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PROJETO: UFBA NA COPA

SUBPROJETO: ARENAS

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RELATÓRIO FINAL
PROJETO UFBA NA COPA
SUBPROJETO ARENAS

PRINCIPAIS RESULTADOS EM TERMOS DE LEGADOS


ORIUNDOS DA CONSTRUÇÃO DAS ARENAS ESPORTIVAS
PARA A COPA DO MUNDO FIFA BRASIL 2014.

MARÇO/2015

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2 - Percurso metodológico para coleta e tratamento dos dados da pesquisa................... 15


Figura 1- Potenciais benefícios oriundos da construção de novos estádios para a Copa do
Mundo FIFA. ........................................................................................................................................ 54

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Resultado FIFA -Nacionalidade dos compradores de Ingresso (todas as cidades-


sede) .................................................................................................................................................... 11
Gráfico 2 - Resultado UFBA na COPA -Nacionalidade dos entrevistados (Salvador) ................. 11
Gráfico 3 - Nacionalidade dos Entrevistados Estrangeiros (45 países) ......................................... 12
Gráfico 4 - Renda média dos entrevistados (%) .............................................................................. 12
Gráfico 5 - Escolaridade média dos entrevistados .......................................................................... 13
Gráfico 6 - Gasto médio por pessoa durante o período da Copa do Mundo................................. 13
Gráfico 7 - Turistas estrangeiros que pretendem retornar ao Brasil após a Copa ....................... 14
Gráfico 8 - Turistas estrangeiros que recomendariam o Brasil ...................................................... 14

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Quantidade de questionários aplicados nos jogos realizados em Salvador ............... 10


Tabela 2 - Cidades-sede, instituições públicas, arenas esportivas e clubes visitados in loco. ... 16
Tabela 3 - Perfil dos Entrevistados no Brasil.................................................................................... 17
Tabela 4 - Estruturas de Governança utilizadas na construção dos 12 novos estádios para a
Copa do Mundo FIFA Brasil 2014. .................................................................................................... 20
Tabela 5 - Prazo de implantação das 12 arenas esportivas da Copa do Mundo FIFA Brasil 2014.
.............................................................................................................................................................. 21
Tabela 6 - Custos de provisão das 12 arenas esportivas da Copa do Mundo FIFA Brasil 2014. 22
Tabela 7 - Resumo dos principais dados do projeto de PPP da Arena Fonte Nova. ................... 24
Tabela 8 - Resumo dos principais dados do projeto de PPP da Arena Mineirão. ........................ 25
Tabela 9 - Resumo dos principais dados do projeto de PPP da Arena Pernambuco. ................. 26
Tabela 10 - Resumo dos principais dados do projeto de PPP da Arena Castelão....................... 27
Tabela 11 - Resumo dos principais dados do projeto de PPP da Arena das Dunas. .................. 28
Tabela 12 - Perfil dos entrevistados nos países Alemanha e França ............................................ 29
Tabela 13 - Principais legados potenciais das Arenas – Resultados da Pesquisa de Campo. ... 50
Tabela 14 - Despesas de custeio com passagens aéreas do subprojeto arenas......................... 57
Tabela 15 - Despesas de custeio com diárias do subprojeto arenas............................................. 58
Tabela 16 - Despesas de capital do subprojeto arenas .................................................................. 58

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 5
2. EQUIPE DE PESQUISADORES............................................................................................................. 6
3. ATIVIDADES REALIZADAS.................................................................................................................. 7
4. ANÁLISE DESCRITIVA DA PESQUISA DE CAMPO REALIZADA NA CIDADE-SEDE DE SALVADOR - BA ... 10
5. ENTREVISTAS REALIZADAS NO BRASIL ............................................................................................ 15
5.1. A INFLUÊNCIA DOS ARANJOS PÚBLICO-PRIVADOS NA CONSTRUÇÃO DAS ARENAS ESPORTIVAS
PARA A COPA DO MUNDO FIFA BRASIL 2014...................................................................................... 19
6. ENTREVISTAS REALIZADAS NO EXTERIOR........................................................................................ 29
6.1. SUMÁRIO DESCRITIVO ANALÍTICO ALEMANHA #1 ....................................................................... 30
6.2. SUMÁRIO DESCRITIVO ANALÍTICO ALEMANHA #2 ....................................................................... 32
6.3. SUMÁRIO DESCRITIVO ANALÍTICO ALEMANHA #3 ....................................................................... 36
6.4. SUMÁRIO DESCRITIVO ANALÍTICO ALEMANHA #4 ....................................................................... 38
6.5. SUMÁRIO DESCRITIVO ANALÍTICO FRANÇA #1 ............................................................................. 41
6.6. SUMÁRIO DESCRITIVO ANALÍTICO FRANÇA #2 ............................................................................. 44
7. LEGADOS DE MEGAEVENTOS ESPORTIVOS: CONTEXTUALIZAÇÃO................................................... 47
7.1. LEGADOS POTENCIAIS PROPORCIONADOS PELAS ARENAS DA COPA DO MUNDO FIFA BRASIL 2014
.......................................................................................................................................................... 49
7.2. POTENCIAIS BENEFÍCIOS ORIUNDOS DA CONSTRUÇÃO DE NOVAS ARENAS ESPORTIVAS ............. 54
8. DESPESAS DE CUSTEIO E DE CAPITAL DO SUBPROJETO ARENAS ..................................................... 57
9. REFERÊNCIAS ................................................................................................................................. 59

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1. INTRODUÇÃO

O presente subprojeto possui como objetivo avaliar os potenciais legados e as


Estruturas de Governança das Arenas construídas para a Copa do Mundo de 2014, por
meio da comparação entre os modelos de gestão das 12 arenas brasileiras e de
estádios construídos para os mundiais da França (1998) e Alemanha (2006). Este
estudo foi executado pelo grupo de pesquisa Estratégia e Governança em Serviços
Públicos (dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/2105981160333550), vinculado ao Núcleo de
Pós-Graduação em Administração da Escola de Administração da UFBA.

A pesquisa realizada pelos membros desse subprojeto resultou na elaboração de


uma dissertação de mestrado e três artigos em jornais de grande circulação local e
nacional:
1) Dissertação de mestrado em Administração versando sobre as Parcerias
Público-Privadas (PPP) na provisão de arenas esportivas para a Copa do Mundo
FIFA Brasil 2014, a qual foi elaborada pelo pesquisador Cláudio Reis sob a
orientação do Prof. Dr. Sandro Cabral e apresentada ao Núcleo de Pós-
Graduação em Administração da Universidade Federal da Bahia, com defesa
prevista para 27/03/2015;
2) Artigo intitulado “A verdade sobre os custos dos estádios da Copa”, elaborado
pelo Prof. Dr. Sandro Cabral e Prof. Dr. Antônio Francisco e publicado no Jornal
A Tarde em 09/04/2014;
3) Artigo intitulado “A Copa do Mundo e a indignação pública seletiva”, elaborado
pelo Prof. Dr. Sandro Cabral e publicado no Jornal A Tarde em 03/06/2014;
4) Artigo intitulado “Legados gerenciais são a dimensão esquecida da Copa”,
elaborado pelo Prof. Dr. Sandro Cabral e Prof. Dr. Marcos Teixeira, com
publicação pelo Valor Econômico em 12/08/2014.
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Cabe enfatizar que o Prof. Dr. Sandro Cabral, coordenador do projeto, em


parceira com o mestrando Cláudio Reis se dedicarão a esmiuçar as entrevistas e
analises de conteúdo nos próximos meses com vistas a obter uma publicação
internacional.

O presente relatório está estruturado da seguinte maneira: i) apresentação da


equipe de pesquisadores que participaram da realização dos estudos promovidos pelo
subprojeto arenas; ii) as atividades realizadas pelos pesquisadores; iii) uma análise
descritiva da pesquisa de campo realizada no entorno da Arena Fonte Nova no período
dos seis jogos da Copa do Mundo FIFA Brasil 2014 na cidade-sede de Salvador em
colaboração com a Universidade de Mainz, Alemanha; iv) apresentação das entrevistas
no Brasil realizadas nas 12 cidades-sede junto aos gestores públicos e privados
envolvidos com a realização da Copa do Mundo FIFA Brasil 2014; v) descrição das
entrevistas realizadas junto aos gestores públicos e privados nos países sede da Copa
do Mundo FIFA realizada na França (1998) e Alemanha (2006); vi) os achados sobre os
potenciais legados oriundos da realização da Copa do Mundo FIFA Brasil 2014; e, por
fim, vii) a descrição das despesas de custeio e de capital do subprojeto arenas.

2. EQUIPE DE PESQUISADORES

Prof. Dr. Sandro Cabral – Coordenador (NPGA/UFBA)


Prof. Dr. Antônio Francisco de Almeida Silva Júnior (NPGA/UFBA)
Msc. Paulo Ricardo da Costa Reis (Doutorando em Administração – NPGA/UFBA)
Adm. Cláudio José Oliveira dos Reis (Mestrando em Administração – NPGA/UFBA)
Antônio de Jesus Nascimento (Bolsista de Iniciação Científica e Graduando em
Administração – UFBA)
Florian Eckerli (Bolsista de Iniciação Científica e Graduando em Engenharia de Minas
– POLI/UFBA)

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3. ATIVIDADES REALIZADAS

A. Três Reuniões para definição de escopo e planejamento de pesquisa (Agosto a


Outubro 2013);
B. Elaboração de matriz para coleta de informações quantitativas das Arenas (Outubro
2013);
C. Seleção de 02 alunos bolsistas de Iniciação Científica (Outubro 2013);

D. Implantação de bolsas de Iniciação Científica (Novembro 2013);


E. Capacitação em gerenciamento de projetos (18 a 22 de Novembro 2013);
F. Reuniões semanais para treinamento e acompanhamento dos bolsistas (Novembro
a Março 2014),
G. Levantamento dos referenciais bibliográficos sobre Impactos e Legados de
Megaeventos esportivos, bem como sobre Estruturas de Governança em Arenas
esportivas (Outubro a Março 2014);
H. Levantamento e catalogação de informações a respeito das 12 Arenas por meio de
documentos públicos: editais, contratos de concessão e relatórios técnicos (Outubro
a Março 2014);
I. Participação nas oficinas de trabalho com todos do projeto UFBA na COPA, com a
participação dos representantes da SECOPA Bahia, destacando a presença do Sr.
Ney Campello, secretário estadual da SECOPA Bahia (09/12/2014 e 19/03/2014);
J. Sistematização das informações das Arenas Fonte Nova e Mineirão elencadas na
matriz para coleta de informações quantitativas (Novembro a Janeiro 2014);
K. Elaboração de roteiros para realização de entrevistas com os Secretários das
SECOPA’s, diretores de operações das Arenas e dirigentes de Clubes de Futebol
que farão uso das Arenas (Janeiro 2014);
L. Planejamento de pesquisa de campo e envio de ofícios para as 12 SECOPA’s e
Arenas, solicitando agendamento de entrevistas para o período de fevereiro a
abril/2014 (Janeiro 2014);
M. Entrevistas in loco, na cidade-sede de Salvador – BA, com o diretor financeiro do
Esporte Clube Bahia (05/02/2014); diretor de negócios do Esporte Clube Bahia

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(27/02/2014); diretor presidente da Arena Fonte Nova (14/03/2014) e com o
Secretário de Relações Institucionais da SECOPA Bahia (07/05/2014);
N. Entrevistas in loco, na cidade-sede de Recife – PE, com o Secretário de Relações
Institucionais da SECOPA Pernambuco (20/02/2014) e com o diretor presidente da
Arena Pernambuco (fevereiro 2014);
O. Realização de 8 entrevistas in loco junto aos especialistas no tema (Mainz University
e HEC Paris), operadores públicos e privados das Arenas que sediaram a Copa do
Mundo de Futebol nos seguintes países:, Alemanha (Munique e Frankfurt ) e França
(Vinci Stadiums e Stade de Lille) (Fevereiro 2014);

P. Apresentação dos achados preliminares sobre os potenciais legados gerenciais


oriundos da construção das novas Arenas Multiuso para a Copa do Mundo FIFA
2014, na II Oficina do projeto UFBA na COPA (19/03/2014);

Q. Pesquisa de campo com aplicação de 1.331 questionários nos seis jogos da Copa
do Mundo FIFA realizados na cidade-sede de Salvador - BA, durante o período de
13/06/14 a 05/07/14, em colaboração com a Universidade de Mainz – Alemanha,
com o objetivo de avaliar os impactos econômicos oriundos da realização desse
megaevento esportivo nesta cidade;

R. Treinamento dos estudantes de iniciação científica para uso do software SPSS para
tabulação e análise descritiva de dados (Agosto/2014);

S. Tabulação dos questionários acima mencionados, com uso do software SPSS


(Agosto a Outubro 2014);

T. Realização de entrevista in loco, na cidade-sede de Natal – RN, com o secretário da


SECOPA do Rio Grande do Norte (19/08/2014);

U. Realização de entrevistas in loco, na cidade-sede de Belo Horizonte - MG, com o


secretário da SECOPA de Minas Gerais e com o gerente de operações da Arena
Mineirão (09/09/2014);

V. Realização de entrevistas in loco, na cidade-sede de Fortaleza - CE, com o


secretário da SECOPA do Ceará, com o gerente de operações da Arena Castelão,
com o diretor da Largadère no Brasil, com o diretor do Ceará Sporting Club e com o
superintendente do Grupo Galvão Engenharia (17 a 18/09/2014);

W. Realização de entrevistas in loco, na cidade-sede de Brasília - DF, com o secretário


da SECOPA do Distrito Federal e com o coordenador de operações da Arena Mané
Guarrincha (23 e 24/09/2014);
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X. Realização de entrevistas in loco, na cidade-sede de Manaus - AM, com o


coordenador geral da Unidade Gestora de Projetos da Copa – UGP Amazônia e
com o diretor de operações da Arena da Amazônia (01/10/2014);

Y. Realização de entrevistas in loco, na cidade-sede de Cuiabá - MT, com o secretário


da SECOPA do Mato Grosso e com o coordenador de operações da Arena Pantanal
(07/10/2014);

Z. Realização de entrevistas in loco, na cidade-sede de Porto Alegre - RS, com o


secretário da Secretaria de Esporte e Lazer, com o coordenador geral da Unidade
Gestora de Projetos da Copa – UGP RS e com a coordenadora de tecnologia da
informação da Arena Beira-Rio (15/10/2014);

AA. Apresentação dos resultados preliminares dos impactos econômicos e sociais na


cidade-sede de Salvador – BA durante a Copa do Mundo FIFA 2014, na V Oficina
do projeto UFBA na COPA (24/10/2014);

BB. Realização de entrevistas in loco, na cidade-sede de Curitiba - PR, com o secretário


da SECOPA de Curitiba e com o diretor presidente da Arena da Baixada e do Clube
Atlético Paranaense (29 a 30/10/2014);

CC. Análise multivariada dos 1.331 questionários aplicados nos seis jogos da Copa do
Mundo FIFA realizados na cidade-sede de Salvador - BA, durante o período de
13/06/14 a 05/07/14, em colaboração com a Universidade de Mainz – Alemanha,
com o objetivo de avaliar os impactos econômicos oriundos da realização desse
megaevento esportivo nesta cidade. Mais especificamente nessa etapa, analisou-se
a probabilidade de um turista estrangeiro retornar ao Brasil, assim como recomendar
o país para outros turistas estrangeiros. E, por fim, buscou-se compreender os
determinantes do gasto médio dos turistas tanto nacionais quanto estrangeiros
(Novembro a Dezembro 2014);

DD. Realização de entrevistas in loco na cidade-sede de São Paulo com os secretários


da SECOPA Municipal e Estadual, assim como com o ex-Presidente da Arena
Corinthians (Novembro 2014);

EE. Realização de entrevista in loco na cidade-sede do Rio de Janeiro junto ao diretor da


Arena Maracanã (Fevereiro 2015);

FF. Elaboração de dissertação de mestrado sobre as Parcerias Público-Privadas (PPP)


na provisão de arenas esportivas para a Copa do Mundo FIFA Brasil 2014.

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4. ANÁLISE DESCRITIVA DA PESQUISA DE CAMPO REALIZADA NA CIDADE-


SEDE DE SALVADOR - BA

Nessa seção são apresentados os resultados preliminares dos impactos


econômicos e sociais investigados a partir da pesquisa realizada no entorno da Arena
Fonte Nova e FIFA Fan Fest durante os seis jogos da Copa do Mundo FIFA 2014, no
período de 13/06/14 a 05/07/14, na cidade-sede de Salvador – BA. Essa pesquisa foi
realizada em colaboração com a Universidade de Mainz – Alemanha, a qual
disponibilizou o instrumento de levantamento de dados validado (questionários em seis
idiomas), aplicado em pesquisas de campo na Copa do Mundo FIFA Alemanha 2006 e
na Copa do Mundo FIFA África do Sul 2010. Conforme demonstrado na tabela 2, foram
aplicados 1.331 questionários, sendo uma média de 222 entrevistados por jogo.

Tabela 1 - Quantidade de questionários aplicados nos jogos realizados em


Salvador

Em consonância com os dados apresentados pela FIFA sobre a nacionalidade


dos compradores de ingressos para todos os jogos do mundial (gráfico 2), o resultado

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encontrado nessa pesquisa indicam que 58,2% dos entrevistados são brasileiros e
41,8% são turistas estrangeiros (gráfico 1).

Gráfico 2 - Resultado UFBA na COPA - Gráfico 1 - Resultado FIFA -


Nacionalidade dos entrevistados Nacionalidade dos compradores de
(Salvador) Ingresso (todas as cidades-sede)

Considerando a nacionalidade de brasileiros informada no gráfico 1, observa-se


que 23,56% dos respondentes residem em Salvador e 35,34% no Estado da Bahia. Já
com relação ao perfil geral da amostra, nota-se que 59,58% dos entrevistados são do
sexo masculino e possuem idade média de 35 anos. Além disso, foi identificado que
61,8% dessa amostra visitaram a cidade-sede de Salvador - BA exclusivamente em
função da Copa do Mundo FIFA.

Considerando especificamente a amostra de turistas estrangeiros, de acordo


com o gráfico 3, constata-se que turistas de 45 países visitaram a capital de Salvador –
BA, destacando-se os oriundos dos Estados Unidos, Alemanha, Suíça, Reino Unido e
França, o que apresenta um correlação significativa com os jogos realizados nessa
cidade.

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Gráfico 3 - Nacionalidade dos Entrevistados Estrangeiros (45 países)

Embora a pesquisa de campo tenha sido realizada tanto no entorno da Arena


Fonte Nova quanto no FIFA Fan Fest, observa-se que 82% dos entrevistados possuíam
ingressos. Em média, os resultados demonstraram uma distribuição aproximada entre
os entrevistados com diferentes níveis de renda (gráfico 4). Por outro lado, quando se
observa a distribuição do nível de escolaridade dos entrevistados, percebe-se uma
predominância de entrevistados com maior escolaridade (gráfico 5).

Gráfico 4 - Renda média dos entrevistados (%)

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Gráfico 5 - Escolaridade média dos entrevistados

Quanto aos gastos médios dos turistas entrevistados (gráfico 6), verifica-se que
os estrangeiros tiveram um dispêndio no país de aproximadamente US$ 4,5 mil per
capita. Já os turistas nacionais gastaram cerca de US$ 1 mil per capita.

Gráfico 6 - Gasto médio por pessoa durante o período da Copa do Mundo

Sobre a percepção dos turistas estrangeiros em relação ao Brasil, conforme


pode-se observar no gráfico 7, parece ter havido uma avaliação positiva por parte dos
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visitantes, dado que 62,5% pretendem visitar novamente o país em uma data futura.
Além disso, mais de 85% desses visitantes afirmaram que recomendariam o país para
outros turistas (gráfico 8).

Gráfico 7 - Turistas estrangeiros que pretendem retornar ao Brasil após a Copa

Gráfico 8 - Turistas estrangeiros que recomendariam o Brasil

Para além dos resultados meramente descritivos apresentados acima, cumpre


ressaltar que os dados coletados estão sendo analisados com base em técnicas
estatísticas de análise multivariada. Particularmente, estamos interessados em
compreender os fatores determinantes da probabilidade de ocorrência das variáveis
apresentadas nos gráficos 6, 7 e 8. Esta etapa da pesquisa será concluída nos meses
de Novembro e Dezembro de 2014.
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5. ENTREVISTAS REALIZADAS NO BRASIL

A coleta e o tratamento dos dados capturados e utilizados no presente estudo


seguiu o seguinte percurso metodológico (Figura 1).

Figura 1 - Percurso metodológico para coleta e tratamento dos dados da pesquisa

Fonte: Elaborado própria.

Inicialmente, explorou-se as informações sobre as 12 arenas esportivas


construídas para a realização do megaevento em questão, visando familiarizar e
possibilitar ao pesquisador a compreensão sobre as três diferentes formas de provisão
– pública, privada e PPP – utilizadas para execução desses projetos de infraestrutura.
Os primeiros dados coletados foram agrupados e organizado numa matriz de
informações, contendo os aspectos contratuais relevantes de cada arena esportiva, de
modo a permitir uma análise comparativa. As informações catalogadas trataram sobre
as características gerais do projeto, estrutura de governança, consórcio construtor e
operador do equipamento esportivo, custos de construção da infraestrutura, prazo de
entrega da obra, estrutura do financiamento, alocação dos riscos de
construção/operação. A partir dessa primeira análise exploratória, definiu-se os
procedimentos metodológicos para a coleta de dados primários e secundários, assim

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como a técnica para o devido tratamento desses dados, de modo a se obter os achados
da pesquisa com base no modelo de análise demonstrado anteriormente.

Na fase de coleta dos dados primários, foi definido como procedimento


metodológico a realização de entrevistas semiestruturadas junto aos agentes públicos e
privados envolvidos na execução dos projetos de construção e operação das 12 novas
arenas esportivas por meio da visita in loco nas 12 cidades-sede (Tabela 2).

Tabela 2 - Cidades-sede, instituições públicas, arenas esportivas e clubes


visitados in loco.

Instituições Públicas Operadores de Data das visitas


Item Cidades-sede
Estádios e Clubes in loco
Governo do Estado da Arena Fonte Nova + 05/02/2014; 27/02/2014;
1 Salvador
Bahia Esporte Clube Bahia 14/03/2014; 07/05/2014
Governo do Estado de
2 Recife Arena Pernambuco 20/02/2014; 29/09/2014
Pernambuco
Governo do Estado do Rio
3 Natal Arena das Dunas 18 a 19/08/2014
Grande do Norte
Governo do Estado de
4 Belo Horizonte Arena Mineirão 08 a 09/09/2014
Minas Gerais
Governo do Estado do Arena Castelão +
5 Fortaleza 16 a 18/09/2014
Ceará Ceará Sporting Club
Arena Mané
6 Brasília Governo do Distrito Federal 22 a 24/09/2014
Guarrincha
Governo do Estado do
7 Manaus Arena da Amazônia 30/09 a 02/10/2014
Amazonas
Governo do Estado do Mato
8 Cuiabá Arena Pantanal 06 a 08/10/2014
Grosso
Governo do Estado do Rio
9 Porto Alegre Arena Beira-Rio 14 a 15/10/2014
Grande do Sul
Prefeitura Municipal de
10 Curitiba Arena da Baixada 29 a 30/10/2014
Curitiba
Prefeitura e Governo do
11 São Paulo Arena Corinthians 26 a 28/11/2014
Estado de São Paulo
Governo do Estado do Rio
12 Rio de Janeiro Arena Maracanã 04 a 06/02/2015
de Janeiro
Fonte: Elaboração própria.

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Adicionalmente, a escolha dos atores-chave foi realizada com base em critérios


de posição formal ocupada nas instituições públicas e privadas analisadas (Tabela 3).

Tabela 3 - Perfil dos Entrevistados no Brasil

CÓDIGO CÓDIGO
CIDADE-SEDE CARGO ENTREVISTADO INSTITUIÇÃO DE VÍNCULO
ENTREVISTA ENTREVISTATO
E1 Gestor Público #1 Secretário Estadual Governo do Estado da Bahia (SECOPA-BA)
E2 Getor Privado #1 Presidente Arena Fonte Nova
Salvador
E3 Getor Privado #2 Diretor Esporte Clube Bahia
E4 Getor Privado #3 Diretor Esporte Clube Bahia
E5 Gestor Público #2 Secretário Estadual Governo do Estado de Pernambuco (SECOPA-PE)
Recife
E6 Getor Privado #4 Presidente Arena Pernambuco
E7 Natal Gestor Público #3 Secretário Estadual Governo do Estado do Rio Grande do Norte (SECOPA-RN)
E8 Belo Gestor Público #4 Chefe de Gabinete Governo do Estado de Minas Gerais (SECOPA-MG)
E9 Horizonte Getor Privado #5 Gerente Arena Mineirão
E10 Gestor Público #5 Secretário Estadual Governo do Estado do Ceará (SECOPA-CE)
E11 Getor Privado #6 Gerente Arena Castelão
E12 Fortaleza Getor Privado #7 Presidente Lagardère / Arena Castelão
E13 Getor Privado #8 Diretor Ceará Sporting Club
E14 Getor Privado #9 Superintendente Obras Galvão Engenharia
E15 Gestor Público #6 Secretário Distrital Governo do Distrito Federal (UGP COPA)
Brasília
E16 Getor Público #7 Diretor Arena Mané Guarrincha / Fundação Vila Olímpica
E17 Gestor Público #8 Coordenador UGP Copa Governo do Estado do Amazonas (UGP COPA)
Manaus
E18 Gestor Público #9 Diretor Arena da Amazônia / Fundação Vila Olímpica
E19 Gestor Público #10 Secretário Estadual Governo do Estado de Mato Grosso (SECOPA-MT)
Cuiabá
E20 Gestor Público #11 Gerente Arena Pantanal
E21 Gestor Público #12 Secretário Estadual Governo do Rio Grande do Sul (Secretaria de Esporte e Lazer)
E22 Porto Alegre Gestor Público #13 Coordenador UGP Copa Governo do Rio Grande do Sul (UGP COPA)
E23 Getor Privado #10 Gestor Arena Beira-Rio / Sport Club Internacional
E24 Gestor Público #14 Secretário Municipal Governo Municipal de Curitiba - PR (SECOPA)
Curitiba
E25 Getor Privado #11 Presidente Arena da Baixada / Clube Atlético Paranaense
E26 Gestor Público #15 Coordenador executivo Governo do Estado de São Paulo (Comitê Gestor da Copa)
E27 Gestor Público #16 Assessor Prefeitura de São Paulo (Comitê Gestor da Copa)
São Paulo
E28 Getor Privado #12 Presidente Arena Corinthians / Sport Club Corinthians
E29 Getor Privado #13 Especialista Esportivo Jornal Agora São Paulo
E30 Rio de Janeiro Getor Privado #14 Diretor Arena Maracanã

Fonte: Elaboração própria.

Conforme demonstrado na Tabela 3, foram realizadas 30 entrevistas, sendo com


16 gestores públicos e com 14 gestores privados, totalizando a gravação de 28 horas e

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48 minutos de áudio de entrevista, as quais foram transcritas em 30 diferentes
documentos, de modo que fosse permitida a leitura analítica para identificar o
posicionamento dos entrevistados com relação às questões.

O uso da técnica de entrevistas para coleta de dados possibilitou capturar as


percepções dos gestores públicos e privados, com base na visão privilegiada de suas
respectivas posições formais, assim como a compreensão do papel das instituições
públicas e privadas para a execução dos projetos analisados. A decisão de realizar
entrevistas semiestruturadas se justificou em função da reduzida literatura específica
sobre a temática investigada: PPP para provisão de estádios de futebol. Além disso,
assumiu-se que a realização de entrevistas contribuiria para ampliar o conhecimento
em profundidade sobre os aspectos relacionados com a modelagem contratual dos
projetos analisados.

Embora o uso de entrevistas não tenha caráter amostral, visto que seu objetivo
não é estatístico, mas sim qualitativo, considerou-se que essa técnica possui um
caráter representativo, bem como auxiliaria na compreensão das diferentes percepções
dos atores públicos e privados entrevistados envolvidos na execução de tais projetos.
Apesar de parcial, as análises inferidas a partir dos dados primários coletados são
extremamente qualificadas devido à experiência e posição organizacional dos atores-
chave entrevistados.

Já com relação ao procedimento metodológico para coleta de dados


secundários, adotou-se a análise de documentos referentes às 12 arenas esportivas, os
quais foram capturados no sítio da internet das instituições públicas envolvidas na
gestão da execução do megaevento esportivo, além dos relatórios que foram recolhidos
nas visitas in loco nas 12 cidades-sede. Dentre os documentos analisados, destacam-
se os seguintes: relatório de balanço geral da Copa; relatórios de órgãos de controle
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externo; editais de licitação e contratos de PPP; editais e contratos de obras públicas;
contratos de financiamento junto ao BNDES e demais bancos; propostas econômicas;
planos de negócio; estudos de viabilidade econômica do projeto; indicadores de
desempenho; dentre outros anexos contratuais.

5.1. A INFLUÊNCIA DOS ARANJOS PÚBLICO-PRIVADOS NA CONSTRUÇÃO DAS


ARENAS ESPORTIVAS PARA A COPA DO MUNDO FIFA BRASIL 2014

A construção e reforma de estádios no Brasil se tornou uma demanda e


necessidade latente a partir da escolha do país, em outubro de 2007, para sediar os
jogos da Copa do Mundo FIFA 2014. Isso porque o país não possuía nessa época
equipamentos esportivos que atendessem aos padrões internacionais e aos critérios
técnicos de arena esportiva multiuso exigidos pela Fédération Internationale de Football
Association – FIFA, fundadora e organizadora oficial desse megaevento esportivo. Após
essa primeira etapa de seleção do país-sede do megaevento esportivo, em maio de
2009, foram definidas as 12 cidades-sede mediante a formalização de compromissos
políticos por parte dos Governos Estaduais, no intuito de que fosse oferecido uma
garantia para o cumprimento das exigências da instituição organizadora do megaevento
esportivo relacionadas à provisão de modernas arenas esportivas multiuso com base
no caderno de encargos da FIFA (FIFA, 2011).

Observa-se, nesse contexto, que os entes públicos recorreram a diferentes


modalidades de provisão para construção e/ou reforma das arenas esportivas (Tabela
4) para se adequar às exigências e critérios técnicos da FIFA, destacando-se a
modalidade de provisão PPP com 42% das escolhas contratuais. Cabe destacar que a
utilização dessa modalidade de investimentos para a provisão de estádios de futebol no

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Brasil é inédito e, consequentemente, uma nova experiência para a Administração
Pública.

Tabela 4 - Estruturas de Governança utilizadas na construção dos 12 novos


estádios para a Copa do Mundo FIFA Brasil 2014.

PROPRIEDADE DO
TIPO DE ESTRUTURA DE
Nº NOME DO ESTÁDIO CIDADE-SEDE EQUIPAMENTO
INTERVENÇÃO GOVERNANÇA
ESPORTIVO
1 Arena Fonte Nova Salvador Público Reconstrução PPP
2 Arena Pernambuco Recife Público Construção PPP
3 Arena das Dunas Natal Público Reconstrução PPP
4 Arena Mineirão Belo Horizonte Público Reforma PPP
5 Arena Castelão Fortaleza Público Reforma PPP
6 Arena Maracanã Rio de Janeiro Público Reforma Público/PPP
7 Arena Mané Garrincha Brasília Público Reconstrução Público
8 Arena da Amazônia Manaus Público Reconstrução Público
9 Arena Pantanal Cuiabá Público Reconstrução Público
10 Arena Corinthians São Paulo Privado Construção Privado
11 Arena Beira-Rio Porto Alegre Privado Reforma Privado
12 Arena da Baixada Curitiba Privado Reforma Privado
Fonte: Elaboração própria.

Assim, levando-se em consideração o atual debate sobre a eficiência pública e


privada para provisão de bens e serviços públicos, destacam-se os indicadores de
prazo de implantação e custos de provisão das 12 arenas esportivas construídas para o
megaevento esportivo.

Verifica-se, portanto, que os estádios construídos os projetos de PPP tiveram um


melhor desempenho no que se refere ao prazo de entrega dos estádios, quando

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comparados com os projetos executados sob as modalidades de provisão pública
tradicional (Tabela 5).

Tabela 5 - Prazo de implantação das 12 arenas esportivas da Copa do Mundo FIFA


Brasil 2014.
Prazo de Tempo Tempo
Data Prazo de
Nome do Estrutura de Tipo de Início Entrega Total Total Var.
Assinatura Entrega
Estádio Governança Intervenção Obras Previsto Previsto Real (%)
Contrato Real
Contrato (meses) (meses)
Arena Fonte Nova PPP Reconstrução jan/10 jun/10 dez/12 mar/13 36 39 108%
Arena Pernambuco PPP Construção jun/10 jan/11 jun/13 abr/13 36 34 94%
Arena das Dunas PPP Reconstrução abr/11 ago/11 dez/13 dez/13 32 32 100%
Arena Mineirão PPP Reforma dez/10 jan/11 dez/12 dez/12 24 24 100%
Arena Castelão PPP Reforma nov/10 dez/10 abr/13 dez/12 29 24 83%
Arena Maracanã Público/PPP Reforma ago/10 ago/10 fev/13 mai/13 30 33 110%
Arena Mané Garrincha Público Reconstrução jul/10 jul/10 dez/12 jun/13 30 36 120%
Arena da Amazônia Público Reconstrução jul/10 jul/10 jun/13 mar/14 36 45 125%
Arena Pantanal Público Reconstrução abr/10 mai/10 dez/12 mai/14 32 49 153%
Arena Beira-Rio Privado Reforma Não divulgado jul/10 dez/13 fev/14 41 43 105%
Arena da Baixada Privado Reforma Não divulgado out/11 jun/13 mai/14 21 30 143%
Arena Corinthians Privado Construção Não divulgado mai/11 dez/13 abr/14 31 35 113%

Fonte: Elaborado pelo autor, com base em Amazonas (2010), Bahia (2010a), Brasília (2010), Ceará
(2010), Pernambuco (2010a), Mato Grosso (2010), Minas Gerais (2010b), Rio de Janeiro (2010), Rio
Grande do Norte (2011a) e Brasil (2014a; 2014b).

Com relação aos custos de provisão, observa-se também que os cinco projetos
de PPP apresentaram um melhor desempenho, quando comparados com a provisão
pública tradicional, sobretudo no que diz respeito ao indicador de custo por assento
(Tabela 6), embora os projetos da Arena Fonte Nova e Arena Pernambuco não tenham
conseguido cumprir o orçamento inicialmente previsto.

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Tabela 6 - Custos de provisão das 12 arenas esportivas da Copa do Mundo FIFA


Brasil 2014.
Custo Total Custo por Custo por
Capacidade
Nome do Estrutura de Tipo de Previsto em Custo Total Var. Assento Assento Var.
Total (Fixa +
Estádio Governança Intervenção contrato Real (R$) (%) Previsto Real (%)
Temporária)
(R$) (R$) (R$)
Arena Fonte Nova PPP Reconstrução 55.045 591.711.195 689.482.086 117% 10.750 12.526 117%
Arena Pernambuco PPP Construção 46.154 379.263.314 532.600.000 140% 8.217 11.540 140%
Arena das Dunas PPP Reconstrução 42.024 400.000.000 400.000.000 100% 9.518 9.518 100%
Arena Mineirão PPP Reforma 62.170 677.353.022 677.353.022 100% 10.895 10.895 100%
Arena Castelão PPP Reforma 63.763 518.606.000 518.606.000 100% 8.133 8.133 100%
Arena Maracanã Público/PPP Reforma 78.639 705.589.144 1.201.740.672 170% 8.973 15.282 170%
Arena Mané Garrincha Público Reconstrução 72.777 696.648.486 1.438.590.437 207% 9.572 19.767 207%
Arena da Amazônia Público Reconstrução 44.480 499.508.704 669.500.000 134% 11.230 15.052 134%
Arena Pantanal Público Reconstrução 44.335 518.900.000 676.014.467 130% 11.704 15.248 130%
Arena Beira-Rio Privado Reforma 49.989 330.000.000 330.000.000 100% 6.601 6.601 100%
Arena da Baixada Privado Reforma 42.381 234.000.000 326.700.000 140% 5.521 7.709 140%
Arena Corinthians Privado Construção 68.000 820.000.000 1.080.000.000 132% 12.059 15.882 132%

Fonte: Elaborado pelo autor, com base em Amazonas (2010), Bahia (2010a), Brasília (2010), Ceará
(2010), Pernambuco (2010a), Mato Grosso (2010), Minas Gerais (2010b), Rio de Janeiro (2010), Rio
Grande do Norte (2011a) e Brasil (2014a; 2014b).

Com base nas entrevistas realizadas junto aos gestores públicos e privados
envolvidos na provisão desses projetos, verificou-se que a modelagem dessas PPP
proporcionou uma série de incentivos contratuais para melhorar o desempenho de tais
projetos, conforme pode-se observar a seguir em alguns trechos destacados das
entrevistas realizadas.

[...] Nós apenas conseguimos acelerar o cronograma da obra por que era uma
PPP. Se fosse uma obra via Lei 8.666, a gente não ia ter tempo de desenvolver
o projeto com agilidade, pois não teríamos flexibilidade para adaptar o processo
de construção implantando modernas técnicas de engenharia que não haviam
sido previstas inicialmente. [...] No projeto inicial estava previsto a implosão do
edifício central que ficava na parte central da arquibancada da zona oeste, mas
ao longo da construção decidimos utilizar outra técnica mais econômica e mais
rápida. Além disso, nós buscamos da Europa uma solução mais eficiente para
implantação de estacas e construção da cobertura do estacionamento no
entorno do estádio. Como era uma PPP e a responsabilidade do projeto era
nossa, então tínhamos flexibilidade para fazer isso. Se o projeto fosse pela Lei
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8.666, esse processo seria engessado, pois teríamos que solicitar ao governo
aprovação de cada uma dessas mudanças, o que poderia atrasar em meses.
[...] Outra questão é que o governo participou muito da obra. O secretário da
SECOPA estava no estádio o dia inteiro com sua equipe, o que ajudou bastante
na resolução de problemas e contribuiu para acelerar o prazo e manter o custo
de construção. [...] Então podemos atribuir nossa eficiência aos aspectos da
engenharia e à estrutura do contrato de PPP [...] (Gestor Privado #9).

[...] A nossa bíblia é o contrato. O Estado agiu para que o parceiro privado
respeitasse o contrato e mostramos que o contrato deveria ser cumprido. Nós
atuamos fortemente como o fiscal desse contrato e tivemos uma comissão de
acompanhamento da obra com engenheiros aqui do próprio Estado. Além
disso, o sistema de PPP simplificou a nossa fiscalização, pois o contrato
permitia uma maior flexibilidade para a concessionária cumprir o escopo do
projeto. [...] Nosso contrato tinha um item que não permitia aditivo de preço nem
prazo, isso também facilitou muito. Ou seja, se a arena aumentasse o prazo e o
custo do projeto, o risco deveria ser assumido pela própria concessionária [...]
(Gestor Público #3).

[...] Minas tem o melhor programa de PPP do Brasil e esse programa é


reconhecido por vários organismos internacionais. A primeira PPP do país foi
feita em Minas Gerais que foi o contrato da Rodovia MG-50, assinado em 2007.
Isso nos permitiu a acumulação de um “know-how” e atualmente a tendência
natural do Estado é sempre que o projeto tem viabilidade nossa escolha é PPP
ou concessão comum. [...] Das várias vantagens da PPP do Estádio do
Mineirão, uma que a gente pode citar é que nós colocamos uma serie de
incentivos no contrato de forma que estimulasse o desempenho da
concessionária, sobretudo a questão dos incentivos que foram criados para a
obra ficar pronta no prazo e com o custo correto. Tudo isso foi muito bem
pensado, sobretudo com a nossa experiência acumulada [...] (Gestor Público
#4).

Por conta disso, optou-se inicialmente em aprofundar os estudos sobre a


modalidade de investimento PPP utilizada para construção de cinco das 12 arenas
esportivas adotadas no megaevento esportivo, cujos casos são descritos nas tabelas a
seguir. Cabe destacar que os achados completos desse estudo estão disponíveis na
dissertação de mestrado intitulada Parcerias Público-Privadas (PPP) na provisão de
arenas esportivas para a Copa do Mundo FIFA Brasil 2014, elaborada pelo pesquisador
Cláudio José Oliveira dos Reis sob a orientação do Prof. Dr. Sandro Cabral e defendida
no mês de março de 2015 no Núcleo de Pós-Graduação em Administração da
Universidade Federal da Bahia.

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Tabela 7 - Resumo dos principais dados do projeto de PPP da Arena Fonte Nova.

Segmento do Projeto Tipo de Intervenção/Obra

Estádios Reconstrução de Estádio


Modalidade de Licitação Tipo de Licitação
Concorrência Internacional Menor Preço e Melhor Técnica
Modalidade de Concorrência Limite Máximo de Empresas no Consórcio
Concessão Administrativa Sem limite
Licitantes Licitante Vencedor
Consórcio OAS/Odebrecht Consórcio OAS/Odebrecht
Concessionária / Sociedade de Propósito Específico Prazo de Concessão
Fonte Nova Negócios e Participações S.A. 35 anos
Órgão Responsável Ente da Federação
Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte -
Estado da Bahia
SETRE
Objeto
Contratação, em regime de parceria público-privada, na modalidade concessão administrativa, do serviço de
operação do Estádio Fonte Nova, precedido da realização de obras de reconstrução do estádio, segundo os termos e
condições deste contrato, inclusive padrões de qualidade e adequação constantes no Anexo 4.
Valor do Contrato Estimado no Edital Valor Estimado do Contrato na Assinatura
R$ 605.478.522 R$ 591.711.185,00
Garantia Inicial do Vencedor para Execução do
Garantia de Proposta do Licitante Exigida pelo Edital
Contrato
R$ 5.000.000,00 (valor estipulado conforme Lei Estadual
R$ 59.171.118,50 (10% do valor do contrato)
nº 9.433/05)
Valor de contraprestação pública proposto pelo
Valor máximo de contraprestação estipulado no edital
consórcio vencedor
R$ 107.320.000,00 R$ 107.600.000,00
Ressarcimento PMI Recebedor(es) do Ressarcimento dos Estudos
KPMG Structured Finance S.A / Machado Meyer Sandacz
R$ 2.552.650,00 Ópice Advogados / Setepla Tecnometal Engenharia S/A e
Schulitz + Partner Achitekten.
Data de Publicação do PMI Período de Consulta Pública
09/04/2009 10/08/2009 a 09/09/2009
Data de Publicação do Edital Data de Assinatura do Contrato de PPP
15/10/2009 21/01/2010
Data de Assinatura dos Contratos de Financiamentos
Data de Assinatura dos Aditivos do Contrato de PPP
BNDES e BNB
1º 21/06/2010; 2º 07/07/2011; 3º 03/07/2012;
29/12/2010 (BNDES) e 30/12/2010 (BNB)
4º 28/12/2012
Data de Início da Obra Data de Entrega da Obra
Junho/2010 Março/2013
Data entrega da obra / Início da Operação Data Prevista Encerramento Contrato de PPP
05/04/2013 Fevereiro/2046
Fonte: Elaborado pelo autor, com base em Bahia (2009a; 2010a), BNDES (2010a), BNB (2010) e
Brasil (2014a; 2014b; 2014c).

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Tabela 8 - Resumo dos principais dados do projeto de PPP da Arena Mineirão.


Segmento do Projeto Tipo de Intervenção/Obra
Estádios Reforma de Estádio
Modalidade de Licitação Tipo de Licitação
Concorrência Internacional Menor Preço e Melhor Técnica
Modalidade de Concorrência Limite Máximo de Empresas no Consórcio
Concessão Administrativa 6 empresas
Licitantes Licitante Vencedor
Consórcio Construcap - Egesa - Hap.(Novo Mineirão). Construtoras Construcap, Egesa e Hap.
Concessionária / Sociedade de Propósito Específico Prazo de Concessão
Minas Arena – Gestão de Instalações Esportivas S.A. 27 anos
Órgão Responsável Ente da Federação
Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão –
Estado de Minas Gerais
SEPLAG
Objeto
Exploração, mediante concessão administrativa, da Operação e manutenção, precedidas de obras de reforma,
renovação e adequação do Complexo do Mineirão, em conformidade com a Lei Federal Nº 11.079/2004 e a Lei
Estadual Nº 14.868/2003.
Valor do Contrato Estimado no Edital Valor Estimado do Contrato na Assinatura
R$ 771.739.248,13 R$ 677.353.021,85
Garantia Inicial do Vencedor para Execução do
Garantia de Proposta do Licitante Exigida pelo Edital
Contrato
R$ 7.717.392,48 (1% do valor estimado do contrato no R$ 77.173.924,81 (10% do valor estimado do contrato no
edital) edital)
Valor de Contraprestação Pública proposto pelo Valor Máximo de Contraprestação Estipulado no
Consórcio Vencedor (Anual) Edital (Anual)
R$ 44.400.000,00 Valor máximo não estipulado.
Ressarcimento Projetos Básico e Arquitetônico Recebedor(es) do Ressarcimento dos Estudos
Não se aplica. Não se aplica.
Data de Publicação do PMI Período de Consulta Pública
Não se aplica. 28/04/2010 a 31/05/2010
Data de Publicação do Edital Data de Assinatura do Contrato de PPP
23/06/2010 21/12/2010
Data de Assinatura do Contrato de Financiamento
Data de Assinatura dos Aditivos do Contrato de PPP
BNDES
1º 16/08/2011; 2º 13/01/2012; 3º 15/05/2013; 4º
14/10/2011
27/11/2013
Data de Início da Obra Data de Entrega da obra
Janeiro/2011 21/12/2012
Data de Início da Operação Data Prevista Encerramento Contrato de PPP
21/12/2012 Dezembro/2037
Fonte: Elaborado pelo autor, com base em Minas Gerais (2010a; 2010b), BNDES (2011a) e Brasil
(2014a; 2014b; 2014c).

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Tabela 9 - Resumo dos principais dados do projeto de PPP da Arena Pernambuco.


Segmento do Projeto Tipo de Intervenção/Obra
Estádios Construção de Estádio
Modalidade de Licitação Tipo de Licitação
Concorrência Internacional Menor Preço e Melhor Técnica
Modalidade de Concorrência Limite Máximo de Empresas no Consórcio
Concessão Administrativa 4 empresas
Licitantes Licitante Vencedor
Consórcio Cidade da Copa (Odebrecht Investimentos
em Infra-Estrutura Ltda. e Odebrecht Serviços de Consórcio Cidade da Copa (Odebrecht Investimentos
Engenharia e Construção S.A.) + Consórcio Arena em Infra-Estrutura Ltda. e Odebrecht Serviços de
Pernambuco (Andrade Gutierrez S/A e Construtora OAS Engenharia e Construção S.A.)
Ltda.)
Concessionária / Sociedade de Propósito Específico Prazo de Concessão
Arena Pernambuco Negócios e Investimentos S.A. 33 anos
Órgão Responsável Ente da Federação
Comitê Gestor do Programa Estadual de Parcerias
Estado de Pernambuco
Público-Privadas (CGPE)
Objeto
Exploração da Arena Multiuso da Copa, precedida da execução das obras de construção da Arena de acordo com a
localização, descrição, características e especificações técnicas constantes no anexo X – Projeto Básico da Cidade
da Copa e Modelagem, do edital, mediante a prestação do serviço pela concessionária, compreendendo, nos termos
deste contrato. Constitui-se obrigação principal em relação à Arena Multiuso da Copa: I. Execução, gestão e
fiscalização dos serviços delegados; II. Apoio na execução dos serviços não delegados; III. Gestão e fiscalização dos
serviços complementares.
Valor do Contrato Estimado no Edital (Valor Presente Valor Estimado do Contrato na Assinatura (Valor
Líquido - VPL da contraprestação pública) Presente Líquido - VPL da contraprestação pública)
R$ 385.548.786,22 R$ 379.263.314,00
Garantia Inicial do Vencedor para Execução do
Garantia de Proposta do Licitante Exigida no Edital
Contrato
R$ 4.790.000,00 R$ 46.463.000,00
Valor de Contraprestação Pública proposta pelo Valor Máximo da Contraprestação Estipulado no
Consórcio Vencedor p/ operação da Arena (Anual) Edital p/ operação da Arena (Anual)
R$ 3.994.200,00 R$ 4.438.000,00
Ressarcimento Estudo de Viabilidade / Projetos Recebedor(es) do Ressarcimento dos Estudos
R$ 9.354.000,00 KPMG Corporate Finance Ltda.
Data de Publicação do PMI Data da Consulta Pública
Não se aplica. 10/08/2009 a 09/09/2009
Data de Publicação do Edital Data de Assinatura do Contrato de PPP
04/02/2010 15/06/2010
Data de Assinatura do Contrato de Financiamento
Data de Assinatura dos Aditivos do Contrato de PPP
BNDES e BNB
22/02/2011 (BNDES 1); 24/08/2011 (BNDES 2) e 1º 21/12/2010; 2º 15/08/2011; 3º 05/12/2011; 4º
27/12/2011 (BNB) 31/12/2013
Data de Início da Obra Data de Entrega de Obra
Janeiro/2011 Maio/2013
Data de Início da Operação Data Prevista Encerramento Contrato de PPP
Maio/2013 Junho/2043
Fonte: Elaborado pelo autor, com base em Pernambuco (2009a; 2010a), BNB (2011), BNDES
(2011b; 2011c) e Brasil (2014a; 2014b; 2014c).

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Tabela 10 - Resumo dos principais dados do projeto de PPP da Arena Castelão.


Segmento do Projeto Tipo de Intervenção/Obra
Estádios Reforma de Estádio
Modalidade de Licitação Tipo de Licitação
Concorrência Internacional Menor Preço e Melhor Técnica
Modalidade de Concorrência Limite Máximo de Empresas no Consórcio
Concessão Administrativa 4 empresas
Licitantes Licitante Vencedor
Consórcio Arena Multiuso Castelão (Galvão
Engenharia, Serveng Civilsan e BWA); Construtora
Norberto Odebrecht Brasil S.A.; Consórcio Marquise-
EIT-CVS (Construtora Marquise S.A., EIT Empresa Consórcio Arena Multiuso Castelão (Galvão
Industrial Técnica S.A e CVS Construtora S.A.); Engenharia, Serveng Civilsan e BWA).
Consórcio Novo Castelão (Carioca Christiani Nielsen
Engenharia S.A., Somague Engenharia S.A., Construtora
Queiroz Galvão S.A. e Fujita Engenharia LTDA).
Concessionária / Sociedade de Propósito Específico Prazo de Concessão
Arena Castelão Operadora de Estádio S.A. 8 anos
Órgão Responsável Ente da Federação
Secretaria do Esporte Estado do Ceará
Objeto
Constitui objeto da presente CONCORRÊNCIA, conforme detalhamento constante da Minuta do CONTRATO e deste
EDITAL, a outorga de concessão administrativa para: (a) a REFORMA, ampliação, adequação, operação e
manutenção do ESTÁDIO, incluindo a construção do EDIFÍCIO CENTRAL; (b) a construção, operação e manutenção
do ESTACIONAMENTO; e (c) a construção e manutenção da SECRETARIA DO ESPORTE.
Valor do Contrato Estimado no Edital Valor Estimado do Contrato na Assinatura
R$ 617.798.068,29 R$ 518.606.000,00
Garantia Inicial do Vencedor para Execução do
Garantia de Proposta do Licitante Exigida no Edital
Contrato
R$ 6.177.980,68 (1% do valor estimado do contrato no
R$ 26.000.000,00 (5% do valor do contrato)
edital)
Valor de contraprestação pública proposto pelo Valor máximo de contraprestação estipulado no edital
consórcio vencedor (anual) (anual)
R$ 4.884.000,00 Não estipulado valor máximo.
Ressarcimento Projeto Básico Recebedor(es) do Ressarcimento dos Estudos
Consórcio formado pelas empresas Carioca Christani-
R$ 5.814.654,72 Nielsen Engenharia S.A., Somague Engenharia S.A. do
Brasil e Fujita Engenharia Ltda.
Data de Publicação do PMI Data da Consulta Pública
Não se aplica. 24/07/2009 a 24/08/2009
Data de Publicação do Edital Data de Assinatura do Contrato de PPP
28/01/2010 26/11/2010
Data de Assinatura do Contrato de Financiamento do
Data de Assinatura dos Aditivos do Contrato de PPP
BNDES
07/12/2010 Não localizados
Data de Início da Obra Data de Entrega da Obra
Dezembro/2010 19/12/2012
Data de Início da Operação Data Prevista para Encerramento do Contrato
Dezembro/2012 Novembro/2018
Fonte: Elaborado pelo autor, com base em Ceará (2009c; 2010), BNDES (2010b) e Brasil (2014a; 2014b;
2014c).
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Tabela 11 - Resumo dos principais dados do projeto de PPP da Arena das Dunas.
Segmento do Projeto Tipo de Intervenção/Obra
Estádios Reconstrução de Estádio
Modalidade de Licitação Tipo de Licitação
Concorrência Internacional Menor Preço e Melhor Técnica
Modalidade de Concorrência Limite Máximo de Empresas no Consórcio
Concessão Administrativa Sem limites
Licitantes Licitante Vencedor
Consórcio Arena Natal (Construtora OAS S.A.) Consórcio Arena Natal (Construtora OAS S.A.)
Concessionária / Sociedade de Propósito Específico Prazo de Concessão
Arena das Dunas Concessão e Eventos S/A 20 anos
Órgão Responsável Ente da Federação
Departamento de Estradas de Rodagem do Rio Grande
Estado do Rio Grande do Norte
do Norte – DER.
Objeto
A demolição e remoção do machadão e machadinho, construção, manutenção e gestão da operação do Estádio das
Dunas – Novo Machadão e de seu estacionamento, localizados no município do Natal, no Estado do Rio Grande do
Norte.
Valor do Contrato Estimado no Edital Valor Estimado do Contrato na Assinatura
R$ 400.000.000,00 R$ 400.000.000,00
Garantia Inicial do Vencedor para Execução do
Garantia de Proposta do Licitante Exigida no Edital
Contrato
R$ 4.000.000,00 (1% do valor estimado do contrato no
R$ 40.000.000,00 (10% do valor do contrato)
edital)
Valor de contraprestação pública proposto pelo Valor máximo de contraprestação estipulado no edital
consórcio vencedor (anual) (anual)
R$ 109.500.000,00 R$ 109.500.000,00
Ressarcimento Projetos Complementares Básicos e
Recebedor(es) do Ressarcimento dos Estudos
Arquitetônicos Básico
Stadia Projetos Consultoria e Engenharia Ltda. e
R$ 4.630.500,00 Populous Planejamento e Desenvolvimento de Projetos
de Design Ltda.
Data de Publicação do PMI Data da Consulta Pública
Não se aplica. 30/04/2014 a 31/05/2014.
Data de Publicação do Edital Data de Assinatura do Contrato de PPP
31/12/2010 15/04/2011
Data de Assinatura do Contrato de Financiamento
Data de Assinatura dos Aditivos do Contrato de PPP
BNDES
14/10/2011 Não localizados.
Data de Início da Obra Data de Entrega da Obra
Agosto/2011 Dezembro/2013
Data de Início da Operação Data Prevista para Encerramento do Contrato
22/01/2014 Abril/2031
Fonte: Elaborado pelo autor, com base em Rio Grande do Norte (2010a; 2011a), BNDES (2011d) e
Brasil (2014a; 2014b; 2014c).

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6. ENTREVISTAS REALIZADAS NO EXTERIOR

As entrevistas no exterior foram realizadas nos países sede da Copa do Mundo


FIFA 1998 (França) e da Copa do Mundo FIFA 2006 (Alemanha), por meio da escolha
de atores-chave com base em critérios de posição formal ocupada nas instituições
públicas e privadas analisadas (Tabela 12).

Tabela 12 - Perfil dos entrevistados nos países Alemanha e França


CÓDIGO CÓDIGO INSTITUIÇÃO DE DATA
PAÍS CARGO ENTREVISTADO
ENTREVISTA ENTREVISTADO VÍNCULO ENTREVISTA
E1 Pesquisador #1 Pesquisador Gestão Esportiva University of Mainz 11/02/2014
E2 Pesquisador #2 Pesquisador Gestão Esportiva University of Mainz 11/02/2014
Gestor Privado #1 Diretor de Operações Allianz Arena Munich 13/02/2014
E3
Gestor Privado #2 Gerente de Marketing Allianz Arena Munich 13/02/2014
E4 Alemanha Gestor Privado #3 Diretor Commerzbank Arena 13/02/2014
Ex-coordenadora da Comitê da Copa
do Mundo FIFA na cidade de
Prefeitura Municipal de
E5 Gestor Público #1 Munique e atual Diretora de 13/02/2014
Munique
Planejamento da Cidade de
Munique
Consultor do governo da região de
E6 Gestor Público #2 Lille no processo de avaliação de Stade de Lille 17/02/2014
propostas
França
Professor e especialista em
E7 Pesquisador #3 HEC Paris 17/02/2014
Parcerias Público-Privadas (PPP)
E8 Gestor Privado #4 Gerente de negócios Vinci Stadiums 18/02/2014

Fonte: Elaboração própria.

Conforme demonstrado na Tabela 12, foram realizadas 8 entrevistas, totalizando


a gravação de 10 horas e 40 minutos de áudio de entrevista, as quais foram transcritas

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em 8 diferentes documentos, de modo que fosse permitida a leitura analítica para
identificar o posicionamento dos entrevistados com relação às questões.

Nos próximos subcapítulos a seguir serão descritos os achados da pesquisa com


base nas entrevistas acima mencionadas.

6.1. SUMÁRIO DESCRITIVO ANALÍTICO ALEMANHA #1

University of Mainz – Meeting Notes Summary – 11/02/2014


Entrevistado: Thomas Koenecke (Pesquisador Gestão Esportiva)
Início da entrevista: 10h00min
Final da Entrevista: 11h40min
Tempo Total: 100 min

O entrevistado vem trabalhando há alguns anos com pesquisas relacionadas à


gestão esportiva nas áreas de branding e mega-eventos. O entrevistado considera que
as decisões relativas ao futebol são influenciadas fortemente pela política. Como
exemplo dessas decisões, foram citados os investimentos públicos em Kaiserslautern,
Frankfurt e Leipzig, para a copa do mundo e em Mainz. No primeiro caso, a escolha
pela cidade como sede da Copa de 2006 se deu em função da história de
Kaiserslautern em relação ao futebol (terra do lendário Fritz Walter), uma vez que o
clube local não tem feito boas campanhas ao longo dos últimos anos. Com isso,
investimentos públicos foram realizados com forte apoio da população. No caso de
Leipizig, foi construído pelo município um novo estádio nessa cidade sem muita
tradição no futebol. Na verdade, a escolha de Leipizig em função da necessidade de se
ter uma sede na antiga Alemanha Oriental. Em que pese à existência de outras cidades

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na região com maior tradição no futebol (Dresden e Rostock), por uma decisão política
Leipizig foi escolhida.

O entrevistado citou o caso de Mainz, cidade dede do Mainz 05, clube da


primeira divisão. Embora Mainz não tenha sido considerada para figurar como sede o
Mundial de 2006, um novo estádio com fundos públicos foi construído. Nesse caso, não
houve muita abertura sobre a decisão de investimento, dado o amplo apoio popular da
iniciativa. No modelo existente, o clube paga um aluguel para uso do estádio cujo uso é
exclusivo para jogos de futebol. Outros eventos (concertos, festivais cívicos) são
realizados no estádio antigo.

Fica claro pela entrevista que o futebol alemão é muito dependente de incentivos
governamentais para além da construção de estádios. Há investimentos com
policiamento, trens, estações, rodovias e vias de acesso para atender a demanda de
estádios (muito embora a infra-estrutura possa ser usufruida pela população).

O entrevistado menciona como exemplo de investimento privado de sucesso o


caso de Munique e um exemplo de investimento privado sem tanto sucesso o do 1899
Hoffenheim. Para Thomas Koenecke, o ator privado, que agiu como mecenas em
Hoffeinheim, levando o time da quinta divisão à elite da Bundesliga, tem a expectativa
de que o investimento tenha retorno financeiro no futuro. Ele destaca que há também
por parte do setor público alguma expectativa de que os clubes que recebam incentivos
se desenvolvam e que o negócio se torne atrativo no futuro. Em outras palavras,
haveria uma expectativa de um legado gerencial e de indução para o desenvolvimento
do futebol como negócio.

Os principais legados para as cidades são as estradas, estações, estádios, ou


seja, a infra-estrutura criada. O retorno econômico existe, mas é baixo. O entrevistado
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considera que no caso da Alemanha o principal legado foi a imagem que o país
projetou para o mundo.

Thomas Koenecke salientou que Munique poderia ser candidata aos jogos
olímpicos de inverno. Houve grande interesse político e de grupos econômicos para
que a cidade fosse candidata. No entanto, a população não aceitou que a cidade se
candidatasse. O entrevistado acredita que alguns erros específicos cometidos na copa
teriam contribuído para isso. Um dos erros teria sido a ameaça aos direitos e
propriedade que ocorreu em alguns casos nos preparativos da copa do mundo.

Outro ponto discutido pelo entrevistado foi o caso do patrocínio da Redbull ao


clube de Leipzig. Ele acredita que se não houvesse o investimento público na
construção do estádio na cidade, não teria havido o patrocínio da Redbull. Exemplos
como esse poderiam indicar a possibilidade de desenvolvimentos do negócio futebol
em áreas não tradicionais de sucesso, mas que poderiam se transformar em sucesso
no futuro em função dos investimentos feitos.

6.2. SUMÁRIO DESCRITIVO ANALÍTICO ALEMANHA #2

University of Mainz – Meeting Notes Summary – 11/02/2014


Entrevistado: Norbert Shütte (Pesquisador Gestão Esportiva)
Início da entrevista: 17h00min
Final da Entrevista: 18h42min
Tempo Total: 102 min

Norbert Shütte se mostrou cético em relação à sustentabilidade financeira dos


investimentos feitos em alguns estádios. Em sua opinião, o estádio de Leipzig seria um
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elefante branco dado à ausência de um clube tradicional na cidade que seja capaz de
garantir a sustentabilidade do estádio. Apesar de o clube ter recentemente adquirido o
patrocínio da Redbull, ele vê com ressalvas esse patrocínio uma vez que os fãs do
clube não se identificam com os produtos do patrocinador. Segundo ele, esse não seria
um problema apenas de Leipzig, já que há dificuldade de identificação dos fãs em
outras cidades com os patrocinadores também de clubes como Wolfsburg
(Volkswagen), Bayer Leverkussen (Bayer) e 1899 Hoffenheim (bancad no regime de
mecenato por um dos fundadores da SAP). Tal visão deve ser vista em perspectiva,
pois se de um lado o modelo desses clubes foge do padrão alemão, se aproximando
em verdade de clubes como Chelsea, Milan e PSG, por outro tais clubes alemães
suportados por empresas, representam a cidade em que estão hospedados e possuem
médias de público expressivas.

O entrevistado destacou o papel do poder público na concessão de incentivos,


citando os exemplos de Kaiserslautern e Stuttgart, além de Leipzig. Esses exemplos
foram apresentados para ilustrar sua afirmação de que normalmente os investimentos
em estádios são altos e de difícil retorno financeiro. Ou seja, mesmo na Alemanha os
investimentos públicos para financiamento do futebol são fundamentais (sobretudo em
função de dificilmente uma mesma cidade possuir mais de um clube na divisão
principal).

Para sustentar a afirmação de que os investimentos públicos forma altos em


alguns estádios, o entrevistado apresentou uma tabela com os números da participação
pública na construção de estádios da copa de 2006. Os números foram obtidos junto ao
Comitê Organizador e sofreram algumas modificações de Norbert Schütte. Dos 12
estádios construídos, três não tiveram investimentos públicos nos estádios (Dortmund,
Geselkirchen e Munique). Hamburg teve 11% de investimento público e Colônia teve
22%. Hanôver aparece com 38% de investimento público. Com maior participação
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pública do que privada, aparecem os demais estádios, mas desses podemos destacar
dois grupos. Um com participação maior do que 50% e menor do que 80%, que inclui
Kaiserslautern (61%), Frankfurt (67%) e Leipzig (70%). O outro grupo é formado por
Berlin (81%), Stuttgart (90%) e Nürnberg (100%). No total, a participação pública foi de
38%. Vale a ressalva de que confrontarmos o dado da tabela para Frankfurt com o
dado fornecido na entrevista, a informação não é a mesma, já que na entrevista em
Frankfurt foi dito que a prefeitura construiu o estádio. Tais números obviamente
necessitam ser checados (trabalho sendo realizado por Claudio e Antonio).

Ele destacou, porém, que existem alguns exemplos economicamente


sustentáveis como os exemplos do Bayern de Munique e do Borussia Dortmund.
Mesmo com esses exemplos de sustentabilidade financeira do clube, o setor público
precisa fazer investimentos de infra-estrutura no entorno do estádio.

Uma consequência dos investimentos feitos na construção de arenas teria sido o


aumento da demanda aos estádios, em função da melhora no padrão dos mesmos.
Para Norbert Shütte, no entanto, os estádios seriam construídos de qualquer forma
mais cedo ou mais tarde. A copa do mundo de 2006 teria apenas feito com que o
processo de construção de novas arenas fosse acelerado.

Para o entrevistado, a infra-estrutura na Alemanha sempre foi muito boa, e não


teria tido muitos impactos com a copa. O maior legado teria sido o desenvolvimento do
sentimento de amor à nação. A título de exemplo, foi comum ver as pessoas usarem as
cores da bandeira e cantarem o hino nacional.

Para fazer o contraponto dos investimentos públicos em estádios, foi lembrado


que são feitos investimentos públicos também na cultura, sem o objetivo primário do
poder público de ter retorno financeiro.
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Relativamente à possibilidade de aumento dos preços dos ingressos para os


jogos após a copa do mundo, Norbert Shütte lembrou que os clubes arrecadam dinheiro
com a televisão. Se os preços cobrados forem muito altos, os frequentadores assíduos,
fãs do futebol, que fazem o acompanhamento emocional do clube e que fazem
espetáculo nas arquibancadas seriam afastados pelo alto custo. Isso prejudicaria a
imagem do clube e do negócio, e poderia causar prejuízos na relação do clube com a
televisão. Além disso, se apenas os mais ricos fossem aos estádios, ou seja, aqueles
dispostos a pagar alto preço, as pessoas questionariam os investimentos do setor
público no futebol.

Norbert Shütte apresentou alguns dados na construção dos estádios na


Alemanha. A tabela abaixo apresenta alguns dos dados. O Objetivo da apresentação
dessa tabela é comparar o realizado na Alemanha com alguns dados que serão
apresentados abaixo na entrevista da França. Note que alguns investimentos tratam de
reformas e outros de construção de novos estádios. O estádio de Munique (nova
construção) teria apresentado o maior custo por assento (EUR 4.242).

Investimento (EUR) Capacidade Inves t/Capacidade


Berlin 242 72000 3361
Dortmund 45.5 65000 700
Frankfurt 126 48000 2625
Gelsenkirchen 191 52000 3673
Hamburg 97 50000 1940
Hannover 64 43000 1488
Kaais erslautern 48.3 46000 1050
Köln 119 45000 2644
Leipzig 90.6 43000 2107
München 280 66000 4242
Nürnberg 56 41000 1366
Stuttgart 51.5 52000 990

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6.3. SUMÁRIO DESCRITIVO ANALÍTICO ALEMANHA #3

Allianz Arena (Munich) – Meeting Notes Summary – 13/02/2014


Entrevistado: Uwe Stadler (Diretor de Operações) e Sebastien Ernst (Gerente de
Marketing)
Início da entrevista: 15h00min
Final da Entrevista: 15h55min
Tempo Total: 55 min

A Allianz Arena é uma empresa pertecente ao Bayer de Munique, sendo responsável


pela gestão e operação do estádio com capacidade entre 68000 (jogos FIFA) e 71000
pessoas (jogos da Bundesliga). Foram investidos 340 milhões de euros na construção
do estádio, dedicado a jogos de futebol. Os entrevistados destacaram que não podem
promover shows e como fontes alternativs de receita se valem de festas e pequenos
eventos para empresas (1200 por ano) e tours pelo estádio. A exploração do
estacionamento é uma fonte adicional de recursos.

Pagando aluguel para a cidade em função do uso do terreno onde o estádio foi
construído, os entrevistados afirmaram que a Copa do Mundo foi fator preponderante
para antecipar a decisão de construir o estádio, que aconteceria cedo ou tarde.

Algumas atividades são terceirizadas, tais como limpeza, segurança, e alguns


itens de manutenção e operação. São verticalmente integradas as atividades de
manutenção elétrica e manutenção do gramado. Segundo os entrevistados, ter o
controle dessas atividades críticas é essencial para o desempenho operacional.

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Atualmente, contam com 25 funcionários diretos. Os entrevistados relatam a


existência de um aprendizado constante na gestão do estádio, porém acreditam que o
fato de serem proprietarios e responsáveis pela gestão do estádio não tem influência na
profissionalização da gestão do clube, isso porque a gestão sempre foi muito
profissional, segundo eles. Para os entrevistados, embora o Bayern não tenha tirado
proveito em termos de gestão já que possuía um gerenciamento profissional antes da
copa, os demais clubes vêm melhorando seu processo de gestão e a copa teria tido
efeito positivo nesse sentido.

Embora não tenham revelado os valores dos naming rights, por razões de
confidencialidade, dizem que possuem um contrato com valores variáveis atrelados à
exposição obtida na mídia da marca do patrocinador. Para tanto, a equipe de marketing
do operador do estádio realiza um trabalho constante de monitoramento (estimativas de
mercado apontam para um valor anual da ordem de 18 milhões de reais por ano).

Houve aumento no preço dos ingressos, mas não muito para evitar que os fãs
mais devotados não apareçam. Os ingressos variam entre 20 e 100 euros. Antes da
copa, os fãs eram a maioria, agora as famílias participam mais dos jogos e há cerca de
vários anos todos os ingressos são vendidos. A mudança de perfil das pessoas que vão
assistir os jogos é um legado da copa. Metade dos ingressos são destinados a socios-
torcedores, os demais são sorteados e destinados a fãs-clubes e torcedores comuns. O
sorteio é conduzido de forma a garantir que uma pessoa assista a, pelo menos, uma
partida por temporada. Os sócios-torcedores que não desejarem comparecer podem
vender os seus ingressos usando a estrutura do clube. Uma empresa licenciada faz a
mediação e uma ágio em torno de 50% é cobrado à guisa de taxa de administração.

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Durante as partidas, não há movimentação de dinheiro nos bares e restaurantes


do estádio. Um cartão magnético pre-pago e recarregavel permite que o torcedor
consuma produtos nos pontos fixos e junto aos diversos ambulantes que circulam pelo
estádio, cujo padrão de acabamento é inferior, por exemplo, à arena Fonte Nova. Em
dias de jogos verificam-se ações coordenadas junto aos provedores de transporte
público. O número de trens é elevado nos horarios de pico e um controle eficiente de
fluxo de pessoas permite que o torcedor se desloque sem maiores sobressaltos.

6.4. SUMÁRIO DESCRITIVO ANALÍTICO ALEMANHA #4

Prefeitura de Munich – Meeting Notes Summary – 13/02/2014


Entrevistado: Henriette Wägerle (Responsável pela organização da Copa pela cidade
de Munique e atual Diretora de Planejamento da Cidade de Munique)
Início da entrevista: 11h00min
Final da Entrevista: 12h05min
Tempo Total: 65 min

Na opinião da entrevistada, não os investimentos em infra-estrutura na cidade de


Munique para a copa de 2006 não foram altos. Ela acredita que em termos de infra-
estrutura, o maior legado foi proporcionado na década de 70, com as olimpíadas de
1972 e a copa do mundo de 1974. Esses dois eventos foram catalizadores da
infraestrutura de transportes coletivos de Munich, uma das melhores do mundo,
inequivocamente.

No caso de Munique, havia reclamações de que o estádio de Olímpico não seria


adequado para a copa. Não havia a possibilidade de reforma do estádio, pois há um
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contrato que restringe mudanças arquitetônicas no estádio Olímpico. Mudanças radicais
somente podem ser realizadas com a anuência do arquiteto responsável.

No entanto, o Bayern de Munique tinha interesse em construir seu próprio


estádio. Com o advento da Copa de 2006 tal fato, que ocorreria de qualquer jeito,
porém, em velocidade menor, foi oportunizado. Para tal, o governo de Munique
forneceu um terreno em regime de concessão (prazo 99 anos) na região Norte da
cidade para a construção do estádio. Além disso, houve o suporte governamental para
a infraestrutura de transporte, foram realizadas reformas num estação de metrô
existente, a cargo do município. Foram realizados investimentos federais em rodovias
de acesso ao estádio, o que totalizou 288 milhões de euros em infra-estrutura de
transporte em um processo longo e transparente para a sociedade, com diversas
audiências públicas. Foi construído também um centro para imprensa. Vale destacar
que a linha de metro já existia até depois do estádio.

Cumpre ressaltar que para viabilizar a aprovação política do estádio foi realizada
uma aliança entre os dois clubes da cidade Bayern e Munique 1860. A fachada do
estádio, que lembra um pneu, muda de cor de acordo com o clube mandante: vermelho
no caso do Bayern e azul quando o mandante é o Munique 1860. Posteriormente, o
Munique 1860 vendeu sua parte no estádio, que hoje pertence exclusivamente ao
Bayern.

O acordo realizado com o governo local preconiza que o novo estádio deve ser
usado única e exclusivamente para jogos de futebol. Grandes eventos, como concertos
musicais, devem ser feitos no estádio Olímpico. Evidentemente, o estádio Olímpico
perdeu as receitas do futebol, o que é motivo de preocupação em relação a
sustentabilidade financeira do equipamento.

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Não houve uma lógica econômica no interesse de Munique em sediar a copa do


mundo, pois a população acredita que não precisa ser mais atrativa para as pessoas de
fora da cidade, pois maior atividade econômica pode implicar em aumento de preços
em um lugar onde o nível de preços já é alto e o padrão de vida já seria elevado. O fato
é que seria impensável um evento sem Munique, talvez por isso as exigências da FIFA
não tenham sido totalmente aceitas.

Nessa linha, a entrevistada destacou que a Alemanha não aceitou as imposições


feitas pela FIFA. A autonomia decisória dos municípios é alta, e a FIFA negociou com
as cidades de forma isolada. No entanto, as cidades se comunicavam entre si para
verificar o que cada uma estava disposta a barganhar. Um exemplo apresentado foi de
que a FIFA queria um centro de treinamento fechado em Munique por 6 semanas, não
queria venda de produtos nas proximidades dos estádios se esses produtos não
fossem de patrocinadores, dentre outras exigências. A cidade de Munique teve grande
poder de barganha, já que ninguém poderia imaginar a copa do mundo na Alemanha
sem que Munique fosse uma das cidades sede. Acabaram acertando um contrato que
permitia a venda de comida e cerveja local nos arredores, mas no estádio apenas a
cerveja do patrocinador foi permitida. A Allianz Arena recebeu 15% da bilheteria nos
jogos da Copa, a título de aluguel do estádio.

Essa fala chama a atenção do aprendizado da FIFA e da exploração de


assimetrias de informação. Para a FIFA, a organização de eventos é uma atividade
corriqueira. Para os países hospedeiros é algo novo, daí que a inexperiência pode fazer
com que certas demandas sejam aceitas, a exemplo da não cobrança de aluguéis.
Inocência ou má fé? Eis a questão.

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A entrevistada destaca que o maior legado foi no que tange à imagem da


Alemanha para o mundo. Ela destacou que a Copa fez com que fosse possível mostrar
ao mundo que os alemães além de organizados podem ser divertidos. O turismo não
teria sido alavancado, segundo a entrevistada, pois Munique já recebe um grande fluxo
de turistas.. No caso do futebol, o Bayern de Munique é um clube rico e o papel do
poder público foi de facilitar a burocracia e investir alguma coisa em infra-estrutura.

6.5. SUMÁRIO DESCRITIVO ANALÍTICO FRANÇA #1

Stade de Lille – Meeting Notes Summary – 17/02/2014


Entrevistado: Laurent Garcin (consultor do governo da região de Lille no processo de
avaliação de propostas)
Início da entrevista: 10h00min
Final da Entrevista: 11h50min
Tempo Total: 110 min

A caso do estádio de Lille é emblemático. Trata-se de uma das primeiras


iniciativas existentes de Parceria Público-Privadas (PPP) para construção e operação
de estádios de futebol. Em que pese a existência de outros dois estádios na região,
nenhum deles é capaz de receber jogos internacionais. Em 2005, o clube da cidade
LOSC ascendeu à Champions League e mandou seus jogos no Stade de France
(situado a 220 Km de distância de Lille). Como o clube não possuía receitas para arcar
com os custos de construção e de operação do estádio, o investimento público era
necessário. Porém, para evitar a impopularidade de uma inversão pública massiva, o
recurso à PPP pareceu mais razoável aos olhos dos gestores públicos, que realizaram
os investimentos ao nível da liga de municípios da região de Lille, dado o impacto

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regional da nova arena para a região. O poder público acredita que a existência do
estádio tornará a região mais conhecida.

Inaugurado em agosto de 2012 e orçado originalmente em EUR 264 milhões, o


custo final do estádio Pierre Mauroy (nome dado em homenagem a um politico da
região) foi da ordem de EUR 280 milhões. O estádio possui capacidade de 50.000
expectadores.

O contrato de operação do estádio firmado entre a Liga de Municípios da região


de Lille e o operador privado Eiffage é de 28 anos. O estádio foi construído pelo ator
privado que opera as instalações, dentro da modalidade DBOT. A escolha para
operação pela mesma empresa que construiu traz o benefício de que a operadora
conhece melhor as instalações e não pode reclamar da qualidade dos equipamentos.
Como irá operar o estádio, os incentivos para economia de custos durante a construção
que afetem posteriormente o desempenho da operação são menores.

A municipalidade garantiu o financiamento e o risco de demanda não está com o


agente privado. A cidade de Lille, o governo regional e o clube LOSC (à guisa de
aluguel pelo uso do estádio) pagarão por meio de desembolsos anuais os custos de
construção e operação do estádio.

Parte das receitas, além de uma linha de base, é divididas entre a


municipalidade e o operador. As receitas com as a arena não são altas e buscam-se
investimentos no entorno que possam ampliar as fontes de geração de caixa. Foi criada
uma sociedade de proposito específico com a finalidade de buscar negócios que
valorizem a área. Hotéis, estacionamentos e restaurantes foram construídos no
entorno, porém, por uma questão politica, não foi permitido construir um shopping
center, visto a existência de um equipamento similar na região.
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O risco da construção foi dividido entre a municipalidade e a construtora. O


critério de seleção não foi apenas o de menor preço, mas também critérios associados
às funcionalidades do equipamento. A proposta vencedora, por exemplo, permite a
realização de jogos de quadra no equipamento. São realizados jogos de basquete, por
exemplo. Além de jogos de rugby, estádio será utilizado na Euro 2016. No entanto, o
estádio de Lille teve dificuldade em encontrar uma boa proposta para o naming rights.
Além disso, Lille tem dificuldade na realização de shows, relacionada a incapacidade de
aquecimento do estádio durante o inverno, em que pese o fato do estádio ser coberto.

O clube local que queria ter um estádio foi beneficiado com a construção, teve
suas habilidades gerenciais desenvolvidas e passou a olhar o futebol com mais ênfase
em administração de um negócio, visto que pode explorar as receitas de bilheteria e as
receitas de vendas de camarotes e espaços VIP.

Na França, assim como na Alemanha, diferentes desenhos de parcerias foram


desenvolvidos. O estádio de Lyon contou com pouco incentivo público, sendo um
estádio privado, muito embora haja conexões politicas tenham sido invocadas para
viabilizar o financiamento das obras junto a bancos públicos. O estádio de Le Mans é
um estádio menor e que conta com algum incentivo público. Exemplos de PPP seriam
os casos das cidades de Lille, Nice e Bordeaux, ainda que todos esses contem com
forte participação pública. Na avaliação do entrevistado, o Stade de France poderia ser
considerado um elefante branco.

O entrevistado destacou a dificuldade em obter informações sobre os dados


financeiros da construção do estádio de Lille, evidenciando a falta de transparência
dessas informações.

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6.6. SUMÁRIO DESCRITIVO ANALÍTICO FRANÇA #2

Vinci Concessions – Meeting Notes Summary – 18/02/2014


Entrevistado: Damien Stephan (gerente de negócios Vinci Stadiums)
Início da entrevista: 9h00min
Final da Entrevista: 11h0min
Tempo Total: 120 min

O entrevistado, Damien Stephan, trabalhou como project manager na avaliação


da estrutura financeira de propostas de construção de estádios pela Vinci e atualmente
trabalha na prospecção de novos negócios da Vinci Stadiums. A Vinci é uma empresa
de construção francesa com forte participação em PPP e concessões
(estacionamentos, aeroportos, estradas e, mais recentemente, estádios de futebol).
Seria uma espécie de Odebrecht da França.

Em que pese a larga experiência da empresa com negócios ligados a


concessões, o entrevistado afirma que o mercado de estádios de futebol é bastante
peculiar e apresenta pouca profissionalização. Segundo ele, os clubes possuem
visibilidade de grande empresa, faturamento de média empresa e gestão de pequena
empresa. Os dirigentes de clubes normalmente observam o parceiro privado como
patrocinadores de camisas. Nessa categoria se encaixa o Olympique de Lyon!

O entrevistado destaca que os investimentos em futebol são muito subsidiados


pelo estado na França. Dados as incertezas existentes em relação a demanda, a baixa
credibilidade em relação a equipes de futebol e aos elevados custos relacionados a
construção e operação de estádios, haveria muita dificuldade para a Vinci entrar em
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negócios na área de futebol sem a contrapartida pública. A Vinci está desenvolvendo
competências na avaliação de naming rights, realização de eventos e trabalha na busca
de alternativas de investimentos no entorno dos estádios, como construção de shopping
centers, para trazer atratividade para o negócio de investimento em estádios. A idéia,
na linha de nosso artigo publicado no ESMQ, é reduzir a exposição aos riscos de
demanda.

A Vinci defende a ideia de que a operação tem que ser feita por quem constrói
os estádios, pois isso permite o estabelecimento de uma relação de longo prazo com o
negócio, tornando o investimento mais eficiente. Em parceria com outras empresas,
eles operam o Stade de France desde 1998 e contam com subsídio do governo. Eles
destacam que mesmo no caso do estádio de Lyon houve subsídio equivalente a 5% do
valor total da obra que teria sido de EUR 400 milhões. O governo teria auxiliado o clube
no financiamento do estádio em uma estrutura que lembra o caso do Corinthians. Eles
trabalham com uma taxa de retorno do investimento de 14% ao ano.

No caso do estádio de Nice, apresentou alguns números ilustrativos. O estádio


teria sido construído com EUR 206 milhões e houve mais uns EUR 12 milhões de
custos financeiros. Para financiar esses investimentos, foi contraída uma dívida de EUR
126 milhões, equity de EUR 22 milhões, real state de EUR 25 milhões e contrapartida
pública de EUR 45 milhões. Durante 27 anos de operação, o City Council deverá pagar
para o operador EUR 17 milhões anuais para cobrir os custos do investimento, a
operação, a manutenção e a renovação. Por outro lado, o operador paga EUR 5
milhões para o City Council como receitas comerciais e o clube de futebol paga EUR$ 4
milhões ao City Council. Existe uma garantia se o cenário de demanda for muito ruim.
Os naming rights em Nice são da ordem de EUR 3 milhões/ano.

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No caso de Bordeaux, para projeto e construção foram EUR 208 milhões, com
mais EUR 11 milhões de custos financeiros. As fontes de recursos foram EUR 114
milhões de dívida, EUR 10 milhões de equity, e EUR 95 milhões de contrapartida
pública. Por 30 anos, o City Council paga para o operador EUR 12,5 milhões por ano
para pagar os custos financeiros, operação e manutenção. O operador paga EUR 4,5
milhões ao City Council e o clube paga EUR 3,5 milhões. Em que pese o fato do clube
de Bordeaux ser mais proeminente que o clube de Nice, a contrapartida pública é
menor na Cote D´Azur. O fato do clube bordolês pertencer a um dos maiores grupos de
mídia do país (Canal M6) pode ter tido um peso nessa decisão.

No caso de Lyon, foram EUR 293 milhões para a construção, EUR 81 milhões
para Capex e outros, EUR 14 milhões de custos financeiros e EUR 17 milhões de
outros custos. As fontes foram EUR 136 milhões de dívida, EUR 112 milhões de títulos
subordinados, EUR 115 milhões de equity, EUR 8 milhões de leasing, EUR 14 milhões
de real state e EUR 20 milhões de contrapartida pública.

Segundo informações do entrevistado, o custo por assento para Lyon foi maior, pois
não tem os mesmos subsídios e restrições. O custo por assento para Nice (35000
assentos) teria sido de EUR 6.229, para Bordeaux (42.000 assentos) EUR 5.214 e para
Lyon (58.000 assentos) de EUR 6.983. Note que conforme dados apresentados da
entrevista na cidade de Mainz, na Alemanha, com o pesquisador Norbert Schütte, o
estádio de Munique teria apresentado um custo por assento de EUR 4.242, e esse teria
sido o maior valor na Alemanha, inferior aos custos reportado para os três estádios
citados da França. O estádio de Brasília, o mais caro construído para o Mundial 2014,
possui um custo da ordem de 6100 Euros por assento, logo os custos no Brasil estão
na mesma ordem de grandeza.

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7. LEGADOS DE MEGAEVENTOS ESPORTIVOS: CONTEXTUALIZAÇÃO

A realização da Copa do Mundo FIFA 2014 criou uma expectativa com relação
aos potenciais legados para o Brasil. Muitas são as questões sobre o real impacto que
os eventuais legados podem proporcionar ao país e às suas respectivas cidades sede,
sobretudo no que diz respeito à construção/reconstrução/reforma dos 12 novos
estádios de futebol que sediarão os jogos desse megaevento, tendo em vista os
elevados investimentos necessários para esse tipo de infraestrutura. Nesse contexto, é
pertinente compreender o que efetivamente são legados de megaeventos esportivos e
quais são as suas dimensões. Com o intuito de endereçar tais questões, sem a
pretensão de esgotar o tema, o presente grupo de pesquisa investigou a literatura
existente como forma de identificar os potenciais legados proporcionados pelas novas
Arenas construídas para a Copa do Mundo FIFA 2014.

Cabe salientar que, embora o Brasil já tenha sido sede desse megaevento em
1950, a literatura nacional focalizando os legados do mundial de 1950 inexiste. Além
disso, por o conceito de Arenas é algo relativamente recente no país, o que sinaliza a
incipiente produção de conhecimento sobre essa temática. Assim sendo, a literatura
internacional foi utilizada como base para se analisar os legados de megaeventos
esportivos.

Até o momento ainda não há um consenso acerca do escopo dos legados em


megaeventos esportivos, de modo que a ausência de um conceito bem definido e
estruturado dificulta a mensuração das dimensões afetadas por megaeventos
(PREUSS, 2007). Essa questão carece de investigação na medida em que muitas
cidades têm competido para sediar megaeventos esportivos em função da expectativa

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de impactos econômicos e de novas oportunidades de desenvolvimento (CABRAL e
SILVA JR, 2013).

O International Olympic Committee – IOC (2006) sugere que os legados oriundos


de megaeventos esportivos devem: i) capturar o valor das instalações desportivas; ii)
proporcionar melhorias públicas entregues à comunidade e/ou aos organizadores após
a realização do megaevento; e iii) incluir, em alguns casos, investimentos para subsidiar
a continuação das operações das instalações desportivas. Preuss (2007, p. 211)
adiciona que “independentemente do tempo de produção e espaço, legado é toda
mudança na estrutura – seja ela planejada ou não planejada, positiva ou negativa,
tangível ou intangível – criada para e pelo megaevento esportivo que permanecem no
longo prazo após a realização do próprio evento”.

Apresentando certa aderência com o conceito de legado exposto acima, o Plano


Diretor da Copa do Governo do Estado da Bahia (2010, p. 8) considera que legado é “o
conjunto de bens tangíveis e intangíveis gerados a partir do desenvolvimento social que
inclui a valorização da vida e da dignidade humana no Estado da Bahia com a
realização da Copa 2014, tendo em vista o quadro de déficit social, entendido como a
parcela da demanda populacional não atendida adequadamente pelos programas
sociais, bens públicos e privados, segundo um padrão desejável de bem-estar”. No
entanto, em que pese o alinhamento com o conceito de legado proposto por Preuss
(2007), cabe destacar que a dimensão social ganha um aspecto de destaque em
relação às demais potenciais dimensões.

Assim, entender as dimensões dos potenciais legados oriundos dos


megaeventos esportivos é condição sine qua non para que seja possível mensurá-los
adequadamente, sem incorrer no risco de negligenciá-los ou supervalorizá-los
(PREUSS, 2007). Nessa perspectiva, Cashman (2005) coletou diversas evidências
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sobre legados e os categorizou em 6 campos: i) esportivo; ii) econômico; iii)
infraestrutura; iv) informação e educação; v) vida pública, política e cultural; e vi)
símbolos, memória e história. Seguindo a mesma linha, Chappelet (2006) categorizou
os legados similarmente em 5 campos: i) esportivos; ii) econômicos; iii) infraestrutura;
iv) urbanos; v) sociais.

A literatura sobre os legados proporcionados pelos megaeventos esportivos


aponta diversas dimensões que podem ser potencialmente influenciadas pela
realização de eventos dessa natureza. Nessa perspectiva, no presente estudo, é
assumido que “independentemente do tempo de produção e espaço, legado é toda
mudança na estrutura – seja ela planejada ou não planejada, positiva ou negativa,
tangível ou intangível – criada para e pelo megaevento esportivo que
permanecem no longo prazo após a realização do próprio evento.” (PREUSS,
2007, p. 211, grifo nosso).

7.1. LEGADOS POTENCIAIS PROPORCIONADOS PELAS ARENAS DA COPA DO


MUNDO FIFA BRASIL 2014

Tendo como norte o estado da arte da literatura, exposto anteriormente, nessa


seção são apresentados os achados preliminares da pesquisa. Cabe ressaltar que o
grupo de pesquisa encontrou alinhamento entre a literatura e os legados potenciais
identificados nas seguintes dimensões: infraestrutura, econômica, social e cultural. Por
outro lado, o trabalho de campo proporcionou identificar um tipo de legado até então
negligenciado pela literatura internacional: os legados gerenciais, sendo tal dimensão
um ponto interessante a ser explorado, seja sob o ponto de vista empírico, seja sob o
ponto de vista teórico.

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Tabela 1 informa os principais legados encontrados até o presente momento. Os


dados foram sistematizados seguindo as orientações do comitê central do projeto do
CNPq em Brasília, e utilizam as linhas mestras do template desenvolvido por
pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Até o presente
momento foram identificado 8 tipos de legados potenciais associados as arenas
esportivas. Deve ser sublinhado que a tabela abaixo não abrange os impactos de curto
prazo gerados pelo megaevento, tais como: empregos gerados na construção das
arenas e receitas de turismo geradas durante o megaevento.

Tabela 13 - Principais legados potenciais das Arenas – Resultados da Pesquisa


de Campo.

Fonte: Elaborado pelo grupo de pesquisa do subprojeto Arenas – UFBA na COPA.

O primeiro legado potencial identificado refere-se à disponibilização do


equipamento novo/reformado, cujo principal público alvo são os torcedores mandantes
e visitantes, além da população em geral a ser beneficiada pelo seu uso. Esse legado
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está vinculado à dimensão de infraestrutura, sendo estritamente oriundo da Copa,
tangível e com abrangência territorial. Analisando a situação Pré-Copa, percebe-se que
os equipamentos não apresentavam condições para hospedar grandes eventos nos
padrões internacionais e, portanto, a grande contribuição desse legado é a
disponibilização de um equipamento com condições propícias para sediar megaeventos
de qualquer natureza, atendendo aos padrões internacionais. Para potencializar o
impacto desse legado, recomenda-se como ação a conversação dos equipamentos
construídos.

Na dimensão econômica, foram identificados dois potenciais legados, tendo


como principais beneficiários o operador e o proprietário do estádio. O primeiro deles
diz respeito à possibilidade de obtenção de novas fontes de receitas, tais como: naming
rights, visitas monitoradas, museus e exploração de áreas VIPS, estacionamentos,
camarotes, bares e restaurantes. Esse legado é estritamente oriundo da Copa, sendo
tangível e com abrangência territorial, na medida que sem o evento, dificilmente um
equipamento com as condições de proporcionar tais receitas existiria. Dito de outra
forma, ao se analisar a situação Pré-Copa, verifica-se que essas fontes de receitas
eram inexistentes e que, com a perspectiva da realização do megaevento, foram
criadas condições propícias para geração de novas fontes de receitas. Nesse sentido,
para potencializar o impacto desse legado, recomenda-se o desenvolvimento de
competências para comercialização desses produtos. Já o segundo refere-se à
possibilidade de geração de novas fontes de receitas no entorno do estádio, com a
disponibilização de hotéis, shoppings etc. Esse legado também é estritamente oriundo
da Copa e pode ser considerado como tangível, diferindo do primeiro legado apenas à
abrangência individual, beneficiando, sobretudo, operadores privados, na medida em
que apenas alguns estádios planejaram e possuem esse tipo de estrutura. No período
anterior à Copa, similarmente ao legado potencial anterior, essa possibilidade de receita
era inexistente, passando a ser uma alternativa plausível e viável na atualidade. Para
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potencializar o impacto do legado, sugere-se a elaboração de um projeto para utilização
do entorno, com articulação entre o Poder Público e atores privados.

Outro potencial legal identificado está relacionado com a dimensão social, uma
vez que as novas Arenas proporcionam oferta de novos serviços com maior conforto
para acesso de famílias a shows, eventos culturais, museus, além dos jogos de futebol.
Os principais favorecidos são os torcedores mandantes e visitantes, assim como a
população em geral que será beneficiada pelo uso do equipamento. Esse legado é
estritamente oriundo da Copa, tangível e apresenta abrangência territorial. Observa-se
que, anteriormente à Copa, esses serviços eram inexistentes e, na situação Pós-Copa,
condições favoráveis serão geradas para ampliação de serviços culturais dessa
natureza. No intuito de potencializar o impacto do legado, recomendam-se ações
relacionadas à conservação do equipamento construído visando garantir a
perpetuidade da operação desses serviços.

Na dimensão cultural foram observados também dois potenciais legados que


podem beneficiar a população brasileira em geral. As entrevistas de campo realizadas
na Alemanha reforçam a pertinência dessa dimensão. O primeiro deles está associado
ao aumento da auto-estima e sentimento de nação por parte do povo. O segundo são
as potenciais melhorias na imagem do país perante o mundo. Ambos são intangíveis e
com abrangência territorial tanto nacional quanto internacional. No entanto, cabe
ressaltar que esses legados são estritamente dependentes do sucesso do megaevento
e, em caso de fracasso, podem se tornar legados negativos. Isso porque causariam um
efeito contrário ao demonstrar ao mundo que o país não possui capacidade gerencial,
estrutural e/ou política para realização de megaeventos dessa natureza. Por isso,
recomenda-se a realização de ações no intuito de garantir o êxito na realização da
Copa e, conjuntamente, a criação de mecanismos que favoreçam a articulação

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interministerial para proposição de estratégias visando reforçar a imagem do país tanto
internamente quanto externamente, destacando os êxitos alcançados.

Por último, porém não menos importante, figuram os legados gerenciais que
foram identificados pelo grupo de pesquisa e que não são contemplados pela literatura
atual sobre legados de megaeventos.1 Um desses legados refere-se aos ganhos de
competências gerenciais na gestão de estádios e de clubes, tendo como principais
favorecidos os operadores dos estádios e dos clubes de futebol. Esse legado é
estritamente oriundo da Copa, intangível e possui abrangência individual devido à
restrição do público beneficiado. A baixa profissionalização na gestão de estádios e de
clubes de futebol era uma realidade anterior à realização da Copa. No entanto, com a
perspectiva de realização desse megaevento, nota-se que a adoção de práticas de
gestão oriundas do meio empresarial podem passar a ser incorporadas na gestão dos
atores mencionados, criando condições favoráveis para melhorias de desempenho.
Outro legado potencial dentro dessa perspectiva é a possibilidade de melhorias na
gestão pública no que diz respeito aos aspectos de colaboração e relações público-
privadas, beneficiando, sobretudo, o Poder Público e a população em geral. De fato,
com o advento da Copa verifica-se uma série de esforços no sentido de promover
interações entre diferentes organismos governamentais e atores privados, assim como
esforços para auditoria e accountability dos atores envolvidos como o megaevento.
Esse legado pode será potencializado com a realização da Copa, sendo intangível e
com abrangência territorial. No período Pré-Copa, observa-se baixa sinergia entre os
entes estatais e uma menor preocupação com temas ligados ao controle dos gastos.
Tendo o megaevento como catalizador, espera-se que tais dimensões possam ser
espraiadas para outras áreas da gestão pública.

1
Dado o ineditismo dessa dimensão, solicitamos ao eventual leitor desse relatório que utilizem com parcimônia
esse conceito. Nossa intenção é desenvolvê-lo de forma mais substancial antes de publicá-lo em veículos
especializados da área de Administração. Em caso de necessidade de citação dessa dimensão solicita-se que o
interessado entre em contato com o coordenador do subprojeto em tela por meio do e-mail: scabral@ufba.br
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7.2. POTENCIAIS BENEFÍCIOS ORIUNDOS DA CONSTRUÇÃO DE NOVAS


ARENAS ESPORTIVAS

Preuss, Solberg e Alm (2013) argumentam que a construção de novas arenas


esportivas para a Copa do Mundo FIFA pode gerar potencias benefícios para as
cidades-sede do megaevento esportivo (Figura 2).

Figura 2- Potenciais benefícios oriundos da construção de novos estádios para a


Copa do Mundo FIFA.

Fonte: Preuss, Solberg e Alm (2013).


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A Figura 2 demonstra que os benefícios oriundos da construção de novas arenas


esportivas podem ser múltiplos e categorizados em quatro dimensões. A primeira
dimensão diz respeito à utilização do estádio, tendo como ideia principal que o
equipamento esportivo é utilizado após a realização do megaevento. Nesse cenário, é
factível que receitas sejam geradas para cobrir os custos de operação e manutenção e,
no melhor caso, o retorno sobre o investimento para a construção do estádio pode ser
recuperado em longo prazo.

Por isso, numa perspectiva de custo e benefício, a capacidade de utilização do


estádio após a realização do megaevento esportivo deve ser o principal fator para
balizar a decisão de se construir um novo estádio com o objetivo de sediar
megaeventos como a Copa do Mundo FIFA (PREUSS, SOLBERG e ALM, 2013). A
ideia central é fazer com que tais equipamentos esportivos sejam construídos de
acordo com o planejamento de desenvolvimento de longo prazo da cidade-sede, de
modo a atender o potencial de atração de demanda por parte da população local e
evitar que os estádios sejam subutilizados no período pós-evento.

Na segunda dimensão, o benefício potencial refere-se ao fato de que a arena


esportiva pode ser vista como um ícone da construção civil local, uma vez que
megaeventos como a Copa do Mundo FIFA possibilita que telespectadores
internacionais e nacionais conheçam o equipamento esportivo, o que pode estimular
uma identificação de herança nacional por parte da população do país-sede.

Numa perspectiva semelhante, na terceira dimensão, o estádio pode ser visto


como parte da exibição do estado-da-arte da construção civil da cidade-sede, já que é
apresentado know-how e um novo conceito de design. Desta forma, o equipamento

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esportivo pode ser utilizado como uma referência para potenciais organizadores de
megaeventos da mesma natureza.

Já quarta dimensão relaciona-se com o fato de que a arena esportiva pode ser vista
como um catalizador para o desenvolvimento econômico local. Isso porque o
equipamento esportivo pode se transformar em um núcleo capaz de atrair novos
negócios e eventos para o entorno do estádio, o que favorece, inclusive, a cobertura
dos custos de construção. No entanto, conforme já mencionado, não existem
evidências estatísticas que correlacione a construção de novos estádios com o
desenvolvimento econômico local (SIEGFRIED e ZIMBALIST, 2000).

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8. DESPESAS DE CUSTEIO E DE CAPITAL DO SUBPROJETO ARENAS

A Tabela 14 demonstra as despesas realizadas pelo subprojeto arenas com


passagens aéreas nacionais para a realização de pesquisa de campos nas 12 cidades-
sede da Copa do Mundo FIFA Brasil 2014, assim como nos países-sede do
megaevento esportivo França (1998) e Alemanha (2006).

Tabela 14 - Despesas de custeio com passagens aéreas do subprojeto arenas

Despesas Custeio - Passagens Aéras Valor (R$)


Passagens áreas ida e volta de Salvador-Brasil para Berlim-Alemanha país
sede da Copa do Mundo Fifa de 2006, bem como outras despesas com
7.795,52
locomoção entre Berlim e Paris-França país sede da Copa do Mundo Fifa
1998.
Passagens aérea de ida e volta de Salvador-BA para Porto Alegre-RS mais
1.263,00
despesas de locomoção na cidade de Porto Alegre.
Passagens aérea de ida e volta de Salvador-BA para Curitiba-PR mais
1.563,10
despesas de locomoção na cidade de Curitiba.
Passagens aérea de ida e volta de Salvador-BA para São Paulo-SP mais
2.893,62
despesas de locomoção na cidade de São Paulo.
Passagens aérea de ida e volta de Salvador-BA para Rio de Janeiro-RJ mais
1.930,23
despesas de locomoção na cidade do Rio de Janeiro.
Passagens aérea de ida e volta de Salvador-BA para Belo Horizonte-MG
1.085,30
mais despesas de locomoção na cidade de Belo Horizonte.
Passagens aérea de ida e volta de Salvador-BA para Brasília-DF mais
1.135,48
despesas de locomoção na cidade de Brasília.
Passagens aérea de ida e volta de Salvador-BA para Cuiabá-MT mais
1.671,78
despesas de locomoção na cidade de Cuiabá.
Passagens aérea de ida e volta de Salvador-BA para Manaus-AM mais
1.888,71
despesas de locomoção na cidade de Manaus.
Passagens aérea de ida e volta de Salvador-BA para Fortaleza-Ce mais
1.780,90
despesas de locomoção em Fortaleza.
Passagens aérea de ida e volta de Salvador-BA para Natal-RN mais
2.408,33
despesas de locomoção na cidade de Natal.
Passagens aérea de ida e volta de Salvador-BA para Recife-PE mais
1.643,00
despesas de locomoção em Recife.
Total = 27.058,97

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A Tabela 15 apresenta as despesas realizadas pelo subprojeto arenas com


diárias nacionais para a realização de pesquisa de campos nas 12 cidades-sede da
Copa do Mundo FIFA Brasil 2014, assim como nos países-sede do megaevento
esportivo França (1998) e Alemanha (2006).

Tabela 15 - Despesas de custeio com diárias do subprojeto arenas

Despesas Custeio -Diárias Valor (R$)


Diárias Internacionais para subsidiar as visitas a serem realizadas nos
8.800,00
países sede das Copas do Mundo Fifa de 2006 (Alemanha) e 1998 (França).
Diárias Nacionais para subsidiar as visitas a serem realizadas nas 11
8.733,91
cidades sede, além de Salvador-BA, da Copa Mundo Fifa 2014.
Total = 17.533,91

A Tabela 16 relaciona as despesas realizadas pelo subprojeto arenas com


despesas de capital para compra de equipamentos e material permanente.

Tabela 16 - Despesas de capital do subprojeto arenas

Despesas de Capital Valor (R$)


Livros 1.782,22
Projetor 1.633,63
Notebook 4.047,99
Impressora a laser 1.259,00
Total = 8.722,84

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BNB. Contrato de abertura de crédito por instrumento particular que entre si fazem o
Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e a empresa Fonte Nova Negócios e Participações
S.A. (FNP). Banco do Nordeste do Brasil - BNB. Salvador-BA, p. 30. 2010.

BNB. Contrato de financiamento mediante abertura de crédito, nº 44.2011.6403.6268,


que entre si celebram o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e a empresa Arena
Pernambuco Negócios e Investimentos S.A.. Banco do Nordeste do Brasil. Recife-PE,
p. 35. 2011.

BNDES. Contrato de financiamento mediante abertura de crédito nº 10.2.1682.1, que


entre si fazem o Banco Nacional de Desenvolvimento Esconômico e Social - BNDES e
o Estado da Bahia, com intervenciência da Agência de Fomento do Estado da Bahia
S.A. - DESEMBAHIA. Banco Nacional de Desenvolvimento Esconômico e Social -
BNDES. Rio de Janeiro-RJ, p. 16. 2010a.

BNDES. Contrato de financiamento mediante a abertura de crédito nº 10.2.1701.1, que


entre si celebram o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES
e o Estado do Ceará. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social -
BNDES. Rio de Janeiro-RJ, p. 16. 2010b.

BNDES. Contrato de financiamento mediante abertura de crédito nº 11.2.0816.1, que


entre si celebram o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES
e a Minas Arena - Gestão de Instalações Esportivas S.A. Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES. Rio de Janeiro-RJ, p. 25. 2011a.

BNDES. Contrato de financiamento mediante abertura de crédito nº 11.2.0048.1, que


entre si fazem o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o
Estado de Pernambuco. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social -
BNDES. Rio de Janeiro-RJ, p. 18. 2011b.

BNDES. Contrato de financiamento mediante abertura de crédito nº 11.2.0269.1, que


entre si fazem o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e
Arena Pernambuco Negócios e Investimentos S.A. Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social - BNDES. Rio de Janeiro-RJ, p. 23. 2011c.

BNDES. Contrato de financiamento mediante abertura de crédito 11.2.0843.1, que


celebram entre si o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES
e a Arena das Dunas Concessão e Eventos S.A. Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social - BNDES. Rio de Janeiro-RJ, p. 27. 2011d.

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machadinho, construção, manutenção e gestão da operação do estádio das dunas –
novo machadão e de seu estacionamento. Secretaria de Turismo do Rio Grande do
Norte - SETUR do Governo do Estado do Rio Grande do Norte. Natal - RN, p. 41.
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