Sei sulla pagina 1di 13

De Interpretatione

Aristóteles
2 Texto em grego

PERI ERMHNEIAS
Capı́tulo 1, 16a1 - 19
(1) PrÀton deØ jè
ai tÐ înoma kaÈ tÐ û¨ma, êpeita tÐ âin ‚pìfa s kaÈ
katˆfa s kaÈ ‚pìfan s kaÈ lìgos.
^Ei mèn oÞn tà ân t¬ fwn¬ tÀn ân t¬ yuq¬ (5) pajhmˆtwn ×mbola, kaÈ
tà gpafìmena tÀn ân t¬ fwn¬, kaÈ ¹er oÎdè grˆmmata pã tà aÎtˆ, oÎdè
fwnaÈ aÉ aÎtaÐ; Án mèntoi taÜta meØa pr¸tws, taÎtà pã pajèmata t¨s
yuq¨s, kaÈ Ás taÜta åmoi¸mata, prˆgmata ¢dh ta>tá. perÈ mèn oÞn toÔtwn
eÒretai ân toØs perÈ yuq¨s; Šllhs gàr pragmateÐas.
(10) ^Ei d>, ¹er ân t¬ yuq¬ åtè mèn nìhma Šneu toÜ ‚lhjeÔein h_
yeÔ-dejai, åtè dè ¢dh Å ‚nˆgkh toÔtwn Ípˆrqein jˆteron, oÕtw kaÈ ân t¬
fwn¬; perÈ gàr ×nje n kaÈ diaÐreÓn âi tò yeÜdos kaÈ tò ‚lhjès. tà mèn
oÞn ænìmata aÎtà kaÈ tà û mata êoike tÄ Šneu njèws kaÈ diairèws
(15) no mati, oÙon tò Šnjpwpos h_ tò leukìn, ítan m˜ proej¬ ti; oÖte
gár yeÜdos oÖte ‚lhjès pw. meØon d> âÈ toÜde; kaÈ gàr å tragèlafos
maÐnei mèn ti, oÖpw dè ‚lhjès h_ yeÜdos, âàn m˜ tò eÚnai h_ m˜ eÚnai proej¬,
h_ plÀs h_ katà qrìnon.
Capı́tulo 2, 16a20 - 16b5
(20) ^Onoma mèn oÞn âÈ fwn˜ mantik˜ katà nj khn Šneu qrìnou,
©s mhdèn mèros âÈ mantikòn keqwri ènon; ân gàr tÄ Kˆllipoos tò
Ñppos oÎdèn aÎtò kaj>áautò maÐnei, ºer ân tÄ lìgú tÄ kalòs Ñppos.
où m˜n oùd> ¹er ân toØs ploØs ænìma n, oÕtws êqei kaÈ án toØs (25)
mpeplegmènois; ân âkeÐnois mèn gàr tò mèros oÎdamÀs mantikìn, ân dè
toÔtois boÔletai mèn, ‚ll> oÎdenòs keqwri ènon, oÙon ân tÄ âpaktrokèlhs
tò kèlhs oÎdèn maÐnei kaj> áautì.
Da Interpretação 3

DA INTERPRETAÇÃO

Capı́tulo 1, 16a1 - 19
(1) Antes de tudo, é preciso estabelecer o que é o nome e o que é o verbo;
depois a negação, a afirmação, a declaração e o discurso.
A voz é sı́mbolo das afecções da alma (5) e a escrita da fala. E, como
as letras não são as mesmas para todos, os sons falados não são os mesmos.
Mas, aquilo de que essas coisas são sı́mbolos primordialmente, as afecções da
alma, são as mesmas para todos, e aquilo a que estas são semelhantes, as
coisas, também são as mesmas.
(10) Disto foi falado nos livros da alma, que corresponde a outro tratado.
E, como na alma há representações sem verdade ou falsidade, como também
[há as que] necessariamente pertence uma ou outra, o mesmo se diz da fala; de
fato, o verdadeiro e o falso consistem na composição e na divisão. Os nomes e
os verbos, por si mesmos, se assemelham à representação sem composição ou
sem divisão, (15) como “homem” ou “branco”, quando nada lhes juntamos,
não são nem verdadeiros, nem falsos. Um exemplo é o “bode-veado” que
significa alguma coisa, mas não é verdadeiro ou falso, se não lhe juntarmos
o ser ou o não ser, ou simplesmente ou com referência ao tempo.

Capı́tulo 2, 16a20 - 16b5


(20) O nome é um som falado significativo por convenção, sem referência
ao tempo e do qual nenhuma parte é significativa separadamente. No nome
“Cálippos” a parte “ippos”(cavalo) não significa nada por si mesmo, como
na expressão “belo cavalo”. O que ocorre nos nomes simples não ocorre nos
(25) compostos: naqueles a parte não tem qualquer significado, enquanto
nestes a parte contribui para o significado, mas considerada em separado não
tem significação em si mesma, exemplo, “keles” (navio) em “epaktrokeles”
(navio-pirata).
4 Texto em grego

Tò dé katà nt khn, íti fÔi tÀn ænomˆtwn oÎdèn âin, ‚ll> ítan
gènhtai ×mbolon, âpeÈ dhloÜÓ gè ti kaÈ oÉ ‚grˆmmatoi yìfoi, oÙon jhrÐwn,
Án oÎdèn âin înoma.
(30) Tò d> oÎk Šnjrwpos oÎk înoma. où m˜n oÎdè keØtai înoma í ti
deØ kaleØn aÎtì; oÖte gàr lìgos oÖte ‚pìfaÓs âin. ‚ll> êw înoma
‚ìrion, íti åmoÐws âf> åtouoÜn Ípˆrqei kaÈ întos kaÈ m˜ întos.
(16b1) Tò dè FÐlwnos h_ FÐlwni kaÈ í toiaÜta, oÎk ænìmata ‚llà
pt¸is ænìmatos. lìgos dè âin aÎtoÜ tà mèn Šlla katà tà aÎtˆ; íti dè
metà toÜ êin hC ªn h_ êai oÎk ‚lejeÔei h_ yeÔdetai, tò dè înoma ‚eÐ; oÙon
FÐlwnìs âin h_ oÎk êin; (5) oÎdèn gˆr pw oÖte ‚lhjeÔei oÖte yeÔdetai.
Capı́tulo 3, 16b6 - 17b25
<R¨ma dè âi tò prohmaØnon qrìno, oÝ mèros oÎdèn maÐnei qwrÐs, kaÈ
êin ‚eÈ tÀn kaj> átèrou legomènwn meØon. lègw d> íti prohmaÐnei
qrìno, oÙon ÍgÐeia mèn înoma, tò dè ÍgiaÐnei û¨ma; prohmaÐnei gàr tò nÜn
Ípˆrqein. (10) kaÈ ‚eÈ tÀn kaj> átèrou legomènon meØìn âin, oÙon tÀn
kaj> Ípokeimènou h_ ân Ípokeimènú.
Tò dè oÎq ÔgiaÐnei kaÈ oÎ kˆmnei oÎ û¨ma lègw; prohmaÐnei mèn gàr
qrìnon kaÈ ‚eÈ katˆ tinos Ípˆrqei, t¬ dè diafor” înoma oÎ keØtai; ‚ll>
(15) êw ‚ìrion û¨ma, íti åmoÐws âf> åtouoÜn Ípˆrqei, kaÈ întos kaÈ
m˜ întos.
<OmoÐws dè kaÈ ÍgÐanen h_ tò ÍgianeiØ oÎ û¨ma, ‚llà ptÀ s û matos;
diafèrei dè toÜ û matos, íti tò mèn tòn parìnta prohmaÐnei qrìnon, tà
dè tò pèrix.
(20) AÎtà mèn oÞn kaj> áautà legìmena tà û mata ænìmatá âi kaÈ
maÐnei ti (Ñh gàr å lègwn t˜n diˆnoian, kaÈ å ‚koÔs ˜rèmhn),
‚ll> eÊ êin h_ m , oÖpw maÐnei; oÎdè gàr tò eÚnai h_ m˜ eÚnai meØìn âi
toÜ prˆgmatos, oÎd> âàn tò o_n eÒpùs aÎtò kaj> átò yilìn. aÎtò mèn gàr
oÎden âi, prohmaÐnei dè ×njeÓn tina, h_n Šneu tÀn gkeimènon oÎk
êi no¨i.
Da Interpretação 5

Por convenção [quer dizer] que nenhum dos nomes o é por natureza, mas
só quando torna-se sı́mbolo; pois mesmo os sons inarticulados dos animais
indicam algo, mas nenhum deles é um nome.
(30) “Não-homem” não é um nome; nem sequer há um nome para chamá-
lo; não é discurso, nem negação; é apenas um nome indefinido, pois semel-
hantes a tudo, ao que existe bem como ao que não existe.
(16b1) “De Fı́lon” ou “para Fı́lon” e outras expressões deste tipo não são
nomes, são casos do nome. A definição destes casos é idêntica à do nome
salvo que, unidas a é, era ou será, não [dizem] verdade ou falsidade - ao
contrário do que ocorre sempre com o nome. Por exemplo, “é de Fı́lon” ou
“não é de Fı́lon” (5) nada [diz] de verdadeiro ou falso.

Capı́tulo 3, 16b6 - 17b25


O verbo é o que co-significa tempo e nenhuma de suas partes tem significado
separadamente e é signo do que se diz acerca de outro. Digo co-significa
tempo pois, enquanto “saúde” é um nome, “está-saudável” é um verbo; de
fato, co-significa o que se dá agora. (10) E é sempre signo do que se diz
acerca de outro, isto é, do que se diz de um sujeito ou está num sujeito.
A “está-não-saudável” ou “está-não-doente” não chamo verbos. Ainda
que se junte à sua significação a do tempo e seja acerca de um sujeito, esta
variedade não tem nome. Digamos ser um (15) verbo indefinido já que per-
tence a qualquer coisa, tanto ao ser como ao não ser.
“Estava-saudável” ou “estará-saudável” também não são verbos, mas ca-
sos de um verbo; diferem do verbo, pois este co-significa o tempo presente e
aqueles o tempo que envolve o tempo presente.
(20) Os verbos são em si mesmos nomes e significam algo (pois ao serem
pronunciados fixam o pensamento e o ouvinte descansa), mas não indicam
que algo é ou não é. De fato nem sequer o ser ou não ser são signos das
coisas, por mais que se diga o que é isoladamente. Em si mesmo não são
nada, senão que co-significa uma certa composição, que não é possı́vel pensar
sem os elementos componentes.
6 Texto em grego

Capı́tulo 4, 16b26 - 17a8


Lìgos dè âi fwn˜ mantik˜ ©s tÀn merÀn ti mantikìn âi keqwris-
1

mènon, ±s fˆ s, ‚ll> oÎq ±s katˆfa s h_ ‚pìfa s. lègw dè, oÙon Šnjrw-


pos maÐnei mèn ti, ‚ll> oÎq íti êin h_ oÎk êin; ‚ll> êai katˆfa s
h_ (30) ‚pìfa s, âˆn ti proej¬. ‚ll> oÎkÈ toÜ ‚njr¸pou llab˜ mÐa.
oÎdè gàr ân tÄ mÜs tò Üs mantikìn, ‚llà fwn  âi nûn mìnon. ân dè toØs
diploØs maÐnei mèn, ‚ll> oÎ kaj> aÎtì, ±s proeÐrhtai.
(17a1) ^Ei dè lìgos ‰pas mèn mantikìs, oÎk ²s îrganon dè, ‚ll> ±s
proeÐphtai, katà nj khn. ‚pofantikòs dè oÎ ps, ‚ll> ân Å tò ‚lhjeÔein
h_ yeÔdeai Íparqei. oÎk ân ‰pa dè Íparqei, (5) oÙon ™ eÎq  lìgos mèn,
‚ll> oÖte ‚lhj˜s oÖte yeud s. oÉ mèn oÝn Šlloi ‚feÐ
wn; ûhtorik¨s gàr
h_ poihtik¨s oÊkeiotèra ™ èyis; å dè ‚pofantikòs t¨s nÜn jewrÐas.
Capı́tulo 5, 17a9 - 24
^Ei dè eÚs prÀtos lìgos ‚pofantikìs katˆfa s (10), eÚra ‚pìfa s; oÉ
d> Šlloi pˆntes ndè oú eÚs.
>Anˆgkh dè pˆnta lìgon ‚pofantikòn âk û matos eÚnai h_ pt¸ws û -
matos; kaÈ gàr å toÜ ‚njt¸pou lìgos, âàn mè tò êin h_ ªn êai h_ ti
poioÜton proej¬, oÖpw lìgos ‚pofantikìs. diìti d˜ én tÐ âin ‚ll> oÎ
pollà tò zÄon pezòn dÐpoun; oÎ gàr d˜ tÄ ×neggus eÊr¨
ai eÚs êai. (15)
êi dè Šllhs pragmateÐas toÜto eÊpeØn.
^Ei dè eÚs lìgos ‚pofantikòs h_ å Cen dhlÀn h_ å ndè ú eÚs, pollà
kaÈ m˜ Cen h_ oÉ ‚×ndetoi.
Tò mèn oÞn înoma h_ û¨ma fˆ s êw mìnon, âpeid˜ oÎk êin eÊpeØn oÕtw
dhloÜntˆ ti t¬ fwn¬ ¹e ‚pofaÐne
ai, h_ âpwtÀntìs tinos, h_ m , (20) ‚ll>
oÎtòn proairoÔmenon.
ToÔtwn dè ™ mèn pl¨ âÈn ‚pìfan s, oÙon tÈ katˆ tinos h_ tÈ ‚pì
tinos, ™ dè âk toÔtwn gkeimènh oÙon lìgos tis ¢dh ×njetos. êi dè ™
pl¨ ‚pìfan s fwn˜ mantik˜ perÈ toÜ Îpˆrqein ti h_ m˜ Ípˆrqein, ¸s oÉ
qrìnoi di¤rhntai.
1
O manuscrito B - Marcianus - acrescenta katà nj ken (por convenção).
Da Interpretação 7

Capı́tulo 4, 16b26 - 17a8


O discurso é fala significativa, cada parte, considerada em separado, é sig-
nificativa como expressão e não como afirmação ou negação. Digo que
“homem”, por exemplo, significa algo, mas não que em si mesmo seja ou
não seja; só haverá afirmação ou (30) negação se lhe juntarmos algo; uma
sı́laba de “homem” nada significa, como na palavra “rato”, a sı́laba “-to” é
apenas um som. Somente nas palavras compostas [a sı́laba] é significativa,
porém não em si mesma como já foi dito.
(17a1) Todo discurso tem significado, ainda que não como instrumento,
mas como já foi dito, por convenção. Nem todo discurso é uma declaração,
só o sendo aquele no qual há verdade ou falsidade, o que não acontece em
todos os casos. (5) Uma súplica é um discurso, mas não é verdadeira nem
falsa. Deixemos de lado esses outros tipos, pois seu exame pertence à retórica
ou à poética. Vamos considerar agora o discurso declarativo.

Capı́tulo 5, 17a9 - 24
O primeiro discurso declarativo uno é a afirmação, (10) o segundo é a negação.
Os demais têm unidade por conjunção.
Necessariamente, todo discurso declarativo terá um verbo ou caso do
verbo; e o discurso “homem”, se não acrescentarmos o ser, ou o será ou
o era, ou algo semelhante, não é discurso declarativo. Mas dizer porque
“animal terrestre bı́pede” é uma unidade e não várias - com efeito, não será
unidade porque se digam tudo junto - (15) corresponde a outro tratado.
O discurso declarativo uno é o que indica uma só coisa ou o que tem
unidade mediante conjunção; são múltiplos os que não indicam uma só coisa
ou não estão unidos por conjunção.
Dizemos que nomes e verbos são simples expressões, pois não é possı́vel
dizer que indicam algo como a fala de tal modo que sejam declarações, (20)
seja respondendo a alguém, seja por si mesmos.
Das [coisas] ditas anteriormente, uma é a declaração simples, por exemplo:
afirmar algo acerca de algo ou negar algo de algo; e a outra é composta
destas, por exemplo, um discurso já composto. O discurso declarativo uno
é fala significativa de algo que pertence ou não pertence a algo, segundo o
tempo.
8 Texto em grego

Capı́tulo 6, 17a25 - 38
Katˆfa s dè âin ‚pìfanÓs tinos katˆ tinos. ‚pìfa s dè âin ‚pìfan-
Ós tinos ‚pì tinos.
>EpeÈ dè êi kaÈ Ípˆrqon ‚pofaÐne
ai ±s m˜ Ípˆrqon kaÈ tò m˜ Ípˆr-
qon ±s Ípˆrqon kaÈ tò Ípˆrqon ±s Ípˆrqon kaÈ tò m˜ Ípˆrqon ±s (30)
m˜ Ípˆrqon, kaÈ perÈ toÌs âktòs dè toÜ nÜn qrìnous ±Ôtws, ‰pan a_n
ândèqoito kaÈ oC katèfhë tis ‚pof¨i kaÈ oC ‚pèfhë tis kataf¨i. ¹e
d¨lou íti pá katafˆi âin ‚pìfa s ntikeimènh kai pˆ ‚pofˆi
katáfa s. kaÈ êw ‚ntÐfa s aÉ ‚ntikeÐmenai. lègw dé ‚ntikeØai (35)
t˜n toÜ aÎtoÜ katà toÜ aÎtoÜ, m˜ åmwnÔmws dè, kaÈ í Šlla tÀn toioÔtwn
proiorizìmeja pròs tàs fiikàs ânoql is.
Capı́tulo 7, 17a39 - 18a11
>Epei d> âÈ tà mèn kajìlou tÀn pragmˆtwn tà (40) dè kaj> ékaon (lègw
dè kajìlou mèn oC âpÈ pleiìnwn pèfuke kathgoreØ
ai, kaj> ékaon (17b)
dè oC m , oÙon Šntrwpos mèn tÀn kajìlou, KallÐas dè tÀn kaj> êkaon);
‚nˆgkh dè ‚pofaÐne
ai ¸s Ípˆrqei ti h_ m˜ åtè mèn tÀn kajìlou tinÐ, åtè
dè tÀn kaj> ékaon. âàn mèn oÞn kajìlou ‚pofaÐnhtai âpÈ toÜ kajìlou
îti Îpˆrqein (5) ti h_ m , êntai ânantÐai aÉ ‚pofˆnis. lègw dè âpÈ toÜ
kajìlou ‚pofaÐne
ai kajìlou, oÚon pãs Šnhjrwpos leukìs, oÎdeÈs Šnjr-
wpos leukìs. ítan dè âpÈ tÀn kajìlou mèn, mè kajìlou dè, aÝtai mèn oÎk
eÊËn ânantÐai, tà mèntoi dhloÔmena êin eÚnai ânantÐa potè. lègw dè tò m˜
kajìlou (10) ‚pofaÐne
ai âpÈ tÀn kajìlou, oÙon êi leukòs Šnjrwpos,
oÎk êi leukòs Šnjrwpos; kajìlou gàr întos toÜ ‚njrwpos oÎk ùs ka-
jìlou kèqrhtai t¬ ‚pofˆni; tò gàr pãs oÎ tò kajìlou maÐnei ‚ll> íti
kajìlou. âpÈ dè kathgoroumènon kajìlou kathgoreØn tò kajìlou oÎk êin
‚lhjès; oÎdemÐa gàr katˆfa s ‚lhj˜s êai, ân ­ toÜ (15) kathgoroumènon
kajìlou tò kajìlou kahgoreØtai, oÙon êi ps Šnjrwpos pn zÄon.
>AntikeØ
ai mèn oÞn katˆfa n ‚pofˆi lègw ‚ntifatikÀs t˜n tò ka-
jìlou maÐnoun tÀ aÎtÀ íti ôÎ kajìlou, oÙon
pãs Šnjrwpos leukìs oÎ pãs Šnjrwpos leukìs,
Da Interpretação 9

Capı́tulo 6, 17a25 - 38
Uma afirmação é uma declaração de algo acerca de algo; uma negação é uma
declaração de algo separado de algo. E como é possı́vel declarar tanto que
algo pertence, como não pertencendo, e algo que não pertence, como perten-
cendo, e o que pertence como pertencendo, e o que não pertence como não
pertencendo, e também com relação ao tempo, cabe negar tudo o que se (30)
afirma e afirmar tudo o que se nega; assim é evidente que a toda afirmação se
opõe uma negação e a toda negação, uma afirmação. Chamemos contradição
(antikeimenê) a afirmação e a negação opostas (antiphasis); digo que se con-
tradiz (35) do mesmo acerca do mesmo, mas não de modo homônimo, nem
de outra maneira que distinguimos contra as distorções sofı́sticas.

Capı́tulo 7, 17a39 - 18a11


Das coisas, umas são universais e outras singulares (chamo universal o que
é natural que se predique de várias coisas e singular (17b) o que não o é,
por exemplo, homem é um universal e Cálias um singular). Necessariamente
deve-se declarar que algo pertence ou não pertence, seja a um universal seja
a um singular. Se, pois, declaramos universalmente de um universal que algo
pertence (5) ou não, haverá proposições contrárias (enantiôs).
Chamo declarar universalmente de um universal, por exemplo, “todo
homem é branco”, “nenhum homem é branco”. Mas quando se afirma de um
universal, porém não universalmente, não se tem contrárias, mesmo que as
coisas designadas sejam contrárias. Chamo declarar de maneira não univer-
sal (10) de um universal, por exemplo, “o homem é branco”, “o homem não
é branco”; com efeito, homem é universal, mas a sentença não é declarada de
modo universal; com efeito, todo não significa o universal, mas que se toma
universalmente. Mas predicar universalmente sobre o predicado universal
não é verdadeiro; de fato, não haverá nenhuma afirmação na qual o universal
se predique (15) do predicado universal como, por exemplo, “todo homem é
todo animal”.
Opõe-se contraditoriamente à negação a afirmação que significa o uni-
versal com respeito ao mesmo, no qual a negação significa do modo não
universal, por exemplo:

Todo homem é branco Nem todo homem é branco


10 Texto em grego

oÎdeis Šnjrwpos leukìs (20) êi tis Šnjrwpos leukìs;


ânantÐws dè t˜n toÜ kajìlou katˆfa n kaÈ t˜n toÜ kajìlou ‚pìfa n, oÙon
pãs Šnjrwpos leukìs oÎdeis Šnjrwpos leukìs,
pãs Šnjrwpos dÐkaios oÎdeis Šnjrwpos dÐkaios.
Diò taÔtas mèn oÎk oÙon te ‰ma ‚lhjeØs eÚnai, tàs dè ‚ntikeimènas aÎtaØs
ândèqetaÐ pote âpÈ (25) toÜ aÎtoÜ ‰ma ‚lhjeØs eÚnai, oÙon
oÎ pãs Šnjrwpos leukìs kaÈ êi Šnjrwpos leukìs.
íi mén oÞn ‚ntifˆis tÀn kajìlou eØË kajìlou, ‚nˆgkh t˜n átèran ‚lhj¨
eÚnai h_ yeud¨, kaÈ íi âpÈ tÀn kaj> êkaa, oÙon
êi Swkrˆths leukìs oÎk êi Swkrˆths leukìs;
íi dè epÈ tÀn kajìlou (30) mèn, m˜ kajìlou dè, oÎk ‚eÈ ™ mèn ‚lhj˜s ™ dè
yeud s. ‰ma gàr ‚lhjès âin eÊpeØn íti êin Šnjrwpos leukìs kaÈ íti oÎk
êin ‚njrwpos leukìs, kaÈ êin Šnjrwpos kalòs kaÈ oÎk êin Šnjrwpos
kalìs. eÊ gàr aÊrìs, kaÈ oÎ kalìs, kaÈ eÊ gÐnetaÐ ti, kaÈ oÎk êin. dìxeie
d> a_n (35) âxaÐfnhs ‰topon eÚnai dià tò faÐne
ai maÐnein tò oÎk êin
Šnjrwpos leukìs Šma kaÈ íti oÎdeis Šnjrwpos leukìs; tò dè oÖte taÎtòn
maÐnei oÖj> ‰ma âx ‚nˆgkhs.
Faneròn dè îti kaÈ mÐa ‚pìfa s miãs katafˆ¸s âi; tò gàr aÎtò
deØ ‚pof¨i t˜n ‚pìfa n íper katéfhn ™ katˆfa s, kaÈ ‚pò toÜ (18a)
aÎtoÜ, h_ tÀn kaj> ékaˆ tinos h_ ‚pä tÀn kajìlou tinìs, h_ ±s kajìlou h_
¸s m˜ kajìlou. lègw dè oÙon
êi Swkaˆths leukìs oÎk Swkrˆths leukìs.
âàn dè Šllo ti h_ ‚p> Šllou tò aÎtì, oÎk ™ ‚ntikeimènh ‚ll> êai âkeÐnhs
átèra. t¬ dè pãs Šnjrwpos leukìs ™ oÎ pãs (5) Šnjrwpos leukìs, t¬ dè tis
Šnjrwpos leukìs ™ oÎdeis Šnjrwpos leukìs; t¬ dè êin Šnjrwpos leukìs ™
oÎk êin Šnjrwpos leukìs.
VOti mèn oÞn mi” katafˆi mÐa ‚pìfa s ‚ntÐkeitai ‚ntifatikÀs, kaÈ
tÐnes eÊËn aÝtai, eÒrhtai kaÈ îti aÉ ânatÐai, Šllai, kaÈ tÐnes eÊËn aÝtai,
eÒrhtai; (10) kaÈ îti oÎ pã ‚lhj˜s h_ yeud˜s ‚ntÐfa s, kaÈ dià tÐ, kaÈ pìte
‚lhj˜s h_ yeud s.
Da Interpretação 11

Nenhum homem é branco (20) Algum homem é branco

Opõem-se contrariamente a afirmação do universal e a negação do uni-


versal, como por exemplo:

Todo homem é branco Nenhum homem é branco


Todo homem é justo Nenhum homem é justo

Pois estas não podem ser simultaneamente verdadeiras, ainda que suas opostas
o possam em relação (25) à mesma coisa, por exemplo,

Nem todo homem é branco e Algum homem é branco

Assim, pois, em todas as opostas universais dos universais, necessariamente


cada uma delas é ou verdadeira ou falsa e também todas as que se referem
ao singular, por exemplo:

Sócrates é branco Sócrates não é branco

Mas todas aquelas sobre os universais (30) de modo não universal nem sempre
uma é verdadeira e a outra falsa; de fato, é verdadeiro dizer que homem é
branco e homem não é branco e homem é belo e homem não é belo; de fato,
se é feio não é belo e se chega a algo, ainda não o é. Poderia parecer (35)
à primeira vista absurdo, já que o homem não é branco parece significar
também que nenhum homem é branco; mas não significa esta última nem
por sua vez, nem necessariamente.
É óbvio que para uma afirmação singular, a negação é singular, pois é
necessário que a negação negue o mesmo que afirma a afirmação e sobre a
mesma coisa, (18a) seja algum dos singulares, seja algum dos universais, ou
como singular ou como universal, por exemplo:

Sócrates é branco Sócrates não é branco

Mas negar outra coisa ou o mesmo de outra coisa, não seria a oposta, mas
outra distinta daquela.
A afirmação “todo homem é branco” se opõe a (5) “nem todo homem é
branco” e a “algum homem é branco”, “nenhum homem é branco”, a “homem
é branco”, “homem não é branco”.
Fica dito que, a uma afirmação singular, se opõe contraditoriamente uma
negação singular e quais são estas, e que as contrárias são outras e quais são
estas (10) e que nem toda oposta é verdadeira ou falsa e porque, e quando é
verdadeira ou falsa.
12 Texto em grego

Capı́tulo 8, 18a13 - 28
MÐa dè âi katˆfa s kaÈ apìfa s ™ Cen kaj> ánòs maÐnou, h_ kajìlou
întos kajìlou h_ m˜ åmoÐws, oÙon
pãs Šnjrwpos leukìs oÎk êi pãs Šnjrwpos leukìs
êin Šnjrwpos leukìs oÎk êin Šnjrwpos leukìs
oÎdeÈs Šnjrwpos leukìs êi tis Šnjrwpos leukìs,
eÈ tò leukòn Cen maÐnei. eÈ dè duoØn Cen înoma keØtai, èx Án m  âin én,
oÎ mÐa katˆfa s , oÙon eÒ tis jeØto înoma Émˆtion Ñppú kaÈ ‚njr¸pú, tò
2

êin Émˆtion lwukìn, aÕth oÎ mÐa katˆfa s oÎdè ‚pìfa s mÐa. oÎdèn gàr
diafèrei toÜto eÊpeØn h_ êin Ñppos kaÈ Šnjrwpos leukìs. toÜto dè oÎdèn
diafèrei toÜ eÊpeØn êin Ñppos leukìs kaÈ êin Šnjrwpos leukìs. eÊ oÞn
aÝtai pollà maÐnou kaÈ eÊË pollaÐ, d¨lon íti kaÈ ™ pr¸th ¢toi pollà _h
oÎdèn hmaÐnei; oÎ gˆr âin å tÈs Šnjrwpos Ñppos. ¹e oÎd> ân taÔtais
‚nˆgkh t˜n mèn ‚khj¨ t˜n dè yeud¨ eÚnai ‚ntÐfa n.

2
B. - Marcianus - acrescenta oÎdè ‚pìfa s mÐa - nem a negação.
Da Interpretação 13

Capı́tulo 8, 18a13 - 28
É una a afirmação e a negação que significa uma única coisa acerca de outra
coisa, ou de maneira universal sendo universal ou de modo diferente, por
exemplo:

Todo homem é branco Nem todo homem é branco


O homem é branco O homem não é branco
Nenhum homem é branco Algum homem é branco,

se branco significa uma única coisa. Do contrário, se há um único nome para
duas coisas que não constituem uma única coisa, não é una a afirmação; por
exemplo, se alguém atribui o nome “manto” a um cavalo e a um homem,
“o manto é branco” não seria una a afirmação, nem a negação, pois não se
diferencia em nada ao dizer: “o cavalo é branco” e “o homem é branco”. Se,
pois, estas significam várias coisas e são múltiplas, é evidente que também a
primeira significa, ou várias coisas, ou nada - pois nenhum homem é cavalo
- de modo que nessas [asserções] não é necessário que uma [das componentes
da] oposição seja verdadeira e a outra falsa.

Continua...

Capı́tulo 9 - Futuros contingentes

Capı́tulo 10 - Proposições afirmativas e negativas em pares

Capı́tulo 11 - Proposições que parecem simples mas são compostas

Capı́tulo 12 - Proposições afirmando ou negando o possı́vel

Capı́tulo 13 - Relações entre proposições possı́veis

Capı́tulo 14 - Sobre proposições contrárias de uma afirmação

Potrebbero piacerti anche