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O Iraque Hoje

A data de 20 de Março de 2003 foi profundamente marcante para a


história do Iraque, foi nesse dia que as tropas da coalisão liderada pelos
Estados Unidos, mesmo sem a autorização da ONU, iniciaram a invasão militar
do território iraquiano, até então comandado pelo ditador Saddam Hussein, em
busca de supostas armas químicas fabricadas pelo país (o que depois foi
provado como falso).
Após a retirada das tropas americanas no início de 2012, em que
estado o Iraque atualmente se encontra?
O Iraque hoje vive as consequências não somente da invasão norte-
americana, mas também do bloqueio econômico imposto pela comunidade
internacional e pela ONU por conta da invasão ao Kuwait, em 1990, e pela
constante repressão que a ditadura sunita impunha aos xiitas (maioria da
população iraquiana) e aos curdos.
O governo atual, liderado pelo primeiro-ministro Nuri al-Maliki, é
formado pelas três grandes frentes que habitam o país: os sunitas, os xiitas e
os curdos, mas sua sustentação em uma única pátria dificilmente será mantida.
De um lado, os curdos – que formam a maior nação sem pátria – desejam a
criação do Curdistão e, de outro, os xiitas também desejam sua independência
para uma possível junção ao Irã.
O país atualmente ainda vive uma grande crise econômica e social,
bem como uma grande instabilidade política. A população é atingida pela
miséria que assola o país, bem como pelos altos índices de violência,
corrupção e ausência de infraestrutura.
Por conta da Guerra Civil, que se iniciou a partir de 2006 com a morte
de Saddam Hussein e durou até 2008, as três frentes que habitam o país
convivem com o medo e a desconfiança mútua.
Por conta do intenso colapso ao qual está mergulhado o país e da falta
de apoio da comunidade internacional – sobretudo após a retirada das tropas
americanas –, a situação do Iraque não poderia ser pior. No entanto, é preciso
aguardar um pouco mais para dizer as reais consequências da guerra contra
os EUA, uma vez que o país ainda tenta se reconstruir e assimilar os impactos
de uma tragédia recente.
História do Iraque

O Iraque é um país localizado no Oriente Médio que, atualmente, faz


fronteira com a Turquia, o Irã, o Kuwait, a Arábia Saudita, a Jordânia e a Síria.
Sua capital é Bagdá e sua organização política é o parlamentarismo
republicano. Com um território de mais de 400 mil Km² e uma população de
mais de 28 milhões de pessoas, o país tem como línguas oficiais o curdo e o
árabe, um Índice de Desenvolvimento Humano médio e sua moeda oficial é o
Dinar.

Origem
A região onde se encontra atualmente o país Iraque coincide em
grande parte com a antiga Mesopotâmia, localidade de onde vêm os primeiros
registros históricos da escrita e da primeira civilização do mundo, a Suméria.
Há cerca de cinco mil anos, a área entre os rios Tigre e Eufrates abrigou a
primeira civilização conhecida, a qual deixou um imenso legado histórico para a
humanidade. Os habitantes da região enfrentaram uma série de conflitos
naquela época ocasionados por intensas disputas territoriais. A região entre os
rios oferecia condições extremamente férteis para a vida, o que despertava o
interesse de muitos grupos pelo local. Assim, seus habitantes originários
tiveram que conviver com muitas invasões de diferentes povos, que dominaram
o território e submeteram os indivíduos.

Invasões
É enorme a quantidade de grupos étnicos que entraram em conflito na
Antiguidade em disputas pelas terras do Oriente Médio. A população da área
conviveu com ameaças de dominação dos elamitas, amoritas, mitanni,
egípcios, hititas, assírios e outros. Com tanta pressão por todos os lados, o que
era originalmente território da civilização Suméria foi aos poucos se
fragmentando entre vários grupos étnicos, que, muitas vezes, eram rivais
mortais. Ou seja, a instabilidade existente hoje no Oriente Médio possui raízes
muito antigas, que remetem à época da formação das primeiras civilizações.
Claro que é preciso considerar muitos outros fatores posteriores que ajudaram
a temperar os problemas de relacionamento com as populações vizinhas, mas
muitas culturas antigas tornaram a região um local de intensos conflitos. Não
tardou também para que os primeiros povos europeus começassem a invadir a
região e conquistar território para seus impérios, como fizeram os gregos e
romanos.

Otomanos
O território iraquiano fez parte de um dos maiores impérios do mundo
por quase quatro séculos, o Otomano. Entre 1638 e a Primeira Guerra Mundial,
o atual Iraque só pode ser compreendido dentro deste contexto. Da mesma
forma que o Iraque contemporâneo está profundamente ligado à fragmentação
do Império Otomano. Ao longo dos séculos XVII, XVIII e XIX, os otomanos
detiveram grande poder político e militar no mundo, com a capacidade de
enfrentar qualquer outro império ou país existente. Sua importância no cenário
político mundial era respeitada e fundamental para obter alguma paz nas
relações com o Oriente. No entanto, o interior do Império Otomano, como
qualquer outro, era pautado por intensas disputas pelo poder, as quais
acabavam prejudicando a estabilidade do próprio império. A intensificação
desses conflitos levou a várias tentativas de golpes e conflitos internos,
contribuindo para a gradativa ruína do Império Otomano. Externamente, os
países europeus estavam se fortalecendo e participando de uma fase do
desenvolvimento capitalismo que acirrava muito as disputas comerciais no
mundo. O Reino Unido e a Alemanha, especialmente, se tornaram grandes
rivais e passaram a se interessar especialmente pela região. Britânicos e
alemães fizeram vários negócios importantes com os otomanos. No início do
século XX, a situação internacional se tornou muito mais delicada, deixando os
países preparados para um possível conflito armado. O resultado das
animosidades da época foi a Primeira Guerra Mundial, um conflito sem
precedentes que envolveu muitos país em todo o planeta, mesmo que não
diretamente atuantes nos combates. No que se refere especificamente ao
Oriente, a Turquia participou da guerra ao lado da Alemanha, Itália e Áustria-
Hungria, o que refletiu no envio de tropas do Reino Unido para o país árabe em
defesa de seus interesses. O exército britânico marchou até Bagdá, dominando
não só o Iraque, mas territórios ao redor. Com o fim da Primeira Guerra
Mundial em 1918, o Império Otomano estava todo dividido em vários novos
países e sob domínio dos vencedores do conflito. O Reino Unido dominou a
área do atual Iraque.

Século XX
Anos mais tarde, a Segunda Guerra Mundial causou grande
instabilidade com mais um conflito de enormes proporções. Desta vez, muitos
outros países participaram diretamente dos combates, registrando o maior
conflito humano da história. O genocídio cometido contra o povo judeu pela
Alemanha nazista levou à criação de um estado judeu no Oriente Médio, Israel,
que tornaria a região muito mais complexa e instável. Desde então, houve
vários conflitos com Israel e o Iraque protagonizou alguns deles.
Após graves conflitos e crises na região, o Iraque conseguiu
estabelecer sua república em 1958. Com várias agitações internas e intensas
disputas políticas envolvendo grupos com origens culturais diferenciadas, a
república durou 21 anos e foi derrubada através de um golpe militar em 1979.
O general sunita Saddam Hussein assumiu o poder no Iraque no dia 15 de
julho daquele ano estabelecendo um poder autocrático, marcado pela
execução de centenas de oposicionistas. Em seu governo, o Iraque se
envolveu em duas guerras no Golfo. Na primeira contra o Irã, e na segunda
como tentativa de anexar o Kuwait ao seu país. A participação de exércitos
poderosos na guerra, como dos Estados Unidos e da Inglaterra, frustraram o
plano de Hussein. Como consequência, o Iraque reconheceu a independência
do Kuwait e passou a sofrer com várias sanções econômicas entre 1991 e
2003. Uma nova Guerra do Golfo emergiu em 2003, comandada pelos Estados
Unidos contra os crimes que supostamente eram cometidos pelo Iraque.
Tratava-se, na verdade, de uma estratégia estadunidense para se apoderar
das reservas de petróleo do país árabe. Assim, chegou ao fim o governo de
Saddam Hussein, que foi executado.
Desde então, o Iraque convive com instabilidade política e social e
ameaças de grupos terroristas. O confronto constante existente entre xiitas e
sunitas impossibilita o desenvolvimento de relações amistosas no país.
Iraque
Iraque, república do sudoeste da Ásia; limitada ao norte com a Turquia,
a leste com o Irã, ao sul com a Arábia Saudita, o Kuwait e o Golfo Pérsico, e a
oeste com a Jordânia e a Síria. Tem uma superfície de 434.924 km². Algumas
das maiores civilizações da antigüidade se desenvolveram no território do atual
Iraque (ver Assíria, Babilônia, Mesopotâmia e Suméria). Bagdá é a capital.

TERRITÓRIO
A parte norte do Iraque, conhecida como al-Jazirah ( palavra que
significa “a ilha”), é montanhosa. Na fronteira com a Turquia existem picos
como o Haji-Ibrahim, o mais alto do Iraque, com 3.600 metros. No sul, o terreno
vai perdendo altitude até formar uma grande planície de aluvião, ocupada pelos
vales dos rios Tigre e Eufrates. O extremo sudoeste é uma zona de terras
baixas e pantanosas, junto do Golfo Pérsico, onde o Iraque tem 40 km de
costa. A leste do Eufrates, o terreno se eleva gradualmente até o deserto Sírio.

CLIMA
A maior parte do Iraque tem clima continental muito acentuado. A área
montanhosa tem verões frescos e invernos frios, com freqüência
acompanhados de neve. No centro de Iraque, os verões são longos e quentes,
e os invernos curtos e frescos; em janeiro, a temperatura em Bagdá chega a
uma média de 9,4o, enquanto durante julho e agosto alcança os 33,3o e, em
algumas ocasiões, até 50,6º. O sul, perto do golfo Pérsico, tem as
temperaturas mais altas do mundo e a umidade é muito elevada. Nas terras
altas do noroeste, caem chuvas importantes entre outubro e maio, mas no sul,
na planície de aluvião, as chuvas são escassas, como no deserto Sírio.

Iraque

RECURSOS NATURAIS
No Iraque, são sobretudo importantes os recursos minerais. Além de
pequenos depósitos de carvão, gesso e enxofre, o país tem petróleo. Os solos,
férteis, são de dois tipos: os grandes depósitos de aluvião, ricos em húmus e
argila, adequados para a construção de edifícios; e os solos leves, cujos
componentes tem sido depositados pelo vento. O alto conteúdo em sal afeta a
fertilidade natural dos solos, mas são importantes as obras feitas para permitir
a irrigação e evitar possíveis crescidas do Tigre e do Eufrates.

POPULAÇÃO E GOVERNO
Cerca de 75% da população é árabe; os curdos do norte constituem
cerca de 20% dos efetivos. Outros grupos menos numerosos são os
turcomanos, os judeus e os yazidis. Nas áreas rurais do pais ainda moram
muitas pessoas em comunidades tribais, com uma existência nômade ou
seminômade, dedicados ao pastoreio de camelos, cavalos e ovelhas. Com uma
densidade de 44 hab/km², a população total, em 1993, era de 19.161.956
habitantes. Os centros mais povoados se encontram junto aos sistemas
fluviais. O 70% de população é urbana. As principais cidades são: Bagdá
(3.844.608 habitantes, em 1987); Basra (616.700 habitantes), o maior porto do
país; e Mossul (570.900 habitantes, em 1985), importante centro petroleiro.

RELIGIÃO
Aproximadamente 95% dos habitantes pratica a religião muçulmana e
65% destes são xiitas, que moram principalmente no centro e no sul do Iraque;
o resto, no norte, sunitas. Existem também grupos cristãos, como os
nestorianos (ver Nestorianismo) e os jacobitas ou coptos. Também há católicos
caldeus e sírios. Os yazidis vivem nas colinas ao norte de Mossul; os batistas
mandeus, em Bagdá e Amara. Existe em Bagdá uma pequena comunidade
judaica.

LÍNGUA, EDUCAÇÃO E CULTURA


O árabe é o idioma oficial e o curdo, a língua do maior dos grupos
minoritários. A educação no Iraque é gratuita. O ensino primário é obrigatório
durante seis anos, embora muitas crianças das áreas rurais, na prática, não
vão à escola por falta de instalações. As aulas são dadas em árabe; no norte,
na escola primária também se utiliza o curdo. O Iraque tem sete universidades:
três em Bagdá, uma em Basra, uma em Arbil, uma em Mossul e outra em Tikrit.
O país também tem 20 institutos técnicos. A tradição cultural do Iraque é
principalmente árabe, apesar de ter sido o centro das civilizações babilônica e
assíria, na Mesopotâmia, antes da chegada dos árabes. Monumentos
importantes são a mesquita de Kadhmain, o palácio dos abássidas e o
santuário de Samarra. O artesanato iraquiano é sobretudo famoso pelos
tapetes. As principais bibliotecas do Iraque são a Central da Universidade de
Basra, a Central da Universidade de Mossul e, em Bagdá, a Biblioteca do
Museu Iraquiano, a Biblioteca Nacional e a Central da Universidade de Bagdá.
Entre os museus, destacam-se o Iraquiano, que conserva objetos das primeiras
culturas mesopotâmicas, o Iraquiano de História Natural e o Militar de Iraque,
todos em Bagdá. O Museu de Babilônia expõe maquetes, pinturas e quadros
da antiga Babilônia, enquanto no Museu de Mossul se encontram peças
assírias.

ECONOMIA E RECURSOS NATURAIS


A economia se baseia na exportação de petróleo e a maioria de sua
escassa indústria pesada está relacionada com ele. A agricultura proporciona
sustento a sua população e a tâmara é a principal cultura de exportação.
Praticamente todos os setores da economia sofreram as conseqüências da
guerra com o Irã, que deixou o país com uma dívida externa superior a 75
bilhões de dólares. O embargo imposto pelas Nações Unidas (ONU), após a
Guerra do Golfo Pérsico, afundou ainda mais sua economia. A unidade
monetária é o dinar iraquiano. Economia fundamentalmente agrícola, as
culturas mais difundidas são a do trigo, a cevada, o arroz e a tamareira.
Também produz outras frutas como maçãs, figos, uva. azeitonas, laranjas,
pêras e romãs. A pecuária é importante, sobretudo entre as tribos nômades e
seminômades. Além da criação do gado bovino, ovino e caprino, destaca-se a
de aves de corte e a criação do famoso cavalo árabe. A indústria pesqueira é
menos significativa. O petróleo é o recurso natural relevante no Iraque. Há
sobretudo três regiões fundamentais: os arredores de Basra, junto ao golfo
Pérsico: a parte norte do país, perto de Mossul e Kirkuk; e o centro-leste de
Irak, junto à cidade de Janaquim. Outras jazidas importantes são as de minério
de ferro, ouro, chumbo, cobre, prata, platino e zinco. Os fosfatos, o enxofre, o
sal e o gesso são abundantes, o mesmo que o linhito. A indústria não está
muito desenvolvida. Além dos derivados do petróleo e do gás natural, são
produzidos têxteis, sapatos, cigarros e materiais de construção. O principal
centro industrial é Bagdá. No final da década de 1980, a produção anual de
eletricidade era de 22,9 bilhões de quilowatts-horas. Mais do 95% da
eletricidade era produzida em centrais térmicas. Existem algumas centrais
hidrelétricas no rio Tigre e afluentes.

TRANSPORTE E COMUNICAÇÕES
O Iraque está conectado por trem com a Turquia e a Europa através da
Síria. A rede ferroviária do país abrange 2.440 quilômetros. A rede rodoviária
tem 33.240 km, estando o 72% do total asfaltada. Existem aeroportos
internacionais em Bagdá e Basra, cidade esta que é o principal porto para
navios transoceânicos. O Tigre é navegável entre Basra e Bagdá para
embarcações de menor calado.

GOVERNO E PARTIDOS POLÍTICOS


O Iraque se rege pela constituição de 1968, reformada posteriormente.
A principal instituição do poder executivo é o Comando do Conselho da
Revolução. Na prática, o poder se concentra em um dirigente que o exerce
como presidente da república, primeiro-ministro e secretário do Comando do
Conselho da Revolução. O Conselho de Ministros é o principal corpo
administrativo do país. As 18 governações iraquianas são administradas por
governadores designados pelo governo nacional. A organização dirigente no
Iraque é o Partido Socialista Árabe Baaz, que baseia sua política nos princípios
socialistas e pan-árabes. Outros grupos políticos são o Partido Comunista
Iraquiano, o Partido Democrático do Curdistão e o Partido Revolucionário do
Curdistão.

HISTÓRIA
O território do Iraque moderno coincide aproximadamente com o da
antiga Mesopotâmia, na qual se sucederam várias civilizações. A Suméria
surgiu no IV milênio a.C. e alcançou seu apogeu sob a III dinastia de Ur ao final
do III milênio a.C. Depois seguiram períodos de hegemonia da Babilônia e
Assíria. Em 539 a.C. Ciro II, o Grande, conseguiu o controle da região, que
permaneceu sob o comando persa até ser conquistada no ano de 331 a.C. por
Alexandre Magno. Com sua morte, a dinastia selêucida, de origem grega,
reinou na Mesopotâmia durante 200 anos. Seguiu-se um longo período sob as
novas dinastias persas — arsácidas e sassânidas —, até que os árabes
muçulmanos invadiram a região no ano 700. Entre 750 e 1258, Bagdá foi a
capital dos califas abássidas.

Depois do saque de Bagdá pelos mongóis em 1258 e a posterior


pilhagem do restaurador do império mongol, Tamerlão, no século XIV, turcos e
iranianos disputaram entre si a supremacia da região, até que o império
otomano assegurou seu controle no século XVII, que durou até o século XIX. A
finais do século XIX, a Alemanha e a Grã-Bretanha rivalizaram-se na luta pelo
controle comercial da área mesopotâmica. O governo britânico pretendeu
consolidar sua posição na área do Golfo Pérsico fazendo tratados com os
xeques árabes locais, o que lhe permitiu obter em 1901 uma concessão para
explorar os campos petrolíferos do Irã. Depois da entrada da Turquia na I
Guerra Mundial (1914-1918) como aliada dos Impérios Centrais, as forças
britânicas invadiram a Mesopotâmia, controlando-a totalmente em 1918.

Em 1920 começou uma revolta armada contra o exército britânico que


ocupava o Iraque. A Grã-Bretanha traçou um plano para instalar um governo
provisório no novo estado do Iraque: um reino com um governo dirigido por um
conselho de ministros árabes, sob a supervisão do Alto Comissionado
Britânico. Convidou-se Faiçal para ser o dirigente do novo estado, o qual reinou
como Faiçal I. Em 1936, sob o reinado de Ghazi I, começou a se desenvolver
no Iraque um movimento em busca da união de todos os árabes, conhecido
como pan-arabismo. Em 1939, subiu ao trono Faiçal II, com três anos, pelo que
se estabeleceu uma regência. Ante a política de não cooperação com a Grã-
Bretanha na II Guerra Mundial, as tropas britânicas invadiram o país. Pouco
depois do armistício se formou um governo pró-britânico que deu lugar a um
gabinete dirigido por Said.

Ao declarar-se a independência de Israel em 1948, os exércitos do


Iraque e Transjordânia (atual Jordânia) invadiram o novo estado,
argumentando que o estabelecimento de um governo judeu em território
palestino equivaleria a reconhecer a divisão da Palestina, ao que o Iraque se
opunha há muito tempo. Após a derrota das forças árabes e sem confronto
com Israel, se firmou um cessar fogo entre Israel e a Transjordânia, mas
algumas unidades iraquianas continuaram combatendo os israelitas na zona
ocupada pelos árabes ao norte da Palestina central. Em 1953 fizeram-se as
primeiras eleições parlamentaristas por sufrágio direto.

Restabeleceu-se o governo constitucional e Faiçal II cedeu o trono


formalmente. A tendência pró-ocidental da União Árabe (federação da Jordânia
e Iraque), a repressão que sofriam os grupos opositores e o entusiasmo que a
criação da República Árabe Unida (RAU), federação do Egito e Síria levantou
entre os dirigentes nacionalistas do Iraque, que viam a possibilidade de levar a
cabo seus ideais de pan-arabismo, acabaram com a monarquia. Em 1958 o
general iraquiano Karim Kassem deu um golpe de estado e proclamou-se a
república. O novo governo anunciou uma aproximação com a RAU e a
dissolução da União Árabe. Em 1963, Kassem foi derrotado por um grupo de
oficiais e Abdul Salam Arif se tornou presidente, o qual foi sucedido, no ano de
1968, por seu irmão o general Abdul Rahman Arif.

Na Guerra dos Seis Dias (1967) o Iraque enviou tropas e aviões para a
fronteira entre a Jordânia e Israel. Mais adiante declarou guerra a Israel e
cortou a provisão de petróleo aos países ocidentais, enquanto rompia relações
diplomáticas com os Estados Unidos. Em 1968 o governo do general Arif foi
deposto e o general Ahmed Hassan al-Bakr se colocou a frente do Comando
Supremo da Revolução. Durante os anos que se seguiram o Iraque manteve
como regra uma atitude hostil contra o Ocidente e de amizade com a URSS. As
posições de cada um dos países árabes, com relação a Israel, causaram atritos
entre o Iraque e seus vizinhos. Em 1974 aconteceram fortes combates entre as
forças governamentais e os nacionalistas curdos, que rejeitavam a lei de
autonomia. O general Saddam Takriti Hussein sucedeu o presidente Bakr em
1979, cercando-se imediatamente de uma dezena de oficiais leais, os quais
colocou em cargos de responsabilidade. A tensão entre Iraque e o regime
revolucionário iraniano aumentou ao longo do ano de 1979, quando o
descontentamento dos curdos do Irã se estendeu ao Iraque.
O sectarismo religioso exacerbou a diferenças e a disputa desaguou na
Guerra Irã-Iraque. Em 1990 o Iraque reavivou uma velha disputa territorial com
o Kuwait e denunciou que a excessiva produção de petróleo daquele país
estava prejudicando sua economia. Em 2 de agosto tropas iraquianas
invadiram o Kuwait e provocaram a Guerra do Golfo Pérsico. Após o cessar
fogo e o acordo de paz, o governo iraquiano utilizou os restos de seu exército
para acabar com a rebelião dos xiitas no sul e dos curdos no norte. Centenas
de milhares de curdos se refugiaram na Turquia e no Irã, e tropas dos Estados
Unidos, França e Grã-Bretanha se instalaram no norte do Iraque para
estabelecer campos de refugiados. O Iraque continuou seus esforços para
acabar com a resistência interna ao longo de 1994. Na primavera de 1996, a
ONU levantou o embargo que pesava sobre o petróleo iraquiano. Em outubro
de 1997, Grã-Bretanha ameaçou usar a força quando Iraque não permitiu a
entrada de uma equipe da ONU no país.

Houve um período de delicado equilíbrio nas relações, mas em


setembro de 1998, o Conselho de Segurança da Organização das Nações
Unidas (ONU) votou por unanimidade uma resolução mantendo as sanções
contra o Iraque até que Bagdá voltasse a cooperar com os inspetores do
desarmamento. Atendendo ao apelo da China, da França e da Rússia, o
Conselho acenou com a possibilidade de retomar a cooperação, o que prevê
um exame conjunto das relações do Iraque com a ONU. Após a carta entregue
in extremis ao secretário geral da ONU, Kofi Annan, pelo vice-primeiro-ministro
do Iraque, Tarif Aziz, foi suspensa pelo presidente norte-americano Bill Clinton
a intervenção militar no Iraque. Na carta, o presidente iraquiano Saddam
Hussein decidia finalmente voltar a cooperar com o desarmamento do país,
permitindo a volta dos inspetores da Comissão Especial da ONU. Em
dezembro de 1998, ao final de uma série de inspeções fundamentais para
testar a cooperação do Iraque, duas equipes de inspetores integrantes da
comissão encarregada do desarmamento iraquiano deixaram Bagdá. O chefe
dos inspetores, Richard Butler, declarou ter sido impedido de entrar em alguns
prédios em Bagdá, o que considerou, em seu relatório, “um fato grave”. Poucos
dias depois, começou a operação militar de represália contra o Iraque, levada a
cabo durante quatro dias pelas forças dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha,
motivada pela negativa do presidente iraquiano, Saddam Hussein, de colaborar
com os inspetores do desarmamento da ONU.

História (outra visão)


A antiga Mesopotâmia abriga várias civilizações a partir de 3000 a.C.:
os sumérios, os acádios, os babilônios e os assírios. Conquistada por persas,
gregos e romanos, torna-se o centro do Império Árabe nos séculos VIII e IX. Os
árabes fundam Bagdá em 762 e introduzem a religião islâmica. Seguem-se as
invasões dos mongóis e dos turcos e um longo período de decadência.

O Iraque moderno nasce em 1920, após a I Guerra Mundial, quando o


Império Turco-Otomano é desmembrado. Uma decisão da Liga das Nações
põe o novo país sob a tutela do Reino Unido, que instala no trono, em 1921,
um monarca árabe da dinastia hachemita, Faisal Hussein. Um irmão de Faisal,
Abdullah, torna-se na mesma época o emir da Transjordânia (atual Jordânia),
também sob controle britânico. Em 1932, o Iraque é admitido na Liga das
Nações como Estado independente, mas os britânicos controlam seu governo
e obtêm, com isso, direitos exclusivos de exploração do petróleo.

Nacionalismo – Tropas britânicas intervêm em 1941, durante a II


Guerra Mundial, para reprimir uma tentativa de golpe pró-nazista. Em 1948, o
país participa da primeira guerra árabe-israelense. Dez anos depois, a
monarquia iraquiana é derrubada por um golpe militar liderado pelo general
‘Abd al-Karim Qasim, que instala um regime nacionalista.

O novo governo é instável e enfrenta várias tentativas de golpe,


lideradas principalmente pelo Partido Socialista Árabe Baath (“renascimento”,
em árabe), que defende a união de todos os árabes numa única nação. Em
1961 é aprovada uma lei que limita os direitos das empresas petrolíferas
estrangeiras. Qasim é derrubado e fuzilado em 1963, num golpe militar com
participação do Baath, que se torna partido único em 1968. Em 1972, o
petróleo é nacionalizado. Uma rebelião da minoria curda no norte do país é
reprimida, deixando milhares de mortos entre 1974 e 1975.
Guerra Irã-Iraque – O vice-presidente, Saddam Hussein, amplia sua
influência nos anos 70, até assumir a Presidência, em 1979, por meio de um
golpe. Em 1980, o Iraque invade o Irã, iniciando uma guerra que dura até 1988.
O país recebe o apoio de potências ocidentais, como Estados Unidos (EUA),
Israel, União Soviética (URSS) e de regimes árabes conservadores, entre eles
Arábia Saudita e Egito, temerosos de que a Revolução Islâmica iraniana se
expandisse a outras nações do Oriente Médio e às repúblicas soviéticas da
Ásia Central. O conflito mata 300 mil iraquianos e 400 mil iranianos, devasta os
dois países e termina sem vencedor.

Guerrilheiros separatistas curdos atacam os militares iraquianos a partir


de 1985. Três anos depois, as Forças Armadas do Iraque usam armas
químicas – proibidas por convenção internacional – contra a aldeia curda de
Halabja, matando 5 mil civis.

Guerra do Golfo – O Iraque provoca um conflito internacional ao invadir


o Kuweit, em agosto de 1990. Saddam Hussein responsabiliza o país vizinho
pela baixa no preço do petróleo ao vender mais do que a cota estipulada pela
Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

A Organização das Nações Unidas (ONU) condena o ataque contra o


Kuweit – aliado do Ocidente – e decreta embargo comercial ao Iraque. Saddam
Hussein anexa o Kuweit como sua 19ª província. Fracassam as tentativas de
solução diplomática e, em 16 de janeiro de 1991, forças coligadas de cerca de
30 nações, lideradas pelos EUA, iniciam os bombardeios contra o Iraque, na
Operação Tempestade no Deserto. Em 24 de fevereiro, a coalizão lança um
ataque por terra que destrói boa parte do Exército iraquiano e põe fim à
ocupação do Kuweit. Em 28 de fevereiro é assinado o cessar-fogo. O número
estimado de mortos na guerra é de 100 mil soldados e 7 mil civis iraquianos, 30
mil kuweitianos e 510 homens da coalizão.

Rebeliões – No fim da guerra eclodem revoltas contra o regime de


Saddam Hussein. No sul, a comunidade xiita toma várias cidades. No norte,
separatistas curdos ocupam territórios. O governo reprime as insurreições com
violência. Pressionado pela ONU, Hussein suspende as ações militares, e uma
zona de exclusão para os vôos iraquianos é imposta no norte e no sul do país.
O presidente iraquiano começa a negociar com dirigentes curdos um projeto de
autonomia para o Curdistão. Nos últimos anos, guerrilheiros do Partido dos
Trabalhadores do Curdistão (PKK) têm usado o território iraquiano como base
para ataques à Turquia .

Embargo comercial – Os problemas com os EUA e seus aliados


prosseguem, por cauda das violações ao acordo de cessar-fogo, pelo qual o
Iraque se comprometeu a reconhecer as fronteiras do Kuweit, a suspender a
perseguição aos xiitas e curdos e a permitir a inspeção e destruição de suas
armas químicas, biológicas e nucleares. As forças norte-americanas
respondem com bombardeios ao Iraque. O primeiro acontece em 1993, depois
que inspetores de armamentos da Comissão Especial das Nações Unidas
(Unscom) são impedidos de entrar no país. Sob risco de nova ação militar, o
Iraque retira tropas estacionadas perto da fronteira do Kuweit em 1994 e
reconhece a soberania do vizinho.

Inspeção internacional – Em 1996, o Iraque entra em acordo com a


ONU para voltar a vender petróleo em quantidade limitada, o que acontece no
ano seguinte. A suspensão completa do embargo, no entanto, permanece
condicionada ao fim de todas as armas de destruição em massa do país. Em
outubro de 1997, Saddam expulsa os integrantes norte-americanos da
Unscom, alegando que a equipe tem excessiva participação dos EUA. A tensão
eleva-se até fevereiro de 1998, quando é assinado outro acordo, incluindo na
comissão diplomatas de vários países.

Raposa do Deserto – O Iraque suspende novamente a cooperação


com a Unscom. Em reação, em dezembro de 1998, os EUA e o Reino Unido
lançam a maior ofensiva militar contra o Iraque desde a Guerra do Golfo, a fim
de “debilitar a capacidade iraquiana de produzir e usar armas de destruição em
massa”. Durante 70 horas, o país é alvo de bombardeios e mísseis que
destroem instalações militares e civis. Setenta pessoas morrem, de acordo com
o governo iraquiano. A ofensiva é seguida de embates, em 1999, nas zonas de
exclusão aérea criadas após a Guerra do Golfo. O Iraque declara essas zonas
ilegais e passa a atacar aviões ocidentais que patrulham a região. A Força
Aérea norte-americana e a britânica respondem com bombardeios contra alvos
estratégicos. No final do ano, a ONU cria um novo corpo de inspeção dos
armamentos iraquianos, a Unmovic. Ao mesmo tempo, crescem os problemas
internos de Saddam Hussein, que ordena a execução de vários oficiais da força
aérea, acusados de planejar um golpe de Estado.

FATOS RECENTES – Eleições parciais realizadas em março de 2000


– sem oposição – dão ao Baath 165 das 220 cadeiras em disputa no
Legislativo. O filho de Saddam, Uday Hussein, é o candidato mais votado.
Aumentam também as tensões com o vizinho Irã. Várias pessoas ficam feridas,
em maio, em um ataque com foguetes contra o palácio presidencial, em Bagdá,
aparentemente realizado por grupos guerrilheiros pró-Irã.

Em janeiro de 2001, no 10o. aniversário do lançamento da Operação


Tempestade no Deserto, Hussein celebra, em discurso, o “triunfo iraquiano”
sobre “os inimigos de Alá”. Em março, a Unmovic revela que o Iraque ainda
tem capacidade para construir e usar armas biológicas e químicas e lançar
mísseis Scud. Em setembro, a população comemora nas ruas os atentados
suicidas em Nova York e Washington D.C. As especulações iniciais de que o
governo iraquiano estaria envolvido nos ataques são afastadas.

Sanções econômicas castigam o povo há uma década – Idealizado


com o objetivo de amenizar os efeitos do boicote econômico decretado em
1990, a operação “petróleo por comida” prevê que, a cada seis meses, o país
pode exportar uma cota de petróleo para adquirir gêneros básicos (alimentos e
medicamentos) para a população. Mas agências da ONU, como o Fundo das
Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Programa Alimentar Mundial (PAM)
alertam que o acordo – renovado consecutivamente desde 1996 – não tem sido
capaz de contornar as trágicas conseqüências do embargo.

O próprio coordenador do programa “petróleo por comida” admite em


1998 que entre 4 a 5 mil crianças morrem a cada mês no país por causa da
subnutrição, da contaminação das fontes de água, das péssimas condições
sanitárias e da deterioração do sistema de saúde. Relatório da Cruz Vermelha,
divulgado em 2000, conclui que a mortalidade infantil iraquiana triplicou desde
a imposição das sanções.

A catástrofe humanitária que atinge o país faz crescer o movimento


internacional pelo fim do boicote econômico, principalmente nos países árabes.
Mas o tema divide o Conselho de Segurança da ONU: enquanto os EUA e o
Reino Unido são favoráveis à manutenção, França, China e Federação Russa
querem a suspensão.

DADOS GERAIS

NOME OFICIAL – República do Iraque (Al-Jumhuriya al-‘Iraqiya ad-


Dimuqratiya ash-Sha’abiya).

CAPITAL – Bagdá

LOCALIZAÇÃO – sudoeste da Ásia

GEOGRAFIA – Área: 434.128 km². Hora local: +6h. Clima: tropical


árido.

Principais cidades – Bagdá (4.478.000) (aglomerado urbano) (1995);


Mosul (664.200), Irbil (485.968), Kirkuk (418.624), Basra (406.296) (1987).

POPULAÇÃO – 23,6 milhões (2001); nacionalidade: iraquiana;


composição: árabes iraquianos 80%, curdos 15%, turcomanos, sabeus, iezites
e marches 5% (1996).

Idioma – árabe (oficial), curdo.

Religião: islamismo 96%, outras 3,3%, sem religião e ateísmo 0,7%


(2000).
Densidade – 54,36 hab./km² (2001).

Moeda – dinar iraquiano; cotação para US$ 1: 1.800 (jul./2001).

PIB – US$ 11,5 bilhões (1996). PIB agropecuária: 47% (1995). PIB
indústria: 1% (1995). PIB serviços: 52% (1995). Crescimento do PIB: 6,2% ao
ano (1999).

Força de trabalho – 6 milhões (1999).

Iraque: Dois milhões de crianças estão sem acesso à educação,


alerta UNICEF

De acordo com a agência da ONU, cerca de 700 mil jovens já


perderam um ano escolar inteiro em função dos conflitos no país.
Violência já provocou fuga de 14 mil professores no norte do Iraque.

Estudantes recebem novos livros didáticos em uma das 12 salas de

aula montadas com tendas no campo de Al Takiya Al Kasnazaniya para


pessoas internamente deslocadas, no distrito de Karkh, na província de Bagdá,

no Iraque. Foto: UNICEF / Wathiq Khuzaie

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) afirmou nesta


sexta-feira (30) que cerca de dois milhões de crianças não têm acesso à
educação no Iraque. De acordo com a agência da ONU, entre os jovens que
frequentam instituições de ensino, 1,2 milhão corre o risco de abandonar suas
escolas em função dos confrontos no país.

“O impacto dos conflitos, da violência e dos deslocamentos na


educação, no Iraque, é nada menos que devastador”, disse o representante do
UNICEF, Peter Hawkins. Operações da agência no país, que garantiram o
acesso à educação para 500 mil crianças no último ano, precisam de 68
milhões até o final de 2015 para serem mantidas. Desse montante, 12 milhões
são necessários imediatamente.

Segundo estimativas do UNICEF, quase um milhão de crianças estão


deslocadas, das quais 70% já perderam um ano escolar inteiro. No último ano,
foram registrados 67 ataques a colégios e profissionais de educação.

A agência estima que aproximadamente 5,3 mil instituições de ensino,


cerca de um quinto do total de escolas, estão severamente danificadas ou
foram convertidas em abrigos para famílias deslocadas ou são usadas para fins
militares pelas partes do conflito.

As escolas que permanecem em uso estão sobrecarregadas, operando


em dois ou três turnos por dia, com turmas que comportam até 60 alunos. No
norte do país, a violência contínua já provocou a fuga de 14 mil professores.

No último ano, o UNICEF e seus parceiros construíram 40 novas


escolas e instalaram 141 salas de aula pré-fabricadas, além de estabelecerem
1.585 espaços temporários de aprendizado, que permitiram a mais de 220 mil
crianças deslocadas continuar estudando. Materiais didáticos também foram
distribuídos para mais de 200 mil alunos.
Iraque

Situado no Oriente Médio, o território iraquiano possui fronteiras com a


Turquia (ao norte), Irã (a leste), Kuwait (a sudeste), Arábia Saudita (ao sul),
Jordânia e Síria (a oeste). Na antiguidade, essa região compreendia a
Mesopotâmia, cujo significado é “entre rios”, em grego. Essa antiga
denominação é em virtude da sua localização – nos vales dos rios Tigres e
Eufrates.

O Iraque possui extensão territorial de 438.317 quilômetros quadrados,


abrigando uma população de aproximadamente 30,7 milhões de pessoas, cuja
densidade demográfica é de 70 hab/km². Bagdá, capital nacional, é a cidade
com maior concentração populacional: 5.054.000 habitantes.

Esse país é marcado por uma série de conflitos armados, sendo três
deles em pouco mais de 20 anos. Em 1980, sob o comando de Saddam
Hussein, o Iraque invadiu o Irã, dando início a uma guerra que só chegou ao
fim em 1988. Esse confronto provocou a morte de 300 mil iraquianos e 400 mil
iranianos, destruindo a infraestrutura e abalando a economia dos dois países.
No mesmo ano em que essa guerra terminou, as Forças Armadas do Iraque
atacaram a aldeia curda de Halabja com armas químicas, causando a morte de
mais de 5 mil curdos.

Em 1990, a nação invadiu o Kuwait, deflagrando a Guerra do Golfo,


que teve um saldo de mortes de 100 mil soldados iraquianos, milhares de civis,
além de 30 mil kuweitianos. No dia 19 de março de 2003, o Iraque, acusado de
possuir armas químicas, foi invadido pelas tropas dos Estados Unidos e do
Reino Unido. O ditador Saddam Hussein foi capturado; entretanto, as armas
químicas jamais foram encontradas.

Os conflitos armados, os atentados terroristas, a instabilidade política e


as sanções econômicas impostas pela comunidade internacional afetam
diretamente a economia local. O país detém a segunda maior reserva
petrolífera do planeta, porém, a indústria de petróleo foi arruinada durante as
guerras.

Dados do Iraque:

Localização: Oriente Médio.

Área: 438.317 km².

Capital: Bagdá.

Idiomas: Árabe (oficial), curdo.

População: 30.747.296 habitantes.

Densidade demográfica: 70 hab/ km².


Taxa média anual do crescimento da população: 2%.

População residente em área urbana: 66,45%.

População residente em área rural: 33,55%.

Religiões: Islamismo 96,5%, outras 2,8%, sem religião e ateísmo 0,7%.

Esperança de vida ao nascer: 59 anos.

Moeda: Dinar iraquiano.

Produto Interno Bruto (PIB): 12,6 bilhões de dólares.

Milhões de crianças sem


escola em meio ao
conflito na Síria

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O conflito na Síria já dura cinco anos e


a crise continua a comprometer
conquistas em educação: algumas
crianças nunca estiveram em uma sala
de aula e outras perderam até cinco
anos escolares.
Enquanto crianças ao redor do mundo
retornam às aulas, mais de dois milhões
delas não podem fazer o mesmo na Síria.
Segundo a UNICEF, outras 400 mil correm
o risco de abandonarem a escola por causa
de conflitos, violência e deslocamento.

O conflito na Síria já dura cinco anos e a


crise continua a comprometer conquistas
em educação: algumas crianças nunca
estiveram em uma sala de aula e outras
perderam até cinco anos escolares.

Em todo o país, existem mais de cinco mil


escolas que não podem ser usadas porque
foram destruídas, danificadas,
transformadas em abrigo para famílias
deslocadas ou bases do exército ou de
grupos armados. Muitos pais têm medo de
mandar os filhos para a escola por conta
dos perigos nas estradas ou nas próprias
escolas. Só em 2014, ao menos 60 escolas
foram atacadas, às vezes deliberadamente.
Os professores sírios também foram
severamente afetados e mais de um quinto
dos docentes abandonou o cargo.

“Os serviços públicos básicos do país,


inclusive educação, chegaram ao limite”,
disse Hanaa Singer, representante da
UNICEF na Síria. “Precisamos fazer muito
mais tanto para ajudar as instituições de
ensino a não entrarem em colapso como
para aumentar as oportunidades de acesso
à educação para crianças em todo o país”.

A UNICEF tem uma ampla rede de


parceiros locais em campo, trabalhando
para atender cerca de três milhões de
crianças. Pela primeira vez desde o início
da guerra, um programa de educação
informal foi desenvolvido no intuito de
reduzir o número de crianças fora da
escola. A UNICEF está imprimindo material
escolar e livros didáticos no local para
serem distribuídos a estudantes que
necessitem.

Crianças em todo o território sírio estão


mostrando um nível excepcional de
resiliência e persistência para continuar a
estudar. No verão passado, pelo menos 20
por cento das crianças na Síria tiveram de
cruzar linhas de fogo para fazer provas.
Elas embarcaram em uma jornada perigosa
e passaram por inúmeros postos de
controle, correndo o risco de ficarem presas
em meio a combates.

“Mesmo em situação extrema as crianças


sírias continuam pedindo para aprender e
voltar à escola, pois anseiam por um futuro
melhor e uma chance de ter influência”,
disse Hanaa Singer. “Temos de investir nas
crianças sírias, pois elas são o futuro desse
país e ajudarão a reconstruí-lo quando a
paz retornar”.

Com o programa autodidata chamado ‘No


Lost Generation Initiative’, a UNICEF
pretende atender mais de 500 mil crianças
que perderam anos de escola. A ideia é
concentrar esforços nas áreas de mais
conflito e onde as escolas estão fechadas.
Um programa de aprendizado acelerado
também ajudará 200 mil crianças a se
atualizarem nos estudos e, no futuro, ajudá-
las a se reintegrarem na educação formal.
Para oferecer um espaço adequado ao
aprendizado, pelo menos 600 clubes
escolares foram abertos em todo o país. Em
áreas onde há um grande número de
crianças deslocadas, 600 escolas foram
reabertas e 300 salas de aula pré-
fabricadas foram entregues para acomodar
mais 300 mil crianças.

A UNICEF está comprometida com a


proteção do direito das crianças à educação
na Síria. Para que a instituição possa
continuar a atender às necessidades
educacionais das crianças, a UNICEF
precisa de US$ 68 milhões até o final do
ano, sendo que US$ 12 milhões são
necessários de imediato.

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