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Prática de Ensino em

Educação Infantil
Material Teórico
Natureza e Sociedade, Iniciação à Alfabetização e Letramento,
Iniciação ao Numeramento e Pensamento Geométrico.

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Dra. Julia de Cassia Pereira do Nascimento

Revisão Textual:
Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin
Natureza e Sociedade, Iniciação à Alfabetização
e Letramento, Iniciação ao Numeramento e
Pensamento Geométrico.

• Introdução
• Natureza e Sociedade
• Iniciação à Alfabetização e Letramento
• Iniciação ao Numeramento e Pensamento Geométrico
• Considerações Finais

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Organizar informações e produzir saberes que possibilitem a crítica e
discussões na disciplina Prática de Ensino na Educação Infantil, com
propostas pedagógicas voltadas para os focos Natureza e Sociedade,
Iniciação à Alfabetização e Letramento, e ao Numeramento e Pensamento
Geométrico, a partir das observações em campo de estágio.

ORIENTAÇÕES
Olá, aluno (a)!

Nesta Unidade, vamos aprender um pouco mais sobre a Prática de Ensino


na Educação Infantil, ressaltando o trabalho neste nível de ensino a partir dos
focos previstos nos Referenciais Curriculares para a Educação Infantil: Natureza
e Sociedade, Iniciação à Alfabetização e Letramento, e ao Numeramento e
Pensamento Geométrico.

Então, procure ler, com atenção, o conteúdo disponibilizado e o material


complementar. Não esqueça! A leitura é um momento oportuno para registrar
suas dúvidas; por isso, não deixe de registrá-las e transmiti-las ao professor-tutor.

Além disso, para que a sua aprendizagem ocorra no ambiente mais interativo
possível, permitindo a reflexão e a discussão necessárias à sua formação, participe
do Fórum proposto nesta Unidade.

Cada material disponibilizado é mais um elemento para seu aprendizado.

Por favor, estude todos com atenção!

Lembre-se: você é responsável pelo seu processo de estudo. Por isso, aproveite
ao máximo esta vivência digital!
UNIDADE Natureza e Sociedade, Iniciação à Alfabetização e Letramento,
Iniciação ao Numeramento e Pensamento Geométrico.

Contextualização
Embora seja uma fase em que se privilegia o lúdico, não podemos esquecer
de que a Educação Infantil é o momento de preparação da criança para sua
aprendizagem futura.

Nesta fase, a criança começa a se situar no ambiente escolar, aprendendo a


conviver com outras crianças e com a professora.

Aprende, também, a dialogar, a defender suas opiniões e, especialmente, a de-


monstrar ou aprender conhecimentos sobre o mundo que a cerca, focando diferen-
tes áreas, como a natureza, a matemática e, especialmente, na leitura e na escrita.

Quando despertamos o conhecimento em uma criança, permitimos seu despertar


para inúmeras possibilidades.

Venha descobrir algumas destas possibilidades nas discussões desta Unidade sobre
o trabalho do professor nos eixos Natureza e Sociedade; Alfabetização e Letramento
e Matemática, com iniciação ao numeramento e ao pensamento geométrico.

Bons estudos!

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Introdução
Embora muitas pessoas tenham a visão de que na Educação Infantil deve-se
privilegiar as brincadeiras, sem necessidade de ensino por parte do professor ou
de aprendizagem pelas crianças, já vimos que isto não corresponde à realidade
educacional atual.

Mesmo que as crianças deste nível de ensino ainda não saibam ler ou escrever, o
trabalho com elas deve ser conduzido com ações que privilegiem o desenvolvimento
de diferentes noções relacionadas aos conteúdos que serão trabalhados nos anos
seguintes de escolarização.

Nesta Unidade, vamos discutir sobre três focos de trabalho com as crianças na
Educação Infantil: Natureza e Sociedade; a Alfabetização e Letramento e o ensino
de Matemática.

Natureza e Sociedade
Na Educação Infantil, a construção de conhecimentos ocorre de maneira
integrada e os conteúdos, segundo os Referenciais Curriculares Nacionais para a
Educação Infantil – RCNEI, não são divididos em disciplinas, mas sim em eixos.

No eixo Natureza e Sociedade, são apresentados à criança três importantes


conteúdos: História, Geografia e Ciências. O objetivo deste trabalho na Educação
Infantil é explorar diferentes aspectos da natureza e da cultura, e respeitar e valorizar
a diversidade étnica e cultural.

A História tem como foco a compreensão da ideia de passado e presente.


Os conceitos históricos são desenvolvidos e construídos pela aprendizagem da
ordenação do tempo, com diálogos e reflexões sobre suas vidas, com histórias
sobre a constituição da sociedade e do país.

Assim, também é importante que a criança aprenda a pesquisar sobre a história.


No contato com pessoas mais velhas, visitas a lugares históricos, museus, o bairro,
as crianças começam a constituir uma linha do tempo que permite conhecer e
entender a história de forma mais produtiva e real.

Na Educação Infantil, a Geografia relaciona-se ao desenvolvimento, pela criança,


das noções de representação e orientação de lugar, paisagem, lateralidade, espaço
e tempo. Não se trata de introduzir conteúdos ou conceitos científicos, o que seria
inadequado para esta faixa etária, mas pensar em como a Geografia está presente
na vivência da própria criança.

Se levarmos em conta que todas as pessoas vivem em um ambiente de constante


interação com diferentes elementos e ações da natureza e da sociedade, entende-se
a necessidade de levar as crianças ao conhecimento e compreensão de seu espaço
geográfico, já nos primeiros anos das suas vidas.

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UNIDADE Natureza e Sociedade, Iniciação à Alfabetização e Letramento,
Iniciação ao Numeramento e Pensamento Geométrico.

O ensino de Ciências na Educação Infantil está voltado para o desenvolvimento


intelectual, incentivando a curiosidade natural desta faixa etária, permitindo o
desenvolvimento de um interesse científico, da reflexão e do pensamento, requisitos
indispensáveis em uma sociedade tecnológica, que se volta para a descoberta e
respeito ao meio ambiente.

As orientações para o trabalho deste eixo na Educação Infantil encontram-se no


volume 3 do RCNEI – Conhecimento de Mundo.

Este documento destaca que:


O mundo onde as crianças vivem se constitui em um conjunto de
fenômenos naturais e sociais indissociáveis diante do qual elas se mostram
curiosas e investigativas. Desde muito pequenas, pela interação com
o meio natural e social no qual vivem, as crianças aprendem sobre o
mundo, fazendo perguntas e procurando respostas às suas indagações e
questões. Como integrantes de grupos socioculturais singulares, vivenciam
experiências e interagem num contexto de conceitos, valores, ideias,
objetos e representações sobre os mais diversos temas a que têm acesso
na vida cotidiana, construindo um conjunto de conhecimentos sobre o
mundo que as cerca (BRASIL, 1998, p. 163).

Destaca (p. 163), ainda, que para as crianças, todas as suas vivências sociais,
as histórias, os modos de vida, os lugares e o mundo natural fazem parte de um
todo integrado, com destaque para diferentes temas que são de especial interesse
delas, como pequenos animais, bichos de jardim, dinossauros, tempestades,
tubarões, castelos, herois, festas da cidade, programas de TV, notícias da
atualidade, histórias de outros tempos etc. Por este motivo, “o eixo de trabalho
denominado Natureza e Sociedade reúne temas pertinentes ao mundo social
e natural” (BRASIL, 1998, p. 163).

Assim sendo, o objetivo do trabalho neste eixo é que as discussões sobre História,
Geografia e Ciências ocorram de forma integrada, respeitando-se as necessidades
educacionais das crianças, sem esquecer também daquilo que trazem em sua
bagagem cultural.

As crianças tomam consciência do mundo que as cerca em diferentes momentos


de seu desenvolvimento, juntamente com o desenvolvimento da linguagem e de
suas capacidades de expressão.

O crescimento traz também a curiosidade sobre os fenômenos, fatos e objetos


do mundo, fazendo com que perguntem, busquem informações e arrisquem
explicações ou respostas. Isso faz com que mudem fundamentalmente sua forma
de ver e entender a natureza e a cultura.

O RCNEI destaca esta fase de curiosidade e interesse pelos fenômenos:


Movidas pelo interesse e pela curiosidade e confrontadas com as diversas
respostas oferecidas por adultos, outras crianças e/ou por fontes de
informação, como livros, notícias e reportagens de rádio e TV etc., as

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crianças podem conhecer o mundo por meio da atividade física, afetiva e
mental, construindo explicações subjetivas e individuais para os diferentes
fenômenos e acontecimentos. Quanto menores forem as crianças,
mais suas representações e noções sobre o mundo estão associadas
diretamente aos objetos concretos da realidade conhecida, observada,
sentida e vivenciada (BRASIL, 1998, p. 169).

Este eixo oferece muitos temas a serem trabalhados; por isso o professor deve
organizar seu trabalho escolhendo temas e assuntos que sejam relevantes para as
crianças e o seu grupo social.

Segundo o RCNEI:
As crianças devem, desde pequenas, ser instigadas a observar fenômenos,
relatar acontecimentos, formular hipóteses, prever resultados para
experimentos, conhecer diferentes contextos históricos e sociais, tentar
localizá-los no espaço e no tempo. Podem também trocar idéias e
informações, debatê-las, confrontá-las, distingui-las e representá- las,
aprendendo, aos poucos, como se produz um conhecimento novo ou por
que as idéias mudam ou permanecem (BRASIL, 1998, p. 172).

É importante que o professor compreenda, porém, que estes conhecimentos


são construídos aos poucos pelas crianças, na medida em que elas desenvolvem
atitudes de curiosidade, de crítica, de refutação e de reformulação de explicações
para a pluralidade e diversidade de fenômenos e acontecimentos do mundo social
e natural (BRASIL, 1998, p. 173).

Os objetivos propostos no RCNEI, a serem alcançados no trabalho com o eixo


Natureza e Sociedade, dividem-se por faixa etária, os quais destacamos a seguir:
Crianças de zero a três anos

A ação educativa deve se organizar para que as crianças, ao final dos três
anos, tenham desenvolvido as seguintes capacidades:

• explorar o ambiente, para que possa se relacionar com pessoas,


estabelecer contato com pequenos animais, com plantas e com objetos
diversos, manifestando curiosidade e interesse;

Crianças de quatro a seis anos

Para esta fase, os objetivos estabelecidos para a faixa etária de zero a


três anos deverão ser aprofundados e ampliados, garantindo-se, ainda,
oportunidades para que as crianças sejam capazes de:

• interessar-se e demonstrar curiosidade pelo mundo social e natural,


formulando perguntas, imaginando soluções para compreendê-lo,
manifestando opiniões próprias sobre os acontecimentos, buscando
informações e confrontando ideias;

• estabelecer algumas relações entre o modo de vida característico de seu


grupo social e de outros grupos;

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UNIDADE Natureza e Sociedade, Iniciação à Alfabetização e Letramento,
Iniciação ao Numeramento e Pensamento Geométrico.

• estabelecer algumas relações entre o meio ambiente e as formas de vida


que ali se estabelecem, valorizando sua importância para a preservação
das espécies e para a qualidade da vida humana (BRASIL, 1998, p. 175).

Leia sobre os conteúdos a serem trabalhados e as orientações didáticas do eixo Natureza e


Explor

Sociedade, da página 177 a 204 do RCNEI volume 3 – Conhecimento de Mundo.


Disponível em: http://goo.gl/Zr1eb.

Iniciação à Alfabetização e Letramento


Vamos iniciar nossas reflexões sobre a iniciação à Alfabetização e Letramento
na Educação Infantil, trazendo dois conceitos que são muitas vezes confundidos. O
que é Alfabetização? E o que é Letramento?

Primeiro é preciso que se entenda que a alfabetização é um processo, e seu


início se dá anteriormente à entrada da criança na Escola, local onde ela será
formalmente apresentada à aquisição e aprendizagem da leitura e da escrita.

Podemos dizer que alfabetização  é o processo de aquisição do domínio do


sistema linguístico, assim como o desenvolvimento das habilidades de usar este
sistema para ler e escrever.

Seria, portanto, o domínio das ferramentas e o conjunto de técnicas que são


necessárias ao exercício da escrita e da leitura.

Quanto ao letramento, caminha ao lado da alfabetização, permitindo que a criança


possa se engajar em práticas sociais letradas. Portanto, enquanto a alfabetização se
ocupa da aquisição da escrita, o letramento se preocupa com a função social do ler
e do escrever.

Embora tenham significados distintos, a expressão letramento surgiu juntamente


ao conceito de alfabetização, pois se entende que a Escola deve ensinar aos
alunos para que servem as letras, as palavras e os diversos gêneros textuais, mas
especialmente as finalidades desta aprendizagem, ou seja, para que ler e escrever?

Conforme já citamos, o desenvolvimento da leitura e escrita se inicia antes de a


criança entrar na Escola. A criança começa a se comunicar com o mundo por meio
da fala, para posteriormente utilizar a escrita como expressão da fala.

Por este motivo, trabalhar com a linguagem oral é fundamental para prepararmos
as crianças para a produção de textos, pois, mesmo no momento em que as
crianças não escrevem convencionalmente, elas podem produzir textos oralmente,
trabalhando a organização de ideias, a topicalização dos fatos, a coerência e a
organização discursiva dos textos.

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Segundo o RCNEI:
A Educação Infantil, ao promover experiências significativas de
aprendizagem da língua, por meio de um trabalho com a linguagem oral e
escrita, se constitui em um dos espaços de ampliação das capacidades de
comunicação e expressão e de acesso ao mundo letrado pelas crianças.
Essa ampliação está relacionada ao desenvolvimento gradativo das
capacidades associadas às quatro competências básicas: falar, escutar, ler
e escrever (BRASIL, 1998, p.117).

A criança vê números e letras na TV, nos livros, nas placas, na tela do


computador, no sapato, no controle remoto. Assim, no convívio diário, as crianças
têm oportunidade de formular ideias a respeito dessas informações. Por isso, cabe
ao professor da Educação Infantil explorar os conhecimentos já adquiridos e os
questionamentos trazidos pelas crianças, por meio de situações didáticas em que
esse saber possa ser aprofundado partindo daquilo que faz parte de sua rotina.

No caso da escrita, as atividades não devem ser somente de cópias mecânicas,


e sim o desenvolvimento de propostas pedagógicas que permitam escutar o que
as crianças pensam, inclusive estimulando-as a explicarem o que fizeram e como
fizeram. Por isso, é importante estimular a leitura na Educação Infantil, pois ela
contribui para a melhoria da escrita e do letramento.

Assim, destaca o RCNEI (BRASIL, 1998, p. 135, v. 3):


O ato da leitura é um ato cultural e social. Quando o professor faz uma
seleção prévia da história que irá contar para as crianças, independente da
idade delas, dando atenção para a inteligibilidade e riqueza do texto, para
a nitidez e beleza das ilustrações, ele permite às crianças construírem um
sentimento de curiosidade pelo livro (ou revista, gibi etc.) e pela escrita.
A importância dos livros e demais portadores de textos é incorporada
pelas crianças, também, quando o professor organiza o ambiente de tal
forma que haja um local especial para livros, gibis, revistas etc. que seja
aconchegante e no qual as crianças possam manipulá-los e “lê-los” seja
em momentos organizados ou espontaneamente.

Observamos, assim, que a leitura tem o poder de atingir todas as crianças em


todas as faixas etárias; portanto, estimulá-la, a nosso ver, é um dos caminhos para
alcançar o prazer de ler.

O professor é essencial neste primeiro contato da criança com o livro; é ele


quem vai deixar a leitura interessante, aguçando a imaginação do seu ouvinte. Isso
estimula a leitura, fazendo com que aumente o interesse da criança, ampliando
suas capacidades comunicativas.

O Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 141)


aponta que a criança que ainda não sabe ler convencionalmente pode fazê-lo por
meio da escuta da leitura do professor, ainda que não possa decifrar todas as
palavras. Ouvir um texto é uma forma de leitura e permite à criança se colocar no
papel de leitora, mediada pela professora.

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UNIDADE Natureza e Sociedade, Iniciação à Alfabetização e Letramento,
Iniciação ao Numeramento e Pensamento Geométrico.

Conforme o RCNEI (BRASIL, 1998, p.135):


A leitura pelo professor de textos escritos, em voz alta, em situações
que permitem a atenção e a escuta das crianças, seja na sala, no parque
debaixo de uma árvore, antes de dormir, numa atividade específica para
tal fim etc., fornece às crianças um repertório rico em oralidade e em sua
relação com a escrita.

Ao trabalhar dessa forma, o professor trará condições para que a criança inicie
sua leitura, percebendo que ela é um meio de comunicação. Além disso, estimular a
leitura favorece à criança a compreensão do processo da escrita como outra forma
de comunicação com o mundo.

De acordo com o RCNEI (BRASIL, 1998, p. 141):


É de grande importância o acesso, por meio da leitura pelo professor, a
diversos tipos de materiais escritos, uma vez que isso possibilita às crianças
o contato com práticas culturais mediadas pela escrita. Comunicar práticas
de leitura permite colocar as crianças no papel de “leitoras”, que podem
relacionar a linguagem com os textos, os gêneros e os portadores sobre
os quais eles se apresentam: livros, gibis, revistas, cartas, jornais etc.

Desse modo, a partir de leituras bem selecionadas e trabalhadas, o professor


estimula o interesse de seu aluno pela escrita e tem como pressuposto a escrita de
forma a compreender a sua aquisição, ou seja, o significado que a escrita tem em
sua vida cotidiana para ir além da simples decifração do código.

Segundo RCNEI (BRASIL, 1998, p. 145, v.3):


Na instituição de educação infantil, as crianças podem aprender a escrever
produzindo oralmente textos com destino escrito. Nessas situações
o professor é o escriba. A criança aprende a escrever, fazendo-o da
forma como sabe, escrevendo de próprio punho. Em ambos os casos,
é necessário ter acesso à diversidade de textos escritos, testemunhar a
utilização que se faz da escrita em diferentes circunstâncias, considerando
as condições nas quais é produzida: para que, para quem, onde e como.

Portanto, como pudemos ver, a alfabetização é processo pelo qual as crianças po-
dem compreender de que forma a linguagem escrita pode representar a linguagem oral.

Mas aprender a escrever exige que a criança trabalhe simultaneamente com dois
processos de aprendizagem, ou seja, o que a escrita representa e como é representada.

Para isso, o professor deve inserir em sua prática pedagógica diferentes textos,
preferencialmente ligados ao cotidiano das crianças, para que possam construir a
capacidade leitora e a escrita autônoma.

Quer saber mais sobre o assunto? Leia a reportagem de Regina Scarpa, coordenadora
Explor

pedagógica da Fundação Victor Civita.


Disponível em: http://goo.gl/mVvWVz.

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Iniciação ao Numeramento e Pensamento
Geométrico
A Educação Infantil é um período de construção de novos conhecimentos, tanto
sociais, quanto afetivos ou cognitivos.

Nessa faixa etária, a criança vive e convive com outras crianças, professores e
familiares, confrontando-se com muitas oportunidades de exercer ações sobre a
realidade que a cerca, na construção de novos conhecimentos.

Ainda que não percebam isso, as crianças elaboram conceitos matemáticos nas
brincadeiras, conversas e interações com os adultos ou com outras crianças.

Até mesmo a Matemática está presente na vida dos alunos, mas as ideias
matemáticas nem sempre surgem de forma espontânea. Na Educação Infantil,
a aprendizagem matemática se dá a partir da curiosidade e do entusiasmo das
crianças e cresce em função do tipo de experiências vivenciadas nas aulas. Daí a
importância do trabalho do professor neste ensino.

O ensino da Matemática na Educação Infantil deve iniciar pelo conhecimento,


por parte do professor, da epistemologia matemática. Você sabia?

Você Sabia? Importante!

A Epistemologia é também conhecida por Teoria do Conhecimento, que trata de


problemas como “O que é o conhecimento?”, “O que podemos conhecer?”, “Qual é a
origem do conhecimento?”, “Como justificamos as nossas crenças?”. Envolve um conjunto
de noções relacionadas entre si, como “conhecer”, “perceber”, “prova”, “crença”, “certeza”,
“justificação” e “confirmação”, entre outras. O nome deriva de epistêmê, termo do antigo
grego, que significa conhecimento (ROSA NETO, 1997).

Percebemos que o professor deve conhecer a epistemologia matemática e a


forma como as crianças aprendem.

Para Piaget (apud FERRARI, 2006), o trabalho com as crianças deve enfatizar
seu desenvolvimento na construção do próprio conhecimento, por meio de uma
maturidade biológica gradativa, partindo do individual e chegando ao social, sem
se esquecer do cognitivo.

Essa concepção construtivista pede que o professor de hoje perceba as circunstâncias


que ocorrem na sala de aula, criando situações desafiadoras, para que os alunos possam
ter sucesso na aprendizagem.

Para conhecer melhor a teoria do conhecimento de Piaget e as fases de desenvolvimento


Explor

com relação ao desenvolvimento lógico matemático da criança.


Disponível em: https://goo.gl/TzSHv7.

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UNIDADE Natureza e Sociedade, Iniciação à Alfabetização e Letramento,
Iniciação ao Numeramento e Pensamento Geométrico.

Conhecendo as crianças, como elas aprendem, e compreendendo que elas


fazem parte do mundo, o professor pode entender o esforço de cada uma por
compreender e interagir com este mundo.

Assim, o professor deve trazer situações e oportunidades para que as crianças


explorem e descubram esse mundo. Não se trata somente de ensinar conteúdos, no
caso, a Matemática, mas de organizar o ambiente de aprendizagem, disponibilizando
para as crianças materiais que lhes permitam desenvolver noções e conceitos
matemáticos, que vão muito além de ensinar a contar.

As orientações sobre a iniciação aos conceitos matemáticos, como numeramento


e pensamento geométrico, na Educação Infantil, estão contidas no volume 3 do
RCNEI – Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, intitulado
Conhecimento de mundo.

É importante que o professor utilize esse documento como orientação em


seu trabalho, destacando, a partir dos objetivos, os conteúdos e as orientações
didáticas para o desenvolvimento de cada um desses conteúdos.

Nesse documento, são destacados três blocos de conteúdos da Matemática:


1. Números e sistema de numeração

O RCN destaca que todo conhecimento numérico das crianças é oriundo de seu
contato, assim como da utilização na família, nas brincadeiras e demais informações
que fazem parte de seu cotidiano. “Os números estão presentes no cotidiano e
servem para memorizar quantidades, para identificar algo, antecipar resultados,
contar, numerar, medir e operar” (BRASIL, 1998, p. 220);
2. Grandezas e medidas

Trabalhar com grandezas e medidas leva as crianças ao estabelecimento de


relações e comparações entre diferentes objetos apresentados, vez que esse aspecto
da Matemática está presente em grande parte de suas ações cotidianas:
O fato de que as coisas têm tamanhos, pesos, volumes, temperaturas
diferentes e que tais diferenças frequentemente são assinaladas pelos outros
(está longe, está perto, é mais baixo, é mais alto, mais velho, mais novo,
pesa meio quilo, mede dois metros, a velocidade é de oitenta quilômetros
por hora etc.) permite que as crianças informalmente estabeleçam esse
contato, fazendo comparações de tamanhos, estabelecendo relações,
construindo algumas representações nesse campo, atribuindo significado e
fazendo uso das expressões que costumam ouvir (BRASIL, 1998, p. 226).

3. Espaço e forma

A criança utiliza seu corpo como parâmetro de construção dos espaços,


desenvolvendo, aos poucos, noções geométricas. Por isso é importante que o professor
proponha atividades que considerem o espaço, sob o ponto de vista corporal:

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As crianças exploram o espaço ao seu redor e, progressivamente, por
meio da percepção e da maior coordenação de movimentos, descobrem
profundidades, analisam objetos, formas, dimensões, organizam
mentalmente seus deslocamento (...) As relações espaciais contidas nos
objetos podem ser percebidas pelas crianças por meio do contato e da
manipulação deles. A observação de características e propriedades dos
objetos possibilita a identificação de atributos, como quantidade, tamanho
e forma (BRASIL, 1998, p. 230).

Com estas referências, o professor pode planejar o trabalho com as crianças,


desenvolvendo diferentes atividades que contemplem as orientações contidas
no RCNEI.

Vejamos alguns exemplos das orientações didáticas dadas aos professores neste
documento, para trabalhar a Matemática com as crianças de Educação Infantil.

As noções sobre números e sistema de numeração podem ser trabalhadas


por meio de contagem oral, noções de quantidade, tempo e espaço em jogos,
brincadeiras e músicas.

Atividades com ábaco, material dourado ou o cavalu também podem ser aplicadas.
Brincadeiras que fazem parte do cotidiano das crianças, como figurinhas, bolinhas
de gude ou amarelinha também auxiliam na compreensão da noção de número.

Nas noções sobre grandezas e medidas, é interessante notar que a criança aprende
sobre essas noções medindo. Objetos como balança, fita métrica, régua, balde,
entre outros artefatos, servem de intermediários para quantificar as grandezas.
Podem-se realizar atividades que envolvam as próprias crianças, estabelecendo
altura, peso, tamanho da mão, do pé etc.

Trabalhar o tempo, diferenciando dia e noite, semana e mês, além dos aniversários
da turma, também são interessantes maneiras de desenvolver os conceitos de
grandezas e medidas.

Por fim, ao trabalhar espaço e forma, o professor pode utilizar blocos de madeira,
maquetes ou painéis. As crianças podem construir objetos para o faz de conta, com
areia, massa de modelar, pedras, folhas, transformando-os em aviões, carrinhos,
casinhas ou castelos.

Os desenhos também são importante materiais de desenvolvimento das noções


de espaço e forma, utilizando figuras, itinerários, mapas etc.

Os passeios externos, percorrendo caminhos no entorno da escola, também


dão à criança a noção do espaço que a rodeia. A noção de espaço a partir do
próprio corpo pode ser trabalhada com jogos de “pega”, “perto-longe” etc.

O professor pode trabalhar diferentes atividades, com o auxílio das orientações


dos Referenciais Curriculares Nacionais, respeitando o ritmo e o conhecimento de
cada criança.

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UNIDADE Natureza e Sociedade, Iniciação à Alfabetização e Letramento,
Iniciação ao Numeramento e Pensamento Geométrico.

Este documento aponta ainda para a importância dos jogos e das brincadeiras,
nos quais as ideias matemáticas podem ser destacadas pelo professor com
perguntas, observações e formulação de propostas. Entre tantos, podem ser
citados os quebra-cabeças, labirintos, dominós, dados, jogos de encaixe, jogos de
cartas e dança das cadeiras.

Ressaltamos que o professor deve observar que ao elaborar qualquer atividade


para trabalhar a Matemática na Educação Infantil, deve estabelecer um registro dos
avanços e conquistas das crianças, o que propiciará uma avaliação formativa de
cada uma delas, acompanhando o pensamento elaborado pela criança sobre noções
matemáticas, o que sabem, pensam e o quanto avançaram em seus conhecimentos.

Por isso, é indispensável que o professor esteja preparado para esse trabalho,
entendendo a importância de sua formação, comprometimento e atualização
constantes para o bom desempenho de sua prática pedagógica e para a
aprendizagem de seus alunos.

Considerações Finais
Nesta Unidade, apresentamos importantes contribuições para o trabalho do
professor de Educação Infantil, trazendo três temas relevantes para o ensino.

O tema Natureza e Sociedade, que abrange o ensino de História, Geografia e


Ciências, apresentando-se como importante meio de formação para a vida em
sociedade, o conhecimento do meio ambiente, da cultura e da diversidade, além de
formar alunos reflexivos e pesquisadores.

O tema iniciação à Alfabetização e Letramento, que se apresenta como


importante caminho de fortalecimento da comunicação das crianças, preparando-
as para a alfabetização propriamente dita e especialmente, mostrando o valor
social da alfabetização.

E, por fim, a iniciação ao Numeramento e Pensamento Geométrico, focando o


ensino de Matemática, importante meio de desenvolvimento do raciocínio lógico e
de sua utilização em diferentes situações cotidianas.

Ressalta-se a importância do professor da Educação Infantil estar sempre


envolvido com sua própria aprendizagem, para que possa colaborar firmemente
com a aprendizagem de seus alunos e com o crescimento deles.

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
Ler por prazer é o X da questão
LINARDI, Fred. Disponível em: http://goo.gl/sZq0VY

Sistema de numeração na pré-escola


MOÇO, Anderson. Disponível em: http://goo.gl/MRj5T

É livro ou brinquedo?
SALLA, Fernanda. Disponível em: http://goo.gl/kpBT0r

Leitura
Revista Eletrônica de Educação
TANCREDI, Regina Maria Simões Puccinelli. Que matemática é preciso saber
para ensinar na educação infantil? São Carlos, SP: UFSCar, v. 6, n. 1, p. 284-
298, mai. 2012.
Disponível em: http://goo.gl/E1h0Xh

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UNIDADE Natureza e Sociedade, Iniciação à Alfabetização e Letramento,
Iniciação ao Numeramento e Pensamento Geométrico.

Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial
curricular nacional para educação infantil. v.3. Brasília, 1998.

ROSA NETO, E. Didática da Matemática. São Paulo: Ática, 1997.

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