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EQUIPE TÉCNICA
Hélio Machado Pessoa Filho Carmem Pontual Angela Souza
Coordenador Geral Cláudio Queiroz Jan Bitoun
Eduardo Barbosa Lívia Miranda
Francisco Lopes Everton Barros Consultores Especialistas
Coordenador Executivo Fátima Coutinho
Francielle Araújo Cristina Cardoso
Daniel Andrade Lima Gabriela Medeiros Assistente de Coordenação
Coordenador do Apoio ao Germana Santiago
Gerenciamento Guilherme Guerra Equipe de Apoio
Jadilene Almeida (Técnicos e Auxiliares)
Gleidson Dantas João Gabriel Nascimento Cleane Silva
Coordenador do Mapeamento e Luis Augusto Campos Edna Tenório
do Gabinete de Geoinformação Marcos Abreu Inaldo Carneiro
Messias Filho Lucineide Ramos
Carolina Brito Nilvânia Souza Nilson Galindo
Coordenadora dos Estudos de Rafael Silva Rolison Ferreira
Concepção Preliminar Rafaela Vasconcellos Silvia Carla Gomes
Sofia Mahmood
Antônio Relvas Sergio Ribeiro Benoit Peeters
Coordenadora dos Projetos de Vera Chamie Tarciso Guimarães Jr
Saneamento Integrado Mapeamento das Áreas Críticas Programação Visual e Diagramação
(Equipe de Campo)
Adriana Rodrigues Paulo Maia
Bruno Carvalho Aline Chaves Fotos
Dário Alves Júnior Ana Borborema
Michely Tavares Arthur Melo Francisco Lopes
Elaboração do Sistema de Informações Bruna Alencar Revisão Final
Geográficas - SIG Catarina Vila Nova
(Equipe de Desenvolvimento) Edla Farias
Joyce Arruda
Abel Passos Marcelo Xavier
Aline Chagas Marcondes Marroquim
Amanda Martinez Gabinete de Geoinformação
Bárbara Garcia (Equipe de Geoprocessamento e
Análises Socioeconômicas)
CARTOGRAMAS, FIGURAS, GRÁFICOS, QUADROS E TABELAS
CARTOGRAMAS
Cartograma 2.1: ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 23
Cartograma 3.2: Mapa 3.1: Renda média do Responsável pelo Domicílio por setor censitário em Recife - 2010..................................................................................................................45
Cartograma 3.3: % de Domicílio Particular Permanente sem Pavimentação por setor censitário em Recife - 2010.......................................................................................................... 47
Cartograma 5.2: Recife – Pontos de Risco nas Áreas de Morros da Cidade do Recife.......................................................................................................................................................................81
FIGURAS
Figura 2.6: Gráfico de dispersão das CIS............................................................................................................................................................................................................................................................. 32
GRÁFICOS
Gráfico 3.1: Densidade demográfica das capitais do Brasil..........................................................................................................................................................................................................................36
Gráfico 3.3: Taxa de analfabetismo 18 anos ou mais por capitais brasileiras - 2010......................................................................................................................................................................... 37
Gráfico 3.4: % de 18 anos ou mais com ensino fundamental completo por capitais brasileiras – 2000 e 2010................................................................................................................... 37
Gráfico 3.5: Esperança de vida ao nascer das capitais brasileiras – 2000 e 2010..............................................................................................................................................................................38
Gráfico 3.7: Renda domiciliar per capita capitais brasileiras – 2000 e 2010.........................................................................................................................................................................................39
QUADROS
Quadro 5.2: Exemplos de Comunidades por índice menor, intermediário e maior de precariedade.......................................................................................................................................... 98
Quadro 5.3: Exemplos de Comunidades por melhor, regular e mais precária situação encontrada.......................................................................................................................................... 99
TABELAS
Tabela 3.1: Tabela 3.1: IDEB observado em 2007, 2009 e 2011 para Pernambuco e capitais do Nordeste................................................................................................................................ 37
Tabela 3.2: Percentual da renda total apropriada pelos 80% da população com menor renda domiciliar per capita em 1991, 2000 e 2010.........................................................39
Tabela 3.4: PIB 2007-2011 a preços correntes e PIB per capita 2011........................................................................................................................................................................................................ 42
3. Recife em Números
3.2 Desenvolvimento................................................................................................................................................................................................................................ 37
3.2.1. Educação.................................................................................................................................................................................................................................... 37
3.2.4. DH..................................................................................................................................................................................................................................................41
5.3.1. Pavimentação.......................................................................................................................................................................................................................... 88
5.3.2. Iluminação................................................................................................................................................................................................................................ 94
Esse projeto desvendou as condições de infraestrutura e serviços públicos de 2.573 micros áreas do Recife. Esse mape-
amento irá traçar prioridades para combater a pobreza na nossa cidade, em sua forma mais visível, através da oferta
de infraestrutura e serviços urbanos. Mais de 30% do nosso território está submetido à pobreza.
Há muito tempo a municipalidade padecia de um planejamento de longo prazo, e com esse trabalho podemos avaliar
quantos anos serão necessários para enfrentar estas dificuldades.
O estudo vai resultar em um censo completo das famílias residentes nas áreas de interesse social e apontar as condições de
moradia, saneamento, coleta de lixo, iluminação, abastecimento de água, drenagem, além da presença ou não de equipa-
mentos públicos municipais (área de lazer, posto de saúde, escola, creche e outros). Com essas informações sistematizadas
iremos priorizar os investimentos sociais da gestão até dezembro de 2016.
O projeto foi dividido em quatro etapas: mapeamento das áreas de baixa renda; cadastramento censitário das áreas
críticas de interesse social; estudos de concepção urbanística das áreas críticas e elaboração de um projeto de sanea-
mento integrado.
Essa primeira etapa, que tem no Atlas sua principal entrega, construiu um banco de dados dos aspectos físicos territoriais,
como esgotamento sanitário, abastecimento de água, drenagem, acessibilidade, padrão construtivo, índice de pavimentação
e iluminação pública, além dos aspectos socioeconômicos das comunidades de interesse social.
Esses dados serão utilizados por todas as pastas municipais, é deverá ser atualizado de forma permanente. Sem dúvida
é um trabalho estruturante.
Outra ferramenta construída nessa primeira etapa é a matriz de criticidade das comunidades de interesse social, onde cada
problema de infraestrutura e serviços urbanos corresponde a um peso.
Esses pesos são agrupados por índice de criticidade e de facilidade de intervenção. Com essa ferramenta vamos poder
analisar não só a criticidade, mas, também os fatores, que facilitam a intervenção, e dessa forma priorizar as ações ao
longo do tempo. Esse é um legado que iremos deixar para o planejamento municipal.
Vale destacar que a conclusão do Atlas é apenas um passo. A segunda fase consiste em fazer o cadastramento das
famílias das áreas que foram consideradas críticas. Concluído o cadastramento, a terceira etapa de estudos de con-
cepção urbanística irá corrigir a situação identificada em campo, sempre respeitando a especificidade do problema
dos moradores.
Por último, a quarta fase do projeto será a implantação dos Projetos de Saneamento Integrado – PSI. Nessa fase serão
elaborados projetos mais eficientes nas áreas de esgotamento sanitário e abastecimento de água, implantação de sistemas
viários e de acessibilidade, contenção de encostas e recuperação de áreas. As intervenções contemplarão ainda, projetos
paisagísticos de praças e equipamentos urbanos e a construção de conjuntos habitacionais.
Este trabalho é um dos focos principais dessa gestão. Sabemos que a cidade do Recife ainda carrega muita pobreza e
vamos estabelecer uma metodologia voltada para os resultados. Conhecer o problema; planejar a solução; intervir de
forma integrada e monitorar as ações é o lema de todos que fazemos a SANEAR. Para essa gestão tornar a cidade um
lugar melhor para todos é mais que um pré-requisito legal estabelecido pelo Estatuto das Cidades, é uma obrigação de
todos nós que trabalhamos na Prefeitura do Recife.
Infraestruturas Públicas
espaço privado domiciliar. considerando-as como responsáveis
das baixas condições sanitárias da
Levantar em campo o estado dessas cidade, contribuindo a estigmatizar
22
GUABIRABA
PAU
FERRO
PASSARINHO
BREJO DA
GUABIRABA
BREJO DE
BEBERIBE
DOIS
UNIDOS
NOVA
DESCOBERTA
BEBERIBE
DOIS
CORREGO DO PORTO DA
IRMAOS
JENIPAPO MADEIRA
LINHA
DO TIRO
VASCO CAJUEIRO
MANGABEIRA ARRUDA
CASA
AMARELA
CAXANGA
MONTEIRO PONTO DE CAMPO
PARADA GRANDE
TAMARINEIRA
ROSARINHO
HIPODROMO
CASA
FORTE PARNAMIRIM
POCO ENCRUZILHADA
IPUTINGA
JAQUEIRA
ESPINHEIRO
TORRE
GRACAS
VARZEA SANTO
AMARO
CORDEIRO
CIDADE
UNIVERSITARIA
RECIFE
ZUMBI MADALENA
DERBY
ENGENHO
DO MEIO SOLEDADE
PRADO BOA
VISTA
PAISSANDU SANTO
TORROES ILHA DO ANTONIO
RETIRO ILHA DO
BONGI LEITE
COELHOS
SAN
MARTIN ILHA JOANA
BEZERRA
MUSTARDINHA
CURADO
SAO JOSE
MANGUEIRA
AFOGADOS
BRASILIA
CABANGA TEIMOSA
JARDIM
TOTO SAO PAULO ESTANCIA
SANCHO
COQUEIRAL
JIQUIA
TEJIPIO
AREIAS
PINA
CACOTE
BARRO
IMBIRIBEIRA
Legenda IPSEP
Histórico de Ocupação
Ano
Cadastro Geral 1978 IBURA
COHAB
Convenções
Bairros Modelo digital de Terreno
Quadras Variação em metros (m)
High : 118
Corpos d'água
Low : 0
2 1 0 2 Km
1978-1983 Ocorreram na RMR mais de 80 invasões, distintas localidades que habitavam no interior de
um mesmo assentamento pré-identificado. Disso
envolvendo cerca de 150 mil pessoas (Pesquisa resulta um acréscimo significativo do número de
assentamentos, em relação ao cadastro anterior,
da FUNDAJ; FALCÃO NETO, J.,1984). decorrente não somente do número de novas ocu-
1987-1989 A COHAB-PE registramais de 200 pações no período, que ampliam em 87% a área
anteriormente ocupada pelos assentamentos
invasões na RMR, envolvendo cerca de 80 mil de baixa renda (17,7 km2, em 1978, para 33,1 km2,
pessoas, concentrando-se dois terços destas em 1988), mas também da subdivisão de alguns
assentamentos, a exemplo dos “Morros de Casa
no município Amarela” – registrado como um assentamento
do Recife (SOUZA, M.A., 1991). no cadastro de 1978, que foi subdividido em 101
comunidades no cadastro de 1988 – Alto José do
Pinho, Córrego do Euclides, Morro da Conceição,
1988-1991 Cadastros dos Assentamentos Vasco da Gama, etc.
Figura 2.3: Figura 6. Organograma da etapa 1 do Figura 2.4: Organograma da etapa 2do levantamento de campodas CIS
levantamento de campo das CIS.
iii. Pós – Ida à Campo
IMPACTO
NÍVEL DE
VARIÁVEL DESCRIÇÃO ORIGEM DA INFORMAÇÃO
Abastecimento de Água Forma (canalizada ou não canalizada) e frequência do abastecimento de água Levantamento de Campo
Esgotamento Sanitário Existência de infra estrutura de coleta de esgoto e destinação dos resíduos. Levantamento de Campo
Discriminante
Pavimentação (Vias ou Escadas) Existência e condições de pavimentação das vias e escadarias Levantamento de Campo
Acesso a Transporte Público Disponibilidade (quantidade de linhas) de ônibus num raio de 400m Escritório Geoprocessamento
Coleta de Lixo Forma e frequência da coleta de lixo e destino dos resíduos não coletados Levantamento de Campo
Condição em Terreno de Marinha Percentual da área mapeada contida em terrenos de marinha Escritório Geoprocessamento
Discriminante
Áreas Aedificandi - Infraestrutura Percentual da área mapeada não contida nas faixas de domínio legal de linhas
Escritório Geoprocessamento
Pública de transmissão, rodovias e ferrovias
Suplementar
Áreas Aedificandi - Fatores Percentual da área mapeada não contida na faixa de domínio legal de cursos
Escritório Geoprocessamento
naturais d’água e/ou com declividade inferior a 45o
Etapa 2: Cálculo dos índices de precariedade e de final para avaliação e apoio na tomada de decisão, seguida calcular os índices gerais de precariedade
facilidade de intervenção, para cada UC e com o objetivo de preservação do máximo de e de facilidade de intervenção, para cada Unidade
detalhamento possível dos níveis de precariedade de Coleta, conforme sequência de procedimentos
Com base no conceito da análise de multicrité-
e de facilidade de intervenção, optou-se por cal- indicados a seguir:
rios, no qual diversas variáveis são relacionadas
e ponderadas com o objetivo de gerar um índice cular índices específicos para cada variável e em • Atribuição de pesos aos parâmetros coletados
em campo e produzidos pelo geoprocessa- • Agregação dos índices de precariedade e de
mento, em função do seu impacto provocado facilidade de intervenção das UC, de modo
na respectiva variável; a comporem os índices para cada CIS.
• Cálculo dos índices específicos de cada variável, Para facilitar a análise e apoiar a tomada de deci-
com base nos pesos dos parâmetros associados; são em relação a futuras intervenções, foi calculado
um índice composto para cada CIS, correlacionan-
• Atribuição de pesos relativos entre as variáveis
do o nível de precariedade ao nível de facilidade
de cada natureza, considerando-se o grau de
de intervenção, bem como foi elaborado um grá-
importância da variável na composição do
fico de dispersão com as 543 comunidades, cujos
índice de precariedade ou de facilidade de in-
eixos são o Índice de Precariedade e o Índice de
tervenção, bem como o nível de confiabilidade
Facilidade de Intervenção, conforme apresentado
dos parâmetros coletados ou produzidos;
na Figura 13.
• Cálculo dos índices de precariedade e de fa-
Etapa 4: Elaboração dos mapas temáticos
cilidade de intervenção para cada UC, através
da ponderação das respectivas variáveis, em A matriz multicritérios resultou em mapas temá-
função dos pesos associados. ticos que compõem o capítulo 4 deste Atlas, que
apresenta a tipologia das comunidades de interes-
Etapa 3: Cálculo dos índices de precariedade e de
se social por temas relacionados às infraestruturas
facilidade de intervenção, para cada CIS
públicas. Após a caracterização do tamanho do
Com o objetivo de consolidar as informações por desafio, ao mensurar a área e estimar a população
Comunidade de Interesse Social, foram calculados das CIS no território da cidade, os mapas temáticos
índices agregados para cada variável e índices apresentam, em sequência, com base nas infor-
agregados gerais de precariedade e de facilidade mações da matriz multicritérios: os patamares de
de intervenção. Neste procedimento, os índices precariedade das CIS, explicitando a condição de
de cada UC foram ponderados em função da área existência ou de qualidade das infraestruturas de
territorial para em seguida serem agregados e saneamento, de infraestruturas urbanísticas e de
comporem os índices de cada CIS. Cada UC cor- algumas infraestruturas sociais; e, os patamares
respondeu a um “pixel” espacial, que foi agregado de facilidade de intervenção nas CIS, destacando
para a composição das informações de cada CIS, alguns aspectos dessas comunidades, tais como
32
conforme sequência dos passos a seguir: a sua institucionalização como Zona Especial de
• Cálculo do peso de cada UC em sua res- Interesse Social (ZEIS), ou a proximidade de equi-
pectiva CIS com base na área territorial pamentos sociais de educação e saúde.
(Área da UC / Área da CIS);
0,0
Recife Salvador Aracaju Maceió João Natal Fortaleza Teresina São Luís
Recife, que possui uma
36 Pessoa
Gráfico 3.1: Densidade demográfica das capitais do Brasil
área de 218,435 km²,
Fonte: Censo 2010, IBGE. Elaboração: Engeconsult 2014.
apresenta a quarta
maior densidade
8000
demográfica do país,
7000
com exatos
6000
7.039,64 hab-km²
5000
A posição ocupada por Recife em nível nacional
4000 merece destaque por superar três importantes
capitais: Rio de Janeiro (5.265,82 hab/km²), Curi-
3000 tiba (4.027,04 hab/km²) e Porto Alegre (2.837,53
hab/km²). Quando a referência passa ser a re-
2000 gião Nordeste, a importância da capital pernam-
bucana aumenta significativamente. Superada
1000 apenas pela já mencionada Fortaleza, Recife
é aproximadamente (30%) mais densa que a
0 terceira colocada Natal (4.805,24 hab/km²) e 12
Porto Velho
Rio Branco
Boa Vista
Macapá
Palmas
Manaus
Belém
Campo Grande
Cuiabá
Brasília
Goiânia
Florianópolis
Porto Alegre
Curitiba
Vitória
Rio de Janeiro
Belo Horizonte
São Paulo
São Luís
Maceió
Aracaju
João Pessoa
Salvador
Natal
Recife
Fortaleza
Teresina
Macapá (AP)
Manaus (AM)
Belém (PA)
Maceió (AL)
Teresina (PI)
Fortaleza (CE)
Natal (RN)
Recife (PE)
Aracaju (SE)
Salvador (BA)
Cuiabá (MT)
Goiânia (GO)
Brasília (DF)
Curitiba (PR)
Florianópolis (SC)
Vitória (ES)
70
60
50
40
30
20
10
0
Rio Branco (AC)
Macapá (AP)
Belém (PA)
Manaus (AM)
Palmas (TO)
Maceió (AL)
Teresina (PI)
Aracaju (SE)
Fortaleza (CE)
Recife (PE)
Gráfico 3.5: Esperança de vida ao nascer das capitais brasileiras – 2000 e 2010.
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, PNUD. Elaboração: Engeconsult 2014.
e Natal (3,9). A melhor média registrada nesse 3.2.2 Longevidade e Saúde No gráfico 3.5 estão dispostas as expectativas de
intervalo pertence a Teresina, com 5. Quando vida média das capitais brasileiras (agrupadas nas
38 A taxa de esperança de vida ao nascer ou ex-
a análise é realizada a partir dos anos finais suas respectivas macrorregiões) e do país. Com uma
pectativa de vida configura-se um importante
do ensino fundamental (6º ao 9º ano) Recife média de 74,50 anos, registrada em 2010, Recife ele-
indicador social, pois, entre outros aspectos,
registra uma média menor que a estadual: 3,1 vou sua expectativa de vida, que era de 68,62 anos,
fornece indícios a respeito das condições de vida
e 3,2, respectivamente. Na região, ocupa uma em 2000, melhorando, também, sua situação num
da população. É através da utilização da taxa
hipotética 5º posição, a frente de Maceió (2,4), hipotético ranking nacional, subindo da vigésima
que também é realizado o cálculo previdenciário,
Aracaju (3), Salvador (2,7) e Natal (3). São Luís primeira (21ª) para décima sétima (17ª) colocação.
além da elaboração de políticas públicas volta-
e Teresina apresentam as melhores médias, am- Em 2000 a expectativa de vida ficou muito próxima
das às necessidades da população no presente
bas com 3,9. das médias nacional (68,61 anos) e estadual (67,32
e no futuro.
anos). Em 2010 continuou próxima da média bra-
Mortalidade infantil (2000)
sileira (73,94 anos) e distanciou-se um pouco da
50 Mortalidade infantil (2010) média de Pernambuco (72,32 anos). Apresentando
as maiores expectativas de vida nos períodos men-
40 cionados estão Florianópolis, com 74,35 anos, em
2000, e Brasília, com 77,35 anos, em 2010.
30 Entre as capitais nordestinas Recife salta do sétimo
lugar (7º), em 2000, para o quarto (4º), em 2010.
20 Neste período, apresentavam as maiores expec-
tativas de vida Natal, com 70,11 anos, em 2000, e
Salvador, com 75,10 anos, em 2010.
10
A taxa de mortalidade infantil é mais um indica-
0 dor que ajuda a conhecer e avaliar as condições
Brasil
Macapá (AP)
Manaus (AM)
Palmas (TO)
Belém (PA)
Natal (RN)
Salvador (BA)
Recife (PE)
Aracaju (SE)
Fortaleza (CE)
Teresina (PI)
Maceió (AL)
Goiânia (GO)
Brasília (DF)
Cuiabá (MT)
Florianópolis (SC)
Curitiba (PR)
Vitória (ES)
1500
1000
500
Brasil
Macapá (AP)
Manaus (AM)
Belém (PA)
Palmas (TO)
Teresina (PI)
Maceió (AL)
Fortaleza (CE)
Natal (RN)
Salvador (BA)
Aracaju (SE)
Recife (PE)
Cuiabá (MT)
Goiânia (GO)
Brasília (DF)
Curitiba (PR)
Florianópolis (SC)
Vitória (ES)
Gráfico 3.7: Renda domiciliar per capita capitais brasileiras – 2000 e 2010.
Fonte: Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, PNUD. Elaboração: Engeconsult 2014.
a renda per capita em Recife era de 778,39 R$, as- 80% mais pobres
cendendo para 1144,26 R$, em 2010. Porto Alegre 1991 2000 2010
em 2000, com 1399,50 R$, e Vitória em 2010, com Recife (PE) 28,65 28,24 27,47
1866,58 R$, aparecem como as capitais com as
Salvador (BA) 30,8 31,06 32,46
maiores rendas por habitante, enquanto Teresina
Maceió (AL) 33,26 28,85 32,56
com 498,40 R$, em 2000, e Macapá com 717,88
Brasília (DF) 34,04 32,41 32,8
No gráfico 3.6 encontram-se as taxas de mortali- R$, em 2010, apresentam as menores rendas in-
São Paulo (SP) 39,12 34,85 32,81
dade infantil das capitais brasileiras, agrupadas por dividuais. Nos dois períodos a renda per capita de
suas respectivas macrorregiões, e a média nacional,
Rio de Janeiro (RJ) 35,38 35,15 33,03 39
Recife esteve acima das médias nacional (592,46
nos anos de 2000 e 2010. Numa primeira observa- Fortaleza (CE) 30,66 30,61 33,4
R$ em 2000, e 793,87 R$ em 2010) e estadual
ção nota-se que Recife registrou um decréscimo João Pessoa (PB) 33,18 33,77 33,45
(367,31 R$ em 2000, e 525,64 R$ em 2010). No
significativo entre o número de recém-nascimento Aracaju (SE) 34 32,75 33,53
contexto regional Recife apresenta os maiores
mortos no primeiro ano de vida: se em 2000 esse Belém (PA) 34,78 31,79 33,53
valores nos dois períodos pesquisados.
número foi de 29,78, diminuiu para 15,56, em 2010. Natal (RN) 35,01 31,62 33,83
Em verdade, todas as capitais registraram uma Se a renda per capita elevou-se, a desigualdade na
Teresina (PI) 32,04 30,7 33,91
diminuição entre os períodos considerados, assim cidade, não. A tabela 3.2 apresenta o percentual
São Luís (MA) 34,9 30,45 33,91
como a média nacional (30,57 em 2000, e 16,70 em de renda apropriada pelos 80% mais pobres, e
Manaus (AM) 39,5 33,43 34,65
2010). Em Pernambuco os números foram de 47,31 um olhar mais atento identificará a forte con-
Belo Horizonte (MG) 35,03 34,28 35
em 2000, e 20,43 em 2010. No ano 2000, Recife centração de renda que perdura na cidade. Em
Porto Alegre (RS) 39,62 36,41 35,69
ocupava um hipotético nono lugar (9º) nacional- 2000, Recife aparece como a capital brasileira
Rio Branco (AC) 35,51 34,28 35,96
mente, melhorando sua posição em 2010, quando onde há a maior concentração de renda: os 80%
Vitória (ES) 38,51 36,84 36,51
passou a ocupar o décimo lugar (10º). Contudo, mais pobre apropriavam-se de apenas 28,24% da
Brasil 32,79 32,44 36,6
mesmo evoluindo, ficou relativamente distante renda total da cidade. Em 2010 o resultado é ainda
das capitais que registraram os menores números: Cuiabá (MT) 35,76 32,04 36,63
mais preocupante (é ainda pior): o percentual de
Porto Alegre em 2000, com 16,04, e Florianópolis renda apropriada diminui para 27,47%, e Recife Goiânia (GO) 37,59 34,58 36,94
em 2010, com 10,81. Os números mais negativos permanece como a capital onde mais se concentra Palmas (TO) 30,64 32,34 37,17
foram registrados em Maceió (43,69 em 2000, a renda. Florianópolis registra os maiores percen- Macapá (AP) 40,24 35,6 37,22
22,02 em 2010). tuais: 39,95% em 2000, e 41,33% em 2010. Os Boa Vista (RR) 39,3 39,19 37,58
No Nordeste, Recife aparece entre as capitais números de Recife superam, também, as médias Campo Grande (MS) 36,37 34,59 38,25
com menores registros, estando a sua frente São nacional (32,44% em 2000, 36,60% em 2010) e Curitiba (PR) 40,26 36,84 39,36
Luís (27,44), em 2000, e Salvador (14,92) e Natal estadual (30,21% em 2000, 33,82% em 2010). Porto Velho (RO) 37,73 35,22 39,7
(14,35), em 2010. No Nordeste, Recife mantém uma distância signi- Florianópolis (SC) 41,07 39,95 41,33
ficativa até mesmo para a segunda capital onde Tabela 3.2: Percentual da renda total apropriada
3.2.3 Renda e Pobreza registra-se a maior concentração, a saber, Salvador, pelos 80% da população com menor renda domiciliar
per capita em 1991, 2000 e 2010
Outro aspecto que Recife registrou evolução nos com 32,46%, em 2010 - esse posto, em 2000,
Fonte: Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil 2013.
últimos dez anos foi na renda per capita. Em 2000, estava ocupado por Maceió, com 28,85%. Elaboração: Engeconsult 2014.
3.2.4 DH 1,0 IDHM (2000)
Maceió (AL)
Brasil
Macapá (AP)
Manaus (AM)
Belém (PA)
Teresina (PI)
Fortaleza (CE)
Salvador (BA)
Natal (RN)
Aracaju (SE)
Recife (PE)
Cuiabá (MT)
Palmas (TO)
Goiânia (GO)
Curitiba (PR)
Brasília (DF)
Vitória (ES)
Florianópolis (SC)
evolução no seu IDH, registrando, em 2010, 0,772,
mantendo-se na mesma colocação. Florianópolis
registrou os melhores índices nos dois períodos:
0,766, em 2000, e 0,847, em 2010. Maceió, em Gráfico 3.8: IDHM capitais brasileiras – 2000 e 2010.
contrapartida, anotou os piores: 0,584, em 2000, Fonte: Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, PNUD. Elaboração: Engeconsult 2014.
e 0,721, em 2010.
Recife apresenta os melhores índices quando a Finanças Públicas Ano Município RD Estado
referência são as capitais da região Nordeste. Em
2000, Recife aparece com o segundo melhor índice, Receita orçamentária (R$ mil) 2012 3.457.198 6.637.562 14.172.690
superado apenas por Natal (0,664). Já em 2010
Receita corrente (R$ mil) 2012 3.437.914 6.715.607 14.222.237
tem o melhor índice entre as capitais nordestina.
Supera também, as médias nacional (0,612, em Receita tributária sobre a receita corrente (%) 2012 31,49 24,06 14,58
2000, e 0,727, em 2010) e estadual (0,544, em
2000, e 0,673, em 2010). Receita de transferências correntes 41
2012 54,06 63,38 75,69
sobre a receita corrente (%)
3.3 Breve caracterização Despesa total (R$ mil) 2012 3.171.792 6.264.495 14.080.921
Econômica de Recife
Despesas em educação (%) 2012 17,96 21,74 30,44
Conforme mencionado ao longo desse capítulo,
Recife é uma cidade com diversas variáveis que Despesas em saúde (%) 2012 22,17 22,78 21,67
sugerem um dinamismo urbano avançado, envolto
por indicadores insuficientes de desenvolvimento. Tabela 3.3: Finanças Públicas Municipais
Fonte: Fonte: Condepe/Fidem. Elaboração: Engeconsult 2014.
Dada a configuração do território da capital per-
nambucana, é interessante, também, trazer ao
estudo uma breve caracterização de sua economia, e Naval em Suape, dentre outros. Recife é uma 3.4 Uma cidade desigual
dito de outra forma, obter o retrato e comporta- cidade cujas atividades econômicas têm grande
mento do motor que impulsiona ou, no mínimo, Consoante citado anteriormente, Recife é um
foco no setor de serviços.
acelera a demanda urbana e social do município. município cuja concentração de renda perdura e
Apesar do potencial para o desenvolvimento exis é uma das mais fortes do Brasil. Esta seção traz
O Recife apresentou em 2011, aproximadamente, tente na capital pernambucana, Recife não vem uma análise espacial sobre essa discrepância.
um PIB nominal de 33 bilhões de reais e PIB nomi- apresentando forte dinamismo econômico, nem As variáveis aqui utilizadas, a fim de mostrar essa
nal per capita de 21.435 reais, o qual é o maior entre melhorias sociais suficientes, é uma cidade pobre desigualdade foram renda média do responsável
as capitais nordestinas. São Luís figura em segun- com grande concentração de renda. pelo domicílio e pavimentação do entorno dos
do lugar, sendo seu PIB per capita de 20.243. Em
No que diz respeito às finanças municipais, Reci- domicílios no nível dos setores censitários com
relação a sua composição, dois terços do PIB são
fe no ano de 2012 apresentou os números acima os dados do Censo IBGE, 2010.
provenientes de comércio e serviços. No mesmo
ano, a Região Metropolitana do Recife atingiu um demonstrados na tabela 3.4. Sua despesa com No que diz respeito à distribuição espacial da renda
PIB nominal de 67 bilhões de reais, o que corres- educação é aproximadamente 18% da sua despesa do responsável pelo domicílio na capital pernam-
ponde a dois terços do PIB total de Pernambuco, total, diferentemente da região metropolitana, a bucana, é possível observar no Cartograma 3.1 o
a mesma apresenta em seu território importantes qual apresenta gasto em torno de 22%. Quanto às quão dispare é essa variável. Basicamente, Recife
polos econômicos, por exemplo o Polo Digital e despesas com saúde, Recife mostra um percentual apresenta dois pontos destaques por alta renda do
médico em Recife, o Polo Farmacoquímico e Au- sobre a despesa total similar ao encontrado tanto na Responsável, sendo eles parte da RPA 3 (Casa Forte,
tomobilístico (em formação) em Goiana, Industrial sua região de desenvolvimento, quanto no estado. Parnamirim, Jaqueira, Graças, Aflitos e Espinheiro)
Produto Interno Bruto
Brasil,
Pernambuco e Per capita
A preços correntes (1 000 R$)
capitais do NE (R$)
2007 2008 2009 2010 2011 2011
Brasil 2 661 344 525 3 032 203 490 3 239 404 053 3 770 084 872 4 143 013 337 21 535
Pernambuco 62 255 687 70 440 859 78 428 308 95 186 714 104 393 980 11 776
42 Recife 20 689 607 22 470 886 24 720 436 30 176 875 33 149 385 21 435
Salvador 26 772 417 29 393 081 33 131 342 36 480 991 38 819 520 14 411
Fortaleza 24 476 378 28 769 259 31 373 473 37 130 892 42 010 111 16 963
Aracaju 6 268 972 6 759 420 7 104 252 8 748 078 9 222 818 15 913
São Luís 12 272 006 14 720 891 15 323 512 17 908 974 20 798 001 20 243
Maceió 8 510 435 9 125 210 10 257 022 12 098 885 13 743 391 14 572
Natal 8 020 993 8 858 669 10 362 496 11 532 080 12 266 519 15 129
Teresina 6 536 373 7 505 653 8 688 475 10 530 316 11 403 516 13 866
João Pessoa 6 759 232 7 658 165 8 628 421 9 790 347 10 107 596 13 786
Tabela 3.4: PIB 2007-2011 a preços correntes e PIB per capita 2011.
Fonte: IBGE. Elaboração: Engeconsult 2014.
e um bairro da RPA 6 (Boa viagem). Tais bairros censitários. Os setores em branco correspondem no seu entorno é baixo, contrasta com a situação do
apresentam em sua abrangência a renda do res- àqueles cuja informação não está disponível no interior da RPA, onde encontram-se os bairros do
ponsável do domicílio acima de 10 salários mínimos. IBGE, fato possivelmente justificado porque a in- Ibura, da Cohab, e do Jordão, por exemplo. Nesses
Em oposição, apesar da RP3 ter as maiores rendas, formação do Entorno do Domicílio é uma inovação bairros os percentuais variam entre 25 e 50% de
essa mesma RPA apresenta, também, os valores do Censo 2010. Com a sua leitura é possível inferir domicílios sem pavimentação no entorno.
mais baixos, isto é, média de até um salário mínimo certa representatividade acerca da situação da No centro do município, no espaço que abarca três
para a renda do responsável pelo domicílio. Alguns cidade no tocante à infraestrutura, sendo neces- RPA’s (3, 4 e 5) a situação é heterogênea. Encon-
desses bairros são Guabiraba, Passarinho, Brejo da sário, todavia, um trabalho de campo, a fim de ter tram-se bairros onde a incidência de domicílios
Guabiraba e Macaxeira. O mapa sugere, em geral, um olhar mais acurado sobre a realidade, tal qual sem pavimentação no seu entorno é baixo, como
forte concentração de rendimentos em um grande foi realizado para esse Atlas. Parnamirim, Casa Forte e Casa Amarela, outros
bairro da região Sul e alguns da Zona Norte, sendo onde 25 a 50% dos domicílios não possuem pa-
Destaca-se, de imediato, a grande mancha (em
o complemento de Recife, mais de 80%, formado vimentação, como o bairro da Iputinga, e ainda os
verde escuro) no extremo Norte do município,
por setores censitários com renda de menos de 3 que possuem os maiores percentuais, entre 50 e
mais especificamente na RPA 3. O tom utilizado
salários mínimos. 100% dos seus domicílios sem pavimentação no
indica que 75% ou mais dos domicílios não apre-
Dando continuidade à espacialidade da discre- sentam pavimentação no seu entorno. O bairro de entorno, como o bairro da Várzea.
pância no Recife, o mapa 3.2, produzido a partir Passarinho, e grande parte do bairro da Guabiraba Por conseguinte, através da distribuição espa-
dos dados do último Censo Demográfico, apre- estão incluídos nessa mancha. Observando o ou- cial dessas duas variáveis, foi possível observar o
senta a distribuição percentual da ausência de tro extremo do município, a RPA 6, a configuração quão desigual o Recife é, dito de outra maneira,
pavimentação no entorno imediato dos setores visualizada reflete uma situação diferente. A homo- sua concentração intensa em poucos lugares da
geneidade identificada no bairro de Boa Viagem, capital. É de interesse, neste momento, conhecer
cujo percentual de domicílios sem pavimentação a realidade de fato dessas áreas mais pobres e
43
44
Mapa:Renda Média do Responsável pelo Domicílio por Setor Censitário no Município de Recife -2010
45
2 Km
Renda Média do Responsável pelo Domicílio
1
mais de 10
0 - 1/2
1/2 - 1
5 - 10
3-5
1-3
2
Legenda
setores2
Mapa:Comunidades de Interesse Social e Zonas de Interesse Social
46
Legenda
setores2
% Domicílio Particular Permanente - Sem pavimentação
0 - 10%
10 - 25%
25 - 50%
50 - 75%
75 - 100%
Não se aplica
2 1 0 2 Km
Cartograma 3.3: % de Domicílio Particular Permanente sem Pavimentação por setor censitário em Recife - 2010.
Fonte: Censo 2010, IBGE. Elaboração: Engeconsult 2014.
47
Destaca-se no elenco dos riscos aqueles vincula- permitir o desfrute de equipamentos coletivos de
dos “a eventos naturais relacionados aos fluxos das amenidade e lazer pela população residente e
águas sejam elas pluviais, fluviais, subterrâneas ou visitante dessa muito populosa Comunidade de
oceânicas” conforme já afirmava o Atlas Ambiental Interesse Social, A reafirmação dessa opção estra-
publicado em 2000. Decorre desse fato que, para tégica nessa área de interseção entre Comunidade
redução do risco, é crucial a qualidade das infra- de Interesse Social e Paisagem Litorânea exige:
estruturas relacionadas a essas diversas águas,
i. O controle da pressão imobiliária, que visa a
envolvendo sistemas de engenharia de drenagem/
termo estender na área o modelo construtivo
manejo das águas pluviais, abastecimento d’água
de alto padrão predominante na orla;
e esgotamento sanitário.
ii. Investimentos na manutenção e melhoria ur-
A Unidade de Paisagem Litorânea corresponde
banística;
à fachada atlântica do município diretamente
afetada pela dinâmica costeira. Estende-se na orla Essa reafirmação é de suma importância para que
dos bairros de Brasília Teimosa, Pina e Boa Viagem se consolide no Recife um planejamento urbano
e a principal amenidade é a existência da praia, inclusivo, demonstrando que as intervenções de 3. CASTRO Josué de.
Homens e Caranguejos.
evidenciando-se nas últimas décadas uma redução agenciamento do espaço urbano se destinam a Ed. Brasiliense: São Paulo,
da faixa de areia em função da impermeabilização todos os segmentos da população. 1967.
A Unidade de Paisagem Estuarina coincide com O outro tipo de engenharia caracteriza-se pelas iv. Do Rio Jordão e tributários (comunidades da
a parte mais baixa da planície, na zona de forte práticas populares, em escala familiar ou de pe- zona sul nos bairros do Pina, Boa Viagem e
alcance das flutuações da maré e expansão la- quenos grupos, que a partir dos viveiros (um pri- Imbiribeira).
teral das águas fluviais, destacando-se os baixos meiro sistema de controle da expansão das águas
Os dois tipos de intervenções careceram de um
cursos do Rio Beberibe, Capibaribe, Tejipió (e seus fluviais para fins produtivas) constituíram o solo
planejamento sistêmico, comprometendo as con-
tributários Jiquiá e Moxotó) e Jordão. A maior parte por acumulo de material debaixo das palafitas.
dições naturais de drenagem nessa Unidade de
do solo origina-se de aterros que reduziram nas
As Comunidades de Interesse Social situadas na Paisagem sem oferecer soluções técnicas para
laterais dos cursos d’água as áreas de expansão
Unidade de Paisagem Estuarina resultam dessas manejo das águas pluviais e fluviais em escala
lateral das águas, depositando material (areia e
práticas populares, descritas por Josué de Castro suficiente considerando a extensão das áreas ater-
argila) colonizado ou não pelo mangue. Diversos
em Homens e Caranguejos3. Existem, como indi- radas e a dimensão da impermeabilização do solo.
tipos de engenharia foram mobilizados para criar o
cadas no cartograma, em todas as partes dessa Assim, quando coincidam chuvas e maré alta, há
solo: Um desses tipos caracteriza-se por interven-
Unidade de Paisagem nos baixos cursos: alagamentos em diversas partes dessa Unidade de
ções formais empreendidas em partes da cidade
Paisagem, afetando, por exemplo o trânsito mo-
sem que houvesse um planejamento sistemático: i. Do Rio Beberibe e tributários (comunidades
torizado e o deslocamento dos pedestres. Mas, no
dos bairros Campina do Barreto, Arruda, Cam-
i. Aterros associados a construção de canal de caso das Comunidades de Interesse Social, devido
po Grande, Peixinhos, Santo Amaro),
drenagem como é o caso do Canal Setúbal às características locais, esses alagamentos podem
e das obras do Projeto Cura dos anos 70 do ii. Dos braços do Rio Capibaribe e tributários chegar a ameaçar mais diretamente a integridade
século passado expandindo possibilidade de (comunidades dos bairros Coelhos, São José, dos domicílios e as condições sanitárias.Assim,
construir em Boa Viagem em alagados a oeste Ilha Joana Bezerra, Ilha do Retiro, Afogados, em geral, as intervenções de urbanização locali-
da Avenida Domingos Ferreira. Mustardinha, e diretamente nas margens do zadas nessas áreas visam reduzir essas ameaças
rio Capibaribe, mais a montante), mas continuam frágeis sem uma integração com
ii. Canalização de rios e riachos, reduzindo na
superfície a expansão laterais das águas flu- iii. Do Rio Tejipió e tributários (como nos bairros de um plano geral de drenagem e manejo das águas
viais que então ocorre na rede subterrânea de Afogados, Mangueira, Jiquiá, Estância, Areias, pluviais.
galerias pluviais geralmente subdimensionada IPSEP, Ibura, Imbiribeira.),
(exemplos: Canal do Arruda, Canal do ABC,
Canal do Jordão).
54
55
56
4. FIDEM - Fundação de
Desenvolvimento Munici-
pal, Programa Viva o Mor-
ro: Diagnóstico, Recife:
2003 FIDEM - Fundação
de Desenvolvimento Mu-
nicipal, Manual de Ocu-
pação dos Morros da
Região Metropolitana do
Recife. Recife: 2003. 384p
Mapa: Comunidades de Interesse Social e as Unidades de Paisagem
GUABIRABA
PAU
FERRO
PASSARINHO
BREJO DA
GUABIRABA
BREJO DE
BEBERIBE
DOIS
UNIDOS
NOVA
DESCOBERTA
CORREGO DO BEBERIBE
DOIS
JENIPAPO PORTO DA
IRMAOS
MADEIRA
LINHA
VASCO DO TIRO
MACAXEIRA
DA GAMA CAJUEIRO
SITIO DOS ALTO JOSE
PINTOS BONIFACIO FUNDAO
ALTO STA. AGUA
TEREZINHA FRIA
CAMPINA DO
MORRO DA BARRETO
APIPUCOS CONCEICAO PEIXINHOS
BOMBA DO
ALTO DO ALTO HEMETERIO
MANDU JOSE DO
PINHO
ARRUDA
CASA MANGABEIRA
CAXANGA AMARELA
MONTEIRO PONTO DE
TAMARINEIRA PARADA CAMPO
ROSARINHO GRANDE
HIPODROMO
CASA
FORTE PARNAMIRIM
57
SANTANA AFLITOS TORREAO
ESPINHEIRO
TORRE
GRACAS
VARZEA SANTO
AMARO
CORDEIRO
CIDADE
UNIVERSITARIA RECIFE
ZUMBI MADALENA
ENGENHO DERBY
DO MEIO SOLEDADE
PRADO BOA
VISTA SANTO
TORROES ILHA DO PAISSANDU
ILHA DO ANTONIO
RETIRO
LEITE
BONGI
COELHOS
SAN
MARTIN ILHA JOANA
MUSTARDINHA BEZERRA
CURADO SAO JOSE
Legenda MANGUEIRA
AFOGADOS
CABANGA BRASILIA
JARDIM TEIMOSA
Paisagem Litorânea
SAO PAULO
TOTO ESTANCIA
SANCHO
COQUEIRAL
JIQUIA
AREIAS PINA
Paisagem Planície
CACOTE IMBIRIBEIRA
Paisagem Colinas BARRO
IPSEP
Convenções
Bairros Modelo digital de Terreno
IBURA
Corpos d'água
Planície : 0 m JORDAO
3 1,5 0 3 Km
GUABIRABA
PAU
FERRO
PASSARINHO
BREJO DA
GUABIRABA
DOIS
UNIDOS
NOVA BREJO DE
DESCOBERTA BEBERIBE
BEBERIBE
DOIS CORREGO DO PORTO DA
IRMAOS JENIPAPO LINHA MADEIRA
DO TIRO
MACAXEIRA VASCO
CAJUEIRO
SITIO DOS DA GAMA
ALTO JOSE FUNDAO
PINTOS
BONIFACIO AGUA
ALTO STA.
FRIA
TEREZINHA
MORRO DA CAMPINA DO
APIPUCOS
CONCEICAO BOMBA DO BARRETO
ALTO DO ALTO JOSE HEMETERIO
MANDU PEIXINHOS
DO PINHO
MANGABEIRA ARRUDA
CASA
CAXANGA AMARELA
PONTO DE CAMPO
MONTEIRO
TAMARINEIRA PARADA GRANDE
ROSARINHO
CASA HIPODROMO
FORTE PARNAMIRIM
IPUTINGA ENCRUZILHADA
POCO JAQUEIRA
TORRE
GRACAS
ESPINHEIRO
59
VARZEA SANTO
AMARO
CIDADE CORDEIRO
UNIVERSITARIA RECIFE
ZUMBI
MADALENA
ENGENHO DERBY
DO MEIO SOLEDADE
PRADO BOA
SANCHO
SAO PAULO ESTANCIA
COQUEIRAL
JIQUIA
AREIAS
PINA
Dsitância ao Centro Principal - 9 km
BARRO CACOTE
IMBIRIBEIRA
Convenções IPSEP
Quadras BOA
VIAGEM
Corpos d'água
Low : 0 JORDAO
3 1,5 0 3 Km
GUABIRABA
PAU
FERRO
PASSARINHO
BREJO DA
GUABIRABA
DOIS
UNIDOS
NOVA BREJO DE
DESCOBERTA BEBERIBE
BEBERIBE
DOIS CORREGO DO PORTO DA
IRMAOS JENIPAPO LINHA MADEIRA
DO TIRO
MACAXEIRA VASCO
CAJUEIRO
SITIO DOS DA GAMA
ALTO JOSE FUNDAO
PINTOS
BONIFACIO AGUA
ALTO STA.
FRIA
TEREZINHA
APIPUCOS
MORRO DA Agua CAMPINA DO
CONCEICAO BOMBA DO BARRETO
ALTO DO ALTO JOSE HEMETERIO Fria
MANDU PEIXINHOS
DO PINHO
60
SANTANA AFLITOS TORREAO
ESPINHEIRO
TORRE
GRACAS
VARZEA SANTO
AMARO
CIDADE CORDEIRO
UNIVERSITARIA RECIFE
ZUMBI
MADALENA
ENGENHO DERBY
DO MEIO SOLEDADE
PRADO BOA
VISTA
ILHA DO PAISSANDU SANTO
TORROES
RETIRO ILHA DO ANTONIO
BONGI LEITE
COELHOS
SAN
ILHA JOANA
MARTIN
MUSTARDINHA BEZERRA
CURADO
SAO JOSE
MANGUEIRA
Legenda
AFOGADOS
Afogados CABANGA
BRASILIA
TEIMOSA
JARDIM
TOTO SAO PAULO ESTANCIA Afogados
SANCHO
Centros Secundários COQUEIRAL
JIQUIA
TEJIPIO
Werneck
Distancia aos Centros Secundários AREIAS
PINA
BARRO CACOTE
IMBIRIBEIRA
Convenções IPSEP
Quadras BOA
VIAGEM
3 1,5 0 3 Km
61
5. O cartograma apresen-
ta a localização dos seis
Shopping Centers exis-
tentes e de dois outros
em construção (Shoppin-
fgApipucos e Shopping
Metropolitano)
Mapa:Comunidades de Interesse Social, Shoppings Centers e Principais Áreas de Verticalização no Recife
GUABIRABA
PAU
FERRO
PASSARINHO
BREJO DA
GUABIRABA
DOIS
UNIDOS
NOVA BREJO DE
DESCOBERTA BEBERIBE
BEBERIBE
DOIS CORREGO DO PORTO DA
IRMAOS JENIPAPO LINHA MADEIRA
DO TIRO
MACAXEIRA VASCO
CAJUEIRO
SITIO DOS DA GAMA
ALTO JOSE FUNDAO
PINTOS
BONIFACIO AGUA
ALTO STA.
FRIA
TEREZINHA
MORRO DA CAMPINA DO
APIPUCOS
CONCEICAO BOMBA DO BARRETO
ALTO DO ALTO JOSE HEMETERIO
MANDU PEIXINHOS
DO PINHO
CAXANGA AMARELA
PONTO DE CAMPO
MONTEIRO
Shopping TAMARINEIRA PARADA
ROSARINHO
GRANDE
CASA HIPODROMO
Apipucos FORTE PARNAMIRIM
IPUTINGA ENCRUZILHADA
POCO JAQUEIRA
AFLITOS TORREAO
SANTANA
Shopping Plaza
62 TORRE
ESPINHEIRO
GRACAS
VARZEA SANTO
AMARO
CIDADE CORDEIRO
UNIVERSITARIA RECIFE
ZUMBI
MADALENA
ENGENHO DERBY BOA SOLEDADE
DO MEIO VISTA
PRADO
Shopping Boa Vista
TORROES ILHA DO PAISSANDU
RETIRO ILHA DO SANTO
BONGI LEITE ANTONIO
SAN
COELHOS
Paço
ILHA JOANA
MARTIN
MUSTARDINHA BEZERRA Alfândega
CURADO
SAO JOSE
Shopping Metropolitano
Legenda
MANGUEIRA
AFOGADOS
BRASILIA
CABANGA
JARDIM TEIMOSA
TOTO SAO PAULO ESTANCIA
JIQUIA
BARRO CACOTE
IMBIRIBEIRA
Convenções IPSEP
Shopping
Comunidades de Interesse Social Modelo digital de Terreno Recife
Quadras BOA
VIAGEM
Corpos d'água
Low : 0 JORDAO
3 1,5 0 3 Km
63
GUABIRABA
PAU
FERRO
PASSARINHO
BREJO DA
GUABIRABA
BREJO DE
BEBERIBE DOIS
UNIDOS
NOVA
DESCOBERTA
Av
JAQUEIRA
ax
ga
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bu
AFLITOS
gá SANTANA TORREAO
64
ui
Ca
ESPINHEIRO
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VARZEA
SANTO
CORDEIRO GRACAS AMARO
MADALENA
RECIFE
CIDADE
UNIVERSITARIA ZUMBI
ENGENHO DERBY SOLEDADE
DO MEIO
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TORROES
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PRADO BOA
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RETIRO SANTO
LEITE
BONGI ANTONIO
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MARTIN
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BEZERRA l
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CURADO
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MANGUEIRA
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SAO JOSE
JARDIM AFOGADOS
CABANGA BRASILIA
SAO PAULO TEIMOSA
TOTO ESTANCIA
SANCHO
COQUEIRAL
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Av. Rec
AREIAS
ns. A
PINA
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Av. C
e Av. R
IMBIRIBEIRA
IPSEP
Convenções
em
IBURA
Comunidades de Interesse Social Modelo digital de Terreno COHAB
iag
aV
BOA
High : 118
Av.
VIAGEM
Quadras JORDAO
3 1,5 0 3 Km
74
foto bairro grande
Quanto ao coeficiente de aproveitamento, o es-
tudo elaborado nesse período a partir dos setores
censitários, possibilitou uma maior aproximação
com a realidade construída da cidade. Muito em-
bora a maior parte do território do Recife ainda
apresentasse nesse período um coeficiente igual
ou abaixo de um, observou-se a existência de
áreas onde esse coeficiente ultrapassou até os
coeficientes estabelecidos pela legislação vigente
no período - que variavam de 3 a 4 (à exceção dos
Centros Comerciais que atinge 7).
GUABIRABA
PAU
FERRO
PASSARINHO
BREJO DA
GUABIRABA
BREJO DE
BEBERIBE
DOIS
UNIDOS
NOVA
DESCOBERTA
BEBERIBE
DOIS
CORREGO DO PORTO DA
IRMAOS
JENIPAPO MADEIRA
LINHA
DO TIRO
VASCO CAJUEIRO
MANGABEIRA ARRUDA
CASA
AMARELA
CAXANGA
MONTEIRO PONTO DE CAMPO
PARADA GRANDE
TAMARINEIRA
ROSARINHO
HIPODROMO
CASA
FORTE PARNAMIRIM
POCO ENCRUZILHADA
IPUTINGA
JAQUEIRA
ESPINHEIRO
TORRE
GRACAS
VARZEA SANTO
AMARO
CORDEIRO
CIDADE
UNIVERSITARIA RECIFE
ZUMBI MADALENA
DERBY
ENGENHO
DO MEIO SOLEDADE
PRADO BOA
VISTA
PAISSANDU SANTO
TORROES ILHA DO ANTONIO
RETIRO ILHA DO
BONGI LEITE
COELHOS
SAN
MARTIN ILHA JOANA
BEZERRA
MUSTARDINHA
CURADO
SAO JOSE
MANGUEIRA
AFOGADOS
BRASILIA
CABANGA TEIMOSA
JARDIM
TOTO SAO PAULO ESTANCIA
SANCHO
COQUEIRAL
JIQUIA
TEJIPIO
AREIAS
PINA
CACOTE
BARRO
IMBIRIBEIRA
IPSEP
Legenda IBURA
COHAB
1 Unidade de Coleta
BOA
VIAGEM
2 a 10 Unidades de Coleta
JORDAO
11 a 20Unidades de Coleta
Convenções
Bairros Modelo digital de Terreno
Quadras Variação em metros (m)
High : 118
Corpos d'água
Low : 0
2 1 0 2 Km
78
No período estudado chama atenção a baixa verti- medida, de forma incompatível com preservação relação com o parcelamento do solo, resultando,
calização observada ainda nos bairros da Iputinga das unidades de paisagem que conferem a cidade na maioria das vezes, no confinamento dos es-
(8,16% situam-se no intervalo de 6 a 20 pavimen- a sua identidade, e mesmo com a capacidade das paços públicos, criando áreas propícias para a
tos) e da Várzea (9,5% situam-se no intervalo de infraestruturas urbanas instaladas. manifestação da violência. Além disso, no caso
16 a 20 pavimentos). específico do bairro de Boa Viagem esse intenso
Não sem razão, as comunidades das Graças e de
processo de verticalização resultou, por um lado, na
Considerando a área total construída da cidade, Casa Forte se mobilizaram nos últimos anos para
“construção de um paredão” na Avenida Beira Mar,
observa-se que a maior parte ainda corresponde exigir a redefinição por parte da gestão municipal
impossibilitando ou limitando a vista para o mar
a imóveis de 1 e 2 pavimentos, que estende-se por dos parâmetros urbanísticos estabelecidos para
daqueles que não habitam diretamente na linha
uma mancha que sai dos bairros do Recife, Santo esses bairros. No primeiro caso, em decorrência
de frente d’água, e por outro o sombreamento da
Antônio e São José, indo em direção ao bairro do muito mais da sobrecarga sobre a capacidade do
faixa de praia no período da tarde, por exemplo.
Pina. Há uma concentração em dessa tipologia em seu sistema viário de absorver um maior adensa-
grande parte do bairro de Santo Amaro, Campo mento construtivo e, no segundo, por conta, sobre- No caso das áreas formais da cidade, constata-
Grande, parte dos morros e dos bairros situados na tudo, da necessidade de preservação das unidades -se que há uma coincidência entre as manchas
margem esquerda do rio Capibaribe. Por sua vez, a que compõem a sua paisagem. A resposta da mu- com maiores densidades construtivas, maiores
área construída dos imóveis residenciais com mais nicipalidade foi à aprovação da chamada “Lei dos coeficientes de aproveitamento e maiores alturas.
de 20 pavimentos concentravam-se, sobretudo, Doze Bairros” (Lei nº 16.719 /2001), que criou a área No caso das áreas informais, mais particularmente
nos bairros de Boa Viagem e da margem esquerda de Reestruturação Urbana - ARU, composta pelos na área de morro, onde se constatou no período
do Rio, sendo inexpressiva em outros locais. bairros Derby, Espinheiro, Graças, Aflitos, Jaqueira, estudado um alto coeficiente de aproveitamento,
Parnamirim, Santana, Casa Forte, Poço da Panela, verifica-se uma coincidência entre as manchas
De modo geral, pode-se afirmar que um dos gran-
Monteiro, Apipucos e parte do bairro Tamarineira, com altas densidades construtivas e com maio-
des problemas em termos do processo de vertica-
estabelece novas e específicas condições de uso res coeficientes de aproveitamento. Apesar de
lização e de adensamento construtivo do Recife é
e ocupação do solo nessa área. terem altos coeficientes de aproveitamento, não
o fato de que este processo ocorrendo de forma
intensiva em partes concentradas do território da Pode se afirmar ainda que essas estruturas ex- são verticalizados, o que indica uma maior e mais
cidade, sem levar em consideração, em grande cessivamente verticalizadas não guardam uma intensa taxa de ocupação do terreno.
fotos
5.1.4 As áreas de risco Em 1960, o número de mocambos chegou a e desaconselháveis para moradia.
79
90.000, o que representava 60% das habita-
No caso dos morros, a ocupação urbana foi realizada Atualmente encontram-se identificados cerca de
ções da cidade. Entre 1978 e 1983, mais de 80
de forma desordenada, com baixo padrão cons- 10.000 pontos de risco nas áreas de morros da
invasões coletivas e organizadas, envolvendo cerca
trutivo e uso incorreto do solo, trazendo impactos cidade do Recife (Mapa 5.2). São definidos como
de 150.000 pessoas, incorporaram-se ao cotidia-
ambientais, como erosões e ruptura de taludes e pontos de risco os locais em morros que apresen-
no da cidade. Os autores ainda reiteram que “...
supressão da vegetação, com perda de solo de tam problemas de estabilidade ou de erosão de
as ocupações ilegais dos mangues e dos morros
superfície e instabilidade de encostas, contribuindo encostas.
fazem parte da própria história do Grande Recife”.
para uma série de riscos para a população residente.
Não dispondo de recursos para comprar terre- Em função da grande proporção do problema e da
Os pioneiros que se aventuraram a subir os morros limitação dos recursos para solucioná-la, existe a
nos na planície, começaram a ocupar os morros
para construir suas moradias enfrentaram esse disseminação da prática de utilização de soluções
da zona norte da cidade. Por serem terrenos de
ambiente ainda natural. Tiveram que moldar a
topografia acidentada, são comercializados, na emergenciais, como a colocação de lonas plásticas
natureza para atender à sua necessidade de habi-
maioria das vezes, fora do mercado imobiliário sobre as barreiras expostas, para reduzir riscos
tação. Assim se iniciaram as primeiras ocupações
formal, a preços mais acessíveis pela inexistência de infiltrações e erosões superficiais e permitir
nos morros de Recife.
de infraestrutura e dificuldade de acesso. as municipalidades investirem nos pontos mais
Expulsa dos alagados e das áreas planas, a popu- críticos mediante intervenções de proteção, com
Portanto, a ocupação dos morros aconteceu, dei-
lação de baixa renda começou a ocupar os morros a utilização de técnicas diversas (Fotos 5.1 e 5.2).
xando sob a responsabilidade da população a
a partir do final dos anos 30 e início dos anos 40,
solução para o seu problema de moradia, a qual, Os esforços para minimizar as alterações na li-
durante a campanha de higienização deflagrada,
devido aos escassos recursos de que dispunha, nha da costa na região do Recife, Jaboatão dos
à época, pelo interventor federal Agamenon Ma-
construía as habitações com os materiais dispo- Guararapes, Olinda e Paulista, têm sido, também,
galhães. Morros e alagados foram os espaços que
níveis e possíveis de comprar, com as sobras da um dado importante no aspecto da intervenção
ofereceram condições de acesso a uma moradia
pequena renda mensal. nas áreas de risco ambiental da RMR. Os efeitos
compatível com a renda dessa população. Sem
condições de acesso aos programas habitacionais Assim, foram-se adensando os morros do Recife destrutivos dessas alterações remontam ao início
governamentais e sem poder construir a própria e começando também os problemas, gerados do século 20, mas os impactos mais substanciais
casa e numa conjuntura política que reprimia ou- por esta forma de ocupação, normalmente por ocorreram a partir de intervenções antrópicas,
tras formas de reivindicação, à população pobre meio de cortes e aterros, nem sempre deixando o sobretudo aquelas decorrentes da implantação
do Recife só restaram às invasões, que na década talude estável a desmoronamentos, fizeram se as do Porto do Recife assim como da implantação
de setenta, multiplicaram-se. construções, muitas vezes, em locais inadequados de loteamentos nas zonas de praia.
80
GUABIRABA
PAU
FERRO
PASSARINHO
BREJO DA
GUABIRABA
DOIS
UNIDOS
NOVA
DESCOBERTA BREJO DE
BEBERIBE
CORREGO DO
JENIPAPO BEBERIBE
DOIS
VASCO PORTO DA
IRMAOS
DA GAMA LINHA MADEIRA
MACAXEIRA DO TIRO
CAJUEIRO
SITIO DOS ALTO JOSE
PINTOS BONIFACIO FUNDAO
AGUA
ALTO STA. FRIA CAMPINA DO
TEREZINHA
BARRETO
APIPUCOS ALTO JOSE PEIXINHOS
BOMBA DO
ALTO DO DO PINHO
HEMETERIO
MANDU MORRO DA
CONCEICAO MANGABEIRA ARRUDA
MONTEIRO CASA
CAXANGA
AMARELA PONTO DE
TAMARINEIRA PARADA
CASA ROSARINHO HIPODROMO
FORTE CAMPO
PARNAMIRIM GRANDE
POCO
IPUTINGA JAQUEIRA ENCRUZILHADA
PRADO PAISSANDU
TORROES BOA
ILHA DO VISTA SANTO
ILHA DO ANTONIO
RETIRO
BONGI LEITE
COELHOS
SAN
MARTIN ILHA JOANA
CURADO MUSTARDINHA BEZERRA
SAO JOSE
MANGUEIRA
AFOGADOS DOIS
UNIDOS BRASILIA
NOVA
JARDIM DESCOBERTA BREJO DE
CABANGA TEIMOSA
SAO PAULO BEBERIBE
TOTO CORREGO DO
ESTANCIA JENIPAPO BEBERIBE
DOIS
VASCO PORTO DA
SANCHO IRMAOS
DA GAMA LINHA MADEIRA
COQUEIRAL PASSARINHO MACAXEIRA DO TIRO
JIQUIA
CAJUEIRO
SITIO DOS ALTO JOSE
PINTOS BONIFACIO FUNDAO
AGUA
ALTO STA. FRIA CAMPINA DO
BREJO DA TEJIPIO TEREZINHA
BARRETO
GUABIRABA
APIPUCOS ALTO JOSE PEIXINHOS
BOMBA DO
ALTO DO DO PINHO
HEMETERIO
DOIS AREIAS MANDU MORRO DA PINA
UNIDOS
NOVA CONCEICAO ARRUDA
MANGABEIRA
DESCOBERTA BREJO DE
BEBERIBE
MONTEIRO CASA
CORREGO DO CAXANGA
BEBERIBE AMARELA PONTO DE
JENIPAPO
DOIS TAMARINEIRA PARADA
VASCO PORTO DA
IRMAOS ROSARINHO
DA GAMA LINHA MADEIRA CASA HIPODROMO
MACAXEIRA DO TIRO CACOTE FORTE CAMPO
CAJUEIRO PARNAMIRIM GRANDE
SITIO DOS ALTO JOSE POCO
PINTOS BARRO FUNDAO IPUTINGA JAQUEIRA ENCRUZILHADA
BONIFACIO
AGUA IMBIRIBEIRA
ALTO STA. FRIA CAMPINA DO
TEREZINHA SANTANA TORREAO
BARRETO AFLITOS
APIPUCOS ALTO JOSE PEIXINHOS
BOMBA DO ESPINHEIRO
ALTO DO DO PINHO
HEMETERIO TORRE
MANDU MORRO DA
CONCEICAO ARRUDA GRACAS
MANGABEIRA IPSEP
MONTEIRO VARZEA SANTO
CAXANGA CASA
AMARO RECIFE
AMARELA PONTO DE
TAMARINEIRA PARADA CIDADE
CORDEIRO
CASA ROSARINHO UNIVERSITARIA
HIPODROMO
FORTE CAMPO MADALENA
PARNAMIRIM GRANDE DERBY
ENGENHO ZUMBI
POCO
IPUTINGA JAQUEIRA ENCRUZILHADA DO MEIO SOLEDADE
R1 BARRO IMBIRIBEIRA
TEJIPIO °
AREIAS PINA
IPSEP norte
R2
CACOTE
BARRO IMBIRIBEIRA
0 0,75 1,5 3
COHAB IBURA
R3 IPSEP
R4 Legenda BOA
1:78.000
COHAB IBURA
VIAGEM
JORDAO
setores de Risco_PMRR
Legenda RISCO BOA
VIAGEM
JORDAO
setores de Risco_PMRR R1
RISCO
R1
R2
° 0 0,75 1,5
° norte
3 Km
R3 norte
R2
R4 0 0,75 1,5 3 Km 1:78.000
R3
R4 1:78.000
Cartograma 5.2: Recife – Pontos de Risco nas Áreas de Morros da Cidade do Recife.
Fonte: SIRGAS, 2000 – Elaborado pela Engeconsult para o PMSB do Recife, 2014 (ver com Aline).
81
5.2 Infraestruturas: por ordem de Matias de Albuquerque, resultando
saneamento básico em considerável derramamento de sangue e 43
mortes.
Este item irá apresentar as infraestruturas de
saneamento básico (abastecimento de água, A água mais abundante procedia do rio Beberibe,
esgotamento sanitário, drenagem e manejo de que banhava Olinda. Havia se levantado no Vara-
resíduos sólidos). Os dados apresentados foram douro de Olinda, um paredão barrando o rio Bebe-
sistematizados do levantamento do trabalho de ribe e ai se coletava agua, para vender no Recife e
campo, que nessa primeira etapa correspondeu ao na própria Olinda. Dentre os subúrbios do Recife de
mapeamento das comunidades de interesse social. 1710, que primeiro foram povoados, figuram Casa
Forte, Monteiro e Poço da Panela. Neste ultimo
Para facilitar compreensão dos dados fez-se a local que ia se tornando populoso, por volta de
seguinte divisão: abastecimento – situação e fre- 1750, descobriu-se excelente fonte e, escavada a
quência; esgotamento sanitário – situação (lan- cacimba, colocaram uma grande panela de barro
çamento a céu aberto e lançamento em galeria de sem fundo, para manter as paredes do poço. Dai
águas pluviais); drenagem – situação (ocorrências vem o nome de Poço da Panela.
de alagamento) e manejo de resíduos sólidos – si-
Em 1847, ficaram concluídos os serviços de capta-
tuação (áreas com precariedade de coleta de lixo).
ção de água do açude do Prata, em Dois Irmãos. A
Além da análise geral de toda a cidade do Recife, adução era feita por uma tubulação de ferro com
em todos os casos foram escolhidas localidades 300 milímetros de diâmetro, com uma vazão de
para ilustrar a análise, através de cartogramas, 75 m3/h ou 20,8 l/s. A distribuição era feita através
gráficos e fotos. As comunidades escolhidas foram: de oito chafarizes, localizados respectivamente, na
Vila Brasil, Brasília Teimosa, Cosme e Damião, Sítio Praça da Boa Vista, no Pátio do Carmo, no Pátio do
do Berardo, Pina, Jordão Alto, Totó e Mustardinha. Paraiso, na Ribeira, no Passeio Publico, na Trempe,
na Soledade e na subida da ponte da Boa Vista.
5.2.1 Infraestrutura: abastecimento de água Posteriormente, foram instalados mais 14 chafa-
As primeiras formas de abastecimento de água rizes, atingindo-se o total de 22. Nos chafarizes, a
em Recife datam dos idos de 1540. Do Engenho de água custava 20 reis o balde de 30 litros.
82 Nossa Senhora da Ajuda, bem próximo a Olinda Prevendo o aumento da população, que já chegava
e pertencente à Jeronimo de Albuquerque, vinha a 80.000 habitantes, pelo recenseamento de 1884,
agua fresca em abundancia. Era transportada a Companhia do Beberibe empreendeu o estudo
em canoas abertas, pois a agua que se tirava dos de novos projetos para ampliação do sistema de
poços era salobra e a dos rios não era potável. abastecimento de agua da cidade. Data do ano
Por volta de 1640, já se fazia muito sensível à cri- de 1891, o projeto do engenheiro Augusto Devoto,
se de habitação no Recife, onde não havia lugar que visava ao aproveitamento dos riachos Utinga
para quem chegassem da Europa, descrevendo e Pitanga.
ainda o sociólogo pernambucano Gilberto Freire, Em julho de 1909, o Governador do Estado, Her-
as condições anti-higiênicas dos sobrados, muito culano Bandeira, convida o engenheiro Francisco
abafados e sempre superlotados de moradores. Saturnino de Brito para assumir a direção dos
Onde esta o quartel das Cinco Pontas, existiam as trabalhos de saneamento do Recife, o qual estava
cacimbas públicas de Ambrósio Machado, homem na época responsável pelo saneamento da cidade
de dinheiro e senhor de um engenho no Cordeiro. de Santos. Em fevereiro de 1910, Saturnino de Brito
Também se tirava água de outros poços, onde se embarca para o Recife, iniciando em 28 de marco
captava o líquido do lençol freático. A de melhor a construção da nova rede de esgotos e os projetos
qualidade era, porém, a das cinco cacimbas de de ampliação da rede de agua.
Ambrósio Machado, das quais, duas das mais Já concluídos os estudos preliminares para o refor-
largas, tinham diâmetro de oito a dez palmos. ço do abastecimento de água, tal melhoramento
tornara-se inadiável, pois que a escassez de agua
Também se mandava buscar em canoas, pipas
no Recife atingira uma situação insuportável. Basta
ou barris, água dos rios Capibaribe, Beberibe, e
dizer que o volume de agua exigido pelas clausulas
do Apipucos, em pontos distantes do bairro do
contratuais, era de 17.000 metros cúbicos diários,
Recife, sendo vendida em domicílios pelos “agua-
e a Companhia do Beberibe, apenas conseguia
deiros”. Considerava-se nesta época, grande luxo
fornecer 10.000 m3/dia.
ter cacimba no quintal da casa; nas cacimbas de
Ambrósio Machado se abasteciam os holandeses De 1920 a 1952, foram feitas diversas pequenas
e certa feita, quando uma escolta dos invasores se obras de ampliação do sistema de abastecimen-
dirigia a busca de provisões de agua, foi atacada to de água do Recife, entre elas destacam-se: a)
Captação no rio Beberibe e tratamento em Alto do habitantes. Nesta época, Recife tinha os seguintes
Céu; b) Captação e tratamento em Jangadinha e c) mananciais:
Ampliação e modernização do sistema de Gurjaú.
De 1960 ate 1970, o Recife teve aumentado em
Em meados de 1960 A população do aproximadamente 70% a capacidade de oferta
Recife era de 530.000 habitantes, o dos seus sistemas de produção, os quais contavam
que dava, segundo relatórios do an- com os seguintes mananciais, abaixo relacionados,
tigo Departamento de Saneamento segundo a capacidade de produção:
do Estado – DSE, cerca de 160 litros
Em 1977, a COMPESA concluiu a pri-
por habitante por dia, haja vista que
meira etapa do sistema Tapacura,
a produção de água total (somando-
aumentando a produção em mais
-se todos os mananciais acima dis-
172.800 m3/dia, o que dava uma
criminados era de 82.000 m3/dia).
produção total de aproximadamen-
Entretanto, como apenas metade da
te 383.400 m3/dia. O sistema de
população do Recife recebia água
abastecimento de água do Recife
em casa, o consumo era da ordem
começa a trabalhar a partir deste ano
de 320 litros/hab/dia. Nessa época
integrado. Em 1981, a COMPESA con-
havia cerca de 80.000 casas em Re-
cluiu a segunda etapa do Sistema
cife, e apenas 38.000 dispunham de
Tapacura, e a população do Recife
ligações com a rede de distribuição
era de 1.196.000 habitantes.
de água.
Em 1984, foi iniciada a construção da 1a etapa do
Entre 1956 e 1965 foram executadas as obras de
sistema Botafogo, a qual foi concluída em abril
ampliação do sistema de abastecimento de água
de 1986, aumentando a oferta de água na RMR.
do Recife, através do sistema de Monjope, cujos
trabalhos foram coordenados pelo professor An- A situação do abastecimento de
tonio Figueiredo Lima. Já em 1958 foi colocada em água do Recife foi profundamente
funcionamento a primeira etapa do sistema, com alterada para melhor com a entrada
a construção parcial da estação de tratamento. em operação do Sistema Pirapama
em 2013. A vazão de captação deste
84 Em 1960, Recife contava com cerca de 780.000 ha-
sistema, de acordo com o projeto, é
bitantes e a RMR com aproximadamente 1.070.000
de 5,4 m³/s, ampliando em 50% a
Mananciais Vazões oferta de água para o Recife, sufi-
Rios de Monjope 20.000 m³/dia ciente ao atendimento do Município
Água
com Aline).
5.2.1.1. Infraestrutura de abastecimento de água
nas CIS
86
Pavimentação
Estrada do Curado Rua do Rio Baixa do Jardim São Paulo
Ilha do Destino II Comunidade do Chié Loteamento Morada Verde
Rua Formosa Aritana Bom Clima
Macionila Alto do Carroceiro Belém de Maria
Coronel Fabriciano Alto da Jaqueira Rua Luiz Avelino de Andradre
Tabela 5.6: XXX
Fonte: XXX
89
Foto 5.7: XXX Exemplo de escadaria não estruturada na comunidade Bom Clima
Fonte: XXX
5.1.1 Iluminação Verifica-se a partir da observação do gráfico que
grande parte das CIS possuem uma boa infraes-
A iluminação pública é essencial à qualidade de vida
trutura com relação a iluminação público: 82% das
nas cidades, pois permite aos habitantes usufruir do
comunidades apresentam um baixo índice de pre-
espaço público no período noturno, seja em ativi-
cariedade, e apenas 4% um índice elevado. As co-
dades culturais, de lazer ou comércio. Além disso, a
munidade em faixa intermediária representam 14%.
iluminação pública assume papel fundamental no
que tange a segurança dos cidadãos. No Mapa 5.2 Na Tabela xx abaixo estão dispostas as principais
a seguir são apresentadas as CIS de acordo com o Comunidades de Interesse Social de acordo com
índice de precariedade referente à iluminação pública. seus índices de precariedade.
4%
6%
8%
82%
É na Região Político-Administrativa 6 (RPA 6) que O Gráfico xx ao lado apresenta a distribuição ao transporte público.
encontra-se a maioria das CIS com os índices de percentual das CIS com relação ao índice de pre-
Apresentando os menores índices, o que corres-
maior precariedade com relação ao acesso ao cariedade de acesso ao transporte público:
ponde fácil acesso ao transporte público estão as
transporte público, ou seja, nessa RPA boa parte
Pode-se inferir, de acordo com a observação do CIS Jardim Petrópolis/Rua Elísio Mendrado, Beira
das comunidades estão distantes mais de 400m
gráfico, que em sua totalidade as CIS apresentam Rio, Copo Sujo, Rua da Cajazeira e Rio Corrente.
de uma linha de ônibus. Os bairros da COAHB,
dificuldade com relação o acesso ao transporte
Jordão, Ibura e Ipsep são os que concentram o Com o acesso um pouco mais difícil, mas ainda
público. 20% das comunidades estão localizadas
maior número de comunidades. dentro dos 400m de distância, estão as CIS Rua
a mais de 400m de uma linha de ônibus, apresen-
General Labatut, Armando Burle, Alto do Rosário
No extremo Norte do município, na RPA 3, tam- tando um índice de precariedade elevado. 48% do
1, Sigismundo e Invasão do Comar.
bém destacam-se algumas comunidades onde total das CIS apresentam um índice intermediário
os índices de precariedade são bastante elevados. de precariedade, e apenas 32% apresentam um Os maiores índices de precariedade, onde a dis-
As comunidades estão localizadas nos bairros de baixo índice de precariedade. ponibilidade de alguma linha de ônibus supera os
Passarinho e Guabiraba, e em parte do bairro de 400m de distância, foram encontrados nas CIS
Na Tabela xx abaixo estão distribuídas as princi-
Dois Unidos, este localizado na RPA 2. Loteamento Morada Verde, Bom Clima, Beira da
pais Comunidades de Interesse Social conforme
Maré, Jamaica e Comunidade Via Mangue.
Relativa precariedade quanto a disponibilidade de o índice de precariedade no que tange o acesso
linhas de ônibus, encontram algumas comunidades
Acesso a Transporte Público
situadas no bairro da Várzea, no extremo Oeste do
Jd. Petrópolis / Rua Elisio Mendrado Rua General Labatut Loteamento Morada Verde
município, na RPA 4.
Beira Rio Armando Burle Bom Clima
Os menores índices de precariedade de acesso ao
Copo Sujo Alto do Rosário 1 Beira da Maré
transporte público são encontrados nas RPAs 1, 3 e 5.
Tal constatação não ocorre por acaso, visto que boa Rua da Cajazeira Sigismundo Jamaica
parte das comunidades localizadas nessas Regiões Rio Corrente Invasão do Comar Comunidade Via Mangue
encontram-se próximas de importante elementos Tabela 5.8: XXXXXXXXXXXX
urbanos concentradores do transporte público. Fonte: Fonte Engeconsult: CIS Roque Santeiro
5.4 Infraestrutura públicas sociais
(escolas, unidades de saúde e ZEIS)
“Uma cidade inclusiva é uma cidade capaz de oferecer serviços
É interessante trazer à questão que o Atlas das
básicos e sociais inclusivos, de assegurar condições de vida
infraestruturas vai além da temática do sanea- seguras e saudáveis para todos, de garantir transporte e energia
mento, entendendo que as Infraestruturas Pú-
blicas abrangem, também, o espaço social. Em
acessíveis e sustentáveis, de ter espaços urbanos verdes e seguros.
outras palavras, os serviços de educação, saúde Uma cidade onde haja acesso à moradia e se geram empregos
e assistência social fazem parte da construção de
um território urbanizado. Este capítulo apresenta,
decentes.” Joan Clos, 2014
então, três informações, as quais juntas podem
fazer um retrato da situação em que o Recife en-
4%
contra-se no que diz respeito aos equipamentos
sociais, sendo elas Proximidade a Equipamentos
Municipais de Educação, Proximidade de Equipa-
mentos de Saúde e as CIS nas Zonas Especiais 21%
de Interesse Social. Tal retrato ajuda a cidade a
orientar seu planejamento integrado, a fim de que
a capital pernambucana, cada vez mais, torne seu
41%
espaço justo e inclusivo.