1. A folha de coca, em seu estado natural, tem uso cultural/ancestral
aparentemente inofensivo à saúde. Geralmente, é mascada ou utilizada em forma de chá. Por conter quantidades, ainda que pequenas, de cocaína em suas propriedades naturais, é constantemente associada ao narcotráfico, e essa imagem é muitas vezes reforçada pelo discurso midiático indiscriminado. 2. As folhas de coca são arrancadas e levadas para tendas onde são trituradas com o auxílio de um cortador de grama. Depois são reunidas com uma vassoura, e colocadas sobre um plástico, formando um pequeno monte. Sobre as folhas são jogadas então generosas porções de cimento. Pega-se então um galão com uma mistura de soda cáustica, amônia e gasolina, que é colocado em um regador para molhar as folhas de coca trituradas. Adicionam cal, depois continuam pisoteando a mistura. Após, toda aquela lama formada é colocada em um tonel, onde recebe mais alguns litros de gasolina pura e gasolina reutilizada. Deixam então a mistura descansar. São três processos de filtragem sucessivos. Depois de tantas filtragens, é adicionado mais amônia, provocando uma reação química com o líquido extraído de toda aquela mistura. Filtram então mais uma vez em um pano sujo, e pronto: pasta base de cocaína. 3. A coca é um dos estimulantes de origem natural mais antigos. Três mil anos a.C, os Incas mascavam folhas de coca nos Andes para que seus corações batessem a toda velocidade e para acelerar sua respiração contra os efeitos de viver no ar rarefeito da montanha. Os nativos peruanos só mascavam folhas de coca durante as cerimônias religiosas. Este tabu foi quebrado quando os soldados espanhóis invadiram o Peru em 1532. A cocaína foi sintetizada pela primeira vez em 1859 pelo químico alemão Albert Niemann. Somente a partir de 1880 é que começou a se tornar popular entre a comunidade médico. O psicanalista Sigmund Freud, que usava a droga em si próprio, foi o primeiro a promover amplamente a cocaína como um tônico para curar a depressão e a impotência sexual. 4. A partir de 1920, houve uma onda mundial de combate ao uso de determinadas drogas agravada no Brasil em 1932, no artigo 159 do Código Penal. 5. Em 1885 a companhia americana Park Davis vendia livremente cocaína em cigarros, pó ou liquido injetável. A cocaína foi popularizada como tratamento para a toxicodependência de morfina. 6. O ópio é retirado a partir do látex encontrado nas cápsulas que não atingiram a maturação. Ao se fazer cortes na cápsula da papoula, quando ainda verde, obtém- se um suco leitoso, o ópio (em grego, refere-se a suco), que contém cerca de 25 alcalóides - o mais importante deles é a morfina, presente em até 20% no ópio. O ópio ainda contém outras substâncias, como a codeína, e a heroína. 7. Para os asiáticos, fumar ópio faz parte de uma tradição milenar, mas ainda é uma raridade no Ocidente. A escassez da droga contribuiu para esse clima de mistério. Das cinco mil toneladas de ópio produzidas anualmente no mundo, 99% transformam-se no lucrativo mercado da heroína. Segundo as revistas Vanity Fair e Arena e um documentário produzido no Japão, é chique fumar ópio no Laos, onde uma pequena quantidade é vendida pela bagatela de US$ 20. Originário da Ásia Menor, o ópio foi levado ao sul da Ásia pela primeira vez, provavelmente, na Idade Média. 8. ? 9. Os opiláceos compreendem, para além do próprio ópio, uma série de substâncias derivadas como láudano, codeína, morfina, meperidina, metadona e heroína, obtidas por vários processos. 10. Em 1820, os ingleses haviam obtido a exclusividade das operações comerciais no porto de Cantão. Importador de seda, chá e porcelana, então em moda no continente europeu, a Inglaterra conhecia um grande déficit comercial em relação à China. Para compensar suas perdas, a Grã-Bretanha vendia ópio indiano para o Império do Meio (China). O governo de Beijing resolveu proibir a transação da droga. Isso levou Londres a declarar guerra à China. Consequência: a China foi obrigada a entregar 5 portos livres para o comércio britânico, além de conceder o território da ilha de Hong Kong. 11. Heroina e Ópio são proibidos em todos os países devido à sua tendência a conduzir à toxicodependência profunda.