Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Aristóteles
2 Texto em grego
PERI ERMHNEIAS
Capı́tulo 1, 16a1 - 19
(1) PrÀton deØ jè
ai tÐ înoma kaÈ tÐ û¨ma, êpeita tÐ âin pìfa s kaÈ
katfa s kaÈ pìfan s kaÈ lìgos.
^Ei mèn oÞn tà ân t¬ fwn¬ tÀn ân t¬ yuq¬ (5) pajhmtwn ×mbola, kaÈ
tà gpafìmena tÀn ân t¬ fwn¬, kaÈ ¹er oÎdè grmmata pã tà aÎt, oÎdè
fwnaÈ aÉ aÎtaÐ; Án mèntoi taÜta meØa pr¸tws, taÎtà pã pajèmata t¨s
yuq¨s, kaÈ Ás taÜta åmoi¸mata, prgmata ¢dh ta>tá. perÈ mèn oÞn toÔtwn
eÒretai ân toØs perÈ yuq¨s; llhs gàr pragmateÐas.
(10) ^Ei d>, ¹er ân t¬ yuq¬ åtè mèn nìhma neu toÜ lhjeÔein h_
yeÔ-dejai, åtè dè ¢dh Å ngkh toÔtwn Íprqein jteron, oÕtw kaÈ ân t¬
fwn¬; perÈ gàr ×nje n kaÈ diaÐreÓn âi tò yeÜdos kaÈ tò lhjès. tà mèn
oÞn ænìmata aÎtà kaÈ tà û mata êoike tÄ neu njèws kaÈ diairèws
(15) no mati, oÙon tò njpwpos h_ tò leukìn, ítan m proej¬ ti; oÖte
gár yeÜdos oÖte lhjès pw. meØon d> âÈ toÜde; kaÈ gàr å tragèlafos
maÐnei mèn ti, oÖpw dè lhjès h_ yeÜdos, âàn m tò eÚnai h_ m eÚnai proej¬,
h_ plÀs h_ katà qrìnon.
Capı́tulo 2, 16a20 - 16b5
(20) ^Onoma mèn oÞn âÈ fwn mantik katà nj khn neu qrìnou,
©s mhdèn mèros âÈ mantikòn keqwri
ènon; ân gàr tÄ Kllipoos tò
Ñppos oÎdèn aÎtò kaj>áautò maÐnei, ºer ân tÄ lìgú tÄ kalòs Ñppos.
où mn oùd> ¹er ân toØs ploØs ænìma n, oÕtws êqei kaÈ án toØs (25)
mpeplegmènois; ân âkeÐnois mèn gàr tò mèros oÎdamÀs mantikìn, ân dè
toÔtois boÔletai mèn, ll> oÎdenòs keqwri
ènon, oÙon ân tÄ âpaktrokèlhs
tò kèlhs oÎdèn maÐnei kaj> áautì.
Da Interpretação 3
DA INTERPRETAÇÃO
Capı́tulo 1, 16a1 - 19
(1) Antes de tudo, é preciso estabelecer o que é o nome e o que é o verbo;
depois a negação, a afirmação, a declaração e o discurso.
A voz é sı́mbolo das afecções da alma (5) e a escrita da fala. E, como
as letras não são as mesmas para todos, os sons falados não são os mesmos.
Mas, aquilo de que essas coisas são sı́mbolos primordialmente, as afecções da
alma, são as mesmas para todos, e aquilo a que estas são semelhantes, as
coisas, também são as mesmas.
(10) Disto foi falado nos livros da alma, que corresponde a outro tratado.
E, como na alma há representações sem verdade ou falsidade, como também
[há as que] necessariamente pertence uma ou outra, o mesmo se diz da fala; de
fato, o verdadeiro e o falso consistem na composição e na divisão. Os nomes e
os verbos, por si mesmos, se assemelham à representação sem composição ou
sem divisão, (15) como “homem” ou “branco”, quando nada lhes juntamos,
não são nem verdadeiros, nem falsos. Um exemplo é o “bode-veado” que
significa alguma coisa, mas não é verdadeiro ou falso, se não lhe juntarmos
o ser ou o não ser, ou simplesmente ou com referência ao tempo.
Tò dé katà nt khn, íti fÔi tÀn ænomtwn oÎdèn âin, ll> ítan
gènhtai ×mbolon, âpeÈ dhloÜÓ gè ti kaÈ oÉ grmmatoi yìfoi, oÙon jhrÐwn,
Án oÎdèn âin înoma.
(30) Tò d> oÎk njrwpos oÎk înoma. où mn oÎdè keØtai înoma í ti
deØ kaleØn aÎtì; oÖte gàr lìgos oÖte pìfaÓs âin. ll> êw înoma
ìrion, íti åmoÐws âf> åtouoÜn Íprqei kaÈ întos kaÈ m întos.
(16b1) Tò dè FÐlwnos h_ FÐlwni kaÈ í toiaÜta, oÎk ænìmata llà
pt¸is ænìmatos. lìgos dè âin aÎtoÜ tà mèn lla katà tà aÎt; íti dè
metà toÜ êin hC ªn h_ êai oÎk lejeÔei h_ yeÔdetai, tò dè înoma eÐ; oÙon
FÐlwnìs âin h_ oÎk êin; (5) oÎdèn gr pw oÖte lhjeÔei oÖte yeÔdetai.
Capı́tulo 3, 16b6 - 17b25
<R¨ma dè âi tò prohmaØnon qrìno, oÝ mèros oÎdèn maÐnei qwrÐs, kaÈ
êin eÈ tÀn kaj> átèrou legomènwn meØon. lègw d> íti prohmaÐnei
qrìno, oÙon ÍgÐeia mèn înoma, tò dè ÍgiaÐnei û¨ma; prohmaÐnei gàr tò nÜn
Íprqein. (10) kaÈ eÈ tÀn kaj> átèrou legomènon meØìn âin, oÙon tÀn
kaj> Ípokeimènou h_ ân Ípokeimènú.
Tò dè oÎq ÔgiaÐnei kaÈ oÎ kmnei oÎ û¨ma lègw; prohmaÐnei mèn gàr
qrìnon kaÈ eÈ kat tinos Íprqei, t¬ dè diafor înoma oÎ keØtai; ll>
(15) êw ìrion û¨ma, íti åmoÐws âf> åtouoÜn Íprqei, kaÈ întos kaÈ
m întos.
<OmoÐws dè kaÈ ÍgÐanen h_ tò ÍgianeiØ oÎ û¨ma, llà ptÀ s û matos;
diafèrei dè toÜ û matos, íti tò mèn tòn parìnta prohmaÐnei qrìnon, tà
dè tò pèrix.
(20) AÎtà mèn oÞn kaj> áautà legìmena tà û mata ænìmatá âi kaÈ
maÐnei ti (Ñh gàr å lègwn tn dinoian, kaÈ å koÔs rèmhn),
ll> eÊ êin h_ m , oÖpw maÐnei; oÎdè gàr tò eÚnai h_ m eÚnai meØìn âi
toÜ prgmatos, oÎd> âàn tò o_n eÒpùs aÎtò kaj> átò yilìn. aÎtò mèn gàr
oÎden âi, prohmaÐnei dè ×njeÓn tina, h_n neu tÀn gkeimènon oÎk
êi no¨i.
Da Interpretação 5
Por convenção [quer dizer] que nenhum dos nomes o é por natureza, mas
só quando torna-se sı́mbolo; pois mesmo os sons inarticulados dos animais
indicam algo, mas nenhum deles é um nome.
(30) “Não-homem” não é um nome; nem sequer há um nome para chamá-
lo; não é discurso, nem negação; é apenas um nome indefinido, pois semel-
hantes a tudo, ao que existe bem como ao que não existe.
(16b1) “De Fı́lon” ou “para Fı́lon” e outras expressões deste tipo não são
nomes, são casos do nome. A definição destes casos é idêntica à do nome
salvo que, unidas a é, era ou será, não [dizem] verdade ou falsidade - ao
contrário do que ocorre sempre com o nome. Por exemplo, “é de Fı́lon” ou
“não é de Fı́lon” (5) nada [diz] de verdadeiro ou falso.
Capı́tulo 5, 17a9 - 24
O primeiro discurso declarativo uno é a afirmação, (10) o segundo é a negação.
Os demais têm unidade por conjunção.
Necessariamente, todo discurso declarativo terá um verbo ou caso do
verbo; e o discurso “homem”, se não acrescentarmos o ser, ou o será ou
o era, ou algo semelhante, não é discurso declarativo. Mas dizer porque
“animal terrestre bı́pede” é uma unidade e não várias - com efeito, não será
unidade porque se digam tudo junto - (15) corresponde a outro tratado.
O discurso declarativo uno é o que indica uma só coisa ou o que tem
unidade mediante conjunção; são múltiplos os que não indicam uma só coisa
ou não estão unidos por conjunção.
Dizemos que nomes e verbos são simples expressões, pois não é possı́vel
dizer que indicam algo como a fala de tal modo que sejam declarações, (20)
seja respondendo a alguém, seja por si mesmos.
Das [coisas] ditas anteriormente, uma é a declaração simples, por exemplo:
afirmar algo acerca de algo ou negar algo de algo; e a outra é composta
destas, por exemplo, um discurso já composto. O discurso declarativo uno
é fala significativa de algo que pertence ou não pertence a algo, segundo o
tempo.
8 Texto em grego
Capı́tulo 6, 17a25 - 38
Katfa s dè âin pìfanÓs tinos kat tinos. pìfa s dè âin pìfan-
Ós tinos pì tinos.
>EpeÈ dè êi kaÈ Íprqon pofaÐne
ai ±s m Íprqon kaÈ tò m Ípr-
qon ±s Íprqon kaÈ tò Íprqon ±s Íprqon kaÈ tò m Íprqon ±s (30)
m Íprqon, kaÈ perÈ toÌs âktòs dè toÜ nÜn qrìnous ±Ôtws, pan a_n
ândèqoito kaÈ oC katèfhë tis pof¨i kaÈ oC pèfhë tis kataf¨i. ¹e
d¨lou íti pá katafi âin pìfa s ntikeimènh kai p pofi
katáfa s. kaÈ êw ntÐfa s aÉ ntikeÐmenai. lègw dé ntikeØai (35)
tn toÜ aÎtoÜ katà toÜ aÎtoÜ, m åmwnÔmws dè, kaÈ í lla tÀn toioÔtwn
proiorizìmeja pròs tàs fiikàs ânoql is.
Capı́tulo 7, 17a39 - 18a11
>Epei d> âÈ tà mèn kajìlou tÀn pragmtwn tà (40) dè kaj> ékaon (lègw
dè kajìlou mèn oC âpÈ pleiìnwn pèfuke kathgoreØ
ai, kaj> ékaon (17b)
dè oC m , oÙon ntrwpos mèn tÀn kajìlou, KallÐas dè tÀn kaj> êkaon);
ngkh dè pofaÐne
ai ¸s Íprqei ti h_ m åtè mèn tÀn kajìlou tinÐ, åtè
dè tÀn kaj> ékaon. âàn mèn oÞn kajìlou pofaÐnhtai âpÈ toÜ kajìlou
îti Îprqein (5) ti h_ m , êntai ânantÐai aÉ pofnis. lègw dè âpÈ toÜ
kajìlou pofaÐne
ai kajìlou, oÚon pãs nhjrwpos leukìs, oÎdeÈs njr-
wpos leukìs. ítan dè âpÈ tÀn kajìlou mèn, mè kajìlou dè, aÝtai mèn oÎk
eÊËn ânantÐai, tà mèntoi dhloÔmena êin eÚnai ânantÐa potè. lègw dè tò m
kajìlou (10) pofaÐne
ai âpÈ tÀn kajìlou, oÙon êi leukòs njrwpos,
oÎk êi leukòs njrwpos; kajìlou gàr întos toÜ njrwpos oÎk ùs ka-
jìlou kèqrhtai t¬ pofni; tò gàr pãs oÎ tò kajìlou maÐnei ll> íti
kajìlou. âpÈ dè kathgoroumènon kajìlou kathgoreØn tò kajìlou oÎk êin
lhjès; oÎdemÐa gàr katfa s lhjs êai, ân toÜ (15) kathgoroumènon
kajìlou tò kajìlou kahgoreØtai, oÙon êi ps njrwpos pn zÄon.
>AntikeØ
ai mèn oÞn katfa n pofi lègw ntifatikÀs tn tò ka-
jìlou maÐnoun tÀ aÎtÀ íti ôÎ kajìlou, oÙon
pãs njrwpos leukìs oÎ pãs njrwpos leukìs,
Da Interpretação 9
Capı́tulo 6, 17a25 - 38
Uma afirmação é uma declaração de algo acerca de algo; uma negação é uma
declaração de algo separado de algo. E como é possı́vel declarar tanto que
algo pertence, como não pertencendo, e algo que não pertence, como perten-
cendo, e o que pertence como pertencendo, e o que não pertence como não
pertencendo, e também com relação ao tempo, cabe negar tudo o que se (30)
afirma e afirmar tudo o que se nega; assim é evidente que a toda afirmação se
opõe uma negação e a toda negação, uma afirmação. Chamemos contradição
(antikeimenê) a afirmação e a negação opostas (antiphasis); digo que se con-
tradiz (35) do mesmo acerca do mesmo, mas não de modo homônimo, nem
de outra maneira que distinguimos contra as distorções sofı́sticas.
Pois estas não podem ser simultaneamente verdadeiras, ainda que suas opostas
o possam em relação (25) à mesma coisa, por exemplo,
Mas todas aquelas sobre os universais (30) de modo não universal nem sempre
uma é verdadeira e a outra falsa; de fato, é verdadeiro dizer que homem é
branco e homem não é branco e homem é belo e homem não é belo; de fato,
se é feio não é belo e se chega a algo, ainda não o é. Poderia parecer (35)
à primeira vista absurdo, já que o homem não é branco parece significar
também que nenhum homem é branco; mas não significa esta última nem
por sua vez, nem necessariamente.
É óbvio que para uma afirmação singular, a negação é singular, pois é
necessário que a negação negue o mesmo que afirma a afirmação e sobre a
mesma coisa, (18a) seja algum dos singulares, seja algum dos universais, ou
como singular ou como universal, por exemplo:
Mas negar outra coisa ou o mesmo de outra coisa, não seria a oposta, mas
outra distinta daquela.
A afirmação “todo homem é branco” se opõe a (5) “nem todo homem é
branco” e a “algum homem é branco”, “nenhum homem é branco”, a “homem
é branco”, “homem não é branco”.
Fica dito que, a uma afirmação singular, se opõe contraditoriamente uma
negação singular e quais são estas, e que as contrárias são outras e quais são
estas (10) e que nem toda oposta é verdadeira ou falsa e porque, e quando é
verdadeira ou falsa.
12 Texto em grego
Capı́tulo 8, 18a13 - 28
MÐa dè âi katfa s kaÈ apìfa s Cen kaj> ánòs maÐnou, h_ kajìlou
întos kajìlou h_ m åmoÐws, oÙon
pãs njrwpos leukìs oÎk êi pãs njrwpos leukìs
êin njrwpos leukìs oÎk êin njrwpos leukìs
oÎdeÈs njrwpos leukìs êi tis njrwpos leukìs,
eÈ tò leukòn Cen maÐnei. eÈ dè duoØn Cen înoma keØtai, èx Án m âin én,
oÎ mÐa katfa s , oÙon eÒ tis jeØto înoma Émtion Ñppú kaÈ njr¸pú, tò
2
êin Émtion lwukìn, aÕth oÎ mÐa katfa s oÎdè pìfa s mÐa. oÎdèn gàr
diafèrei toÜto eÊpeØn h_ êin Ñppos kaÈ njrwpos leukìs. toÜto dè oÎdèn
diafèrei toÜ eÊpeØn êin Ñppos leukìs kaÈ êin njrwpos leukìs. eÊ oÞn
aÝtai pollà maÐnou kaÈ eÊË pollaÐ, d¨lon íti kaÈ pr¸th ¢toi pollà _h
oÎdèn hmaÐnei; oÎ gr âin å tÈs njrwpos Ñppos. ¹e oÎd> ân taÔtais
ngkh tn mèn khj¨ tn dè yeud¨ eÚnai ntÐfa n.
2
B. - Marcianus - acrescenta oÎdè pìfa s mÐa - nem a negação.
Da Interpretação 13
Capı́tulo 8, 18a13 - 28
É una a afirmação e a negação que significa uma única coisa acerca de outra
coisa, ou de maneira universal sendo universal ou de modo diferente, por
exemplo:
se branco significa uma única coisa. Do contrário, se há um único nome para
duas coisas que não constituem uma única coisa, não é una a afirmação; por
exemplo, se alguém atribui o nome “manto” a um cavalo e a um homem,
“o manto é branco” não seria una a afirmação, nem a negação, pois não se
diferencia em nada ao dizer: “o cavalo é branco” e “o homem é branco”. Se,
pois, estas significam várias coisas e são múltiplas, é evidente que também a
primeira significa, ou várias coisas, ou nada - pois nenhum homem é cavalo
- de modo que nessas [asserções] não é necessário que uma [das componentes
da] oposição seja verdadeira e a outra falsa.
Continua...