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FAROL
Em 1970, a Cibié lança o Super Bi-iodo, primeiro farol a utilizar lâmpada halógena de
duplo filamento.
Os refletores são levados para a linha de montagem final, onde formam o farol.
A fonte luminosa usada é apenas um fator na evolução dos faróis automotivos. Outro
desafio paralelo a esse foi conseguir projetar e distribuir melhor essa luminosidade. As
primeiras lanternas, a vela, óleo ou querosene, usavam um anteparo de metal polido
atrás da chama que servia para concentrar a luminosidade em determinada direção.
Esse sistema tinha o alcance máximo de cinco metros. A partir da década de 1920,
quando os faróis de acetileno ainda conviviam com os elétricos, as lentes começaram
a ser usadas, dirigindo a luz para determinado lugar, além de um espelho atrás do bico
luminoso usado como refletor.
O que dificultava a evolução dos faróis automotivos era a distância entre a chama e o
ponto de foco do refletor. O ideal seria a fonte luminosa ficar mais próxima do refletor,
no ponto focal, mas chegar a esse ponto era impossível porque senão o refletor se
queimaria. O problema só seria resolvido com a chegada das lâmpadas elétricas,
quando foi possível utilizar refletores parabólicos com a lâmpada colocada no ponto
focal. Essa combinação possibilitou o ajuste do facho luminoso e multiplicou a
luminosidade dos faróis. Esse tipo de refletor demandava o uso de lentes estriadas
para redirecionar a luz.
Em meados dos anos 1970, os faróis ficavam mais leves. Os refletores agora eram de
plástico (chamado termofixo) e, além da função tradicional de refletir a luz, esse
componente distribuía ordenadamente a luz. Com isso, toda a óptica foi colocada no
refletor do farol. Isso possibilitou o uso mais variado de formatos e as lentes podiam
voltar a ser lisas ou transparentes. No caso dos faróis de xenônio são usados
refletores termofixos ou metálicos.
Ofuscamento
Problema que sempre acompanhou o desenvolvimento dos faróis, a tentativa de
combater o ofuscamento dos motoristas dos veículos que trafegam no sentido oposto
à luz começou cedo. Com os faróis de acetileno, os motoristas reduziam o fluxo do
gás para diminuir a luminosidade do farol. Mas não era muito eficaz porque o efeito
era muito demorado, isso quando não se apagava.
Logo a indústria desenvolveu soluções mais práticas. Uma delas era um sistema que
movimentava o corpo do farol para baixo, usado na cidade ou ao cruzar outros
veículos, ou para frente, usado nas estradas desertas. Outra solução, esta mais
sofisticada, permitia movimentar o refletor do farol sob o comando do motorista,
desviando apenas o facho luminoso. Esses sistemas também foram usados para os
faróis elétricos.
Uma solução encontrada foi a adoção da luz baixa assimétrica. Nesse sistema, a luz
do lado esquerdo ficava dirigida ao solo, para não ofuscar os demais veículos, e no
lado direito o facho era elevado gradualmente para iluminar em profundidade. Porém,
o sistema adotado como padrão europeu, em 1955, foi o uso de uma linha de corte
horizontal na metade esquerda, para não ofuscar, e uma linha de corte inclinada na
metade direita, para iluminar o acostamento.
Esse é o mesmo caso dos kits xenônio adaptados em faróis desenvolvidos para
lâmpadas halógenas. Devido a sua enorme capacidade de iluminar, três vezes maior
que as halógenas, os faróis de xenônio demandam o uso do lavador de farol (para a
sujeira não mudar a direção do facho) e reguladores automáticos de altura dos fachos.
Sem isso, o ofuscamento quase cega os motoristas dos carros que trafegam em
sentido oposto.
De todos os sentidos humanos, a visão é o mais importante para quem dirige, por isso
podemos entender a importância que têm os faróis de um carro. Quem utiliza esse
meio de transporte todos os dias pode não perceber o quanto precisamos da lanterna
e nem como ela mudou para se adaptar aos novos modelos e às necessidades de
uma sociedade marcada pela locomoção.
O próximo passo foi a chegada do xenon. Ao contrário das lâmpadas comuns, estes
modelos não possuem filamentos frágeis e a luz é emitida pelo aquecimento do gás
Xenônio, o que batiza a tecnologia. Por ter uma luz mais forte, o farol pode ser notado
a uma distância maior, aumentando a segurança em ruas, estradas e vias expressas,
para o condutor e os outros veículos no sentido contrário. Vale lembrar que, após uma
norma do Contran, somente os carros que já têm essa tecnologia como original de
fábrica estão em situação regular.
Desde 2004 temos acesso à tecnologia dos faróis com LED, que traz como vantagem
a economia de energia de até 40% em comparação às lâmpadas de filamento, além
de um maior tempo de vida. Com um mercado cada vez mais moderno e com novas
soluções luminotécnicas, podemos esperar produtos ainda mais eficientes em termos
de design e segurança para os motoristas.
Ricardo Leptich é formado em Marketing com especializações em Administração de
Empresas pela FAAP e Gestão Empresarial pela FGV. Hoje, é gerente Nacional de
Vendas e Marketing da Divisão de Lâmpadas Automotivas e Especiais da OSRAM do
Brasil.
PLÁSTICO
Entre 20% e 25% de um automóvel é composto por plástico. O fato pode ter diversos
tipos de interpretações. Uma é que a quantidade de plástico é responsável por
pecados de acabamento e por ruídos incessantes. Para a indústria, entretanto, é um
caminho sem volta e a tendência é que o percentual aumente e se torne cada vez
mais presente nos automóveis. Pela ótica dos fabricantes, mais plástico significa
redução de custos e possibilidade de fabricar produtos mais acessíveis aos bolsos. O
desafio é reduzir os problemas e potencializar as vantagens. "Existe um trabalho muito
intenso da engenharia para minimizar os ruídos originários das peças plásticas. São
colocados feltros, espumas e até o sistema de fixação é mudado, substituindo a solda
pela montagem ou fixação mecânica. Muitos veículos considerados de luxo já saem
com o painel injetado em plástico", explica o gerente de engenharia avançada da
Plascar Márcio Piraboschi, fornecedora de peças para a indústria automobilística e
que apresentou o carro de plástico no último congresso da SAE Brasil, em outubro.
Reinvenção
A roda é um caso à parte e deve chegar ao mercado no próximo ano. Feita com
polímeros de plástico, é 30% mais leve que uma roda de aço e 15% mais leve que
uma de liga leve. Segundo Piraboschi, a redução de massa possibilita um melhor
desempenho, menos consumo de combustível e redução da emissão de poluentes.
Outra vantagem defendida pelo fabricante é que o material facilita a produção de
modelos com diferentes desenhos.
"Os materiais utilizados têm performance muito superior ao alumínio, com capacidade
de absorção de impactos 3 vezes superior. Por isso, a chance de quebrar ou trincar é
bem menor", afirma Piraboschi. Ele explica que, em caso de pequenos arranhões, a
roda pode ser reparada, mas em caso de dano severo o usuário deve trocá-la. A
estimativa do preço é que fique entre uma roda de aço e uma de liga leve. "Já existem
parcerias com montadoras, estão sendo feitos testes e discussões sobre o design e
poderá equipar desde carros básicos, que usam roda de aço e uma calota de
plástico", explica Piraboschi.
NANOTECNOLOGIA
Um leigo precisa de fé na ciência para compreender como argila, sisal, coco, cânhamo
e até cenoura podem fazer parte da montagem do automóvel. Ou é possível acreditar
ao ler nos prospectos de automóveis que a barra do teto é feita de nanoargila? Mais:
que isso leva a uma redução de peso de 33%, passando de 6,27 kg da tradicional fibra
de vidro para 4,7 kg, com uma diminuição de 10% no custo do produto. Isso acontece
com o Fiat Idea, segundo o presidente da Mueller, fabricante de autopeças e empresa
que desenvolve tecnologias, Ricardo Max Jacob.
Intervalo
O designer Peter Fassbinder, chefe do centro de estilo da Fiat, explica que a
engenharia explora esses novos materiais e também as fibras naturais, mas que entre
a pesquisa e a produção há intervalo significativo. Uma solução é criar veículos
conceitos, que servem de chamariz para essas novas tecnologias, como o FCCII,
apresentado no último Salão do Automóvel de São Paulo. No conceito, os painéis de
carroceria, como o capô, por exemplo, foram injetados em material composto com
nanoargila, a chave de fenda que acompanha o kit de ferramentas foi injetada em
plástico reciclado com fibras de curauá e sisal. A espuma que reveste os bancos foi
feita com 30% de poliol de óleo de soja reciclado, produto já utilizado pela fábrica de
Betim na quantidade de 5% em todos os bancos fabricados no Brasil.
Fibras
Sobre a fibra de sisal, Jacob explica que o material tem a vantagem de ser flexível e
muito resistente. Propriedades semelhantes às do cânhamo. A fibra derivada da folha
da maconha já foi aplicada no para lá de conceitual Toyota 1/X. A combinação do
cânhamo com a fibra de carbono da estrutura baixou o peso do carro para 420kg.
"Essas fibras têm o poder de interagir com o plástico, o que não é perceptível, mas o
segredo é que as fibras continuam longas quando são injetadas nas peças", explica
Jacob. O material colhido na natureza sofre uma série de transformações, mas cada
tipo de material necessita de um processamento diferente. Outra fibra, a de coco,
entretanto, é considerada muito pobre, pois não tem as mesmas qualidades do
cânhamo ou sisal. A Mercedes-Benz já usou o produto do coco para fabricar encostos
de cabeça, pára-sol interno e assentos em caminhões e veículos que foram fabricados
no Brasil, mas não utiliza mais.
Cenoura
A Mueller faz pesquisas do tipo há dois anos, mas somente nos últimos seis meses é
que começaram a ser utilizadas no processo de produção. Jacob revela que o próximo
passo é tentar utilizar a cenoura como fonte de fibras. Porém, a diferença entre o
sabor da leguminosa e a textura que ela tem no automóvel é imensa. "A matéria-prima
é preparada em estufas, sofre decomposição, retira-se toda a umidade até ficar pura",
BORRACHA
Que eles são o contato do veículo com o solo, todos sabem. A importância de estarem
em boas condições de rodagem ainda é ignorada por alguns. Agora, as tecnologias
que garantem melhor aderência em diferentes situações, rodar confortável, menor
nível de ruído e economia de combustível, com a consequente redução das emissões
de poluentes, são desconhecidas pela maioria. A recém-lançada linha de pneus
Continental ContiPowerContact, desenvolvida na Alemanha a partir das demandas
viárias da América Latina, é um exemplo de produto que reúne muita tecnologia.
"Um dos desafios desse projeto era conciliar uma maior durabilidade ao produto,
característica esperada nesse segmento de veículos de passeio com pneus de 13 a 16
polegadas, com um bom desempenho em frenagens", conta Cesar Maldonado, da
área técnica da Continental. Ele explica que o resultado foi alcançado com a
combinação entre a sílica de alto desempenho, responsável por reduzir a resistência
de rodagem, com diferentes tipos de polímeros, que aumentam a aderência e
garantem a melhor relação entre os dois fatores.
A tecnologia está nos agentes de ligação desses compostos, que, por meio da
frequência de rodagem e a temperatura dos pneus, podem ativar e desativar esses
polímeros. "Enquanto os polímeros de cadeia curta garantem melhor aderência,
resultando em melhor frenagem, os polímeros de cadeia longa reduzem a temperatura
do pneu, que vai garantir menos desgaste (mais vida útil), menos consumo de
combustível e emissões", explica Maldonado. Segundo o fabricante, os testes
mostraram que esse pneu tem uma durabilidade 15% maior que o modelo anterior e
conseguiu reduzir o consumo de combustível em 3% em comparação com as marcas
concorrentes.
A maior durabilidade também pode ser obtida com o desgaste uniforme do pneu. Para
conseguir isso, a banda de rodagem recebeu maior volume de borracha,
principalmente na parte externa e nos blocos centrais, com o objetivo de ampliar a
área de contato e distribuir melhor o peso. Para auxiliar na frenagem, os blocos da
banda de rodagem receberam chanfros, que permitiram uma maior superfície de
contato. De acordo com o técnico da Continental, isso resultou em frenagens 5% mais
eficientes que os produtos de outras marcas.
RUÍDO Outro fator que pode ser amenizado é o barulho de rodagem, causado pela
ressonância que passa pelos sulcos do pneu. Para tornar o rodar mais silencioso,
foram inseridos diversos blocos desalinhados dentro dos sulcos, com a função de
"quebrar" essa ressonância. O ombro também recebeu um desenho especial que
impede a ressonância e a emissão de ruídos naquela região. Além do já tradicional
indicador de desgaste da banda de rodagem (chamado de TWI), esse modelo tem o
TWI Wet, que mostra quando o uso do pneu não é mais indicado para pisos molhados.
PARA-CHOQUE