênico em paleossolos geralmente é
reduzido pela metade em solos soterrados, um decréscimo
que provavelmente está relacionando a umidade do solo;
• A maioria dos paleossolos são mais úmidos que os solos
superficicais;
• Água facilita a lixiviação dos carbonatos e sais do sistema;
• Aumento da umidade acarreta em expansão de solos
argilosos, como paleovertissolos;
• Paleossolos tendem a ter tons mais amarelados e cromas mais
baixos, cores mais claras que solos superficiais;
• A diferença de cor entre os solos é resultado de uma
diminuição do processo de oxidação, a gleização, e mudanças
na estrutura dos compostos orgânicos.
Paleovertissolo
Formação Pennington, Mississipiano
Caudill et al, 1996
Paleossolos
• Soterramento cria compactação, que acarreta um
endurecimento na estrutura do paleossolo;
• Esta compressão pode criar danos aos artefatos
arqueológicos;
• A razão principal para quebra de artefatos é a diferença de
tensão sobre os vestígios;
• Onde há compressões de tensão distinta a chance de danos
aos vestígios arqueológicos aumenta.
• Sedimentos depositados recentemente ou rocha fresca está
exposta para erosão  sucessão progressiva vegetacional;
• Atividade biótica e a hidrogeoquímica, cria um perfil de solo
pela incorporação de matéria orgânica no horizonte A e a
migração e redistribuição para os horizontes inferiores de
compostos solúveis e partículas finas.
Paleossolos
• Feições de solos reliquiais similares aos solos contemporâneos
incluem, raízes de plantas, horizontes pedogenéticos, e
estruturas pedogênicas;

• Fator tempo (importante)  certos atributos dos paleossolos


podem ter se perdido ou alterado;
• A vegetação e o clima do presente não significa que ocorreu
no passado;
• Contextos distintos no passado poderiam ter criado
paleossolos com características diferentes dos solos atuais;
• Sobreposição de paleossolos podem comprimir essas feições,
mudando a espessura original e acarretando quebras ou
outras deformações na estrutura.
Paleossolo
• Cimentação  Duripan;
• Ferricrete, calcrete;
• Recristalização dos componentes minerais  substituição por
mineralização autigênica;
• Presença de matéria orgânica  Paleossolo carbonáceo;
• Paleossolos com horizonação pobre  protossolo (solos
imaturos), vertissolos (falta de horizonação devido a turbação
do solo);
• Ambientes onde a horizonação é bem desenvolvida mas as
condições naturais são de redução ou oxidantes, os
paleossolos podem ser chamados de Gleyssolos;
• Molissolos  pradarias; Luvissolos  ambientes arbustivos;
Espodossolos  ambientes alpinos; Latossolos ou Argissolos
 ambientes úmidos com floresta tropical.
Ferricrete – endurecimento
Dos nódulos de hematita

Paleossolo apresentando veios


De calcrete nas quebras da estrutura.
Goldberg & MaCphail, 2007

Paleossolo cálcico, com presença de argila carbonácea, em setores


Elevados de Negev, Israel.
Depósito de Loess de Idade Holocênica (6ka) com presença de artefatos pré-históricos.
Estratigrafia
• Os princípios da estratigrafia são fundamentais para o estudo do tempo
nas geociências;
• Superposição;
• Horizontalidade;
• Continuidade original;
• Para a geologia a estratigrafia diz respeito às descontinuidades
encontradas em um determinado pacote sedimentar;
• Marcador de tempo;
• Cada descontinuidade marca um estrato em um perfil;
• Estratigrafia X Morfoestratigrafia;
• Estratigrafia X Arqueologia;
Estratigrafia
• Organização tri-dimensional no espaço e no tempo das
camadas geológicas (fácies), solos, feições arqueológicas e
artefatos (Goldberg & Macphail, 2007);

• Incorpora a fábrica interna dessas entidades, onde a


estratigrafia e o registro estratigráfico representa páginas
codificadas da história geoarqueológica, incluindo também os
‘’gaps’’, as chamadas ‘’páginas em branco’’, onde teoricamente
não haveria registros.
• Organizar essas páginas como estruturas (contexto
estratigráfico) permite ao pesquisador reconstruir a história
geológica, geomorfológica, pedológica e arqueológica desses
ambientes.
Estratigrafia
• A compreensão do registro em uma ou mais sessões
estratigráficas permite também a interpretação dos ambientes
do entorno e as atividades humanas que ocorriam em um
determinado sítio;

• Avaliar o tempo geológico e humano através dos eventos


identificados nas sessões estratigráficas e pode ser
correlacionado com outras áreas.
Goldberg & Macphail, 2007
Areia grossa

Areia média
2 metros

Cascalho

Rocha
metamórfica

~
~
~
Areia grossa

cascalho
2,5 metros

Areia grossa

Argila

~
~
~
Areia média
+
Problemas dos Estudos do Quaternário

• Devido ao intervalo de tempo existente entre a


erosão, transporte e deposição dos materiais
clásticos nas bacias oceânicas, e ao
armazenamento de sedimentos nos domínios
continentais - em função dos arranjos
morfoestruturais e hidrológicos dos continentes - os
sedimentos de origem marinha nem sempre
traduzem com exatidão os cenários paleoambientais
do Quaternário, e mesmo quando o fazem, sua
resolução espacial é baixa, servindo antes para
escalas continentais ou sub-continentais.

• Do exposto acima surge a necessidade de se estudar


os depósitos continentais recentes; espacialmente
isolados e temporalmente discontínuos.
Etapas dos estudos paleoambientais do Quaternário

Definição do Problema

Escolha da área da amostragem

Análise da amostra

Sedimentologia Composição Fóssil

Reconstrução de organismos

Reconstrução de populações
Ambiente físico e
químico Reconstrução de
comunidades
Reconstrução da paisagem e ecossistemas

Reconstrução paleoambiental
+
Como conduzir um estudo de geomorfologia do
quaternário em áreas continentais ?

1. Estabeleça uma pergunta – objetivo do trabalho

Qual a relação entre os processos de encosta


quaternários e os paleoclimas em uma área semiárida?

2. Escolha da área de trabalho

Encostas coluviais do Maciço da Serra da Baixa Verde,


Pernambuco
+ 3. Obtenção dos sedimentos

Ex: coleta de amostras


de sedimentos
lacustres, colúvios e
de marmitas de
dissolução
4. Descrição dos sedimentos
+ 5. Escolha dos ”proxies”(sedimentos, polen, fitólitos,
isótopos etc.)
6. Preparo das sub-amostras de sedimentos e
preparação para as análises
7. Análise granulométrica,
Amostra de sedimento
Morfoscópica, geoquímica… 2,3 Subamostragem

8. Análise dos dados proxies Preparação de amostras


(ex: micromorfologia de solos )
4,5 Granulometria,
9. Datação de sedimentos Coleta de 6 morfoscopia,
sedimentos etc.
(210Pb, 14C, LOE)

Agora temos os dados… 9 Datação 8


(LOE, C14, Pb210 etc)

Coluna
estratigráfica
Comparação Construção de
entre as modelos
ambientais a Identificação,
condições atuais contagem,
e pretéritas partir dos dados
procedimentos
8 analíticos
+
10. Síntese e interpretação dos resultados em relação às indagações da
pesquisa
11. Inferências e conclusões
12. Relação com outros Amostra de sedimento
2,3 Subamostragem
Estudos no contexto Preparação de amostras

regional 4,5 Granulometria,


Coleta de 6 morfoscopia,
13. Publicação sedimentos etc.

9 Datação 8
(LOE, C14, Pb210 etc)

Coluna
estratigráfica
Comparação Construção de
entre as modelos
ambientais a Identificação,
condições atuais contagem,
e pretéritas partir dos dados
procedimentos
8 analíticos
+
Relação entre os depósitos marinhos e
continentais do Quaternário
Depósitos Quaternários Marinhos Depósito Quaternários Continentais
Espacialmente contínuos Espacialmente isolados
Temporalmente contínuos Temporalmente descontínuos
+
Depósitos continentais – Serra da Baixa Verde,
PE
+ Depósitos em cabeceira de drenagem, Serra da
Baixa Verde, Pernambuco
+ Problemas com as Evidências
• Cobertura Temporal e Espacial
• Grandes hiatos nas evidências.
• Ausência de evidência ausência de evento ?
• Evidência climática é indireta
• Registros indiretos (proxies) e funções de
transferência
• Uniformitarismo
• ‘o presente é a chave para o passado’. Seria
esta uma premissa válida na escala do
Quaternário ?
• Atrasos nas respostas ambientais
• Ex. plantas vs. animais
plantas vs. relevo
+ O Que consideramos
rápido?
Janela de mudança Rápida em Ka
1
100 Encostas Pediplanos Sistemas
Aluviais
0,1
Idade da Forma Ka

10 Mudanças nas Encostas Mudanças nos canais

0,01
1

0,001
0,1 Evento Erosivo Evento Deposicional
+
Problemas com as Evidências
• Evidência Episódica
• Alguns eventos são episódicos (ex. Colúvios, morainas);
• Escalas das Mudanças
• Local, regional, hemisférica ou global
• Cronologia
• As vezes sabemos o que ocorreu mas será que sabemos QUANDO
?

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