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Campo da Região Norte do Rio Grande do Sul: Resistência e Emancipação Social e Humana
PADILHA, Leila1
VAZ PUPO, Marcelo2
1
Acadêmica do curso Educação do Campo, Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), Dom Pedrito, RS,
leilarodrigues.padilha@gmail.com
2
Professor do curso Educação do Campo - Licenciatura, Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), Dom
Pedrito, RS, marcelopupo@unipampa.edu.br
RESUMO
INTRODUÇÃO
Anais III SIFEDOC - Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS – Erechim, 29 a 31 de março de 2017.
ISSN: 2179-3624
Resumo expandido III Seminário Internacional de Educação do Campo e III Fórum de Educação do Campo
da Região Norte do Rio Grande do Sul: Resistência e Emancipação Social e Humana
METODOLOGIA
O presente trabalho caracteriza-se como um estudo de caso, tendo como foco um levantamen-
to histórico social e produtivo de três empresas localizadas no município de Dom Pedrito.
Este levantamento deu-se por meio de entrevistas, em conversa informal, aos representantes de
cada empresa, sendo elas: Cotrijuí (empresa que não contribuiu com entrevista), Engenho Coradini
( Representante legal: João Coradini) e C.Vale (Representante legal: Wilian Mezzomo), todas unidades
provenientes do próprio município.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Identificou-se que a empresa Cotrijuí referia-se a colônia de férias com o pensamento no bem
estar do funcionário e famílias, funcionava com a disponibilidade de viagens para divertimento em
parques, cidades turísticas, etc. A mesma chamava-se “Mãe Cotri”, contudo vários foram os fatores
que colaboraram para enfraquecer a estrutura dessa empresa, um dos entrevistados relata algumas situ-
ações como a falta de controle na produção artesanal, desta forma o que deveria render lucro acabava
por dar prejuízos. Isso remete a uma questão de auto-organização que já começava a dar sinal de fa-
lhas dentro do complexo. O que era considerada a maior cooperativa do Estado nos anos 80, começa a
ter uma queda significativa tendo 40% do patrimônio comprometido. A mãe Cotrijuí deixou uma co-
munidade inteira órfã de desenvolvimento econômico e sustentável e de valorização do produtor fami -
liar. Entretanto a história fica para servir de exemplo que a falta de organização autogestionária, profis-
sionalismo do grupo dirigente e comprometimento com o coletivo leva, mesmo uma cooperativa forte,
à falência.
A empresa Coradini nasceu em 1950 com a sociedade de dois irmãos, Carlos e Alcides Coradi-
ni, em Faxinal do Soturno, um trabalho totalmente coletivo, onde homens, mulheres e crianças traba-
lhavam para sobrevivência, tinham como foco principal a plantação de arroz e como meio de diversi -
ficar este trabalho a exploração de madeira. Os irmãos eram imigrantes, chegaram por Cachoeira, pas-
saram por Santa Maria e estabeleceram-se na quarta colônia, município de Faxinal do Soturno. Comer-
cializava o arroz nas regiões de colônia, por volta de 1965 e empresa fica mais forte abrindo filial em
Caçapava com vendas em Bagé e Dom Pedrito. Em meados de 1968 deixa a serralheria para dedicar-
se exclusivamente a plantação de arroz, nesta época surge uma possibilidade de compra de terra em
Dom Pedrito. Alcides fica em Faxinal e Carlos em Caçapava. Alcides se estabelece em Dom Pedrito
em 1970. As dificuldades para trabalhar eram significativas, o governo só fornecia a semente para o
plantio, diferente da realidade atual que contribui mais com fomentos de incentivo para o agricultor. O
total de funcionários é de 150 no engenho e no campo 100 funcionários, numa perspectiva mais em-
presarial, com um grupo que concebe e comanda a produção bem claro.
Já a empresa C. Vale instituída em Palotina (PR) constatou a falta de locais para armazena-
mento da produção no município, houve então a necessidade da formação de uma cooperativa, com
isso, cinco produtores tomaram a iniciativa de começar este empreendimento, a qual recebe primeira-
mente vinte e quatro associados. Vale ressaltar que todos os dirigentes entrevistados possuem forma -
ção superior, às dificuldades para o escoamento da safra e a ausência de crédito e assistência técnica
levaram este grupo de agricultores a fundar, em 7 de novembro de 1963, a Cooperativa Agrícola Mista
de Palotina Ltda (Campal). Em 1969 aconteceu o início efetivo das atividades da cooperativa com o
recebimento de trigo em armazém de um moinho de Palotina. Em 1970 teve início a construção do pri-
meiro armazém da cooperativa, que ficou pronto no início do ano seguinte.
O rápido crescimento da produção levou a Campal a iniciar a fase de estruturação física com a
construção de unidades para recebimento de cereais no município de Palotina. Com a divisão territori-
al da região oeste entre as cooperativas, a Campal expandiu-se para além das fronteiras de Palotina, o
que levou os associados a modificar a razão social da empresa, em 1974, para Cooperativa Agrícola
Mista Vale do Piquiri Ltda (Coopervale). Em 1981, a Coopervale passou a atuar no Mato Grosso e, em
1984, no estado de Santa Catarina.
No início dos anos 90, a Coopervale montou um Plano de Modernização ouvindo milhares de
associados, em trabalho coordenado por Alfredo Lang, que viria a assumir a presidência da cooperati-
Anais III SIFEDOC - Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS – Erechim, 29 a 31 de março de 2017.
ISSN:
Resumo expandido apresentado no III Seminário Internacional de Educação do Campo e III Fórum de Educação do
Campo da Região Norte do Rio Grande do Sul: Resistência e Emancipação Social e Humana
va em 1995. Naquele ano, a Coopervale começou a executar o plano para tornar a empresa mais com -
petitiva e iniciar o processo de agregação de valores aos produtos primários.
Era o início de uma nova era para a cooperativa. A largada desta etapa aconteceu em outubro
de 1997, quando foi inaugurado o complexo avícola C.Vale. Este projeto deu aos associados a oportu -
nidade de produzir frango em grande escala (em grande quantidade). Outro aspecto importante da ati-
vidade está na rastreabilidade da cadeia produtiva.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
LUKÁCS, G. Ontologia do Ser Social - Os Princípios Ontológicos Fundamentais de Marx. São Pau-
lo: Livraria Editora Ciências Humanas, 1979.
SAVIANI, Dermeval. Trabalho e educação: fundamentos ontológicos e históricos . Rev. Bras. Educ., Abr
2007, vol.12, no.34, p.152-165. ISSN 1413-2478
Anais III SIFEDOC - Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS – Erechim, 29 a 31 de março de 2017.
ISSN: 2179-3624